Grupo 07 - Relatório

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ECV 5134 - IMPLANTAÇÃO DE ESTRADAS
PROF. DR. MARCOS AURÉLIO MARQUES NORONHA

COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DE
TERRAPLENAGEM (SICRO)

FLORIANÓPOLIS, 28 DE JUNHO DE 2022


GRUPO 07 - INTEGRANTES

19103961 - ANTHONY ALIARDI

19100369 - FILIPE GEHRING CARVALHO

19103180 - GUSTAVO ANDRÉ GRIS COSTA


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6
2. CONCEITOS 7
2.1. PREÇO DE REFERÊNCIA 7
2.2. PREÇO DE VENDA 7
2.3. CUSTO E DESPESA 7
2.4. INSUMOS 7
2.4.1. MÃO DE OBRA 7
2.4.2. EQUIPAMENTOS 8
2.4.3. MATERIAIS 8
2.4.4. CUSTOS DOS INSUMOS 8
2.4.5. SERVIÇOS TERCEIRIZADOS 8
2.5. CUSTO DA OBRA 8
2.5.1. CUSTO DIRETO 8
2.5.2. CUSTO INDIRETO 9
2.5.3. CUSTO DA OBRA 9
2.6. CUSTO DE MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO 9
2.7. CUSTOS DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CANTEIROS E
ACAMPAMENTOS 9
2.8. CUSTO UNITÁRIO DE SERVIÇO 10
2.9. CUSTO UNITÁRIO DE REFERÊNCIA 10
2.10. CUSTO TOTAL DE REFERÊNCIA DO SERVIÇO 10
2.11. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 10
3. FIC e FIT 11
3.1. FATOR DE INFLUÊNCIA DAS CHUVAS - FIC 11
3.2. FATOR DE INTERFERÊNCIA DO TRÁFEGO - FIT 11
4. BENEFÍCIOS E DESPESAS INDIRETAS (BDI) 11
4.1. DEFINIÇÃO 11
4.2. PARCELAS CONSTITUINTES 12
4.2.1. DESPESAS INDIRETAS 12
4.2.2. BENEFÍCIOS 12
4.2.3. TRIBUTOS 13
4.3. FATORES CONDICIONANTES 13
5. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 13
5.1. CLASSIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE CUSTOS 13
5.1.1. AUXILIARES 13
5.1.2. PRINCIPAIS 14
5.2. MONTAGEM DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS 14
5.2.1. CICLO DOS EQUIPAMENTOS 14
5.2.2. PRODUÇÃO DAS EQUIPES MECÂNICAS 14
5.2.3. TEMPO PRODUTIVO E TEMPO IMPRODUTIVO 15
5.2.4. FATORES DE CORREÇÃO 15
5.2.4.1. FATOR DE EFICIÊNCIA (Fe) 16
5.2.4.2. FATOR DE CONVERSÃO (Fcv) 16
5.2.4.3. FATOR DE CARGA (Fca) 16
5.2.5. MASSAS ESPECÍFICAS DOS SOLOS E DOS AGREGADOS 17
5.2.6. MASSAS ESPECÍFICAS DAS MISTURAS 18
5.2.7. MASSAS ESPECÍFICAS DOS MATERIAIS MAIS REPRESENTATIVOS 19
5.3. PRODUÇÃO DE EQUIPE MECÂNICA 20
5.4. ESTRUTURA DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTO 21
6. MÃO DE OBRA 22
6.1. SALÁRIOS 22
6.2. ENCARGOS SOCIAIS 23
6.3. ENCARGOS COMPLEMENTARES 25
6.4. ENCARGOS ADICIONAIS 26
6.5. TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS 26
7. EQUIPAMENTOS 27
7.1. CUSTO HORÁRIO IMPRODUTIVO 27
7.2. CUSTO HORÁRIO PRODUTIVO 27
7.3. CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO 28
7.4. CÁLCULO DOS JUROS DA OPORTUNIDADE DE CAPITAL 29
7.5. CÁLCULO DOS CUSTOS DE MANUTENÇÃO 30
7.6. CÁLCULO DOS CUSTOS DE OPERAÇÃO (COMBUSTÍVEL, LUBRIFICANTES,
FILTROS E GRAXAS) 32
7.7. CÁLCULO DOS CUSTOS COM MÃO DE OBRA DE OPERAÇÃO 34
7.8. CÁLCULO DOS CUSTOS COM SEGUROS E IMPOSTOS 35
8. MATERIAIS 35
8.1. COMPATIBILIZAÇÃO DE PREÇOS PESQUISADOS 35
8.2. PREÇOS 36
8.3. ESCOLHA DE LÍDER 36
8.4. COEFICIENTE DE EXTRAPOLAÇÃO 36
9. OPERAÇÕES DE TRANSPORTES 36
9.1. SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM 37
9.2. SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE INSUMOS 37
10. CANTEIRO DE OBRAS 38
10.1. TIPOS DE CANTEIROS DE OBRAS 38
10.2. PROJETOS TIPO DOS CANTEIROS DE OBRAS 39
10.3. CÁLCULO DO CUSTO DE INSTALAÇÃO DOS CANTEIROS DE OBRAS 39
11. MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO 40
11.1. DISTÂNCIAS 41
11.1.1. EQUIPAMENTOS 41
11.1.2. MÃO DE OBRA 41
11.2. DESLOCAMENTOS 41
11.2.1. EQUIPAMENTOS 41
11.2.2. PESSOAL 42
11.3. CÁLCULO DO CUSTO DE MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO 42
12. ADMINISTRAÇÃO LOCAL 43
12.1. ITENS A SEREM ORÇADOS 43
12.2. CLASSIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DA MÃO DE OBRA 44
13. PLANILHAS TERRAPLENAGEM E COMPARAÇÃO
14. REFERÊNCIAS 45
1. INTRODUÇÃO

Para construir, é preciso ter uma série de conhecimentos técnicos sobre diversos
fatores que compõem a obra. Um dos conhecimentos necessários é o custo da obra. Assim, foi
desenvolvido o SICRO, que é um sistema de custos referenciais de obras.
O SICRO é o reconhecimento técnico necessário para a elaboração de orçamentos de
obras e serviços junto ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes),
para que sejam feitas análises de orçamentos/licitações para obras públicas.
Tomou sua primeira forma em 1946 pelo extinto DNER (Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem) pois a obtenção de parâmetros de custos para referenciar a elaboração
dos orçamentos de projetos e a licitação de obras rodoviárias sempre foi uma grande
preocupação do órgão. Após grande esforço do DNER, surgiu a primeira tabela de custos, que
se tornaria posteriormente o SICRO. Contou com alterações a partir de 1963, tendo ainda as
versões SICRO 1 (em 1992), SICRO 2 (2000), SICRO 3 (2007) e o atual, o Novo SICRO
(2017). Hoje é responsabilidade do DNIT.
A tabela conta com mais de seis mil composições de preços distintos, tendo alta
complexidade, e, portanto, sendo muito mais do que um básico levantamento de preço de
serviços nas capitais brasileiras e preços de insumos. Acaba também por estimular e orientar a
existência de um mercado justo na construção civil ao gerar uma certa concorrência leal em
processos de licitação.
No SICRO, há a determinação dos custos, que passa por estudos preliminares, onde
detectam-se problemas que envolvam a execução de serviços, para que possa se passar à
listagem de equipamentos, mão de obra e materiais.
Após tais estudos preliminares, o SICRO se transforma em uma ferramenta primordial
para a pesquisa de mercado. O SICRO é, no fim das contas, um sistema de pesquisa de preços
de mercado baseado no tamanho da amostra para definição de custos, preços de
equipamentos, materiais e mão de obra por categoria profissional. Ainda, o SICRO é
responsável pela pesquisa e cadastramento de materiais e equipamentos, além da definição da
periodicidade dos mesmos.
2. CONCEITOS
2.1. PREÇO DE REFERÊNCIA

O preço de referência é executado a partir de estatística e de coleta de dados do


mercado, a partir de metodologias de cálculo para a determinação do seu resultado. Ele serve
como parâmetro para tomada de decisões, no entanto, não dispõe de informações reais que
possam firmar a compra.

2.2. PREÇO DE VENDA

O preço de venda é definido baseado nos custos, agregando também os custos


indiretos e margens beneficiárias desejadas. Emprega valor à transferência de domínio de
bem, constituindo-se no valor total da obra, visto que ele envolve os custos de serviços e
parcelas de BDI (Benefícios e Despesas Indiretas).

2.3. CUSTO E DESPESA

O custo leva em conta tudo o que envolve a produção da obra de forma direta, como
os insumos (mão de obra, materiais e equipamentos) e a infraestrutura necessária
(mobilização, desmobilização, canteiros e administração local).
A despesa é todo o dispêndio necessário para obter o produto, como gastos com a
administração central, financeiros, lucro e pagamento de tributos, todos associados ao BDI.

2.4. INSUMOS

Por insumos, entendem-se os equipamentos, materiais e a mão de obra necessários


para a realização de um certo serviço. Os insumos e seus consumos são representados nas
composições de custos de cada serviço, compreendendo o banco de dados do sistema de
custos.

2.4.1. MÃO DE OBRA


A mão de obra é o conjunto de trabalhadores que estão diretamente relacionados à
execução de algum serviço ou na administração local. Seu custo é obtido a partir do salário do
trabalhador, acrescido dos encargos inerentes à categoria profissional. Pode ser expresso de
forma mensal, ou horária.

2.4.2. EQUIPAMENTOS

Na classe de equipamentos, incluímos todas as máquinas, instrumentos ou aparelhos


que são fundamentais para a produção de um determinado bem, ou para a execução de um
certo serviço. Seu custo é determinado por meio do custo horário da propriedade, de
manutenção e operação.

2.4.3. MATERIAIS

O material é a matéria prima utilizada na elaboração dos bens ou na execução dos


serviços. Pode ser comercializado a granel, individualizado por meio de embalagem, ou até
feito em obra, devendo atender a especificações técnicas (como NBRs). Seu preço deve se
referir ao pagamento à vista e avaliar toda a carga tributária que incide sobre ele.

2.4.4. CUSTOS DOS INSUMOS

Os custos dos materiais e equipamentos são alcançados a partir de pesquisas de


mercado por toda a federação. Custos de mão de obra são definidos em função do tratamento
da base do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (do Ministério do Trabalho).

2.4.5. SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

Custos relacionados a serviços terceirizados são aqueles ligados a serviços de


especialização, ou até sob tutela de patentes, onde executa-se completamente um serviço, sem
detalhar insumos e despesas envolvidos.

2.5. CUSTO DA OBRA


2.5.1. CUSTO DIRETO
O custo direto de uma obra leva em consideração todos os custos de serviços que são
necessários para a sua execução. Obtém-se a partir do produto das quantidades de insumos,
como equipamentos, mão de obra, materiais, atividades auxiliares e transportes, empregados
nos serviços pelos seus respectivos custos.

2.5.2. CUSTO INDIRETO

O custo indireto de uma obra é o custo de toda a infraestrutura utilizada para a


execução, e corresponde à soma de custos auxiliares de apoio (como instalação e manutenção
do canteiro, alojamentos, instalação industrial, administração local, mobilização e
desmobilização).
Como não acontecem especificamente em função da execução de um certo serviço,
tem tratamento analítico e deverão compor a planilha como itens de serviço independentes e
com critério objetivo de medição.

2.5.3. CUSTO DA OBRA

O custo total da obra engloba os custos diretos e indiretos.


O custo direto é a soma de todos os custos dos serviços necessários à execução.
Obtém-se a partir do produto das quantidades de insumos (equipamentos, mão de obra,
materiais, atividades auxiliares e transportes) empregados nos serviços pelos respectivos
custos.
O custo indireto é o custo da infraestrutura necessária para a execução e corresponde à
soma dos custos auxiliares de apoio, como a instalação e manutenção do canteiro de obras,
alojamentos, instalações industriais, administração local, mobilização e desmobilização de
equipamentos e de pessoas.

2.6. CUSTO DE MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO

É todo o custo associado ao transporte, desde a origem até o local onde se implantará
o canteiro de obras, dos recursos humanos não disponíveis no local da obra, e todos os
equipamentos. Os custos de desmobilização se associam ao indispensável transporte de
instalações provisórias, dos equipamentos e recursos humanos ao local de origem, após a
conclusão da obra.
2.7. CUSTOS DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CANTEIROS E
ACAMPAMENTOS

São aqueles associados à construção de todas as estruturas do canteiro, como as


instalações administrativas (escritórios, estacionamento, guarita), instalações industriais
(usina de asfalto, central de britagem), instalações de apoio (posto de abastecimento,
almoxarifado, laboratórios), dos acampamentos (alojamentos, refeitórios, vestiários), frentes
de serviços (containers, banheiros químicos), das respectivas fundações e redes
complementares.
Custos referentes a serviços preliminares, como limpeza, regularização e cercamento
do terreno, constituem parcelas do item de instalação do canteiro de obras.

2.8. CUSTO UNITÁRIO DE SERVIÇO

Somatório dos custos de todos insumos necessários à execução de uma unidade, sendo
obtido pela composição de custo unitário que detalha os insumos (mão de obra, materiais e
equipamentos) e as atividades auxiliares necessárias.

2.9. CUSTO UNITÁRIO DE REFERÊNCIA

Valor obtido a partir da composição de custo do sistema, definida em função de


parâmetros locais de preços. Deve incluir momentos de transporte, fator de influência de
chuva e fator de interferência de tráfego, além de serviços terceirizados e ajustes do BDI.
Para orçamentos de obras públicas licitadas, o custo unitário de referência é o máximo
valor que a Administração se dispõe a remunerar para a execução de certo serviço.

2.10. CUSTO TOTAL DE REFERÊNCIA DO SERVIÇO

O custo total de referência do serviço é o valor resultante da multiplicação do


quantitativo do item de serviço do orçamento pelo custo unitário de referência.
2.11. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS

A composição de custos é uma ferramenta que define os insumos necessários para a


realização de um serviço. As quantidades e consumos dos insumos, como mão de obra,
materiais, atividades auxiliares e transportes, ponderados por seus custos unitários e
acrescidos da parcela de bonificação e despesas indiretas resultam no preço final do serviço.
Divide-se em composição horária e unitária. A horária, consiste no detalhamento do
custo horário do serviço, expressando descrição, quantidades, produção, custos de mão de
obra, uso de equipamentos e custo de materiais necessários à execução de um serviço em uma
hora. Já a composição unitária, consiste no mesmo da horária, porém em função da produção
de uma unidade de serviço.

3. FIC e FIT
3.1. FATOR DE INFLUÊNCIA DAS CHUVAS - FIC

O Fator de Influência de chuvas, FIC, nada mais é do que um fator proposto pelo
SICRO a ser aplicado sobre o custo unitário de execução dos serviços que sofram influência
das chuvas em sua produção. Esse fator é definido a partir do tratamento da série histórica de
centenas de estações pluviométricas do país.

3.2. FATOR DE INTERFERÊNCIA DO TRÁFEGO - FIT

O Fator de Interferência de Tráfego, FIT, é um fator proposto pelo SICRO a ser


aplicado sobre o custo unitário de alguns serviços nas obras de melhoramento, de adequação
de capacidade, de restauração, de conservação e de transporte, em função do volume médio
diário de tráfego. Esse fator é proposto devido ao grande volume de tráfego local,
principalmente em grandes centros urbanos, que gera redução da produção dos serviços
durante a execução de obras em rodovias novas ou existentes.

4. BENEFÍCIOS E DESPESAS INDIRETAS (BDI)

4.1. DEFINIÇÃO
A taxa de Benefícios e Despesas Indiretas - BDI consiste no elemento orçamentário
que se adiciona ao custo de uma obra ou serviço para a obtenção de seu preço de venda.
A aplicação do BDI tem por objetivo suportar os gastos que resultam em despesas e
mostram-se indispensáveis para a definição do preço total de um serviço ou obra.
A relação entre o preço de venda - PV e o custo direto - CD define o BDI, em valor
absoluto ou percentagem, conforme às fórmulas:

4.2. PARCELAS CONSTITUINTES

As parcelas que constituem os benefícios e despesas indiretas podem ser agrupadas


analiticamente em 3 categorias:

- Despesas indiretas;
- Benefícios;
- Tributos.

4.2.1. DESPESAS INDIRETAS

Dentro da categoria classificada como despesa indireta, tem-se:

a) Administração Central - são aquelas necessárias para a manutenção da


estrutura da sede principal da empresa, responsável por concentrar a
administração de todo o complexo de obras e serviços sob sua
responsabilidade e tem por finalidade o alcance de seus objetivos empresariais;
b) Despesas Financeiras - referem-se à necessidade de financiamento da obra, por
parte do executor, que ocorre quando os desembolsos mensais acumulados
forem superiores às receitas acumuladas;
c) Seguros e Garantias Contratuais - resultantes de exigências contidas nos editais
de licitação e são normalmente estimadas por meio de consultas a empresas
seguradoras;
d) Riscos - reserva para cobrir eventuais acréscimos de custos da obra não
recuperáveis contratualmente.

4.2.2. BENEFÍCIOS
a) Lucro - justa remuneração financeira.

4.2.3. TRIBUTOS
a) PIS;
b) COFINS;
c) ISSQN;
d) ISSQN .

4.3. FATORES CONDICIONANTES

As taxas de benefícios e despesas indiretas a serem adotadas em um determinado


projeto sofrem influência dos seguintes fatores:

- Cronograma da obra;
- Natureza e porte da obra;
- Porte da empresa;
- Localização geográfica;
- Características especiais;
- Problemas operacionais;
- Situações conjunturais;
- Nível e qualidade exigidos;
- Prazos e condições de pagamento.

5. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS

5.1. CLASSIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE CUSTOS


As composições de custos podem ser classificadas em dois tipos básicos:
Auxiliares ou Principais, dependendo da sua utilização nos orçamentos.

5.1.1. AUXILIARES

As composições auxiliares são elaboradas para contemplar as atividades de produção


de insumos ou de execução de partes do serviço. Os serviços auxiliares não recebem
incidência direta dos benefícios e despesas indiretas (BDI), sendo o BDI aplicado apenas ao
custo final do serviço principal.

5.1.2. PRINCIPAIS

As composições de custo principais, ou composição de preços unitários, são aquelas


que representam os serviços essenciais de uma obra, aplicado também em sua composição os
benefícios e despesas indiretas (BDI) e os custos relativos ao transporte de materiais. As
composições principais constam da relação de serviços que compõem a planilha orçamentária
do projeto ou do contrato e são passíveis de medição e pagamento.
No SICRO, devido a parcela do BDI ser excluída das composições de custos de
referência divulgadas, todas as composições são classificadas como principais e são
diferenciadas apenas quando colocadas em um orçamento específico.

5.2. MONTAGEM DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS


5.2.1. CICLO DOS EQUIPAMENTOS

O ciclo dos equipamentos é o conjunto de ações ou movimentos que o equipamento


realiza desde sua partida até seu retorno a uma posição semelhante, marcando o início do
novo ciclo. O tempo empregado desde a partida até o retorno é denominado “duração do
ciclo” ou “tempo total do ciclo”.
O ciclo dos equipamentos e seu tempo é fundamental para determinar a produção
horária do equipamento, para dimensionar a patrulha e calcular a produção da própria
patrulha.
5.2.2. PRODUÇÃO DAS EQUIPES MECÂNICAS

Em geral, a produção das equipes mecânicas corresponde a de seu equipamento


principal, que geralmente é o equipamento de maior custo unitário, o qual condiciona a
atuação do conjunto, determinando a quantidade, capacidade e produção dos diferentes
equipamentos das equipes mecânicas.
A produção mecânica dos equipamentos pode ser determinada por métodos teóricos
ou empíricos e que levam em consideração os seguintes fatores: Informação de fabricantes;
Informações de catálogos dos equipamentos; Experiência de profissionais; Informações de
aferições de produções de serviço no campo; Critérios técnicos fundamentados em conceitos
de engenharia.
Os métodos teóricos de cálculo de produção mecânica, como o próprio nome já diz,
compreendem a utilização de fórmulas que consideram diversas variáveis intervenientes, que
são função das características dos equipamentos e do serviço. As principais variáveis
intervenientes são capacidade, velocidade, tempo de ciclo, consumos específicos, espessura,
afastamento, espaçamento, profundidade e fatores de correção.
Os resultados das aferições de campo realizadas no âmbito do Plano de Trabalho
celebrado com o CENTRAN foram incorporados ao cálculo das produções de equipes
mecânicas do SICRO, particularmente nas composições de custos que apresentem caminhões
em suas patrulhas.

5.2.3. TEMPO PRODUTIVO E TEMPO IMPRODUTIVO

O tempo produtivo corresponde ao tempo em que o equipamento encontra-se


efetivamente executando uma tarefa na frente de serviço. Já no tempo improdutivo o
equipamento encontra-se parado, com motor desligado e em situação de espera, aguardando
que outro equipamento da patrulha conclua sua parte, de modo a poder voltar a atuar.
Por influência desses conceitos, o custo horário produtivo consiste no somatório do
custo de propriedade, de manutenção e operação. Em contrapartida, o custo horário
improdutivo é constituído pelo custo da mão de obra, por parcelas referentes à depreciação do
equipamento e à remuneração do capital.
Com essas definições, podemos determinar matematicamente o coeficiente de
utilização produtivo, que é o quociente da produção da equipe pela produção de cada tipo de
equipamento e deve sempre ser menor ou igual a 1, e o coeficiente de utilização improdutiva,
que é obtido por meio desta diferença.

5.2.4. FATORES DE CORREÇÃO

O SICRO define os seguintes fatores de correção para o cálculo da produção da equipe


mecânica: Fator de Eficiência; Fator de Conversão; Fator de Carga.

5.2.4.1. FATOR DE EFICIÊNCIA (Fe)

O Fator de Eficiência é a relação entre o tempo de produção efetiva e o tempo de


produção nominal de determinado equipamento. Esse fator leva em conta as perdas de tempo
de produção efetiva devido às alterações de serviço ou deslocamentos do equipamento entre
as frentes de trabalho, preparação de máquinas, atividades de manutenção, entre outros.

5.2.4.2. FATOR DE CONVERSÃO (Fcv)

O Fator de Conversão é utilizado com objetivo de ajustar as capacidades nominais dos


equipamentos, definidas em unidades de volume, às unidades de medida e aos critérios de
pagamento dos serviços referenciais. Ele é obtido a partir da relação entre volume medido ou
volume pago, que obedece a um critério objetivo de medição, e o volume manipulado pelos
equipamentos que dispõem de caçambas, reservatórios ou implementos equivalentes.
Exemplificando, no caso específico dos serviços de terraplenagem e de pavimentação,
o Fator de Conversão consiste na relação entre o volume do material em sua condição natural
ou compactada e o volume deste mesmo material solto.
Os materiais de terraplenagem são classificados em 3 categorias, de acordo com suas
características geotécnicas e utilização na obra. No SICRO, foram adotados os seguintes
fatores de conversão:
Materiais de 1ª categoria: Fcv = 1,0 m³ / 1,25 m³ = 0,80;
Materiais de 2ª categoria: Fcv = 1,0 m³ / 1,39 m³ = 0,72;
Materiais de 3ª categoria: Fcv = 1,0 m³ / 1,75 m³ = 0,57.
5.2.4.3. FATOR DE CARGA (Fca)

O Fator de Carga é a relação entre a capacidade efetiva do equipamento e sua


capacidade geométrica ou nominal.
No SICRO, foram adotados os seguintes fatores de carga:
Materiais de 1ª categoria = 0,90;
Materiais de 2ª categoria = 0,80;
Materiais de 3ª categoria = 0,70.

No caso dos caminhões basculantes utilizados em serviços de escavação, carga e


transporte, as aferições de campo indicaram a necessidade de ajustes aos fatores de carga
destes equipamentos:
Materiais de 1ª categoria = 1,00;
Materiais de 2ª categoria = 1,00;
Materiais de 3ª categoria = 1,00;
Solos moles = 0,80.

Também foram realizados ajustes nos fatores de carga das escavadeiras hidráulicas,
conforme apresentado a seguir:
Materiais de 1ª categoria = 1,00;
Materiais de 2ª categoria = 0,80;
Solos moles = 0,80.

5.2.5. MASSAS ESPECÍFICAS DOS SOLOS E DOS AGREGADOS


O comportamento de um solo é diretamente influenciado pela quantidade relativa de
cada uma de suas três fases constituintes, sendo elas sólida, líquida e gasosa. Para
conhecimento das propriedades de resistência, permeabilidade e deformabilidade dos solos
foram definidos diversos índices, sendo os principais: umidade, o índice de vazios, a
porosidade, grau de saturação e as massas específicas.
Os solos podem se apresentar nas seguintes condições:
- Solo no estado natural, com massa específica natural referido ao corte;
- Solo solto é aquele que, após o corte, sofre grande expansão, com massa
específica dita solta;
- Solo compactado é aquele que sofreu diminuição do seu volume pela
diminuição dos índices de vazios.
5.2.6. MASSAS ESPECÍFICAS DAS MISTURAS

As camadas dos pavimentos rodoviários são normalmente executadas por meio da


confecção de misturas envolvendo diversos materiais, sendo os principais: solos, agregados,
cimento, cal, aditivos, estabilizantes químicos e ligantes asfálticos.
Quadro-resumo das massas específicas compactadas do SICRO:
5.2.7. MASSAS ESPECÍFICAS DOS MATERIAIS MAIS
REPRESENTATIVOS

A tabela a seguir apresenta as massas específicas dos materiais mais utilizados e


representativos nas composições de custos do SICRO:
5.3. PRODUÇÃO DE EQUIPE MECÂNICA

Para o cálculo da produção das equipes mecânicas, modelo teórico adotado pressupõe
o conhecimento de diversas variáveis intervenientes em função das características intrínsecas
dos equipamentos e da natureza dos serviços a serem executados, sendo conceituadas a
seguir:
- Afastamento - Consiste na distância, medida em metros, entre duas linhas de furos
sucessivos ou da face livre do plano de fogo para desmonte de rocha;
- Capacidade - Consiste no volume nominal de material escavado (produzido) ou
transportado por um equipamento, medido em metros cúbicos;
- Consumo - Consiste na quantidade de material (brita, solo, asfalto, água, CBUQ, etc.)
aplicado pelo equipamento em uma unidade de medida de serviço executada (m³/m²,
t/m³, l/m³, l/m², etc.);
- Distância - Consiste no espaço percorrido por um equipamento na execução de um
serviço, medido em metros;
- Espaçamento - Consiste na distância entre furos sucessivos da mesma linha do plano
de fogo para desmonte de rocha, medida em metros;
- Espessura - Consiste na altura de camadas em serviços de terraplenagem, de
pavimentação rodoviária e de superestrutura ferroviária, medida em metros;
- Fator de Carga - Consiste na relação entre a capacidade efetiva do equipamento e sua
capacidade geométrica ou nominal;
- Fator de Eficiência - Consiste na relação entre o tempo de produção efetiva e o tempo
de produção nominal de determinado equipamento;
- Fator de Conversão - Consiste na relação entre volumes, quase sejam: volume medido
ou pago, que obedece a um critério objetivo de medição, e o volume manipulado pelos
equipamentos que dispõem de caçambas, reservatórios ou implementos equivalentes;
- Largura de Operação - Consiste no espaço definido pelos implementos, medido em
metros. Exemplo: largura da lâmina do trator, largura do tambor do rolo compressor,
largura da caçamba de distribuidor de lastro, etc;
- Largura de Superposição - Consiste no espaço superposto entre duas passadas de um
mesmo equipamento, visando a uniformidade de compactação, medido em metros;
- Largura Útil - Consiste no espaço nominal definido pelos implementos dos
equipamentos, medido em metros;
- Número de Passadas - Consiste na repetição de passadas de um equipamento por uma
mesma faixa de camada de material, visando atingir as condições previstas em projeto;
- Profundidade - Consiste na espessura máxima de uma camada de material a ser
atingida pela energia de compactação de um rolo compactador. No plano de fogo para
desmonte de rocha representa a altura atingida na perfuração da rocha pela broca do
equipamento de perfuração, medida em metros;
- Tempo Fixo - Consiste no tempo, medido em minutos, necessário às operações de
carga, descarga e manobra de um equipamento;
- Tempo de Percurso - Consiste no intervalo de tempo, medido em minutos, gasto pelo
equipamento para ir carregado, do ponto de carregamento até o local de descarga;
- Tempo de Retorno - Consiste no intervalo de tempo, medido em minutos, gasto pelo
equipamento para retornar vazio da descarga até o local do carregamento;
- Tempo de Ciclo - Consiste na soma dos tempos fixos, dos tempos de percurso e de
retorno, medido em minutos;
- Velocidade de Ida - Consiste na velocidade média, calculada em m/min, de um
equipamento na operação de ida;
- Velocidade de Retorno - Consiste na velocidade média, calculada em m/min, de um
equipamento na operação de retorno.

5.4. ESTRUTURA DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTO

A definição das composições de custos pode ocorrer de três formas:


- Unitárias;
A composição de custo unitária consiste no detalhamento do serviço
expressando a descrição, as quantidades, as produções e os custos unitários da
mão de obra, dos materiais e dos equipamentos necessários à execução de uma
unidade de serviço.

- Horárias;
A composição de custo horária consiste no detalhamento do custo
horário do serviço que expresse a descrição, quantidades, custos de mão de
obra, utilizações produtivas e improdutivas dos equipamentos, necessários à
execução do serviço em determinada unidade de tempo, normalmente em hora.
O formato horário é utilizado nas composições para a apropriação dos
itens referentes aos equipamentos e à mão de obra, em função de suas
produções isoladas ou da equipe como um todo, demonstradas com a intenção
de dar clareza e transparência quanto à formação das equipes mecânicas e de
pessoal.

- Mistas: horárias e unitárias


As composições de custos mistas constituem a forma mais adequada
para modelar serviços cíclicos que envolvam patrulhas coordenadas de
diferentes equipamentos, como ocorre normalmente nas atividades de
terraplenagem e de pavimentação. Por sua natureza analítica e por estar
amplamente difundido no meio técnico, o formato misto foi mantido em todas
as composições do SICRO.

6. MÃO DE OBRA

A mão de obra leva em consideração o conjunto de trabalhadores responsáveis pela


execução de um serviço ou na administração local. O valor do insumo é calculado a partir do
salário do trabalhador, além dos encargos de cada classe profissional através de variável
horária ou mensal.
Os salários consideram jornadas e ambientes de trabalho normais e têm base de
referência nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do
Ministério do Trabalho e Emprego, onde respeitam-se acordos e convenções de sindicatos
patronais e trabalhadores. Dessa forma, os custos que referenciam a mão de obra se definem
em quatro parcelas: salários, encargos sociais, complementares e adicionais.

6.1. SALÁRIOS

Os salários médios são definidos pela equivalência entre as categorias profissionais do


SICRO e da Classificação Brasileira de Ocupações, e estes valores definitivos contemplam o
período de um ano para todos os estados e o Distrito Federal.
Dentre as definições utilizadas pelo DNIT, os dados do CAGED são consultados e
utilizam-se apenas empresas que possuem mais do que 50 funcionários, carga horária de 44
horas semanais, além de salários básicos nominais superiores ao mínimo nacional. Adotou-se
a utilização de empresas com mais de 50 funcionários para apresentar a realidade de empresas
que realizam obras de infraestrutura do DNIT.

6.2. ENCARGOS SOCIAIS

Os encargos sociais são representados pelas contribuições pagas pelo empregador e


são aplicadas sobre o salário, e ainda se diferenciam em função das classes profissionais, do
regime de trabalho e dos estados federativos. São baseados em dados do CAGED do
Ministério do Trabalho e Emprego, do Anuário Estatístico da Previdência Social e do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os encargos sociais se dividem em quatro categorias:
a) Grupo A: Representado pelas obrigações que incidem de forma direta sobre os
salários, como o FGTS, Previdência Social e que estão descritos na Tabela 07 do
DNIT. São comuns a todas as categorias profissionais, regimes de trabalho e unidades
da federação, devido a sua natureza. O fator percentual da contribuição desses
encargos está apresentado na tabela a seguir.
b) Grupo B: Representa os encargos devido aos dias onde não há prestação de serviço
direta, expostos na tabela a seguir, mas que de acordo com a legislação, o funcionário
tem direito a remuneração, como domingos, férias e outros descritos na tabela. Há
diferenciação entre os estados da União.
c) Grupo C: Composto pelas contribuições devido ao desligamento profissional do
funcionário e não sofre influências dos encargos do Grupo A.
6.3. ENCARGOS COMPLEMENTARES

Encargos complementares são mantidos pelo empregador em função da característica


de trabalho e de convenções que regulamentam as categorias da construção civil e pesada,
além dos encargos sociais apresentados anteriormente estabelecidos pela CLT e pela
Constituição Federal. Eles visam fornecer a execução e segurança do trabalhador e do
contratante e são desmembrados em alimentação, transporte, ferramentas manuais,
equipamentos de proteção individual e exames médicos.
a) Alimentação: definida pelo DNIT levando em consideração cinco refeições diárias
preparadas no refeitório do canteiro de obras. Os cardápios devem ser definidos por
nutricionista que possui a região sudeste como base e o custo para preparo com valor
estimado de 60% do valor total dos insumos.
b) Transporte: Por a maioria das obras de infraestrutura acontecerem em locais distantes
de grandes centros urbanos, considera-se que os trabalhadores permanecem durante a
semana no alojamento do canteiro, e que nos finais de semana tenham saída para a
cidade mais próxima para arejar.
c) Ferramentas manuais: seu cálculo é variável para cada categoria profissional, de
acordo com a frequência de utilização e o desgaste.
d) Equipamentos de Proteção Individual (EPI): são individuais para cada categoria e
devem estar em conformidade com a vida útil e efetiva frequência de uso.
e) Exames médicos ocupacionais: é estabelecido pelo DNIT o padrão de exames de
admissão, demissão e consulta periódica a cada 24 meses.
6.4. ENCARGOS ADICIONAIS

São benefícios concedidos aos trabalhadores devido a acordos e convenções


específicas de diferentes regiões e entidades sindicais, os quais são acrescidos aos encargos
sociais e complementares. Os mais relevantes são abordados na seguinte tabela:

6.5. TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS

As condições especiais de trabalho são situações diferentes de jornadas comuns e


ambientes de trabalho, amparadas pela Constituição Federal e pela CLT, que se mostram
razoáveis para obtenção de custos de referência, como horários especiais, horas
extraordinárias noturnas e outras atividades insalubres, penosas ou perigosas. Esses encargos
devem ser acrescidos aos custos de mão de obra, sempre em casos de demanda de obra
orçamentada.
a) Trabalho extraordinário: não se pode exceder em duas horas diárias e remunerado, no
mínimo, com valor de 50% além do valor da hora normal de trabalho.
b) Trabalho noturno: o trabalho deve ser remunerado com acréscimo de 20% em relação
a hora diurna. Considera-se trabalho noturno entre 22h e 05h.
c) Trabalho insalubre: varia com a região, o valor acordado é de 10%, 20% ou 40% do
salário mínimo da região, em função de condições de máxima, média ou mínima
insalubridade.
d) Trabalho perigoso: adiciona-se um valor de 30% ao salário normal devido a condições
de periculosidade.
7. EQUIPAMENTOS

O custo de um equipamento é definido no SICRO por aspectos de trabalho, tipo de


equipamento, serviço a se desempenhar e é analisado junto a uma unidade de tempo. Para
definir o custo horário, o DNIT analisa os custos de propriedade (depreciação, remuneração
do capital, seguros e impostos), custos de manutenção (pneus, partes de desgaste e reparos) e
custos de operação (combustível, filtros, lubrificantes e mão de obra de operação).
Ainda, é um insumo considerado complexo pois depende de outros básicos, e, em
comparação com o SICRO 2, o custo horário improdutivo representa mais coisas do que
somente a mão de obra de operação.

7.1. CUSTO HORÁRIO IMPRODUTIVO

O custo horário improdutivo é formado pela soma dos custos de propriedade


(depreciação, oportunidade do capital, seguros e impostos) e de mão de obra de operação,
respeitadas as particularidades dos veículos e equipamentos. Pode ser obtido através da
equação:
Chi = Cmo + Dh + Jh + Ih
Onde:
Chi: custo horário improdutivo
Cmo: custo horário com mão de obra de operação
Dh: depreciação horária do equipamento
Jh: custo horário dos juros da oportunidade de capital
Ih: custo horário com seguros e impostos

7.2. CUSTO HORÁRIO PRODUTIVO

O custo horário produtivo é formado pelo conjunto das quantias relacionadas aos
custos de propriedade, manutenção e operação, sendo necessário respeitar as particularidades
dos veículos e equipamentos, como demonstrado na equação abaixo:
Chp = Dh + Jh + Mh + Cc + Cmo + Ih
Onde:
Chp: custo horário produtivo
Cmo custo horário com mão de obra de operação
Dh: depreciação horária
Jh: custo horário dos juros da oportunidade de capital
Ih: custo horário com seguros e impostos
Mh: custo horário da manutenção
Cc: custo horário de combustíveis, lubrificantes, filtros e graxas

7.3. CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO

Consiste em uma parcela que visa recuperar danos e perdas de desgastes devido à
utilização do equipamento durante a vida útil. Há a depreciação mecânica ou de utilização do
equipamento, e, também, a depreciação contábil, onde se refere à vida útil do equipamento e
possui sua legislação específica.
O modelo de equação a ser adotado para cálculo de depreciação horária do
equipamento e alguns parâmetros para cálculos estão expressos na equação e na tabela a
seguir:

𝑉𝑎−𝑉𝑟
𝐷ℎ = 𝑛*𝐻𝑇𝐴
Onde:
Dh: depreciação horária
Va: valor de aquisição do equipamento
Vr: valor residual
n: vida útil em anos
HTA: valor total de horas trabalhadas por ano
O DNIT define como característica a vida útil de um equipamento quando ele
conseguir manter o desempenho esperado com as devidas manutenções programadas, ou seja,
que mantenha a estimativa de horas de utilização normal do equipamento sem trocas ou
revisão de componentes principais, como motores e transmissões.
Assim, os fatores que influenciarão diretamente na vida útil e nas condições de
trabalho são abordados no SICRO, como o tipo de solo e a superfície de rolamento.

7.4. CÁLCULO DOS JUROS DA OPORTUNIDADE DE CAPITAL


Juros sobre o capital incorridos pelo empresário, imobilizado para o desenvolvimento
da atividade, pelo fato de aplicar em um negócio específico seu capital ou capital captado de
terceiros.
Quanto aos juros relativos ao capital aplicado em equipamentos, existem duas
alternativas de apropriação. A oportunidade de capital pode ser feita no cálculo do custo
horário do equipamento, procedimento mais tradicional e adotado no SICRO, ou ter seu valor
direto na operação global, remetendo-lhe à parcela de bonificação e despesas diretas.
A taxa de juros de oportunidade de capital deve incidir sobre o valor médio do
investimento em equipamento, durante a sua vida útil, e é determinado pelas expressões::
𝑉𝑚*𝑖
𝐽ℎ = 𝐻𝑇𝐴

(𝑛+1)
𝑉𝑚 = 2*𝑛
* 𝑉𝑎
Onde:
Jh: custo horário de oportunidade do capital
Vm: valor médio do investimento
i: taxa de juros ao ano
Va: valor de aquisição do equipamento
Vr: valor residual
n: vida útil em anos
HTA: valor total de horas trabalhadas por ano
O DNIT afirma que o custo horário dos juros de oportunidade de capital é calculado
por meio da aplicação de uma taxa de juros anual de 6%, que se mostra ajustada e compatível
com os rendimentos observados em caderneta de poupança.

7.5. CÁLCULO DOS CUSTOS DE MANUTENÇÃO

Para o cálculo dos custos horários de manutenção, temos a equação:


𝑉𝑎*𝑘
𝑀ℎ = 𝑛*𝐻𝑇𝐴

Onde:
Mh: custo de manutenção horária
Va: valor de aquisição do equipamento
k: coeficiente de manutenção
n: vida útil em anos
HTA: valor total de horas trabalhadas por ano
Os coeficientes de manutenção são fornecidos por fabricantes e representam o custo
de manutenção do equipamento durante sua vida útil. Entretanto, o DNIT separa os fatores
que estão no fator k e aqueles que não estão. Assim, peças mais suscetíveis ao desgaste no
equipamento são consideradas diretamente nas composições do SICRO e representam a
parcela não incluída no fator.
No fator k estão:
Manutenção corretiva e preventiva, reparos, substituição de peças e componentes,
custo do veículo lubrificador, perda da produção devido a paralisação visando a manutenção e
mão de obra técnica para a manutenção.
Já os itens que são considerados diretamente nas composições:
Luva, haste, punho e coroa de equipamentos de perfuração, brocas de perfuração,
mandíbula móvel e fixa, revestimento e cunha de central de britagem, e, por fim, discos de
corte.
A seguir uma tabela com os coeficientes de manutenção (k) dos aparelhos:
7.6. CÁLCULO DOS CUSTOS DE OPERAÇÃO (COMBUSTÍVEL,
LUBRIFICANTES, FILTROS E GRAXAS)

O DNIT considera consumos em função dos equipamentos, da natureza do serviço e


das condições de trabalho, tendo em vista os valores médios estimados pelos fabricantes. Os
consumos são apresentados na tabela, variando de acordo com fatores de carga dos
equipamentos e condições de trabalho dos equipamentos.
A equação para cálculo dos custos derivados da potência do motor, do fator de
consumo do mesmo e do valor do combustível está a seguir:
Cc = P * Fc * Vc
Onde:
Cc: custo horário de combustíveis, filtros e graxas
P: potência do motor
Fc: coeficiente de consumo
Vc: valor do combustível
O coeficiente de consumo varia com o consumo médio do equipamento, informado
pelo fabricante, acrescido 15% para custos com lubrificantes e 10% para custos com
caminhões, visto na tabela:

Em equipamentos elétricos, considera-se geradores a diesel para a alimentação, dado


que as rodovias normalmente são executadas em meio rural.

7.7. CÁLCULO DOS CUSTOS COM MÃO DE OBRA DE OPERAÇÃO

Trata-se da mão de obra constituída por motoristas e operadores, sendo organizada


pela complexidade dos equipamentos operados. A tabela a seguir, que foi adaptada da tabela
36 do SICRO, indica as categorias e tipos de equipamentos operados por cada categoria:

Categoria profissional Tipo de equipamento


Motorista de Veículo Leve Automóvel até 100 HP, veículo caminhonete, veículo furgão

Motorista de Veículo Caminhão basculante, caminhão carroceria, caminhão tanque.


Caminhão Caminhão distribuidor de cimento, ônibus, entre outros

Motorista de Veículo Caminhão betoneira, guindaste sobre rodas, carreta com módulo de 6
Especial eixos, entre outros

Operador de Equipamento Martelete, motosserra, elevador de cremalheira, rosqueadeira,


Leve misturador de argamassa, empilhadeira, entre outros

Operador de Equipamento Rolo compactador, carregadeira de pneus, escavadeira hidráulica,


Pesado perfuratriz hidráulica, entre outros

Operador de Equipamento Usina de asfalto a quente, vibro acabadora de asfalto, fresadora,


Especial recicladora, locomotiva, grua fixa, entre outros
A mão de obra utilizada em equipamentos de pequeno porte, como nível óptico, serra
manual e lixadeira elétrica manual, é considerada diretamente em composições de preço.
Alguns equipamentos ainda não exigem mão de obra e são descritos na tabela 38 do SICRO,
como o equipamento de sondagem manual, compressor de ar portátil, geradores, bombas
submersíveis, entre outros.

7.8. CÁLCULO DOS CUSTOS COM SEGUROS E IMPOSTOS

Considerando baixos números de sinistros e alto custo, o DNIT desconsidera seguros


de equipamentos de grandes frotistas, excluindo-se casos especiais. Em casos de veículos
automotores, considera-se o IPVA e o Seguro Obrigatório, variando segundo as regras para
cada unidade da federação. Os dois tem custo médio de 2,5% do investimento no veículo e
podemos calcular a partir da equação:
0,025*𝑉𝑚
𝐼ℎ = 𝐻𝑇𝐴

Onde:
Ih: custo horário dos seguros e impostos
Vm: valor médio do investimento
HTA: total de horas trabalhadas por ano

8. MATERIAIS

Os preços levantados pelo SICRO devem ser referentes à condições de pagamento à


vista, devem conter toda a carga tributária incidente e frete, devem ser preferencialmente
pesquisados em produtores, atacadistas ou representantes comerciais de fábricas, devem ser
para fornecimento em grande escala, evitando varejo e devem ter qualidade compatível com
as especificadas na norma do DNIT.

8.1. COMPATIBILIZAÇÃO DE PREÇOS PESQUISADOS

As unidades comerciais dos materiais pesquisados no mercado podem ser diferentes


das utilizadas no SICRO, nesses casos, deve haver a compatibilização, levando em conta o
tipo de embalagem que permita o menor custo de aquisição do material.
8.2. PREÇOS

A pesquisa de preço dos materiais mais relevantes para a Curva ABC devem ser
realizadas no local da obra, atentando-se com a solicitação de projeto e capacidade de
fornecimento local.
Os preços de referência do SICRO regionais são pesquisados na capital, com
fornecedores consolidados no mercado e com comercialização regular.
Vale ressaltar que deve-se ter cuidado ao utilizar os preços pesquisados do SICRO no
caso específico de agregados, visto que a pesquisa é feita na capital e há grande variação de
preços em uma mesma unidade federativa neste caso.
Estes preços pesquisados não incluem frete, pela natureza genérica do SICRO. Por
conta disso, deve-se utilizar as composições de momentos de transporte em conjunto com a
pesquisa local de preços para a definição do custo adicional de transporte.

8.3. ESCOLHA DE LÍDER

Devido à grande diversidade de materiais pesquisados pelo SICRO, adota-se uma


metodologia de pesquisa que os separa em famílias, de acordo com sua forma de confecção e
tipo.
A partir desses grupos denominados “famílias homogêneas”, são definidos os líderes e
os membros, baseando-se na maior representatividade e capilaridade para a pesquisa de
campo.

8.4. COEFICIENTE DE EXTRAPOLAÇÃO

O coeficiente de extrapolação consiste na relação entre a média dos preços


pesquisados dos líderes da família e os preços dos membros liderados dos itens em cada
família em uma determinada unidade da federação.
Este coeficiente representa um bom parâmetro de consistência entre uma mesma
família de materiais e mostra o nível de superioridade dos líderes com relação aos membros.

9. OPERAÇÕES DE TRANSPORTES
As obras de infraestrutura utilizam uma ampla variedade de veículos para realizar os
transportes de materiais e insumos. Especificamente para serviços de terraplenagem, deve-se
levar em conta a escolha de veículos que acarretará no menor custo. Isso pode resultar na
utilização do meio multimodal.

9.1. SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

A tabela a seguir mostra faixas de distâncias de transportes para equipamentos com


diferentes velocidades. Para estas faixas, são definidas composições de custos envolvendo
patrulhas mecânicas constituídas por caminhões e diferentes equipamentos de escavação e
carga dos materiais.

Faixas de distâncias e patrulhas mecânicas nos serviços de terraplenagem

Observação: Para distâncias maiores que 3.000 metros, deve-se utilizar a composição
de momento para o valor excedente em conjunto com a composição de custo para a distância
de 3.000 metros.
9.2. SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE INSUMOS

As composições de custos de momento de transporte do SICRO foram definidas em


função dos equipamentos transportadores e das condições do pavimento: rodovia
pavimentada, revestimento primário e leito natural.
Os caminhões basculantes são altamente versáteis, podendo transportar uma grande
gama de materiais presentes nas composições de custos de diferentes fases construtivas.
Pode-se destacar o transporte dos materiais de jazida para reforço de subleito, de massa
asfáltica ou brita para as camadas finais de revestimento.
Os caminhões carroceria com guindauto estão presentes nas composições de custos
dos 3 principais modais: rodoviário, ferroviário e hidroviário; em diferentes fases
construtivas. Alguns serviços que exemplificam a afirmação anterior encontram-se a seguir:
- Desmontagem de galpões em estrutura metálica;
- Montagem de central de concreto;
- Assentamento de tubos em geral;
- Corpo de bueiros tubulares;
- Montagem de solo reforçado com fita;
- Pórtico e semipórtico metálico;
- Podas de árvores;
- Carga e descarga mecanizada de trilhos, ferragens e dormentes.

10. CANTEIRO DE OBRAS

Os canteiros de obras são constituídos por edificações e áreas operacionais


diretamente ligadas à produção e por áreas de vivência destinadas a suprir as necessidades
básicas de higiene pessoal, descanso, alimentação, ensino, saúde, lazer e convivência.
Dentre as áreas de produção, podem ser destacadas oficinas, escritórios,
almoxarifados, depósitos, usinas, centrais, postos de abastecimento, estacionamentos,
guaritas, entre outros. Analogamente para as áreas de vivência, destacam-se instalações
sanitárias, vestiários, alojamentos, refeitórios, cozinhas, escolas, creches, ambulatórios e
espaços de esporte e lazer.
10.1. TIPOS DE CANTEIROS DE OBRAS

Os canteiros de obras podem ser classificados quanto ao seu tipo de instalação:


- Montado in-loco (Fixo);
- Provisório:
É o canteiro tradicional, com o emprego de materiais menos nobres,
feito com a finalidade de suprir a obra e ser desmontado ao final;
- Permanente:
É construído com a intenção de permanecer após o término da obra,
normalmente feito com fechamento em alvenaria de tijolos ou blocos
cerâmicos;
- Pré-fabricado (Móvel - Container):
Possui grande vantagem na velocidade de mobilização/desmobilização,
possibilidade de reaproveitamento e nos canteiros móveis (que se deslocam
com a obra);
- Adaptado (Fixo):
Construído a partir de edificações já existentes, tendo como principal
vantagem o aproveitamento das instalações prediais de água, luz, esgoto e
telefonia.

10.2. PROJETOS TIPO DOS CANTEIROS DE OBRAS

Devido à extensão, duração e natureza das obras, O SICRO apresenta diferentes


projetos-tipo para canteiros de obras:
- Obras Rodoviárias:
- Construção ou restauração rodoviária de pequeno, médio ou grande
porte;
- Conservação rodoviária;
- Obra de Artes Especiais:
- Construção ou recuperação, reforço e alargamento de obras de arte
especiais de pequeno, médio ou grande porte;
- Obras Ferroviárias;
- Obras Hidroviárias;
- Instalações Industriais.

10.3. CÁLCULO DO CUSTO DE INSTALAÇÃO DOS CANTEIROS DE


OBRAS

O SICRO define áreas padrões a depender da quantidade de funcionários e do


projeto-tipo da obra. Além disso, são definidos fatores de correção, fatores de equivalência de
áreas e o custo das instalações industriais (Volume 07 - Canteiros de Obras). Com isso é
possível calcular o custo total do canteiro de obras:


( )( ⎤
)
𝐶𝐶𝑂 = ⎢ 𝑘1 • 𝑘2 • 𝑘3 • ∑ 𝐴𝐶 • 𝐹𝐸𝐴𝐶 + ∑ 𝐴𝐷 • 𝐹𝐸𝐴𝐷 ⎥ • 𝐶𝑀𝐶𝐶 + 𝐶𝐼𝐼



Onde:
CCO representa o custo total do canteiro de obras e de suas instalações industriais;
k1 representa o fator de ajuste do padrão de construção (provisório ou permanente);
k2 representa o fator de mobiliário;
k3 representa o fator de ajuste da distância do canteiro aos centros fornecedores;
AC representa as áreas das edificações consideradas cobertas e com vedação lateral;
FEAC representa os fatores de equivalência de áreas cobertas das instalações;
AD representa as áreas descobertas ou sem vedação lateral;
FEAD representa o fator de equivalência de áreas descobertas;
CII representa o custo específico das instalações industriais;
CMCC representa o custo médio da construção civil por metro quadrado, calculado
pelo IBGE e divulgado pelo SINAPI mensalmente e por unidade da federação.

11. MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO

A mobilização e desmobilização consistem no transporte dos recursos necessários, em


pessoal e equipamentos, até o local onde será realizada a obra, e fazê-los retornar ao seu local
de origem, vide conclusão da obra.
O SICRO utiliza as seguintes premissas para a definição dos custos de mobilização e
desmobilização:
- Todas as capitais das unidades da federação têm condições de fornecer a mão
de obra e os equipamentos para atender às necessidades da maioria das obras
de engenharia;
- São mobilizados por transportadores especializados os equipamentos que não
puderem se deslocar pelos próprios meios;
- As ferramentas e os equipamentos leves ou de pequeno porte, cujo peso
individual e formato permitem que sejam transportados, embarcados ou
rebocados, são transportados em veículos transportadores autônomos da frota
mobilizada (que podem se deslocar pelos próprios meios);
- Para todos os equipamentos embarcados na frota são considerados os custos de
embarque e de desembarque;
- Não são consideradas improdutividades na mobilização ou desmobilização dos
equipamentos;
- A cada mobilização corresponderá uma desmobilização. O cálculo do custo da
desmobilização deve ser igual ao da mobilização.

11.1. DISTÂNCIAS
11.1.1. EQUIPAMENTOS

A distância para mobilização de equipamentos deve ter como origem a capital estadual
mais próxima com disponibilidade e como destino o local da obra. Para equipamentos que
não existam no país, deve-se considerar a distância do país de origem até o local da obra.
Caso a origem seja indeterminada, utiliza-se 10.000 km, o que corresponde à média da
distância entre capitais do mundo em relação à cidade de São Paulo.

11.1.2. MÃO DE OBRA

A distância de mobilização deve ser a da capital mais próxima até o canteiro ou


acampamento da obra. Caso não haja profissionais com as qualificações necessárias e em
condições de atender as necessidades e os prazos, a distância deve ser a da capital mais
próxima, com disponibilidade, até o local da obra, desde que devidamente justificado. Para
profissionais especializados que não existam em território nacional, a distância deve ser a do
país de origem até o local da obra.
11.2. DESLOCAMENTOS
11.2.1. EQUIPAMENTOS

O deslocamento de equipamentos pode acontecer por via terrestre, fluvial, marítima


ou multimodal, sempre buscando o menor custo de transporte.
Para obras rodoviárias e ferroviárias, o deslocamento pode ocorrer por rodovias
pavimentadas, estradas em revestimento primário ou em terreno natural, ferrovias, hidrovias
ou vias marítimas. Deve-se utilizar, sempre que possível e viável, os caminhões como
primeira alternativa de transporte ou o cavalo mecânico com reboque como segunda
alternativa.
Quando é necessário mais de um cavalo mecânico ou quando o Peso Bruto Total
(PBT) ultrapassa 57 toneladas, é previsto a necessidade de veículo de escolta.
Para obras hidroviárias e portuárias, o deslocamento terrestre refere-se apenas ao
acesso ao porto mais próximo de embarque. Após o embarque, o transporte é realizado por
vias marítimas ou hidrovias.
As velocidades médias adotadas para os principais tipos de transporte estão
apresentadas na tabela a seguir:

Velocidades médias de transporte por tipo e condição da via


11.2.2. PESSOAL

O transporte de profissionais de nível superior, encarregado geral, mestre de obras,


encarregados especializados, técnicos especializados e operadores de equipamentos pesados e
especiais deve ser realizado por meio aéreo.
Para os demais profissionais, indica-se a utilização de transporte terrestre por ônibus.
Nesse caso, deve-se levar em consideração os custos adicionais relacionados a diárias de
alimentação e eventual pousada.

11.3. CÁLCULO DO CUSTO DE MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO

O cálculo do custo de mobilização é realizado conforme equação abaixo:

𝐶𝑀𝑜𝑏 = ( 𝐷𝑀•𝐾•𝐹𝑈
𝑉 ) • 𝐶𝐻
onde:
CMob representa o custo de mobilização da obra;
DM representa a distância de mobilização da obra, em quilômetros (km) ou em milhas
náuticas (mi);
K representa o fator relacionado à necessidade de retorno do veículo a sua origem (se
há o retorno do veículo para a sua origem K=2, caso contrário, K=1);
FU representa o fator de utilização do veículo transportador (inverso do número de
equipamentos a serem transportados nos diferentes veículos transportadores);
V representa a velocidade média de transporte, em km/h ou nós;
CH representa o custo horário do veículo transportador.

Os custos relacionados à mobilização e desmobilização de equipamentos e pessoal


devem sofrer incidência da taxa de bonificação e despesas indiretas - BDI.

12. ADMINISTRAÇÃO LOCAL


Os custos de administração local são provenientes de pessoal, materiais e
equipamentos incorridos pelo executor no local do empreendimento, indispensáveis para o
andamento da obra.

12.1. ITENS A SEREM ORÇADOS

Os itens incluídos no orçamento da parcela de administração local estão listados a


seguir:
- Mão de obra:
- Equipe gerencial técnica;
- Equipe gerencial administrativa;
- Equipe de medicina e segurança do trabalho;
- Manutenção do canteiro de obras e acampamentos;
- Equipe de produção em campo;
- Equipe de frente de serviço;
- Equipe de controle tecnológico;
- Veículos;
- Equipamentos;
- Materiais de consumo e de expediente:
- Cópias xerográficas e heliográficas;
- Fotografias;
- Materiais de escritório;
- Operação de veículos para transporte de pessoal;
- Custos das concessionárias:
- Água;
- Esgoto;
- Luz e energia;
- Comunicações (correios, telefonia e internet);
- Aluguéis;
- Segurança e vigilância;
- Outras despesas similares vinculadas às obras.

12.2. CLASSIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DA MÃO DE OBRA


Para fins de dimensionamento e para separar grupos com tempos de permanência na
obra diferentes, a mão de obra constituinte da administração local pode ser classificada em:
- Parcela fixa:
- Gerência técnica;
- Gerência administrativa;
- Parcela vinculada:
- Encarregados de produção;
- Topografia;
- Setor de medicina e segurança do trabalho;
- Parcela variável:
- Frentes de serviço;
- Controle tecnológico;
- Manejo florestal;
- Manutenção do canteiro de obras e acampamentos.
A parcela fixa é dimensionada em função do porte e da natureza da obra e, como o
nome sugere, não estão sujeitas a variação de acordo com a quantidade de serviços.
A parcela vinculada é proporcional à quantidade de serviços e profissionais no
momento de pico do empreendimento, obtida por meio de histograma de mão de obra.
A parcela variável pode estar ligada diretamente à execução de serviços específicos,
sendo, nesse caso, necessária apenas no período de realização das respectivas atividades. Nos
casos de frente de acompanhamento e de controle tecnológico, o dimensionamento se dá
proporcional com a quantidade de serviços simultâneos no empreendimento.

13. PLANILHAS TERRAPLENAGEM E COMPARAÇÃO

Abaixo, estão tabelas exemplo do Sistema de Cursos Referenciais de Obras (SICRO)


para obras de terraplenagem realizadas em Janeiro de 2022, em Santa Catarina. Os custos são
divididos em: Equipamentos, Mão de Obra, Material, Atividades Auxiliares, Tempo Fixo e
Momento de Transporte.
14. REFERÊNCIAS

BRASIL. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes. Volume 01,


Metodologias e conceitos. DNIT, 2017
BRASIL. Manual de Implantação Básica de Rodovia. Edição 03. DNIT, 2010
BRASIL. Manual de Custos Rodoviários. Volume 01, Metodologias e conceitos.
DNIT, 2003

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