Resumo
Resumo
Resumo
RESUMO
Quando o veículo está em movimento, o sistema de exaustão fica sob influência de todas as
forças transmitidas para ele. Estas solicitações dinâmicas podem ser de vibração, ou de um
grande deslocamento, causado por irregularidades da estrada, quando o veículo por exemplo,
passa em um grande desnível. Neste caso, o impacto ocasionado pelo contato do pneu com a
estrada, transfere uma parte desta força ao escapamento, fazendo com que haja um grande
deslocamento, e consequentemente, gerando tensões em seus componentes. Sob este ponto de
vista, realizou-se neste trabalho, estudos de simulações via método dos elementos finitos,
identificando as regiões de concentração de tensões, no instante em que o veículo sofre um
impacto, ocasionado por desníveis na pista. Com isto, foi analisado o projeto e verificado se o
mesmo, está adequado aos critérios de falha adotados pela engenharia do produto. Foram
inseridas acelerações em cada eixo do escapamento, para simular a força transmitida por um
impacto, forças estas da ordem de 5G nas direções “X” e “Y”, e 10G na direção “Z” do plano
cartesiano. Estas informações foram adquiridas pela montadora, por meio de acelerômetros
localizados no sistema de exaustão. Como critério de falha, definiu-se o limite de 700 Mpa de
tensão. A análise da simulação computacional foi útil, pois, identificou-se a região do produto
com tensões fora da especificação técnica, sendo possível o estudo e a avaliação funcional
deste requisito. O desdobramento e detalhamento desta analise está descrito ao longo deste
trabalho, indicando também as ações preventivas sob o ponto de vista das frequências
naturais.
INTRODUÇÂO
O conjunto formado pelo sistema de exaustão automotivo, utilizado nos veículos de ciclo
OTTO, está localizado na parte de baixo do veículo e interligado ao motor. Umas das
finalidades deste conjunto, é a atenuação dos ruídos provenientes do motor, assim como,
prover a diminuição dos gases nocivos à saúde, por intermédio de um catalisador. Também
faz parte da função do sistema de exaustão, o arrefecimento dos gases de saída, antes da
liberação para a atmosfera, como forma de contribuição aos compromissos ecológicos
sustentáveis.
Este trabalho tem por finalidade, a determinação das acelerações que o sistema sofre, durante
um impacto, no momento em que o veículo automotivo passar em um desnível da estrada.
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Para isto, realizou-se estudos empíricos nos veículos por parte da montadora, em que foram
utilizados acelerômetros, instalados no sistema de escapamento.
No final, utilizou-se o software Hyperview para a análise dos dados de saída do Abaqus e a
geração dos relatórios correlatos.
Estes relatórios são de extrema importância para a estratégia do engenheiro do produto, pois
com isso, o mesmo poderá verificar o projeto e fazer modificações, ainda na fase de pré
desenvolvimento do produto. Este tipo de ação preventiva de engenharia, colabora para uma
maior assepsia de projeto, dando sustentabilidade aos argumentos ora teorizados, e na direção
do projeto enxuto.
Desta forma, a construção dos protótipos e demais testes físicos ficam simplificados, e tem-se
uma garantia maior do sucesso da prova prática e testes funcionais.
O intuito deste trabalho é iniciar um estudo pela técnica dos elementos finitos, que tem por
finalidade identificar as regiões de concentração de tensão, e analisar se o material está
adequado ao projeto, assim como se haverá a necessidade da criação de algum tipo de reforço
estrutural nas regiões denotadas.
1. INFORMAÇÔES GERAIS
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aproximar e simular os fenômenos complexos do universo físico, tendo como dados de
entrada, o modelo CAD 3D [3]. Com o modelo matemático CAD, enviado pela montadora,
inicia-se o processo de construção da malha de elementos finitos, em que é possível indicar
para cada parte da geometria CAD, o tipo de elemento e tamanho adequado para cada região
geométrica. Este processo é o inicio da formulação CAE, via métodos dos elementos finitos.
Depois de inseridos todos os dados, é analisada a informação de saída, gerada pelo solver,
validando ou reprovando o design atual. As conclusões e desdobramentos deste trabalho estão
destacados no tópico estudo de caso.
1.1. METODOLOGIA
Nesta técnica, a partir da matriz de deslocamentos dos nós e da matriz de rigidez, foi possível
verificar as regiões de tensões no material, e a tendência de deformação. Foi utilizado um
pacote de softwares orientados ao pré-processamento, cálculo e geração de relatórios. Este
software de CAE, utiliza modelos matemáticos digitais 3D, para simular fenômenos físicos
reais, via métodos numéricos convergentes [4].
Assim, três etapas complementam este método: Pré-Processamento, Cálculo e Relatórios [6].
Na fase de Cálculo, foi empregado o software ABAQUS que utiliza algoritmos internos, para
a resolução matemática do problema proposto.
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A equação básica da análise estática é [8]:
[ K }{ u } = { F } (1)
Em que:
“K” é a matriz de rigidez do sistema gerada automaticamente pelo ABAQUS, com base na
geometria e propriedades aplicadas.
“u" é o vetor de deslocamentos que são computados pelo ABAQUS (elementos de força,
tensão, reação, etc.).
[ K - M . λi ] { Φi } = 0 (2)
Em que:
λi e Φi são os auto valores a serem computados, onde λi é o auto valor e Φi é o vetor de auto
valor ou modal shape.
Assim, três etapas contemplam uma programação via FEA, como forma de orientação a
lógica computacional, quais sejam [10]:
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pode ser feita nesta fase, assim como as condições de carregamento, também são introduzidas
nesta etapa.
A análise dos elementos finitos é uma ferramenta poderosa para se determinar as tensões e as
deflexões, numa estrutura complexa demais para a análise clássica.
É uma técnica matemática que consiste em discretizar uma estrutura, - modelo matemático
tridimensional - em elementos paramétricos ou isoparamétricos conhecidos, e conectados por
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“nós”. As propriedades dos materiais e elementos são especificados afim de representarem as
propriedades físicas do modelo, conforme ilustrado na Figura 2 [11].
A Figura 2 ilustra uma estrutura e suas partes, composta por elementos e nós.
O solver irá interpretar estes deslocamentos, tratando cada nó como um vetor, e a partir daí,
cria-se uma matriz que por sua vez, indica qual a tensão gerada em cada nó que foi deslocada,
em função da carga aplicada.
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As condições acima, são aplicadas para gerar um sistema de equações, em que os
deslocamentos são desconhecidos.
Para simular com precisão, acuracidade e eficácia a complexidade dos fenômenos físicos do
mundo real, e por consequência tratar seus efeitos nos projetos, há que se considerar:
A tensão em um ponto, tem que ser representada por um tensor, para poder expressar o vetor
força em qualquer direção. Para o estudo do estado de tensões, no interior do corpo
deformado, isola-se um elemento infinitesimal de um volume de dimensões: x, y, z, conforme
ilustrado na Figura 3 [14].
A matriz de rigidez [K] é usada para relacionar FORÇA NODAL com DESLOCAMENTO
NODAL.
Sendo os Kij os coeficientes de influência de rigidez (relaciona a força da constraint no
DOF_i (Degree of Freedom), o termo típico Kij é definido como uma força no i-ésimo nó
devido a um deslocamento unitário no j-ésimo nó, sendo os demais deslocamentos nulos.
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σ xx = (λ +2G)ε xx +λε yy +λε zz (3)
σ yy = λε xx +(λ +2G)ε yy +λε zz
σ zz = λε xx +λε yy +(λ +2G)ε zz
σ xy = 2G ε xy
σ yz = 2G ε yz
σ zx = 2G ε zx,
λ =ν E / (1 +ν )(1 -2 ν ) (4)
G = E / 2 (1+ν ) (5)
Em que:
“E” é o módulo de elasticidade longitudinal (YOUNG) do material,
Para materiais cujas propriedades variam com as direções, como os materiais reforçados por
fibras ou laminados a frio, deve-se usar relações constitutivas apropriadas, com propriedades
elásticas dependentes da direção.
Então, o deslocamento do extremo livre é dado por (considerando elemento barra) [15]:
ux = P L / A E (6)
em que:
ux = Deslocamento do extremo livre;
P = Força aplicada;
L = Comprimento do material;
A = Área
A análise FEA pressupõe algumas etapas para a correta aplicação das condições de contorno,
de acordo com Figura 4, quais sejam: Modelamento geométrico, Preparação das malhas,
Definir simulação, Solver, Avaliar resultados e Otimização [10].
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Também é possível refinar a malha em alguma região de maior interesse, visando uma melhor
acuracidade de resultados finais.
A etapa de definição da simulação, faz referência aos diversos tipos de simulações a serem
aplicadas, a saber: Térmica, Modal, Estática, Dinâmica, CFD, entre outras.
A etapa do solver consiste nos cálculos internos executados pelo aplicativo CAE, neste caso o
Abaqus, com base no algoritmo computacional de controle.
A etapa de avaliação dos resultados e otimização é o ultimo passo da analise FEA e consiste
na avaliação dos resultados obtidos e sua adequada ponderação técnica, observando a função
do produto e que foi objeto de analise.
Caso seja necessário, é possível fazer uma otimização estrutural ou topológica, visando a
adequação das condições iniciais, impostas para os diversos tipos de carregamentos.
Para esta otimização, existe também a possibilidade de estabelecer um parâmetro para cada
variável a ser analisada, de forma a obter uma resposta de sensibilidade variacional, de acordo
com as boundary conditions, apresentadas como input na primeira etapa deste procedimento.
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CAD, utilizou-se a técnica dos Elementos Finitos, como forma de prever o funcionamento
deste componente junto ao conjunto.
Para os componentes que têm a propriedade de amortecimento, como por exemplo os Rubbers
e o flexível, foram utilizados as propriedades de massa, para simular o peso desses
componentes, e elementos de mola com as informações de deformação elástica.
Para as forças atuantes, foram geradas acelerações de magnitude 5G nos eixos “X” e “Y” e de
10G no eixo “Z”, tendo por base o plano cartesiano.
A Figura 5 ilustra as condições de contorno, para o produto que esta sendo analisado,
evidenciando as gravity loads de 5G e 10G.
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A Figura 6 ilustra as tensões geradas no sistema de exaustão, visualizadas nas vistas de planta
e elevação do conjunto.
A Figura 7 ilustra o produto hanger e sua frequência natural crítica, denotando a região de
maior concentração de tensão.
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Com a finalização das análises, foi possível verificar se os componentes atendem as
especificações do cliente, ou quais correções serão necessárias ainda na fase de pré-
desenvolvimento. Nesta fase, as cotações para definir o custo final do produto, ainda não
foram congeladas, e desta forma, poderão ser realizadas com uma precisão maior, sem a
duvida de que será necessário acrescentar material, ou adicionar mais algum componente,
onerando o custo final do produto. Por outro lado, o protótipo será criado sem a necessidade
de retrabalhos, reduzindo ainda mais o custo do produto.
Para esta analise, utilizou-se um processador Intel Xeon W3565, 3.2 GHz, 64 bits, 10 GB
RAM e disco rígido de 3,5 TB e 4 GB de swap_space, além de:
CONCLUSÃO
O resultado da simulação indicou em qual região, e qual componente, seria necessário uma
melhoria, para adequar o produto nas especificações do cliente. Todavia, para este estudo, o
engenheiro do produto poderá verificar se estas tensões, realmente irão trazer danos ao
produto, ou se irá diminuir a vida útil do mesmo. O motivo é que as concentrações de tensões,
estão em uma faixa muito próxima ao limite inferior especificado. Esta faixa não indica uma
reprovação do produto, mas sim, um ponto a ser verificado e posteriormente, analisado com
maior profundidade, tendo como prerrogativa a função do produto.
Este resultado demonstra uma precisão e transparência para a cotação do valor final do
produto, uma vez que é baseado em resultados do modelo CAD e simulação computacional.
Assim, é previsto uma diminuição no tempo de reprojetos, e validações com construções de
protótipos. Com este método, é possível mostrar ao cliente final, - neste caso a montadora –
que o produto oferecido parte de um projeto robusto, diminuindo a incerteza de problemas
futuros, durante as fase de projeto.
REFERÊNCIAS
[1] Pahl, G., Beitz, W., Feldhusen, J., Grote, K.-H.: Projeto na Engenharia, 1ª ed., Edgard
Blücher, São Paulo, 2005
[2] Ehrlenspiel, K., Kiewert, A., Lindemann, U.: Cost-Efficient Design, ASME Press, ISBN
0-7918-0250-7, New York, 2007
[3] Back, N., Ogliari, A., Dias, A., Da Silva, J.C.: Projeto Integrado de Produtos:
Planejamento, Concepção e Modelagem, ISBN: 9788520422083, Editora Manole, 2008
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[4] Alves Filho, A.: Elementos Finitos - A Base da Tecnologia CAE, Editora Erica, 1º
Edição, São Paulo, 2000
[5] Timoshenko,S.P.: Mecânica dos Sólidos Vol. 1/2, Editora LTC, RJ, 1998
[6] Camargo, R.: CAE/CAD/CAM “Uma Ferramenta para Otimização de Projetos de
Cames, Recursos e Aplicações de Cálculos pelo Método dos Elementos Finitos”,
UNIMEP, 1990
[7] MacNeal, Richard,H., Schwendler, W.: MSC/NASTRAN for Window, MacNeal
Schwendler Corporation, San Diego / Califórnia, 1997
[8] Zienkiewicz, O. C. e Taylor, R. L.: Finite Element Method- Basic Formulation and
Linear Problems, Vol.1, McGraw-Hill Co., New York, 1989
[9] Hughes, T.J.R.: Finite Element Method - Linear Static and Dynamic Finite Element
Analysis, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, 1987
[10] Camargo, R.: Topologia de Projeto Robusto aplicando o método dos Elementos
Finitos, Revista Ciência e Tecnologia, v. VII, p. 13-29, 2004
[11] Cook, R. D.: Finite Element Modeling for Stress Analysis, J. Wiley, New York, 1995.
[12] Bathe, K. J.: Finite Element Procedures, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, 1995
[13] Crisfield, M. A.: Finite Elements and Solution Procedures for Structural Analysis,
Vol. 1: Linear Analysis, Pineridge Press, Swansea, UK, 1986.
[14] Fonseca, J.S.O, Selk, C.A.C., Pereira, L.T.V., Marczak, R.J., Alves, D.B., Luersen,
M.A.: Ferramentas de Simulação em Mecânica: Elementos Finitos, UFRGS, 2002
[15] Rao, S.: Vibrações Mecânicas, Quarta Edição, Pearson, 2009
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