As Leves Ancas Da Perdiz BEIVELASKYS.
As Leves Ancas Da Perdiz BEIVELASKYS.
As Leves Ancas Da Perdiz BEIVELASKYS.
As Leves Ancas
Da
Perdiz
Não sei se sou um escritor, ou se ao menos, chego a ser um
contador de histórias, pois, não entendo muito das palavras e
facilmente me esqueço dos acontecimentos.
Bei Baldjine
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Índice
Selé
As Leves Ancas da Perdiz
A Filha do Regulo (O Nutricionista)
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Selé
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Selé
Era meio-dia de sexta-feira, a mana Selé e eu estávamos
sentadas na esteira a almoçar, era Xima com peixe frito e
molho de tomate. Como sempre, era eu quem preparava o
almoço. A mana Selé nunca me ajudava com a cozinha, ela
dizia para mim que se quisesse viver com ela, então tinha
que fazer os serviços todos de casa principalmente a
cozinha, se não, me mandava embora, para lá, na casa da
mamã. Eu ficava com medo porque lá na casa da mamã as
coisas não iam lá muito bem, se almoçávamos não
jantávamos e se jantávamos não almoçávamos e havia por
vezes tormentosos dias que não se passava refeição alguma
lá na casa da mamã. Eu sei que a mana Selé nunca me
mandaria embora para casa da mamã, porque bem no
fundo ela me amava muito, ela só gostava de dizer aquelas
coisas para me ameaçar e fugir da cozinha porque a mamã
me contou que a mana Selé não entendia lá muito da
cozinha.
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trouxesse. Quando vi o cunhado Sílvio chegar fui ao
encontro dele, cumprimentei-lhe e ajudei-lhe com as coisas,
levei as galinhas e fui deixa-las na empoeirada capoeira lá
no fundo do quintal, junto com as outras galinhas, carreguei
as outras coisas e fui deixar na cozinha, a mana Selé estava
na casa de banho, tomava banho.
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regressava trazia consigo duas ou três galinhas cafreais que
eu colocava lá na copeira junto com as outras.
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A mana Selé andava mudada, desde que começou a falar
com aquele amigo dela, aquele que trabalha na
administração, a mana Selé demorava para chegar a casa e
quando voltasse era o amigo que a trazia no seu carro.
Olhei para onde vinha a voz e reconheci, era tia Maria nossa
vizinha aqui ao lado, aproximei-me do muro de caniço e
cumprimentei
10 | P á g i n a
— Alô! Cunhado — respondi
— Oi Bibiana! Como estás?
— Estou bem, não sei ai cunhado?.
— Também estou bem, é assim Bibiana, eu quero que você
diga a verdade, não minta para mim por favor, me diz: a
mana Selé está ai em casa desde que horas?
11 | P á g i n a
— Vai curdar, dizer mamã está aqui, quer falar cuntigo —
disse a mamã
12 | P á g i n a
falar que curpa é diquem? vai falar que curpa é de mamã
que é fiticeiro num é?
13 | P á g i n a
Era madrugada, quando ouvi um barulho na cozinha,
prestei mais atenção e notei que era mana Selé porque a luz
estava acesa, mas o que estava a mana Selé na cozinha a
fazer a aquelas horas de madrugada? — me perguntei —
Talvez quisesse beber um copo de água ou talvez estivesse
com fome e quisesse comer algo — Pensei.
14 | P á g i n a
salada de pepino? A mana Selé não gostava de salada de
pepino e sempre preferia o ovo estrelado que o mexido. de
onde vinha aquela vontade de querer comer tanta coisa a
aquelas horas de madrugada?
15 | P á g i n a
Depois da mana Selé ter levado aquelas coisas para o
quarto, me deitei no sofá da sala, naquele instante eu estava
cansada mas meio tranquila porque havia ajudado a mana
Selé a preparar algo para o cunhado Sílvio comer a aquelas
horas da madrugada.
Não tardou muito para que aquela meia tranquilidade se
esvaísse num instante. De repente vi passar pelo corredor
um homem meio claro usando a toalha da mana Selé, se
dirigia a casa de banho interna.
16 | P á g i n a
Não consegue sair, fiquei trancada no quarto até que o
amigo, amante, ficante, não sei como podia chamar a aquele
homem, pois, não sabia a sua real relação com a mana Selé,
mas fiquei trancada no quarto até que ele fosse embora.
17 | P á g i n a
pensei que fosse mais uma ameaça da mamã para colocar a
mana Selé na linha, sim, porque a mamã diz muita coisa
quando alguém faz uma asneira, e as vezes penso que ela
inventa só para colocar-nos na linha. Nunca pensei que
aqueles conselhos, que aquelas palavras fossem uma luz,
um aviso protegendo-nos do perigo.
18 | P á g i n a
eu soube que a mana Selé esperava mais uma vez pelo seu
amigo, era sempre assim, sempre que a mana Selé ficava na
sala depois das 22h mexendo no seu celular, sem antes
trancar as portas, toda preocupada, saindo e olhando o
movimento lá fora, esperava pelo seu amigo.
19 | P á g i n a
partiu na segunda-feira muito saudável e ligou dizendo que
tinha chegado bem.
20 | P á g i n a
era um triste amanhecer, o começo de um amanhecer cheio
de dor e tristeza.
Comecei por ouvir um leve bater de porta, depois uma voz
que gritava dizendo para mana Selé abrir a porta.
— Abri a porta Selé! Abri a porta! — Gritava alguém
batendo a porta com muita força.
— Abri a porta…
21 | P á g i n a
Sílvio vindo de lá de fora. Ele ali dentro, parecia um rato na
gaiola, andava de um lado para o outro com o coração
pulando-lhe pela boca, por um instante, fiquei com pena
dele.
— Eu vou matar este gajo, este fedaputa hoje não vai sair
daqui com vida, eu juro alma da minha mãe que está no
cemitério! — gritava o cunhado Sílvio lá de fora
22 | P á g i n a
Apareceram alguns vizinhos que pediam ao cunhado Sílvio
para se acalmar, mas o cunhado Sílvio não se acalmava, não
havia coisa que o acalmasse naquele instante.
— Selé abri-me esta porta se não eu vou incendiar a casa —
gritou o cunhado Sílvio
23 | P á g i n a
— Ninguém aqui vai ser amarado — disse o outro.
A mana Selé não saiu para fora naquele dia, ela estava
desconsolada. Depois de cozinhar levei o almoço para ela,
mas ela não comeu, ficou ali parada no mesmo lugar até
anoitecer. Aproximei-me dela um instante para consola-la,
e céus! Jamais vi coisa selvagem com pena se si mesma.
24 | P á g i n a
Depois de jantar, fui despedir o cunhado Sílvio, foi uma
despedida muito triste gostava do meu cunhado e nunca
pensei que um dia pudesse dizer um adeus para ele.
Quando ia sair, o cunhado Sílvio pediu que esperasse um
pouco, pois pretendia me entregar algo. Foi ao quarto e
trouxe um envelope consigo, me entregou e disse que ali
tinha dinheiro suficiente para que a mana Selé pagasse as
suas mensalidades de dois anos no instituto de saúde.
Abracei o cunhado Sílvio e agradeci-lhe bastante, sai para a
varanda, Carreguei as nossas malas, a minha e a da mana
Selé e partimos.
25 | P á g i n a
26 | P á g i n a
As Leves Ancas da Perdiz
27 | P á g i n a
I. Capitulo
28 | P á g i n a
Numa tarde, as horas das dezasseis, dançava sara num
fresco da floresta. Praticava os seus movimentos, pois, se
preparava para a grande competição de dança entre aldeias
que se realizaria na primeira noite da primeira lua cheia.
29 | P á g i n a
Enquanto tratava dos seus encantos o Nhamessoro não
evitara olhar as curvas do corpo da donzela ali ao seu lado,
espreitava-lhe as ancas, os peitos e os lábios.
31 | P á g i n a
II. Capitulo
33 | P á g i n a
Partiu furioso e humilhado, Nhamessoro, sem nada de
virgens donzelas conseguir.
34 | P á g i n a
grupo de Sara também preparou-se, foram abençoadas pelo
ancião mais velho — Tragam-nos vitoria! — Disse o ancião
olhando para Sara, em seguida, se retirou.
35 | P á g i n a
Logo o aglomerado se desfez, Zarina e suas sequazes se
retiraram dali e se posicionaram no centro junto ao grupo
adversário.
36 | P á g i n a
III. Capitulo
37 | P á g i n a
Zarina sendo aplaudida, dirigiu-se em direcção a Sara,
olhou nos seus olhos, sorrindo, lhe disse — vou
envergonhar-te na roda, sua cobra nova.
Em seguida se retirou desfilando com um ar sublime.
38 | P á g i n a
Sara tremia, vacilando e hesitando nos seus movimentos.
39 | P á g i n a
mamilos parecendo o mel das abelhas… Nhamessoro
sonhava.
— Não vou deixar que você ganhe, sua cobra nova, tenha
medo… — ameaçou Zarina
— Eu não tenho medo de te, sua cobra velha — repostou
Sara impetuosa, escondendo-se atrás da Selé e das outras
donzelas do seu grupo.
40 | P á g i n a
Os dois grupos se agitaram, quase que pairava naquele
instante uma briga fervorosa entre os membros dos grupos,
cada um defendia a sua rainha não importava se esta estava
dentro ou fora das razões. Viu-se o ódio nos olhos da Zarina
fervendo, pronta para explodir.
41 | P á g i n a
Tocou-se a segunda batida e as rainhas se puseram a
requebrar, chegara a hora de provar ao mundo, qual das
duas era a melhor.
42 | P á g i n a
Nhamessoro estava lá no alto, na mesa dos jurados,
sussurrou qualquer coisa nos ouvidos do seu colega mais
próximo, este olhou para ele com um olhar de desdém,
parece que não gostara o que o seu companheiro lhe tinha
proposto.
43 | P á g i n a
Deste jeito, os dois jurados foram obrigados a
considerar o desejo do povo e, o grupo de Sara foi
declarado vencedor.
Gritou o povo de alegria, os tambores rufaram, Sara e a sua
aldeia dançavam, dançavam e festejavam às 320 cabeças.
44 | P á g i n a
A Filha do Regulo
45 | P á g i n a
I. Capitulo
Pedro, era um jovem licenciado em saúde e nutrição e a sua
bela e formosa esposa Paula, era uma técnica de medicina
geral e trabalhavam ambos na cidade. O casal tinha uma
casa própria, um carro e dois filhos, uma menina e um
menino. Eram felizes, mas por vezes, pingavam tristezas
nos olhos da Paula, quando bisbilhotando o celular do seu
esposo via por vezes conversas de namoriscos entre seu
esposo e jovens mocinhas. Paula se irritava bastante, não
gostava daquela atitude do seu esposo, mas, as mensagens
não eram o pior, uma vez Paula caiu desmaiada quando
recebeu na sua casa uma mocinha que dizia estar grávida
do seu esposo, a mocinha alegou não saber que o
nutricionista era casado, deixou-se engravidar porque o
jovem nutricionista à tinha enganado muito bem, lhe
prometendo em casamento, contou a mocinha. O pior para
Paula era saber que o seu esposo teria um filho fora do
casamento, fruto do seu comportamento astuto e
irresponsável.
46 | P á g i n a
Depois de tudo arrumado, Paula voltou à cama, deu uns
carinhos ao seu esposo e entregou o seu corpo para que ele
se saciasse um instante antes de partir.
47 | P á g i n a
No dia seguinte, depois do trabalho, o jovem doutor deu
umas voltas pela vila, apreciou o ar, as paisagens e o mais
importante as mulheres daquele lugar, sentou-se num bar
ao relento e ali tomou umas cervejas enquanto apreciava o
ambiente.
Pedro ficou ali a olhar para aquela mulher enquanto ela ia,
ficou a olhar para aquele rabo alavancado, aqueles seios
tesos, aqueles lábios rubros selvagens, aquela pele macia,
brilhante e aquele ar natural, parecia uma deusa.
Naquele instante, o jovem nutricionista ligou para o seu
homólogo Aurélio, o que muito conhecia a vila, Procurava
saber quem era aquela formosa jovem moça que chamou a
sua atenção.
— Como é que ela é? Me explica bem… — perguntou
Aurélio do outro lado do celular
48 | P á g i n a
— É um pouco preta, lábios carnudos, tem umas pernas
grossas e um rabo grande.
— Amarou um fio de missangas na perna?
— Ya! A gaja amarou…
— Ah! Conheço essa ai! Nome dela é Luísa e é a filha mais
nova do régulo, relaxa! Quando eu estiver a largar, passo
dai para te pegar, daremos umas voltas e aproveito para te
mostrar onde a gaja vive — disse Aurélio.
— Ok! Vou ficar a sua espera meu mano, não me matrecar
então boss! — Disse o nutricionista, todo imprudente.
49 | P á g i n a
O nutricionista em sua astúcia, arquitectou um plano para
conquistar a linda e iletrada jovem moça. Em seu veste
executivo, um relógio de ouro em seu pulso e um perfume
importado da Itália, fisgou ela numa esquina. Ficaram ali se
olhando eternidades, a formosa filha do régulo com receio
do doutor, tentou fugir o olhar, mas o experiente doutor
pegou ela pelo braço, de costas, a linda moça fechou os
olhos, pegou o peito e suspirou um instante, em seguida
tornou a restabelecer o olhar e sorriu um instante.
50 | P á g i n a
cedeu muitos e muitos beijos, mas, sempre recusava-se a
abri um instante as pernas.
— Eu sei que você és casado moço — disse a formosa
jovem
51 | P á g i n a
A formosa jovem, encantada com o doutor e com as suas
boas intenções, contou então ao pai o grande homem que
tinha encontrado e o quanto estava apaixonada por ele.
Contou ao regulo que o homem com quem ela passavas as
tardes era um doutor bem-educado e pretendia lhe lobolar
e lhe levar consigo à cidade.
O majestoso régulo em sua prudência, mandou a sua
querida filha que convidasse o doutor a um almoço em sua
casa.
52 | P á g i n a
Naquela tarde, afogaram-se na cama, em beijos e transas,
pois, sobrava apenas uma semana para o doutor Pedro se
retirar daquela vila e voltar para os braços da sua esposa e
dos seus amados filhos, por isso, aproveitava o máximo
daquele corpo.
53 | P á g i n a
II. Capitu
Chegado o doutor, foi o empregado ajudar-lhe com as
malas. Finalmente estava o nutricionista em casa, junto da
sua linda e paciente esposa e dos seus amados filhos. O
doutor Pedro finalmente sentiu uma paz no peito, estava
agora distante, tão distante daquela maldita vila, e longe do
ofegante trabalho.
54 | P á g i n a
meses, a técnica Paula se surpreendeu ao notar que o pénis
do seu esposo ainda continuava mole.
55 | P á g i n a
Pedro pegou a cabeça um instante, nem ele mesmo
percebia o porquê do seu pénis não levantar.
— Amor, também não percebo, talvez seja por causa da
ansiedade ou mesmo o cansaço, estou muito cansado amor
— disse o nutricionista.
56 | P á g i n a
para fazer amor, esperando o meu homem para que ele me
abrace e me ame, e quando tu apareces Pedro, quando tu
apareces já não te excitas por mim? Você vai me explicar
Pedro como isso é possível, Vai me explicar quem é esta
mulher com quem você andou saindo — disse Paula, toda
fervida andando de um lado para outro.
Pedro, nada explicou, ficou ali a olhar para sua esposa, até
que ela, com muita raiva, se retirou.
Foi Paula, sua esposa, que lhe vendo naquele isolado canto
do quintal, todo sem norte, se aproximou, o abraçando, lhe
disse para que não se preocupasse, que tudo daria certo e
as coisas voltariam ao normal.
57 | P á g i n a
— Eu posso te ajudar amor! — Disse Paula — mas eu
preciso que sejas sincero comigo.
58 | P á g i n a
Pedro não respondeu à aquela pergunta, tentou virar-se e
dar as costas à sua esposa, mas, Paula o seguiu
— Fala! Pedro, como fez para dormir com esta mulher? Deu
à ela dinheiro? Me conta Pedro! — Gritou Paula
— Não! — Disse Pedro — ela não queria dinheiro
— Então como fez?
— Menti — disse o doutor pegando a cabeça
— O quê? O que você mentiu? Pedro!
— Eu prometi que lhe daria lobolo, se ela se comportasse
bem comigo.
— O quê? — Perguntou Paula, desatinada, pegando a
cabeça
59 | P á g i n a
— Maldição, tens que voltar á vila Pedro! — Gritou Paula
desesperada.
— Mas que maldição? O que você esta falando Paula?
— Escuta aqui Pedro, você tem que voltar à vila enquanto
ainda houver tempo — disse Paula
— Mas porquê? — Perguntou Pedro, todo assustado.
— A mulher com que você se deitou, não é uma mulher
comum, ela passou por um sagrado ritual, foi banhada em
raízes, sangue e testículos de animais logo que saiu do
ventre da sua mãe. — Disse Paula — O homem com quem
ela se deitar, outra mulher, o seu pénis não reconhecerá…
— acrescentou
— Para! para! Mas que merda estás por ai a falar Paula? —
Perguntou Pedro
— A minha avó me contou uma vez sobre isto. Você tem
que voltar à vila Pedro e pedir desculpas — disse Paula, sua
esposa.
60 | P á g i n a
III. Capitulo
61 | P á g i n a
— Entre! Não tenha medo! Estávamos a sua espera — disse
a mulher.
62 | P á g i n a
irmãs, e mostrar para elas o lindo e letrado homem que
tinha conseguido, mas, a formosa e analfabeta jovem moça,
estava meio chateada com o seu doutorzinho por a ter
abandonado e por isso, fingia e não olhava muito para ele.
63 | P á g i n a
podes vir com a sua família para junto nos conhecermos e
acertamos o dia do lobolo — falava o régulo
64 | P á g i n a
O nutricionista se viu amarado, tentou de várias formas
explicar que era casado, tentou pedir que o perdoassem,
implorou que o multassem, mas, a família do régulo nada
queria, senão o lobolo.
A discussão findou no dealbar do meio-dia, quando o régulo
ordenou que servissem o almoço.
Foi Luísa à mesa e serviu um prato para o seu amado
doutor. Trouxe a chicandarinha com água morna e
ajoelhou-se para lavar as mãos do seu futuro marido. O
nutricionista estava muito nervoso com a situação, quase
que não tocara na comida.
65 | P á g i n a
Lá, Pedro, procurou se aconselhar com sua tia Maria, esta,
depois de analisar a situação, o aconselhou a lobolar a moça
sem que a sua esposa soubesse.
— Eh sobrinho! A tua esposa não pode saber disso, ela não
vai aceitar, o que vamos fazer é lobolar essa miúda, lhe
trazermos aqui e arranjarmos uma casa para ela.
66 | P á g i n a
O nutricionista estava sentado numa mesa, junto com o
regulo e outros mais velhos a beber, não estava muito feliz
Pedro, mas, de vez em quando fingia um sorriso ao seu
novo sogro, que insistia em conversar.
67 | P á g i n a
IV. Capitulo
68 | P á g i n a
— Não, não estou, só estou um pouco cansado — disse o
doutor dando-lhe um beijo na testa.
Luísa olhou para seu esposo um instante, o seu coração
ardia por aquele homem, ela estava disposta a fazer de tudo
para não tê-lo pela metade.
— Eu te amo muito Pedro, podes não me gostares porque
eu não sei falar bem e não sou da cidade, mas, eu te amo
muito e você és meu marido, eu não vou te deixar. — Disse
Luísa com um tom de tristeza.
69 | P á g i n a
Antes que o nutricionista terminasse com as palavras, a
técnica Paula desfraldou-lhe a bochecha com uma porrada,
em seguida, o abraçou.
— Nunca mais faça isso Pedro, nunca mais abandones a sua
família desse jeito — disse Paula chorando.
Foi uma alegria para a família do nutricionista naquele dia.
De vez em quando, o doutor fingia sorrir um instante, mas,
havia uma certa expressão de tristeza e angustia no seu
rosto, parecia que escondia algo no seu peito. Suspeitava
Paula.
70 | P á g i n a
— Amor eu…
— Não, por favor, só me diz a verdade Pedro, o que
realmente aconteceu lá?
71 | P á g i n a
— Amanhã Pedro, amanhã vou me embora e levo os
meninos comigo, você é um monstro, um monstro e eu não
posso mais viver em suas sombras — disse Paula chorando
72 | P á g i n a
V. Capitulo
73 | P á g i n a
— Eu também to gorda vovô, repara para meu braço —
disse paulinha, mostrando o braço à sua avó.
— Ih! Você também está gorda? — Perguntou a avó
Mafalda à sua neta, sorrindo
— Isso que o teu marido fez, não se faz, ele não pode
humilhar assim a minha filha, isto vamos resolver na
esquadra, agora, eu vou meter queixa, ele vai ter que me
explicar onde já se viu um homem fazer isso — gritava a
mãe da Paula, procurando a sua capulana, para amarar e ir
a esquadra.
— Mãe, espera! Eu ainda não acabei de contar — disse
Paula.
74 | P á g i n a
outra parte da história, a tia Mafalda e a avó Nhelete,
lamentavam.
— Mas esses homens de hoje são assim porquê? Epha
Vadios, vadios, vadios, hiii só Deus… — lamentava a tia
Mafalda pegando a cabeça
— Mamã, eu avisei Pedro antes de partir, eu disse para ele
ir trabalhar e não ficar a procurar mulher, só Pedro não me
ouvi mamã — dizia Paula.
— É assim mesmo filha, esse homem d’hoje num gosta ficar
sozinho, sempre prucurar mulher, onde que está, prucurar
mulher, onde que vai, prucurar mulher — disse a avó
Nhelete
75 | P á g i n a
— Perguntas para ele, ele vai te falar, eu não sei de nada. —
Você me dissestes que não eras casado, agora estás me
dizer de esposa, que esposa que tens? Eu sou sua única
esposa — disse Luísa, sussurrando para si mesma
76 | P á g i n a
sagrado, as crianças eram banhadas em sangue de animais,
por vezes em raízes misturadas com sal e terra vermelha,
este ritual proporcionava sorte às crianças, elas eram por
vezes casadas com grandes guerreiros, Mwénes (chefes) e
homens que possuíam grandes extensões de terra e muito
gado. A avó Nhelete explicou que estas praticas foram
perdendo valor com o tempo, por uma parte porque os
feiticeiros que conheciam os segredos destes rituais foram
se extinguindo, por outra parte, porque exigia muito
sacrifício da parte da mulher, pois, após o ritual, a mulher
era entregue um “mimbi”, um objecto que podia ser uma
pulseira de missangas ou um anel que a mulher carregava
no seu corpo para todo sempre, até que tivesse um filho
com o homem que ela desejasse. Estes mimbis, acreditasse
que tenham poderes extraordinários, podiam fazer com
que os homens se apaixonassem pela mulher que carregava
no seu corpo, as vezes, bloqueavam o desejo sexual do
homem por outra mulher fazendo com que o seu pénis só
funcionasse diante da vagina da mulher que carregava o
objecto. Os mimbis possuíam diversos efeitos, e por vezes
chegavam a enlouquecer o homem pela mulher — explicou
a avó Nhelete.
77 | P á g i n a
Estava Luísa a mudar no quarto do hotel, vestiu uma blusa
preta e uma saia preta, se perfumou um instante e calçou
também uns sapatos, saltos alto cor preto.
Havia uma fina pulseira de finas missangas amarrada sobre
a sua perna.
— Essa pulseira ai, tira-la, você não está mais na sua terra
— disse Pedro
— Não posso, esta pulseira quem me deu foi a minha mãe
antes de ela morrer, ela me protege contra maus espíritos
— disse Luísa.
78 | P á g i n a
IV. Capitulo
79 | P á g i n a
hotel. Procurava uma casa para arrendar e se poupar da
desmedida conta que no final da tarde, vinha o gerente, um
velho ambicioso, lhe apresentar.
80 | P á g i n a
O doutor olhou para Luísa um instante, desejava
estrangular-lhe o pescoço, se bem que não o fez na sua
mente.
81 | P á g i n a
do seu Mazda BT-50 4x4 2017 e se pôs a andar sem usar do
cavalheirismo e abrir a porta para sua linda e formosa
mulher.
Luísa ficou ali no carro, olhando para o doutor partir
caminhando apressado, uma angústia lhe invadiu o peito
naquele momento.
82 | P á g i n a
Paula não ergueu as mãos, olhava para Luísa tão
desprezivelmente que a causou desconforto.
— Porque estas me olhar assim moça? — Perguntou Luísa
— Escuta aqui sua crapulosa, eu sei muito bem dos seus
segredos, sei como faz para acorrentar e manter o meu
esposo perto de te.
— Teu esposo? Que esposo tens moça? Ele é o meu esposo.
83 | P á g i n a
Naquele momento os olhos do doutor brilharam de
esperança, há muitas luas que não dormia direito e o
infortúnio lhe batendo a porta a cada minuto, naquele dia a
sua esposa lhe trouxera uma nova que lhe dera um pouco
de paz.
— Então como vamos fazer? — Perguntou o doutor
— Depois desta discussão que tivemos hoje, é provável que
a Luísa tente algo esta noite para engravidar — disse a
técnica toda convicta
— Como sabes? — Perguntou o doutor
— Eu faria o mesmo — Respondeu a técnica.
— E o que eu faço para ajudar?
84 | P á g i n a
As horas das 20, chegava o doutor das suas andanças.
Parado na porta, viu Luísa deitada na cama assistindo
televisão, estava cheirosa e provocante. O doutor olhou
para ela um instante e viu em uma fina calcinha vermelha a
bunda da sua esposa exposta. Não usava um sutiã para
encaixar os seus seios tesos de uma adolescente, a sua pele
macia sem pelos brilhava. A filha do régulo deitou um olhar
provocante para o doutor e levantando-se da cama, agarrou
o nutricionista que já tinha nas calças o barão a arder-lhe.
85 | P á g i n a
— Já disse que pare! — Gritou o doutor sem ar
— O que foi? — Perguntou a filha do régulo impaciente.
— Não quero que me toques esta noite — disso o doutor
sem muita certeza
— Porquê?
— Porque não me sinto bem, dói-me a cabeça.
86 | P á g i n a
— Sim — respondeu o doutor
87 | P á g i n a
VII. Capitulo
88 | P á g i n a
— Eu não sei, eu só arranquei o fio — disse a técnica
desesperada
89 | P á g i n a
Quatro horas depois o doutor liberou a paciente, ainda
estava ali o nutricionista e a técnica, não se moveram para
lugar algum desde o sucedido. A técnica ao ver a filha do
régulo sair da clínica assim tristonha, sentiu em seu coração
uma culpa. Olhou para ela um instante depois baixou a cara,
não havia coragem nela para lhe dirigir a palavra.
90 | P á g i n a
O doutor caminhou até a técnica, olhou para ela um
instante sorrindo e disse: — Obrigado amor por me salvar
Em seguida o nutricionista entregou a sua esposa as
vermelhas rosas que trazia consigo, a técnica sorriu um
instante cheirando as flores. O doutor pegou a técnica pela
cintura, fechou os seus olhos e avançou com a boca
tentando beija-la, foi quando a técnica o surpreendeu com
uma árdua bofetada no rosto.
— Quem disse que estás perdoado Pedro? — Perguntou a
técnica Paula olhando para o doutor pegar as suas
bochechas que ardiam.
— Tu ainda não estás perdoado. — Acrescentou a técnica
— Mas mor eu…
O astuto nutricionista nem havia terminado com as
palavras quando Paula fechou o portão no seu nariz,
batendo o portão com muita força. O doutor ficou ali
aparvalhado, a distância entre o portão e o seu nariz era de
milímetro e meio, foi a primeira vez que se viu o
nutricionista agradecer a deus, pois, por milímetro e meio
de avanço, o nutricionista tinha o nariz partido até talvez os
dentes. — Agradeceu o astuto nutricionista.
Fim
91 | P á g i n a
Notas Sobre o Autor
92 | P á g i n a