Conceituação de Desenvolvimento Sustentável
Conceituação de Desenvolvimento Sustentável
Conceituação de Desenvolvimento Sustentável
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A equidade é entendida no relatório como justiça e maior acesso a uma melhor qualidade
de vida (UNDP, 2011, p. iv).
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2.1.
A construção do conceito de desenvolvimento sustentável
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Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo (1972);
Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro
(1992); Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo (2002).
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ser interpretada como uma estratégia para mobilizar os mais diferentes atores
envolvidos em prol de um objetivo comum: a sobrevivência de nossa espécie,
garantindo condições de vida melhores para as próximas gerações.
Contudo, o desenvolvimento sustentável envolve muitos outros aspectos.
Sachs (2009), por exemplo, o usa para defender uma nova forma de civilização,
fundamentada no uso sustentável de recursos e preocupada com o direito dos
povos. Já Muniz e Sant´ana Júnior afirmam que:
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A comissão trabalhou de 1983 a 1989, tendo ficado conhecida como Comissão de
Brundtland, devido ao fato de ter sido presidida por Gro Harlem Brundtland, Primeira Ministra da
Noruega naquele período.
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Sachs ainda acrescenta que alguns defendem um terceiro tipo que seria o respeito para
com o futuro de todas as espécies vivas (2009, p. 49).
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A cúpula também ficou conhecida pelo nome de “Rio + 10”, já que foi realizada 10 anos
depois da Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e Desenvolvimento, que, por sua
vez, ficou conhecida pelos nomes de “Rio 92” ou “Eco 92”.
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2.2.
A noção de desenvolvimento
2.2.1.
Mudanças conceituais
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Um dos novo usos foi a expressão “desenvolvimento urbano”, generalizada no início do
século XX.
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modificar as imposições que lhes são submetidas por meio dos projetos de
desenvolvimento – inclusive o poder das minorias de tirar proveito de sua própria
fraqueza e ganhar atenção de grupos externos. Como afirma Olivier de Sardan “as
manobras, intrigas, lutas, influências, retóricas e manipulações vêm dos dois
lados” (2001, p. 736, tradução nossa).
A segunda crítica é que Esteva mostra uma posição que se enquadra à
abordagem de desconstrução do discurso do desenvolvimento, a qual, segundo
Olivier de Sardan, tende a unificar o discurso em um só “modelo hegemônico e
maléfico”.
Darei a seguir uma breve explicação sobre de que se trata a antropologia do
desenvolvimento, mostrarei como esses dois autores conceituam o
desenvolvimento e discorrerei sobre alguns aspectos interessantes dessa
abordagem que podem ser incorporados a este estudo.
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2.2.2.
Antropologia do desenvolvimento
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Olivier de Sardan lista alguns exemplos de atores sociais envolvidos nas políticas de
desenvolvimento implantadas no continente africano: camponeses de vários status, jovens
desempregados, mulheres, pessoas importantes no meio rural, agentes de desenvolvimento locais,
representantes da administração local, membros de ONG´s, especialistas visitantes, assistentes
técnicos europeus etc.
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2.3.
Contradições e semelhanças dos discursos de sustentabilidade
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Para diferenciar os tipos de discurso, Struminski (2006) se baseia em FOLADORI, G. Una
tipologia del pensamiento ambientalista. In: Sustentabilidad? Desacuerdos sobre el desarrollo
sustentable. 1. ed. Montevideo: Trabajo y Capital, 2001. p. 81-128.
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Os cornucopianos são os ambientalistas que acreditam que seja possível superar
problemas ambientais por meio de soluções técnicas. “Os ‘cornucopianos’ [...] acreditam na
capacidade da tecnologia superar todos os problemas e tornar a produção de bens infinita”
(ACSELRAD, 2004, p. 9). Sachs menciona que o grupo dos cornucopianos, durante a preparação
da Conferência de Estocolmo de 1972, consideravam as preocupações com o meio ambiente
descabidas, priorizavam o crescimento econômico e diziam que as externalidades que fossem
produzidas poderiam ser neutralizadas quando os países atingissem a renda per capita dos países
desenvolvidos (SACHS, 2009, p. 50-51).
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atores envolvidos, pois essa palavra pode ser usada para designar diferentes
objetivos. Uma ação poderia ser proclamada como “sustentável”, por exemplo,
por dar prioridade ao desenvolvimento de tecnologia de ponta, partindo da
hipótese de que a crise ambiental será resolvida com a difusão de tecnologias
limpas. Outra, em contrapartida, poderia igualmente fazê-lo por se dedicar ao
desenvolvimento econômico e social de uma região, a partir do pressuposto de
que o desenvolvimento sustentável só será possível quando se conseguir reduzir
as desigualdades. No entanto, ambos os casos poderiam ser criticados. O primeiro,
por exemplo, devido aos altos gastos envolvidos que inviabilizariam sua aplicação
em países menos desenvolvidos, enquanto o segundo poderia ser acusado de não
atender plenamente às legislações ambientais.
Ao trazer esse problema para o contexto do design, podemos nos perguntar
de que tipo de sustentabilidade estão falando os designers, no momento em que
denominam seus projetos de sustentáveis, e de que maneiras eles pretendem
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