Regiane Valim Vaccaro PDF
Regiane Valim Vaccaro PDF
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SÃO PAULO
2018
REGIANE VALIM VACCARO
SÃO PAULO
2018
REGIANE VALIM VACCARO
Aprovada em:
Obesity is a complex disease and one that is difficult to treat. The bariatric surgery has been
considered the most efficient treatment for weight loss. The expectations of medicine
concerning the result of bariatric surgery is to improve the patient’s quality of life, as well as
his/her life expectancy through weight loss. However, this surgical method does not prevent
the patient from regaining weight. The etiology of obesity is complex and multifactorial
involving biological, historical, ecological, political, social economic, psychosocial and cultural
aspects. The psychological aspects that intervene in bariatric surgery are related to self-image,
difficulty in changing habits, eating disorders, social and family relationships, as well as low
coping capacity. The current study had the objective to observe if the outcome of psychological
follow-up after bariatric surgery is related to long-term weight maintenance. We use the
“snowball” method to recruit participants who underwent bypass bariatric surgery 36 to 60
months prior this study. The sample consisted of men and women aged 30 to 60 years who were
divided into two groups: participants who underwent psychotherapy after the surgery and those
who did not. We collected data through semi-structured interviews and calculate PEP%, as
approved by the Baros method, to identify positive and negative results of post-surgery weight
loss. The analysis of data was carried out by using the “Discourse of the Collective Subject”.
Eleven out of twenty participants underwent psychotherapy and three out of the nine who did
not undergo psychological counseling believed that they should have done so. Therefore, 14
participants acknowledged the importance of psychotherapy in the treatment of obesity through
bariatric surgery. PEP results did not show a significant difference between the groups.
Participants' responses are in agreement with the literature by showing that psychic and
emotional factors permeate the pre and post bariatric surgery treatment and that psychotherapy
may contribute as a support enabling the development of greater awareness about those aspects.
However, more in-depth studies and, possibly, a larger sample are needed to substantiate the
contribution of psychotherapy to this process.
LISTA DE GRÁFICOS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
2 OBESIDADE ................................................................................................................... 15
2.1 Definição e incidência................................................................................................... 15
2.2 Causas e transtornos associados à obesidade .............................................................. 16
2.3 Psicodinâmica da obesidade......................................................................................... 21
3 A CIRURGIA BARIÁTRICA ........................................................................................ 24
3.1 A vida após a cirurgia .................................................................................................. 26
3.2 Hábitos alimentares e estilo de vida............................................................................. 27
3.3 O papel do apoio psicológico ........................................................................................ 29
4 MÉTODO ........................................................................................................................ 32
4.1 Objetivos ....................................................................................................................... 32
4.2 Participantes ................................................................................................................. 32
4.3 Instrumentos................................................................................................................. 33
4.4 Procedimentos .............................................................................................................. 34
4.5 Aspectos Éticos ............................................................................................................. 35
4.6 Resultados..................................................................................................................... 35
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................... 36
5.1 Caracterização dos participantes................................................................................. 36
5.2 Resultados..................................................................................................................... 40
5.2.1 Pergunta 1: Por que acha que engordou no passado? ................................................. 40
5.2.2 Pergunta 2: Por que decidiu fazer a cirurgia? ............................................................. 43
5.2.3 Pergunta 3: Quais as dificuldades do pós-operatório e do período de adaptação pós-
cirurgia? ..................................................................................................................... 45
5.2.4 Pergunta 4: Sua rotina, hábitos e alimentação mudaram? ........................................... 47
5.2.5 Pergunta 5: Você teve novo ganho de peso? Se sim, a que você atribui esse ganho? ... 50
5.2.6 Pergunta 6: Você precisou de nova cirurgia? .............................................................. 52
5.2.7 Pergunta 7: O resultado da cirurgia foi o que você esperava? .................................... 53
5.2.8 Pergunta 8: Você teve acompanhamento psicológico após a cirurgia? ........................ 54
5.2.9 Pergunta 9: Quanto tempo depois da cirurgia iniciou a psicoterapia? ........................ 55
5.2.10 Pergunta 10: Qual tipo de psicoterapia? ................................................................... 56
5.2.11 Pergunta 11: Qual a frequência das sessões .............................................................. 57
5.2.12 Pergunta 12: Quantas sessões ou por quanto tempo fez a psicoterapia? .................... 57
5.2.13 Pergunta 13: Por qual razão procurou a psicoterapia? ............................................. 58
5.2.14 Pergunta 14: Qual foi a contribuição do acompanhamento psicológico, para você? . 60
5.2.15 Pergunta 15: Como sente seu corpo? ........................................................................ 62
6 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 64
7 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 72
APÊNDICE 1 – Ficha de identificação.............................................................................. 78
APÊNDICE 2 – Entrevista semiestruturada..................................................................... 79
APÊNDICE 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................................... 80
12
1 INTRODUÇÃO
1
O IMC é um cálculo recomendado pela OMS, desde 1997 (WHO, 2004), para classificar a obesidade em
adultos, sendo obtido pela divisão do peso do paciente por sua altura elevada ao quadrado.
13
após a operação. Passado esse período, manter o peso controlado depende de mudança de
hábitos e estilo de vida. (MARCELINO; PATRÍCIO, 2008). Torres e Rubio (2011), em estudo
sobre reganho de peso, encontraram que mais da metade dos pacientes pode recuperar de 20%
a 50% do peso perdido em até dez anos após operação.
Almeida, Rezende e Zanatta (2012) relatam que, geralmente, pacientes obesos têm
diagnóstico de depressão, ansiedade, transtorno alimentar, compulsões ou transtorno de
imagem corporal, podendo ser diagnosticados com mais de um desses transtornos. Além disso,
podem sofrer distúrbios psicossociais por dificuldade de socialização, isolamento e
enfrentamento de preconceitos. Essas questões, se não tratadas, podem influenciar no resultado
do tratamento bariátrico e na reincidência da obesidade.
Voltando à frase do paciente: “O corpo emagrece, a cabeça não”, podemos pensar que,
se de um lado a obesidade é fonte de adoecimento, de outro, como lembra Vianna (2016), pode
se constituir uma defesa (ou um sintoma) diante de uma complexa trama de dificuldades
psíquicas. Nesse caso, perder peso talvez venha a representar um risco para o equilíbrio psíquico
do indivíduo obeso.
Saúde é definida pela OMS como “um estado de completo bem-estar físico, mental e
social e não somente ausência de afecções e enfermidades” (OMS, 1946). Para tal estado de
completo (se é que é possível) bem-estar físico, mental e social, é preciso cuidar dos aspectos
psíquicos implicados no tratamento da obesidade.
Como veremos na revisão de literatura, a obesidade é uma doença complexa e de difícil
tratamento, e os aspectos psicológicos que permeiam o tratamento bariátrico relacionam-se a:
autoimagem, dificuldade de mudança de hábitos e estilo de vida, transtornos alimentares,
relações sociais e familiares, assim como baixa capacidade de enfrentamento. Nesse sentido,
este trabalho tem como objetivo observar se o resultado do acompanhamento psicológico de
pacientes operados em cirurgia bariátrica está associado à manutenção do peso em longo prazo.
A teoria junguiana e a psicossomática darão o embasamento necessário para o
desenvolvimento deste trabalho. Ramos (2006) afirma que a psicologia analítica proporciona
os fundamentos necessários para a abordagem do fenômeno psique-corpo e a compreensão da
relação entre saúde e doença. Nessa abordagem teórica, o fenômeno psique-corpo é
compreendido como uma unidade psicofísica: uma pessoa é um todo e não apenas uma reunião
de partes (HALL; NORDBY, 1993). Além disso, o processo psíquico é visto como evolutivo,
vivo e direcionado à realização máxima possível das potencialidades humanas. Daí decorre que
a doença pode ter o propósito de tornar consciente novos elementos, corrigir atitudes e
14
possibilitar novas relações consigo mesmo. O adoecimento poderia constituir, assim, uma
grande oportunidade de crescimento pessoal.
A revisão de literatura será apresentada nos Capítulos 2 e 3 e compreende o período de
1997 a 2017. Foram encontrados artigos de pesquisas nas bases Lilacs, PubMed e Scielo, artigos
encontrados por citação em outro artigo e capítulos de livro. As palavras-chave utilizadas nas
buscas foram: psychological aspects, bariatric surgery e obesity. O Capítulo 2 apresenta a
definição de obesidade, causas e incidência, transtornos relacionados e a psicodinâmica
envolvida. O Capítulo 3 traz a descrição dos tipos e benefícios da cirurgia bariátrica, explorando
as mudanças na vida dos pacientes após a cirurgia e os aspectos psicológicos que podem
influenciar o resultado do tratamento bariátrico. O Capítulo 4 apresenta o método utilizado na
pesquisa, objetivos, critério de escolha dos participantes, instrumentos utilizados e
procedimentos. O Capítulo 5 trata da análise de dados e dos resultados encontrados. A discussão
dos dados qualitativos está apresentada no capítulo 6 e as conclusões obtidas são relacionadas
no Capítulo 7.
15
2 OBESIDADE
associada à herança genética, pode ser considerada, do ponto de vista psíquico, um sintoma do
desequilíbrio da homeostase psique-corpo.
O centro de controle da fome e da saciedade no cérebro está no hipotálamo, responsável
por manter a homeostase do corpo e tem participação na regulação da fome, do sono, da
temperatura e da sede, agindo sobre o sistema nervoso autônomo e o sistema límbico. O ganho
de peso pode ter origem tanto em uma alteração do eixo hipotalâmico como em hábitos
alimentares baseados no consumo excessivo de gorduras saturadas e trans e em um estilo de
vida pouco saudável, fatores esses que podem produzir uma inflamação contínua no
hipotálamo, o que contribui para um mau funcionamento da regulação da fome e saciedade,
perpetuando o ganho de peso (SANDEE-LEE; VELLOSO, 2012).
Para além da fome e saciedade regulados pelo hipotálamo, há o apetite que procura a
satisfação no ato de comer: comer por prazer, por desejo, por raiva ou como gratificação. O
apetite envolve várias partes do cérebro que operam sob os estímulos sensoriais, metabolismo
e fatores psicológicos. É comum que a obesidade tenha início em momentos importantes da
vida como início da vida escolar, puberdade, casamento, gravidez, perda, mudanças,
menopausa etc. (KAHTALIAN, 2010).
Marks (2015), por sua vez, entende que o funcionamento estável do organismo é
mantido pela homeostase responsável pelo equilíbrio geral. O desequilíbrio homeostático que
resulta na obesidade teria, teoricamente, origem no “Círculo de descontentamento” descrito no
Quadro 2, um modelo circular que liga ganho de peso, insatisfação corporal, afeto negativo e
consumo excessivo.
de padecer de morbidades associadas à sua condição, também tem que enfrentar preconceitos
sociais que, muitas vezes, estão na base dos problemas psicológicos associados à obesidade.
(GORDON; KAIO; SALLET, 2011).
[...] o corpo do obeso atual sugere menos prestígio e mais descontroles. Ele é
visto como quem sofre por sua incapacidade, igualmente real ou imaginada,
de saber administrar seu peso e seu volume. Um corpo que padece de um dos
principais “pecados” das sociedades contemporâneas: aquele de não saber
investir em si mesmo com sucesso. (SANT’ANNA, 2012, p. 140)
Para Edler (2017), corrigir a obesidade passa a ser uma demanda da cultura do corpo
magro e da lipofobia. Desse modo, as cirurgias de emagrecimento e estética fazem parte de um
movimento de retificação das imperfeições para que o indivíduo possa pertencer ao conjunto
dos vencedores. Os imperfeitos ficam de fora e são vítimas de bullying, o que leva a quadros
de depressão, ansiedade e isolamento. Nesse contexto, a comida, que é fonte de prazer, conforto
e bem-estar, tem significado emocional.
A pressão social pode levar o obeso a se utilizar de diferentes estratégias em busca do
emagrecimento. Assim, Morgan, Vecchiatti e Negrão (2002) apontam que a tendência à
obesidade é um dos fatores de risco para Anorexia Nervosa (AN) e Bulimia Nervosa (BN), já
que a pessoa obesa é suscetível a críticas sobre seu peso, o que afeta sua autoestima e satisfação
corporal, levando-a às dietas e ao risco do transtorno alimentar na tentativa de manter o corpo
magro.
Todavia, é importante lembrar que “o aumento de peso não é uma simples questão de
comer em demasia. [...] Pode haver, por trás de quaisquer distúrbios metabólicos, tanto causas
de ordem fisiológica como causa de natureza psicológica” (WOODMAN, 1980, p. 11).
A obesidade não é definida como um transtorno pelo Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-V), mas está associada a
outros transtornos mentais como depressão, bipolaridade, esquizofrenia e transtornos
alimentares (APA, 2014). De acordo com essa edição do Manual:
Tais transtornos têm origem multidimensional, pois diversos fatores podem mediar a
relação entre o comportamento individual e a cultura. Dentre os fatores de cunho social,
20
teríamos a pressão da cultura ocidental para conquistar e manter a boa forma física (sendo esta
a representação de sucesso, autocontrole, disciplina e competência) assim como a ênfase em
relação à magreza e às dietas na busca pela perfeição em uma sociedade do narcisismo. Fatores
individuais incluem vulnerabilidades de ordem psicológica e biológica (MORGAN;
AZEVEDO, 1998). Dentre estas últimas, destaca-se aquela que leva à compulsão alimentar
periódica (TCAP), que apresenta uma relação causal com a obesidade e está presente em 15%
a 50% dos pacientes que buscam tratamento para emagrecer. No Brasil, de 27% a 47% dos
pacientes bariátricos têm diagnóstico de compulsão alimentar (MACHADO et al., 2008). O
comportamento compulsivo está relacionado a aspectos psicológicos, como ansiedade,
depressão e desordem emocional, e a comportamentos como impulsividade, controle e rigidez.
Os marcadores diagnósticos do transtorno compulsivo alimentar são o descontrole e o comer
sozinho por vergonha (PALAVRAS et al., 2013).
Dellosso, Silva e Cunha (2013) apontam que, além dos fatores genéticos, ambientais,
metabólicos e fisiológicos, é de suma importância a consideração das questões psíquicas
pertinentes à obesidade e sua influência no comportamento alimentar dos indivíduos obesos.
Observaram-se significativos sintomas psíquicos e transtornos alimentares em pacientes de
obesidade grau III que procuram o tratamento pela cirurgia. Segundo esses estudiosos, os
diagnósticos psiquiátricos mais frequentes nessa população são os transtornos do humor
(ansiedade, angústia e depressão) e do comportamento alimentar (transtorno alimentar
compulsivo periódico e síndrome do comer noturno), além de ansiedade, alcoolismo e consumo
de drogas, muitas vezes seguidos de suicídio.
É importante ressaltar que nem todo indivíduo obeso engordou por questões emocionais
ou sofre de TCAP. Evidentemente, os riscos à saúde, que já são inúmeros com o excesso de
peso, são ampliados quando a compulsão existe e, portanto, identificar o transtorno e tratá-lo é
fundamental para o sucesso da perda de peso e da retomada da saúde e da qualidade de vida
(VIANNA, 2016).
21
complexos. O complexo é autônomo e, até que seja elaborado, haverá a repetição (STEIN,
2006). Desse modo, o sintoma físico ou psíquico é uma expressão de um complexo que precisa
ter seu significado entendido.
Na busca pelo equilíbrio do eixo ego-Self, o Self envia para a consciência símbolos –
em forma de sonhos, imagens ou enfermidades – que, se não forem integrados pelo ego no
plano abstrato, serão expressos na polaridade concreta (no corpo). Nesse sentido, Ramos (2006)
considera o símbolo como o terceiro fator no fenômeno psique-corpo, indicando uma disfunção
na relação ego-Self que precisa ser corrigida. A doença, como representação simbólica, teria
uma função transdutora.
Scavone (2010) afirma que o comer demais pode ser entendido como uma cisão do
aspecto psíquico por meio da qual a “fome da alma” é confundida com a “fome do corpo”.
23
De acordo com Wahba (2017) o paciente obeso é regredido, narcísico e pode apresentar
traços psiconeuróticos, transtorno de humor, quadros fóbicos, ansiedade e depressão. O obeso
está preso ao período em que a mãe é o primeiro alimento e a linguagem do corpo estabelece
as primeiras relações. A obesidade é uma resposta à rejeição sofrida na relação primal. O
“arquétipo rejeitador ou devorador da Grande Mãe predomina no inconsciente” (WAHBA,
2017, p. 282) e desenvolve uma personalidade hipersensível que interpreta a menor dissonância
como rejeição, uma ferida narcísica. A fome proveniente da ferida narcísica é constante, pois a
comida nunca corresponde à expectativa, e o vazio permanece. Comer cumpre o papel de exorcizar
o medo do abandono e saciar a alma reestabelecendo o bem estar. O corpo obeso envolve, como defesa,
os sentimentos de fragilidade e fraqueza contidos no transtorno de personalidade narcísica que pode
ser descrito como autoimagem distorcida, baixa autoestima e falso self (conceito enganoso de
si mesmo) (WAHBA, op. cit.).
É importante a compreensão global do paciente, no sentido de que a ingestão excessiva
pode ser a forma de esse indivíduo se ligar ao mundo externo. O mastigar pode ser a expressão
da agressividade, a gordura pode ser a proteção para um ego frágil e talvez esta seja a única
forma de existir alguma harmonia interna. (KAHTALIAN, 2010)
Em síntese, a obesidade pode ser vista como fenômeno psicossomático resultante da
vivência do complexo na polaridade concreta. A constelação do complexo pode levar ao
comportamento de comer em excesso e ao aumento de peso. O alimento não está em sintonia
com a necessidade do corpo, atende a um vazio de outra ordem que não a do estômago e,
portanto, é um transtorno psicossomático. A psicoterapia teria como objetivo a transdução do
símbolo da polaridade orgânica para a psique, diminuindo o sintoma e levando à melhora da
saúde do paciente. (RAMOS, 2017). Cumpriria, desse modo, a função de transduzir o sintoma
para o verbal, tornando consciente para o paciente que a obesidade é o sintoma de uma defesa
e atende a uma demanda de ordem psíquica.
24
3 A CIRURGIA BARIÁTRICA
Diversos autores concordam que a cirurgia bariátrica (CB) é o melhor tratamento para
obesidade, com grande perda de peso em curto espaço de tempo e significativa melhora no
quadro geral de saúde (ADAMS et al., 2007; ALEGRÍA; LARSEN, 2013; ALMEIDA et al.,
2011; ARASAKI, 2005; COSTA et al., 2014; DUARTE et al., 2014; GORDON, 2014;
KALARCHIAN; MARCUS, 2015; MARCELINO; PATRÍCIO, 2011; PINHO et al., 2011;
RODRÍGUEZ; PUIG; ELÍAZ-CALLES, 2013; SILVA; MAIA, 2013; ZANASI et al., 2014;).
Como já mencionado, esse procedimento é indicado para pessoas com IMC igual ou
acima de 40 kg/m² (obesidade grave ou de grau III) e para pessoas com IMC igual ou acima de
30 kg/m² (obesidade moderada ou de grau II) que apresentem quadro de doenças relacionadas
à obesidade. A indicação para a cirurgia, por ser considerada um procedimento drástico, ocorre
quando os pacientes não conseguiram a redução do peso por tratamento clínico (MARCELINO;
PATRÍCIO, 2011).
Para Sprengel (2015), a cirurgia bariátrica deve ser a última opção. Os Estados Unidos
são o primeiro país em número de cirurgias bariátricas no mundo, e o Brasil vem em segundo
lugar, com 80 mil cirurgias realizadas em 2013. Sprengel (op. cit.) descreve quatro técnicas
cirúrgicas reconhecidas no Brasil pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica:
a) gastroplastia ou Bypass gástrico (Desvio Intestinal em “Y de Roux”) – mais utilizada
no Brasil, consiste no grampeamento de parte do estômago, reduzindo a capacidade
de armazenamento de alimento. O estômago grampeado é ligado por uma alça
intestinal, formando um desvio em forma de Y e dificultando a absorção de
alimentos. É considerada a mais segura pela eficácia e tempo de estudo;
b) banda gástrica ajustável – constitui-se na colocação de um anel de silicone inflável
ao redor da parte superior do estômago, fazendo com que este adquira o formato de
ampulheta para dificultar o esvaziamento gástrico e aumentar o tempo da sensação
de saciedade. Cirurgias realizadas nos anos 2000 apresentaram complicações e
muitos anéis já foram retirados;
c) gastrectomia vertical/ manga ou Sleeve – mais novo procedimento entre os quatro,
consiste em retirar cerca de 70% a 80 % do estômago, diminuindo o volume e a
capacidade de armazenamento;
d) derivação biliopancreática ou Duodenal Switch – procedimento semelhante à
gastroplastia com a diferença de que o desvio intestinal é mais longo, o que exige
25
agitação e síncope;
d) anemia ferro: anemia, letargia, anorexia, palidez, perda de cabelo, fadiga muscular;
26
periférica;
f) deficiência de tiamina: sintomas neurológicos, encefalopatia em casos graves;
g) banda gástrica excessivamente restrita (para pacientes com banda gástrica ajustável):
A procura pela cirurgia bariátrica é motivada pelo retorno social, por padrões estéticos
e pelo desejo psicológico de mudança de vida, porém a motivação acaba após a perda de peso.
Os artigos encontrados nesta revisão concordam que existe a possibilidade de recuperação de
peso no longo prazo, caso não haja alteração dos hábitos alimentares e do estilo de vida: falta
de controle alimentar, uso de álcool e de outras substâncias estão relacionadas com o reganho
de peso (ODOM et al., 2010). Vale ressaltar, nesse sentido, a importância do tratamento de
transtornos (por exemplo, ansiedade, depressão e transtornos alimentares) existentes antes da
cirurgia que podem ser a causa da obesidade.
Além disso, a maioria dos estudos afirma que há possíveis impactos psicológicos na
adaptação ao novo corpo, relacionados à autoimagem e ao contorno corporal, pelo excesso de
pele procedente do emagrecimento, além de mudanças nos relacionamentos.
Konttinen et al. (2015) acompanharam, por pouco mais de dez anos, pacientes
recrutados pelo SOS Study (Ensaio prospectivo de intervenção dos suecos). De 1987 a 2001
foram observados cerca de 2000 pacientes, em grupo submetido à cirurgia bariátrica, e cerca de
2000 pacientes, em tratamento clínico convencional para perda de peso. O objetivo foi avaliar
mudanças nos comportamentos alimentares em curto e longo prazo e mudanças de peso após
tratamentos cirúrgicos e convencionais de obesidade. A hipótese era que o comportamento
alimentar é determinante para os resultados no longo prazo, pois tais resultados dependem da
capacidade do paciente de incorporar e manter mudanças nos hábitos alimentares. No grupo
submetido à cirurgia, os resultados apontam para perda de peso relacionada às maiores reduções
nas sensações subjetivas de fome e suscetibilidade a comer em resposta a várias sugestões (por
exemplo, cheiro e visão de alimentos, emoções negativas e eventos sociais), enquanto que, nos
pacientes tratados convencionalmente, as mudanças de peso foram principalmente relacionadas
à restrição alimentar por esforços para limitar a ingestão de alimentos.
Pacientes bariátricos que tiveram perda de peso insatisfatória ou novo ganho de peso
apresentaram maior vulnerabilidade a vários estímulos alimentares internos e externos logo
após a operação. A CB impõe mecanismos de controle fisiológicos ao paciente operado,
obrigando-o a mudar o comportamento alimentar nos primeiros anos pós-cirurgia, porém os
mecanismos tendem a enfraquecer com o tempo e não garantem a manutenção do peso no longo
prazo. Geralmente, os candidatos à CB percebem inicialmente a operação como “uma solução
externa que mudará suas vidas sem exigir sua própria participação ativa” (KONTTINEN et al.,
op. cit., p. 23). Os autores advertem que é preciso garantir que o paciente tenha apoio para que
haja clareza da necessidade de mudanças de comportamento e realismo sobre os resultados do
procedimento.
O uso de aditivos foi pesquisado por Mitchell et al. (2015), que realizaram estudo sobre
comportamentos aditivos com álcool após a cirurgia bariátrica do tipo Bypass. Dos pacientes
entrevistados, 29,2% (com histórico pré-cirúrgico de abuso de álcool) desenvolveram adição
após a CB, e 11,9% (sem histórico pré-operatório) passaram a usar o álcool. Os dados apontam
para risco real de abuso de álcool após a CB tipo Bypass, mesmo que o paciente não tenha
apresentado esse comportamento antes da cirurgia.
Um estudo canadense publicado em 2016, realizado pelo Instituto de Investigação
Sunnybrook, em Toronto, Canadá, e coordenado por Junaid A. Bhatti, analisou 8.815 adultos
nos três anos anteriores e posteriores à cirurgia bariátrica, investigando comportamentos de auto
prejuízo/auto dano de quatro tipos, a saber: uso de medicamentos, álcool, envenenamento por
substâncias químicas tóxicas e trauma físico. Encontraram que, dos quase nove mil
29
participantes, 111 pacientes apresentaram 158 emergências de auto prejuízo durante o período
observado. Os estudiosos consideraram, ainda, que o aumento do risco de tais emergências após
a cirurgia gira em torno de 50%.
A dificuldade de mudança de hábitos e de sedentarismo foi estudada por Jumbel, Hamlet
e Meyrick (2017) que ressaltam a falta de acompanhamento psicológico pós-operatório no
longo prazo e afirmam que pouco se sabe sobre o efeito psicológico no processo pós-bariátrica,
considerando a série de desafios psicossociais desencadeados com a grande perda de peso e
outras mudanças fisiológicas. A literatura sugere questões psíquicas persistentes ligadas ao
comportamento alimentar nos pacientes operados, bem como aquelas relacionadas à imagem
corporal, a mudanças de humor, ao estresse, ao uso de substâncias na busca de recompensas
que substituam a comida (drogas, álcool etc.) e à recuperação de peso. Os pesquisadores
indicam que é preciso acompanhamento psicológico no longo prazo, para além de dois anos
(tempo necessário para a perda de peso) após a cirurgia, para entender a interrelação entre
cirurgia e psicologia.
O estudo realizado por Figura et al. sobre se o tipo de enfrentamento adotado pelo
paciente após a cirurgia bariátrica determina ou não o resultado da perda de peso conclui que
os fatores psicológicos e fisiológicos se combinam e interagem de forma significativa,
influenciando os resultados. Mas os autores advertem que é preciso aprofundar as pesquisas
sobre o tema. Os resultados mostram que um terço dos 64 obesos participantes da pesquisa
obteve perda significativa de peso após a cirurgia (perda de 60% a 115% do excesso de peso)
por apresentarem comportamento de coping ativo. (FIGURA et al., 2015)
Magdaleno Jr., Chaim e Turato afirmam que indivíduos operados “podem passar por
fases de reestruturação emocional, como uma primeira fase de triunfo, seguida de fase de risco
para surgimento de quadros melancólicos e de novas adições” (MAGDALENO JR.; CHAIM;
TURATO, 2008, p. 73). O estudo realizado por esses pesquisadores, com o objetivo de
identificar estruturas psicológicas que possam favorecer ou comprometer a adesão do paciente
ao tratamento pós-cirúrgico, identificou três categorias psicológicas: estrutura melancólica
(risco de conduta aditiva e compulsão), estrutura desmentalizada (dificuldade de reorganização
para o desafio de controlar o peso) e estrutura perversa (pacientes conseguem manter o peso,
mas apresentam comportamentos que causam desconforto à equipe de saúde). Os autores
concluem propondo tratamento psicológico individualizado no pré e no pós-cirúrgico, com a
identificação e tratamento da estrutura mental de cada paciente, de modo a evitar complicações
após a cirurgia.
Artigo publicado em julho de 2017 apresenta estudo sobre as experiências físicas,
psicológicas, sociais e clínicas de pacientes submetidos à CB pelo menos dois anos antes da
pesquisa. Os dados apontaram para quatro temas principais: mudanças físicas e desafios,
experiências psicológicas, apoio social e experiências clínicas. Os participantes relataram
melhoras na condição psicológica, física e em suas relações sociais. Foi relatada, também,
preocupação contínua quanto aos possíveis imprevistos nos resultados da cirurgia e a
importância do apoio dos serviços de saúde recomendados para o pós-cirúrgico, incluindo o
suporte psicológico para aprender a lidar com as mudanças do corpo, das relações sociais e de
identidade. (LIU; IRWIN, 2017)
Por vezes, familiares ou cuidadores do paciente bariátrico também precisarão de apoio
psicológico (SPRENGEL, 2015). “A presença de suporte social prevê uma melhor adesão a
comportamentos de saúde (prática de atividade física, alimentação saudável, redução de
estresse), promovendo, assim, a melhora da saúde e da qualidade de vida” (ABREU-
RODRIGUES; SEIDL, 2015, p. 1006).
31
4 MÉTODO
Este trabalho tratou-se de um estudo qualitativo realizado com pesquisa de campo com
indivíduos que fizeram a cirurgia bariátrica do tipo Bypass, compreendendo o período entre 36
e 60 meses pós-cirurgia. Os resultados encontrados foram compreendidos a partir dos
pressupostos teóricos da psicologia analítica.
4.1 Objetivos
4.2 Participantes
4.3 Instrumentos
4.4 Procedimentos
A coleta de dados deste estudo foi realizada após análise, aprovação e consentimento do
comitê de Ética em Pesquisa da PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO – PUC/SP, de acordo com a Resolução 196/96 que trata de pesquisas envolvendo seres
humanos. Os participantes receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecimento.
4.6 Resultados
Nesta etapa será apresentada a caracterização dos participantes entrevistados por meio
de tabelas e gráficos e da análise qualitativa das entrevistas, articulando os resultados obtidos
com a pesquisa teórica e a revisão de literatura.
GRUPO B
Peso (kg) IMC
Altura Mínimo
Participantes Sexo Idade IMC Momento Momento PEP%
(m) Antes da atingido Pré-
Ideal da da
cirurgia pós- cirurgia
25kg/m2 entrevista entrevista
cirurgia
B1 M 30 1,81 81,90 142 104 87 43,34 31,75 63,23
B2 F 32 1,67 69,72 106 65 58 38,01 23,31 113,02
B3 F 49 1,57 61,62 99,70 55,70 53 40,45 22,60 115,55
B4 F 58 1,68 70,56 124 68 65 43,93 24,09 104,79
B5 F 41 1,67 69,72 99 67 67 35,50 24,02 109,30
Não
B6 M 52 1,70 72,25 106 84 36,68 29,07 65,19
lembra
B7 F 34 1,58 62,41 130 77 77 52,07 30,84 78,41
B8 F 49 1,71 73,10 113 74 72 38,64 25,31 97,75
B9 F 46 1,66 68,89 120 88 79 43,55 31,93 62,61
38
A média estatística das variáveis mostra que os grupos apresentaram características bem
aproximadas, tanto antes quanto depois do tratamento cirúrgico, indicando bons resultados para
a perda e manutenção de peso nos dois grupos.
O Gráfico 1, a seguir, possibilita melhor visualização dos dados.
39
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
%Mulheres % Homens Idade Peso (Kg) Período IMC IMC PEP%
(Anos) antes da pós (kg/m²) (Kg/m²) no
cirurgia operatório antes da momento
em meses cirurgia da
entrevista
Grupo A Grupo B
PEP% na
entrevista
PEP% > ou = 60% PEP% < ou = 20%
Psicoterapia
Com acompanhamento 11 0
Sem acompanhamento 9 0
40
5.2 Resultados
Quadro 9 – Distribuição do número de ideias centrais para a questão: Por que acha
que engordou no passado? – Grupo A
Ideias centrais N
B. Ansiedade e Compulsão 4
D. É genético, de família 3
E. Mudança de vida 3
F. Comer muito 1
G. Problemas de metabolismo 1
41
Quadro 10 – Distribuição do número de ideias centrais para a questão: Por que acha
que engordou no passado? – Grupo B
Ideias centrais N
A. Era emocional, descontava na comida 5
B. É genético, de família 3
C. Rotina, maus hábitos alimentares e sedentarismo 2
D. Comer muito 2
E. Problemas de metabolismo 2
F. Ansiedade e Compulsão 1
A segunda pergunta teve por objetivo investigar quais os motivos da decisão pela cirurgia
bariátrica.
Ideias centrais N
A. Saúde/medo de morrer 7
B. Dificuldade para emagrecer com dietas, remédios e exercícios 2
C. Autoestima, insatisfação com o corpo, estética 2
D. Motivado pelo sucesso de outra pessoa com a cirurgia 2
E. Qualidade de vida 2
F. Desejo de ser mãe 1
A. Saúde/medo de morrer
Por vários motivos, como ter uma vida mais saudável. Pelas comorbidades que havia
adquirido ao longo dos anos obesa. Pelos meus exames deu que eu estava ficando pré-
diabética. Por estar com gordura no fígado. Eu estava pré-diabética já e estava com
esteatose no grau 1. Tinha medo de morrer. Eu não queria morrer.
B. Dificuldade para emagrecer com dietas, remédios e exercícios
Não estava dando fazer um monte de regime, achei que aquilo era uma grande ajuda.
Eu tentei de tudo, endocrinologista, Vigilantes do Peso, dietas de sopa, todos os
recursos.
C. Auto estima, insatisfação com o corpo, estética
Porque eu não estava feliz com meu corpo. Para me sentir melhor. Autoestima.
44
Ideias centrais N
A. Saúde/ medo de morrer 6
B. Dificuldade para emagrecer com dietas, remédios e exercícios 2
C. Auto estima, insatisfação com o corpo, estética 2
A terceira pergunta teve por objetivo observar quais as dificuldades enfrentadas pelo
paciente bariátrico após a cirurgia.
Ideias centrais N
A. Síndrome de dumping/Passar mal com comida 6
B. Não poder comer/Comer menos 5
C. Comer devagar 4
D. Dieta líquida 3
E. Dificuldade para reter vitaminas/ Fraqueza 2
F. Perda de cabelo/Unhas fracas 2
Ideias centrais N
A. Síndrome de dumping/ Passar mal com comida 5
B. Não poder comer/ Comer menos 4
C. Dificuldade para reter vitaminas/ Fraqueza 1
D. Perda de cabelo/Unhas fracas 1
E. Nenhuma 1
47
Ideias centrais N
A. A readaptação alimentar é obrigatória 5
B. Tenho controle sobre quanto e o que comer 4
C. Faço mais atividade física 3
D. Mudou o paladar 2
E. Troquei de compulsão 1
F. Não, faço escolhas erradas 1
D. Mudou o paladar
Mudou os hábitos de gosto, preferências de comida, de coisas que eu não comia e hoje
eu como. Meu paladar mudou muito. Eu sinto muita necessidade de comer uma comida,
uma fruta, comer salada, não de substituir por lanche.
49
E. Troquei de compulsão
A bebida foi um deslocamento, ainda controlado. Eu não me tornei alcoólatra e eu já
vi gente que se tornou.
F. Não, faço escolhas erradas
Não, isso é um horror! Hoje comi um chocolate inteiro. A comida é um respirar para
mim.
Ideias centrais N
A. Troquei de compulsão 3
B. Tenho controle sobre quanto e o que comer 2
C. Faço mais atividade física 2
D. Não, faço escolhas erradas 2
E. A readaptação alimentar é obrigatória 1
F. Mudou o paladar 1
G. Perdi a vontade de comer 1
H. Recuperei os hábitos antigos 1
A. Troquei de compulsão
Eu fui o mais irresponsável com bebida alcoólica. Perdi o hábito de comer em excesso,
mas voltei a fumar. Hoje, estou bebendo mais do que bebia antes, bebida alcoólica.
B. Tenho controle sobre quanto e o que comer
Reduzi minha alimentação e como melhor. Hoje, tenho uma alimentação muito mais
saudável. A questão da minha alimentação, eu como regrado de 3 em 3 horas, eu não
como quantidades além do normal.
50
5.2.5 Pergunta 5: Você teve novo ganho de peso? Se sim, a que você atribui esse ganho?
Ideias Centrais N
A. Não, estou mantendo. 5
B. Sim, por luto, tristeza, problemas, ansiedade 3
C. Sim, mas já perdi 3
D. Sim, por mudanças profissionais, desemprego, mudança de rotina 2
E. Sim, por suplementos vitamínicos 1
F. Sim, pela gravidez 1
51
Ideias centrais N
A. Não, estou mantendo. 4
B. Sim, por hábitos ruins e bebida alcoólica 3
C. Sim, por mudanças profissionais, desemprego, mudança de rotina 2
52
Ideias centrais N
A. Não precisei de nova cirurgia 20
Ideias centrais N
A. Superou as expectativas 3
B. Foi o que esperava 3
C. Faria de novo 3
D. Válido, mas não é garantia 1
E. Não foi o que esperava 1
A. Superou as expectativas
Superou, porque alguns médicos me falaram que a maioria das pessoas voltava depois
ao peso, após três anos, e eu estou mantendo. Foi melhor do que eu esperava. Nunca
imaginei pesar 54 quilos.
B. Foi o que esperava
Sim, foi. Foi, foi o que eu esperava. Sim, perdi bem.
C. Faria de novo
Era o que eu esperava, faria de novo. Se tivesse que operar de novo, eu faria de novo,
mesmo com os deez mil problemas que eu tenho e que eu acho que são 90% por causa
da cirurgia.
D. Válido, mas não é garantia
A operação é superválida, mas ela não é a garantia de estar controlado.
E. Não foi o que esperava
Não foi o que eu esperava. Estou feliz, mas eu não falo de primeira para fazer, porque
eu acho que a pessoa tem de ter consciência da sua relação com o alimento.
54
Ideias centrais N
A. Superou as expectativas 4
B. Foi o que esperava 4
A. Superou as expectativas
Eu fiquei supersatisfeito, feliz. Fiquei um bom tempo nesse peso de 88 quilos. Sim, eu
não esperava...Ultrapassou minhas expectativas. Estou muito feliz com o novo corpo,
não me arrependo de forma alguma. Sim, pra mim foi um sucesso! Eu não esperava que
eu fosse ficar tão bonita.
B. Foi o que esperava
Ah! Foi. Sim, na época foi o que esperava. Graças a Deus foi. A saúde estabilizo. Agora
durmo bem e ando melhor. Eu recomendo.
Ideias centrais N
A. Sim 11
B. Não 6
C. Não, mas precisava 3
A. Sim
Sim, fiz. Nunca tinha feito. É importante. Fiz, fiz um pouquinho. Sim, acho essencial. A
clínica onde operei indica um grupo pós-operatório.
B. Não
Não, passei muito bem pelo processo, não precisei de ajuda psicológica. Foi
recomendado, mas não fiz. Não, só tive acompanhamento antes e por um pequeno
período e por exigência do convênio médico.
C. Não, mas precisava
Não, mas precisava. A cabeça não consegue acompanhar. Não, mas teria ajudado na
adaptação. Não fiz, mas acho que vou procurar.
A pergunta de número 9 teve por objetivo observar quanto tempo após realizar a
cirurgia o participante procurou o tratamento psicoterápico.
Ideias centrais N
A. Logo após 6
B. Depois de um ano 4
C. Depois de dois anos 1
A. Logo após
Eu fiz a cirurgia, eu já fui buscar um psicólogo. Comecei logo depois da cirurgia. O
médico deu a recomendação, ele queria que eu fizesse. Procurei depois de um tempo.
Dois meses após a cirurgia, já iniciei.
B. Depois de um ano
Algum tempo depois. Pouco mais de um ano depois. Um ano e meio mais ou menos.
Ideias centrais N
A. Não sabe 3
B. Comportamental 2
C. Junguiana 2
D. Psicanálise 1
E. Fenomenologia 1
F. Winicottiana 1
G. Grupo 1
Ideias centrais N
A. Uma vez por semana 9
B. Duas vezes por semana 1
C. Uma vez por mês 1
5.2.12 Pergunta 12: Quantas sessões ou por quanto tempo fez a psicoterapia?
A decima segunda pergunta objetivou observar por quanto tempo após a cirurgia os
participantes realizaram a psicoterapia.
Ideias centrais N
A. Ainda faço 5
B. Dois anos 2
C. Três anos 2
D. Fiz um tempo, parei, mas vou retomar 2
E. Não sei 1
A. Ainda faço
Ainda faço. Faço há algum tempo e continuo. Faço até hoje. Não tenho ido com
frequencia, mas ainda faço.
B. Dois anos
Fiz por dois anos. Dois anos.
C. Três anos
Faço há três anos. Há uns três anos e continuo.
D. Fiz um tempo, parei, mas vou retomar
Fiz até mês passado e pretendo retornar o mais breve possível. Parei, mas quero
retomar.
E. Não sei
Não sei precisar.
Ideias centrais N
A. Por ter compulsão alimentar 3
B. Por motivos não relacionados à cirurgia 3
C. Para assimilar as mudanças do corpo 3
D. Por recomendação médica 2
E. Entender os motivos de ter engordado 2
F. Isolamento, depressão e autorejeição 1
G. Minha cabeça é gorda 1
H. Desloquei a compulsão 1
levou mesmo foi o ganho de peso. Eu achava que eu estava sabendo lidar com o
problema da família. Quando eu cheguei lá, eu vi que não.
F. Isolamento, depressão e autorrejeição
Eu já tinha um processo inclusive de rejeição da gordura, de ter me isolado, de ter
entrado em depressão, não me aceitava. Não saía mais de casa.
G. Minha cabeça é gorda
Se eu pensar que meu dia está chato e tiver um chocolate, eu como. Eu não consigo
comer um pedaço. Se eu tiver um Toblerone, eu vou comer ele inteiro. Sim, a minha
cabeça é de gorda.
H. Desloquei a compulsão
Desloquei a compulsão por compras e bebida.
5.2.14 Pergunta 14: Qual foi a contribuição do acompanhamento psicológico, para você?
Ideias centrais N
A. Ter consciência; autopercepção; autoconhecimento 7
B. Assimilar as mudanças do corpo 6
C. Reconhecer a ansiedade 2
D. Apoio necessário; os problemas não somem 2
E. Falar sobre as emoções 2
61
A pergunta de número 15 teve por objetivo observar como os participantes sentem seus
corpos após o tratamento bariátrico.
Ideias centrais N
A. Me sinto bem, mas preciso de cirurgia plástica 7
B. Estou bem 3
C. A cirurgia serve para o corpo, mas a cabeça não muda 1
Ideias centrais N
A. Ainda não está legal, dá para melhorar / emagrecer. 5
B. Estou bem. 3
C. Preciso de cirurgia plástica 2
6 DISCUSSÃO
participantes relataram ter sido importante poder falar de suas emoções e reconhecer que os
problemas não somem com a cirurgia.
Os participantes do grupo A relataram perceber a relação entre questões emocionais e o
fato de terem engordado no passado. A influência das emoções na vontade de comer apareceu,
de uma forma ou de outra, em todas as respostas, inclusive naquelas que apontaram a genética
e o metabolismo como principais motivos do excesso de peso, como exemplificado nas
respostas abaixo transcritas:
O fator emocional também apareceu na maioria das respostas do grupo B como um dos
motivos do peso corporal elevado no passado, especialmente nas respostas apresentadas nas
categorias “Era emocional, descontava na comida”, “Comer muito” e “Ansiedade e
compulsão”. As categorias “Rotinas, maus hábitos alimentares e sedentarismo”, “É genético,
de família” e “Problemas de metabolismo” aparecem como as responsáveis pelo excesso de
peso dos participantes antes da cirurgia na menor parte das respostas. A categoria “Mudança de
vida” não surgiu no grupo B como motivo para ter engordado.
De acordo com os resultados encontrados não há diferença significativa entre as
respostas dos grupos A e B. Ambos os grupos relataram reconhecer o fator emocional como
principal motivo para terem engordado no passado.
A saúde e o medo de morrer aparecem como principais motivos para a procura do
tratamento bariátrico no grupo A, enquanto as demais categorias têm menor representação ou
são citadas como motivo secundário da decisão por esse tipo de tratamento, como no
testemunho abaixo:
A gente não come mais o que está acostumado a comer. A comida não desce
e, se você insistir, acaba vomitando. Minha cabeça tem que entender que eu
tenho que comer bem menos.
Em seguida, aparece o controle sobre o que e o quanto comer como hábito adquirido
após a operação. A percepção de ter tido o paladar alterado foi relatada por poucos participantes
do grupo A e, por último, aparecem o deslocamento de compulsão para compras e a
continuidade de hábitos alimentares ruins. De acordo com Abreu-Rodrigues e Seidl (2015), é
necessário que o paciente assuma o compromisso com a mudança de hábitos alimentares e de
estilo de vida, já que a cirurgia não encerra o tratamento contra a obesidade.
A troca de compulsão por bebida alcoólica e cigarro foi a resposta principal sobre a
mudança de hábitos após a cirurgia, dada pelo grupo B. As respostas que vieram em segundo
lugar ficaram divididas igualmente entre manter os hábitos e escolhas alimentares ruins, fazer
atividades físicas e ter controle sobre o que e quanto comer. Por último, apareceram as respostas
de mudança de paladar, perda da vontade de comer e recuperação de antigos hábitos. A maioria
dos participantes respondeu que não trocou os hábitos ou que recuperou hábitos antigos após a
cirurgia. Nesses casos, assim como naqueles que responderam ter trocado de compulsão, é
possível observar a presença de comportamentos perigosos para a manutenção do peso e para
a saúde do paciente. Odom et al. (2010) alertam para a possibilidade de recuperação de peso no
longo prazo, quando não há compromisso com mudanças dos antigos hábitos e estilo de vida,
e advertem sobre o uso de álcool e de outras substâncias. Jumbel, Hamlet e Meyrick (2017)
afirmam que o surgimento de novas adições após a cirurgia bariátrica representa a busca de
novas recompensas que substituam a comida. A recuperação de antigos hábitos foi citada por
Konttinen (2015). Em sua pesquisa, pacientes bariátricos que tiveram perda de peso
insatisfatória ou novo ganho de peso apresentaram maior vulnerabilidade a vários estímulos
alimentares internos e externos logo após a operação. Os mecanismos de controle fisiológicos,
que a cirurgia impõe ao paciente operado e que tiram ou reduzem a vontade de comer, tendem
a enfraquecer com o tempo, podendo o paciente retomar antigos hábitos e, portanto, recuperar
o peso.
Nos primeiros anos a gente segue à risca o que o médico fala, depois vai
relaxando, escolhe errado.
No grupo B, parte dos participantes afirmou que está mantendo o peso e não engordou,
e pouco mais da metade relata ter engordado ou por hábitos ruins e bebida alcoólica ou por
mudança de vida. A literatura concorda com as questões apresentadas pelos participantes desta
pesquisa como motivos para a recuperação de peso: Kahtalian (2010) aponta momentos de
mudança de vida como razão comum para engordar e, para Marcelino e Patrício (2008), passado
o período de 18 a 24 meses, manter o peso controlado depende de mudança de hábitos e de
estilo de vida.
Ambos os grupos consideram o tratamento bariátrico válido, apesar das possíveis
complicações pós-cirúrgicas e do fato de a cirurgia não ser garantia de que não voltarão a
engordar.
Dos onze entrevistados, dez afirmam que se sentem bem com o corpo, apesar de sete
acharem que precisam de cirurgia plástica para retirar o excesso de pele. Um participante
respondeu que a cirurgia serve para o corpo, mas a cabeça não muda, sugerindo que ainda está
em processo de adaptação com o novo corpo.
A metade do grupo B respondeu que não está bem com o corpo, que precisa emagrecer,
e a outra metade fica dividida entre estar e não estar bem, mas considera que precisa de cirurgia
plástica.
Jumbel, Hamlet e Meyrick (2017) afirmam que o efeito psicológico pós-bariátrica ainda
é pouco conhecido e consideram grandes os desafios no que diz respeito às mudanças
fisiológicas, físicas e psíquicas relacionadas a esse tipo de tratamento contra a obesidade.
69
Alegria e Larsen (2013) também apontam os desafios de criar nova identidade e autoimagem,
bem como manter ou aumentar a autoestima diante do corpo transformado e com excesso de
pele.
As respostas dos participantes deste estudo indicam que os fatores psíquicos e
emocionais permeiam o pré e o pós-cirúrgico do tratamento bariátrico, e que a psicoterapia
pode contribuir, apoiando e facilitando a ampliação da consciência sobre tais fatores.
70
7 CONCLUSÃO
Este estudo observou que os pacientes de cirurgia bariátrica enfrentam muitos desafios
no processo de emagrecimento, antes e depois da operação. Antes, pelos motivos que levaram
à obesidade, como questões genéticas, hábitos alimentares familiares ruins aprendidos na
infância, relação emocional com a comida, desenvolvimento de transtornos alimentares como
a compulsão, problemas de metabolismo e sedentarismo, entre outros. Depois, os obstáculos
se encontram na permanência dos motivos que levaram a engordar e na chegada de novos
desafios como a impossibilidade de acompanhar a rápida mudança corporal e não (re)conhecer
a imagem refletida no espelho; o excesso de pele que resulta da perda rápida de peso; a
necessidade de mudança de hábitos alimentares, desde a escolha do tipo de alimento até a forma
de mastigar para não passar mal e não sofrer com dumping; e, em alguns casos, o deslocamento
da compulsão ou a busca de recompensas para substituir a comida, com o desenvolvimento de
novas adições.
A cirurgia bariátrica apresenta risco de complicações e a adaptação é difícil, mas os
entrevistados consideraram válida a cirurgia e afirmaram que, se fosse preciso, novamente se
submeteriam ao procedimento. Neste sentido, para essas pessoas, parece ser melhor lidar com
as dificuldades pós-cirúrgicas do que lidar com a obesidade.
As entrevistas foram surpreendentes. A cada relato, enquanto o participante contava sua
experiência, parecia se tornar mais consciente de como foi difícil e, ao mesmo tempo,
satisfatório viver e superar cada etapa. Para aqueles que não superaram ou ainda estavam a meio
caminho dessa conquista, houve muita emoção no decorrer da entrevista e a manifestação do
desejo de passar por psicoterapia.
De acordo com os relatos colhidos, não houve diferenças significativas entre os grupos
estudados nos resultados de PEP, e poucas diferenças foram observadas nas entrevistas. Os
relatos dos participantes indicam que fatores psíquicos permeiam o pré e o pós-cirúrgico,
influenciaram o engordar no passado e podem trazer impactos para a manutenção do peso após
71
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Health Organization, 2004.
DATA:_____/_____/______
INICIAIS DO NOME:_____________________________________________________________
Idade: Sexo:
Prezado(a) Senhor(a),
Você está sendo convidado(a) a participar deste estudo, que tem como objetivo observar
o resultado do acompanhamento psicológico junto ao paciente operado em cirurgia bariátrica
na manutenção do peso. O segundo objetivo desta pesquisa é observar quais fatores influenciam
a perda, a manutenção ou o novo ganho do peso após a cirurgia bariátrica.
Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum
momento ou em qualquer fase do estudo, seu nome será divulgado. Quando for necessário
exemplificar determinada situação, sua privacidade será assegurada uma vez que seu nome será
substituído de forma aleatória.
Como sua participação é voluntária, a qualquer momento você pode recusar-se a
responder a qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa
não trará nenhum prejuízo em sua relação com a pesquisadora.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder às perguntas a serem realizadas
sob a forma de ficha de dados e entrevista, com risco ou desconforto mínimo. Desse modo,
você estará contribuindo para aumentar o conhecimento científico. Você não terá nenhum custo
ou quaisquer compensações financeiras.
A pesquisadora se compromete a reverter em benefícios aos colaboradores os resultados
da presente pesquisa. A pesquisadora se compromete, ainda, a prestar contas dos resultados de
suas pesquisas, sempre que necessário, e estará à sua disposição para quaisquer
esclarecimentos, por meio do telefone/Whatsapp (11) 994656657 ou pelo e-mail
[email protected].
Atenciosamente,
__________________________________________
Assinatura do Participante