Reporta 4
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se refere aos crimes não declarados ou não descobertos, como, por exemplo, quando a
vítima não registra o crime porque acredita que ele ficará impune.
"Você chega numa delegacia comum e (os crimes cibernéticos) são tratados como
bobagem. É tratado como se aquilo não tivesse importância, como chacota.
Você não tem uma promotoria especializada em crimes cibernéticos. Foi criado o
Cyber Gaeco para investigar os crimes mais graves, mas não há uma promotoria
especializada nisso.
Não há uma Vara especializada. Não há uma Câmara dentro de um tribunal ou uma
Procuradoria especializada em crimes cibernéticos", afirmou o procurador.
Ele afirma que, além de uma senha mais complexa dar mais trabalho ao hacker,
combinações diferentes para contas distintas evita acesso a outras caso uma delas
se torne conhecida.
Se a senha cadastrada num site de compras for a mesma do e-mail pessoal do usuário,
por exemplo,
o hacker poderá ter acesso a ambas - e, por consequência, a dados muito mais
sensíveis e provavelmente a outras contas.
Sávio também indica que o usuário deve ativar a verificação de duas etapas em todos
os aplicativos que disponibilizam essa opção. Isso faz com que o programa peça uma
senha de tempos em tempos.
Um hacker com mais de dez anos de experiência que pediu para não ser identificado
enviou à BBC News Brasil imagens de um dos programas que fazem recargas de celular
em funcionamento.
É possível observar dezenas de números recebendo créditos e outras dezenas na fila
para o serviço ilegal. Ele afirmou que basta inserir um número e realizar a
recarga.
que reúnem os dados obtidos com a invasão de diversos bancos de dados de sites
brasileiros.
Cobra-se por acesso avulso ou mensalidades. Um desses programas traz, por exemplo,
informações como número do Renavam, lista de parentes,
data de emissão da carteira de identidade, histórico de dívidas no SPC (Serviço de
Proteção ao Crédito), além das empresas e dos sócios do pesquisado.
De fácil uso, eles são vendidos por representantes - que geralmente ganham por
comissão e são recrutados nas próprias comunidades - a hackers com pouca ou quase
nenhuma experiência em computação.
As ofertas mais comuns são de acesso a serviços de streaming por valores bem abaixo
do mercado.
Um deles é o Netflix, cujo pacote mais completo é vendido oficialmente pela empresa
por R$ 45,90, é encontrado por valores entre R$ 7 e R$ 13, com validade de 30 dias.
Há também contas para serviços de streaming de música como Spotify.
Outra oferta muito popular nos grupos de Telegram é o IPTV, um programa capaz de
liberar até 18 mil canais de TV aberta e fechada do mundo inteiro. Esses pacotes
são vendidos a R$ 20 por mês, em média.
Alguns dos vendedores têm tanta confiança em seus produtos que permitem ao usuário
testar a "mercadoria" antes do pagamento.
Mas há também golpes cometidos pelos chamados lotters, que somem com o dinheiro sem
entregar o negociado e chegam a usar, por exemplo, geradores de comprovantes de
depósito falsos.
"A criminalidade está ganhando nessa briga de gato e rato. O direito é muito lento
e a tecnologia é muito rápida. A gente trata crime como a gente tratava na década
de 1940. A Polícia Federal é bem preparada e tem condições para lidar com crimes
cibernéticos, mas o policial civil não foi treinado para isso", afirmou Marco.
Ele afirma que o despreparo de policiais causa a chamada "cifra negra" - termo que
se refere aos crimes não declarados ou não descobertos, como, por exemplo, quando a
vítima não registra o crime porque acredita que ele ficará impune.
"Você chega numa delegacia comum e (os crimes cibernéticos) são tratados como
bobagem. É tratado como se aquilo não tivesse importância, como chacota.
Você não tem uma promotoria especializada em crimes cibernéticos. Foi criado o
Cyber Gaeco para investigar os crimes mais graves, mas não há uma promotoria
especializada nisso.
Não há uma Vara especializada. Não há uma Câmara dentro de um tribunal ou uma
Procuradoria especializada em crimes cibernéticos", afirmou o procurador.
Ele afirma que, além de uma senha mais complexa dar mais trabalho ao hacker,
combinações diferentes para contas distintas evita acesso a outras caso uma delas
se torne conhecida.
Se a senha cadastrada num site de compras for a mesma do e-mail pessoal do usuário,
por exemplo,
o hacker poderá ter acesso a ambas - e, por consequência, a dados muito mais
sensíveis e provavelmente a outras contas.
Sávio também indica que o usuário deve ativar a verificação de duas etapas em todos
os aplicativos que disponibilizam essa opção. Isso faz com que o programa peça uma
senha de tempos em tempos.
O especialista diz que não é necessário deixar de usar as lojas online, mas que é
preciso tomar o máximo de cuidados para não ter problemas. "O que eu faço é trocar
minha senha a cada três meses.
Eu tenho um programa que armazena senhas e me avisa quando eu preciso mudar. Dá
trabalho, mas dá mais segurança", afirmou.
Por último, ele diz que é sempre bom desconfiar de comportamentos diferentes.
or exemplo, se o seu banco mandou SMS ou um e-mail pedindo para clicar em um link,
e ele não costuma fazer isso, você não deve clicar.
"Se você não entrou no bankline por um problema, por que clicaria num link de
recuperação de senha? O segredo é desconfiar", afirmou Sávio.