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LISTA DE EXERCÍCIOS III DIREITO PREVIDENCIÁRIO

ANA GABRIELA GUIMARÃES

QUESTÃO 01: Qual a importância da filiação obrigatória para o RGPS?

RGPS é obrigatório por mandamus constitucional (art. 201, caput). Filiação é vinculo jurídico
com o sistema previdenciários. Filiação não se confunde com inscrição. A última é decorrência
daquela.

RGPS depende visceralmente da entrada contínua de novos contribuintes. Dois elementos que
laboram contra a previdência: demorar de entrar no mercado de trabalho (16 anos é a
expectativa da previdência) e aumento da expectativa de vida.

QUESTÃO 02: A existência de agentes químicos, físicos ou biológicos no ambiente do


trabalho pode influenciar a concessão de aposentadoria no RGPS?

Sim, pode. Em tese, concessão de aposentadoria vai utilizar elementos gerais para todo o
mundo. Mas a própria lei relativiza essas regras aos contribuintes portadores de deficiência e
aos expostos a agentes químicos, físicos ou biológicos (insalubridade).

Aposentadoria especial: A CF/88 também autoriza a existência de critérios diferenciados para a


aposentadoria dos trabalhadores sujeitos à efetiva exposição à agentes nocivos.

Art. 201 (...) § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados


para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar,
a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da
regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos
segurados:

(...)

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes


químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação

Agora, o art. 19 da EC 103/19 inclui, também, o requisito etário:

Art. 19. (...)

§ 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima


ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da
Constituição Federal, será concedida aposentadoria:

I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva


exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
(vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, quando cumpridos:

a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade


especial de 15 (quinze) anos de contribuição;
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b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade


especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou

c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25


(vinte e cinco) anos de contribuição;

Perceba que o requisito etário incluído pela EC 103/19 foi bastante severo. Além dos 25 anos
de trabalho (maioria dos casos) o segurado deverá ter, ainda, 60 anos de idade para ter acesso
à aposentadoria especial.

Para que o benefício seja concedido, o segurado deve demonstrar que mantinha contato
permanente, não ocasional nem intermitente, com os agentes nocivos.

A lei n. 8.213/91 não definiu, de maneira expressa, quais categorias de segurados fariam jus ao
benefício. No entanto, seu art. 57, §6º, informa que a aposentadoria especial será financiada
com recursos provenientes das contribuições patronais destinadas ao financiamento do SAT
(alíquotas aplicadas sobre o total das remunerações pagas ou creditadas aos empregados e
trabalhadores avulsos que tenham prestado serviço para a empresa no decorrer do mês).

Indo um pouco mais além, a jurisprudência admite que qualquer contribuinte individual
pleiteie a aposentadoria especial, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à
saúde ou à integridade física (Súmula n. 62 da TNU).

De acordo com o art. 65 do decreto n. 3.048/99, “considera-se tempo de trabalho permanente


aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do
empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da
produção do bem ou da prestação do serviço”.

De acordo com o decreto, os períodos de descanso determinados pela legislação trabalhista,


inclusive férias, salário-maternidade e os afastamentos decorrentes de auxílio-doença
acidentário serão considerados como tempo de serviço especial, desde que o segurado
estivesse exposto aos fatores de risco na data do afastamento.

Mais uma vez, a jurisprudência avançou além da norma. Em junho/2019, o STJ definiu que o
auxíliodoença previdenciário também deveria ser contado como tempo de serviço especial
(tema 998 dos RESP repetitivos).

Mais uma vez, a jurisprudência avançou além da norma. Em junho/2019, o STJ definiu que o
auxíliodoença previdenciário também deveria ser contado como tempo de serviço especial
(tema 998 dos RESP repetitivos).

a) Efetiva exposição do indivíduo aos agentes nocivos (físicos, químicos ou biológicos)


elencados nos anexos, ou

b) Enquadramento da atividade no rol das profissões presumidamente nocivas, também


elencadas nos anexos dos decretos.

O enquadramento pela efetiva exposição a agentes nocivos deve ser comprovado mediante a
apresentação de laudos técnico-periciais ou por meio dos formulários legalmente admitidos, a
serem preenchidos pelas empresas com base nas conclusões dos laudos técnicos. Somente
teria direito quem realmente estava em contato com o agente nocivo.
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O enquadramento por atividade é feito com a verificação das anotações da CTPS ou com base
nos formulários preenchidos pelas empresas, que descrevem a atividade exercida pelo
trabalhador. Se a função estivesse prevista nos anexos dos decretos, o benefício poderia ser
concedido ainda que o trabalhador não tivesse efetivo contato com o agente nocivo.

A sistemática acima foi alterada pela lei n. 9.032/95, que passou a não mais admitir o
reconhecimento do tempo especial com base no mero enquadramento da atividade
profissional em categorias pré-definidas. Agora, a EC 103/19 trouxe essa exigência para o
âmbito constitucional. O art. 201, §1º, II, da CF/88 expressamente proíbe o enquadramento
por atividade.

Vale ressaltar que a caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições


especiais obedecerão ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. Em
outras palavras, o trabalhador ainda pode pedir o reconhecimento da especialidade de
vínculos anteriores à vigência da lei n. 9.032/95 com base no mero enquadramento por
categoria.

O PPP informa os dados básicos da relação de trabalho, descreve as funções exercidas pelo
indivíduo e, em seguida, elenca os agentes nocivos a que eventualmente o trabalhador esteve
sujeito. Para o correto preenchimento do PPP, a empresa deve manter em arquivo, atualizado,
um Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT – expedido por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. Para a elaboração do LTCAT, o profissional
visita cada setor da empresa e verifica, por instrumentos, a presença e quantificação dos
elementos nocivos eventualmente existentes.

O LTCAT deve informar se, no local de trabalho, existem Equipamentos de Proteção Coletiva –
EPC – ou Equipamentos de Proteção Individual – EPI – que diminuam a intensidade do agente
agressivo sobre a saúde do trabalhador.

Os EPC são equipamentos instalados no ambiente que protegem toda uma coletividade de
indivíduos, como os filtros de ar e os abafadores de ruído. Os EPI, a seu turno, devem ser
utilizados por cada trabalhador, sendo exemplos os capacetes, as luvas, as cordas de
segurança, os protetores auriculares, etc.

A respeito dos equipamentos de proteção do trabalhador, o Supremo Tribunal Federal fixou


duas teses importantíssimas (tema 555 da repercussão geral do STF):

● O direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a


agente nocivo à sua saúde, de modo que se o Equipamento de Proteção Individual
(EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo à concessão
constitucional de aposentadoria especial, e;

● Na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de tolerância,


a declaração do empregador no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
no sentido da eficácia do EPI, não descaracteriza o tempo de serviço especial para a
aposentadoria.

O indivíduo que recebe aposentadoria especial pode continuar a exercer atividades


laborativas, desde que não seja em funções sujeitas aos agentes nocivos. A violação desta
regra implicará no cancelamento da aposentadoria caso o indivíduo, devidamente notificado,
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não se afaste da atividade. Esta regra está prevista no art. 69 do decreto n. 3.048/99 e foi
considerada constitucional pelo STF (Tema 709).

QUESTÃO 03: É correto afirmar que professores em geral tem direito a uma redução no
critério etário para aposentadoria?

Sim, existe regra diferenciada pra professores da Educação infantil, fundamental e médio. Não
é para professores em geral.

- Na atualidade há uma modificação do texto constitucional, ainda permanece uma regra mais
favorável á professores através da contagem diferenciada.

Os professores possuem requisitos diferenciados para a aposentadoria, nos termos do art. 201
da CF/88:

Art. 201 (...) § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será


reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em lei complementar. (Redação da EC n. 103,
de 2019)

A aposentadoria do §7º, I, estabelece os requisitos de idade e tempo de contribuição para a


aposentadoria comum. Acontece que apenas o requisito etário é reduzido para professores,
como vemos no dispositivo acima. A norma é complementada pelo art. 19 da EC 103/19:

Art. 19. (...)

§ 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima


ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da
Constituição Federal, será concedida aposentadoria:

(...)

II - ao professor que comprove 25 (vinte e cinco) anos de contribuição


exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio e tenha 57 (cinquenta e sete)
anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem.
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QUESTÃO 04: É correto afirmar que após a reforma de 2019 deixou de haver cobertura
previdenciária na hipótese de doença?

- Mesmo antes da reforma existia uma separação entre doença e incapacidade. Na reforma de
2019, mudaram a expressão para que a denominação seja denominação ao núcleo do tipo, de
modo que a cobertura é para incapacidade temporária/transitória.

Antes existia aposentadoria por invalidez: incapacidade total + permanente. Com a reforma
passou a se chamar “incapacidade permanente”.

Ao tratar dos benefícios por incapacidade, estamos nos referindo às seguintes prestações
previdenciárias: a) Auxílio-doença; b) Aposentadoria por invalidez, e c) Auxílio-acidente.

Em face de uma mesma doença ou lesão, não é possível receber, acumuladamente, mais de
um benefício por incapacidade (auxílio-acidente; auxílio-doença; aposentadoria por invalidez).
Isso ocorre porque, para um mesmo fato gerador, a definição do benefício depende do grau de
incapacidade sofrido. Ou se concede um, ou se concede outro. No entanto, se originados de
fatos distintos, o auxílio-acidente poderá ser acumulado com auxíliodoença.

A manutenção desses benefícios pressupõe que o fato gerador permaneça presente a todo
momento. Por isso, o benefício será cessado caso o INSS verifique a recuperação plena da
saúde ou caso o indivíduo retorne ao trabalho de maneira espontânea. A convocação para
perícia revisional pode ocorrer a qualquer momento, ainda que a concessão tenha decorrido
de ordem judicial.

Pela sistemática da lei n. 8.213/91, podemos falar em benefícios por incapacidade acidentários
(decorrentes de lesão/acidente do trabalho) ou benefícios por incapacidade previdenciários
(decorrentes de outras lesões ou acidentes).

Uma noção preliminar:

• “Doença” pode ser definida como uma alteração na saúde de um indivíduo que gere
consequências adversas paulatinas. Pode ser crônica ou aguda, mas, em geral, não gera
incapacidade imediata. Na maioria dos casos, o indivíduo primeiro desenvolve a doença
para, tempos depois, ficar incapacitado (exemplo: cegueira decorrente de glaucoma ou
catarata).

• “Acidente” é um fato inesperado que, em um único momento, gera a maior parte das
consequências adversas. É o caso de uma queda, de um atropelamento, de projétil que
venha a atingir o indivíduo.

De forma simplificada, o auxílio por incapacidade temporária (nome dado pela EC 103/19 para
o auxílio-doença) é devido quando o indivíduo apresenta uma incapacidade TEMPORÁRIA para
a profissão ATUAL (profissão sobre a qual está pagando contribuições).

Note que a lei menciona apenas a incapacidade laborativa. Não se exige que a incapacidade
seja total (incapacidade para o exercício de qualquer profissão). Basta uma incapacidade para
o trabalho ou profissão habitual (“incapacidade parcial”)
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De acordo com a lei n. 8.213/91, a renda mensal corresponderá a 91% do salário-de-benefício


(média calculada de acordo com o art. 26 da EC 103/19), não podendo ser inferior ao salário-
mínimo.

O auxílio por incapacidade temporária cessa quando ocorrer: a) A recuperação da capacidade


laborativa, b) A transformação em aposentadoria por invalidez, ou c) A transformação em
auxílio-acidente.

A carência do auxílio-doença é de 12 contribuições mensais.

No entanto, independem de carência “o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez nos


casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem
como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças
e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social,
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,
deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento
particularizado”.

Dessa forma, no que tange ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez, a carência acaba
por virar exceção. Somente será exigida nas hipóteses de doenças não relacionada ao trabalho,
como as de origem genética ou as típicas da idade avançada.

Mesmo nos casos em que a carência é dispensada, os demais requisitos devem ser observados
para a concessão do benefício. Assim, é imperativo que o indivíduo comprove a qualidade de
segurado na data de início da incapacidade.

O auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez não serão devidos ao segurado que se filiar
ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa
para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão.

Para fins de auxílio-doença, a incapacidade é verificada com relação à atividade específica


exercida pelo indivíduo. No entanto, caso o indivíduo exerça duas atividades concomitantes e
venha a ficar incapacitado para apenas uma delas, poderá receber o auxílio-doença e
continuar trabalhando na outra função. Nesse caso, o salário-de-benefício levará em conta
apenas as contribuições correspondentes ao vínculo específico para o qual há incapacidade.

Quando a incapacidade se prolonga no tempo e ganha ares de ser definitiva, o INSS deverá
avaliar se é possível reabilitar o indivíduo para o exercício de outra função. Se a reabilitação
profissional for viável, o indivíduo será capacitado e, posteriormente, encaminhado ao
mercado de trabalho (benefício cessa). Se a reabilitação não for viável, teremos hipótese de
incapacidade PERMANENTE para QUALQUER PROFISSÃO (incapacidade omniprofissional), que
dá ensejo à aposentadoria por invalidez.

A EC 103/19 alterou o nome deste benefício (Aposentadoria por invalidez), passando a


designá-lo de aposentadoria por incapacidade permanente.

Note que existem duas situações que levam o indivíduo a ser aposentado por invalidez: a)
Incapacidade total (omniprofissional), ou b) Incapacidade parcial, se a reabilitação não for
possível.
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O valor da aposentadoria por invalidez também foi alterado pela EC 103/19. Hoje, ela tem a
mesma forma de cálculo das demais aposentadorias, conforme estabelecido no art. 26 da
emenda. O acidente do trabalho e as doenças equiparadas permitem o valor de 100% da
média, conforme especificamos em outra oportunidade.

Assim como ocorre no auxílio-doença, o segurado fica obrigado a submeter-se às perícias


revisionais, que podem ser agendadas pelo INSS a qualquer tempo, ainda que a implantação
tenha sido judicial. Caso se verifique o retorno voluntário ao trabalho, o benefício será
imediatamente cessado.

Por fim, o auxílio-acidente é devido quando a doença/lesão gera uma SEQUELA PERMANENTE
que reduz a capacidade laborativa do indivíduo, mas não chega a incapacitá-lo. O cidadão
continua apto para o trabalho, mas sem a mesma eficiência de antes.

O auxílio-acidente pressupõe a consolidação de lesões (sequelas) que impliquem na redução


da capacidade para o trabalho habitual do segurado. Não se exige a incapacidade laborativa.
Daí, é plenamente possível que o segurado receba o auxílioacidente e continue trabalhando.

QUESTÃO 05: Após a EC no 103/2019 o critério etário para aposentação dos trabalhadores
rurais foi igualado aos urbanos?

Não. Houve a tentativa de igualar o marco etário, mas não foi para frente a proposta.

Em relação aos rurícolas não houve alteração. Aposentadoria por idade: 60 homem /55
mulher.

Todas as categorias de trabalhadores rurais se beneficiam da redução etária. Isso inclui o


segurado especial, o empregado rural (como o funcionário de uma fazenda, por exemplo) e o
contribuinte individual rural (o dono da fazenda que também trabalha no campo).

A CF/88 e a EC 103/19 não mencionam outros requisitos para a aposentadoria dos rurícolas.
Nada obstante, permanecem em vigor os dispositivos da lei n. 8.213/91 que exigem a carência
de 180 contribuições mensais ou tempo equivalente de labor na condição de segurado
especial.

Para os trabalhadores rurais que não consigam comprovar a carência na forma acima, mas que
satisfaçam essa condição se forem considerados períodos de contribuição urbana, a lei
estabelece a possibilidade de uma aposentadoria híbrida.
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Na hipótese da aposentadoria híbrida, o trabalhador não terá direito à redução de idade. A


ideia era que fosse exigido o mesmo tempo aplicável ao trabalhador urbano,

QUESTÃO 06: A contagem recíproca do tempo de contribuição não é aplicável em se


tratando de inativação ou aposentadoria dos militares. Verdade?

Art. 201, §9-A, CF. - EC 103/2019.

9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e
o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de
previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e
a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos
militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

QUESTÃO 07: É possível, em tese, que a cobertura de benefícios da previdência social se dê


através de seguradoras privadas?

Sim, é possível embora não tenha sido normatizado. O grande desafio é como normatizar isso.
É fácil receber dinheiro de seguradora privada?

QUESTÃO 08: Cabe aposentadoria compulsória no RGPS?

Sim, embora não seja comum. Existe a construção jurídica nesse sentido. Teoricamente o meu
empregador, se eu já tenho a quantidade mínima de contribuições ao RGPS e já tenho idade, o
meu empregador tem legitimidade ativa extraordinária para requerer a minha aposentadoria
e me mandar para fora do emprego.

, é interessante notar que a lei n. 8.213/91 traz uma hipótese de aposentadoria por idade
compulsória no RGPS.

Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde
que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e
completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65
(sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em
que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação
trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a
imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

Ao tratar da aposentadoria por idade, a lei n. 8.213/91 traz dispositivo que permite às
empresas requerer o jubilamento de empregados que tenham mais de 70 anos de idade (se
homem) ou 65 (se mulher). Este mecanismo foi criado para permitir a renovação dos quadros
sem que haja grande prejuízo para o trabalhador, que já sai aposentado. Quando esse
dispositivo é invocado pela empresa, o funcionário fica obrigado a deixar o trabalho
(recebendo FGTS como se fosse uma demissão sem justa causa).
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ANA GABRIELA GUIMARÃES

De toda forma, não é uma aposentadoria compulsória como a que existe no serviço público. A
empresa é livre para fazer uso dessa faculdade se quiser, podendo manter trabalhadores de
bastante idade em seus quadros, ainda que ultrapassados os 70 anos. Enquanto houver
trabalho remunerado, haverá filiação ao RGPS.

Perceba que a hipótese é diferente da que encontramos no regime dos servidores públicos. No
regime geral, se o indivíduo estiver disposto e o patrão de acordo, não há idade máxima para
que o trabalhador se aposente. De forma quase literal, o céu é o limite.

QUESTÃO 09: Explique o que é o “sistema especial de inclusão previdenciária”.

Política governamental cuja ideia é atrair as pessoas para o sistema com um pagamento
menor que o geral.

MEI – modelo contributivo que se baseia na alíquota de 5% fica sobre o SM.

PESSOA DOMÉSTICA NO INTERESSE DA FAMÍLIA - modelo contributivo que se baseia na


alíquota de 5% fica sobre o SM

A cobertura dessas pessoas é também n valor de um SM.

Tem destinatários certos, bem definidos.

A universalidade do atendimento significa que o maior número possível de pessoas deveria ser
atendido pelos serviços da seguridade social. Isto é muito claro no SUS. Por outro lado, a
assistência social limita seu atendimento à parcela mais carente da população, enquanto a
previdência somente atende a quem contribui para o sistema previdenciário.

A Emenda Constitucional n. 47/05 alterou o art. 201 da CF/88 para criar o “sistema especial de
inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a família de baixa renda”. Este sistema especial terá alíquotas e
carências inferiores às vigentes para os demais segurados da previdência, como se vê nos §§12
e 13 do art. 201

Na própria CF/88 encontramos, ainda, o art. 201, §12:

Art. 201 (...) § 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária,
com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa
renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e
àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias
de baixa renda. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019) § 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá
valor de 1 (um) salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

Esse dispositivo nada mais é do que a materialização do princípio da universalidade do


atendimento.
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O referido sistema foi regulado pela Lei n. 12.470/11, que possibilitou contribuições
previdenciárias ainda menores para alguns contribuintes individuais e segurados facultativos,
desde que também optassem por não receber a aposentadoria por tempo de contribuição.

Dando-lhe concretude, o governo ampliou o número de pessoas protegidas pelo sistema


previdenciário para permitir a filiação facultativa de microempreendedores individuais e de
dono(a)s de casa mediante uma contribuição de apenas 5% do salário-de-contribuição, ao
contrário dos 20% normalmente exigidos.

O contribuinte individual que se enquadrasse como MEI – microempreendedor individual


(Empresário ou empreendedor rural que tenha auferido receita bruta, no ano anterior, de até
R$81.000,00 e seja optante do SIMPLES (art. 18-A, §1º, da LCp n. 123/06) – poderia pagar
apenas 5% sobre o salário-mínimo a título de contribuição previdenciária.

Da mesma forma, o segurado facultativo sem renda própria que se dedicasse exclusivamente
ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a família de baixa
renda (Família inscrita no CadÚnico com renda mensal de até 02 salários-mínimos (art. 12, §4º,
da Lei n. 8.212/91).) poderia pagar apenas 5% sobre o salário-mínimo a título de contribuição
previdenciária.

QUESTÃO 10: É correto afirmar que a EC no 103/2019, tendo alterado a redação do art. 201
da Constituição, extinguiu a aposentadoria por invalidez e a aposentadoria por tempo de
contribuição mantendo apenas a aposentadoria por idade?

- Aposentadoria por invalidez não foi extinta, enquanto benefício. Apenas passou a ter outra
denominação = incapacidade permanente

Aposentadoria por tempo de contribuição, para quem se vincula ao regime previdenciário a


partir de novembro de 2019, deixou de existir.

A aposentadoria por idade (pura), assim como a por tempo de contribuição, não existe mais.

A EC 103/19 alterou o nome deste benefício. Ao invés de aposentadoria por invalidez, temos,
agora, aposentadoria por incapacidade permanente.

A reforma da previdência promovida pela EC 103/19 fez o mesmo no regime geral. O art. 201,
§7º, da CF/88 passa a ter a seguinte redação:

Art. 201 (...)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos


termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois)


anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (...)

Em outras palavras, a CF/88 passa a exigir IDADE + TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO para que o
indivíduo se aposente, unindo duas espécies de aposentadoria que, antes, eram distintas.
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Assim, atualmente temos apenas duas espécies de benefícios programáveis: a) a


aposentadoria por idade e tempo de contribuição, e b) a aposentadoria especial.

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