Lista de Exercícios III - Prev
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RGPS é obrigatório por mandamus constitucional (art. 201, caput). Filiação é vinculo jurídico
com o sistema previdenciários. Filiação não se confunde com inscrição. A última é decorrência
daquela.
RGPS depende visceralmente da entrada contínua de novos contribuintes. Dois elementos que
laboram contra a previdência: demorar de entrar no mercado de trabalho (16 anos é a
expectativa da previdência) e aumento da expectativa de vida.
Sim, pode. Em tese, concessão de aposentadoria vai utilizar elementos gerais para todo o
mundo. Mas a própria lei relativiza essas regras aos contribuintes portadores de deficiência e
aos expostos a agentes químicos, físicos ou biológicos (insalubridade).
(...)
Perceba que o requisito etário incluído pela EC 103/19 foi bastante severo. Além dos 25 anos
de trabalho (maioria dos casos) o segurado deverá ter, ainda, 60 anos de idade para ter acesso
à aposentadoria especial.
Para que o benefício seja concedido, o segurado deve demonstrar que mantinha contato
permanente, não ocasional nem intermitente, com os agentes nocivos.
A lei n. 8.213/91 não definiu, de maneira expressa, quais categorias de segurados fariam jus ao
benefício. No entanto, seu art. 57, §6º, informa que a aposentadoria especial será financiada
com recursos provenientes das contribuições patronais destinadas ao financiamento do SAT
(alíquotas aplicadas sobre o total das remunerações pagas ou creditadas aos empregados e
trabalhadores avulsos que tenham prestado serviço para a empresa no decorrer do mês).
Indo um pouco mais além, a jurisprudência admite que qualquer contribuinte individual
pleiteie a aposentadoria especial, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à
saúde ou à integridade física (Súmula n. 62 da TNU).
Mais uma vez, a jurisprudência avançou além da norma. Em junho/2019, o STJ definiu que o
auxíliodoença previdenciário também deveria ser contado como tempo de serviço especial
(tema 998 dos RESP repetitivos).
Mais uma vez, a jurisprudência avançou além da norma. Em junho/2019, o STJ definiu que o
auxíliodoença previdenciário também deveria ser contado como tempo de serviço especial
(tema 998 dos RESP repetitivos).
O enquadramento pela efetiva exposição a agentes nocivos deve ser comprovado mediante a
apresentação de laudos técnico-periciais ou por meio dos formulários legalmente admitidos, a
serem preenchidos pelas empresas com base nas conclusões dos laudos técnicos. Somente
teria direito quem realmente estava em contato com o agente nocivo.
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ANA GABRIELA GUIMARÃES
O enquadramento por atividade é feito com a verificação das anotações da CTPS ou com base
nos formulários preenchidos pelas empresas, que descrevem a atividade exercida pelo
trabalhador. Se a função estivesse prevista nos anexos dos decretos, o benefício poderia ser
concedido ainda que o trabalhador não tivesse efetivo contato com o agente nocivo.
A sistemática acima foi alterada pela lei n. 9.032/95, que passou a não mais admitir o
reconhecimento do tempo especial com base no mero enquadramento da atividade
profissional em categorias pré-definidas. Agora, a EC 103/19 trouxe essa exigência para o
âmbito constitucional. O art. 201, §1º, II, da CF/88 expressamente proíbe o enquadramento
por atividade.
O PPP informa os dados básicos da relação de trabalho, descreve as funções exercidas pelo
indivíduo e, em seguida, elenca os agentes nocivos a que eventualmente o trabalhador esteve
sujeito. Para o correto preenchimento do PPP, a empresa deve manter em arquivo, atualizado,
um Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT – expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. Para a elaboração do LTCAT, o profissional
visita cada setor da empresa e verifica, por instrumentos, a presença e quantificação dos
elementos nocivos eventualmente existentes.
O LTCAT deve informar se, no local de trabalho, existem Equipamentos de Proteção Coletiva –
EPC – ou Equipamentos de Proteção Individual – EPI – que diminuam a intensidade do agente
agressivo sobre a saúde do trabalhador.
Os EPC são equipamentos instalados no ambiente que protegem toda uma coletividade de
indivíduos, como os filtros de ar e os abafadores de ruído. Os EPI, a seu turno, devem ser
utilizados por cada trabalhador, sendo exemplos os capacetes, as luvas, as cordas de
segurança, os protetores auriculares, etc.
não se afaste da atividade. Esta regra está prevista no art. 69 do decreto n. 3.048/99 e foi
considerada constitucional pelo STF (Tema 709).
QUESTÃO 03: É correto afirmar que professores em geral tem direito a uma redução no
critério etário para aposentadoria?
Sim, existe regra diferenciada pra professores da Educação infantil, fundamental e médio. Não
é para professores em geral.
- Na atualidade há uma modificação do texto constitucional, ainda permanece uma regra mais
favorável á professores através da contagem diferenciada.
Os professores possuem requisitos diferenciados para a aposentadoria, nos termos do art. 201
da CF/88:
(...)
QUESTÃO 04: É correto afirmar que após a reforma de 2019 deixou de haver cobertura
previdenciária na hipótese de doença?
- Mesmo antes da reforma existia uma separação entre doença e incapacidade. Na reforma de
2019, mudaram a expressão para que a denominação seja denominação ao núcleo do tipo, de
modo que a cobertura é para incapacidade temporária/transitória.
Antes existia aposentadoria por invalidez: incapacidade total + permanente. Com a reforma
passou a se chamar “incapacidade permanente”.
Ao tratar dos benefícios por incapacidade, estamos nos referindo às seguintes prestações
previdenciárias: a) Auxílio-doença; b) Aposentadoria por invalidez, e c) Auxílio-acidente.
Em face de uma mesma doença ou lesão, não é possível receber, acumuladamente, mais de
um benefício por incapacidade (auxílio-acidente; auxílio-doença; aposentadoria por invalidez).
Isso ocorre porque, para um mesmo fato gerador, a definição do benefício depende do grau de
incapacidade sofrido. Ou se concede um, ou se concede outro. No entanto, se originados de
fatos distintos, o auxílio-acidente poderá ser acumulado com auxíliodoença.
A manutenção desses benefícios pressupõe que o fato gerador permaneça presente a todo
momento. Por isso, o benefício será cessado caso o INSS verifique a recuperação plena da
saúde ou caso o indivíduo retorne ao trabalho de maneira espontânea. A convocação para
perícia revisional pode ocorrer a qualquer momento, ainda que a concessão tenha decorrido
de ordem judicial.
Pela sistemática da lei n. 8.213/91, podemos falar em benefícios por incapacidade acidentários
(decorrentes de lesão/acidente do trabalho) ou benefícios por incapacidade previdenciários
(decorrentes de outras lesões ou acidentes).
• “Doença” pode ser definida como uma alteração na saúde de um indivíduo que gere
consequências adversas paulatinas. Pode ser crônica ou aguda, mas, em geral, não gera
incapacidade imediata. Na maioria dos casos, o indivíduo primeiro desenvolve a doença
para, tempos depois, ficar incapacitado (exemplo: cegueira decorrente de glaucoma ou
catarata).
• “Acidente” é um fato inesperado que, em um único momento, gera a maior parte das
consequências adversas. É o caso de uma queda, de um atropelamento, de projétil que
venha a atingir o indivíduo.
De forma simplificada, o auxílio por incapacidade temporária (nome dado pela EC 103/19 para
o auxílio-doença) é devido quando o indivíduo apresenta uma incapacidade TEMPORÁRIA para
a profissão ATUAL (profissão sobre a qual está pagando contribuições).
Note que a lei menciona apenas a incapacidade laborativa. Não se exige que a incapacidade
seja total (incapacidade para o exercício de qualquer profissão). Basta uma incapacidade para
o trabalho ou profissão habitual (“incapacidade parcial”)
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ANA GABRIELA GUIMARÃES
Dessa forma, no que tange ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez, a carência acaba
por virar exceção. Somente será exigida nas hipóteses de doenças não relacionada ao trabalho,
como as de origem genética ou as típicas da idade avançada.
Mesmo nos casos em que a carência é dispensada, os demais requisitos devem ser observados
para a concessão do benefício. Assim, é imperativo que o indivíduo comprove a qualidade de
segurado na data de início da incapacidade.
O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez não serão devidos ao segurado que se filiar
ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa
para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão.
Quando a incapacidade se prolonga no tempo e ganha ares de ser definitiva, o INSS deverá
avaliar se é possível reabilitar o indivíduo para o exercício de outra função. Se a reabilitação
profissional for viável, o indivíduo será capacitado e, posteriormente, encaminhado ao
mercado de trabalho (benefício cessa). Se a reabilitação não for viável, teremos hipótese de
incapacidade PERMANENTE para QUALQUER PROFISSÃO (incapacidade omniprofissional), que
dá ensejo à aposentadoria por invalidez.
Note que existem duas situações que levam o indivíduo a ser aposentado por invalidez: a)
Incapacidade total (omniprofissional), ou b) Incapacidade parcial, se a reabilitação não for
possível.
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O valor da aposentadoria por invalidez também foi alterado pela EC 103/19. Hoje, ela tem a
mesma forma de cálculo das demais aposentadorias, conforme estabelecido no art. 26 da
emenda. O acidente do trabalho e as doenças equiparadas permitem o valor de 100% da
média, conforme especificamos em outra oportunidade.
Por fim, o auxílio-acidente é devido quando a doença/lesão gera uma SEQUELA PERMANENTE
que reduz a capacidade laborativa do indivíduo, mas não chega a incapacitá-lo. O cidadão
continua apto para o trabalho, mas sem a mesma eficiência de antes.
QUESTÃO 05: Após a EC no 103/2019 o critério etário para aposentação dos trabalhadores
rurais foi igualado aos urbanos?
Não. Houve a tentativa de igualar o marco etário, mas não foi para frente a proposta.
Em relação aos rurícolas não houve alteração. Aposentadoria por idade: 60 homem /55
mulher.
A CF/88 e a EC 103/19 não mencionam outros requisitos para a aposentadoria dos rurícolas.
Nada obstante, permanecem em vigor os dispositivos da lei n. 8.213/91 que exigem a carência
de 180 contribuições mensais ou tempo equivalente de labor na condição de segurado
especial.
Para os trabalhadores rurais que não consigam comprovar a carência na forma acima, mas que
satisfaçam essa condição se forem considerados períodos de contribuição urbana, a lei
estabelece a possibilidade de uma aposentadoria híbrida.
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ANA GABRIELA GUIMARÃES
9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e
o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de
previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e
a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos
militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
Sim, é possível embora não tenha sido normatizado. O grande desafio é como normatizar isso.
É fácil receber dinheiro de seguradora privada?
Sim, embora não seja comum. Existe a construção jurídica nesse sentido. Teoricamente o meu
empregador, se eu já tenho a quantidade mínima de contribuições ao RGPS e já tenho idade, o
meu empregador tem legitimidade ativa extraordinária para requerer a minha aposentadoria
e me mandar para fora do emprego.
, é interessante notar que a lei n. 8.213/91 traz uma hipótese de aposentadoria por idade
compulsória no RGPS.
Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde
que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e
completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65
(sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em
que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação
trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a
imediatamente anterior à do início da aposentadoria.
Ao tratar da aposentadoria por idade, a lei n. 8.213/91 traz dispositivo que permite às
empresas requerer o jubilamento de empregados que tenham mais de 70 anos de idade (se
homem) ou 65 (se mulher). Este mecanismo foi criado para permitir a renovação dos quadros
sem que haja grande prejuízo para o trabalhador, que já sai aposentado. Quando esse
dispositivo é invocado pela empresa, o funcionário fica obrigado a deixar o trabalho
(recebendo FGTS como se fosse uma demissão sem justa causa).
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De toda forma, não é uma aposentadoria compulsória como a que existe no serviço público. A
empresa é livre para fazer uso dessa faculdade se quiser, podendo manter trabalhadores de
bastante idade em seus quadros, ainda que ultrapassados os 70 anos. Enquanto houver
trabalho remunerado, haverá filiação ao RGPS.
Perceba que a hipótese é diferente da que encontramos no regime dos servidores públicos. No
regime geral, se o indivíduo estiver disposto e o patrão de acordo, não há idade máxima para
que o trabalhador se aposente. De forma quase literal, o céu é o limite.
Política governamental cuja ideia é atrair as pessoas para o sistema com um pagamento
menor que o geral.
A universalidade do atendimento significa que o maior número possível de pessoas deveria ser
atendido pelos serviços da seguridade social. Isto é muito claro no SUS. Por outro lado, a
assistência social limita seu atendimento à parcela mais carente da população, enquanto a
previdência somente atende a quem contribui para o sistema previdenciário.
A Emenda Constitucional n. 47/05 alterou o art. 201 da CF/88 para criar o “sistema especial de
inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a família de baixa renda”. Este sistema especial terá alíquotas e
carências inferiores às vigentes para os demais segurados da previdência, como se vê nos §§12
e 13 do art. 201
Art. 201 (...) § 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária,
com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa
renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e
àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias
de baixa renda. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019) § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá
valor de 1 (um) salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
O referido sistema foi regulado pela Lei n. 12.470/11, que possibilitou contribuições
previdenciárias ainda menores para alguns contribuintes individuais e segurados facultativos,
desde que também optassem por não receber a aposentadoria por tempo de contribuição.
Da mesma forma, o segurado facultativo sem renda própria que se dedicasse exclusivamente
ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa
renda (Família inscrita no CadÚnico com renda mensal de até 02 salários-mínimos (art. 12, §4º,
da Lei n. 8.212/91).) poderia pagar apenas 5% sobre o salário-mínimo a título de contribuição
previdenciária.
QUESTÃO 10: É correto afirmar que a EC no 103/2019, tendo alterado a redação do art. 201
da Constituição, extinguiu a aposentadoria por invalidez e a aposentadoria por tempo de
contribuição mantendo apenas a aposentadoria por idade?
- Aposentadoria por invalidez não foi extinta, enquanto benefício. Apenas passou a ter outra
denominação = incapacidade permanente
A aposentadoria por idade (pura), assim como a por tempo de contribuição, não existe mais.
A EC 103/19 alterou o nome deste benefício. Ao invés de aposentadoria por invalidez, temos,
agora, aposentadoria por incapacidade permanente.
A reforma da previdência promovida pela EC 103/19 fez o mesmo no regime geral. O art. 201,
§7º, da CF/88 passa a ter a seguinte redação:
Em outras palavras, a CF/88 passa a exigir IDADE + TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO para que o
indivíduo se aposente, unindo duas espécies de aposentadoria que, antes, eram distintas.
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