8 - Evolução Biológica
8 - Evolução Biológica
8 - Evolução Biológica
Agregados moleculares podem originar novos agregados – uma forma simples de reprodução
Os protobiontes já seriam capazes de manter um certo equilíbrio do seu meio interno e de reagir a certos
estímulos do meio;
O aumento gradual da complexidade destes protobiontes terá levado ao aparecimento dos primeiros
seres vivos: inicialmente unicelulares e de constituição muito simples, estes seriam muito semelhantes
aos atuais procariontes;
A vida surgiu nos oceanos primitivos, locais que forneceram as condições de sobrevivência e que
permitiram o início da evolução da vida. Se a vida surgiu na água e hoje existe uma numerosa e complexa
vida terrestre, então a evolução da vida primitiva passou por uma aquisição de estruturas ou
capacidades que lhe permitiram essa independência da água.
Atualmente, a maioria dos biólogos considera que todos os seres vivos conhecidos na Terra podem ser
divididos em dois grandes grupos, de acordo com a sua organização celular:
Os seres vivos que atualmente conseguem sobreviver em condições extremas (temperaturas muito
baixas ou muito altas, grande acidez ou grande alcalinidade, etc) são os representantes dessas primeiras
condições de vida e terão que ser os seres mais simples que existem à face da Terra: as bactérias –
arqueobactérias – são os fósseis vivos que nos traduzem essas condições;
As fontes termais de Yellowstone abrigam microorganismos capazes de viver em condições extremas
As fontes hidrotermais podem ser
encontradas em todos os oceanos
O líquido aquecido sai, semelhante a géiseres e fontes
e frequentemente em áreas
termais em terra. Devido às elevadas pressões no oceano
vulcanicamente ativas
profundo, a água não evapora e pode alcançar 450 °C ou
mais
Isto significa que os primeiros seres vivos foram unicelulares e procariontes e foi a partir deles que a
vida evoluiu.
Ao longo de milhões de anos, os procariontes habitaram ambientes aquáticos e foram-se diversificando
sobretudo quanto ao seu metabolismo;
Alguns destes seres unicelulares desenvolveram um processo metabólico que conduzia à libertação de
oxigénio – Fotossíntese –
Há cerca de 2 700 Ma o oxigénio começou a acumular-se na atmosfera, o que teve um impacto negativo
em muitos procariontes, que se extinguiram, uma vez que este elemento estabelece ligações com
diversas moléculas, destruindo-as ou modificando-as drasticamente;
Contudo, alguns conseguiram sobreviver em ambientes que permaneciam anaeróbios;
Entre os sobreviventes, alguns desenvolveram a capacidade resistirem ao oxigénio; entre eles houve um
grupo que, à semelhança das atuais mitocôndrias, era capaz de aproveitar este gás para oxidar os
compostos orgânicos obtendo uma grande quantidade de energia;
Apesar destas capacidades – Fotossíntese e Respiração – a simplicidade dos organismos procariontes
limitava os processos metabólicos que podiam ser realizados simultaneamente;
Estromatólitos com cerca de 3,5 biliões de anos. Por serem fósseis tão antigos, pensa-se que sejam
testemunha dos primeiros organismos a realizar a fotossíntese.
A estrutura é formada pela atividade de microrganismos (os principais microrganismos formadores de
estromatólitos são as cianobactérias) em ambientes aquáticos que, quando acumulados no fundo de
mares rasos, formam uma espécie de recife
cianobactéria
Estromatólitos
Alguns dos Principais Episódios da Evolução da Vida na Terra:
Alguns grupos de procariontes evoluíram e aumentaram a sua complexidade tendo, muito provavelmente,
estado na origem dos seres eucariontes;
Fundamentalmente, existem duas hipóteses que tentam explicar a origem
dos seres eucariontes a partir dos procariontes:
Hipótese Autogénica
Os seres eucariontes são o resultado de uma evolução gradual dos seres
procariontes:
• numa fase inicial , as células desenvolveram sistemas membranares
resultantes de invaginações da membrana plasmática (ver slide15):
• algumas dessas invaginações armazenavam DNA, formando um
núcleo;
• outras membranas evoluíram no sentido de produzir organelos
semelhantes ao retículo endoplasmático.
• Posteriormente, algumas porções do material genético abandonaram
o núcleo e evoluíram sozinhas no interior de estruturas membranares
– desta forma, formaram-se organelos como as mitocôndrias e os
cloroplastos.
• Esta hipótese pressupõe que o material genético do núcleo e dos
organelos tenha uma estrutura idêntica. Contudo, tal não se verifica:
o material genético destes organelos apresenta, geralmente, uma
maior semelhança com o das bactérias autónomas do que com o
material genético presente no núcleo.
Hipótese Endossimbiótica
Hipótese largamente desenvolvida por Lynn Margulis, parece reunir um
maior consenso.
Defende que os seres eucariontes terão resultado de uma evolução
conjunta de vários organismos procariontes, os quais foram
estabelecendo associações simbióticas entre si – algumas células viviam
no interior de outras, numa relação de simbiose (ver slide 16):
Este modelo admite que os sistemas endomembranares e o núcleo
tenham resultado de invaginações da membrana plasmática mas as
mitocôndrias e os cloroplastos seriam, até há cerca de 2 100 Ma,
organismos autónomos:
• algumas células de maiores dimensões – células hospedeiras – terão
capturado células mais pequenas – os ancestrais das mitocôndrias e
dos cloroplastos –;
• alguns destes ancestrais conseguiam sobreviver no interior da célula
procariótica de maiores dimensões, estabelecendo-se relações
simbióticas estáveis e permanentes.
A evolução conjunta destes organismos terá levado ao aparecimento das
células eucarióticas constituídas por vários organelos, alguns dos quais
foram em tempos organismos autónomos
Assim, as primeiras relações endossimbióticas
terão sido estabelecidas com os ancestrais das
mitocôndrias, que seriam organismos que tinham
desenvolvido a capacidade de produzir energia, de
forma muito rentável, utilizando o oxigénio no
processo de degradação de compostos orgânicos;
Outro grupo de procariontes, semelhantes às atuais
cianobactérias, tinha desenvolvido a capacidade de
produzir compostos orgânicos utilizando a energia
luminosa;
Mas nem todas as células eucarióticas possuem
cloroplastos, o que é explicado pelo
estabelecimento de relações simbióticas de forma
sequencial: as primeiras terão sido estabelecidas
com os ancestrais das mitocôndrias e, só
posteriormente, algumas dessas células terão
estabelecido relações simbióticas com os ancestrais
dos cloroplastos;
São diversas as evidências biológicas e bioquímicas que apoiam a Hipótese Endossimbiótica para a
origem das mitocôndrias e dos cloroplastos:
• as mitocôndrias e os cloroplastos têm dimensões semelhantes às bactérias;
• as mitocôndrias e os cloroplastos produzem as suas próprias membranas internas e replicam-se
por um processo semelhante à bipartição que ocorre nas bactérias;
• estes organelos possuem o seu próprio material genético, apresentando uma molécula de DNA
circular sem histonas associadas, à semelhança do que acontece com a maioria dos procariontes
atuais;
• os ribossomas dos cloroplastos apresentam mais semelhanças com os dos procariontes do que
com os das células eucarióticas;
• os ribossomas das mitocôndrias apresentam uma grande variabilidade, de acordo com o grupo das
células eucarióticas onde se encontram; no entanto, genericamente, são mais semelhantes aos
ribossomas dos procariontes do que aos dos eucariontes;
• nas membranas internas destes organelos existem enzimas e sistemas de transporte que se
assemelham aos que estão presentes nos atuais procariontes – admite-se que as membranas
internas derivem das membranas dos procariontes endossimbióticos;
• atualmente continua a verificar-se alguns casos de simbiose obrigatória entre alguns eucariontes e
bactérias, constituindo verdadeiras relações endossimbióticas como as que vivem no sistema
digestivo de muitos seres vivos como nos mamíferos ruminantes e outros animais que só podem
alimentar-se exclusivamente de vegetais graças a bactérias simbiontes nos seus tubos digestivos e
no sistema radicular de várias espécies de plantas, fixando o nitrogénio do ar, transformando-o
em nitratos e nitritos, importantes nutrientes para essas plantas
Os primeiros indivíduos eucariontes eram unicelulares, sendo o seu número reduzido quando
comparado com o dos procariontes. No entanto, como estes eram favorecidos pela seleção natural, o
seu número foi aumentando o que lhes permitiu a formação de células eucarióticas com características
semelhantes.
O aparecimento da célula eucariótica trouxe vantagens evolutivas aos organismos que por elas eram
constituídos:
• o número de cromossomas aumentou o que introduziu maior variabilidade genética, logo, maior
adaptação ao ambiente;
• o núcleo como centro coordenador da célula, permitiu-lhe um maior controlo das suas actividades;
• o número e a variedade aumentou através de mecanismos de seleção natural.
Após a formação dos seres eucariontes, a vida na Terra apresentava uma grande diversidade:
• organismos capazes de produzir compostos orgânicos, utilizando a energia luminosa, libertavam
oxigénio para a atmosfera;
• organismos capazes de aproveitar esse oxigénio para degradar compostos orgânicos e obterem,
assim, energia necessária para as suas funções;
• organismos capazes de estabelecer relações simbióticas permanentes.
Os eucariontes, seres maiores, reuniam diversas capacidades na mesma célula e competiam entre si pelo
alimento e pelo espaço.
A associação entre alguns seres unicelulares poderá ter sido vantajosa nesse ambiente de competição: na
sequência do processo de reprodução, algumas células geradas não se libertariam das células
progenitoras, após a divisão – este terá sido o primeiro passo para a multicelularidade.
Os organismos multicelulares terão surgido na Terra há cerca de 1 500 Ma:
Os ancestrais dos organismos multicelulares seriam simples agregados de seres unicelulares, que
formaram colónias ou agregados coloniais:
https://www.youtube.com/watch?v=CIpV77Djcko
•formados por várias células com especialização celular
Volvox
https://www.youtube.com/watch?v=DQk95aJhA24
Revisão de alguns conceitos de Ecologia do 8º Ano
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RELAÇÃO OBRIGATÓRIA