Conhecimento e Ação - Descartes e Hegel
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Sumário
1. O que você saberá ao final deste módulo é ...................................................................... 2
2. Autorreflexão anterior ............................................................................................................ 2
3. Problema ................................................................................................................................. 2
4. História ..................................................................................................................................... 3
4.1 Biografia de Descartes .................................................................................................... 3
4.2 Biografia de Hegel ........................................................................................................... 4
5. Conceitos................................................................................................................................. 6
5.1 Descartes .......................................................................................................................... 6
5.1.1 O problema do método ............................................................................................ 6
5.1.2 As regras do método ................................................................................................ 8
5.2 Hegel................................................................................................................................ 10
5.2.1 A Razão é histórica, e a História é racional ....................................................... 10
5.2.2 Aufhebung (suspensão) ........................................................................................ 12
6. Exemplos ............................................................................................................................... 14
6.1 Suspensão (Aufhebung) e o casal .............................................................................. 14
6.2 Ponto de mutação e a visão mecanicista .................................................................. 15
7. Como orientar a ação .......................................................................................................... 16
8. Autorreflexão posterior ........................................................................................................ 17
9. Bibliografia comentada ........................................................................................................ 18
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2. Autorreflexão anterior
Antes de iniciar o módulo, reflita sobre estas questões. Não é para acertar ou
errar. É apenas para que você registre como sua visão possivelmente poderá se
modificar após o que aprender neste módulo.
1. Que método você adota quando quer entender uma ideia?
2. Diante de uma situação difícil de resolver, como você faz para superá-la?
3. Problema
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4. História
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quando redige a Enciclopédia das ciências filosóficas (1817), obra em que escreve
sobre Lógica, Filosofia da Natureza e Filosofia do Espírito.
Em 1818, assume como catedrático na Universidade de Berlim, o coroamento
de sua carreira acadêmica. Ali ministra uma série de cursos, frequentados por numeroso
público, que serão posteriormente publicados como Lições de História da Filosofia,
Lições de Estética, Lições de Filosofia da Religião e Lições de Filosofia da História.
Nesse mesmo período, escreve os Princípios de Filosofia do Direito.
Em 1829, no auge de seu prestígio intelectual, torna-se reitor da Universidade
de Berlim, e, em 1831, morre de cólera.
Sua obra costuma ser apontada, com frequência, como o ponto culminante do
racionalismo. Talvez nenhum outro pensador tenha conseguido elaborar, como ele, um
sistema filosófico tão abrangente.
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5. Conceitos
5.1 Descartes
5.1.1 O problema do método
Após seus anos de estudos iniciais, Descartes se deu conta do abismo entre a
orientação cultural que fundamentava seu currículo e as demandas das descobertas
científicas e filosóficas nascentes. Diz o filósofo1:
“Fui nutrido nas letras desde minha infância e, por ter-me persuadido de que era possível, por meio
delas, adquirir um conhecimento claro e seguro de tudo o que é útil à vida, sentia um desejo muito
intenso de aprendê-las. Mas, tão logo terminei todo esse percurso de estudos, ao final do qual se
costuma ser admitido na classe dos doutos, mudei inteiramente de opinião. Pois eu me encontrava
emaranhado em tantas dúvidas e erros que me parecia não ter obtido outro proveito, ao procurar
instruir-me, senão o de ter descoberto cada vez mais minha ignorância. E, no entanto, estivera em
uma das mais célebres escolas da Europa, onde pensava que devia haver homens sábios, se é
que existiam em algum lugar da Terra.” (Discurso do Método, Primeira Parte, p. 71-2)
Sua dúvida era tal que, após os estudos, resolveu lançar-se a uma vida dedicada
a experiências e não somente devotada aos livros:
“Eis por que, tão logo a idade permitiu-me sair da sujeição de meus preceptores, abandonei
inteiramente o estudo das letras. E, decidindo-me a não procurar mais outra ciência, a não ser
aquela que poderia encontrar em mim mesmo, ou então no grande livro do mundo, empreguei o
restante de minha juventude em viajar, em ver as cortes e os exércitos, em frequentar pessoas de
diferentes humores e condições, em recolher diversas experiências, e expor-me a mim mesmo aos
conflitos que a fortuna me propunha e em fazer em toda a parte, tal reflexão sobre as coisas que
se me apresentavam, para que delas pudesse tirar algum proveito.” (Discurso do Método, Primeira
Parte, p. 75)
O exame quanto ao proveito que poderia ser tirado dos estudos tradicionais se
estende à lógica, principalmente a aristotélica. Segundo Descartes:
“Quando mais jovem, estudara um pouco, entre as partes da filosofia, a lógica, e dentre as
matemáticas, a análise dos geômetras e a álgebra, três artes ou ciências que parecem dever
contribuir com algo para o meu desígnio. Mas, ao examiná-las, reparei que, no que diz respeito à
lógica, seus silogismos e a maior parte de suas outras instruções servem mais para explicar a
alguém as coisas que se sabem [...] do que para aprendê-las.” (Discurso do Método, Primeira
Parte, p. 80)
Assim, para o filósofo, a lógica, quando muito, ajuda a expor a verdade, mas não
auxilia quem quer obter a verdade. Em outras palavras, é possível imaginar que dominar
a linguagem lógica pode mesmo auxiliar a expressar falsidades. Se o propósito maior
da filosofia é chegar à verdade, então a lógica não basta.
Para entender o que Descartes fala sobre a lógica, você precisa entender a
lógica do seu tempo. O núcleo da questão é compreender a forma típica do raciocínio,
tal qual conceituada por Aristóteles e amplamente explorada por filósofos antigos e
medievais – o modelo que Descartes aprendeu em La Flèche. Primeiro, considere este
exemplo, talvez o mais célebre do pensamento ocidental, formulado pelo próprio
Aristóteles:
1
Todas as citações são tiradas de DESCARTES, 2018.
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#1
Todo homem é mortal
Sócrates é homem
Logo, Sócrates é mortal.
Trata-se de um raciocínio, um conjunto de enunciados, em que dois deles (as
premissas) conduzem ao terceiro (a conclusão). Uma das premissas é composta de um
enunciado universal, que liga duas propriedades, do tipo “Todo A é B”. A outra é
composta de um enunciado particular que expressa que um indivíduo possui uma
propriedade, do tipo “x é A”. A conclusão é o resultado das duas premissas anteriores,
que possuem um termo em comum a permitir a ligação. Se trocássemos os nomes por
variáveis – A, B, C e x –, então teríamos esta forma:
Todo A é B
xéA
Logo, x é B
O que esse formato nos permite visualizar? Que seja lá o que colocarmos no
lugar das variáveis, caso admitamos a verdade das premissas, então a verdade da
conclusão é inevitável. Por exemplo:
#2
Todo mamífero é animal
Bichano é mamífero
Logo, Bichano é animal
#3
Todo vegetal é azul
O mar é vegetal
Logo, o mar é azul
Em #1 e #2, talvez você não tenha sido conduzido a espanto algum. Porém, em
#3, você tenha dito, com alguma razão, que o raciocínio não faz o menor sentido. Porém,
porque eu disse “alguma” e não “toda” razão? Pelo seguinte.
O raciocínio #2 apresenta premissas falsas, mas não uma forma inválida. De
fato, é simplesmente falso dizer que “Todo vegetal é azul” e que “O mar é vegetal”.
Igualmente, não é correto dizer que “o mar é azul”, porque às vezes é verde,
transparente etc. Porém, se você trocar esses nomes pelas variáveis, verá, então, que
a forma do raciocínio é a mesma de #1, isto é:
Todo A é B
XéA
Logo, x é B
O que significa dizer que a forma é válida? Significa que se, e somente se,
aceitarmos as premissas como verdadeiras, então a conclusão também o será.
Inevitavelmente. Isso ocorre em virtude tão somente não do conteúdo dos enunciados,
mas do modo como o raciocínio está estruturado. É a diferença em lógica entre validade
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Validade Verdade
(forma do raciocínio) (conteúdo dos enunciados)
Premissas X
Conclusão X
Raciocínio (premissas e
X
conclusão em conjunto)
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1. Evidência,
2. Análise,
3. Síntese,
4. Revisão.
Sobre a evidência, assim se pronuncia o filósofo:
“O primeiro era o de jamais admitir como verdadeira alguma coisa que eu não conhecesse
evidentemente como tal, isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada
mais compreender em meus julgamentos senão aquilo que se apresentasse tão clara e
distintamente ao meu espírito que eu não teria ocasião alguma de colocá-lo em dúvida.” (Discurso
do Método, Primeira Parte, p. 81)
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Para impedir desvios no percurso, é preciso verificar cada etapa. É preciso tanto
atenção para a correção do processo de análise, quanto para o procedimento de
síntese. Esse controle permite que o método funcione como deve.
Trata-se de regras criadas com o intuito de todos seguirem. São feitas para
serem um modelo de conhecimento. Como elas podem orientar nossa ação? Diante de
ideias confusas e obscuras, é preciso identificar suas partes constituintes (análise),
examiná-las uma a uma, da mais simples a mais complexa (ordem), certificar-se de que
não foi esquecida nenhuma e repetir o processo (revisão) até chegar a uma
compreensão clara e distinta do fenômeno que se quer compreender (evidência).
5.2 Hegel
5.2.1 A Razão é histórica, e a História é racional
Você já percebeu o modo pelo qual falamos sobre a espécie humana? Sem
qualquer tipo de teoria em mente, não achamos estranho dizer que a espécie humana
evoluiu, decaiu, desenvolveu seu conhecimento etc. Já notou? Tratamos a espécie
humana – que é uma abstração –, como se fosse um ser humano concreto que pudesse,
por si só e a partir da sua deliberação, conduzir-se de modo a evoluir, decair ou conhecer
a realidade. Pois bem, Hegel faz algo semelhante. Porém, ao invés de utilizar a
expressão “espécie humana”, utiliza a palavra “Espírito”, em alemão, “Geist”.
Para entender como Hegel iguala realidade a Espírito, acompanhe o raciocínio
em etapas. Peço que você vá com calma junto comigo. Vamos construindo um tijolo de
cada vez nesse complexo castelo.
Primeiro, a etimologia da palavra. No idioma germânico, há duas diferentes
acepções para o vocábulo.
Antes de tudo, designa “mente”, em oposição a “corpo”. Por exemplo, “doença
mental” é escrita em alemão como Geisteskrankheit.
Em seguida, indica “espírito” em vários sentidos – dois deles são os seguintes.
Considere a expressão Zeitgeist. Ela designa o “espírito do tempo”, ou “espírito da
época”, isto é, o clima intelectual de uma região ou coletividade, seja local, seja histórica.
Em outras palavras, aponta para as características constitutivas de um determinado
período. Outro uso para a palavra é referir-se a um dos elementos da Santa Trindade
Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo (Heilige Geist)
No sentido etimológico, então, Hegel utiliza a palavra Espírito querendo designar
algo próximo a uma “mentalidade” ou algo de “constituição mental”.
Agora vamos para o sentido propriamente filosófico. Disse acima que o filósofo
faz algo semelhante à expressão “espécie humana”. Porém, não só. Também
acrescenta dois tipos de camadas de significado.
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• Afirmação
• Negação
• Negação da negação
Para entender, voltemos aos três exemplos: da planta, do homem e da História.
Para iniciar com o exemplo da planta, o ponto de partida é a semente. O broto,
para se afirmar e se desenvolver, nega a semente, rompendo-a e desabrochando. A
flor, para se afirmar e se desenvolver, nega o broto, florescendo. O fruto, para se afirmar
e se desenvolver, nega a flor, amadurecendo. A semente, para se afirmar e se
desenvolver, nega o fruto, germinando. Fecha-se, assim, um ciclo de sucessivas
negações e afirmações, reiniciando outro ciclo.
Em seguida, pense no homem, cujo ponto de partida pode ser a vida intrauterina.
O bebê, para se afirmar e se desenvolver, nega o feto, saindo para o mundo. A criança,
para se afirmar e se desenvolver, nega o bebê, aprendendo a andar e a falar. O adulto,
para se afirmar e se desenvolver, nega a criança, iniciando a vida madura. O velho, para
se afirmar e se desenvolver, nega o adulto, rumando à morte, mas não sem antes gerar,
junto com outro ser humano, uma vida intrauterina. Fecha-se, assim, um ciclo de
sucessivas negações e afirmações, reiniciando outro ciclo.
Por fim, a História, cujo ponto de partida é difícil de enxergar. Por esse motivo,
assumamos arbitrariamente o que chamamos de Idade Antiga. A Idade Média, para se
afirmar e se desenvolver, nega os antigos, introduzindo novas ideias religiosas. A Idade
Moderna, para se afirmar e se desenvolver, nega os medievais, introduzindo novas
ideias humanistas. A Idade Contemporânea, para se afirmar e se desenvolver, nega os
modernos, introduzindo novas ideias anti-humanistas. Não sabemos no que isso irá
acabar, justamente porque a História se parece, mas não é idêntica ao desenvolvimento
da planta, tampouco do ser humano. Para Hegel, o movimento é incessante e vai ao
absoluto. Tudo o que podemos captar, sem nele chegar – não, pelo menos, em nosso
tempo de vida individual –, é a lei pela qual se desenvolvem os acontecimentos.
Há uma diferença entre a negação e a negação da negação. A primeira
simplesmente refuta a afirmação. A última, porém, suspende o contraste anterior entre
negação e afirmação. O ato de suspender é chave para pensar esse terceiro momento
do movimento do Espírito. É útil para entender a proposta hegeliana analisar a palavra
em alemão e sua tradução: Aufhebung.
Essa palavra guarda em si três significados possíveis: negar, conservar e elevar.
Para entender, vamos retomar os três exemplos anteriores.
O broto nega a semente, na medida em que se transforma em outra coisa. Porém
também conserva, porque não se transforma em algo de completamente diverso – um
animal, por exemplo. É razoável supor que o que se torna, de algum modo, já estava
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contido no estágio anterior. Nesse sentido, também eleva, visto que alcança
potencialidades que a semente sozinha seria incapaz de alcançar.
O bebê nega o feto, na medida em que se transforma em outra coisa – afinal,
vira um ser que não depende de outro corpo diretamente. Porém também conserva,
porque não se transforma em algo de completamente diverso – um gato, por exemplo.
O estágio anterior já guardava características que, ainda que não desenvolvidas, já
apontavam para um desenvolvimento. Nesse sentido, também eleva, visto que alcança
forças que o feto isolado não alcançaria.
A Idade Média nega a Idade Medieval, na medida em que se transforma em outra
coisa – afinal, introduz uma crença religiosa sem igual no mundo antigo. Entretanto,
também conserva, porque não se transforma em algo de completamente diverso – ainda
se trata dos mesmos povos, não de povos completamente alheios, de outras
civilizações, por exemplo. O estágio anterior já guardava características que, ainda que
não desenvolvidas, já apontavam para um desenvolvimento, dado que inclusive a
Filosofia de Platão e a de Aristóteles foram amplamente influentes no período. Nesse
sentido, também eleva, visto que conduz as conclusões a usos não antes vislumbrados
no período anterior, como a questão da salvação da alma imortal.
Há uma palavra em Língua Portuguesa para traduzir Aufhebung: “suspender”.
Suspender quer dizer negar, quando se diz, por exemplo, “O aluno está
suspenso da classe”. Isso quer dizer, em outras palavras, que ao aluno foi negado o
direito de assistir às aulas.
Além disso, suspender significa conservar, quando o juiz diz, por exemplo, “A
corte está suspensa”. Em outra palavras, o que isso significa é que o julgamento
permanece conservado até outra data, quando será continuado.
Suspender, por fim, quer dizer elevar, quando observamos alguém e dizemos,
por exemplo, “Fulano está suspenso na árvore, apanhando um fruto”. Nesse caso,
suspender significa elevar-se fisicamente.
Nesse sentido, o que Hegel chama de negação da negação não é uma
aniquilação total, mas uma negação parcial, uma conservação daquilo que é negado, e
sua elevação a um nível superior. O movimento, assim, não é de zigue-e-zague, entre
a afirmação e a negação apenas, mas de espiral entre os três pólos, de modo que o
terceiro é sempre mais elevado que os dois anteriores.
O terceiro, por sua vez, não é fim da linha. Logo que se consolida, vira uma
afirmação para, em seguida, confrontar uma negação, que será suspensa por uma
negação da negação – a assim sucessivamente. O movimento da realidade é
incessante até chegar ao absoluto.
O que esse esquema extremamente abstrato de Hegel nos diz? Que não
sabemos o que é o absoluto, a verdade total, a síntese de todas as ideias. Ainda assim,
a lição é que, caso queiramos conhecer as verdades acessíveis, temos que analisar as
ideias sempre a partir do movimento triádico da realidade: precisamos distinguir o que
é negação, conservação e elevação na ideia em relação às outras que a geraram.
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Antes de iniciar o módulo, você refletiu sobre algumas questões. Agora é hora
de revisitá-las.
1. Que método você adota quando quer entender uma ideia?
2. Diante de uma situação difícil de resolver, como você faz para superá-la?
Compare o que você pensa agora com o que você pensava antes. Algo se
modificou? Por quê? Não se esqueça de deixar suas impressões nos comentários
abaixo.
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