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Universidade São Tomás de Moçambique


Faculdade de Ética e Ciências Humanas

Carmen Virgílio Majope

1. Modelo Cognitivo comportamental


2. Análise Transacional
3. Modelo Centrado no Cliente
4. Modelo Existencial

Maputo, Maio de 2022


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Universidade São Tomás de Moçambique


Faculdade de Ética e Ciências Humanas

Carmen Virgílio Majope

1. Modelo Cognitivo comportamental


2. Análise Transacional
3. Modelo Centrado no Cliente
4. Modelo Existencial

Trabalho de Pesquisa apresentado a Faculdade de


Ética e Ciências Humanas na disciplina de
Consulta Psicológica II com fim de avaliação, sob
a supervisão da Mestre, Célia Matsinhe

Maputo, Maio de 2022


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Índice

1. Introdução..............................................................................................................................4

1.1. Objectivos do trabalho....................................................................................................5

1.1.1. Objectivo Geral........................................................................................................5

1.1.2. Objectivos Específicos.............................................................................................5

2. METODOLOGIA.................................................................................................................5

2.1. Quanto à Natureza..........................................................................................................5

2.2. Instrumento e Técnicas de Colecta de Dados.................................................................6

3. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................................6

3.1. Contextualização sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental......................................6

3.1.4. Caractéristicas e Princípios do modelo cognitivo comportamental..................7

3.1.5. Contribuição para a Psicologia.............................................................................8

3.1.3. Resumo do Terapia Cognitivo-comportamental.................................................9

3.2. Contextualização sobre Análise Transacional................................................................9

3.2.1. Representação dos Estados do Ego.....................................................................10

3.2.2. Classificação da Transação.................................................................................11

3.2.3. Importância na psicologia...................................................................................14

3.2.3.1. Resumo da Análise Transacional.....................................................................14

3.3. Modelo Centrado no Cliente.........................................................................................15

3.3.1. Princípios e características da Abordagem Centrada no Cliente...........................16

3.3.2. Importância do Modelo centrado no cliente na Psicologia..............................17


4

3.3.3. Resumo do Modelo Centrado no Cliente...........................................................18

3.4. Modelo Existencial.......................................................................................................19

3.4.1. Características do Modelo Existencial...............................................................20

3.4.2. Modelo Existencial na Psicologia........................................................................20

3.4.3. Resumo do Modelo Existencial...........................................................................21


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1. Introdução

Entre as diversas correntes em psicologia que tiveram que lidar com a questão está a Terapia
Centrada no Cliente (TCC), desenvolvida por Carl Rogers. Este sempre se furtou a definir
aquilo que seria normal ou patológico, em sua teoria psicológica. Segundo o aludido autor, o
psicodiagnóstico seria, inclusive, perda de tempo (Evans, 1979), e, em seu desenvolvimento,
desconsideraria a pessoa em terapia, ou seja, poder-se-ia aprisioná-la num determinado
diagnóstico e desconsiderar sua singularidade, ou, nos dizeres rogerianos, deixar-se-ia de vê-
la como uma pessoa.

A análise transacional estuda a forma como as pessoas pensam, sentem, agem e se relacionam.
Ela se tornou um método muito eficaz para compreender o ser humano e propor soluções
preventivas e transformadoras. Para isso, utiliza de instrumentos que permitem aos indivíduos
conhecerem melhor o seu funcionamento interno e o dos outros. Isso contribui para que
compreendam melhor os seus relacionamentos e percebam aquilo que deve ser alterado para
melhorá-los. É um processo de constante evolução.

A teoria trabalha basicamente tentando recuperar as capacidades inatas ao ser humano que são
perdidas de acordo com as suas vivências e situações estressantes e traumáticas sofridas
principalmente durante a infância. Dessa forma, utilizam-se dos conceitos de Estado de Ego,
aliados ao conhecimento da história pessoal do indivíduo e ao seu comportamento

Segundo a psicologia existencial, os fenômenos são o que se mostram em seu imediatismo,


em sua condição pré-reflexiva, antes de qualquer elaboração teórica ou conceitual sobre eles.
Eles não são uma fachada ou uma imagem errônea das coisas, mas são as "coisas mesmas". O
trabalho da psicologia seria então descrever os fenômenos o mais cuidadosamente possível,
buscando a compreensão e não a explicação causal ou a prova.
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1.1. Objectivos do trabalho

1.1.1. Objectivo Geral


 Analisar o Modelo Cognitivo comportamental, a Análise Transacional, a Modelo
Centrado no Cliente, o Modelo Existencial e o seu papel na psicologia.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Identificar o as principais caraterísticas do Modelo Cognitivo comportamental;
 Demostrar Análise Transacional e a sua abordagem na psicologia;
 Apresentar as bases do a Modelo Centrado no Cliente, o Modelo Existencial e
a sua aplicação no campo da psicologia.
2. METODOLOGIA
“Metodologia pode ser definida como um conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o
pesquisador científico, direciona o projecto de trabalho com critérios de caráter científico para
alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial” (CIRIBELLI, 2003: p.64).
2.1. Quanto à Natureza
Quanto à natureza a pesquisa é classificada como aplicada. Pois no entendimento de Gil
(1999), a pesquisa emprega um referencial teórico sobre determinado tema para a discussão
de um problema e propondo sugestões de melhorias.
2.2. Instrumento e Técnicas de Colecta de Dados
Segundo Gil (1996), a colecta de dados é baseada por evidências encontradas em diversas
fontes. Os dados podem ser coletados por meio de:
a) pesquisa bibliográfica em artigos publicados e ou livros que tenham dados sobre o
assunto para melhor entendimento sobre o tema;
b) pesquisa documental com base em trabalhos realizados em outras cadeiras para
realização do trabalho e assim conseguir realizar análise e verificação do seu andamento.
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3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. Contextualização sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem da psicoterapia
baseada na combinação de pressupostos da psicologia cognitiva e da psicologia
comportamental. Ela considera que a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos
afeta suas emoções e comportamentos. (Beck, 1976).
O pressuposto central da Teoria Comportamental é o de que um comportamento
disfuncional foi aprendido e que pode ser desencadeado por sinais internos e externos
associados a ele. A Terapia Comportamental auxilia o indivíduo a modificar a relação entre a
situação que está criando dificuldade e a habitual reação emocional e comportamental que ele
tem naquela circunstância, mediante a aprendizagem de uma nova modalidade de reação. A
nova aprendizagem é conseguida através de técnicas apropriadas a cada caso.
Judith Beck foi a primeira pessoa a apresentar o conceito de modelo cognitivo como o
entendemos hoje, se baseando em Epictetus e outros pensadores para construir sua ideia. Ela
acreditava que, para entender melhor as reações emocionais produzidas a partir de um
acontecimento, é necessário distinguir o significado público dessa situação, ou seja, a
definição formal e objetiva do evento de seu significado pessoal – a interpretação do
indivíduo (Beck, 1976, p. 39).  Beck defende que os significados estabelecidos diante uma
situação são selecionados a partir de esquemas (padrões impostos à realidade ou à experiência
para servir como ajuda à interpretação delas, bem como mediar a percepção e guiar as
respostas) prévios que os pacientes construíram acerca de si mesmos e sofrendo influência de
eventos ambientais.
Desta forma, as terapias designadas de terapias cognitivo-comportamentais (TCC),
denominam-se assim porquê constituem uma integração de conceitos e técnicas cognitivas e
comportamentais. Atualmente dispõe-se de uma ampla gama de tratamento de diversos
problemas psiquiátricos tais como transtornos de ansiedade, depressão, disfunções sexuais,
distúrbios obsessivos-compulsivos e alimentares (Hawton e cols, 1997; Biggs & Rush, 1999).
Na abordagem cognitivo-comportamental tem sido desenvolvidos muitos trabalhos de
pesquisa a fim de se verificar experimentalmente a eficácia dos diversos tipos de tratamento.
Ao longo dos anos de pesquisa foram desenvolvidas e testadas diversas formas de tratamentos
na TCC. As terapias utilizadas diferem umas das outras de acordo com o enfoque
predominantemente cognitivo ou comportamental.
Apesar da diversidade destas terapias todas compartilham do mesmo pressuposto
teórico, ou seja, que mudanças terapêuticas acontecem na medida em que ocorrem alterações
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nos modos disfuncionais de pensamento. Neste ponto de vista, o mundo é considerado como
constituinte de uma série de eventos que podem ser classificados como neutros, positivos e
negativos, no entanto a avaliação cognitiva que o sujeito faz destes acontecimentos é o que
determina o tipo de resposta que será dada na forma de sentimentos e comportamentos. Desta
forma, a TCC da uma grande ênfase aos pensamentos do cliente e a forma como este
interpreta o mundo.

3.1.4. Caractéristicas e Princípios do modelo cognitivo comportamental


O modelo cognitivo comportamental é usado hoje por terapeutas ao redor de todo o
mundo e sofreu algumas adaptações ao longo dos anos, como reflexo do avanço dos estudos
relacionados a tudo que envolve a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).  Conforme cita
Caballo (1996, p.11), Kazdin (1978) já havia destacado há mais de uma década que as
características mais sobressalentes dos terapeutas comportamentais são: 1) Uma ênfase nos
determinantes actuais do comportamento, em vez de nos determinantes históricos; 2) Uma
ênfase na mudança do comportamento manifesto como o principal critério pelo qual se avalia
o tratamento; 3) Especificação do tratamento em termos objectivos, de modo que seja possível
a réplica do mesmo; 4) Confiança na investigação básica em Psicologia, com o objectivo de
gerar hipóteses gerais sobre o tratamento e as técnicas terapêuticas específicas; 5)
Especificidade nas definições e explicações no tratamento e na medição.

3.1.5. Contribuição para a Psicologia


Knapp (2008) afirma que o papel do psicólogo clínico na  terapia cognitivo comportamental é
a avaliação de comportamentos, analisar com empatia e competência clínica as conceituações
cognitivas dos casos e quadros clínicos que surgem no cotidiano do indivíduo, para assim
implementar instrumentos de intervenção e prosseguir com a elaboração de estratégias de
avaliação dos esquemas adaptativos e modificar ou se possível reduzir as influências dos
esquemas desadaptativos, exigindo desempenho técnico na avaliação psicológica e
conceitualização cognitiva
O modelo cognitivo comportamental é uma alternativa interessante para o tratamento de
demandas como depressão, ansiedade e diversos tipos de transtornos da personalidade, visto
que trabalha a relação entre situação, pensamento e emoção (Greenberger; Padesky, 1999). A
relação entre terapeuta e paciente é um elo necessário para êxito do modelo cognitivo. Isso
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porque um dos preceitos da Terapia Cognitivo-Comportamental é a colaboração e


participação activa do paciente e do terapeuta no processo de tratamento.

3.2. Contextualização sobre Análise Transacional


A Análise Transacional é uma teoria de psicologia, criada e desenvolvida pelo
psiquiatra canadense naturalizado americano Eric Berne. Ele observou que em cada pessoa
existem três partes distintas e funcionais, as quais denominou estados do ego. Definiu um
estado de ego como “um sistema coerente de sentimentos, ou como um conjunto de padrões
coerentes de comportamento” (Berne 1974, p. 25). Partindo da concepção do indivíduo como
uma unidade biopsicossocial, Berne divide didaticamente a personalidade em três
componentes denominados Pai, Adulto e Criança (PAC). Esses estados do ego agem como
três pessoas distintas, atuando e interagindo continuamente dentro da cabeça do indivíduo.
Representam três modos de ser, de pensar, de sentir e de atuar. Não são construções teóricas
invisíveis, mas sim realidades concretas, observáveis e mensuráveis.

3.2.1. Classificação da Transação


As transações podem ser classificadas como complementares ou cruzadas, simples ou
ocultas e, estas últimas em singulares e duplas. (Berne, 1974). Nas transações complementares
a reação é apropriada e esperada e segue a ordem natural das relações humanas saudáveis.
Enquanto as transações forem complementares a comunicação se processará e, em princípio,
poderá prosseguir indefinidamente (Berne, 1974).
A transação cruzada se dá quando o estímulo é para ser entre dois estados do ego e a
reação acaba acontecendo entre estados do ego diferentes do pretendido. Nesse caso, temos a
interrupção da comunicação.

A transação oculta envolve mais de dois estados do ego simultaneamente. No nível aparente,
ou social, ocorre o estímulo de um estado do ego direcionado a ter uma reação do mesmo
estado do ego do outro indivíduo. No entanto ocorre um estímulo oculto, ou psicológico, do
estado do ego pretendido dirigido à um terceiro estado do outro indivíduo.
Já a transação oculta dupla envolve quatro estados do ego. No nível social ocorre a transação
entre o mesmo estado do ego nos dois indivíduos, enquanto que no nível oculto, ocorre em um
estado diferente do pretendido, sendo que é o mesmo estado para os dois indivíduos.
Aparentemente o primeiro tem a iniciativa, mas a consequência é determinada pelo segundo.
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Berne se utilizou de seus estudos e observações feitas em hospitais, em neurocirurgias e em


seus dias como médico psiquiatra do exército americano para formular a sua teoria. A Análise
Transacional se constitui de muitos outros elementos que foram deixados de lado pelo
presente trabalho pelo fato de ser uma teoria de psicologia, com bases na psicanálise, utilizada
para psicoterapias individuais e em grupos.

3.2.3. Importância na psicologia


A análise transacional comparando com as outras teorias é de fácil assimilação, inclusive para
os leigos. Uma criança de 8 a 10 anos de idade assimila perfeitamente os seus conceitos. A
AT é também de fácil integração com outras teorias psicológicas tais como a Gestalt Terapia,
que trabalha com as emoções, as sensações, os diálogos com partes de si mesmo; e ainda pode
ser aliada a técnicas corporais, Hipnose, Psicodrama, Biodança, etc., ou seja, é fácil traduzir
essas e outras teorias para o modelo transacional. Em outras palavras, como diz R. Kertész
descrevendo a facilidade de entendimento da AT: “creio que é o melhor idioma psicológico,
porque todos o entendem.
3.3. Modelo Centrado no Cliente
A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) sustenta-se como uma abordagem das relações
interpessoais desenvolvida pelo psicólogo Carl Rogers (1902-1987), um dos principais
psicólogos do século XX e pioneiro no que se refere à pesquisa científica em psicoterapia,
cujo fundamento é: “em todo indivíduo existe uma tendência atualizadora, inerente ao
organismo para crescer, desenvolver e atualizar suas potencialidades numa direção positiva e
construtiva” (ROGERS, 2001, p. 111). Portanto, segundo o autor supracitado, a hipótese
central da ACP é a de que o indivíduo tem em si mesmo amplos recursos para a
autocompreensão e para modificar o seu autoconceito, desenvolvendo um comportamento
autodirigido como atitude básica, e estes recursos podem ser liberados caso haja atitudes
psicológicas facilitadoras oferecidas pelo terapeuta. Essas atitudes psicológicas que podem
facilitar a tendência atualizadora são segundo Carl Rogers (2001, p. 112):

O modelo teórico da Terapia Centrada no Cliente, surge como resultado de uma prática
que segundo Rogers foi o principal estímulo no seu pensamento psicológico. Todo o trabalho
teórico assentou, como ele dizia a dado momento, na "experiência clínica contínua com
indivíduos, que acreditam precisar de ajuda pessoal ou, que são levados por outros a acreditar
nessa necessidade.
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3.3.1. Princípios e características da Abordagem Centrada no Cliente


A Abordagem Centrada na Pessoa tem uma visão holística da pessoa e conceptualiza-se
principalmente em torno de três aspectos: o conceito de Tendência Actualizante, o conceito de
Não-Directividade e na presença de um conjunto de Atitudes.
 Tendência Actualizante
O conceito de Tendência Actualizante é um dos "pilares" centrais deste modelo de
intervenção e, no dizer de J. Hipólito podemos, a partir daí, encontrar uma explicação
compreensiva da patologia em geral. Nesta linha de pensamento, o sintoma pode ser visto
como uma forma positiva de adaptação do sujeito às suas circunstâncias: "o sintoma é em
psicopatologia sempre o melhor equilíbrio possível, naquele momento, para que a vida
continue, por exemplo, numa pessoa sofrendo de esquizofrenia, aquele 'estar-no-mundo'
catatónico, é provavelmente, o melhor equilíbrio possível naquele momento para que a vida
continue " (J. Hipólito, 1993 aula Ispa). Ou seja, no que diz respeito à actualização das
potencialidades da pessoa, essa actualização poderá ser mais ou menos facilitada em função
das condições particulares com que cada "pessoa concreta" se depara ao longo do seu existir.
 A Não-Directividade
O conceito de não-directividade implica uma atitude não dirigista de um face ao outro. No
caso de uma situação terapêutica, a atitude nãodirectiva traduz-se pelo respeito e confiança
que o terapeuta deposita no cliente, aceitando e possibilitando-lhe que seja ele a escolher e
tomar as decisões do seu próprio projecto como pessoa. Socialmente a relação
terapeuta/cliente é vivida numa assimetria de poder, isto é, o terapeuta é quem tem as
melhores soluções, quem sabe - ele é o especialista. No caso do terapeuta centrado, o seu
"saber" assenta na capacidade de se centrar na pessoa do cliente, não dirigindo nem
abandonando (laissez-faire), mas acompanhando a descoberta e respeitando a sua auto-
direcção.
Ao nível da interacção humana, e nomeadamente numa relação de ajuda psicoterapêutica,
a atitude não-directiva do terapeuta, na qual subjacentemente prevalece a confiança em
relação ao outro (cliente), vai possibilitar a emergência cada vez mais genuína da auto-
direcção do cliente.
 Descrição das Atitudes
A actualização das potencialidades, bem com o princípio da não directividade conducente à
auto-direcção, só é possível se inerentemente estiverem presentes quatro atitudes que Rogers
descreveu como: Atitude de congruência Atitude de compreensão empática Atitude de
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aceitação incondicional positiva da pessoa. Atitude de presença.

3.3.2. Importância do Modelo centrado no cliente na Psicologia


A prática de Regers trata de um exercício de valores e que, além disso, propicia uma
aprendizagem de valores, mas que por se tratarem de valores organísmicos e, portanto,
experienciais, não devem se referir somente à experiência do profissional rogeriano, mas
encaixarem-se e transformarem-se de acordo com a experiência também vivida pelo cliente,
quer na relação com o psicólogo ou não.

É possível, assim, que o psicólogo rogeriano tenha valores totalmente diferentes daqueles
assumidos pelo cliente, mas entendemos que a prática clínica é lugar de centramento na
pessoa do cliente, ou mesmo lugar de descentramento (Vieira; Pinheiro, 2013), onde urge o
desenvolvimento pessoal. Portanto, apesar de possíveis diferenças de valores, dentro de uma
relação terapêutica deve-se optar por valores que promovam uma relação autêntica, onde são
consideradas a ambos, psicoterapeuta e cliente, em um relacionamento de pessoa para pessoa.

3.4. Modelo Existencial


A psicologia existencial é a psicologia da existência humana com toda a sua complexidade e
paradoxos (Wong, 2004), considerando que a existência humana envolve pessoas reais em
situações concretas. Com a finalidade de introduzir fundamentos de psicologia existencial em
que assentam diferentes propostas de psicoterapia existencial, faz-se uma revisão sumária
sobre o que caracteriza a existência individual, o que é estar-no-mundo, como se caracteriza o
confronto do indivíduo com os dados da existência e procura-se situar o perturbar-se
mentalmente como uma possibilidade do existir.
Na psicoterapia existencial enfatizam-se as dimensões histórica e de projecto e a
responsabilidade individual na construção do seu-mundo. Visa a mudança e a autonomia
pessoal.
3.4.1. Características do Modelo Existencial
Enquanto algumas abordagens têm como objectivo o tratamento ou a cura de uma
"doença", "desvio" ou "sintoma", a psicoterapia existencial busca compreender a pessoa em
seus distintos modos de ser, seus sentimentos, valores, particularidades, dificuldades e
potencialidades. O foco da psicoterapia existencial não está apenas para o "sintoma" ou um
"problema", mas para a pessoa como um todo, na busca de compreender o que é saudável e o
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que é doentio para cada um, pois não utiliza classificações prévias sobre "saúde" e "doença",
como se utilizam as abordagens mais tradicionais. A pessoa nunca é enquadrada numa
classificação, pois ao classificar negamos suas particularidades (Carrasco, 2018).
O intuito da psicoterapia existencial é justamente compreender as particularidades de
cada um, como a pessoa se sente consigo mesma e com os outros, o que constitui seu
momento presente, qual sua relação com o passado as ideias de futuro, quais pessoas são para
ela significativas, como ela lida com suas escolhas, entre outros aspectos (Carrasco, 2018).
O intuito da terapia não é "curar" uma "doença", mas possibilitar o encontro da pessoa
com sua própria existência, com suas emoções, com sua história de vida, com os seus valores
e com o que sente que seja saudável para si, ampliando seu potencial de escolhas e seus
modos de existir.
Para Carrasco (2018), a grande característica da psicoterapia existencial é justamente
sua abertura para as diferenças, os distintos modos de ser, sentir e de se pronunciar no mundo,
reconhecendo e valorizando a diversidade e as singularidades de cada indivíduo, entendendo
que as diferenças não são um problema, mas são justamente o que nos torna singulares em
meio a uma massa.
3.4.2. Modelo Existencial na Psicologia
A Psicologia Humanista entende que os indivíduos estão em constante busca pela
autorrealização. Este segmento da psicologia foca na maneira como o comportamento de uma
pessoa se relaciona com seus sentimentos íntimos e como eles afetam sua imagem. A
psicoterapia de enfoque fenomenológico-existencial cria a possibilidade de a pessoa entrar em
contato com suas angústias e medos, entendendo a indeterminação da existência (nada é
imutável e não há como parar a passagem do tempo) como possibilidade e liberdade e não
somente como finitude e insegurança. (King, 2001)
O ser humano é aquele que pensa a Natureza. Através da fenomenologia, ele pode ocupar um
lugar de pensante de si e pode descrever essa consciência, que é o campo onde todo fenômeno
adquire sentido. O existencialismo é um conjunto de filosofias da existência distintas entre si.
O psicólogo estuda e se aperfeiçoa tanto quanto os outros profissionais. Além disso, está
sempre observando seu próprio comportamento diante da pessoa que está atendendo, de forma
a garantir que suas observações sejam sempre em benefício do cliente/paciente. Nesse sentido,
o psicólogo fenomenológico-existencial não considera o paciente como um conjunto de
pulsões, fantasmas e mecanismos de defesa psíquicas, mas como uma pessoa que procura um
significado para a sua existência. É a pessoa que dá sentido aos mecanismos e não o contrário.
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4. Resumo dos Modelos


4.1. Resumo do Terapia Cognitivo-comportamental
Percebe-se que profissionais que estudam e trabalham com a abordagem Terapia Cognitivo-
comportamental podem explorar esse campo de trabalho conduzindo pesquisas experimentais
a fim de sugerir um modelo de intervenção específico para as diversas demandas psicológicas
assistidas. Este artigo se faz de uma pesquisa de cunho qualitativo, descritivo e exploratório.
Foram utilizadas como fontes dados disponíveis em sites referentes ao estudo da Terapia
Cognitivo Comportamental. A Terapia Cognitivo-comportamental apresenta como
singularidade ser estruturada e direcionada as demandas psicológicas da actualidade, com o
intuito de solucionar os problemas e modificar os pensamentos, sentimentos e
comportamentos perturbadores. Conclui-se que esta abordagem teórica se destaca pelos
fatores teóricos e práticos acerca da cognição, das emoções e do comportamento.

Basicamente a terapia cognitiva visa a identificação de pensamentos distorcidos, sua


averiguação na realidade e a correção dos mesmos com um objectivo de maior magnitude, ou
seja, a mudança de crenças disfuncionais que se encontram subjacentes a estes pensamentos
distorcidos. Para isto ela utiliza-se de diversas técnicas cognitivas, como a reestruturação
cognitiva, distração, parada do pensamento, etc. Já a terapia comportamental faz uso de
princípios de aprendizagem, estabelecidos experimentalmente, para enfraquecer e eliminar
comportamentos inapropriados e mal adaptactivos. Diversas técnicas comportamentais são
utilizadas, tais como, a exposição ao vivo, dessensibilização sistemática, exposição e
prevenção de resposta, etc.

4.2. Resumo da Análise Transacional


A análise transacional em poucas palavras destaca que a personalidade é estruturada em três
instâncias, ou Estados de Ego: Pai, Adulto e Criança. Cada uma é consolidada em
determinada fase da vida e seu funcionamento pode ser observado de acordo com a
comunicação da pessoa. Quanto mais os três estão energizados e presentes, mais a pessoa está
no aqui-e-agora e integrada. Através da análise transacional, os padrões de comunicação, ou
seja, as Transações,  podem ser analisados para tornar a comunicação mais clara.
É possível entender também que as pessoas adoptam um modo de agir/pensar/sentir
chamado Posições Existenciais, que dizem respeito a estar bem (estar bem, integrado com
suas potencialidades e dificuldades) consigo mesmas e com o outro. Uma vez identificadas as
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Posições mais utilizadas, várias percepções sobre o próprio comportamento podem ocorrer.
Nota-se que uma das necessidades essenciais do ser humano é o Reconhecimento, que pode
ser obtido através de Toques ou Carícias. Os tipos e formas dos Toques podem ser descritos e
seus efeitos na interação com o outro podem ser percebidos imediatamente. Além
das Emoções Naturais (raiva, tristeza, medo, alegria e amor), as pessoas se aperfeiçoam em
padrões emocionais aprendidos (ou de Disfarce), que são aprendidos como forma de não
entrar em contato com as emoções Naturais que não puderam ser expressas no ambiente onde
cresceram.
Um conceito singular desta teoria destaca que de acordo com o modo que entende a realidade
durante a infância, a criança tomaria decisões centrais de como vai viver sua vida e cria um
roteiro central com certas possibilidades de final. Através de qualquer um dos conceitos de
AT, cada pessoa pode ir compreendendo seus padrões de funcionamento para agir
com Autonomia, que significa fazer escolhas e viver de forma mais consciente, espontânea e
saudável

4.3. Resumo do Modelo Centrado no Cliente


A Terapia Centrada no Cliente se refere ao que se é imediatamente sentido e que é
implicitamemente significativo para o sentimento que o sujeito experimenta ao ter uma
experiência. O terapeuta, assim, age como um facilitador e um espelho para os sentimentos e
pensamentos do cliente, que passa a tomar mais consciência e contato com seu material
vivencial, “percebendo” aspectos de sua personalidade e de seus comportamentos que lhe
escapavam anteriormente.

Daí, o cliente, auxiliado pela ajuda terapêutica, acaba por modificar ou amadurecer o conceito
que tem de si e, consequentemente, a reavaliar suas estratégias de vida e visão de mundo. No
fundo, todo o processo, em seu andamento, é fruto da ação do próprio cliente, de sua imersão
no processo terapêutico e de seu grau de investimento no mesmo. Por isto o nome:
“Abordagem centrada no Cliente ou na Pessoa”.

Na medida em que pensar a Abordagem Centrada na Pessoa na atualidade inclui tamanha


diversidade, é importante não perder de vista as distintas fases desse pensamento, no sentido
de compreender as aproximações e as divergências entre as várias vertentes que constituem a
fase Pós-Rogeriana ou Neorrogeriana.
16

Observa-se que são várias as vertentes atuais, provenientes direta ou indiretamente do


pensamento de Carl Rogers. Chama atenção a diversidade dessas vertentes, todas elas
configurações contemporâneas da Abordagem Centrada na Pessoa ou, pelo menos, originadas
dela. Não se trata mais do pensamento de Rogers puro, mas de novas teorizações variadas,
que partem dele. Na verdade, o próprio Rogers não se pretendeu purista nem cristalizado em
nenhuma teoria, nem mesmo a dele, afirmando durante sua última visita ao Brasil, em 1985,
que não era rogeriano Nesse sentido, é importante não apenas não ignorar os significativos
desdobramentos em andamento nos últimos 20 anos após sua morte, como estabelecer um
diálogo entre as diferenças que preserve a proposta original de Carl Rogers em seu caráter
humanista, de respeito pelo ser humano e suas potencialidades. Seu pensamento continua vivo
em cada uma das vertentes atuais, mesmo que seus distintos desenvolvimentos - originados de
fases diversas do pensamento rogeriano e, portanto, passando a assumir diferentes caminhos
epistemológicos na continuidade de sua construção teórica - as tornem tantas vezes tão
diferenciadas entre si.

O potencial fenomenológico da teoria de Carl Rogers é, um eixo, que merece especial atenção
no que se refere à continuidade de sua construção teórica, na direção de uma clínica
humanista-fenomenológica crítica e ampliada, que priorize o acolhimento da alteridade. Mas
esse não é o único caminho. Ignorar a pluralidade e as diferenças seria perder-se da proposta
original do próprio Rogers.

4.4. Resumo do Modelo Existencial


As correntes existencialistas ocupam-se, sob o ponto de vista filosófico, da existência
humana, muitas vezes descrita e interpretada através do método fenomenológico que, na sua
essência, pretende que a realidade para cada um corresponda à maneira como ele a apreende,
sendo o seu comportamento determinado em função desta apreensão. A abordagem
fenomenológica existencial, pretende dar resposta a uma serie de interrogações específicas do
humano, consistindo o seu objectivo final na procura de um sentido da existência como ser-
no-mundo.
A psicoterapia existencial é uma forma de psicoterapia baseada no modelo da natureza
humana e na experiência desenvolvida pela tradição existencial da filosofia européia. Nessa
teoria, a pessoa é vista como um todo, sua mente, seu corpo, seu espírito e suas emoções estão
integrados. Além disso, as pessoas são ativas e capazes de se desenvolverem para buscar a
própria realização, é uma abordagem dentro da psicologia que entende o ser humano a partir
17

de uma visão positiva. Desta forma, acredita que a pessoa atendida não deve ser tratada de
forma passiva, mas sim ajudando-a a se perceber como responsável por suas escolhas e
protagonista de sua vida.
O principal objectivo da psicoterapia existencial é proporcionar uma maximização da
autoconsciência para favorecer um aumento do potencial de escolha; é proporcionar uma
ajuda efetiva ao cliente no sentido de descobrir-se e autogerir-se.

5. Conclusão
Investigado o tema é possível concluir que os modelos a concepção de pessoa como centro,
impede Rogers de realizar uma psicoterapia fenomenológica. Mais do que isso, o centramento
na pessoa direciona, restringe, e pela mesma razão, empobrece o processo terapêutico. A
análise da prática clínica rogeriana mostra que esta caminha em direção à fenomenologia; da
pessoa como centro para a experiência, o que se pôde ver na entrevista com Glória, durante a
fase experiencial. Entretanto, para que o modelo de psicoterapia que nos deixou Carl Rogers
possa assumir todo seu potencial de contribuição fenomenológica, é necessário que deixe,
definitivamente, a busca de um suposto homem interno - a pessoa - voltando-se para uma
terapia do fenômeno emergente que, como demonstra o mesmo Rogers, já existe
potencialmente embrionária em sua proposta.

O terapeuta cognitivo comportamental busca identificar os comportamentos desadaptativos e


como surgem, para assim, trabalhar as habilidades emocionais e o sentido de competência e
manejo de autoestima da pessoa, e como esta pessoa pode transformar seus traumas em
potencialidades que a propiciem além de uma aprendizagem social, uma regulação no seu
humor, de modo a influenciar o paciente a ter um padrão comportamental mais assertivo para
enfrentamento de seus próprios problemas, auxiliando e reforçando positivamente as
competências do comportamento do paciente. Observa-se frente à literatura, que a TCC
(Terapia Cognitivo Comportamental) apresenta eficácia no tratamento e na prevenção de
diversas psicopatologias independente da fase do desenvolvimento humano. A aplicabilidade
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desta abordagem no processo terapêutico torna-se relevante para as mudanças no repertorio


comportamental.
Os psicólogos existenciais também se opõem ao entendimentos dos indivíduos como um
objeto ou animal. Segundo eles, estes entendimentos impedem que o psicólogo possa
compreender o indivíduo de modo pleno, e além disso também desumaniza as pessoas.
Quando as pessoas são tratadas como coisas, acabam a se considerar como coisas, que podem
ser controladas, modeladas e exploradas, isso as impede de viver de uma maneira
verdadeiramente humana em suas potencialidades. A principal concepção do existencialismo
é de que a pessoa é livre para fazer suas escolhas, sendo esta responsável por sua existência. A
liberdade não é algo que a pessoa tenha, mas uma característica do modo de ser humano.
Perceber que somos livres para fazer escolhas é, ao mesmo tempo, entender que somos
responsáveis pelas escolhas que fazemos.

6. Referências Bibliográficas

BOAINAIN Júnior, Elias. Tornar-se transpessoal: transcendência e espiritualidade na obra de


Carl Rogers. São Paulo: Summus, 1998.
BRITO, Rafaella Medeiros de Mattos e MOREIRA, Virgínia. “Ser o que se é” na psicoterapia
de Carl Rogers: um estado ou um processo?. Memorandum, 20, 201-210. 2011.
CAMPOS, Ronny Francy. Ética Contemporânea: os anos 60 e o projeto de psicologia
humanista. Epistemo-somática [online], vol.3, n.2, 2006. pp. 242-262. ISSN 1980- 2005.
CREMA, Roberto. Análise Transacional Centrada na Pessoa...e Mais Além. 4. ed. São Paulo:
Ágora, 1985.
CREMA, Roberto. Manual de Análise Transacional. 4. ed. Brasília: Teledata, 1982.
FERNANDES da FONSECA (1985). Psiquiatria e Psicoterapia. Lisboa: Fundaçâo Calouste
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GILLIERON, E. (1983). As Psicoterapias BrevesRio de Janeiro: Zahar ed.
ROGERS, Carl. Ransom e KINGET, G. Marian. Psicoterapia e relações humanas. Vol.1. Belo
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Vitória: EDUFES, 2010
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