Depressao e Atividade Fisica - VivianeOliveira
Depressao e Atividade Fisica - VivianeOliveira
Depressao e Atividade Fisica - VivianeOliveira
A depresso um dos transtornos psiquitricos que se apresenta com morbidade mais elevada na
sociedade. Cerca de 09 20% da populao geral mostram algum tipo de sintoma depressivo e,
segundo dados da OMS (organizao mundial da sade), de 03 05% da populao mundial sero
vtima deste mal.
A depresso tambm pode estar relacionada com a existncia de fatores genticos, que
promovem uma predisposio para o transtorno. Sujeitos com uma personalidade melanclica
(ordenados, super-responsveis, escrupulosos, auto-exigentes, trabalhadores e dependente dos demais)
apresentam maior vulnerabilidade para a depresso. Contudo, acredita-se que toda a depresso, mesmo
as de origem psicolgica, tem um desequilbrio ou um dficit nas monoaminas cerebrais.
A atividade fsica pode influenciar de duas maneiras na depresso: com valor preventivo (
utilizada como proteo contra o desenvolvimento de sintomas depressivos) e como "tratamento",
atravs dos mecanismos psicolgicos e/ou biolgicos. Entre os fatores psicolgicos a atividade intervm
na distrao dos estmulos estressores, maior controle sobre seu corpo e sua vida e a interao social -
proporcionada pelo convvio com outras pessoas. J os fatores biolgicos esto relacionados ao efeito
da endorfina. A endorfina tem efeito similar morfina, que pode reduzir a sensao de dor e produzir um
estado de euforia. A depresso tambm est relacionada a uma transmisso prejudicada em algumas
sinapses aminrgicas centrais, por defeitos na produo, na transferncia ou na perda de aminas. H
tambm a hiptese biolgica que o exerccio fsico associado ao tratamento promove a melhora da
alterao de uma ou de todas as monoaminas cerebrais (como exemplo a serotonina e noradrenalina),
uma vez que essas substncias so neurotransmissores (assim como a dopamina e a endorfina) e esto
relacionadas respectivamente satisfao, ao prazer, sono, humor, apetite, etc.
Segundo MARTINSEN et al. (1989), NORTH et al. (1990), ANDREAGGI et al. (1993) apud
RIBEIRO (1998), a psicoterapia e o tratamento medicamentoso em conjunto com a atividade fsica
pode ser um instrumento importante no s na questo ocupacional e de reabilitao, mas tambm
atuar de forma teraputica. Os efeitos e benefcios que atividade fsica proporciona sade mental do
indivduo abrangem a questo biolgica, psicolgica e social.
Um fenmeno comum em indivduos com depresso est nas atitudes verbais favorveis ao
exerccio no corresponderem s condutas efetivas da prtica do mesmo. Ou seja, o problema est em
adotar a prtica de atividade fsica, pois uma das caractersticas da doena a falta de interesse por
tudo que o cerca. Por este motivo importante ater-se na prescrio da atividade para estes indivduos.
O profissional dever agir em conjunto e adequar o treinamento ao plano teraputico ou psiquitrico.
Pessoas depressivas tendem a encontrar dificuldade devido ao esforo para inclurem a atividade
fsica nas suas atividades dirias. A falta de motivao pode estar relacionada ou no aos efeitos
secundrios dos antidepressivos no sistema cardiovascular. Por isso fundamental que haja
encorajamento e suporte a este indivduo quando ele comear a se exercitar. Alm disso, neste perodo,
a intensidade no deve ser maior do que aquela que ele possa realizar (MARTINSEN, 1990 e 1994 apud
RIBEIRO,1998). Afinal o objetivo no gerar frustraes a este indivduo, mas sim elaborar metas
possveis de serem alcanadas.
Os benefcios da atividade fsica na sade mental e no humor podem ser medidos nos aspectos
psicossociais (reforo social) e nos aspectos fisiolgicos (liberao da endorfina, da dopamina e das
Viviane Ivanski Martins de Oliveira maro/2014 (reviso de artigos) Pgina 2
monoaminas: serotonina e noradrenalina).
MARTINSEN et al. (19985, 1990), MAROULAKIS & ZERVAS (1993), BLUE (1979), McCANN &
HOLMES (1984) apud RIBEIRO (1998) defendem que o exerccio fsico aerbio tem sido um tratamento
adjunto para a depresso, devido diminuio do stress, da melhora do sono, do combate s
frustraes e melhora da auto-estima e humor, alm da fuga temporria dos problema dirios. O
exerccio aerbio est associado a um feito antidepressivo em pacientes com depresso de leve
moderada (MORGAN, 1985; GRIMA, 1996 apud RIBEIRO,1998). J os que possuem quadro grave no
necessariamente modificaro a severidade da doena, embora seja possvel observar a melhora do
estado fsico.
Dentre os efeitos positivos da atividade aerbia para a depresso parece estar relacionado ao
aumento do fluxo sanguneo e da oxigenao do sistema nervoso central., elevao da transmisso
sinptica aminrgica e aumento nos nveis de endorfina no plasma (GRIMA, 1996 apud RIBEIRO,1998).
Para que o exerccio realize mais benefcios psicolgicos necessrio que ele possua as
seguintes caractersticas: seja agradvel de praticar, no competitivo, previsvel e rtmico. Alm disso, o
exerccio deve ter sua intensidade situada entre 70 e 85% da sua capacidade aerbia mxima, com
freqncia de 03 a 05 vezes por semana e com durao de 20 a 60 minutos (GRIMA, 1996 apud
RIBEIRO,1998).
A atividade fsica no melhor que outros tratamentos, mas pode atuar como mtodo alternativo
ou adjunto ao tratamento farmacolgico e/ou psicoterpico.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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