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Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Enem 2004

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Leia com atenção os seguintes textos:


Os programas sensacionalistas do rádio e os programas policiais de final
da tarde em televisão saciam curiosidades perversas e até mórbidas tirando sua
matéria-prima do drama de cidadãos humildes que aparecem nas delegacias
como suspeitos de pequenos crimes. Ali, são entrevistados por intimidação. As
câmeras invadem barracos e cortiços, e gravam sem pedir licença a estupefação
de famílias de baixíssima renda que não sabem direito o que se passa: um
parente é suspeito de estupro, ou o vizinho acaba de ser preso por tráfico, ou o
primo morreu no massacre de fim de semana no bar da esquina. A polícia chega
atirando; a mídia chega filmando.
Eugênio Bucci. Sobre ética e imprensa. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Quem fiscaliza [a imprensa]? Trata-se de tema complexo porque remete para a


questão da responsabilidade não só das empresas de comunicação como
também dos jornalistas. Alguns países, como a Suécia e a Grã-Bretanha, vêm
há anos tentando resolver o problema da responsabilidade do jornalismo por
meio de mecanismos que incentivam a auto-regulação da mídia.
http://www.eticanatv.org.br Acesso em 30/05/2004.

No Brasil, entre outras organizações, existe o Observatório da Imprensa –


entidade civil, não-governamental e não partidária –, que pretende acompanhar
o desempenho da mídia brasileira. Em sua página eletrônica, lê-se:
Os meios de comunicação de massa são majoritariamente produzidos por
empresas privadas cujas decisões atendem legitimamente aos desígnios de
seus acionistas ou representantes. Mas o produto jornalístico é,
inquestionavelmente, um serviço público, com garantias e privilégios específicos
previstos na Constituição Federal, o que pressupõe contrapartidas em deveres
e responsabilidades sociais.
http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br (adaptado) Acesso em 30/05/04.
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Incisos do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988:


IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.
Com base nas ideias presentes nos textos acima, redija uma dissertação em
prosa sobre o seguinte tema:
Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de
comunicação?
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos
e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione
argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas
propostas.
Observações:
• Seu texto deve ser escrito na modalidade culta da língua portuguesa.
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração.
• O texto deverá ter no mínimo 15 (quinze) linhas escritas.
• A redação deverá ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha própria.
• O rascunho poderá ser feito na última folha deste Caderno.
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Enem 2011

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema VIVER EM
REDE NO SÉCULO XXI: OS LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO,
apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Liberdade sem fio


A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser
humano – assim como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas
começam a abrir seus sinais privados de wi-fi, organizações e governos se
mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e regiões onde ela ainda
não chega, com acesso livre e gratuito.
ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. No 240, jul. 2011 (fragmento).

A internet tem ouvidos e memória


Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos
Estados Unidos, a população já passou mais tempo conectada à internet do que
em frente à televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já
gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria
dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e
manter um perfil em rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do
século XXI estar em uma rede social. Não estar equivale a não ter uma
identidade ou um número de telefone no passado”, acredita Alessandro Barbosa
Lima, CEO da e-Life, empresa de monitoração e análise de mídias.
As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tornar alguém popular
e arruinar reputações. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber
ponderar o que se publica nela. Especialistas recomendam que não se deve
publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao
contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo
quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identificado.
Aqueles que, por impulso, se exaltam e comentem gafes podem pagar caro.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado).

INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30
linhas.
• A redação com até 7 (sete) linhas será considerada “insuficiente” e
receberá nota zero.
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-
argumentativo receberá nota zero.
• A redação que apresentar cópias de textos da Proposta de Redação ou
do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
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Enem 2012
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O
MOVIMENTO IMIGRATÓRIO PARA O BRASIL NO SÉCULO XXI,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram muito mais do que o
anseio de refazer suas vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da
indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes de mais de 70
nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a América” e acabaram
por contribuir expressivamente para a história do país e para a cultura brasileira.
Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques, costumes, comidas e
vestimentas.
A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão
relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre
deslocamentos mais recentes.
Disponível em: http://www.museudaimigracao.org.br. Acesso em: 19 jul. 2012
(adaptado).
Acre sofre com invasão de imigrantes do Haiti
Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500
haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre,
elevando para 1 400 a quantidade de imigrantes
daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo
o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do
Acre, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a
praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou
galões de água potável e alimentos, mas ainda não
providenciou abrigo.
A imigração ocorre porque o Haiti ainda não
se recuperou dos estragos causados pelo terremoto
de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de
haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de
2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas
eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e
conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar
e trabalhar no Brasil.
Segundo Corinto, ao contrário do que se imagina, não são haitianos
miseráveis que buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do
Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados,
pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.
Os brasileiros sempre criticaram a forma como os países europeus tratavam os
imigrantes. Agora, chegou a nossa vez — afirma Corinto.
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Disponível em: http://www.dpf.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Trilha da Costura

Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com


população de aproximadamente 9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos
de IDH ocupa a posição de 114o de acordo com os parâmetros estabelecidos
pela ONU. O país está no centro da América do Sul e é o mais pobre, sendo
70% da população considerada miserável. Os principais países para onde os
bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina, Brasil, Espanha e Estados
Unidos.
Assim sendo, este é o quadro social em que se encontra a maioria da
população da Bolívia, estes dados já demonstram que as motivações do fluxo de
imigração não são políticas, mas econômicas. Como a maioria da população tem
baixa qualificação, os trabalhos artesanais, culturais, de campo e de costura são
os de mais fácil acesso.
OLIVEIRA, R.T.
Disponível em: http://www.ipea.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30
linhas.
• A redação com até 7 (sete) linhas será considerada “insuficiente” e
receberá nota zero.
• A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-
argumentativo receberá nota zero.
• A redação que apresentar cópias de textos da Proposta de Redação ou
do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
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Enem 2013
PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos


conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”?
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a
utilização de bebidas alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito.
E metade das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso
do álcool por motoristas. Diante deste cenário preocupante, a Lei 11.705/2008
surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do álcool
associado à direção. Para estancar a tendência de crescimento de mortes no
trânsito, era necessária uma ação enérgica. E coube ao Governo Federal o
primeiro passo, desde a proposta da nova legislação à aquisição de milhares de
etilômetros.
Mas para que todos ganhem, é indispensável a participação de estados,
municípios e sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio
deve ser de todos.
Disponível em: www.dprf.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

Repulsão magnética a beber e dirigir


A lei da física que comprova que dois polos opostos se atraem em um
campo magnético é um dos conceitos mais populares desse ramo do
conhecimento. Tulipas de chope e bolachas de papelão não servem, em
condições normais, como objetos de experimento para confirmar essa proposta.
A ideia de uma agência de comunicação em Belo Horizonte foi bem simples.
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Ímãs foram inseridos em bolachas utilizadas para descansar os
copos, de forma imperceptível para o consumidor. Em cada lado, há uma opção
para o cliente: dirigir ou chamar um táxi depois de beber. Ao mesmo tempo,
tulipas de chope também receberam pequenos pedaços de metal mascarados
com uma pequena rodela de papel na base do copo. Durante um fim de semana,
todas as bebidas servidas passaram a pregar uma peça no cliente. Ao tentar
descansar seu copo com a opção dirigir virada para cima, os ímãs apresentavam
a mesma polaridade e, portanto, causando repulsão, fazendo com que o
descanso fugisse do copo; se estivesse virada mostrando o lado com o desenho
de um táxi, ela rapidamente grudava na base do copo. A ideia surgiu da
necessidade de passar a mensagem de uma forma leve e no exato momento do
consumo.
Disponível em: www.operacaoleisecarj.rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado).

INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a
redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
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Enem 2014
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema
Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentando proposta de
intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.

TEXTO I
A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera
abusiva a publicidade infantil, emitida pelo Conselho Nacional de Direitos da
Criança e do Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de guerra
envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na
continuidade das propagandas dirigidas a esse público.
Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como
abusiva toda propaganda dirigida à criança que tem “a intenção de persuadi-la
para o consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize aspectos como
desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas
infantis, oferta de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo
às crianças.
Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da
resolução. E associações de anunciantes, emissoras, revistas e de empresas de
licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e dizem não
reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre
publicidade e para impor a resolução tanto às famílias quanto ao mercado
publicitário. Além disso, defendem que a autorregulamentação pelo Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já seria uma forma de
controlar e evitar abusos.
DOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser proibida?
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 maio 2014 (adaptado).
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TEXTO III
Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do
mundo exterior, para compreender o que está por trás da divulgação de
produtos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro, aquele capaz de saber
o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente
de suas responsabilidades consigo mesma e com o mundo.
SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R.
A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do marketing infantil. São Paulo:
Summus, 2012 (adaptado).

INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a
redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema
proposto.
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Enem 2015
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Nos 30 anos decorridos entre 1980 e 2010 foram assassinadas no país acima
de 92 mil mulheres, 43,7 mil só na última década. O número de mortes nesse
período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%, mais
que triplicando o quantitativo de mulheres vítimas de assassinato no país.
WALSELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2012. Atualização: Homicídio de mulheres no Brasil. Disponível em:
www.mapadaviolencia.org.br. Acesso em: 8 jun. 2015.
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INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a
redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
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Enem 2016
TEXTO I
Em consonância com a Constituição da República Federativa do Brasil e com
toda a legislação que assegura a
liberdade de crença religiosa às pessoas, além de proteção e respeito às
manifestações religiosas, a laicidade do
Estado deve ser buscada, afastando a possibilidade de interferência de
correntes religiosas em matérias sociais,
políticas, culturais etc.
Disponível em: www.mprj.mp.br. Acesso em: 21 maio 2016 (fragmento).

TEXTO II
O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade
de expressão, mas atitudes
agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou
de não ter religião são crimes
inafiançáveis e imprescritíveis.
STECK, J. Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a dignidade. Jornal do Senado. Acesso em: 21 maio 2016
(fragmento).

TEXTO III
CAPÍTULO I
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou
função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
BRASIL. Código Penal. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 21 maio 2016 (fragmento).
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PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal
da língua portuguesa sobre o tema
“Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”, apresentando
propostas de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa
de seu ponto de vista.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO:


• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a
redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema
proposto.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Enem 2017
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art.27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência,
assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado
ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento
possível
de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais,
segundo suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar
e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência,
colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.
Art.28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar,
incentivar, acompanhar e avaliar [...]
IV – Oferta de educação bilingue, em libras como primeira língua e na
modalidade escrita da primeira língua portuguesa como segunda língua, em
escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...]
XII – Oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos
de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos
estudantes, promovendo sua autonomia e participação.
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TEXTO IV
No Brasil, os surdos só começaram a ater acesso à educação durante
o Império, no governo de Dom Pedro II, que criou a primeira escola de educação
de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital do País, o Rio
de Janeiro. Hoje, no lugar da escola funciona o Instituto Nacional de Educação
de Surdos (Ines). Por isso a data foi escolhida como Dia do Surdo.
Contudo, foi somente em 2002, por meio da sanção da Lei nº 10.436,
que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como segunda língua
oficial do País. A legislação determinou também que devem ser garantidas, por
parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços
públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso de difusão da Libras como
meio de comunicação objetiva.

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal
da língua portuguesa sobre o
tema “Desafio para a formação educacional de surdos no Brasil”, apresentando
propostas de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO:


• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a
redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema
proposto.
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Enem 2018
TEXTO I

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários de um serviço de música digital


recebem uma lista personalizada de músicas que lhes permite descobrir
novidades. Assim como os sistemas de outros aplicativos e redes sociais, este
cérebro artificial consegue traçar um retrato automatizado do gosto de seus
assinantes e constrói uma máquina de sugestões que não costuma falhar. O
sistema se baseia em um algoritmo cuja evolução e usos aplicados ao consumo
cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de vídeo começam a
desenhar suas séries de sucesso, rastreando banco de dados gerado por todos
os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algoritmo constrói
assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor,
que pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis. Dessa forma, a
filtragem de informação feita pelas redes sociais ou pelos sistemas de busca
pode moldar nossa maneira de pensar. E esse é problema principal: a ilusão de
liberdade de escolha que muitas vezes é gerada pelos algoritmos.
VERDÚ, Daniel. O gosto na era do algoritmo. Disponível em: https: //brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2018
(adaptado)

TEXTO II

Nos sistemas dos gigantes da internet, a filtragem de dados é transferida para


um exército de moderadores em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul
da Ásia, que têm um papel importante no controle daquilo que deve ser eliminado
da rede social, a partir de sinalizações dos usuários. Mas a informação é então
processada por um algoritmo, que tem a decisão final. Os algoritmos são literais.
Em poucas palavras, são uma opinião embrulhada em código. E estamos
caminhando para um estágio em que é a máquina que decide qual notícia deve
ou não ser lida.
PEPE ESCOBAR. A silenciosa ditadura do algoritmo. Disponível em: http://outraspalavras.net. Acesso em: 5 jun.
2017 (adaptado).
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TEXTO IV

Mudanças sutis nas informações às quais somos expostos podem transformar


nosso comportamento. As redes têm selecionado as notícias sob títulos
chamativos como “trending topics” ou critérios como “relevância”. Mas nós
praticamente não sabemos como isso tudo é filtrado. Quanto mais informações
relevantes tivermos nas pontas dos dedos, melhor equipados estamos para
tomar decisões. No entanto, surgem algumas tensões fundamentais: entre a
conveniência e a deliberação; entre o que o usuário deseja e o que é melhor
para ele; entre a transparência e o lado comercial. Quanto mais os sistemas
souberem sobre você em comparação ao que você sabe sobre eles, há mais
riscos de suas escolhas se tornarem apenas uma série de reações a “cutucadas”
invisíveis. O que está em jogo não é tanto a questão “homem versus máquina”,
mas sim a disputa “decisão informada versus obediência influenciada”.
CHATFIELD, Tom. Como a internet influencia secretamente nossas escolhas. Disponível
em: www.bbc.com Acesso em: 3 jun. 2017 (adaptado).
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo –
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO:


• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a
redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema
proposto.
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Unicamp 2010

APRESENTAÇÃO DA COLETÂNEA
Em toda sociedade convivem gerações diversas, que se relacionam de formas
distintas, exigindo de todos o exercício contínuo de lidar com a diferença .
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
2)Para o sociólogo húngaro Karl Mannheim, a geração
consiste em um grupo de pessoas nascidas na mesma época, que viveram os
mesmos acontecimentos sociais durante a sua formação e crescimento e que
partilham a mesma experiência histórica, sendo esta significativa para todo o
grupo. Estes fatores dão origem a uma consciência comum, que permanece ao
longo do respectivo curso de vida. A interação de uma geração mais nova com
as precedentes origina tensões potencializadoras de mudança social. O conceito
que aqui está patente 2 atribui à geração uma forte identidade histórica, visível
quando nos referimos, por exemplo, à “geração do pós-guerra”. O conceito de
“geração” impõe a consideração da complexidade dos fatores de estratificação
social e da convergência sincrônica de todos eles; a geração não dilui os efeitos
de classe, de gênero ou de raça na caracterização das posições sociais, mas
conjuga-se com eles, numa relação que não é meramente aditiva nem
complementar, antes se exerce na sua especificidade, ativando ou desativando
parcialmente esses efeitos.

(Adaptado de Manuel Jacinto Sarmento, Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância.
Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005. Disponível em
http://www.cedes.unicamp.br)

3) A partir do advento do computador, as empresas se reorganizaram


rapidamente nos moldes exigidos por essa nova ferramenta de gestão. As
organizações procuraram avidamente os “quadros técnicos” e os encontraram
na quantidade demandada. Os primeiros quadros “bem formados” tiveram em
geral carreiras fulminantes. Suas trajetórias pessoais foram tomadas como
referência pelos executivos mais jovens. Aqueles “grandes executivos” foram
considerados portadores de uma “visão de conjunto” dos problemas
empresariais, que os colocava no campo superior da “administração
estratégica”, enquanto o principal atributo da nova geração passa a ser a
contemporaneidade tecnológica. Os constrangimentos advindos do choque
geracional encarregaram-se de fazer esses “jovens” encarnarem essa
característica, dando a esse trunfo a maior rentabilidade possível. Assim,
exacerbaram-se as diferenças entre os recém-chegados e os antigos ocupantes
dos cargos. No plano simbólico, toda a ética construída nas carreiras autodidatas
é posta em xeque no conflito que opõe a técnica dos novos executivos contra a
lealdade dos antigos funcionários que, no mais das vezes, perdem até a
capacidade de expressar o seu descontentamento, tamanha é a violência
simbólica posta em marcha no processo, que não se trava simplesmente em
cada ambiente organizacional isolado, mas se generaliza.

(Adaptado de Roberto Grün, Conflitos de geração e competição no mundo do trabalho. Cadernos Pagu. Campinas,
vol. 13, p. 63-107, 1999.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
4)Ao longo da década de 1990, a renda das famílias
brasileiras com filhos pequenos deteriorou-se com relação à das famílias de
idosos. Ao mesmo tempo, há crescentes evidências de que os idosos
aumentaram sua responsabilidade pela provisão econômica de seus filhos
adultos e netos.

(Ana Maria Goldani, Relações intergeracionais e reconstrução do estado de bem-estar. Por que se deve repensar essa
relação para o Brasil, pp. 211. Disponível em
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/PopPobreza/GoldaniAnaMariaCapitulo7.pdf).

5) As relações intergeracionais permitem a transformação e a reconstrução


da tradição no espaço dos grupos sociais. A transmissão dos saberes não é
linear; ambas as gerações possuem sabedorias que podem ser desconhecidas
para a outra geração, e a troca de saberes possibilita vivenciar diversos modos
de pensar, de agir e de sentir, e assim, renovar as opiniões e visões acerca do
mundo e das pessoas. As gerações se renovam e se transformam
reciprocamente, em um movimento constante de construção e desconstrução.

(Adaptado de Maria Clotilde B. N. M. de Carvalho, Diálogo intergeracional entre idosos e crianças. Rio de Janeiro.
PUC-RJ, 2007, p 52.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

PROPOSTA A
Leia a coletânea e elabore sua dissertação a partir do seguinte recorte temático:
A relação entre gerações é frequentemente caracterizada pelo conflito.
Entretanto, há outras formas de relacionamento que podem ganhar novos
contornos em decorrência de mudanças sociais, tecnológicas, políticas e
culturais.

Instruções:
1. Discuta formas pelas quais se estabelecem as relações entre as gerações.
2. Argumente no sentido de mostrar que essas diferentes formas coexistem.
3. Trabalhe seus argumentos de modo a sustentar seu ponto de vista.

PROPOSTA B
Leia a coletânea e elabore sua narrativa a partir do seguinte recorte temático:
O convívio entre gerações tem lugar privilegiado no ambiente familiar.

Instruções:
1. Imagine uma personagem jovem que vai estudar em outra cidade e passa a
morar com os avós.
2. Narre o(s) conflito(s) da personagem, dividida entre os sentimentos em relação
aos avós e as dificuldades de convívio com essa outra geração.
3. Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira pessoa.

PROPOSTA C
Leia a coletânea e elabore sua carta a partir do seguinte recorte temático:
As diferenças entre gerações são percebidas também no plano institucional
como, por exemplo, no ambiente de trabalho.

Instruções:
1. Coloque-se na posição de um gerente, recém-contratado por uma empresa
tradicional no mercado, que precisa convencer os acionistas da necessidade de
modernizá-la.
2. Explicite as mudanças necessárias e suas implicações.
3. Dirija-se aos acionistas por meio de uma carta em que defenda seu ponto de
vista.

Obs.: Ao assinar a carta, use apenas suas iniciais, de modo a não se identificar.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Unicamp 2011
Texto 01

Imagine-se como um jovem que, navegando pelo site da MTV, se depara com
o gráfico “Os valores de uma
geração” da pesquisa Dossiê MTV Universo Jovem, e resolve comentar os
dados apresentados, por meio do “fale
conosco” da emissora. Nesse comentário, você, necessariamente, deverá:
a) comparar os três anos pesquisados, indicando dois (2) valores
relativamente estáveis e duas (2)
mudanças significativas de valores;
b) manifestar-se no sentido de reconhecer-se ou não no perfil revelado pela
pesquisa.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Texto 02

Coloque-se no lugar de um líder de grêmio estudantil que tem recebido


reclamações dos colegas sobre o
ensino de ciências em sua escola e que, depois de ler a entrevista com Tatiana
Nahas na revista de divulgação
científica Ciência Hoje, decide convidá-la a dar uma palestra para os alunos e
professores da escola. Escreva um
discurso de apresentação do evento, adequado à modalidade oral formal. Você,
necessariamente, deverá:
a) apresentar um diagnóstico com três (3) problemas do ensino de ciências em
sua escola; e
b) justificar a presença da convidada, mostrando em que medida as ideias por
ela expressas na entrevista
podem oferecer subsídios para a superação dos problemas diagnosticados.

Escola na mídia
Tatiana Nahas. Bióloga e professora de ensino médio, tuiteira e blogueira. Aos
34 anos, ela cuida da página Ciência na mídia, que, nas suas palavras, "propõe
um olhar analítico sobre como a ciência e o cientista são representados na
mídia".
Ciência Hoje: É perceptível que seu blogue dá destaque, cada vez mais, à
educação e ao ensino de ciências.
Tatiana Nahas: Na verdade, é uma retomada dessa direção. Eu já tinha um
histórico de trabalho em projetos educacionais diversos. Mas, mais que isso
tudo, acho que antes ainda vem o fato de que não dissocio sobremaneira
pesquisa de ensino. E nem de divulgação científica.

CH: Como você leva a sua experiência na rede e com novas tecnologias
para os seus alunos?
TH: Eu não faço nenhuma separação que fique nítida entre o que está
relacionado a novas tecnologias e o que não está. Simplesmente ora estamos
usando um livro, ora os alunos estão criando objetos de aprendizagem
relacionados a determinado conteúdo, como jogos. Um exemplo do que quero
dizer: outro dia estávamos em uma aula de microscopia no laboratório de
biologia. Os alunos viram o microscópio, aprenderam a manipulá-lo, conheceram
um pouco sobre a história dos estudos citológicos caminhando em paralelo com
a história do desenvolvimento dos equipamentos ópticos, etc. Em dado ponto da
aula, tinham que resolver o problema de como estimar o tamanho das células
que observavam. Contas feitas, discussão encaminhada, passamos para a
projeção de uma ferramenta desenvolvida para a internet por um grupo da
Universidade de Utah. Foi um complemento perfeito para a aula. Os alunos não
só adoraram, como tiveram a possibilidade de visualizar diferentes células,
objetos, estruturas e átomos de forma comparativa, interativa, divertida e
extremamente clara. Por melhor que fosse a aula, não teria conseguido o
alcance que essa ferramenta propiciou. Veja, não estou competindo com esses
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
recursos e nem usando-os como muleta. Esses recursos são
exatamente o que o nome diz: recursos. Têm que fazer parte da educação
porque fazem parte do mundo, simples assim. Ah, mas e o monte de bobagens
que encontramos na internet? Bom, mas há um monte de bobagens também nos
jornais, nos livros e em outros meios “mais consolidados”. Há um monte de
bobagens mesmo nos livros didáticos. A questão está no que deve ser o foco da
educação: o conteúdo puro e simples ou as habilidades de relacionar, de
interpretar, de extrapolar, de criar, etc.?

CH: Você acha que é necessário mudar muita coisa no ensino de ciências,
especificamente?
TN: Eu diria que há duas principais falhas no nosso ensino de ciências. Uma
reside no quase completo esquecimento da história da ciência na sala de aula,
o que faz com que os alunos desenvolvam a noção de que ideias e teorias
surgem repentinamente e prontas na mente dos cientistas. Outra falha que vejo
está no fato de que pouco se exercita o método científico ao ensinar ciências.
Não dá para esperar que o aluno entenda o modus operandi da ciência sem
mostrar o método científico e o processo de pesquisa, incluindo os percalços
inerentes a uma investigação científica. Sem mostrar a construção coletiva da
ciência. Sem mostrar que a controvérsia faz parte do processo de construção do
conhecimento científico e que há muito desenvolvimento na ciência a partir
dessas controvérsias. Caso contrário, teremos alunos que farão coro com a
média da população que se queixa, ao ouvir notícias de jornal, que os cientistas
não se resolvem e uma hora dizem que manteiga faz bem e outra hora dizem
que manteiga faz mal. Ou seja, já temos alguns meios de divulgação que não
compreendem o funcionamento da ciência e a divulgam de maneira equivocada.
Vamos também formar leitores acríticos?
(Adaptado de Thiago Camelo, Ciência Hoje On-line. Disponível em http.cienciahoje.com.br. Acesso em: 04/03/2010.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Texto 03

Coloque-se na posição de um articulista que, ao fazer uma pesquisa sobre as


recentes catástrofes ocorridas
em função das chuvas que afetaram o Brasil a partir do final de 2009,
encontra a crônica de Drummond,
publicada em 1966, e decide dialogar com ela em um artigo jornalístico
opinativo para uma série especial
sobre cidades, publicada em revista de grande circulação. Nesse artigo você,
necessariamente, deverá:
a) relacionar três (3) problemas enfrentados recentemente pelas cidades
brasileiras em função das chuvas
com aqueles trabalhados na crônica;
b) mostrar em que medida concorda com a visão do cronista sobre a questão.

Os dias escuros
Carlos Drummond de Andrade

Amanheceu um dia sem luz – mais um – e há um grande silêncio na rua. Chego


à janela e não vejo as figuras habituais dos primeiros trabalhadores. A cidade,
ensopada de chuva, parece que desistiu de viver. Só a chuva mantém constante
seu movimento entre monótono e nervoso. É hora de escrever, e não sinto a
menor vontade de fazê-lo. Não que falte assunto. O assunto aí está, molhando,
ensopando os morros, as casas, as pistas, as pessoas, a alma de todos nós.
Barracos que se desmancham como armações de baralho e, por baixo de seus
restos, mortos, mortos, mortos. Sobreviventes mariscando na lama, à pesquisa
de mortos e de pobres objetos amassados. Depósito de gente no chão das
escolas, e toda essa gente precisando de colchão, roupa de corpo, comida,
medicamento. O calhau solto que fez parar a adutora. Ruas que deixam de ser
ruas, porque não dão mais passagem. Carros submersos, aviões e ônibus
interestaduais paralisados, corrida a mercearias e supermercados como em dia
de revolução. O desabamento que acaba de acontecer e os desabamentos
programados para daqui a poucos instantes.
Este, o Rio que tenho diante dos olhos, e, se não saio à rua, nem por isso a
imagem é menos ostensiva, pois a televisão traz para dentro de casa a variada
pungência de seus horrores. Sim, é admirável o esforço de todo mundo para
enfrentar a calamidade e socorrer as vítimas, esforço que chega a ser
perturbador pelo excesso de devotamento desprovido de técnica. Mas se não
fosse essa mobilização espontânea do povo, determinada pelo sentimento
humano, à revelia do governo incitando-o à ação, que seria desta cidade, tão
rica de galas e bens supérfluos, e tão miserável em sua infraestrutura de
submoradia, de subalimentação e de condições primitivas de trabalho?
Mobilização que de certo modo supre o eterno despreparo, a clássica
desarrumação das agências oficiais, fazendo surgir de improviso, entre a dor, o
espanto e a surpresa, uma corrente de afeto solidário, participante, que procura
abarcar todos os flagelados.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Chuva e remorso juntam-se nestas horas de pesadelo, a chuva
matando e destruindo por um lado, e, por outro, denunciando velhos erros sociais
e omissões urbanísticas; e remorso, por que escondê-lo? Pois deve existir um
sentimento geral de culpa diante de cidade tão desprotegida de armadura
assistencial, tão vazia de meios de defesa da existência humana, que temos o
dever de implantar e entretanto não implantamos, enquanto a chuva cai e o
bueiro entope e o rio enche e o barraco desaba e a morte se instala, abatendo-
se de preferência sobre a mão de obra que dorme nos morros sob a ameaça
contínua da natureza; a mão de obra de hoje, esses trabalhadores entregues a
si mesmos, e suas crianças que nem tiveram tempo de crescer para
cumprimento de um destino anônimo. No dia escuro, de más notícias
esvoaçando, com a esperança de milhões de seres posta num raio de sol que
teima em não romper, não há alegria para a crônica, nem lhe resta outro sentido
senão o triste registro da fragilidade imensa da rica, poderosa e martirizada
cidade do Rio de Janeiro.
Correio da Manhã, 14/01/1966.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Unicamp 2012
Texto 01

Imagine que, ao navegar em uma página da internet especializada em orientação


vocacional, você encontra um fórum criado por concluintes do Ensino Médio
para discutir o que leva uma pessoa a investir na profissão de cientista. Um
dos participantes do fórum, que se autonomeia Estudante Paulista, postou o
gráfico reproduzido abaixo e escreveu o seguinte comentário:

Você decide, então, participar da discussão, postando um comentário sobre a


mesma pesquisa, em resposta à pessoa
que assina como Estudante Paulista. No comentário, você deverá:
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
• fazer uma análise do gráfico, sugerindo o que pode ser
concluído a partir dos resultados da pesquisa;
• posicionar-se frente à opinião do Estudante Paulista, levando em conta a
análise que você fez do gráfico.

Texto 02

Coloque-se no lugar dos estudantes de uma escola que passou a monitorar as


páginas de seus alunos em redes sociais da internet (como o Orkut, o Facebook
e o Twitter), após um evento similar aos relatados na matéria reproduzida abaixo.
Em função da polêmica provocada pelo monitoramento, você resolve escrever
um manifesto e recebe o apoio de vários colegas. Juntos, decidem lê-lo na
próxima reunião de pais e professores com a direção da escola. Nesse
manifesto, a ser redigido na modalidade oral formal, você deverá
necessariamente:
• explicitar o evento que motivou a direção da escola a fazer o monitoramento;
• declarar e sustentar o que você e seus colegas defendem, convocando pais,
professores e alunos a agirem conformidade com o proposto no documento.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Texto 03

Imagine-se na posição de um leigo em informática que, ao ler a matéria Cabeça


nas nuvens, reproduzida abaixo, decide buscar informações sobre o que
chamam de computação em nuvem. Após conversar com usuários de
computador e ler vários textos sobre o assunto (alguns dos quais reproduzidos
abaixo em I, II e III), você conclui que o conceito é pouco conhecido e resolve
elaborar um verbete para explicá-lo. Nesse verbete, que será publicado em uma
enciclopédia on-line destinada a pessoas que não são especializadas em
informática, você deverá:
• definir computação em nuvem, fornecendo dois exemplos para mostrar que ela
já está presente em atividades realizadas cotidianamente pela maioria dos
usuários de computador;
• apresentar uma vantagem e uma desvantagem que a aplicação da computação
em nuvem poderá ter em um futuro próximo.

Cabeça nas nuvens

Quando foi convidado para participar da feira de educação da Microsoft,


Diogo Machado já sabia que projeto desenvolver. O estagiário de informática da
Escola Estadual Professor Francisco Coelho Ávila Júnior, em Cachoeiro de
Itapemirim (ES), estava cansado de ouvir reclamações de alunos que perdiam
arquivos no computador. Decidiu criar um sistema para salvar trabalhos na
própria internet, como ele já fazia com seus códigos de programação. Dessa
forma, se o computador desse pau, o conteúdo ficaria seguro e poderia ser
acessado de qualquer máquina. A ideia do recém-formado técnico em
informática se baseava em clouding computing (ou computação em nuvem),
tecnologia que é a aposta de gigantes como Apple e Google para o
armazenamento de dados no futuro.
Em três meses, Diogo desenvolveu o Escola na nuvem
(escolananuvem.com.br), um portal em que estudantes e professores se
cadastram e podem armazenar e trocar conteúdos, como o trabalho de
matemática ou os tópicos da aula anterior. As informações ficam em um disco
virtual, sempre disponíveis para consulta via web.
(Extraído de Galileu, nº. 241, ago. 2011, São Paulo: Editora Globo, p. 79.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Unicamp 2013

Texto 01

Imagine-se como um estudante de ensino médio de uma escola que


organizará um painel sobre
características psicológicas e suas implicações no plano individual e na vida em
sociedade. Nesse painel,
destinado à comunidade escolar, cada texto reproduzido será antecedido por
um resumo. Você ficou
responsável por elaborar o resumo que apresentará a matéria transcrita abaixo,
extraída de uma revista de
divulgação científica. Nesse resumo você deverá:
apresentar o ponto de vista expresso no texto, a respeito da importância do
pessimismo em
oposição ao otimismo, relacionando esse ponto de vista aos argumentos centrais
que o sustentam.

Atenção: uma vez que a matéria será reproduzida integralmente, seu texto deve
ser construído sem copiar
enunciados da matéria.

PESSIMISMO
Para começar, precisamos de pessimistas por perto. Como diz o
psicólogo americano Martin Seligman: “Os visionários, os planejadores, os
desenvolvedores, todos eles precisam sonhar com coisas que ainda não
existem, explorar fronteiras. Mas, se todas as pessoas forem otimistas, será um
desastre”, afirma. Qualquer empresa precisa de figuras que joguem a dura
realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-presidentes financeiros,
engenheiros de segurança...
Esse realismo é coisa pequena se comparado com o pessimismo do
filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860). Para ele, o otimismo é a
causa de todo o sofrimento existencial. Somos movidos pela vontade – um
sentimento que nos leva a agir, assumir riscos e conquistar objetivos. Mas essa
vontade é apenas uma parte de um ciclo inescapável de desilusões: dela vamos
ao sucesso, então à frustração – e a uma nova vontade.
Mas qual é o remédio, então? Se livrar das vontades e passar o resto
da vida na cama sem produzir mais nada? Claro que não. A filosofia do alemão
não foi produzida para ser levada ao pé da letra. Mas essa visão seca joga luz
no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de otimismo –
propagandeado nas últimas décadas por toneladas de livros de autoajuda. O
segredo por trás do otimismo exacerbado, do pensamento positivo desvairado,
não tem nada de glorioso: ele é uma fonte de ansiedade. É o que concluíram os
psicólogos John Lee e Joane Wood, da Universidade de Waterloo, no Canadá.
Um estudo deles mostrou que pacientes com autoestima baixa tendem a piorar
ainda mais quando são obrigados a pensar positivamente.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Na prática: é como se, ao repetir para si mesmo que
você vai conseguir uma promoção no trabalho, por exemplo, isso só servisse
para lembrar o quanto você está distante disso. A conclusão dos pesquisadores
é que o melhor caminho é entender as razões do seu pessimismo e aí sim tomar
providências. E que o pior é enterrar os pensamentos negativos sob uma
camada de otimismo artificial. O filósofo britânico Roger Scruton vai além disso.
Para ele, há algo pior do que o otimismo puro e simples: o “otimismo
inescrupuloso”. Aquelas utopias* que levam populações inteiras a aceitar
falácias** e resistir à razão. O maior exemplo disso foi a ascensão do nazismo –
um regime terrível, mas essencialmente otimista, tanto que deu origem à
Segunda Guerra com a certeza inabalável da vitória. E qual a resposta de
Scruton para esse otimismo inescrupuloso? O pessimismo, que, segundo ele,
cria leis preparadas para os piores cenários. O melhor jeito de evitar o pior, enfim,
é antever o pior.
(Extraído de M. Horta, “O lado bom das coisas ruins”, em Superinteressante, São Paulo, no 302, março 2012.
http://super.abril.com.br/cotidiano/lado-bom-coisas-ruins-68705.shtml. Acessado em 2/09/2012.)

* Utopia: projeto de natureza irrealizável; ideia generosa, porém impraticável;


quimera; fantasia.
** Falácia: qualquer enunciado ou raciocínio falso que, entretanto, simula a
veracidade; raciocínio verossímil, porém falso; engano; trapaça.

Texto 02

Imagine que, ao ler a matéria “Cães vão tomar uma ‘gelada’ com cerveja pet”,
você se sente incomodado
por não haver nela nenhuma alusão aos possíveis efeitos que esse tipo de
produto pode ter sobre o consumo de
álcool, especialmente por adolescentes. Como leitor assíduo, você vem
acompanhando o debate sobre o álcool
na adolescência e decide escrever uma carta para a seção Leitor do jornal,
criticando a matéria por não mencionar
o problema do aumento do consumo de álcool. Nessa carta, dirigida aos
redatores do jornal, você deverá:
fazer menção à matéria publicada, de modo que mesmo quem não a tenha lido
entenda a
importância da crítica que você faz;
fundamentar a sua crítica com dados apresentados na matéria “Vergonha
Nacional”,
reproduzidos adiante.
Atenção: ao assinar a carta, use apenas as iniciais do remetente.

Cães vão tomar uma “gelada” com cerveja pet


Produto feito especialmente para cachorros chega ao mercado nacional em
agosto
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Vergonha Nacional
As décadas de descumprimento da lei (...) contribuíram para que os adultos se
habituassem a ver o consumo de bebidas entre adolescentes como “mal menor”,
comparado aos perigos do mundo. (...) Um estudo publicado pela revista Drugs
and Alcohol Dependence ouviu 15.000 jovens nas 27 capitais brasileiras. O
cenário que emerge do estudo é alarmante. Ao longo de um ano, um em cada
três jovens brasileiros de 14 a 17 anos se embebedou ao menos uma vez. Em
54% dos casos mais recentes, isso ocorreu na sua casa ou na de amigos ou
parentes. Os números confirmam também a leniência com que os adultos
encaram a transgressão. Em 17% dos episódios, os menores estavam
acompanhados dos próprios pais ou de tios.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Unicamp 2014
Texto 01

Você e um grupo de colegas ganharam um concurso que vai financiar a


realização de uma oficina cultural na sua escola.
Após o desenvolvimento do projeto, você, como membro do grupo, ficou
responsável por escrever um relatório sobre as atividades realizadas na oficina,
informando o que foi feito. O relatório será avaliado por uma comissão
composta por professores da escola. A aprovação do relatório permitirá que
você e seu grupo voltem a concorrer ao prêmio no ano seguinte. O relatório
deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e
justificativa), o relato das atividades desenvolvidas e comentário(s) sobre os
impactos das atividades na comunidade.

Na abertura do concurso, os grupos concorrentes receberam o seguinte texto de


orientação geral:

Texto 02

Em virtude dos problemas de trânsito, uma associação de moradores de uma


grande cidade se mobilizou, buscou informações em textos e documentos
variados e optou por elaborar uma carta aberta. Você, como membro da
associação, ficou responsável por redigir a carta a ser divulgada nas redes
sociais. Essa carta tem o objetivo de reivindicar, junto às autoridades
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
municipais, ações consistentes para a melhoria da
mobilidade urbana na sua cidade. Para estruturar a sua argumentação, utilize
também informações apresentadas nos trechos abaixo, que foram lidos pelos
membros da associação.
Atenção: assine a carta usando apenas as iniciais do remetente.

I
“A boa cidade, do ponto de vista da mobilidade, é a que possui mais opções”,
explica o planejador urbano Jeff Risom, do escritório dinamarquês Gehl
Architects. E Londres está entre os melhores exemplos práticos dessa ideia
aplicada às grandes metrópoles. A capital inglesa adotou o pedágio urbano em
2003, diminuindo o número de automóveis em circulação e gerando uma receita
anual que passou a ser reaplicada em melhorias no seu já consolidado sistema
de transporte público. Com menos carros e com a redução da velocidade
máxima permitida, as ruas tornaram-se mais seguras para que fossem adotadas
políticas que priorizassem a bicicleta como meio de transporte. Em 2010,
Londres importou o modelo criado em 2005 em Lyon, na França, de bikes
públicas de aluguel. Em paralelo, começou a construir uma rede de ciclovias e
determinou que as faixas de ônibus fossem compartilhadas com ciclistas, com
um programa de educação massiva dos motoristas de coletivos. Percorrer as
ruas usando o meio de transporte mais conveniente – e não sempre o mesmo –
ajuda a resolver o problema do trânsito e ainda contribui com a saúde e a
qualidade de vida das pessoas.
(Natália Garcia, 8 iniciativas urbanas inspiradoras, em Red Report, fev. 2013, p. 63. Disponível em

http://cidadesparapessoas.com/2013/06/29/pedalando-por-cidades-inspiradorass/. Acessado em 06/09/2013.)

II
Mas, afinal, qual é o custo da morosidade dos deslocamentos urbanos na região
metropolitana de São Paulo? Não é muito difícil fazer um cálculo aproximado.
Podemos aceitar como tempo normal, com muita boa vontade, uma hora diária.
Assim, o tempo médio perdido com os congestionamentos em São Paulo é
superior a uma hora por dia. Sendo a jornada de trabalho igual a oito horas, é
fácil verificar que o tempo perdido é de cerca de 12,5% da jornada de trabalho.
O valor monetário do tempo perdido é de R$ 62,5 bilhões por ano. Esse é o custo
social anual da lentidão do trânsito em São Paulo.
(Adaptado de André Franco Montoro Filho, O custo da (falta de) mobilidade urbana, Folha de São Paulo, Caderno
Opinião, São Paulo, 04 ago. 2013. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/08/1321280-andre-
franco- montoro-filho-o-custo-da-falta-de-mobilidade-urbana.shtml. Acessado em 09/09/2013.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
III
Torna-se cada vez mais evidente que não há como escapar da progressiva
limitação das viagens motorizadas, seja aproximando os locais de moradia dos
locais de trabalho ou de acesso aos serviços essenciais, seja ampliando o modo
coletivo e os meios não motorizados de transporte. Evidentemente que não se
pode reconstruir as cidades, porém são possíveis e necessárias a formação e a
consolidação de novas centralidades urbanas, com a descentralização de
equipamentos sociais, a informatização e descentralização de serviços públicos
e, sobretudo, com a ocupação dos vazios urbanos, modificando-se, assim, os
fatores geradores de viagens e diminuindo-se as necessidades de
deslocamentos, principalmente motorizados.
(BRASIL. Ministério das Cidades. Caderno para a Elaboração de Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade.
Secretaria Nacional de Transportes e de Mobilidade Urbana [SeMob], 2007, p. 22-23. Disponível em
http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2013/03/21/79121770-A746-45A0-BD32-850391F983B
5.pdf. Acessado em 06/09/2013.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Unicamp 2015

TEXTO 01

Você integra um grupo de estudos formado por estudantes universitários.


Periodicamente, cada membro
apresenta resultados de leituras realizadas sobre temas diversos. Você ficou
responsável por elaborar uma
síntese sobre o tema humanização no atendimento à saúde, que deverá ser
escrita em registro formal. As
fontes para escrever a síntese são um trecho de um artigo científico (excerto A)
e um trecho de um ensaio
(excerto B). Seu texto deverá contemplar:

a) o conceito de humanização no atendimento à saúde;


b) o ponto de vista de cada texto sobre o conceito, assim como as principais
informações que sustentam
esses pontos de vista;
c) as relações possíveis entre os dois pontos de vista.

Excerto A
A humanização é vista como a capacidade de oferecer atendimento de
qualidade, articulando os avanços
tecnológicos com o bom relacionamento.
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH)
destaca a importância da conjugação do binômio "tecnologia" e "fator humano e
de relacionamento". Há um diagnóstico sobre o divórcio entre dispor de alta
tecnologia e nem sempre dispor da delicadeza do cuidado, o que desumaniza a
assistência. Por outro lado, reconhece-se que não ter recursos tecnológicos,
quando estes são necessários, pode ser um fator de estresse e conflito entre
profissionais e usuários, igualmente desumanizando o cuidado. Assim, embora
se afirme que ambos os itens constituem a qualidade do sistema, o "fator
humano" é considerado o mais estratégico pelo documento do PNHAH, que
afirma:
(...) as tecnologias e os dispositivos organizacionais, sobretudo numa área como
a da saúde, não funcionam sozinhos – sua eficácia é fortemente influenciada
pela qualidade do fator humano e do relacionamento que se estabelece entre
profissionais e usuários no processo de atendimento. (Ministério da Saúde,
2000).
(Adaptado de Suely F. Deslandes, Análise do discurso oficial sobre a humanização da assistência hospitalar. Ciência &
saúde coletiva. Vol. 9, n. 1, p. 9-10. Rio de Janeiro, 2004.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Excerto B
A famosa Faculdade para Médicos e Cirurgiões da Escola de Medicina da
Columbia University, em Nova York, formou recentemente um Programa de
Medicina Narrativa que se ocupa daquilo que veio a se chamar “ética narrativa”.
Ele foi organizado em resposta à percepção recrudescente do sofrimento – e até
das mortes – que podia ser atribuído parcial ou totalmente à atitude dos médicos
de ignorarem o que os pacientes contavam sobre suas doenças, sobre aquilo
com que tinham que lidar, sobre a sensação de serem negligenciados e até
mesmo abandonados. Não é que os médicos não acompanhassem seus casos,
pois eles seguiam meticulosamente os prontuários de seus pacientes: ritmo
cardíaco, hemogramas, temperatura e resultados dos exames especializados.
Mas, para parafrasear uma das médicas comprometidas com o programa, eles
simplesmente não ouviam o que os pacientes lhes contavam: as histórias dos
pacientes. Na sua visão, eles eram médicos “que se atinham aos fatos”. “Uma
vida”, para citar a mesma médica, “não é um registro em um prontuário”. Se um
paciente está na expectativa de um grande e rápido efeito por parte de uma
intervenção ou medicação e nada disso acontece, a queda ladeira abaixo tem
tanto o seu lado biológico como psíquico.
“O que é, então, a medicina narrativa?”, perguntei*. “Sua responsabilidade é
ouvir o que o paciente tem a dizer, e só depois decidir o que fazer a respeito.
Afinal de contas, quem é o dono da vida, você ou ele?”. O programa de medicina
narrativa já começou a reduzir o número de mortes causadas por incompetências
narrativas na Faculdade para Médicos e Cirurgiões.

*A pergunta é feita por Jerome Bruner a Rita Charon, idealizadora do Programa


de Medicina Narrativa.

(Adaptado de Jerome Bruner, Fabricando histórias: direito, literatura, vida. São


Paulo: Letra e Voz, 2014, p. 115-116.)

REDAÇÃO
TEXTO 02

Em busca de soluções para os inúmeros incidentes de violência ocorridos na


escola em que estudam, um grupo de alunos, inspirados pela matéria “Conversar
para resolver conflitos”, resolveu fazer uma primeira reunião para discutir o
assunto. Você ficou responsável pela elaboração da carta-convite dessa reunião,
a ser endereçada pelo grupo à comunidade escolar – alunos, professores, pais,
gestores e funcionários. A carta deverá convencer os membros da comunidade
escolar a participarem da reunião, justificando a importância desse espaço para
a discussão de ações concretas de enfrentamento do problema da violência na
escola. Utilize as informações da matéria abaixo para construir seus argumentos
e mostrar possibilidades de solução. Lembre-se de que o grupo deverá assinar
a carta e também informar o dia, o horário e o local da reunião.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Conversar para resolver conflitos.
Quando a escuta e o diálogo são as regras, surgem soluções
pacíficas para as brigas.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Unicamp 2016
REDAÇÃO
TEXTO 01

Você é um estudante universitário que participará de um concurso de


resenhas, promovido pelo Centro de Apoio ao Estudante (CAE), órgão que
desenvolve atividades culturais em sua Faculdade. Esse concurso tem o objetivo
de estimular a leitura de obras literárias e ampliar o horizonte cultural dos
estudantes. A resenha será lida por uma comissão julgadora que deverá
selecionar os dez melhores textos, a serem publicados. Você escolheu resenhar
a fábula de La Fontaine transcrita abaixo. Em seu texto, você deverá incluir:
a) uma síntese da fábula, indicando os seus elementos constitutivos;
b) a construção de uma situação social análoga aos fatos narrados, que envolva
um problema coletivo;
c) um fechamento, estabelecendo relações com a temática do texto original.
Seu texto deverá ser escrito em linguagem formal, deverá indicar o título da
obra e ser assinado com um
pseudônimo.
A Deliberação Tomada pelos Ratos
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Glossário
Abade: superior de ordem religiosa que dirige uma abadia.
Frade: indivíduo pertencente a ordem religiosa cujos membros seguem uma
regra de vida e vivem separados
do mundo secular.
Decano: o membro mais velho ou mais antigo de uma classe, assembleia,
corporação, etc.
Guizo: pequena esfera de metal com bolinhas em seu interior que, quando
sacudida, produz um som tilintante.
Solerte: engenhoso, esperto, sagaz, ardiloso, arguto, astucioso.

REDAÇÃO
TEXTO 02

Você está participando de um curso sobre o livro O sentimento de si: corpo,


emoção e consciência, de autoria do neurocientista António Damásio. Uma das
avaliações do curso consiste na produção de um texto de divulgação científica a
ser publicado em um blog do curso. O objetivo do seu texto será o de divulgar
as ideias do autor para um público mais amplo, especialmente para alunos do
ensino médio. Você deverá escrever o seu texto sobre o tema da indução das
emoções, baseado no excerto abaixo, incluindo:
a) uma explicação sobre indutores de emoção com exemplos do próprio texto;
b) uma breve narrativa que exemplifique processos de indução de emoções;
c) uma finalização baseada no fechamento do texto original.
Lembre-se de que o texto de divulgação científica deverá ter um título
adequado aos conteúdos tratados.

O induzir das emoções


Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Unicamp 2017
REDAÇÃO
TEXTO 01

Como um(a) aluno(a) do Ensino Médio interessado(a) em questões da


atualidade, você leu o artigo “A volta de um Rio que faz sonhar”. Sentindo-se
desafiado(a) pelos questionamentos levantados no texto, você decidiu escrever
uma carta para a Seção do Leitor da revista Rio Pesquisa. Em sua carta, discuta
a relação estabelecida pela autora entre o conceito de Brasil cordial e a presença
de estrangeiros no Brasil, apresentando argumentos em defesa de um ponto de
vista sobre a questão.
A volta de um Rio que faz sonhar
Reverenciada mundialmente por suas belezas naturais, a cidade do Rio de
Janeiro tem se transformado em espaço sonhado para aqueles que buscam
construir seu futuro em terra estrangeira. Imigrantes, de origens variadas, vêm
chegando à cidade, buscando garantir sua sobrevivência, fugir à pobreza ou
transformar seus sonhos em realidade. Esse processo insere-se em um quadro
mais geral de transformações. Graças à situação assumida pelo Brasil, como
uma das maiores economias do mundo, polo de atração na América do Sul, o
país vem se tornando, mais uma vez na história, importante lugar de chegada,
em um momento em que políticas de vigilância e controle sobre os estrangeiros
aprofundam-se nos países ricos em crise. Essa nova situação exige estudos que
ultrapassem as questões pontuais para incluir análises sobre as relações
presente e passado; entre o local, o nacional e o internacional e entre as práticas
e as representações sobre o “outro”. O recente episódio da entrada abrupta de
haitianos no Brasil, sem dúvida, apontou a necessidade dessas análises
ampliadas. Para além da conjugação entre a necessidade de partir e o
conhecimento adquirido sobre um país que se tornou “próximo” pela presença
das tropas brasileiras em solo haitiano, o processo revestiu-se de preocupantes
aspectos de mudança. Dentre eles, a ação dos coiotes na efetivação dos
deslocamentos, marca indicativa do ingresso do país em um contexto no qual
grupos organizados vivem da imigração ilegal e máfias internacionais
enriquecem com o tráfico humano. O episódio pode ser visto, assim, como a
ponta de um iceberg que tende a envolver a América Latina e o Caribe,
considerando-se uma das tendências dos processos migratórios da atualidade:
as migrações regionalizadas, realizadas no interior dos subsistemas
internacionais.

Brasil: país cordial?


A predisposição do Brasil em receber o estrangeiro de braços abertos é ideia
consagrada que necessita sofrer o peso da crítica. Pesquisas variadas têm
demonstrado que o país nunca foi imune aos processos de discriminação do
“outro”. Um exemplo, entre vários, pode ser dado pela prática da expulsão de
estrangeiros na Primeira República (1907-1930), que se caracterizou por
extrema violência, mesmo contra aqueles que já eram considerados residentes,
portanto com os mesmos direitos constitucionais dados aos brasileiros. A
representação de um Brasil cordial, desta forma, deve ser entendida como uma
construção forjada em determinado momento de nossa história. Lógico que as
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
reações diferiam e diferem de acordo com os diferentes tipos de
estrangeiros com os quais travamos contato, ocorrendo diferenças de tratamento
em relação àqueles que, pelo local de nascimento ou pela cor, classificamos
como superiores ou inferiores. Vários indícios vêm demonstrando que as
atitudes discriminatórias não ficaram perdidas no passado, mas podem ser
encontradas com relativa facilidade, quando treinamos nosso olhar para melhor
observar aquilo que nos cerca. As tensões entre brasileiros e bolivianos nos
locais onde estes estão mais presentes, por exemplo, já são bastante visíveis.
Isso sem falar no triste espetáculo do subemprego e da exploração a que estão
sujeitos latino-americanos fixados ilegalmente no país. É urgente, portanto, que
nos perguntemos como tendemos a ver e sentir a presença cada vez mais visível
de estrangeiros em solo brasileiro, principalmente daqueles que são oriundos de
países pobres, muitos deles necessitando do foco dos direitos humanos.
Seremos sensíveis aos discursos e às práticas xenófobas? Defenderemos
políticas restritivas e repressoras? Caminharemos para a sofisticação dos
instrumentos de vigilância sobre um “outro” que possa ser visto como ameaça?
Responder a essas questões, aqui e agora, seria um exercício de profecia que
não nos cabe fazer. Isso não exclui, entretanto, que a reflexão sobre essas
possibilidades esteja proposta, por mais penosa que ela possa ser,
principalmente se considerarmos a rapidez dos processos em curso e a tensão
mundial presente no embate entre interesses nacionais e direitos humanos.
(Adaptado de Lená Medeiros de Menezes, A volta de um Rio que faz sonhar. Rio Pesquisa, Rio de Janeiro, ano V, no
20, p. 48-50, set. 2012.)

REDAÇÃO
TEXTO 02

Como voluntário(a) da biblioteca Barca dos Livros, você ficou responsável por
escrever o texto de apresentação de uma campanha de arrecadação de fundos
para a instituição. Em seu texto, que estará disponível no site da Barca dos
Livros, apresente, com base na notícia abaixo, o histórico e as ações da
biblioteca, mostrando a importância das doações para a continuidade do projeto.
Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro
Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor biblioteca comunitária do país
pelo Ministério da Cultura e da Educação. Graças ao trabalho de voluntários
apaixonados por literatura e que a consideram uma arte fundamental para a
infância, a instituição vem há quase uma década formando leitores e
promovendo a cultura em Florianópolis. Precisa, no entanto, de um impulso
material para que continue existindo. Para chegar ao posto de referência no país,
a Barca dos Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove anos e dois
meses depois da inauguração, conta com um precioso acervo de 15 mil livros,
dois terços dos quais de literatura infantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5
mil carteirinhas de sócios e a incerteza do futuro. Desde maio do ano passado,
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
está com o aluguel atrasado na atual sede, um espaço de 125
m2 no Lagoa Iate Clube.
“Estamos sem nenhum patrocínio, convênio, subvenção. Além do aluguel,
estamos devendo também o salário de três funcionários. A Barca é tocada por
voluntários. Acontece que nunca foi fácil, mas nunca esteve a ponto de quase
fechar” – lamenta a coordenadora do projeto, Tânia Piacentini. De 2010 até maio
do ano passado, um convênio com a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin
Cascaes garantia o pagamento do aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por mês. Mas
a parceria não foi renovada. “Todas as atividades são gratuitas. Apenas para os
passeios de barco com contação de histórias, realizados no segundo sábado de
cada mês, é cobrado o valor de 5 reais para adultos que acompanham as
crianças. Nosso material, espaço, livros, tudo é renovado graças ao trabalho dos
voluntários. Precisamos de parceiros fixos que queiram ajudar.”

Acolhimento literário
De 2007 até hoje, os voluntários da Barca viram crianças que engatinhavam
lerem as primeiras palavras e depois amarem a leitura. Despertaram a paixão
pela ficção, contaram histórias, viram mães com bebês de colo pegando no sono
nos confortáveis sofás da sala de leitura, aconchegadas pelo ambiente de
acolhimento literário.
Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, há 68 anos, Tânia Piacentini começou
a dar aulas aos 14 anos. Cursou Letras e fez mestrado e doutorado na área de
educação e literatura. Foi a primeira representante de Santa Catarina, nos anos
1970, a selecionar livros para a Fundação Nacional do Livro Infantil, que a cada
ano premia as melhores publicações para crianças e jovens.
Duas décadas depois, com o aumento de livros editados para esse público –
quando começou, eram no máximo 10 por ano, hoje são cerca de 1.200 novas
edições –, passou a convidar pessoas para ajudar a selecioná-los. Daí surgiu um
núcleo de 25 leitores e especialistas que formou a Sociedade Amantes da
Leitura, ONG que criou e sustenta legalmente a Barca.
“Nem sabíamos que ficaria grande. Queremos continuar e aumentar o
atendimento. Abrir ao público todos os dias é um sonho. Temos que estar
disponíveis e manter a qualidade. Mas sem dívidas pessoais e crises
financeiras”, suspira Tânia.
Hoje a Barca abre ao público de terça a sábado, das 14 às 20 horas – chegou a
ser de terça a domingo, em três turnos. Mesmo com as dificuldades, promove
atividades semanais, como A Escola Vai à Barca (que recebe alunos de escolas
da rede pública e particular), palestras, saraus para adultos, lançamentos de
livros, leituras coletivas de livros e passeios mensais de barco pela Lagoa da
Conceição.
O cadastro custa 1 real e dá ao pequeno sócio uma carteirinha que permite pegar
três obras emprestadas por 15 dias. Mais informações sobre a programação no
site da Barca dos Livros.
(Adaptado de Carol Macário, Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro. Disponível em:
http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/noticia/2016/04/barca-dos-livros-corre-o-risco-de-fechar-por-falta-de-apoio-
financeiro 5754089.html. Publicado em 05/04/16.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Unicamp 2018
REDAÇÃO
TEXTO 01

Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil


para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: o da pós-
verdade. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a
sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu texto deve conter:
a) uma explicação sobre o que é pós-verdade e sua relação com as redes
sociais:
b) alguns exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e se
tornaram pós- verdade:
c) consequências sociais que a disseminação de pós-verdades pode trazer.
Você poderá usar também informações de outras fontes para compor o seu
texto.

TEXTO B:
O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford
Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da
Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma
palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (post-truth).
A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no
debate político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa
Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do que as
fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo Oxford Dictionaries, a
palavra vem sendo empregada em análises sobre dois importantes
acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos
Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União
Europeia, designada como Brexit. Ambas as campanhas fizeram uso
indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União Europeia
custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no caso do Brexit, ou a
de que Barack Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de
Trump.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista
britânica The Economist destaca que políticos sempre mentiram, mas Donald
Trump atingiu um outro patamar. A leitura de muitos acadêmicos e da mídia
tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem-sucedida estratégia de
apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de
claramente infundadas, denunciar essas informações como falsas não bastou
para mudar o voto majoritário.
Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a
forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações
falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados
para explicar a ascensão da pós-verdade.
Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de
boatos e mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por
conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de
legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com
que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista,
formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos
à esquerda ou à direita.
(Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo,
16/11/2016. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-é-‘pós-verdade’-a-palavra-do-
ano-segundo-a-Universidade-de-Oxford. Acessado em 01/12/2017).

REDAÇÃO
TEXTO 02

Considere a seguinte situação: uma postagem recente em uma rede social de


uma mensagem de ódio contra os nordestinos foi foco de intensa discussão.
Dada a repercussão do caso, o jornal de maior circulação de sua cidade resolveu
fazer um caderno especial sobre o tema “Liberdade de Expressão”. Leitores de
diferentes perfis foram convidados a se manifestar e você foi o estudante
escolhido. Para atender a esse convite, você deverá escrever um artigo de
opinião em que discutirá a seguinte questão: “Há limite para a liberdade de
expressão?” No seu artigo de opinião, você deve:
a) identificar e explicitar os dois principais posicionamentos sobre a questão
tratada;
b) assumir um desses dois posicionamentos e sustentá-lo com argumentos.
Seu texto deverá considerar as seguintes citações:

"Liberdade de expressão é a possibilidade de as pessoas se manifestarem sobre


fatos e ideias sem interferências externas, sobretudo do Estado. Discurso de
ódio é uma tentativa de desqualificar e excluir do debate grupos historicamente
vulneráveis, seja por religião, cor da pele, gênero, orientação sexual ou qualquer
traço utilizado com o objetivo de inferiorizar pessoa ou grupo.” (Luís Roberto
Barroso, Ministro do STF.)
----------
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
"A frase ‘eu discordo do que dizes, mas defenderei até a morte
o teu direito de dizê-lo’ talvez seja a melhor definição para a liberdade de
expressão. Afinal, é muito fácil conceder a liberdade de expressão às ideias com
que concordamos; muito mais difícil é aceitar a manifestação de ideias que
desgostamos. O que se tem visto no Brasil nos últimos tempos, no entanto, é
uma crescente vontade de reprimir formas de expressão que sejam
consideradas desrespeitosas e preconceituosas. A iniciativa, embora tenha
como pano de fundo uma intenção nobre, tem gerado situações
desproporcionais, limitando o direito à livre expressão e violando a Constituição
Federal.” (Bruno de Oliveira Carreirão, advogado.)
----------
"Liberdade de expressão é poder se manifestar sobre aquilo que não ofenda ou
ataque o sentimento
íntimo das pessoas. Discurso de ódio é o que tem por objetivo incitar, criar
beligerância e promover animosidades contra esses sentimentos pessoais."
(Marcelo Itagiba, ex-deputado.)
----------
"As grandes sociedades se caracterizam pela pluralidade de valores, alguns
excludentes. A liberdade de expressão é ligada à liberdade em si, mas há o valor
da luta contra o preconceito. Como lidar com o conflito de valores? Os EUA
optaram pela liberdade de expressão. O Brasil optou por uma legislação
protetiva. Isso guarda um certo paternalismo, mas expressa respeito. (Fernando
Schüler, cientista político.)
----------
"É necessário entender a ideia de identidade e de alteridade. Por uma questão
de sobrevivência, nos sentimos seguros quando próximos de algo com que nos
identificamos. Queremos sempre que o outro seja igual a nós e, se não for, talvez
tenhamos que destruí-lo. Este é um pressuposto fundamental para o surgimento
do discurso de ódio.” (Izidoro Blikstein, professor da FGV e especialista em
Análise do Discurso.)
----------
"Liberdade de expressão é o direito de expor a opinião e exercitar a divergência
sem ser perseguido ou condenado. O discurso de ódio é um conceito um tanto
abstrato e elástico. Para uns, é a expressão da verdade desnuda do
politicamente correto; para outros, é a tentativa abjeta de difamar seu
interlocutor.” (Rachel Sheherazade, jornalista e apresentadora de TV.)
-----------
"O discurso de ódio aparece quando você acha que seu modo de ser e estar no
mundo deve ser um modelo com o qual outras pessoas têm que se conformar.
Se isso não acontecer, o discurso de ódio vem para deslegitimar a sua vivência,
para fazer com que pareça que sua vida não merece ser vivida." (Linn da
Quebrada, cantora.)
----------
"Liberdade de expressão não é um direito absoluto, nem pode ser. As pessoas
têm dificuldade de entender que vivem em sociedade, que existem regras e que
a gente precisa delas, sobretudo no que diz respeito à vida do outro." (Djamila
Ribeiro, ativista dos movimentos negro e feminista e ex-Secretária Adjunta de
Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo.)
(Adaptado de http://temas.folha.uol.com.br/liberdade-de-opiniao-x-discurso-de-odio/o-que-e-o-que-e/ personalidades-
discutem-o-que-e-liberdade-de-opiniao-e-discurso-de-odio.shtml. Acessado em 13/11/2017.)
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Fuvest 2010
REDAÇÃO

Na civilização em que se vive hoje, constroem-se imagens, as mais


diversas, sobre os mais variados aspectos; constroem-se imagens, por exemplo,
sobre pessoas, fatos, livros, instituições e situações.
No cotidiano, é comum substituir-se o real imediato por essas imagens.
Dentre as possibilidades de construção de imagens enumeradas acima, em
negrito, escolha apenas uma, como tema de seu texto, e redija uma dissertação
em prosa, lançando mão de argumentos e informações que deem consistência
a seu ponto de vista.

Instruções.
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da
modalidade escrita culta da língua portuguesa.
• Dê um título para sua redação, a qual deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• NÃO será aceita redação em forma de verso
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Fuvest 2011
REDAÇÃO
Observe esta imagem e leia com atenção os textos abaixo.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Fuvest 2012

REDAÇÃO

Os textos aqui reproduzidos falam de política, seja para enfatizar sua


necessidade, seja para indicar suas limitações e impasses no mundo atual.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Reflita sobre esses textos e redija uma dissertação em prosa, na
qual você discuta as ideias neles apresentadas, argumentando de modo a deixar
claro o seu ponto de vista sobre tema Participação política: indispensável ou
superada?

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Fuvest 2013

REDAÇÃO

Esta é a reprodução (aqui, sem as marcas normais dos anunciantes, que foram
substituídas por X de um anúncio publicitário real, colhido em uma revista,
publicada no ano de 2012. Como toda mensagem, esse anúncio, formado pela
relação entre imagem e texto, carrega pressupostos e implicações: se o
observarmos bem, veremos que ele expressa uma determinada mentalidade,
projeta uma dada visão de mundo, manifesta uma certa escolha de valores e
assim por diante. Redija uma dissertação em prosa, na qual você interprete e
discuta a mensagem contida nesse anúncio, considerando os aspectos
mencionados no parágrafo anterior e, se quiser, também outros aspectos que
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
julgue relevantes. Procure argumentar de modo a deixar claro
seu ponto de vista sobre o assunto.
Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Fuvest 2014
REDAÇÃO
Leia o seguinte extrato de uma reportagem do jornal inglês The Guardian, de 22
de janeiro de 2013, para em seguida atender ao que se pede:

O ministro de finanças do Japão, Taro Aso, disse na segunda feira (dia


21) que os velhos
deveriam “apressar-se a morrer”, para aliviar a pressão que suas despesas
médicas exercem sobre o
Estado.
“Deus nos livre de uma situação em que você é forçado a viver quando você
quer morrer. Eu
acordaria me sentindo cada vez pior se soubesse que o tratamento é todo pago
pelo governo”, disse
ele durante uma reunião do conselho nacional a respeito das reformas na
seguridade social. “O
problema não será resolvido, a menos que você permita que eles se apressem
a morrer”.
Os comentários de Aso são suscetíveis de causar ofensa no Japão, onde
quase um quarto da
população de 128 milhões tem mais de 60 anos. A proporção deve atingir 40%
nos próximos 50 anos.
Aso, de 72 anos de idade, que tem funções de vice primeiro ministro, disse
que iria recusar os
cuidados de fim de vida. “Eu não preciso desse tipo de atendimento”, declarou
ele em comentários
citados pela imprensa local, acrescentando que havia redigido uma nota
instruindo sua família a
negar-lhe tratamento médico para prolongar a vida.
Para maior agravo, ele chamou de “pessoas tubo” os pacientes idosos que
já não conseguem
se alimentar sozinhos. O ministério da saúde e do bem estar, acrescentou, está
“bem consciente de
que custa várias dezenas de milhões de ienes” por mês o tratamento de um único
doente em fase
final de vida.
Mais tarde, Aso tentou explicar seus comentários. Ele reconheceu que sua
linguagem fora
“inapropriada” em um fórum público e insistiu que expressara apenas sua
preferência pessoal. “Eu
disse o que eu, pessoalmente, penso, não o que o sistema de assistência médica
a idosos deve ser”,
declarou ele a jornalistas.
Não foi a primeira vez que Aso, um dos mais ricos políticos do Japão,
questionou o dever do
Estado para com sua grande população idosa. Anteriormente, em um encontro
de economistas, ele já
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
dissera: “Por que eu deveria pagar por pessoas que apenas
comem e bebem e não fazem nenhum
esforço? Eu faço caminhadas todos os dias, além de muitas outras coisas, e
estou pagando mais
impostos”.
theguardian.com, Tuesday, 22 January 2013. Traduzido e adaptado.

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Fuvest 2015
REDAÇÃO
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Os três primeiros textos aqui reproduzidos referem-se à


“camarotização” da sociedade nome dado à tendência a manter segregados os
diferentes estratos sociais. Em contraponto, encontra-se também reproduzido
um testemunho, no qual se recupera a experiência de um período em que, no
Brasil, a tendência era outra.
Tendo em conta as sugestões desses textos, além de outras
informações que julgue relevantes, redija uma dissertação em prosa, na qual
você exponha seu ponto de vista sobre o tema “Camarotização” da sociedade
brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia.

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Fuvest 2016
REDAÇÃO
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Fuvest 2017

REDAÇÃO
Examine o texto* abaixo, para fazer sua redação.
Resposta à pergunta: O que é Esclarecimento?
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio
é culpado. A menoridade é a incapacidade de servir se de seu próprio
entendimento sem direção alheia. O homem é o próprio culpado dessa
menoridade quando ela não é causada por falta de entendimento, mas, sim, por
falta de determinação e de coragem para servir se de seu próprio entendimento
sem a tutela de um outro. Sapere aude!** Ousa fazer uso de teu próprio
entendimento! Eis o lema do Esclarecimento.
A preguiça e a covardia são as causas de que a imensa maioria dos homens,
mesmo depois de a natureza já os ter libertado da tutela alheia, permaneça de
bom grado a vida inteira na menoridade. É por essas mesmas causas que, com
tanta facilidade, outros homens se colocam como seus tutores. É tão cômodo
ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, se tenho
um diretor espiritual que assume o lugar de minha consciência, um médico que
por mim escolhe minha dieta, então não preciso me esforçar. Não tenho
necessidade de pensar, se é suficiente pagar. Outros se encarregarão, em meu
lugar, dessas ocupações aborrecidas.
A imensa maioria da humanidade considera a passagem para a maioridade,
além de difícil, perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram na sob
sua supervisão. Depois de terem, primeiramente, emburrecido seus animais
domésticos e impedido cuidadosamente essas dóceis criaturas de darem um
passo sequer fora do andador de crianças em que os colocaram, seus tutores
mostram-lhes, em seguida, o perigo que é tentarem andar sozinhos. Ora, esse
perigo não é assim tão grande, pois aprenderiam muito bem a andar, finalmente,
depois de algumas quedas. Basta uma lição desse tipo para intimidar o indivíduo
e deixa-lo temeroso de fazer novas tentativas.

Immanuel Kant
* Para o excerto aqui apresentado, foram utilizadas as traduções de Floriano de
Sousa Fernandes, Luiz Paulo Rouanet e Vinicius de Figueiredo.
** Sapere aude: cit. lat. de Horácio, que significa “Ousa saber”.

Estes são os parágrafos iniciais de um célebre texto de Kant,


nos quais o pensador define o Esclarecimento como a saída do homem de sua
menoridade, o que este alcançaria ao tornar-se capaz de pensar de modo livre
e autônomo, sem a tutela de um outro. Publicado em um periódico, no ano de
1784, o texto dirigia-se aos leitores em geral, não apenas a especialistas.
Em perspectiva histórica, o Esclarecimento, também chamado
de Iluminismo ou de Ilustração, consiste em um amplo movimento de ideias, de
alcance internacional, que, firmando-se a partir do século XVIII, procurou
estender o uso da razão, como guia e como crítica, a todos os campos da
atividade humana. Passados mais de dois séculos desde o início desse
movimento, são muitas as interrogações quanto ao sentido e à atualidade do
Esclarecimento.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Com base nas ideias presentes no texto de Kant,
acima apresentado, e valendo-se tanto de outras informações que você julgue
pertinentes quanto dos dados de sua própria observação da realidade, redija
uma dissertação em prosa, na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o
tema: O homem saiu de sua menoridade?

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Fuvest 2018
REDAÇÃO

Leia os textos para fazer sua redação.


As obras de arte assumem a função da representação da cultura de um
povo desde os tempos mais remotos da história das civilizações. É através delas
que o ser humano transmite uma ideia ou expressão sensível. Contudo algumas
obras de arte fogem do conceito de retratação do belo e do sensível, parecendo
terem sido feitas para chocar e causar polêmicas.
A principal obra do escultor inglês contemporâneo Marc Quinn é uma
réplica de sua cabeça feita com cerca de 4,5 litros de seu próprio sangue –
extraído ao longo de cinco meses. Uma peça nova é feita a cada cinco anos, e
elas ficam armazenadas em um recipiente de refrigeração especialmente
desenvolvido para elas.
http://gente.ig.com.br/cultura. Adaptado.

Graças aos seus três urubus, a obra “Bandeira Branca” é o acontecimento mais
movimentado da 29a Bienal [2010]. No dia da abertura, manifestantes de ONGs
de proteção aos animais se posicionaram diante da instalação segurando
cartazes com dizeres que pediam a libertação das aves. Chegaram a ser
confundidos com a própria obra. “Me entristece o fato de que apenas os animais
estejam sendo ressaltados. Espalharam informações erradas sobre como os
urubus estão sendo tratados”, lamenta Nuno Ramos. Na obra, os urubus estão
cercados por uma rede de proteção e têm como poleiro várias caixas de som
que, de tempos em tempos, tocam uma tradicional marchinha de carnaval. As
aves tinham a permanência na Bienal autorizada pelo próprio Ibama, que,
depois, voltou atrás, alegando que as instalações estavam inapropriadas para a
manutenção dos animais. Denúncias e proibições à parte, a obra de Nuno
Ramos ganha sentido e fundamentação apenas na presença dos animais. Sem
eles, a obra perde seu estatuto artístico e vira mero cenário, já que os animais
são seus principais atores. IstoÉ. 08/10/2010. Adaptado.

A exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira",


realizada desde 15 de agosto no Santander Cultural, em Porto Alegre, foi
cancelada após protestos em redes sociais. A mostra ficaria em cartaz até 8 de
outubro, mas o espaço cultural cedeu às pressões de internautas. A seleção
contava com 270 obras que tratavam de questões de gênero e diferença. Os
trabalhos, em diferentes formatos, abordam a temática sexual de formas
distintas, por vezes abstratas, noutras, mais explícitas. São assinados por 85
artistas, como Adriana Varejão, Candido Portinari, Ligia Clark, Yuri Firmesa e
Leonilson. Folha de S.Paulo. 10/09/2017. Adaptado.

Nos últimos dias, recebemos diversas manifestações críticas sobre a exposição


“Queermuseu – Cartografias da diferença na Arte Brasileira”. Ouvimos as
manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição
“Queermuseu” desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em
linha com a nossa visão de mundo. Quando a arte não é capaz de gerar inclusão
e reflexão positiva, perdeu seu propósito maior, que é elevar a condição humana.
Redações ENEM, FUVEST E UNICAMP
Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste domingo,
10/09. Garantimos, no entanto, que seguimos comprometidos com a promoção
do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos.
https://www.facebook.com/SantanderCUltural/posts. Adaptado.

A arte é um exercício contínuo de transgressão, principalmente a partir das


vanguardas do começo do século 20. Isso dá a ela uma importância social muito
grande porque, ao transgredir, ela aponta para novos caminhos e para soluções
que ainda não tínhamos imaginado para problemas que muitas vezes sequer
conhecíamos. A seleção dos trabalhos dos artistas para a próxima edição do
festival [Videobrasil], por exemplo, me fez ver que os artistas estão muito
antenados com as diversas crises que estamos vivendo e oferecem uma visão
inovadora para o nosso cotidiano e acho que isso é um bom exemplo.
Solange Farkas. https://www.nexojornal.com.br.

Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações


que julgar pertinentes, redija uma
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema:
Devem existir limites para a arte?

Instruções:
• Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o
uso da norma padrão da língua
portuguesa.
• A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
• Dê um título a sua redação.

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