Critério Da Verificabilidade

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O CRITÉRIO DA VERIFICABILIDADE

Trabalho solicitado pelo professor Jorge Lemos à turma do 10ºB da Escola


Secundária de Azambuja
Trabalho realizado por: Lourenço Fétal Matias (nº12), Beatriz Martins (nº2), Raíssa
Martins (nº), Ricardo Pinheiro (nº21)

Índice

1- Introdução

2- Explicar o critério da verificabilidade

3- Distinguir verificabilidade de verificação

4- Relacionar verificabilidade e confirmabilidade

5- Exemplificar a aplicação do critério da verificabilidade

6- Discutir criticamente o critério da verificabilidade


Muitas pessoas pelo mundo fora têm uma enorme confiança e consideração pela
ciência. Mas porquê?

Uma resposta muito comum é - “a ciência prova o que diz”, isto é, os cientistas não
se limitam a fazer especulações vazias e que, pelo contrário, a verdade das suas
afirmações pode ser comprovada pela experiência.

Esta opinião não é só do público geral, mas também muito semelhante ao dos
defensores do positivismo lógico. O objetivo principal destes indivíduos era distinguir
o discurso com sentido do discurso vazio e obscuro (sem sentido). Realizavam essa
distinção através do critério verificacionista do significado, que dizia o seguinte:
“uma frase só tem sentido se soubermos como verificar empiricamente a proposição
que parece estar a ser expressa.” Este critério leva a concluir que muito do nosso
discurso moral, estético, religioso, poético e filosófico não tem sentido. Por essa
razão, muitos consideraram isso inaceitável e alguns verificacionistas pensaram que
este critério podia, no entanto, ser útil como critério de demarcação da ciência.

O critério verificacionista da demarcação ou critério da verificabilidade diz o


seguinte: “Uma proposição é científica se, em princípio, for possível verificá-la
empiricamente.”.

Este critério está diretamente relacionado com o ato de verificar algo. Quando
verificamos algo, estamos a mostrar que algo é verdadeiro. No critério de
verificabilidade refere-se o verificar empiricamente, isto é, mostrar que algo é
verdadeiro através de observações, ou recorrendo à experiência. Existe também
uma diferença entre verificabilidade e verificação. É verificável, o que em princípio,
saberíamos como verificar. Algo que é verificável não tem de ser obrigatoriamente
verificado. Pelo contrário, algo que passou pelo processo de verificação é
obrigatoriamente verificável.
Mas será que todas as leis científicas podem ser rigorosamente verificadas pela
experiência?

A resposta é bastante simples: Não.

As leis científicas são proposições universais, como por exemplo, a lei que diz que
todos os metais dilatam sob a ação do calor. Mas a verdade é que é impossível
observar que todos os metais dilatam. Podemos observar uma grande quantidade
de metais, mas nunca conseguimos observar todos, logo esta lei não pode ser
verificada rigorosamente através de observações.

Os positivistas reconheceram esta dificuldade propondo uma noção mais modesta


de verificação: a noção de confirmação. O critério reformulado passa a ser o
seguinte: “Uma proposição só é científica se ela puder ser confirmada pela
observação.”.

Mas qual é a diferença entre verificação e confirmação?

A diferença é que já não se pretende estabelecer de forma conclusiva que a


proposição é verdadeira antes mostrar que ela é provavelmente verdadeira.

No processo de confirmação de uma hipótese, não havendo evidências


desfavoráveis, considera-se que a confirmação dessa hipótese aumenta com o
número de casos favoráveis. Mas não se limita a aumentar só pelo número de
casos favoráveis, mas também pela variedade desses casos. Quanto mais
variedade de casos, mais forte o apoio dessa hipótese.

Durante a nossa vida pode ser bastante útil o critério da verificabilidade, pois sem
ele não conseguíamos saber o que pode ser verificável ou não. Por exemplo,
quando começamos a tomar algum tipo de medicação nós sabemos que podemos,
por norma, confiar nela, pois sabemos que para o desenvolvimento dessa
medicação os químicos e outros cientistas tiveram que mostrar empiricamente, ou
seja, por experiência e observações que a medicação cumpria o resultado
prometido no doente.

Claro que o critério da verificabilidade não é perfeito mesmo depois da alteração


para uma noção de confirmação. Existem certos exemplos que são considerados
científicos pela comunidade científica e se fossemos pelo critério já não seriam. Por
exemplo, não é possível confirmar que nada se pode deslocar a uma velocidade
superior à da luz.

Alguns filósofos vão mais além e consideram mesmo que os processos de


verificação e confirmação das hipóteses científicas não têm justificação racional por
se basearem na indução.

As ciências humanas e sociais é mais um exemplo de ciência que também nem


sempre satisfaz o critério e contínua na mesma a ser uma ciência. Este tipo de
ciência é mais compreensivo do que preditivo e é por isso que conflite em alguns
casos com o critério.

Como a filosofia, o critério da verificabilidade (apesar de fazer parte dela) foi e é


bastante importante para a ciência e, por essa mesma razão, deve ser bem
compreendido por todas as pessoas relacionados à ciência e pelas que querem ter
um futuro relacionado com ela.

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