F.Ocular HCM

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APLICAÇÕES DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICAS

DE FÁRMACOS EM OFTALMOLOGIA

Agentes antibacterianos
Conjuntivite
processo de inflamação da conjuntiva, caracteriza­do por
dilatação vascular, infiltração celular e exsudação

Causas
Mais comuns: vírus, alergias, irritantes ambientais, lentes
de contato e compostos químicos.
Menos comuns: patógenos infecciosos, reações mediadas
imunologicamente, doenças sistêmicas associadas e
tumores da conjuntiva ou da pálpebra
Ceratite ou Inflamacao da Córnea
ocorre quando há uma inflamação da primeira
camada de células da córnea, ou seja, a “pele” da
córnea.

Sintomas
Etiologias
Vermelhidão; Dor intensa ou queimação; Coceira;
Infecciosas e não infecciosas.
Produção excessiva de lágrimas; Dor ao piscar;
Dificuldade em abrir os olhos; Visão embaçada; Bactérias, vírus, fungos, espiroquetas
Infecções graves e cistos, trofozoítos.
Fazer raspagem da córnea para preparação de
Endoftalmite

Processo inflamatório das cavidades intraoculares (por


exemplo, humor aquoso e/ou vítreo) geralmente causado
por bactérias ou fungos.
Causas
Infecção por microorganismos.
Trauma direto (químico ou físico)
Alterações imunológicas ou neoplásicas.
Fatores de risco
Diabetes mellitus, leucemia, Aids e infecções de vias
aéreas superiores (especialmente crianças), dermatite
Agentes antibacterianos tópicos para uso oftálmico
APLICAÇÕES DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICAS
DE FÁRMACOS EM OFTALMOLOGIA

Agentes antivirais
Ceratite viral

Infecção da córnea que pode envolver o epitélio ou o


estroma.

Causas
Herpes simples tipo I e pelo vírus varicela-zóster.
Herpesvírus-simples tipo II, vírus Epstein-Barr e CMV.

Sintomas
Visão reduzida; Dores nos olhos; Fotofobia; Olhos
lacrimejantes; Secreção ocular; Vermelhidão
Herpes-zoster oftálmico

é causado por reativação de uma infecção latente pelo vírus


varicela-zóster no primeiro ramo do nervo craniano trigêmeo.
Sinais e sintomas
exantema doloroso na fronte, dor ocular intensa; edema palpebral
acentuado; hiperemia conjuntival, episcleral e circuncorneana;
edema corneano; e fotofobia.
Prevenção do herpes-zóster oftálmico
Recomenda-se a vacina recombinante contra o herpes-zóster para
adultos imunocompetentes ≥ 50 anos de idade, independentemente
de terem tido herpes-zóster ou terem recebido a antiga vacina viva
Retinite viral
Inflamação da retina que provoca danos na estrutura
constituindo uma ameaça para a visao.
A retinite viral pode ser causada por herpes vírus simples,
CMV, adenovírus e vírus varicela-zoster.
Com o tratamento antirretroviral altamente eficaz, a
retinite causada pelo CMV não parece progredir quando o
tratamento anti-CMV específico é interrompido, mas
alguns pacientes desenvolvem uveíte associada à
recuperação imune.
Agentes antivirais para uso oftálmico
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA
NERVOSO AUTÓNOMO
Farmacologia ocular
Utilização de fármacos que atuam no sistema nervoso autónomo
São farmacos usados para finalidades de diagnostico e cirurgia, no
tratamento de glaucoma, da uveíte e estrabismo.

Glaucoma
Doença que afectam o nervo óptico normalmente de uma forma crónica,
podendo conduzir à perda progressiva da visão se não for precocemente
detectado e convenientemente tratado.
Farmacologia ocular
Fisiopatologia

Há dois tipos principais de glaucoma:


O glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) ou hipertensão ocular,
que representa a maioria dos casos.
O glaucoma de ângulo fechado
Farmacologia ocular
No GPAA, a causa específica na neuropatia óptica é desconhecida.
Historicamente, considerava-se que o aumento da pressão intraocular
(PIO) seria a única causa. Outros fatores contribuintes são: maior
suscetibilidade do nervo óptico à isquemia, excitotoxicidade, reações
autoimunes e outros processos fisiológicos alterados. Embora a PIO seja
um preditor ruim de quais pacientes evoluirão com alteração de campo
visual, o risco aumenta em função do aumento da PIO.
Farmacologia ocular
A PIO não é constante; ela se altera com a frequência cardíaca, pressão
arterial, expiração forçada ou tosse, compressão cervical e postura.
Muitos medicamentos podem aumentar a PIO.

O GAA secundário pode ter muitas causas, incluindo síndrome


exfoliativa, glaucoma pigmentar, doenças sistêmicas, traumatismos,
cirurgia, doenças inflamatórias oculares e medicamentos.
Farmacologia ocular
O glaucoma secundário pode ser classificado como pré-trabecular (a
malha normal fica coberta impedindo a drenagem do humor aquoso),
trabecular (a malha encontra-se alterada ou há acúmulo de material nos
espaços intertrabeculares), ou póstrabecular (aumento da pressão venosa
episcleral).
Farmacologia ocular
Manifestações clínicas

O GPAA tem evolução lenta e em geral é assintomático. Geralmente


apresentam:
Borramento da visão com halos ao redor das luzes;

Às vezes, cefaleia;

Embaçamento e edema da córnea; dor ocular; náusea, vômitos e dor


abdominal; e diaforese.
Farmacologia ocular
Diagnóstico

O GPAA é confirmado pela presença das alterações características no


disco óptico e alteração no campo visual, com ou sem aumento da PIO.

Tratamento

β-bloqueadores (p. ex., timolol) eram o tratamento preferencial, desde


que não houvesse contraindicação.
Farmacologia ocular
Os análogos da prostaglandina (p. ex., latanoprosta, bimatoprosta e
travoprosta) oferecem a possibilidade de uma dose única diária, maior
redução da PIO, boa tolerância e, recentemente, disponibilidade de
genéricos com custo menor. A brimonidina e os IACs também são
adequados para terapia de primeira linha.
Farmacologia ocular
Pilocarpina e dipivefrina (pró-fármaco da epinefrina), são usados como medicamentos
de terceira linha. O carbacol, os inibidores da colinesterase de uso tópico, e os IACs por
via oral (p. ex., acetazolamida) são usados como último recurso após insucesso das
opções menos tóxicas.

Trabeculoplastia a laser ou trabeculectomia cirúrgica é indicado em casos de insucesso


das terapias de terceira e quarta linhas. Agentes antiproliferativos como fluorouracila e
mitomicina C são usados para modificar o processo de cicatrização e manter a patência.
Farmacologia ocular
Tratamento do glaucoma de ângulo fechado O GAF agudo com PIO
elevada requer redução rápida de PIO. O tratamento medicamentoso
da crise aguda normalmente é feito com um agente osmótico e um
inibidor da secreção (p. ex., β-bloqueador, α2-agonista, latanoprosta ou
IAC), acompanhados ou não de pilocarpina. Os agentes osmóticos são
usados para reduzir rapidamente a PIO.
Farmacologia ocular
Fármacos de ação autónoma para o uso oftálmico
Farmacologia ocular
Farmacologia ocular
Uveíte

A uveíte (inflamação úvea) pode ser infecciosa ou não infecciosa.

O ciclopentolato ou, em alguns casos os fármacos anti-muscarínicos


de ação ainda mais prolongada como atropina, escopolamina e
homatropina evitam a formação de sinéquias posteriores entre o
cristalino e a margem das íris e reduzem o espasmo do musculo ciliar.
Farmacologia ocular
Se as sinéquias posteriores já estiverem formadas, pode se administrar
um agonista α-adrenérgico para dissolvê-las por meio da ampliação da
dilatação popular. Para tal existe uma solução de escopolamina a 0,3% e
fenilefrina a 10%. Em geral os esteroides tópicos são eficazes para
reduzir a inflamação, mas em alguns casos precisam ser suplementados
por esteroides sistémicos
Farmacologia ocular
Estrabismo

O estrabismo ou desalinhamento ocular tem varias causas, surge


caracteristicamente nas crianças, mas pode ocorrer em qualquer idade.

Doença caraterizada principalmente pelo desvio de um ou ambos os


olhos e os sintomas podem variar de visão dupla, confusão das
imagens, torcicolo ou até mesmo não apresentar nenhum sintoma.
Farmacologia ocular
Farmacos usados

O iodeto de ecotiofato usado em casos de estrabismo acomodativo.

Os inibidores irreversíveis da colinesterase, como o ecotiofato, causam


miose e uma altearão comodativa no formato do cristalino.

Os antagonistas colinérgicos muscarínicos e os agonistas α2-


adrenergicos são utilizados isoladamente ou combinados para ampliar a
visão da retina e do cristalino.
Farmacologia ocular
Agentes imunomodulares em oftalmia

Glicocorticoides

Devido aos seus efeitos anti-inflamatórios, os glicocorticoides são usados no tratamento de

alergias oculares, de uveíte anterior, das doenças inflamatórias oculares externas associadas a

algumas infeções e ao pênfigo cicatricial ocular e da inflamação pós-operatório subsequente

as cirurgias intraoculares, corneais e de refração.

As preparações de glicocorticoides disponíveis atualmente para administração ocular tópica

são a dexametasona, prednisolona, fluorometolona, loteprednol, medrisona e rimexolona.


Farmacologia ocular
Toxicidade dos esteroides: as soluções topias, os comprimidos e os cremes
estão associados a problemas oculares assim como os esteroides intravítreos
e intravenosos. Outras complicações são as cataratas subcapsulares
posteriores, infeções secundarias e glaucoma de ângulo aberto secundário,
risco de desenvolver glaucoma secundário se o paciente tiver um histórico
familiar de glaucoma, elevação da pressão intraocular induzida pelas
esteroides é reversível quando o tratamento for interrompido.
Farmacologia ocular
Anti-inflamatórios não esteroides

Atualmente, existem três AINE tópicos aprovados para o uso ocular:


diclofenaco, flubiprofeno e cetorolaco.3 As principais indicações para uso de
AINES na prática oftálmica são:
Manutenção de midríase durante cirurgia intraocular;

Controle da inflamação intraocular após cirurgia e não relacionada com


cirurgia, como conjuntivites alérgicas.
Farmacologia ocular
Anti-histamínicos H1 -principais representantes são a Levocabastina suspensão e
o difumarato de Emedastina.

São antagonistas H1 e apresentam uma ação efetiva no bloqueio do prurido ocular


e uma eficácia moderada na hiperemia, sendo indicados no tratamento de
conjuntivite alergia com prurido intenso.

Efeitos adversos que podem ser observados:ardor, sensação de queimação e


pontada após a instilação do colírio. A emedastina deve ser utilizada com cautela
em mulheres na fase de amamentação.
Farmacologia ocular
Estabilizadores da menbrana de mastocitos

Mecanismo de ação: estabilização da membrana mastocitária por meio da inibição do


influxo do cálcio, evitando a liberação de mediadores.

Indicação: tratamento da conjuntivite alérgica e na profilaxia da liberação de histamina.

Efeitos adversos: são raros, ardor ao aplicar o colírio, prurido ocular, olho seco, irritação
e hordéolo.

Por falta de estudos, seu uso não é aconselhado na gestação, lactação e na primeira
infância. É contraindicado o uso de lentes de contato gelatinosas durante o tratamento.
Farmacologia ocular
Olopatadina solução

Mecanismo de ação: estabilização da membrana dos mastócitos e na inibição da


migração dos eosinófilos.

Indicação: tratamento temporário de prurido gerado pelas conjuntivites alérgicas.

Efeitos adversos, principais: cefaleia e queimação ocular após a instilação do


colírio. Seu uso na gravidez, lactação e na Primeira infância não é aconselhado,
devido a falta de estudos.
Farmacologia ocular
Epinastina

Antagonista de H1 e H2, com menor afinidade pelo ultimo. age inibindo a


degranulação dos mastócitos, reduzindo o acúmulo de neutrófilos inflamatórios.

Indicação: tratamento de conjuntivite alérgica.

Efeitos adversos principais, ardor e queimação, prurido, alteração da visão, olho


seco, irritação, cefaleia e boca seca. Por falta de estudos, seu uso não é aconselhado
na gravidez e lactação.
Farmacologia ocular
Agentes imunossupressores e antimitóticos

5-Fluororacila e mitomicina C são as principais indicações nas cirurgias


da córnea e de glaucoma. A interferona alfa 2b também tem sido
utilizada ocasionalmente. Algumas doenças sistémicas com
manifestações oculares que ameaçam a visão, como a doença de Behçet,
granulomatose de Wegener, artrite reumatoide e síndrome de Reiter
devem ser tratadas com imunossupressores.
Farmacologia ocular
Uses terapêuticos: cirurgia de glaucoma, a fluororacila e mitomicina,
também agentes antineoplásicos. Esses dois fármacos actuam atenuando
o processo cicatricial, em alguns casos isso pode levar a formação de
tecidos avasculares isquémicos e finos que tendem a romper.
Farmacologia ocular
Imunomoduladores

A ciclosporina tópica foi aprovada para o tratamento de ressecamento


ocular cronico associado a inflamação. A ciclosporina é um agente
imunomodulador que inibe a ativação das células T. A administração
desse fármaco esta associado a redução dos marcadores inflamatórios na
glândula lacrimal, aumento da produção de lagrimas bem como melhora
da visão e do conforto.
FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA
ANTISSÉPTICOS PRÉ-CIRÚRGICOS
Antissépticos pré-cirúrgicos
• A iodopovidona é formulada como uma solução oftálmica estéril a
5% usada antes de procedimentos cirúrgicos para preparar a pele
periocular e irrigar as superfícies oculares, incluindo a córnea, a
conjuntiva e as fórnices palpebrais.
• Após irrigação, os tecidos expostos são lavados com soro fisiológico
estéril.
Agentes trombolíticos

A administração intravítrea da trombina pode ajudar a controlar a


hemorragia intraocular durante a vitrectomia.
• Agentes usados para tratar cegueira e dor ocular
 A injeção retrobulbar de etanol absoluto ou a 95% pode oferecer
alívio da dor crônica associada a um olho cego ou dolorido.
A injeção retrobulbar da clorpromazina também tem sido realizada.
Esse tratamento é precedido da administração de anestésicos locai
• Os anestésicos tópicos utilizados clinicamente em oftalmologia
incluem gotas de proparacaína e tetracaína, geleia de lidocaína e
cocaína intranasal.
• A proparacaína e a tetracaína são utilizadas topicamente para:
realizar tonometria
 remover corpos estranhos da conjuntiva e da córnea
 realizar cirurgias superficiais na córnea e manipular o sistema
canalicular nasolacrimal.
• Em cirurgias, a lidocaína e a bupivacaína são utilizadas nas anestesias
por infiltração e bloqueio retrobulbar
• Os anestésicos gerais e a sedação são medidas coadjuvantes
importantes nos cuidados com o paciente em cirurgia e nos exames
oculares, principalmente nas crianças e nos adultos não cooperativos.
• A maioria dos agentes inalatórios e dos depressores do SNC está
associada à redução da PIO.
• A maioria dos agentes inalatórios e dos depressores do SNC está
associada à redução da PIO. Uma exceção é a cetamina, porque foi
associada à elevação da PIO.

• Em pacientes com perfurações do bulbo ocular, a anestesia deve ser


selecionada cuidadosamente para evitar que os fármacos despolarizem
os músculos extraoculares, o que poderia resultar na expulsão do
conteúdo intraocular
• Adesivo oftálmico
Para uso ocular, o adesivo tecidual de cianoacrilato é amplamente
utilizado no tratamento de úlceras e perfurações da córnea.
O fármaco é aplicado na forma líquida e polimerizado para formar um
tampão sólido.

• Gases para o segmento anterior


• Agentes usados para tratar cegueira e dor ocular
 A injeção retrobulbar de etanol absoluto ou a 95% pode oferecer
alívio da dor crônica associada a um olho cego ou dolorido.
A injeção retrobulbar da clorpromazina também tem sido realizada.
• Glaucoma
frequência que o fármaco anticonvulsivante topiramato causa efusões
coloidais, portanto girando anteriormente o corpo ciliar e provocando
um glaucoma de ângulo fechado
• Retina
Os agentes antimaláricos e antiartríticos hidroxicloroquina e
cloroquina podem causar toxicidade retiniana central por mecanismos
desconhecidos.
Tamoxifeno comprovadamente causa uma maculopatia cristalina. O
fármaco anticonvulsivante vigabatrina causa constrição do campo
visual concêntrica bilateral progressiva e permanente em alta
percentagem de pacientes.
Vigabatrina é absorvida de maneira mais eficaz na retina do que no
cérebro, e consequentemente elevações das concentrações de GABA
na retina podem contribuir para perda visual.
• Superfície ocular: A isotretinoína produz um efeito de ressecamento
de mucosas e é associada à queixa de olho seco e disfunção das
glândulas de Meibomio.
• Nervo óptico
• Córnea, conjuntiva e pálpebras: A córnea, a conjuntiva e mesmo as
pálpebras podem ser afetadas por medicações sistêmicas.
Uma das deposições de fármacos encontradas mais comumente na
córnea é a de amiodarona, que se deposita nas áreas inferiores e
centrais, formando um padrão de redemoinho conhecido como córnea
verticilal
• As fenotiazinas como clorpromazina e tioridazina, podem formar
depósitos pigmentados marrons.
• As tetraciclinas podem causar coloração amarelada da conjuntiva
exposta à luz.
• A minociclina sistêmica pode formar pigmentação esclerótica azul-
acinzentada, mais proeminente na zona interpalpebral

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