Estudo Depressão - 07 - 2020
Estudo Depressão - 07 - 2020
Estudo Depressão - 07 - 2020
DA DEPRESSÃO
RESUMO:
Nosso trabalho teve como objetivo revisar estudos que investigaram a ação de
métodos não farmacológicos para depressão. O método utilizado para este trabalho
acadêmico foi o bibliográfico descritivo através de artigos científicos disponibilizados
na base de dados acadêmicas Google Scholar, Bireme, Scielo e PubMed. Os
estudos consultados descreveram a relação entre depressão, exercício físico e
propostas de tratamento para depressão. Nós observamos que medidas de
tratamento não farmacológicas atuais têm se mostrado extremamente eficazes tanto
na prevenção como no auxílio ao tratamento da depressão.
PALAVRAS-CHAVE: Depressão; Abordagens Nutricionais; Estimulação
Transcraniana; Exercício Físico.
ÁREA DE CONHECIMENTO: Saúde
1 INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2017) a depressão é conhecida
como “a doença do século XXI”, pois afeta 322 milhões de pessoas no mundo e tudo
isso representa cerca de 4,4% da população mundial, a probabilidade de pessoas
virem a sofrer em algum momento da vida de depressão aumentou 18,4% entre
2005 e 2015, e esse número deverá aumentar exponencialmente ao longo do tempo
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017).
Essa enfermidade é um distúrbio psicológico altamente prevalente na
população em geral, aparece como uma das principais comorbidades associadas a
outra doenças, como tal deve ser vista como um problema de saúde pública.
Estima-se que a depressão acometa de 3% a 5% da população mundial e nos
Estados Unidos 7% da população de acordo com a Associação de Psiquiatria Norte-
Americana. Se for levado em conta formas mais leves de depressão esses índices
poderiam chegar entorno de 25%, ou seja, um quarto da população norte-americana
teria grandes chances de sofrer depressão em algum estágio da vida (SILVA et al.,
2016).
Dentre os transtornos depressivos a depressão é um dos transtornos
psiquiátricos mais prevalentes, com cerca de 25% das mulheres e 12% dos homens
sofrendo pelo menos um episódio depressivo durante a vida. De acordo com os
critérios de diagnóstico recomendados pela American Psychiatric Association (2013),
os transtornos depressivos podem ser distinguidos por seu grau de severidade ou
duração e também são caracterizados por uma alta comorbidade e um aumento da
tensão psicológica da pessoa afetada. É evidente que existe uma forte conexão com
várias condições crônicas, como vícios, doenças neurodegenerativas e doenças
psiquiátricas. Isso leva a depressão como uma das principais causas de
incapacidade em todo o mundo, cujo sintomas passam a prejudicar de maneira
significativa a vida das pessoas, com graves consequências (HALLER et al., 2019).
O sujeito com depressão demonstra em grande parte do dia desânimo, tristeza,
sentimentos de irritabilidade, inutilidade, apatia, baixa autoestima, fadiga, melancolia
acarretando prejuízos sociais, afetivos, laborais e diminuição de apetite ou aumento
(BRUNONNI et al., 2015).
Atualmente, há disponibilidade de mais de oito classes de antidepressivos, com
aproximadamente 22 substâncias ativas no mercado mundial para o tratamento
farmacológico da depressão, mas somente 30 a 35% dos pacientes depressivos
respondem ou persistem no tratamento com psicofármacos (BLUMENTHAL et
al.,1999).
Essa baixa adesão à medicação farmacológica antidepressiva ocorre por ser
esse um tratamento com diversos efeitos colaterais e de alto custo. Muitos
portadores de depressão não se dispõem sequer a fazer psicoterapia. A esses, os
psicólogos orientam, de maneira ainda mais insistente, a praticar exercícios físicos
com regularidade e a aumentar o número de atividades diárias capazes de lhes dar
prazer (SILVEIRA, 2001).
As dietas, incluindo padrões alimentares ou alimentos específicos, e
abordagens nutricionais estão intimamente ligadas ao tratamento da depressão hoje
em dia, além de outras propostas atualmente, como estimulação transcraniana e
programas de exercícios físicos regulares. Nesse trabalho abordaremos como essas
estratégias não medicamentosas auxiliam no tratamento da depressão.
2 OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo de investigar estratégias não farmacológicas
que possam auxiliar no tratamento da depressão.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizadas buscas online através das plataformas acadêmicas Google
acadêmico, Bireme, Scielo e PubMed com as palavras chaves (Depressão, Nutrição,
estimulação transcraniana, Exercício Físico) não foram estabelecidos limites
temporais.
4 DESENVOLVIMENTO
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os trabalhos elencados em nosso estudo mostraram que a depressão é uma
doença multifatorial, pois é difícil afirmar a sua causa, levando em consideração o
alto grau de complexidade da doença e os níveis de severidade, que podem estar
relacionadas as questões sociais, psicológicas, genéticas e neurobiológicas. As
estratégias de tratamentos utilizadas como abordagens nutricionais ligadas ao
tratamento da depressão, estimulação transcraniana e programas de exercícios
físicos regulares se mostraram promissoras para o seu uso junto aos sujeitos com
depressão.
Diante dos resultados obtidos nessa revisão, o exercício físico apresenta um
campo positivo para a discussão de medidas não farmacológicas envolvendo a
depressão, visto que há uma quantidade maior disponível de trabalhos na literatura
investigando seus possíveis benefícios e limitações (FERNANDES et al., 2017).
As outras propostas não farmacológicas, como abordagens nutricionais e
estimulação transcraniana, embora apresentem bons resultados, entretanto, ainda
estão em fase de investigação e carecem de mais resultados como medida
terapêutica e tratamento com sujeitos que possuem depressão, principalmente
levando em conta que os níveis de severidade da doença são diferentes. Porém, os
resultados animadores obtidos até agora, nos motivam a crer também na utilização
dessas medidas em um futuro próximo para auxiliar na prevenção e tratamento da
depressão (COLLEN K. et al., 2012) (SILVA, 2016).
Apesar da maioria dos trabalhos envolvendo exercícios físicos e depressão
demonstrarem principalmente diminuição dos escores de depressão (MELLO, 2013;
BRUNONI et al., 2015) ainda não está claro na literatura qual o exercício físico mais
indicado, principalmente porque o profissional de educação física tem que levar em
conta, o grau de complexidade que envolve quanto a doença, além da recorrência
que o indivíduo está sujeito a sofrer. Por outro, lado os trabalhos citados mostraram
que existe uma correlação positiva envolvendo a prática de exercício físico e a
diminuição dos escores de depressão (BLUMENTHAL et al., 1999), (FERNANDES
et al., 2017).
Pode se afirmar que o tratamento para a depressão deve ser multifatorial e
também ter em mente as características pessoais indivíduo, sua estratégia de
enfrentamento dos problemas, o tipo de relacionamento que eles têm com eles
mesmos e o tipo de relacionamento que estabelecem com seu ambiente (amigos,
escola, família etc.) e por fim, os hábitos cultivados (HALLER et al., 2019). Assim,
para que o indivíduo atinja o nível mais alto possível de bem-estar psicológico, a
atenção deve se concentrar nesses e em outros aspectos relacionados.
Diante desse cenário, nossas perspectivas futuras sugerimos a necessidade de
serem utilizadas em estudos prospectivos estratégias de tratamentos onde o
pesquisador realize a intervenção em cima de propostas utilizando a ideia de
observar em conjunto propostas de mudanças comportamentais, alimentares e de
nível de atividade física no indivíduo com depressão. Além disso, levar em
consideração a terapia medicamentosa utilizada e compreender quais as
possibilidades de adesão ao tratamento em conjunto com essas drogas.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As estratégias não medicamentosas observadas nesse estudo nos mostram
que são boas alternativas de tratamento auxiliando o sujeito com depressão, mas
principalmente que temos que levar em conta o grau de severidade da depressão.
A partir desta análise dos estudos observou-se que existem já embasadas na
literatura estratégias não farmacológicas para prevenção e tratamento de depressão,
porém vale ressaltar que a realização de um programa de exercícios físicos
moderado com predominância aeróbia tem desempenhado um papel importante
dentre estas estratégias não farmacológicas.
A depressão se mostra um doença multifatorial, pois é clarividente o papel
fundamental que profissionais da saúde devem desempenhar no tratamento e
prevenção e tratamento da depressão, além de salientar a importância de uma
equipe multidisciplinar para uma melhor adesão aos programas de tratamentos, visto
que pessoas com depressão se mostram muito debilitadas e desestimuladas.
Uma orientação adequada juntamente com a organização e planejamento de
programas multidisciplinares envolvendo médicos, psicólogos, nutricionistas e o
profissional de educação física devem fazer parte de um trabalho interdisciplinar
composto, para que auxilie e colabore na qualidade de vida, saúde física e mental
desses indivíduos.
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