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ANESTESIA EM CALOPSITA (Nymphicus hollandicus) PARA RETIRADA DE


CISTO DE INCLUSÃO DE PENA - RELATO DE CASO.

ANESTHESIA IN COCKATIEL (Nymphicus hollandicus) REMOVAL OF


INCLUSION CYST FEATHER - CASE REPORT.

¹ENEAS, M.D.; ²RUSSO, C.; ²ABIMUSSI, C.J.X.


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Aluna do curso de Medicina Veterinária –Faculdades Integradas de Ourinhos-FIO/FEMM
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Docente do curso de Medicina Veterinária –Faculdades Integradas de Ourinhos-FIO/FEMM

RESUMO

Cistos inclusão de pena são comuns em várias espécies, que podem ter como formação de caráter
hereditário ou induzido por traumas. Foi atendido no Hospital Veterinário das Faculdades Integradas
de Ourinhos – FIO uma calopsita de aproximadamente um ano, pesando 0,089Kg apresentando
uma massa em região peitoral. O animal recebeu como medicação pré-anestésica midazolam por
via intra nasal (12,5 mg/kg) associado a morfina (2,5 mg/kg) pela via intramuscular. Antecedendo o
ato cirúrgico, foi administrado meloxicam (0,3mg/kg) e enrofloxacina (10mg/kg), ambos por via intra
muscular. O animal foi posicionado em decúbito dorsal e a manutenção anestésica foi realizada com
isofluorano. O objetivo é relatar a realização de um procedimento anestésico cirúrgico a que foi
submetida uma calopsita (Nymphicus hollandicus).

Palavras-chave: Sedação. Benzodiazepínicos. Opióides. Aves. Nymphicus hollandicus.

ABSTRACT

Inclusion feather cysts are common in several species, which may have the hereditary form or
induced to trauma. Was attended the Veterinary Hospital of Faculdades Integradas de Ourinhos –
FIO one cockatiel about a year, weighing 0,089Kg showing a node in the pectoral region. The
animal received as premedication as midazolam intranasal administration (12.5 mg/kg) combined
with morphine (2.5 mg/kg) intramuscular. Preceding to the surgery, was administered meloxicam
(0.3 mg/kg) and enrofloxacin (10 mg/kg), both by intramuscular injection. The animal was positioned
supine and anesthesia was maintained with isoflurane. The objective is to report the execution of a
surgical anesthetic procedure they underwent one Cockatiel (Nymphicus Hollandicus).

Keywords: Sedation. Benzodiazepines. Opioids. Birds. Nymphicus hollandicus.

INTRODUÇÃO

O crescente interesse e conhecimento de espécies silvestres desde os anos


1960 resultaram em uma maior demanda exigindo necessidade de anestesia
segura para procedimentos médicos e cirúrgicos mais especializados. Apesar de
existir diferenças entre aves e mamíferos, os princípios básicos de anestesiologia
são os mesmos. (WEST; HEARD; CAULKETT, 2007).
A anestesiologia é uma das áreas mais controversas da medicina aviária e,
para muitos, representa um desafio devido às particularidades anatômicas,
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fisiológicas e comportamentais (SCHMITT, 1998), margem inferior de segurança,


maior dificuldade no monitoramento e, atualmente, informações limitadas em
analgésicos eficazes para estas espécies. (CORNICK-SEAHORN, 2000).
Durante o exame pré-anestésico, os sinais vitais de base e peso corporal
exato (gramas em pequenas aves) devem ser registrados. (GREENE, 2001).
A medicação pré-anestésica não é rotineiramente empregada em aves,
porque os sedativos ou tranquilizantes irão prolongar a recuperação e podem levar
a uma recuperação prolongada. (GREENE, 2001).
Atualmente tem-se demonstrado que o dano tecidual, como em uma
cirurgia, pode levar a sensibilização do sistema nervoso central, aumentando o
desconforto pós-operatório. A analgesia preemptiva impede que o estímulo nocivo
chegue ao sistema nervoso central, quando fornecida num estágio inicial de
trauma tecidual, como no pré e trans operatório, havendo redução da inflamação,
melhorando potencialmente a recuperação a curto e longo termo (HAWKINS,
2006). Outro benefício é a redução da quantidade de anestésicos requerida,
diminuindo os riscos associados à anestesia. (LONGLEY, 2008).
Segundo Linn e Gleed (1987), assim como afirmam Skarda (1995) e
também Ludders e Matthews (1996), a anestesia inalatória é eleita ao invés dos
anestésicos injetáveis para aves, sendo indicada para procedimentos extensos
pela fácil manutenção ou para procedimentos curtos devido à rápida recuperação.
Gases anestésicos e vapores são rapidamente absorvidos na corrente
sanguínea de modo a que a indução anestésica e a recuperação sejam igualmente
rápidas. (HALL, CLARKE e TRIM, 2001).
O ingresso do isofluorano como agente anestésico inalatório foi o evento
mais importante para o progresso da anestesia em aves (ALTMAN, 1998).
Caso o pássaro pareça estar em um profundo plano da anestesia, redução
adicional no cenário vaporizador é garantido. (GREENE, 2001).
O objetivo é relatar a realização de um procedimento anestésico cirúrgico a
que foi submetida uma calopsita (Nymphicus hollandicus).

MATERIAL E MÉTODOS
Foi atendido no Hospital Veterinário das Faculdades Integradas de Ourinhos
- FIO uma calopsita (Nymphicus hollandicus), de aproximadamente um ano de
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idade, pesando 0, 089 Kg, apresentando uma massa em região peitoral com
evolução de quatro meses.

Como medicação pré-anestésica (MPA) foi administrado midazolam intranasal 12,5


mg/kg (VENSAL; ZARE, 2006) equivalente a duas gostas por narina e
posteriormente morfina 2,5 mg/Kg (diluído em 0,08 mL de NaCl) por via
intramuscular. Após 20 minutos, foi realizada a limpeza e remoção das crostas com
solução fisiológica 0,9%, H 2 O 2 e clorexidine sabão. Ato contínuo, realizada a
depenagem da região e preparo para o início do ato cirúrgico.
Previamente ao ato cirúrgico, foi administrado 0,3 mg/kg de
meloxicam 0,02% e 10 mg/kg de enrofloxacina 0,5 %, ambos por via intramuscular
(Tabela 1).
Para a indução e manutenção do animal durante o procedimento cirúrgico foi
administrado isofluorano, empregando o uso de máscara. O animal foi posicionado
em decúbito dorsal sobre um colchão térmico, visando evitar perda de temperatura.
Como monitorização posicionou-se um doppler vascular na região da cintura
escapular.

Tabela 1- Diluição dos fármacos administrados para a ave.

Conteúdo
Fármaco Dose Concentração
administrado

0,2mg/mL (0,1 mL
Meloxicam 0,3mg/kg Meloxicam 0,2% + 0,14mL
0,9 mL NaCl 0,9%)

5mg/mL (0,1 mL
Enrofloxacina 10%
Enrofloxacina 10mg/kg 0,18 mL
+ 0,9 mL NaCl
0,9%)
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
As aves podem ser restringidas para que a anestesia possa ser induzida
utilizando uma máscara facial ou podendo ser confinados em uma caixa de
plástico transparente material, enquanto que os gases anestésicos ou vapores são
introduzido na caixa. (HALL;CLARKE;TRIM, 2001). Como foi feito durante o
procedimento cirúrgico mantendo o animal na máscara com o anestésico inalatório
isofluorano.
A morfina é um antagonista puro, que não tem sido muito utilizado na
medicina aviária devido ao pouco conhecimento do efeito da droga em aves e
pelos resultados controversos de estudos que demonstram pouca analgesia ou até
mesmo hiperalgesia, além de incordenação motora e sedação (HAWKINS;
MURPHY, 2011), o que diferente do que foi observado, não causando
incordenação do animal durante a recuperação. Para manter um nível plasmático
terapêutico da droga, deve ser administrado na dose mínima de 2 mg/kg, sendo a
leve sedação o único efeito adverso observado (SINGH, 2010). A dose utilizada
da morfina por ter sido um pouco mais elevada levou a sedação do animal como
um procedimento pré anestésico. Segundo LUDDERS e MATTHEWS, in
BENSON, TRANQUILLI e THURMON, 1996, a morfina tem como seu principal
efeito é a analgesia, pois induz a uma rápida diminuição na síntese de serotonina,
o que foi notado.
O meloxicam tem seu mecanismo de ação antiinflamatória que consiste na
inibição exclusiva da enzima COX2 (HUEZA, 2008). Na dose de 0,5mg/kg não
ocorrem efeitos colaterais em psitacídeos, em uso oral ou venoso, sendo a
bioviabilidade alta em ambas as vias (WILSON, 2005), porém o efeito analgésico
desta droga em aves não foi estabelecido (MACHIN, 2005). O uso do meloxicam
neste animal não foi com o intuito exclusivamente da analgesia, pois a morfina já
havia sido realizada como medicação pré anestésica, por isso a diminuição da
dose do que WILSON (2005) indica.
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Figura 1. Animal posicionado em decúbito dorsal


sob a administração de isofluorano.

Figura 2. Animal em recuperação após o


término do procedimento anestésico-
cirúrgico.

Figura 3 – Animal recuperado da sedação


e anestesia.
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CONCLUSÃO
O procedimento cirúrgico para retirada do cisto de inclusão de pena pode
representar um método eficaz de tratamento, possibilitando ainda uma melhor
qualidade de vida para o animal. A técnica anestésica e os fármacos utilizados
neste estudo mostraram-se ser viáveis, sendo uma alternativa para outros animais
da mesma espécie que necessitem passar por um procedimento anestésico
cirúrgico.

REFERÊNCIAS
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