Estudo Laboratorial de Comportamento

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w LFIPAV

LRBORATÓRIODE PAVIMENTAÇÃO
E S C O L A BE E U G E N H A R I A - UFRGS

ESTUDO LABORATORIAL DE COMPORTAMENTO A


FADIGA E DEFORMAFÁO PERMANENTE DE
MISTURAS ASFALTICAS MORNAS

Porto Alegre
dezembro de 2008
2 RNISAO DA LITERATURA ..................................................................................
N

6
2.1 MISlURAS ASFALTICAS MORNAS ................................................................6
2.1.1 Histórico de Misturas Mornas..................................................................
6

2.1.3 Tecnologias de Misturas Mornas .........................................................10


2.1.3.1 EVOTHERM~.............................................................................
12
2.1.3.2 LEA .................... .
..................................................................13
. . . 2.1.3.3 . . ........................
. . SASOBIT@ . . . . 15
. . .. .
2.1.3.4 WAM Foarn ...............................
. ..... . . 17
2.1.3.5ZE~LITA SINTETICA..................... . . ... . . ........................19
3 METODOLOGIA DE PESQUISA ....................... . . ... ................................. 2 0
....
w

3.1 INTRODUçAO ..................................................................................................20


3.2 MATERIAIS .....................................................................................................
21
3.3 PROCEDIMENTOS DE ENSAIOS......................................................................- 2 1
3.3.1 Ensaios em amostras de ligantes...................
. ... .
.........................
22
3.3.1.1 Penetração .....................
. .........................................................
22
3.3.1.2 Ponto de amolecimento .......................
, ................................... 2 2
3.3.1.3 Densidade e massa específica ......................... .
..................2 3
3.3.1.4 Viscosidade aparente.....................................................................
23

3.3.2 Ensaios em amostras de ernulsão asfaltica ........................................ 24


3.3.2.1 Densidade.......... .
. .
................ . . .2 4
3.3.2.2 Viscosidade Brookíield .......................... .
...
.......... ...............2 5
3.3.2.3 Resíduo por evaporação ........................................................... 25
3.3.2.4 Peneiraçao....................................................................................
w

26
3.3.2.5 Sedimentação .......................
. .....
... . . ... ..
..............2 7
3.3.2.6 Desemulsibilidade............. .
......
...
. 28
3.3.2.7 Cobrimento .............................................................................. 29
Adesividade

3.3.3 Ensaios em amostras de concreto asfáltico............................................


30
3.3.3.1 Dosagem Marshall .......................................................................30
3.3.3.2 Resistência i tração por compressão diametral ............................. 32
3.3.3.3 Módulo de resiliência ....................
......
..................................
34
3.3.3.4 Efeito deletério da água ..............................................................3 5
3.3.3.5 Fadiga ..........................................................................................
36
3.3.3.6 Ensaio de fluência por compressão uniaxial com carregamento
dinâmico ........................
.. . ................................................................
36
4 APRESENTAÇÃOE DISCUSÃO DOS RESULTADOS ....................................... 38
DOS MATERIAIS ............................................................... 38
4.1 CARACTERÍS~ICAS

4.1.1 Agregados . . . . .....


................... . .....................................................
38

4.1.2 Ligante asfáltico ................................................................................40

4.1.3 Emulsao asfáltica .................................................................................


M

41
4.2 PR03ETO DA MISTüRA COM EMULSÃO.......................................................... 43
4.3 PROJE~ODA M I ~ R ACOM Z E Ó L ~ ............................................................
A 46
4.4 AVALILAÇÃO DA VIDA DE FADIGA .................................................................. 49
4.5 RESIS~ÊNCIA As DEFORMAÇ~ESPERMANENTES..........................................5 1
4.6 CONCLU~&S .................................................................................................. 52
5 CONSIDERAÇOES FINAIS .................................................................................
w

53

Estudo de misturas asfalticas "mornas"


FL. hm

Em continuidade a pesquisa iniciada no ano de 2007, este relatório de


acompanhamento apresenta os resultados obtidos na fase laboratorial do estudo de
misturas asfálticas produzidas em temperaturas intermediárias. A partir dos
resultados positivos obtidos com a técnica EBE, que baseia-se na produção de
concreto asfáltico com secagem parcial dos agregados, é proposta a avaliação de
duas novas técnicas para formulação de misturas asfalticas "mornas" utilizando:

x emulsão asfaltica modificada por aditivo a base de enxofre e

x a adição de zeolib sintética durante a produção da mistura para criar um efeito


de espuma no ligante.

Optou-se por redirecionar a pesquisa - não realizando ensaios de fadiga e


deformação permanente como previsto no plano de trabalho - tendo em vista as
dificuldades referentes i adaptação da usina para produção de misturas asfálticas
com a técnica EBE. Assim, buscou-se avaliar novas técnicas que garantissem menor
necessidade de alterações na usina asfaltica utilizada pela concessionaria. A técnica
com emulsão asfáltica modificado não requer alteração na usina asfáltica uma vez
que o ligante é modificado para apresentar baixa viscosidade e permitir a produção
de misturas asfilticas em temperaturas reduzidas (em torno de 120°C). A técnica
empregando ze6lita requer apenas um dosador do material sendo possível a adição
manual.

Para a produção de misturas asfalticas mornas empregando a técnica EBE seriam


necessárias diversas modificações na usina asfaltica. A possibilidade de utilização de
melhoradores de adesividade geraria a necessidade de adaptação de uma bomba
para injetar o líquido no processo de mistura. Além disso, seria necessário criar uma
nova entrada de agregados para permitir a adição da fração abaixo da peneira 10
umidecida e sem passar por aquecimento. Outra dificuldade é garantir que esta
fração seja adicionada com teor de umidade adequado (definido durante o projeto
da mistura em laboratório). Para isto seria necessário um sistema de monitoramento
para o teor de umidade.

Em função da produção continua na usina asfáltica utilizada pela concessionária


durante o ano de 2008 para execução dos serviços de consewa, manutenção e
ampliação das rodovias concedidas, considerou-se de difícil realização as alterações
necessárias na usina. Também é necessário considerar os custos envolvidos para a
adaptação da mesma, Sendo assim, a análise de outras técnicas de mais fácil
execução tornou-se mais interessante que a realização de ensaios de fadiga e
deformações permanentes.

Estudo de misturas asfaiticas "mornas"


Para que a mistura asfaltica tenha um adequado comportamento no sistema
multicamadas do pavimento existem algumas propriedades desejáveis: habilidade de
distribuir tensões (rigidez), capacidade de resistir a deformações permanentes
excessivas, resistência a fissuração e durabilidade. Vários fatores influenciam no
comportamento e desempenho das misturas betuminosas: características do ligante
e dos agregados, aditivos, temperaturas, umidade, carregamentos, envelhecimento,
estado de tenções e método de compactação (Specht, 2004).

Nas misturas asfálticas, o agregado é pré-envolvido com o material betuminoso,


antes da compressão. Conforme os seus respectivos processos construtivos, são
adotadas ainda as seguintes designações: misturas asfalticas a frio (quando os tipos
de agregados e de ligantes utilizados permitem que o espalhamento seja feito
temperatura ambiente) e misturas asfalticas a quente (quando o ligante e o
agregado são misturados e espalhados na pista ainda quentes). Atualmente no
Brasil, surgiu o conceito de misturas mornas, que são misturas produzidas em
temperaturas inferiores 5s cornumente utilizadas, incluindo usinagem e compactação,
entretanto com produtividade e desempenho iguais ou superiores aos das misturas
asfálticas quentes.

2.1 MISTURAS ASFÁLTICAS MORNAS (Warm Mlx Asphalt)

2.1.1 Histórico de Misturas Mornas

Segundo Nascimento et al (2008), na Alemanha, em 1996, o então Ministro do


Trabalho e Relações Sociais começou a questionar os limites de exposição dos
trabalhadores aos fumos dos asfalto, diante dessa pressão do governo, foi criado o

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agregado a temperatura reduzidas. São produzidas a temperatura
inferiores em comparação a misturas a quente.

Com a descoberta da stilbita, as zeólitas foram reconhecidas pela primeira vez em


1756 pelo mineralogista sueco Baron Axel Frederick Consted. Em 1845, Way
descobriu que determinados tipos de solos tinham a propriedade de reter sais de
amônia, e Breck constatou que os silicatos hidratados de alumínio no solo eram os
responsáveis pela troca iônica. Em 1925, Weigel e Steinholf foram os primeiros a
constatar que a zeólita chabazita a bsowia seletivamente moléculas orgânicas
menores e rejeitava as maiores (Luz, 1995).

Em 1932, McBain denominou esse fenômeno de peneiramento molecular, e já nas


decadas de 40 e 50, as pesquisas sobre as propriedades das zeólitas tornaram um
impulso muito grande. A partir de então, ficou claro o potencial de utilização das
zeólitas em processos industriais. Em 1862, a síntese da primeira ze6lita foi relatada
por St. Clair Deville, que produziu a zeólita levynita através do aquecimento em tubo
de vidro, a 1700C, de uma sotução aquosa de silicato de potássio e aluminato de
sódio.

É creditado a Barrer (1951) a primeira síntese da zeólita analcima, caracterizada


através de difração de raios-X, com reprodutibilidade de resultados, o que não havia
sido até então obtido, devido a falta de técnicas adequadas. Em 1980 já haviam sido
identificadas 40 zeólitas naturais. No final da década de 80, já se conheciam mais de
10.000 patentes relacionadas com a síntese de zeólitas.

O termo zeólita (zein + lithos) vem do grego e significa "pedra que ferve". São
alumino silicatos hidratados altamente cristalino contendo metais alcalinos ou
alcalinos terrosos, são compostos de uma rede tridimensional de tetraedros de A104
e Si04 ligados entre si nos vértices pelo átomos de oxigênio, originando assim uma
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estrutura microporosa do tipo TO4 (T = Si, AI, etc), compensada eletronicamente por
outros cations como por exemplo, Na, K, Ca, Mg.

A fórmula química por célula unitária é:

Mx/n [(AIOZ)x (SiO2)yl. m H20

onde:

M: cátion de valência n;

m: nhmero de moléculas de água;

x + y: número de tetraedos por célula unitária.

Por possuir cavidades e canais regulares de tamanho molecular, permite a


acomodação e movimentação de cátions e de moléculas de água em seu interior. A
água dos canais desprende-se de maneira continua empregando apenas
aquecimento. Este processo é seletivo e depende da estrutura particular da ze8lita
(tamanho do poro) e do tamanho das moléculas, podendo assim ser usada como
peneira molecular. Sua estrutura cristalina complexa origina diversas variações de
estruturas porosas, como a zeólitas X, Y, BEA, ZSM, ALPO e SAPO, tendo cada uma,
diferentes capacidades de armazenamento de agua em seus poros (Filho, 2006).

As zeólitas naturais são formadas a partir da precipitação de fluidos contidos nos


poros, tal como nas ocorrências hidrotermais, ou pela alteração de vidros vulcânicos.
As condições de temperatura, pressão, atividade das espécies iônicas e pressão
parcial da agua são fatores determinantes na formação das diferentes especies de
zeólitas (Luz, 1995).

Existem cerca de 40 espécies de zeólitas naturais conhecidas (Tabela 2.11, no


entanto, apenas algumas espécies são amplamente utilizadas. Dentre essas se
incluem: mordenita, clinoptilolita, heulandita, phillipsita, erionita e chabazita (Luz,
1995).

Estudo de misturas asfilticas "mornas"


As zeólitas podem ser produzidas artificialmente (sintetizadas). Por serem mais
puras, as zeólitas sintéticas são mais caras que as zeólitas naturais, pois são
utilizadas em processos industriais sofisticadas e quando se quer um material sem
impurezas, com alta cristalinidade e área supeficial.

Tabela 2.1: Principais zeólitas naturais

) ~ _ ~,SI
( N ~ , K , C ~&(AI 636.t 2 H20
)2sii
Na Si13 0%.14 H20
CK,Na,Ca)l,2 ( S i h l )-~Ora .a H20
IK2,ca,Na& A4 SI14 038 - 15 H20
IK2,Ca 15 g o Si26 OPS .3O.H20
(Na2 Ca) Ai2 S14 O12. 8 H20
Ca AI2 Si4 0 1 2 . 8 H20
Na2Ai2 Si3 0 1 ~ ) . H20
2
Na Ca2 A5 Si5 ~ 3 .6 2 H20
~
I C ~ . M ~ ~ , KSi10
Z Y$4-~ 7 H20
Ca 4 2 Síe OI6, 5 H20
Ma, AI Si2O$.H20
(Na.C-a)2-3 Ais {AI,Si);1Si 13 63s , 12 H20
Fonte: Luz, 1895

As principais propriedades decorrentes das estruturas das zeólitas são: alto grau de
hidratação; baixa densidade; grande volume de espaços vazios quando desidratadas;
alta estabilidade da estrutura cristalina, mesmo quando desidratada; propriedades de
troca catiônica; canais de dimensões uniformes nos cristais desidratados;
propriedades cataliticas; adsorção seletiva de gases e vapores (Luz, 1995; Filho,
2006).

2.1.3 Tecnologias de Misturas Mornas

Existem diversas formas de classificar as tecnologias WMA (Warm Mix Asphalt),


demonstrado na Figura 2.1. Uma delas é pelo grau de redução de temperatura. Se a
temperatura de mistura na usina é inferior a 1000C,a mistura asfaltica é considerada
Half Warm Asphalt ou "serni-morna". Se a temperatura de mistura na usina e

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superior a 100°C é considerada Warm Mix Asphalt ou "mistura morna". Existe uma
grande faixa de temperatura de produção para WMA, desde misturas produzidas
entre 20 e 30% abaixo das temperaturas de misturas a quente a temperaturas
pouco acima de 1000C.

Figura 2.1: Classificação das misturas asfálticas quanto a sua temperatura

Outro tipo de classiftcação das tecnologias WMA é o uso de água, de algum aditivo
orgânico ou cera, ou uso de aditivos químicos ou surfactantes. Os processos que
adicionam pequenas quantidades de água ao asfalto a quente, tanto pelo processo
de criação de espuma ou material hidrofílico como a zeólita, ou agregado Úmido, são
baseados no fato de que quando um certo volume de água se transforma em vapor
a pressão atmosférica, ele sofre expansão. Quando dispersa na mistura asfáltica
quente ocorre uma expansão do ligante resultando em redução da viscosidade.

Os processos que utilizam aditivos orgânicos ou ceras promovem a redução da


viscosidade acima do ponto em que a cera passa para a fase liquida, O tipo de
aditivo ou cera deve ser selecionado cuidadosamente, para que este ponto de
solubilização seja superior as temperaturas de serviço da mistura asfáltica para
reduzir o risco de deformação permanente e para minimizar o potencial de
trincamento a baixas temperaturas. Os processo envolvendo o uso de aditivos
químicos ou surfactantes baseiam-se em diferentes mecanismos, os agentes

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


suríactantes, por exemplo, facilitam o cobrimento do agregado a temperaturas
reduzidas.

Dentre as principais tecnologias para misturas mornas utilizadas nos EUA podemos
citar processos utilizando aditivos químicos como o EVOMERMTM, o
REDISHTMWMX e o REVIXTM; processos com aditivos orgânicos como o SASOBiTB
e processos baseados na expansão volumetrica do ligante pela formação de vapor de
água como LEA (Low Energy Asphalt), WAM FOAM, e a zeólita sintética.

O processo EvothermTM foi desenvolvido nos EUA pela MeadWestvaco Asphalt


Innovations. É um conjunto de aditivos químicos desenvolvido para melhorar
cobrimento, adesividade e trabalhabilidade a temperaturas reduzidas. Uma emulsão
asfáltica e misturada com os agregados aquecidos resultando em uma temperatura
de mistura entre 85 e 115°C. A emulsão é modificada pelo EvothermTM. A maior
parte da água na emulsão é transformada em vapor quando o ligante e acrescentado
aos agregados. O asfalto residual presente na emulsão deve ser aproximadamente
70% (NAPA, 2007).

A indústria que comercializa o produto relata que a redução das temperaturas de


produção de concreto asfáltico pode chegar a 38OC, podendo resultar em diminuição
do consumo energetico de ate 55%, o que representa 45% de redução de 45% de
emissão de C02 e SO2 (FHWA, 2008).

Segundo Hurley e Prowell (2006) duas seções experimentais foram construidas na


África do Sul e uma nos Estados Unidos empregando Evotherm. As temperaturas de
produção e aplicação da mistura asfáltica utilizadas nos experimentos foram de 71 e
60°C, respectivamente.

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Em 2007 um novo processo utilizando EvothermTM foi desenvolvido. O aditivo e
acrescentado durante o processo de mistura na usina no mesmo momento em que o
ligante é adicionado aos agregados (NAPA, 2007). A Figura 2.2 apresenta as
modificações necessárias na usina de asfalto.

Figura 2.2: Modificações necessárias na usina (NAPA, 2007)

Mais de 100.000 toneladas de misturas asfálticas mornas com EvothermTM foram


produzidas em todo o mundo até 2007. Nos EUA, 17 estados estão avaliando a
técnica empregando diferentes ligantes asfalticos, agregados, esforço de
cornpactação e até mesmo diferentes porcentagens de misturas asfálticas recicladas
(10a 30V0)(NAPA, 2007).

Segundo D'Angelo et al (2008), ate o final do ano de 2007 mais de 17 mil toneladas
de material asfaltico produzido com adição de EvothermlM foram aplicadas em obras
de pavimentação.

2.1.3.2 LEA (Low Energy Asphalt)

O processo desenvolvido na França com o nome de Enrobé i Basse Energie (EBE),


também conhecido como Low Energy Asphalt (LEA), constitui o primeiro processo
desenvolvido para produção de misturas asfálticas em temperaturas intermediárias

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


(em torno de 100°C). Consiste na introdução da fração areia Umida após a mistura
da fração graúda seca com o ligante asfáltico a quente. A idéia foi introduzida pela
empresa FAIRCO no inicio dos anos 2000. O sucesso da técnica depende do teor de
água final na mistura, para garantir, durante um tempo suficiente, a trabalhabilidade
e a compactabilidade do material. O teor de umidade presente na mistura ao final do
processo de produção deve ser aproximadamente 0,5% (Brosseaud, 2006).

O processo consiste em secar o agregado graúdo em aproximadamente a 1500C e


então misturado com o ligante asfaltico aquecido na temperatura de mistura.
Melhoradores de cobrimento e adesividade do adicionados ao ligante previamente
(cerca de 0,5%), após a mistura do agregado graúdo com o ligante é adicionado o
agregado miúdo umidecido com 3 a 4% de água. Esta umidade é transformada em
vapor e promove a expansão do ligante em torno do agregado graúdo encapsulando
o agregado miúdo, como mostra a Figura 2.3. A temperatura final de mistura é
inferior a 100oC. Os agregados graúdos devem ser aquecidos a uma temperatura
2OoC inferior a temperatura de aquecimento para emprego em misturas asfillticas a
quente.

Figura 2.3: Seqüência de mistura do processo LEA (NAPA, 2007)

-
Projeto de Pesquisa CONCEPA IAPAV
Os parâmetros de produção - temperatura de aquecimento do agregado graúdo,
temperatura da mistura final e teor de água - são definidos em função do projeto da
mistura, das condições climáticas e do teor de água presente na fração areia dos
agregados. O sistema pode ser utilizado em usinas tradicionais, contínuas ou
descontínuas. O processo funciona com todos os tipos de ligantes utilizados
tradicionalmente e permite a reciclagem de misturas asfalticas.

As condições de aplicação são idênticas as do concreto asfáltico a quente, mas as


temperaturas variam entre 80 e 90°C, sem representar redução de desempenho
(Bitume Info, 2006).

Na França, uma usina asfaltica no entorno de Paris foi adaptada para a produção de
misturas asfálticas tipo LEA, desde 2005 cerca de 15.000 t deste material foram
aplicadas em obras viárias. Algumas pesquisas relacionadas a este procedimento
estão em andamento nos Estados Unidos (Brosseaud, 2006). Espanha e Itália
também têm avaliado a técnica (D'Angelo etal. ,2008).

Até 2007, ao menos 8 projetos totalizando mais 38.000 toneladas de mistura morna
segundo o processo LEA foram realizados nos EUA. Em todo o mundo já foram
empregadas mais de 100.000 toneladas (NAPA, 2007).

Sasobita e um produto comercializado pela Sasol Wax da África do Sul. É


considerado um melhorador da viscosidade do asfalto, tanto durante a produção da
mistura quanto durante a aplicação, devido a sua característica de reduzir a
viscosidade do ligante asfáltico. Esta redução de viscosidade permite uma redução
nas temperaturas de trabalho de cerca de 18 a 54OC. O produto, fornecido em
flocos, pó ou líquido, e adicionado ao ligante asfaltico na usina em temperaturas
variando entre 102 e 120°C não necessitando de misturadores especiais (Hurley e
Prowell, 2006).

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


Europa, África do Sul e Estados Unidos o Sasobim foi adicionado diretamente à
mistura de agregados na forma sólida (peletizado) ou na forma liquida empregando
uma bomba dosadora, Não foram obsewadas alterações nos valores de estabilidade
e flugncia Marshall em comparação à mistura sem aditivo.

SASOBTT é uma cera parafinica sintética com ponto de solubilização superior a


980C,formada por uma cadeia de hidrocarbonetos alifaticos. Aproximadamente 0,8 a
4% de SAÇOBITB é adicionado ao ligante asfáltico ou juntamente com o ligante
durante o processo de mistura. A Figura 2.4 apresenta as duas formas mais comuns
de SASOBiT@ (NAPA, 2007).

.
I
Figura 2.4: Duas formas de SASOBiTB (NAPA, 2007)

Desde 1997, mais de 142 projetos empregaram o SasobitB, totalizando mais de 2


milhões de metros quadrados de pavimentos (Sasol Wax, 2006) em países como
Áustria, Bélgica, China, França, Alemanha, Rússia, África do Sul, Reino Unido e
Estados Unidos, Diversos tipos de agregados e misturas foram utilizados, entre eles o
SMA (stone mastic asphalt). Segundo D8Angelo et al. (2008) mais de 10 milhões de
toneladas de misturas asfálticas empregando a técnica para produção de misturas
asfalticas com temperaturas reduzidas com o aditivo Sasobita foram aplicadas em
todo o mundo. Nos EUA, aproximadamente 250.000 toneladas de misturas mornas
com SASOSiTm foram utilizadas (NAPA, 2007).

-
Projeto de Pesquisa CONCEPA LAPAV
2.1.3.4 WAM Foam

O processo WAM Foam@ (Warm Asphalt Mix Foam) de produção de mistura asfáltica
"morna" resultou de uma parceria entre a Shell International Petroleum Company
Ltd., Reino Unido e a empresa norueguesa Kolo-Veidekke (Shell Bitume, 2006). O
processo WAM Foam usa a adição de dois ligantes asfálticos com características
diferentes, um ligante com baixa viscosidade e outro com maior rigidez. A mistura
resultante dos dois ligantes é selecionada para produzir o PG (Performance Grade)
desejado. O ligante de menor rigidez representa cerca de 20 a 30% do total de
ligante, está porcentagem é necessária para garantir o cobrimento do agregado
graiido e para satisfazer a demanda de asfalto para absorção pelo agregado graúdo.

A temperatura de produção da mistura asfaltica para o processo WAM Foam varia


entre 100-120°C. O agregado é aquecido a temperatura de mistura determinada
para o ligante de menor rigidez, e é misturado a ele. Agentes melhoradores de
adesividade pode ser adicionado ao ligante de menor rigidez. A forma@o de espuma
a partir do ligante rígido é realizada pela adição de 2 a 5% de água em temperatura
ambiente sobre o peso de tigante rígido a temperatura de 175-1800C(NAPA,ZOO7).

A expansão volumétrica garante a distribuição do ligante na mistura e o cobrimento


dos agregados (Kristjansdottir, 2006). A espuma combinada com o ligante de menor
viscosidade garante as propriedades adequadas ao produto final. A Figura 2.5 mostra
duas misturas asfaticas, uma mistura asfáltica quente e outra mistura morna
utilizando o processo WAM Foam.

Para a produção de espuma de asfalto com o ligante rígido é necessário um


equipamento especifico mostrado na Figura 2.6, Após o processo de geração da
espuma, ela é acrescentada a mistura.

Estudo de misturas asfáltims "mornas"


Figura 2.5: Dois tipos de misturas asfálticas

Figura 2.6: Equipamento necessário no processo WAM Foam (NAPA, 2007)

O sucesso do processo depende da escolha cuidadosa dos ligantes utilizados. Em


alguns casos pode ser necessária a adição de um promotor de adesividade durante a
primeira fase da mistura. O cobrimento nesta primeira etapa é vital para prevenir o
descolamento do filme de ligante asfáltico da supeficie dos agregados.

A redução das temperaturas de fabricação do concreto asfaltico pelo processo WAM


Foam pode gerar economia energética de cerca de 30%, que resulta em uma
redução de 30% na emissão de C02 na atmosfera (FHWA, 2006).
Projeto de Pesquisa CONCEPA - MPAV
Qr n
fora
Mais de 60.000 toneladas de mistura morna pelo processo
produzidas atk o ano de 2007 em todo o mundo, especialmente na França, Noruega,
Itália, Luxemburgo, Holanda, Suécia, Suíça e Reino Unido. Apenas uma pista
experimental foi executada na América do Norte, no Canadá (NAPA, 2007).

2.1.3.5 ZeÓlita Sintética

As zeólitas sintéticas são compostas de alumino silicatos e metais alcalinos. Contém


na sua composição aproximadamente 20% de água cristalizada que é liberada pelo
aumento da temperatura acima do ponto de ebulição da água. As zeólitas liberam
uma pequena quantidade de água, criando um efeito controlado de expansão,
reduzindo a viscosidade do ligante, a liberação gradual da água da zeólita garante
trabalhabilidade por um período de 6 a 7 horas. A trabalhabilidade e mantida ate que
a temperatura atinja aproximadamente 100°C, As zeólitas sintéticas são adicionadas
as misturas convencionais sem alterar as características de projeto, o teor da ordem
de 0,3% sobre o peso total da mistura é normalmente adicionado ao mesmo tempo
que o asfalto. A Figura 2.7 apresenta o aspecto de duas zdlitas sintéticas.

Figura 2.7: Aspectos de duas zeólitas sintéticas

Até 2007, mais de 300.000 toneladas com zeólitas foram produzidas em todo o
mundo, inicialmente na França, Alemanha e EUA.

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Esta pesquisa tem como objetivos específicos caracterizar misturas asfálticas


produzidas em temperaturas intermediárias empregando procedimentos laboratoriais
e testes realizados em usina de produção de concreto asfaltico.

Este capítulo é dedicado à descrição da metodologia experimental prevista para o


desenvolvimento desta pesquisa.

A partir das tecnologias concebidas mundialmente para a formulação de misturas


asfálticas "mornas", foram escolhidas com base para o desenvolvimento desta
pesquisa as metodologias EBE e E.B.T.~, além do procedimento proposto pelo LCPC,
tendo em vista a possibilidade de produzir o material sem a adição de produtos
patenteados. Busca-se, com este experimento, desenvolver uma técnica inovadora
para a formulação e utilização de misturas asfálticas em temperaturas intermediárias
(aproximadamente 10O0C),

O Laboratório de Pavimentação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul possui


uma planta experimenul para produção de emulsões asfálticas. Este equipamento
será utilizado para a produção de ligante asfaltico com as características necessárias
para a aplicação em misturas asfálticas "mornas". A Figura 3.1 apresenta uma
esquematização da planta experirnenbl.

O sistema consiste basicamente em um moinho coloidal abastecido por dois tanques


(de CAP e de fase aquosa). Todo o sistema é aquecido com Óleo térmico. Foram
instalados sençores de temperatura digitais a fim de obter-se com precisão a
temperatura dos componentes água, CAP e emulsão pronta.

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


Figura 3.1: fluxograma da planta experimental para produção
de emulsões asfálticas

No desenvolvimento desta pesquisa, serão utilizados agregados de rocha basáltica


provenientes da formação Serra Geral. Este tipo de rocha e considerada o mais
representativo do Estado do Rio Grande do Sul.Usina de Britagem da TRS, localizada
em Santo Antônio da Patrulha, que são representativos dos materiais empregados
em pavimentação no Estado do Rio Grande do Sul.

Os ligantes asfálticos adotados serão escolhidos visando produzir misturas asfálticas


"mornas" com desempenho adequado à finalidade proposta para utilização.

3.3 PROCEDIMENTOS DE ENSAIOS

A avaliação das características dos ligantes empregados e das misturas asfálticas


estudadas será realizada utilizando diversas técnicas laboratoriais. Os ensaios serão
executados no Laboratório de Pavimentação da UFRGS.
Estudo de misturas asfálticas "mornas"
3.3.1 Ensaios em amostras de Iigantes

A caracterização cuidadosa dos materiais asfálticos a serem utilizados é fundamental


para o compreender o comportamento da mistura asfaltica resultante. Serão
realizados ensaios para a determinação de características como a penetração, o
ponto de amolecimento, a densidade e a massa específica e da viscosidade aparente,
parâmetro preconizado pela rnetodologia Superpave.

3.3.1.1 Penetração

A penetração (PEN) e a distância em decimos de milímetros que uma agulha padrão


penetra verticalmente em uma amostra sob condições prefixadas de carga e
temperatura. O equipamento utilizado para este fim é o penetrômetro. O ensaio e
normalizado pela NBR 6576: Materiais Betuminosos - Determinação da Penetração
(ABNT, 1998).

Para realização do ensaio a amostra é fundida, colocada em um recipiente adequado,


resfriada a temperatura de ensaio (em geral 25OC) em banho de água e submetida a
penetração de uma agulha padrão com sobrecarga de 100 * 0,5 g durante 5 S.

3.3.1.2 Ponto de amolecimento

O asfalto amolece lentamente sob aquecimento e não possui ponto de fusão.


Buscando uma referência semelhante ao ponto de fusão, varias metodologias foram
desenvolvidas a fim de medir a temperatura na qual o asfalto possui certa
consistência, o mais conhecido e empregado é o ponto de amolecimento anel e bola.
O ponto de amolecimento do asfalto foi determinado conforme a norma NBR 6560:
Materiais betuminosos - Determinação do ponto de amolecimento - Método do anel e
bola (ABNT, 2000).

A amostra de ligante é fundida e colocada em um molde que consiste de um anel de


latão. O anel contendo a amostra é mantido suspenso em um banho, à temperatura
Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV
5

controlada, e sobre ele é colocada uma esfera


aquecido a uma velocidade constante fazendo com que a amostra amoleça dentro do
anel e ceda ao peso da bola que se deslocará a uma determinada distância. O ponto
de amolecimento (PA) é a temperatura lida no momento em que a esfera metálica
atravessa o anel perfeitamente cheio de material betuminoso e toca uma placa de
referência após ter percorrido uma distância de 25,4 mm.

3.3,1.3 Densidade e massa especifica

Densidade é a relação entre a massa do cimento asfáltico de petróleo a 250C e a


massa de igual volume de água à 4OC. A determinação deste parâmetro tem por
finalidade a transformação de unidades gravimétricas em volumétricas e é utilizado
no cálculo do volume de vazios da mistura betuminosa. Massa específica é a relação
entre massa e volume do material. A sistemática do ensaio é padronizada pelo
método NBR 6296: Produtos betuminosos semi-sólidos - Determinação da massa
especifica e densidade relativa (ABNT, 2004).

A amostra é colocada em um picnômetro calibrado, preenchendo cerca de % de seu


volume. Pesa-se a amostra e o picnômetro e completa-se o volume remanescente
com água. O picnôrnetro cheio é mantido na temperatura de ensaio de 25,O k 0,I0C
e pesado. A densidade da amostra é calculada a partir da sua massa e da massa de
Ag ua deslocada pela amostra no picnômetro cheio,

3.3.1.4 Viscosidade aparente

A consistência dos ligantes é medida através da viscosidade. O ensaio de viscosidade


rotacional foi selecionado para medir esta propriedade, segundo a metodotogia
descrita na NBR 15184: Materiais betuminosos - Determinação da viscosidade em
temperaturas elevadas usando um viscosímetro rotacional (ABNT, 2004). O método
consiste na medição do torque necessário para rodar uma haste de prova (sp/i7d/e)
imersa em uma amostra de ligante aquecida sob velocidade constante.
Estudo de misturas asfálticas "mornas"
A quantidade de amostra utilizada no ensaio depende do tamanho da haste de
prova, que deve ser selecionada em função do ligante. Para ligantes convencionais é
utilizado o spindle 21 e para ligantes modificados o 27 (Asphak Insi7tufeI 1994;
AspM Institute, 2000). A velocidade de ensaio deve ser mantida constante,
preferencialmente 20 rpm. Foram realizadas medidas de viscosidade à 135, 155, 175
e 1950C.

3.3.2 Ensaios em amostras de emulsão asfáltica

Para caracterizar o comportamento das emulsões asfálticas (EA) produzidas serão


realizados ensaios como peneiração, sedimentação, desemulsibilidade, entre outros.

3.3.2.1 Densidade

A densidade do material asfáitico é realizada segundo a norma DNER ME 193196,


Materiais betuminosos líquidos e semi-sólidos: determinação da densidade. Este
parâmetro e utilizado no cálculo das propriedades votumétricas das misturas
asfálticas.

Para a realização deste ensaio com materiais líquidos deve-se primeiramente


homogeneizar a EA a 2S°C durante 30 minutos em irnersão. Após, verte-se a
emulsão nos picnometros (duas amostras) tendo o cuidado para evitar a inclusão de
bolhas de ar. O picnometro é tampado e todo o excesso de material é retirado. O
peso do picnômetro com emulsão é registrado.

A densidade do material betuminoso líquido e dada pela equação 3.1.

c-a Equação 3.1


D/ =-
b-a

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


Onde:

DI = Densidade da EA

a = Massa do picnômetro vazio com tampa (g)

b = Massa do picnômetro vazio com tampa cheio de água destilada (g)

c = Massa do picnômetro vazio com tampa cheio com amostra de EA (g)

3.3,2.2 Viscosidade Brookfield

A viscosidade de uma emulsão é influenciada pela consistência da fase dispersante


(água e solvente, caso haja) e pelo teor de resíduo asfáltico existente. A viscosidade
tem importante significado para emulsões asfálticas, pois é uma propriedade que
afeta a utilização deste material. Em vários tipos de construção, este material deve
ser uniformemente aplicado através de spray. Portanto, a emulsão deve-se manter
pouco espessa a fim de poder ser bombeada durante sua aplicação. Para mistura, a
viscosidade pode afetar a trabalhabilidade e a espessura final de filme sobre o
agregado.

O ensaio de viscosidade aparente mede o toque necessário para girar um spindle


imerso numa amostra de ligante. Para a ASTM D 4402-87, o coeficiente de
viscosidade é a razão entre a tensão de cisalhamento aplicada e a taxa de
cisalhamento. A velocidade do ensaio é mantida constante a 20 rpm. O ensaio é
realizado à temperatura de 25OC e com spindle 221 em um viscosímetro Brookfield do
tipo RVDV 11.

3.3.2.3 Resíduo por evaporação

O ensaio de resíduo por evaporação ou destilação determina quantitativamente o


resíduo asfáltico presente na emulsão. Este ensaio e realizado segundo a norma NBR
6568.
Estudo de misturas asfálticas "mornas"
Neste método, duas amostras de 50 k l g de emulsão são colocadas em recipientes e
levadas a estufa a temperatura de 163+3OC durante 2 horas. Ao final deste período,
retiram-se as amostras do forno e mistura-se até homogeneização do resíduo. As
amostras são então recolocadas no forno por mais 1 hora a fim de garantir a
completa evaporação da fase aquosa. Ao final deste tempo, retiram-se as amostras
da estufa e após resfriamento a temperatura ambiente, pesa-se os resíduos finais
(CAP residual presente na emulsão asfiltica). Este resíduo é a porcentagem em
relação a massa inicial e a massa do residuo final.

Para cada tipo de EA existem valores mínimos de asfalto residual recomendados por
norma. Para as emulsões para utilização em misturas mornas o residuo mínimo deve
ser 90% de CAP.

3.3-2.4 Peneiração

O ensaio de peneiramento identifica a presença de glóbulos de asfalto em grandes


dimensões, que podem ocorrer caso a emulsão seja grosseira ou caso o processo de
coalescência já tenha iniciado ou pela presença de outras particulas sólidas na
emulsão provenientes de alguma contaminação do tanque, ou no transporie ou
devido a outro fator.

A presença de quantidade excessiva de partículas retidas na peneiração indica que


problemas podem ocorrer durante aplicação do material.

Durante o ensaio, 1000 ml de emulsão são passados pela peneira de 0,841 mm.
Logo após, é determinada a percentagem, em peso, retida na peneira. Este ensaio é
normalizado pelo DNER ME 005/94 Emulsões Asfálticas - Determinação da
peneiração. A percentagem máxima admitida de material retido na peneira 4 de
0,10%.

O residuo de peneiração é obtido a partir da Equação 3.2.

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


Equação 3.2

Onde:

P = Resíduo de Peneiração (%)

Pi = Massa do resíduo retido (g)

3.3.2.5 Sedimentação

O ensaio de sedimentação representa a capacidade de uma emulsão asfáltica


apresentar estabilidade a estocagem prolongada sem que haja separação das fases
constituintes, Este ensaio é normalizado pela norma DNER ME 006/2000,
Determinação da Sedimentação.

Neste ensaio, utiliza-se duas provetas graduadas contendo 500 ml de emulsão, como
mostra a Figura 3.2. Após um período de cinco dias a temperatura ambiente, retira-
se amostras de 50 g do topo e do fundo de cada proveta. Estas amostras devem ser
agitadas vigorosamente. Levam-se os resíduos, 6 estufa por duas horas, para que a
água total contida na emulsão evapore. Ao fim deste processo, mede-se somente o
peso de CAP. Com estes valores é calculado, pela diferença entre topo e base, o
resíduo por sedimentação.

A percentagem máxima admitida de diferença entre a massa de resíduo retirado do


topo e da base deve ser igual ou inferior a 5%. Estes valores caracterizam emulsões
de boa estabilidade à estocagem. O resíduo de sedimentação (5 dias) é dado pela
Equação 3.3:

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


Equação 3.3

Onde:

Rsed = Residuo de Sedimentação (*/O)

A = Residuo do Fundo (g)

B= Resíduo do Topo (g)

Figura 3,2:Ensaio de sedimentação

Desemulsibilidade

A medida da desemulsibilidade se propõe a determinar a velocidade de ruptura de


uma emulsão. Este ensaio é aplicável somente em EA cationicas e aniônicas de
ruptura rápida ou média. Ele é utilizado para identificar ou classificar uma emulsão
como ruptura rápida (RR) ou ruptura média (RM). Este ensaio foi realizado segundo
a norma NBR 6569.

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29

A ruptura de uma determinada massa de emulsão catiônica e acelerada através da


adição de 35% de AerosoI OT. O CAP residual é separado por peneiramento
(material retido em peneira de 1,4mm) e seu peso é determinado. O resultado do
ensaio é a relação percentual entre a massa de CAP obtida pelo peneiramento e a
massa de CAP obtida a partir da destilação de uma amostra de mesmo volume,
conforme Equação 3.4.

Equação 3.4

Onde:

D = Desemulsibilidade (%)

PI = Massa de CAP retida na peneira (g)

PZ = Massa de CAP obtida por destilação de uma segunda amostra (g)

3.3.2.7 Cobrimento

Este ensaio e aplicável para emulsões que serão utilizadas em misturas asfálticas a
frio. Este teste, portanto, não e aplicável para emulsões do tipo RR, utitizadas
principalmente para serviços de tratamentos.

O objetivo do teste de cobrimento e assegurar que uma emulsão é estável a mistura


com uma determinada composição granulométrica por um determinado tempo
fornecendo um cobrimento uniforme. Este ensaio é realizado seguindo a norma
ASTM 0244-97c, Standard Test Methods and Practices for Emulsified Asphalts:
Coating Test.

O ensaio consiste em misturar vigorosamente 35 I1g de emulsão com 465 & 1 g de


agregados (já na composição granulométrica a ser utilizada) com uma espátula

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


metálica durante 3 minutos. Após ruptura da emulsão, separação da fase aquosa,
observar qual a percentagem de agregado que se encontra coberta pela ernulsão.

3.3.2.8 Adesividade

Este ensaio consiste em submeter uma amostra da mistura já curada à água em


ebulição por três minutos. É um método expedito do ensaio W.S.T. (Wet Stripping
Test), normalizado pela ISSA TB-109.

A superfície do agregado, recoberta com asfalto, é expressa em porcentagem da


superíície total de agregados. Valores acima de 90% são considerados satisfatórios,
valores entre 75% e 90% são razoáveis e abaixo de 75%, insatisfatórios.

Para realização do ensaio a amostra é fundida, colocada em um recipiente adequado,


condicionada à temperatura de 250C em banho de água e submetida a penetração
de uma agulha padrão com sobrecarga de 100 * 0,5 g durante 5 S. O valor da PEN
de um material é resultante da média de três determinações.

3.3.3 Ensaios em amostras de concreto asfaitico

Para caracterizar o comportamento das misturas asfálticas estudadas serão


realizados ensaios para determinação da resistência a tração, do módulo de
resiliência e do efeito deletério da água. As amostras testadas serão moldadas em
Iaboratório seguindo a metodologia Marshall.

3.3.3.1 Dosagem Marshall

Os conceitos do método Marshall de dosagem de misturas asfalticas para


pavimentação foram formulados por Bruce Marshall. O Corpo de Engenheiros do
Exercito Americano, após pesquisas extensas e estudos de correlação, alteraram o

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


critérios de dosagem de misturas betuminosas.

Resumidamente, os procedimentos do método consistem em moldar-se por


compactação a quente, uma série de corpos-de-prova com diferentes porcentagens
de ligante asfáltico, dentro de moldes cilíndricos metálicos, após a compactação as
amostras são armazenadas ao ar livre durante 24 h e extraídas dos moldes; em
seguida, esses corpos-de-prova são imersos em um banho à 600C de temperatura,
sendo retirados do banho e, imediatamente, submetidos a uma compressão
diarnetral, aplicada por uma prensa, através de um molde de compressão cilíndrico,
idealizado por Marshall.

O valor da carga máxima suportada pelos corpos-de-prova é conhecido como


estabilidade Marshall e a deformação de ruptura como fluência. Além destes dois
parâmetros são calculados também, a densidade, o volume de vazios e a relação
betumelvazios, que representa a quantidade de vazios do agregado mineral
preenchida por betume. Os valores limites dos parâmetros Marshall são normalizados
por diversos Órgãos rodoviários. Os valores de estabilidade e fluência serão
determinados a 60°C e corrigidos em função da altura ou volume do corpo-de-prova,
conforme preconiza a metodologia ME 043: Misturas betuminosas a quente - ensaio
Marshall (DNER, 1995).

Inicialmente serão coletados e armazenados os agregados e os ligantes utilizados na


preparação das misturas. O agregado deve ser armazenado em sacos impermeáveis,
em local isento de umidade, devidamente identificados. O ligante deve ser
acondicionado e armazenado preferencialmente em latas de 3,6 1 para evitar seu
reaquecimento.

Para a moldagem das amostras de concreto asfaltico são seguidos os seguintes


passos:

i) separação dos agregados: cada uma das frações de agregado utilizada (brita 3/4",
brita 3/8", pó-de-pedra) é seca em estufa i 60°C e separada em frações
granulométricas; em seguida cada fração é lavada na respectiva peneira e então

Estudo de misturas asfalticas "mornas"


seca em estufa e acondicionada em sacos plásticos; para separação
utilizado um agitador de peneiras específico para esta finalidade;
(&
QF
32
gados é

ii) pesagem e mistura: a partir do ajuste granulométrico, feito com auxilio de uma
planilha eletrônica, o material pétreo é pesado em bandejas metálicas, e então
levado a estufa para aquecimento; a determinação das temperaturas de mistura e
compactação são determinadas atravgs da relação temperatura v e m viscosidade.

A mistura dos agregados é feita em um misturador eletromecânico desenvolvido por


Specht (2004) durante pesquisa realizada em seu doutorado. O equipamento é
composto de um motor elétrico trifásico, controle eletrônico de rotação, cuba térmica
dotada de duas resistências elétricas (2000 W cada) imersas em Óleo térmico e com
capacidade para 10 1: o controle de temperatura da cuba é feito através de um
controlador digital com precisão de 2OC. Cada batelada de massa é suficiente para a
moldagem de 5 amostras.

iii) compactação: a densificação dos corpos-de-prova é realizada em compactador


mecânico tipo Marshall com freqüência de 60 Hz e contador eletrônico do número de
golpes. A massa é colocada em três camadas dentro de um molde pré-aquecido e
sofre acomodação por golpes de um soquete metálico. A energia de compactação
pode ser de 50 ou 75 golpes por face com freqüência de 1golpe por segundo.

iv) desmoldagem: após a compactação as amostras são deixadas em repouso


durante 24 h e então extraídas dos moldes.

3.3.3.2 Resistência à tração por compressão diametral

A realização dos ensaios de resistência 5 tração por compressão diametral, realizadas


em amostras Marshall com 116,O mm de diâmetro e 63,5 mm de altura, seguiu as
prescrições da norma NBR 15087: Misturas asfálticas - Determinação da resistência a
tração por compressão diametral (ABNT, 2004). A velocidade de avanço do
carregamento é de 0,8 mm/s e a Equação 3.5 é utilizada para o cálculo de Rt .

-
Projeto de Pesquisa CONCEPA MPAV
Equação 3.5

Onde:

resistência à tração por compressão diametral a temperatura do ensaio, expressa


o,,:
em Megapascal, com precisão de 0,01 MPa.

E carga de ruptura em Newtons, com precisão mínima de 20 N.

A: a altura do corpo-de-prova em milímetros, com precisão de O,1 mm.

G! diâmetro do corpo-de-prova em milímetros, com precisão de 0,l mm.

O ensaio consiste na aplicação de um carregamento de compressão em amostras


cilíndricas; o carregamento é aplicado em planos paralelos, diametralmente opostos.
Esta configuração de carga, gera um plano de tensões de tração, razoavelmente
uniforme no plano perpendicular ao da aplicação da carga. O estado biaxial de
tensões, gerado na amostra durante o carregamento, está esquematicamente
apresentado na Figura 3,3. Esta configuração de solicitação é verificada também nos
ensaios de módulo de resiliência e fadiga.
P

@ ensãa y ma

Figura 3.3: Estado de tensões gerado no ensaio de tração por


compressão diametral

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


3.3,3.3 Módulo de resiliência

O módulo de resiliência é um fator importante na definição do dimensionamento


racional dos pavimentos, estando intimamente ligado ao projeto da mistura. É
definido como a razão entre a tensão de tração e a correspondente deformação
específica recuperável, quando as misturas asfálticas são submetidas a
carregamentos cíclicos, de baixa duração.

O módulo de resiliência das amostras de concreto asfáltico é determinado através da


prescrições da metodologia ME 133: Misturas betuminosas - determinação do módulo
de resiliência (DNER, 1994).

Utilizam-se para estes ensaios, corpos-de-prova de 101,6 mm de diâmetro e 63,5


mm de altura. O equipamento utilizado, conforme Figura 3.4, é composto por uma
estrutura metálica, um pistão que proporciona um carregamento repetido pulsante
com auxilio de um dispositivo pneumático, acoplado a um regulador de tempo e
freqüência de 1Hz. O equipamento funciona dentro de um câmara com temperatura
controlada; isso permite ensaios em diversas temperaturas.

3. Piriiãn
4. Amostra
5. Suporte LVDT
6.Sensor de dmlocarnento
tipo LYDS

Figura 3.4: Equipamento de módulo de resiliência

Projeto de Pesquisa CONCEPA - WPAV


J
A partir da aplicação do carregamento, com tempo de O,1 s e 0,9 s de repouso, a
amostra sofre deformações horizontais, que são medidas através de um L.V.D.T.,
ligado a um microcomputador. A Equação 3.6 é utilizada para o cálculo do módulo de
resiliência.

Equação 3.6

Onde:

MR: módulo de resiliência;

P: carga aplicada;

A: deformação elástica ou resiliente;

h: altura do corpo-de-prova; e

p: coeficiente de Poisson.

3.3.3.4 Efeito deletério da água

A prática brasileira de avaliação da adesividade agregado-ligante tem se limitado aos


ensaios visuais de verificação da ocorrência de desprendimento da película de Iigante
em agregados graúdos (após imersão em banho de água destilada a 40°C por 72 h)
e agregados miúdos (quando a mistura é submetida à ação de água destilada
fewente e a soluções de carbonato de sódio ferventes). Estes métodos não
apresentam correlação com o que acontece no campo, podendo apresentar
resultados enganosos.

A metodologia SUPERPAVE avalia a sensibilidade a umidade da mistura asfattica


através do método de ensaio T-283 : Resistance of Compacted Bituminous Mixture to
Moi3ture Induced Damage (AASHTO, 1989). Os resultados permitem a estimativa do

Estudo de misturas asfalticas "mornas"


descolamento da película de ligante do agregado nas misturas betuminosas e a
avaliação de aditivos líquidos, como os melhoradores de adesividade que são usados
nos ligantes (dope), ou sólidos em pó, tal como a cal hidrabda, que são adicionadas
ao agregado.

São produzidos dois subgrupos com três corpos-de-prova cada, que são
compactados para atingirem um teor de vazios entre 6 e 8 %. Um subgrupo é
condicionado pela saturação a vácuo. Em seguida, aplicam-se cicios de
congelamento e imersão em banhos de igua. Todos os corpos deprova são avaliados
em termos de resistência i tração indireta. Misturas não suscetíveis a umidade
apresentam a proporção entre resistência à tração de amostras condicionadas e não
condicionadas maior que 70 %.

3.3.3.5 Fadiga

Os ensaios laboratoriais utilizados para a determinação da vida de fadiga são


diferenciados pelo processo de desenvolvimento das tensões: flexão, torção, tração
direta ou indireta. No Brasil, o ensaio mais empregado e o de compressão diametral
a tensão controlada. Este ensaio tem sido utilizado em todo mundo pela simplicidade
nos processos de execução e preparação das amostras. As amostras podem ser
preparadas com o uso do soquete Marshall ou extraídas de placas ou da pista.

O sistema de carregamento do ensaio de módulo de resitiência foi utilizado para a


determinação da vida de fadiga das misturas asfálticas testadas, As amostras foram
submetidas a diversos níveis de tensão (proporcionais à resistência a tração estática)
e levadas a ruptura por fadiga i temperatura de 25OC.

3,3.3.6 Ensaio de fluência por compressão uniaxial com carregamento dinâmico

A avaliação da deformação permanente por compressão uniaxial com carregamento


dinâmico (creep dinâmico) foi realizada em corpos-de-prova Marshall utilizando o

Projeto de Pesquisa MNCEPA - LAPAV


mesmo equipamento empregado na determinação do m6dulo de resiliência. Uma
célula de carga e dois transdutores tipo LVDT ligados a um microprocessador
compõem o sistema de aquisição automática de dados.

O ensaio consiste na aplicação de pulsos de carga de duração de 0,l s intercalados


de um tempo de repouso de 0,9 S. Os corpos-de-prova são mantidos na temperatura
do ensaio (45OC) por no mínimo 4h e submetidos em seguida a um condicionamento
com aplicação de 200 ciclos de carga. Após o período de condicionamento, o
carregamento é suspenço por 100 s, o que permite a recuperação das deformações
elásticas. Na seqüência são aplicados 3.600 ciclos de carga (1 h) com posterior
período de repouso e descarregamento de I5 min.

Os LVDTs são fixados a alça superior de um sistema de sustentação tocando a alça


inferior. As deformações são resultado dos desiocamentos no centro do corpo-de-
prova em relação a distância entre as alças. Este procedimento garante que as
irregularidades da superfície de contato, fontes de erros, tenham influência somente
sobre a distribuição do carregamento. A partir dos dados obtidos pelos LVDTs são
determinados os deslocamentos sofridos pela amostra. As deformações são
calculadas dividindo-se os deslocamentos registrados pela distância entre os anéis de
fixação dos LVDTs na amostra. São obtidos a partir deste procedimento os valores
das deformações total, recuperável e permanente. A tensão utilizada neste ensaio foi
de 0,l MPa.

Estudo de misturas asfalticas "mornas"


Este capítulo apresenta os resultados obtidos no estudo de técnicas para produção
de misturas asfalticas a temperaturas intermediárias. Neste relatório serão
apresentados os resultados referentes ao estudo da técnica que utiliza emulsão
asfáltica e aditivo químico a base de enxofre.

4.1.1 Agregados

0 s agregados utilizados são provenientes da jazida de basalto localizada em Santo


Antônio da Patrulha. A distribuição granulométrica dos agregados é apresentada na
Tabela 4.1.

A curva granulométrica das misturas estudadas, apresentada na Figura 4.1, é


composta por 21% de brita 3/4", 14% de brita 3/8", 58% de pó-de-pedra, 4% de
areia e 3% de cal. A Tabela 4.2 apresenta as densidades dos agregados e da mistura
mineral empregadas nos cálculos das características volumétricas das misturas
asfálticas mornas projetadas.

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


Ta bela 4.1: Granulometria dos agregados utilizados
Pó-de-
PENEIRA mm Brita 314 Brita 318 pedra Areia Cal
314" 19,l 100,O

Compoçicão Granubmétrica - Faka 4B I.A.

o, 1 1 10
Diametm dos Gtãos (mm)

Figura 4.1 : Cuwa granulométrica das misturas estudadas

Estudo de misturas asíáltims "mornas"


.:-.4.

Tabela 4.2: Densidades dos agregados e da mistura mineral


Agregados Mistura Mineral
Peneiras OO
/ D.real D.ap. Ab. D.real 2,804
314" a 8 53,O 2,842 2,768 0,94 D.ap. 2,765
Pas. 8 47,O 2,762 --- --- Dmrn 2,784

4.1.2 Ligante asfaltico

As características do CAP 50170 foi empregado na formulação das misturas "mornas"


estudadas são apresentadas na Tabela 4.3, cada resultado representa a média de
três determinações.

Tabela 4.3: Características do CAP 50/70 utilizado


Característica 1 CAP 50/70
Densidade
Penetração - lOOg, 5s, 25°C (10-Imm)
Ponto de amolecimento ("C)

O ensaio empregando o viscosimetro Brookfield foi utilizado para a determinação da


temperatura de mistura do ligante. A variação da viscosidade em função da
temperatura para CAP 50170 é mostrada na Figura 4.2. A partir dos resultados a
faixa de temperaturas adotada foi 157 - 164OC, para garantir o cobrimento adequado
dos agregados.

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I
Compactação
Mktum I

---------.-*-*-----
-.-*-*-.-.-*-*----- .-.-.---------.-.-.----
.-*---------------*+---

y = 9, ME+
1I X ' ~ ~ ~ ~
= 0,996
.- -
I I 1 I

140 160
Temperatura (OC)

Figura 4.2: Variação da viscosidade do CAP 50170 em função da


temperatura

4.1.3 Emulsão asfáltica

A Tabela 4.4 apresenta os resultados dos ensaios de caracterização da emulsão


asfáltica utilizada nesta etapa da pesquisa.

Tabela 4.4: Características da emulsão asfáltica


Ensaios Unidade Valores especificados Resultados
Mínimo Máximo
Carga da partícula --- positiva --- positiva
Visc. Saybolt Furol, 50°C s 100 400 223
Resíduo da emulsão YO 67 --- 68,5
Peneiração, 841pm % em peço 0, 1 --- 0,02
Sedimentação, 5 dias YO --- 5 ---
Desemulsibilidade OO
/ em peso 50 --- 62,5
Ph Ph --- 615 3,l
Densidade --- --- --- 0,999

Estudo de misturas asfáltias "mornas"


O aditivo a base de enxofre é constituído de produtos
cobrimento e trabalhabilidade, promotores de adesividade e agentes emulsificantes.
O produto é adicionado à emulsão asfáltica aquecida a 80°C em teores de até 0,5%
em peso de emulsão. Durante a produção da mistura asfáltica a emulsão é utilizada
em substituição aos ligantes asfalticos convencionais.

O teor de aditivo empregado foi determinado a partir de ensaios para a avaliação da


adesividade ligante-agregado segundo o método do DNER ME 078/94 - Agregado
graúdo - adesividade a ligante betuminoso. Foram investigados teores de aditivo de
0,3, 0,4 e 0,5*/0.Como pode ser observado na Figura 4.3 os teores investigados
resultaram em adesividade adequada, não sendo observado descolamento de
ligante. Sendo assim, o teor adotado foi 0,3%.

Figura 4.3: Avaliação da adesividade ligante-agregado para


determinação do teor de aditivo

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


Fi.?p

4.2 PROJETO DA MISTURA COM EMULSÃO

A curva granulométrica das misturas estudadas, apresentada na Figura 4.4, é


composta por 21% de brita 3/4", 14% de brita 3/8", 58% de pó-de-pedra, 4% de
areia e 3% de cal.

Composicão Granulométrica - Faixa C do DNTT - 031/2006 ES

Peneiras 200 80 40 10 4 318" 112' 314"


I00 .L.. .. I I I L I b

90 - -- -Fak C
80 -
x Superpaw

50:
3 40:
t! 30-
20-
10
o 1
-

0,010
x
0,100
- . ..

1,000 Io,000
' I00
100,000
Diametro dos Grãos (m)

Figura 4.4: Cuwa granulométrica da mistura estudada

Para o projeto da mistura asfaltica foi determinado o teor de emulsão que resultaria
em igual teor de ligante asfáltico de projeto (5,5%) em função do residuo asfáltico
da emulsão.

O procedimento de mistura 6 realizado a 12O0C.Os agregados são aquecidos de


forma a garantir esta temperatura quando adicionada a ernulsão a 80°C. Durante o
processo de mistura a emulsão sofre ruptura e ocorre a cura em função da
temperatura que causa evaporação. A temperatura de compactação deve variar
entre 90 e 100°C.

As características volumétricas da mistura produzida são apresenbdas na Tabela 4.5,


cada resultado representa a mgdia de três determinações.

Estudo de misturas asfáiticas "mornas"


- *.-
Tabela 4.5: Características volumetricas das misturas
D, aparente Vv (%) VAM (%) RBV (%)
REF (TRS) 2,43 410 27 76
REF (LAPAV) 2,49 211 16 86
EBE 8 2,47 216 i6 84
Emulsão 2,45 316 17 79

As amostras produzidas foram utilizadas para a realização de ensaios de módulo de


resiliência (MR), resistência a tração (RT) e Cantabro. As Figuras 4.5 e 4.6
apresentam as medias de três determinações obtidas nos ensaios de MR e RT,
respectivamente. Os valores da mistura de referência (TE)(0% de água) foram
fornecidos pela Concepa, podendo-se considerar que o MR é um pouco elevado para
um concreto asfáltico produzido com ligante convencionalHCom o objetivo de
confirmar os valores foram realizados novos ensaios para a determinação das
características volumétricas e do MR e da RT da mistura de refergncia (REF), sendo
denominados REF (LAPAV).

o
EBE 8 Emulsão REF (TRÇ) REF (IAPAV)

Figura 4.5: MR das misturas estudadas

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


FL. W

EBE 8 Emulsão REF (TRS) REF (LAPAV)

Figura 4.6: RT das msituras estudadas

Os valores de MR e RT obtidos para as misturas "mornas" avaliadas são muito


próximos aos observados para CBUQs produzidos com ligante convencional (da
ordem de 4.000 MPa e 1 MPa, respectivamente), portanto, considerando o
desempenho mecânico das amostras, é correto concluir que as técnicas empregadas
são adequadas para a produção de misturas asfálticas a temperaturas intermediárias.

Cabe ressaltar a importância da verificação da adesividade do ligante ao agregado


pétreo que pode ter sido reduzida em função da utilização de emulsão asfáltica. Esta
caracteristica foi avaliada empregando a metodologia Lottman Modificada. A Ta bela
4.6 apresenta os resultados obtidos segundo este método. A resistência à tração
representa a média do resultado para 3 corpos-de-prova. Os materiais avaliados
atenderam à especificação SUPERPAVE~~
de resistência retida à tração (RRT)
superior a 70%. Obsewa-se o efeito positivo da utilização de um melhorador de
adesividade evidenciada pelo excelente resultado das amostras produzidas com
ernulção. A RRT foi superior 5 obsenrada para o concreto asfáltico convencional
(REF).

Estudo de misturas asfalticas "mornas"


Ta bela 4.6:Resultado dos ensaios Lottrnan Modificado ..+*-

Emulsão EBE REF

RT condicionados (MPa) 0,469 0,305 0,479

RT sem condicionamento (MPa) 0,538 0,435 0,581

RRT (%) 87 70 82,5

A avaliação da perda de massa devido ao desgaste por abrasão em conseqüência do


trafego foi realizada através do ensaio Cantabro que utiliza o equipamento Los
Angeles. A perda de massa das amostras avaliadas é apresentada na Tabela 4.7,
cada resultado representa a média de três determinações. Observa-se um aumento
da perda para as misturas produzidas com emulsão asfaltica provavelmente em
função da maior "rigidez" obsewada nos resultados de MR e RT.

Tabela 4.7: Perda de massa no ensaio Cantabro


Perda de massa (?h)
Ernulsão 7,3
I EBE 8 I 2,6 1
I REF I 3,1 1

Para o projeto da mistura asfaltica com ze6lita estipulou-se, baseado na literatura, o


teor de aditivo a ser utilizado em 0,3% sobre o peso total (ligante + agregado). Foi
necesdrio fazer testes para determinação das temperaturas de mistura e
compactação. A temperatura de mistura deve variar entre 100 e 120°C e a
temperatura de compactação entre 80 e 100°C. Para estabelecer a melhor
temperatura foram realizados testes de mistura e compactação variando estas
temperaturas avaliando o cobrimento dos agregados e a trabalhabilidade da mistura,

-
Projeto de Pesquisa CONCEPA LAPAV
47

bem como o comportamento mecânico dos materiais


ensaios de módulo de resiliência (MR) e resistência a tração (RT). Foram avaliadas
temperaturas de mistura de 120, 110 e 100°C e de compactação de 85 e 95°C.
Analizou-se a influência da granulometria da zeólita trabalhando com duas amostras
de material: uma mais granular (passante na peneira n. 10 e retido na peneira n. 80
- fração areia) e uma mais fina (passante na peneira 200 - fíler). A Figura 4.7
apresenta a distribuição granulométrica da ze6lita disponibilizada para este estudo.

Distribuição Granulométrica - ZEOUTA

- - .Amostragem 1
L

+Amostragem 2

I I 1 1 1 1 1 1 1 1 I 1 1 1 1 1 1 ! 1 I 1 1 1 1 1 1 1 1

Tamanho Partículas (mm)

Figura 4.7: Distribuição granulométrica da zeólita estudada

As caracteristicas volumetricas das misturas produzidas são apresentadas na Tabela


4.8. É possível observar que a granulometria da zeólita adicionada tem pouca
influência sobre as caracteristicas volumétricas das amostras. No entanto, as
temperaturas de mistura e compactação têm papel fundamental. Os resultados mais
próximos da mistura de comparação e com melhores características foram obtidos
para o conjunto de temperaturas 110 e 95°C (mistura e compactação). A redução e
bastante significativa uma vez que para a mistura convencional estas temperaturas
são próximas de 160 e 140°C.

Estudo de misturas asfalticas "mornas"


./ps-?J)
in..hFJ
i.-.-
-1-
,&
Tabela 4.8: Características volumétricas das misturas
D.aparente Vv(%) VAM (%) RBV (%)
REF (TRS) 2,43 410 17 76
REF (LAPAV) 2,49 16 86
EBE 8 2,47 2'6 16 84
Emulsão 2/45 3t6 17 79
Ret # 80 (100 - 85°C) 2,41 4,8 18 73
Ret # 80 (110- 85°C)
Ret # 80 (120 - 85°C)
Ret # 80 (110 - 95°C)
Ret # 80 (120 - 95°C)
Pass #200 (100 - 85°C)
Pass #200 (110 - 85°C)
Pass #200 (110 - 95°C)

A Tabela 4.9 apresenta os resultados de módulo de resiliência (MR) e resistência à


tração (RT) para as amostras avaliadas (media de três determinações). É possivel
obsewar que, no que diz respeito às características mecânicas avaliadas, nem a
granulometria da zeólita nem as temperaturas têm influência significativa no
comportamento do material analisado. Sendo assim, com base nos resultados
apresentados o conjunto de temperaturas 110 e 9S°C, mistura e compactação
respectivamente, foi considerado o mais adequado para produção de misturas
asfálticas "mornas" com emprego de zeólita h

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


RT (MPa) M R (MPa)
REF (TE) 1,20 7.000
REF (IAPAV) 0,87 5.I I I
EBE 8 0,87 4.209
E ~ u ~ s ~ o 1/05 6.928
Ret # 80 (100- 85°C) 0,93 6.247
Ret # 80 (110 - 85°C) 1,14 7.170
R& # 80 (120 - 85°C) 1,13 6.529
Ret # 80 (110 - 95°C) 1,14 6.570
Ret # 80 (120 - 95°C) 1,21 8.224
Pass #200 (100 - 85°C) 1,02 6.695
Pass #200 (110- 85°C) 1/05 6.891
Pass #200 (110- 95°C) 1,12 6.401

O trincamento por fadiga e um dos defeitos mais comuns observados em pavimentos


com baixo desempenho. E caracterizado pelo aparecimento de trincas longitudinais
nas trilhas de roda que podem propagar-se pela superficie do pavimento formando
trincas interligadas tipo couro de jacaré. Este tipo de defeito pode ter seu início na
superfície do pavimento, devido a ação de forças cisalhantes resultantes do trafego,
ou na fibra inferior da camada asfáltica resultando de tensões de tração excessivas.

A vida de fadiga das misturas estudadas nesta pesquisa foi avaliada empregando
ensaios de fadiga i tensão controlada a 25°C; o critério de ruptura neste tipo de
ensaio é o trincamento completo do material. As Figuras 4.8 e 4.9 apresentam as
curvas de fadiga para a mistura estudada em função da tensão de tração e da
diferença de tensões, cada ponto na cunra representa um ensaio. A curva que
representa a vida de fadiga de uma mistura asfáltica em função da solicitação
aplicada segue modelo da seguinte equação:

Estudo de misturas asfalticaç "mornas"


Onde: Nf: vida de fadiga; S: solicitação e a, b: constantes do modelo.

Tensão de trwão (MPa)

Figura 4.8: Curva de fadiga da mistura estudada em função da


tensão de tração

Diferença de tensaes (MPa)

Figura 4,9:Curva de fadiga da mistura estudada em função da


diferença de tensões
Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV
A Tabela 4.10 apresenta as constantes dos modelos gerados para a vida de fadiga da
mistura estudada em função da tensão de tração e da diferença de tensões.

Tabela 4.10: Constantes do modelo de fadiga para as misturas


estudadas
I TENSAO DE TRAGO
(MPA) / DIFERENÇA DE TENS~ES(MPA)
MISIURA a b R~ a b
CAP 50/70 8,91 -4,0869 0,93 2.573 -4,0869 0,93

O trafego pesado, em especial lento e canalizado, aliado a altas temperaturas pode


causar deformações plásticas nas trilhas de roda, defeito comum nas rodovias
brasileiras. Afundamentos acentuados indicam a ruptura do pavimento e diminuem a
segurança e o conforto do usuário por favorecer a ocorrência dos fenômenos de
hidroplanagem e spray.

Segundo Souza et al. (1991) o ATR resulta da combinação da densificação e da


distorção por cisalhamento dos materiais, podendo ocorrer em uma ou mais
camadas do pavimento.

Com o objetivo de avaliar a resistência às deformações permanentes da mistura


estudada foram realizados ensaios de creep dinamico. A partir dos resultados obtidos
nestes procedimentos e possível estabelecer o m6dulo de creep dinamico ou módulo
de fluência dinâmica empregando a equação a seguir:

Onde: E,: módulo de ceepdinâmico em MPa; tensão axial aplicada em MPa


e EeSp: deformação permanente especifica em mm/mm.
Estudo de misturas asfáltims "mornas"
A Tabela 4.1 1 apresenta os deslocamentos absolutos medidos e as deformações
específicas e módulos de creep dinâmico calculados para a mistura estudada (média
de três determinações). A utilização de ligantes modificados pode aumentar a
resistência às deformações das misturas asfálticas se comparada a obtida para a
mistura com CAP 50170.

Ta bela 4.1 I: Resultados dos ensaios de creep dinâmico


CAP 50/70
Deslocamento (mm)
Elástico 0,474
Plástico 0,505
Total O ,600
Deformação específica (mmlmm)
Recuperavel 0,0118
Permanente 0,0013
Tota I 0,013
Módulo de creep dinâmico (MPa)

Avaliando os resultados obtidos para as técnicas para produção de misturas mornas


empregando emulsão modificada e zeolita considera-se viável a realização de testes
de produção em usina de asfalto. A partir da escolha da técnica a ser avaliada em
verdadeira grandeza, sugere-se a realização de ensaios para análise da vida de
fadiga e da resistência às deformações permanentes em escala laboratorial,
comparando o comportamento da mistura com os resultados já obtidos para
misturas convencionais.

Projeto de Pesquisa CONCEPA - iAPAV


A busca de métodos produtivos mais eficientes, otimizando a utilização dos recursos
naturais e limitando o impacto destas atividades sobre o meio ambiente é uma
preocupação global, objetivando atingir um desenvolvimento sustentável.

A construção de pavimentos se enquadra neste contexto e pesquisas recentes têm


procurado criar tecnologias que proporcionam menores consumo energético e
redução nas emissões de gases poluentes na atmosfera, entre elas destaca-se a
produção e aplicação de misturas asfálticas em temperaturas intermediárias - cerca
de 100°C.

Em sintonia com as pesquisas mundiais, este projeto buscou o desenvolvimento de


procedimentos aplicáveis de acordo com a realidade da pavimentação brasileira. A
técnica proposta pela empresa francesa FAIRCO, conhecida como Enrubés a Basse
Énergie (EBE), mostrou-se adequada para produção de misturas asfálticas a
temperaturas intermediárias, resultando em materiais com características mecânicas
muito próximas às observadas para a mistura de referência produzida em
temperatura convencional.

No entanto, para garantir o sucesso da aplicação da técnica EBE, considerava-se


fundamental a execução de um teste de usinagem e compactação empregando os
equipamentos utilizados em obras rodoviárias. A realização deste procedimento
experimental avaliada em conjunto por LAPAV e CONCEPA foi considerada dificil em
função das alterações necessárias na Usina de Asfalto para produção da mistura
(explanadas no capitulo Ideste relatório). Sendo então reconsiderada a sequência da
pesquisa, optando-se por analisar outras técnicas que via bilizassern a execução de
pavimentos empregando misturas "mornas".

As duas opções avaliadas - ernulsão modificada e zeólita - mostraram-se adequadas


e facilmente produzidas sem necessidade de adaptações significativas para produção
utilizando usinas asfálticas tradicionais.
Estudo de misturas asfálticas "mornas"
A redução nas temperaturas de produção e aplicação das misturas estudadas atingiu
aproximadamente 50°C. Para as misturas com emulsão estas temperaturas são 120 e
95°C e para as misturas com zeólita 110 e 95°C. Considerando a utilização de
zeólitas, esta diminuição resulta em ganho energético de aproximadamente 20% e
redução da emissão de gases poluentes na atmosfera de 18 a 25% (Eurovia, 2006).
Para a produção de misturas mornas com a técnica empregando emulsão modificada
pode-se esperar uma diminuição do consumo energético de ate 55%, o que
representaria redução de 45% de emissão de C02 e S02 na atmosfera (FHWA,
2006).

A técnica a ser empregada pela concessionária será definida em função da escolha


do produto a ser adquirido - emulsão modificada ou zeólita. Esta escolha pode ser
em função de custos ou de facilidade de produção. A técnica empregando zeólita
parece ser, a primeira vista, de simples produção, uma vez que o aditivo e fornecido
em pó e adicionado à mistura durante o processo de usinagem juntamente com o
ligante asfaltico (escolhido em função das necessidades de projeto).

Cabe ressaltar que as duas técnicas são promissoras visto que as baixas
temperaturas podem aumentar a distância de transporte entre a usina e o local de
execução, além de permitir o trabalho em condições climáticas mais adversas que as
misturas asfalticas a quente convencionais. A diferença entre as temperaturas de
mistura e compactação (entre 25 e 35°C) é comparável às temperaturas para
misturas à quente demonstrando ser períeitamente executável. No entanto, não
deve ser descartado um teste de usinagem e aplicação em verdadeira grandeza.

Projeto de Pesquisa CONCEPA - LAPAV


Equipe executora

Coordenador: Professor DSc. Jorge augusto Pereira Ceratti

Equipe técnica: Professor Dr. Washington Peres NÚfíez

Enga. Dra. Luciana Rohde

Equipe de apoio: Ândreas Ostermann (aluno de Graduação)

Diego Treichel (aluno de Graduação)

Daniel (técnico do LAPAV)

Vinícius (técnico do LAPAV)

Estudo de misturas asfálticas "mornas"


E~irZpeexecutora

Professor Dr. Washington Peres Nufiez


Equipe tknica

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