Como Gastar Conscientemente
Como Gastar Conscientemente
Como Gastar Conscientemente
GARCIA, Fabio Gallo. Como gastar conscientemente. Rio de Janeiro: FGV, 2022.
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forma que é proibida a reprodução no todo ou em parte, sem a devida autorização.
INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo ao curso Como gastar conscientemente. Neste
curso, iremos orientar as pessoas para que possam consumir de maneira
consciente dentro do seu orçamento e atendendo aos seus objetivos.
Ao final do curso, você deverá saber responder às seguintes
perguntas:
Qual é o objetivo de administrar o meu dinheiro?
Eu preciso ou eu quero isso?
Devo comprar à vista ou a crédito?
O consumo me faz mais feliz?
SUMÁRIO
MÓDULO I – QUAL É O OBJETIVO DE ADMINISTRAR O MEU DINHEIRO?....................................... 7
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7
OBJETIVO DA ADMINISTRAÇÃO DO DINHEIRO .............................................................................. 8
CONSUMO CONSCIENTE................................................................................................................... 8
Consumo de recursos e produtos ........................................................................................... 8
QUERO ISSO?.................................................................................................................................. 11
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
CARTÃO DE CRÉDITO .......................................................................................................................16
Tipos de cartões .......................................................................................................................17
TIPOS DE CRÉDITO ...........................................................................................................................21
CDC ............................................................................................................................................21
Cheque especial .......................................................................................................................21
Cheque pré-datado..................................................................................................................22
Crédito pessoal.........................................................................................................................22
Crédito consignado..................................................................................................................22
Crédito imobiliário ...................................................................................................................23
COMO SAIR DO ENDIVIDAMENTO .................................................................................................23
Orçamento A, B, C e D .............................................................................................................23
Estratégia para sair da dívida .................................................................................................24
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 28
PROFESSOR-AUTOR ....................................................................................................................... 29
MÓDULO I – QUAL É O OBJETIVO DE
ADMINISTRAR O MEU DINHEIRO?
Um aspecto muito importante para administrar o seu dinheiro é saber como consumir,
poupar e doar. São atividades do nosso cotidiano, mas que o ser humano não está preparado para
lidar. Graças às comunicações e aos avanços da tecnologia, cada vez mais somos impulsionados ao
consumo. Mas, como podemos fazer isso de maneira consciente e sustentável, preservando o
nosso bem-estar e as condições do planeta? Vamos as respostas.
Introdução
Vamos começar com uma breve história.
Franco entende bastante sobre finanças pessoais. Por isso mesmo, tornou-se consultor
financeiro informal de amigos e colegas de trabalho. Alguns desses colegas não entediam os
significados mais importantes de finanças pessoais e consumo consciente. Certo dia, um amigo
confessou que, para compensar o estresse do dia a dia, saía às compras e gastava dinheiro.
Depois, não conseguia pagar todas as contas do mês.
Franco: Você realmente acredita que seu bem-estar depende de seu nível de consumo?
Paulo: Não, mas quando não estou bem, consumir torna-se um escape.
Franco: Muitas pessoas agem da mesma forma. Contudo, reconhecer que o consumismo não é
a solução para os problemas e que a riqueza não é condição de bem-estar já é um bom início
para mudar esse comportamento, Paulo.
Você acredita na relação direta entre felicidade e riqueza? Qual é a sua atitude em relação ao
consumo? Neste curso, vamos tratar da questão do consumo consciente e da relação das pessoas
com as suas finanças.
Consumo consciente
Qual é o significado de consumo consciente? O termo consumo consciente pode ser abordado
de maneiras diferentes: consumo com vistas à sustentabilidade do planeta e consumo na
perspectiva econômico-financeira.
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Dependendo do que se produz e como se produz, consomem-se insumos naturais gerando
resíduos. Os produtos, por sua vez, são consumidos, o que gera mais resíduos. Muitas vezes, a
relação entre produção e consumo afeta o estado geral do meio ambiente, levando a desperdício
de água, emissão de CO2, desmatamento de florestas. A grande preocupação é a busca do
desenvolvimento sustentável.
Outra maneira de consideramos o consumo consciente é administrar melhor como
gastamos nosso dinheiro. Vamos tratar, basicamente, da relação de gastos para possibilitar uma
vida melhor sem considerar os problemas trazidos pelo descontrole financeiro.
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MÓDULO II – EU PRECISO DISSO OU EU
QUERO ISSO?
O módulo 2 traz orientações sobre como lidar com o dinheiro e como viver com os recursos
que temos, sem exceder o nosso orçamento. Ou seja, neste módulo, vamos refletir sobre os nossos
gastos e aprender a controlá-los.
b) Eu quero
A pessoa somente deve adquirir o bem se tiver orçamento extra para aquele gasto. Em
outros termos, a pessoa deve encaixar aquele gasto supérfluo em seu orçamento, caso contrário, a
despesa não deve ser realizada. Temos de entender que o preço do supérfluo nem sempre vale a
pena quando há endividamento. A maneira de sairmos dessa situação é criarmos, em nós mesmos,
a cultura da organização do orçamento familiar.
O brasileiro consumiu mais supérfluos nos últimos anos, trocou marcas populares por
marcas de maior valor agregado, buscando, muitas vezes, uma espécie de status que não
costumava ter.
Aprender a organizar o orçamento familiar é um processo que começa desde a infância, de
modo que as crianças devem entender a diferença entre querer e precisar.
As reais necessidades devem vir sempre em primeiro lugar. É essencial desenvolver nas
crianças o conceito de que, quando o dinheiro não dá para tudo, é preciso saber escolher. Essa é a
noção básica de orçamento familiar.
Na compra de um bem de maior valor, faça um planejamento rigoroso. Pergunte-se: eu
realmente preciso desse bem? Pesquise modelos e preços. Caso sinta uma vontade incontrolável de
comprar, pense melhor durante três dias e, só depois, tome a decisão.
Poupar, muitas vezes, pode ser um ato de sacrifício, mas o resultado sempre é compensador,
já que permite que tenhamos segurança em relação a nosso futuro. Poupar pensando no futuro é
outra ideia essencial para nossa relação com o dinheiro. Com isso, poupar significa poder atingir
os objetivos estabelecidos e viver melhor.
É muito importante mantermos uma relação ética com o dinheiro e com a sociedade.
Ganhar dinheiro não é fácil e exige esforço e trabalho, de forma que dar exemplos às crianças e
aos jovens é essencial. Use de atitudes no dia a dia para orientá-los.
O que você faz quando a conta do restaurante não registrou algo consumido? Ou quando o
caixa de uma loja lhe devolve o troco com valor maior que o devido? Você expõe o erro ou omite
o fato? Lembre-se de que, com certeza, as crianças estão observando a sua atitude.
É importante ajudar as crianças e os jovens a desenvolver um espírito empreendedor. Para
isso, uma conversa sobre como usar a mesada adequadamente e controlar o orçamento da família
é muito importante. Doar também faz parte de nossa relação com o dinheiro. Todos nós temos a
noção de que existem pessoas que não possuem o suficiente para viver bem.
Também sabemos que ajudar, dentro de nossas possibilidades, é um ato de cidadania, seja
por meio de doações em dinheiro ou por meio de trabalho comunitário.
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Nesse contexto, é necessário distinguir, claramente, a diferença entre objetivo e meta.
Vejamos a seguir a diferença entre ambos:
a) Objetivo
Algo concreto a ser atingido. Por exemplo, comprar uma casa maior e naquele local tão
sonhado. Os objetivos devem ter algumas características...
claros;
desafiadores;
realistas – devem ser de possível realização e
éticos – não devem ferir os seus conceitos pessoais.
Objetivos devem ser quantificados e datados, podendo ser de curto, médio e longo prazo.
Objetivos vagos e sem prazo determinado não são cumpridos.
b) Meta
É um ponto intermediário a ser atingido no caminho do seu objetivo final. Na busca do
seu objetivo, você deve estabelecer várias metas, que exigem esforço para serem alcançadas. O
importante é entender que, para atingir o seu porto de chegada, algumas marcas no meio do
caminho são importantes.
Vejamos um exemplo: quando você se propõe a fazer uma viagem de carro, o seu objetivo é
chegar a determinada cidade. Desse modo, nos seus planos, você deve marcar locais que devem ser
atingidos dentro de determinado tempo. Quanto mais distante for o seu objetivo, mais
importante será você estabelecer metas intermediárias, com prazos a serem observados.
O orçamento é a chave para o sucesso do planejamento financeiro da família. A organização
correta do orçamento familiar permite que vivamos com nossos próprios meios. Isso poderá ser
preparado por meio de uma planilha eletrônica, um caderno ou um software sofisticado. Não
importa o meio. O importante é anotar tudo, sem exceções, e controlar todas as receitas e
despesas da família. Vejamos:
Receitas – nas receitas, considere o salário de todos que contribuem para a renda
familiar. Não se esqueça de valores como 13o salário, abonos de férias, participação de
lucros, bonificações, entre outros.
Despesas – aqui, devem ser considerados todos os gastos. Alguns itens são mais fáceis de
controlar do que outros. Comece pelos mais fáceis, que são os que se repetem todos os
meses. São pagamentos que ocorrem de maneira fixa, como aluguel, condomínio, escola,
seguro-saúde, água, luz, telefone, etc.
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As despesas que não ocorrem todos os meses podem ser chamadas de variáveis. Comece
pelos gastos mais comuns, mas que têm comportamento variável, como supermercado,
combustível. Na sequência, faça o levantamento daqueles gastos que não são constantes como
restaurantes, lanches, presentes e outros.
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MÓDULO III – DEVO COMPRAR À VISTA OU
NO CRÉDITO?
Introdução
A resposta para a pergunta “ Devo comprar à vista ou a crédito?” é simples e não deixa
dúvidas: se possível, compre à vista. Não há cálculo financeiro que desminta essa afirmação.
Você sabe por que devemos realizar os pagamentos à vista? Vejamos:
preço – usualmente, podemos obter descontos no pagamento à vista;
prazo – o pagamento à vista é imediato e evita juros, e
risco – pode haver erros no orçamento ou perda de renda. Caso isso ocorra, como pagar
as prestações? À vista, esse risco não existe.
Uma loja apresenta a oferta de uma Smart TV por R$ 2.100. O estabelecimento oferece a
alternativa de pagar o produto em três parcelas de R$ 700 sem juros.
Nesse caso, pergunte se não há desconto para pagamento à vista. Caso o vendedor diga que, à
vista, a TV sairá por R$ 1.900, o parcelamento não será sem juros. Com uma calculadora
financeira, podemos verificar que, nessa operação, estão sendo cobrados 5,18% de taxa de
juros ao mês. Esses são os juros que você está pagando por essa compra sem juros!
Então, cuidado! Nunca tome um crédito sem conhecer todos os detalhes do contrato. Caso
você não esteja entendendo bem sobre os termos e condições, pergunte. Caso as dúvidas
persistam, leve a cópia do contrato até um órgão de defesa do consumidor.
Procure calcular os juros que vai pagar. Não se esqueça de incluir, na conta, o valor do
bem à vista e todas as despesas do crediário. Para isso, a calculadora do cidadão 1 do Banco
Central pode ajudá-lo.
Sempre que for comprar a prazo, pergunte-se:
Vou conseguir pagar as prestações mesmo que tenha uma emergência?
Os juros não são elevados demais?
Será que não estou pagando valor maior em juros do que o próprio valor total do
produto comprado?
Não é melhor ter uma vida financeira saudável em vez de várias prestações para pagar?
Cartão de crédito
O cartão de crédito é um instrumento muito útil e bastante versátil, no entanto, devemos
tomar cuidado. Se utilizado de maneira inadvertida, pode- se tornar uma arma de descontrole
orçamentário. Não devemos entrar nunca no crédito rotativo do cartão!
Como todo tipo de produto financeiro, o cartão de crédito tem vantagens e
desvantagens. Vejamos:
a) Vantagens
permite a organização do seu orçamento – você pode planejar os pagamentos com os
recebimentos de salários ou outras receitas, já que pode escolher a data de
vencimento;
traz certa segurança – evita que você carregue dinheiro ou cheques;
é obrigatório em diversas situações no Brasil e no exterior – pagamentos de alguns
hotéis, aluguel de carros;
1
Você pode acessar a calculadora do cidadão em https://www.bcb.gov.br/calculadora/calculadoracidadao.asp.
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é aceito em praticamente todas as situações de compra – oferece menor risco para o
comerciante – e
oferece serviços extras: muitas operadoras de cartões de crédito oferecem serviços
como acesso a salas VIP em aeroportos, socorro de automóveis, programas de
fidelidade com distribuição de prêmios e milhagens áreas.
b) desvantagens
Embora os cartões apresentem algumas desvantagens, a maior parte delas pode ser evitada
com o seu uso racional. Vejamos:
A anuidade é um valor que varia muito entre as administradoras. Pesquise, pois
alguns cartões são oferecidos sem taxa de anuidade.
Os juros do crédito rotativo são dos mais altos do mercado. Sempre que você não
quita o valor total da conta do mês, entra no crédito rotativo. Em outros termos, a
administradora está financiando o valor não quitado.
A compra por impulso é a maior desvantagem do cartão de crédito. Muitas vezes,
você realiza a compra e só depois pensa melhor no que fez, de forma que acaba
adquirindo itens que não precisava.
As fraudes são um risco: previna-se! Se estiver comprando pela internet, procure os
sites mais conhecidos e com procedimentos de segurança.
Não entregue o cartão na mão de quem vai se afastar para poder preparar a cobrança. Se a
compra for em uma loja com mecanismo de registro manual, redobre a atenção. São cuidados
simples que podem evitar muitos problemas.
Tipos de cartões
Os cartões podem ser de crédito, débito e pré-pago. Vejamos:
crédito – é oferecido um financiamento, e o cliente paga somente na data de
vencimento mensal;
débito – o cliente faz a compra, e o débito é feito de imediato e
pré-pago – o cliente deposita determinado valor no cartão, os pagamentos são realizados
à vista, e cada valor é deduzido do depósito inicial.
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Por sua vez, o cartão pode ser classificado de acordo com o emissor, a amplitude ou a
utilização, conforme vemos a seguir:
a) de acordo com o emissor
instituição bancária – traz a marca da administradora – em geral, ligada a um banco –,
tem relação direta com a sua conta corrente e a sua compra pode reduzir algumas
tarifas bancárias;
co-branded – apresenta duas marcas – a da administradora e a de outra empresa –, e,
usualmente, tem descontos na aquisição de produtos, serviços e milhagem gratuita
como benefícios;
afinidade – tem a marca da administradora e de uma instituição filantrópica;
cartão de loja – emitido pela própria loja ou em co-branded.
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A Tabela 1 apresenta uma simulação desse caso com taxa de juros de 12% ao mês. Assim,
ao final de dois anos, a pessoa terá pagado, a título de juros, a quantia de R$ 2.165,30... E ainda
terá um saldo a pagar de R$ 307,10.
sub-total 1.393,22
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dívida amort. saldo saldo reaj.
sub-total 772,08
Você concorda que pagar a parcela mínima de 15% não foi uma boa alternativa,
principalmente, se a dívida foi feita para comprar supérfluos? Caso você precise de dinheiro,
existem outras formas mais baratas de obter crédito. O crédito consignado e o crédito pessoal são
dois exemplos.
No caso dos cartões de crédito quando o cliente entra 30 dias no crédito rotativo, os bancos
são obrigados a apresentar uma proposta ao cliente financiando aquele saldo com taxas de juros
para adequadas. Mesmo assim, você deve pensar muito antes de contratar qualquer tipo de
financiamento. Nesse sentido, é essencial que você realize sempre o seu planejamento financeiro
para evitar financiamentos.
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Tipos de crédito
Vamos conhecer melhor cada um deles a seguir. No Brasil, os tipos de crédito mais comuns à
disposição das pessoas físicas são crédito direto ao consumidor (CDC), cheque especial, cheque pré-
datado, crédito pessoal, crédito consignado e crédito imobiliário. A seguir, veremos cada um deles.
CDC
Tipo de financiamento com fim específico – a compra de um bem de consumo durável. Tal
propriedade pode ser usada durante certo período de tempo, como um automóvel ou um
eletrodoméstico.
O agente que fornece esse tipo de financiamento é um banco ou uma financeira. NO
entanto, geralmente, o cliente só tem contato com o estabelecimento em que está adquirindo o
bem – crédito das lojas. Todo o processo é feito sem que o cliente saia do estabelecimento em que
está realizando a compra.
Atenção! No crédito direto ao consumidor, além da taxa de juros, há outros custos, como taxas
de abertura de crédito e IOF.
Para conhecer as taxas praticadas por esses agentes, consulte o site do Banco Central do Brasil
(www.bcb.gov.br), selecione o perfil cidadão e verifique a tela de Taxas de juros, cálculos, índices
e cotações.
Cheque especial
Instrumento de crédito automático. O cliente recebe uma linha de crédito junto a sua conta
corrente, que pode ser usada quando for necessário. Mas cuidado! Esse tipo de crédito deve ser
usado somente em emergências, porque suas taxas de juros são muito altas.
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Cheque pré-datado
Invenção tipicamente brasileira que se iniciou informalmente, mas é reconhecida, hoje, pelo
Banco Central do Brasil como forma de concessão de crédito. É fácil, sem burocracia ou tributos,
mas exige alguns cuidados.
O Código de Defesa do Consumidor considera o cheque pré-datado um contrato entre as
partes, desde que seja fruto de uma relação de consumo. Dessa forma, quem receber o cheque de
uma compra e apresentá-lo antes da data combinada poderá pagar indenização ao emissor do
cheque por danos causados. No entanto, se o cheque pré-datado for originário de outra relação,
por exemplo, de um empréstimo, poderá ser apresentado e descontado antes da data, e o emissor
não poderá fazer nenhuma reclamação.
O cheque pré-datado deve ser sempre nominativo e preenchido com a data em que deverá
ser apresentado – nunca com a data da compra. Como garantia, devemos anotar no verso dos
cheques o número da nota fiscal e fazer constar nela o número dos cheques pré-datados com a
respectiva data de apresentação.
Crédito pessoal
O crédito pessoal oferecido pelos bancos. Trata-se de um empréstimo, sem destinação
específica, em que você usa o dinheiro como quiser. Nesse tipo de financiamento, você paga IOF
e outras taxas administrativas. Tudo isso deve ser somado para que você calcule exatamente o
quanto de juros irá pagar. Por outro lado, atenção às ofertas dos bancos de créditos pré-aprovados
em sua conta!
Atenção! Não as contrate antes de conhecer bem as condições e taxas cobradas. Para comparar
as taxas de crédito oferecidas pelos bancos, acesse o site www.bcb.gov.br, acesse o perfil
Cidadão, clique em Bancos e, em seguida, na opção Taxas de Operações de Crédito.
Usualmente, as taxas praticadas nesse tipo de financiamento são bem menores que as do
cheque especial, porém maiores que as taxas de CDC.
Crédito consignado
Tipo especial de empréstimo com as taxas de juros mais baixas do mercado e as prestações
debitadas diretamente na sua folha de pagamento, sem necessidade de avalista.
O crédito consignado pode ser obtido por:
funcionários que tenham algum tipo de vínculo empregatício em empresas públicas ou
privadas;
aposentados ou pensionistas, e
detentores de mandato legislativo ou executivo.
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Muitas pessoas com dívidas em cartão de crédito, cheque especial ou outros tipos de
empréstimos, buscando uma solução, optam pelo crédito consignado. A princípio, essa atitude
está correta, mas é essencial que o dinheiro seja usado realmente para a quitação das dívidas e a
regularização de seu orçamento familiar.
Embora a taxa cobrada no crédito consignado seja mais baixa, as parcelas mensais são
debitadas diretamente de seu salário ou pensão.
Crédito imobiliário
Modalidade de crédito dedicada ao atendimento daqueles que desejam comprar imóveis
novos ou usados, para fins comerciais ou residenciais. Esse tipo de crédito atende também àqueles
que desejam adquirir material de construção para reformas ou construção do imóvel.
Orçamento A, B, C e D
O orçamento A, B, C e D é uma maneira de organizar o orçamento familiar é agrupar seus
gastos de acordo com estrutura A, B, C e D. Cada letra corresponde a um grupo de despesas,
conforme vemos a seguir:
A (alimentar) – gastos com alimentos, sempre pensando em economizar o possível.
B (básico) – gastos de água, luz, IPTU, entre outros.
C (contornável) – aquilo que faz a vida melhor, mas que pode ser cortado em uma
situação de emergência. Por exemplo, o uso do carro é um dos itens que devem ser
avaliados para verificar se não é um gasto que poderá ser cortado eventualmente.
D desnecessário = itens que você pode cortar imediatamente.
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Esse tipo de organização orçamentária permite que as pessoas e as suas famílias observem
oportunidades de economias e planejem os gastos dos meses seguintes.
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MÓDULO IV – O CONSUMO ME FAZ MAIS
FELIZ?
Muitas pessoas consomem de maneira desenfreada, sem pensar nos efeitos gerados e, na
maioria das vezes, buscando uma resposta para os seus próprios problemas. Ocorre também que
alguns pensam que o ato de consumir aumenta o prazer e pode trazer felicidade. Vejamos a seguir
se isso é possível.
Consumo e felicidade
Maior renda e consumo trazem felicidade? A resposta para essa questão depende de cada
pessoa, mas alguns estudos nos levam a pontos comuns. Vejamos a seguir:
Pesquisa
A pesquisa publicada pela revista Consumer Reports, em 2011, perguntou a mais de 24 mil
pessoas acima de 55 anos qual era o grau de satisfação com suas finanças e suas vidas. O ponto comum
encontrado foi que a paz mental tinha muito pouco a ver com altos salários e padrão de vida.
As respostas, na verdade, referiam-se a aproveitar o bom estado de saúde, ter hobbies,
poupar, ter amigos e estar em um emprego que trouxesse algum tipo de plano de benefícios
para a aposentadoria.
Artigo
No artigo “Sobre o consumo e a felicidade” 2, Luigino Bruni cita:
O artigo também indica que o aumento de renda pode ser acompanhado de uma
diminuição da felicidade e isso está ligado à redução do consumo de bens relacionais: “Muitos,
talvez a maioria, dos prazeres da vida não têm preço, não estão à venda, e assim não fazem parte
do mercado” (idem).
Os dois estudos apresentados revelam que a renda não está sensivelmente ligada à felicidade.
E agora? De que depende nossa felicidade?
No artigo de Bruni, a principal resposta encontrada é que ela depende da companhia –
companionship. Além disso, a redução da capacidade de dar, de ser altruísta, leva à diminuição
da felicidade.
Bruni (2004) conclui:
2
BRUNI, Luigino. “Sobre o consumo e a felicidade”. Revista Abba, V. VII, n. 1. São Paulo: Cidade Nova, 2004, p. 45-63.
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orientar para a felicidade privada e pública essa necessidade de aprovação
do outro, realidade essa tão profundamente arraigada na pessoa humana,
que existe para se viver em comunhão. Os bens são símbolos. Nós, uma
vez satisfeitas as necessidades básicas, não consumimos porque nos
interessam os bens em si, mas porque eles nos remetem a alguma outra
coisa. Sob a sua embalagem normalmente se escondem pessoas, relações
humanas. (p. 45-63.).
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BIBLIOGRAFIA
GARCIA, Fabio Gallo; EID JUNIOR, William. Como Planejar o Orçamento Familiar. São Paulo:
Publifolha, 2002.
BRUNI, Luigino. “Sobre o consumo e a felicidade”. Revista Abba, v. VII, n. 1, São Paulo: Cidade
Nova, 2004, p. 45-63.
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PROFESSOR-AUTOR
Fabio Gallo Garcia é doutor em Finanças pela FGV-EAESP/University of Texas at Austin,
doutorando em Filosofia pela PUC/SP, mestre em Administração Contábil e Financeira pela
FGV-EAESP, bacharel em Administração de Empresas pela Fundação Octávio Bastos e graduado
em Engenharia de Agrimensura pela Faculdade de Agrimensura de Pirassununga.
Dedica-se ao estudo das finanças internacionais e finanças comportamentais. Trabalha com
pesquisa na área da Teoria de Sinalização, em que explora a assimetria de informações no mercado
de capitais, além de desenvolver temas em Banking, Contabilidade Gerencias e Finanças Pessoais.
Tem realizado trabalhos de valuation, consultoria e treinamento para empresas, como
Telebras, Saeg, Comusa, Semasa, Vale, Petrobras, Itaú BBA, Itaú Unibanco, Bradesco, CEF,
Sincredi, Emae, Banco Santander, Citibank, entre outras.
É ex-diretor administrativo-financeiro da Companhia de Processamento de Dados do
Estado de São Paulo (PRODESP), tendo exercido o cargo de chief financial officer da Eutectic, do
Brasil, e de outras empresas de grande porte. É sócio da Sinalização e Arte, Comunicação Visual,
All Signs, Giolaser Itaim e Axia Valorem Consultoria. Também é membro do Conselho de
Administração da Rossi Residencial e Conselho Fiscal da Azevedo & Travassos.
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