Roteiro Aula 5
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Direito Eleitoral
Fabiano Melo
Aula 5
ROTEIRO DE AULA
Temas: Fundo especial de financiamento de campanhas eleitorais, arrecadação, doação por pessoas físicas e
prestação de contas, sistema eletrônico de votação
É um fundo público criado recentemente. A partir da ADI 4650 que foi julgada pelo STF em 2015 tivemos o fim
das doações empresariais. As empresas não podem mais doar para campanhas eleitorais. Nossa classe política
precisava de alguma forma obter recursos para o financiamento das campanhas e isso foi feito por meio deste
fundo especial de financiamento de campanhas, que está relacionado nos arts. 16-C e 16-D da Lei n. 9.504/97 e
há uma regulamentação do tema por parte do TSE pela Resolução n. 23.605/19.
Esse fundo é basicamente formado por dotações orçamentárias definidas aqui pelo TSE e também por meio das
emendas impositivas da bancada dos nossos representantes. Nas últimas eleições que tivemos, as eleições
municipais de 2020, houve uma definição desse montante, desses valores dessas dotações destinadas para esse
fundo público com implicações na destinação e na prestação de contas.
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Art. 16-C. O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) é constituído por dotações orçamentárias da
União em ano eleitoral, em valor ao menos equivalente:
I - ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cada eleição, com base nos parâmetros definidos em lei;
II - ao percentual do montante total dos recursos da reserva específica a programações decorrentes de emendas
de bancada estadual impositiva, que será encaminhado no projeto de lei orçamentária anual.
Esse fundo é de 2017, então foi usado pela primeira vez nas eleições municipais de 2020. Uma vez definido, o
tesouro nacional vai depositar no Banco do Brasil, até o primeiro dia útil do mês de junho das eleições os
montantes para o TSE. Nos 15 dias subsequentes, o TSE vai divulgar esses recursos. Os partidos políticos vão ter
que publicar os critérios para esses recursos oriundos desse fundo público
Art. 16-C.
§ 7o Os recursos de que trata este artigo ficarão à disposição do partido político somente após a definição de
critérios para a sua distribuição, os quais, aprovados pela maioria absoluta dos membros do órgão de direção
executiva nacional do partido, serão divulgados publicamente.
Uma vez que o tesouro nacional tenha feito o depósito no TSE e tenha sido disponibilizado nos 15 dias, a partir
daí o órgão de direção executivo nacional do partido político vai ter que definir e publicar essas resoluções. Se
formos no site do TSE, veremos que os partidos políticos têm resoluções definindo a alocação desses recursos e
quais os critérios. O fato de o partido ter definido de uma ou de outra forma não está sujeito ao crivo prévio de
mérito TSE porque isso é matéria interna corporis, é uma discussão do partido, à exceção da questão de gênero.
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Art. 16-D. Os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), para o primeiro turno das
eleições, serão distribuídos entre os partidos políticos, obedecidos os seguintes critérios:
I - 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal
Superior Eleitoral [temos atualmente 33 partidos];
II - 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na Câmara
dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados;
III - 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes na
Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares;
IV - 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes no Senado
Federal, consideradas as legendas dos titulares.
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, a distribuição dos recursos entre os partidos terá por
base o número de representantes eleitos para a Câmara dos Deputados na última eleição geral, ressalvados os
casos dos detentores de mandato que migraram em razão de o partido pelo qual foram eleitos não ter cumprido
os requisitos previstos no § 3º do art. 17 da Constituição Federal.
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➢ Neste caso, é a hipótese da cláusula de barreira. A pessoa foi eleita por um partido que não conseguiu
atingir os percentuais, o número mínimo de deputados para que atenda as exigências da cláusula de
barreira. O partido político não atingiu os índices necessários para que se atenda a cláusula de barreira.
Nessa hipótese, fazemos a migração do § 3º.
§ 4º Para fins do disposto no inciso IV do caput deste artigo, a distribuição dos recursos entre os partidos terá por
base o número de representantes eleitos para o Senado Federal na última eleição geral, bem como os Senadores
filiados ao partido que, na data da última eleição geral, encontravam-se no 1º (primeiro) quadriênio de seus
mandatos.
➢ Aqui, temos uma conjugação entre o número de representantes eleitos na última eleição geral e
considerar aqueles que foram filiados ao partido que estavam no primeiro quadriênio de seus mandatos.
É possível a renúncia aos recursos do fundo eleitoral? Pode o partido político dizer que não quer ter acesso aos
recursos desse fundo público porque quer participar das campanhas sem ter esse acesso?
Art. 16-C.
§ 16. Os partidos podem comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral até o 1º (primeiro) dia útil do mês de junho a
renúncia ao FEFC, vedada a redistribuição desses recursos aos demais partidos.
É perfeitamente possível e aconteceu nas últimas eleições e esses partidos podem querer ter acesso nas futuras
eleições. Se o partido abriu mão desses recursos, isso é uma renúncia e os outros partidos não terão acesso a
esses recursos do fundo público.
E os recursos que não foram utilizados na campanha eleitoral de uma candidatura que teve acesso a esse fundo
público? Deverão ser integralmente devolvidos ao tesouro nacional.
Art. 16-C.
§ 11. Os recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que não forem utilizados nas
campanhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, integralmente, no momento da apresentação
da respectiva prestação de contas.
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Na Lei das Eleições já tínhamos a obrigatoriedade de 30% das candidaturas proporcionais serem destinadas ao
gênero feminino e isso já foi discutido anteriormente. Agora falaremos em relação à alocação dos recursos e,
neste caso, a Resolução n. 23.607/2019 fala em “candidatas”.
Imagine que um partido lançou 40 ou 50% de candidatas, então deve seguir esta majoração. Se temos 40% de
candidatas, deve se observar a proporcionalidade na destinação dos recursos do FEFC.
Pode aplicar esses recursos em campanhas masculinas, dos homens? Essa verba é para as candidaturas femininas.
Se for alocado em candidaturas masculinas, isto é uma irregularidade.
Tem despesas que são comuns, como manter um comitê. Essas despesas comuns não vão entrar nesta vedação.
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§ 7º O disposto no § 6º deste artigo não impede: o pagamento de despesas comuns com candidatos do gênero
masculino; a transferência ao órgão partidário de verbas destinadas ao custeio da sua cota-parte em despesas
coletivas; outros usos regulares dos recursos provenientes da cota de gênero; desde que, em todos os casos, haja
benefício para campanhas femininas.
O candidato homem que utilizar desses recursos está sujeito à representação de captação ilícita.
Lei 9.504/1997
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze)
dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar
condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos.
Uma vez comprovada a captação ou gastos ilícitos de recursos, será negado o diploma ao candidato ou cassado,
se já tiver sido outorgado a ele. Já sabemos que esse fundo é um fundo público destinado às candidaturas. Temos,
a partir do momento em que é disponibilizado os recursos oriundos desse fundo público, a questão da
responsabilidade pelas despesas. Quem é responsável pelas despesas realizadas em campanhas eleitorais? A
responsabilidade é dos partidos políticos, das agremiações políticas e dos candidatos.
Lei 9.504/1997
Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de seus
candidatos, e financiadas na forma desta Lei.
Serão contabilizados tudo o que poderá ser individualizado conforme a legislação eleitoral, dentro dos limites dos
gastos de campanha de cada candidato. Como fica a questão do gasto com honorários advocatícios e honorários
contábeis? Como esses gastos são contabilizados?
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Lei 9.504/1997
Art. 18-A.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput deste artigo, os gastos advocatícios e de contabilidade referentes
a consultoria, assessoria e honorários, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor
destas, bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não
estão sujeitos a limites de gastos ou a limites que possam impor dificuldade ao exercício da ampla defesa.
Atenção, em campanhas políticas esses gastos advocatícios e de contabilidade são relacionados, mas não entram
nos cálculos dos limites de gastos. O TSE define esses limites em todas as campanhas para vedar o desequilíbrio
entre os candidatos, limites como a imposição de um teto de gastos para determinado cargo eletivo. Nesses
limites, não entram os gastos com honorários e consultoria de advogados e contadores, nem nos custos com
defesa em ações judiciais. E quando um candidato desrespeita os limites estabelecidos nas eleições?
Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa
em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da
apuração da ocorrência de abuso do poder econômico.
Art. 18-C. O limite de gastos nas campanhas dos candidatos às eleições para prefeito e vereador, na respectiva
circunscrição, será equivalente ao limite para os respectivos cargos nas eleições de 2016, atualizado pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aferido pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), ou por índice que o substituir.
Temos aqui o referencial estabelecido em lei para as eleições de 2016, que foram tomadas como referência. Em
2020, houve uma atualização feita de acordo com o IPCA, que é o índice do IBGE ou outro índice que o substituir.
No segundo turno, em Municípios com mais de 200.000 eleitores, tendo como referência esse teto de gastos, é
de 40% desse referencial
Art. 18-C.
Parágrafo único. Nas campanhas para segundo turno das eleições para prefeito, onde houver, o limite de gastos
de cada candidato será de 40% (quarenta por cento) do limite previsto no caput deste artigo.
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Temos ainda a responsabilidade pela administração financeira de uma campanha a prefeito(a) ou vereador(a). É
possível colocar um terceiro como responsável por essa administração financeira da campanha? Sim, mas esses
terceiros são responsáveis solidários juntamente com o(a) candidato(a).
Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a
administração financeira de sua campanha usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos à cota
do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas, na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 21. O candidato é solidariamente responsável com a pessoa indicada na forma do art. 20 desta Lei pela
veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha, devendo ambos assinar a respectiva
prestação de contas.
Temos um sistema de prestação de contas eleitorais, que é o SPCE, e ambos (o candidato e o terceiro responsável
pela administração financeira da campanha) assinam. Uma vez que temos uma campanha eleitoral, precisamos
arrecadar, captar recursos oriundos do fundo especial, do fundo partidário, do próprio candidato, doação de
pessoas físicas. O candidato tem que ter CNPJ e abrir uma conta corrente (CEF, Banco do Brasil ou banco
credenciado ao BACEN) e nesta conta, os recursos financeiros movimentos pela campanha devem passar
necessariamente por ela. Não pode mais haver doação em espécie.
Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para registrar todo o
movimento financeiro da campanha.
§ 1o Os bancos são obrigados a:
I - acatar, em até três dias, o pedido de abertura de conta de qualquer candidato escolhido em convenção, sendo-
lhes vedado condicioná-la a depósito mínimo e à cobrança de taxas ou de outras despesas de manutenção;
II - identificar, nos extratos bancários das contas correntes a que se refere o caput, o CPF ou o CNPJ do doador.
III - encerrar a conta bancária no final do ano da eleição, transferindo a totalidade do saldo existente para a conta
bancária do órgão de direção indicado pelo partido, na forma prevista no art. 31, e informar o fato à Justiça
Eleitoral.
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A conta corrente específica deve ser encerrada no final do ano da eleição e a totalidade do saldo remanescente
vai para a conta bancária do órgão de direção indicado pelo partido. Isso não se aplica naqueles Municípios onde
não existem agências bancárias ou postos de atendimento, nas campanhas para prefeito e vereador.
Art. 22
§ 3o O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não provenham da conta específica
de que trata o caput deste artigo implicará a desaprovação da prestação de contas do partido ou candidato;
comprovado abuso de poder econômico, será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, se já
houver sido outorgado.
Recursos financeiros que não provenham da conta específica criada para a campanha acarretará a desaprovação
da prestação de contas do partido ou candidato. E se forem rejeitadas as contas justamente por esse fato de ter
pagamento de despesas, de gastos de campanha que não passaram pela conta, vai encaminhar os autos ao MP
para que, se ele achar pertinente, aplique o art. 22 da LC n. 64/1990 (Lei das Inelegibilidades), o que será estudado
adianta em aulas de processo eleitoral.
Art. 22-A. Os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ.
§ 1o Após o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer em até 3 (três)
dias úteis, o número de registro de CNPJ.
§ 2o Cumprido o disposto no § 1o deste artigo e no § 1o do art. 22, ficam os candidatos autorizados a promover a
arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas necessárias à campanha eleitoral.
A partir do momento que temos CNPJ do candidato, abertura de conta corrente, o passo seguinte é que ele
comece a arrecadação de recursos para sua campanha, por meio dos fundos, de doações de pessoas físicas ou por
meio de recursos próprios. Depois, teremos os gastos eleitorais.
Vamos falar agora sobre a arrecadação especial e em seguida sobre os gastos eleitorais. Quando falamos em
arrecadação para as campanhas eleitorais, é basicamente a arrecadação que temos nos fundos, mas também por
doação de pessoas físicas, doação do próprio candidato e essas doações têm dinâmicas próprias. Não pode pessoa
jurídica fazer doações para as campanhas. Também falaremos da questão do financiamento coletivo,
popularmente conhecido como “vaquinhas online”, que também é possível em campanhas eleitorais e
devidamente regulamentado pelo TSE.
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Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais,
obedecido o disposto nesta Lei.
§ 1o As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos
brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição.
Eleições gerais de 2022. O doador pode doar para campanhas eleitorais 10% do valor bruto que ele recebeu no
ano anterior ao das eleições, que terá como referência o imposto de renda de 2021. As eleições municipais de
2020 tiveram como referência o imposto de renda de 2019. Aparecem como possíveis irregularidades aquela
pessoa que fez doação para campanha eleitoral, mas que recebeu o auxílio emergencial ou que se declarou como
isento no imposto de renda ou que os valores informados não batem.
Art. 23.
§ 7º O limite previsto no § 1o deste artigo não se aplica a doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de
bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, desde que o valor
estimado não ultrapasse R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) por doador.
Neste caso de cessão de bens móveis ou imóveis, esse limite de 10% não se aplicará desde que não ultrapasse R$
40.000,00 (quarenta mil reais) por doador. Os gastos com honorários advocatícios e contábeis não entram nos
limites. Com relação à doação, eles aparecem novamente:
Art. 23.
§ 10. O pagamento efetuado por pessoas físicas, candidatos ou partidos em decorrência de honorários de serviços
advocatícios e de contabilidade, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor destas,
bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não será
considerado para a aferição do limite previsto no § 1º deste artigo e não constitui doação de bens e serviços
estimáveis em dinheiro.
Honorários advocatícios e contábeis não constituem doação de bens e serviços estimáveis em dinheiro. Toda vez
que a pessoa física está doando quantias estimáveis em dinheiro para uma candidatura, precisamos ter recibo
assinado pelo doador e isso é a regra, exceto em algumas hipóteses que a lei dispensa o recibo. A conta bancária
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facilita muito toda essa discussão e cartão de crédito também é perfeitamente possível porque existe a
identificação do doador.
Art. 23.
§ 2o As doações estimáveis em dinheiro a candidato específico, comitê ou partido deverão ser feitas mediante
recibo, assinado pelo doador, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 28.
Nessas hipóteses, fica dispensada a comprovação e existem mais nuances sobre o tema que serão melhor
abordadas quando tratarmos sobre prestação de contas propriamente dita.
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Gabarito: D.
Art. 23.
§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos
limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer.
10% aqui é sobre os limites de gastos do cargo em que ele pretende concorrer. Então temos um teto estabelecido
pela Justiça Eleitoral e o candidato pode usar recursos próprios no limite de 10% desse teto. Temos um sistema
misto de arrecadação, onde o candidato pode obter recursos dos fundos públicos, de doações de pessoas físicas
ou dos seus próprios recursos. Se o candidato passar desses 10%, ele pode ser multado no valor de até 100% da
quantia em excesso.
Art. 23.
§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor
de até 100% (cem por cento) da quantia em excesso.
As doações de recursos financeiros são efetuadas por meio de conta bancária, conforme já vimos. Isso é feito por
meio de cheque cruzado nominal, depósitos identificados ou transferência bancária.
Art. 23.
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§ 4o As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta mencionada no art. 22 desta Lei
por meio de:
I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;
II - depósitos em espécie devidamente identificados até o limite fixado no inciso I do § 1o deste artigo;
Este limite mencionado está revogado, mas é possível depositar em espécie qualquer quantia? Há um valor que
foi utilizado nas últimas eleições que está na Resolução n. 23.607/2019 do TSE que é R$ 1.064,10 (mil e sessenta
e quatro reais e dez centavos). Em outras palavras, se alguém quiser depositar em espécie, existe esse teto.
Existe a possibilidade de doação por cartão de crédito, mediante alguns requisitos: identificação do doador e
emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.
Art. 23.
§ 4º.
III - mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet, permitindo inclusive o uso de
cartão de crédito, e que deverá atender aos seguintes requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.
Agora vamos falar da questão do financiamento coletivo, que é quando aquele pré candidato, aquela pessoa que
pretende ser candidato e tem que passar pelas convenções partidárias e seguir os requisitos necessários,
observando as condições de elegibilidade, e esse pré candidato abre um financiamento coletivo antes das
convenções, uma “vaquinha online” para captação de recursos e isso é perfeitamente possível.
A partir da data de 15 de maio do ano eleitoral, condicionado à convenção partidária e ao registro da candidatura,
o candidato pode abrir um financiamento coletivo para suas visões de mundo. Depois, ele vai para a convenção
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e, sendo confirmado, ele vai poder ter acesso a esses recursos oriundos do financiamento coletivo de sua
campanha. Se o candidato não for escolhido, a empresa de financiamento coletivo devolve o dinheiro para os
respectivos doadores.
Art. 22-A.
§ 3º Desde o dia 15 de maio do ano eleitoral, é facultada aos pré-candidatos a arrecadação prévia de recursos na
modalidade prevista no inciso IV do § 4o do art. 23 desta Lei, mas a liberação de recursos por parte das entidades
arrecadadoras fica condicionada ao registro da candidatura, e a realização de despesas de campanha deverá
observar o calendário eleitoral.
Veremos alguns aspectos com relação às instituições. E as instituições que vão promover o financiamento
coletivo? Quais são os requisitos que elas devem observar? São vários detalhes.
➢ O nome do doador e o valor doado aparecem porque tudo que envolve questões eleitorais o controle e a
transparência são fundamentais.
d) emissão obrigatória de recibo para o doador, relativo a cada doação realizada, sob a responsabilidade da
entidade arrecadadora, com envio imediato para a Justiça Eleitoral e para o candidato de todas as informações
relativas à doação;
e) ampla ciência a candidatos e eleitores acerca das taxas administrativas a serem cobradas pela realização do
serviço;
f) não incidência em quaisquer das hipóteses listadas no art. 24 desta Lei [Pessoas Jurídicas não podem doar];
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g) observância do calendário eleitoral, especialmente no que diz respeito ao início do período de arrecadação
financeira, nos termos dispostos no § 2o do art. 22-A desta Lei;
h) observância dos dispositivos desta Lei relacionados à propaganda na internet;
E se não for efetivado o registro das candidaturas? O que vai acontecer com os valores arrecadados? As entidades
devem devolver os valores aos respectivos doadores. Temos ainda a comercialização de bens e serviços ou
promoção de eventos para arrecadação. Hoje, nossa legislação permite a comercialização de bens e serviços ou
ainda a promoção de eventos para arrecadar para uma determinada candidatura.
Art. 23.
§ 4º.
V - comercialização de bens e/ou serviços, ou promoção de eventos de arrecadação realizados diretamente pelo
candidato ou pelo partido político.
É claro que há requisitos para esta comercialização de bens e serviços ou para a promoção de eventos, como lives.
Nas eleições de 2020, tivemos uma série de situações e questionamentos dessas práticas. Existe uma Resolução
do TSE de n. 23.607/2019, que em seu art. 30, traz os elementos para essa comercialização, como formalizar isso
com os respectivos custos com antecedência mínima na Justiça Eleitoral e informar o que foi arrecadado, etc.
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O candidato está em uma live para receber recursos para sua candidatura e convidou alguns artistas para
participar com ele e deve ser avisado que os doadores só podem doar no máximo 10% dos valores auferidos no
ano anterior. Pessoa jurídica não pode doar. Se o candidato receber acima desse teto, terá uma multa de até 100%
desse valor em excesso.
Art. 23.
§ 8o Ficam autorizadas a participar das transações relativas às modalidades de doações previstas nos incisos III e
IV do § 4o deste artigo todas as instituições que atendam, nos termos da lei e da regulamentação expedida pelo
Banco Central, aos critérios para operar arranjos de pagamento.
Como fica a responsabilidade do candidato com aquele doador que doou acima ou não declarou IR mas apareceu
com uma doação de valores altos?
Art. 23.
§ 6º Na hipótese de doações realizadas por meio das modalidades previstas nos incisos III e IV do § 4o deste artigo,
fraudes ou erros cometidos pelo doador sem conhecimento dos candidatos, partidos ou coligações não ensejarão
a responsabilidade destes nem a rejeição de suas contas eleitorais.
É um evento e a pessoa não tinha conhecimento e outra pessoa fez isso de maneira deliberada. Neste caso, se o
candidato não tem conhecimento, ele não pode ser responsabilizado até porque a própria pessoa quando assim
procede, ela própria está sujeita às penalidades e multas da Justiça Eleitoral. É importante lembrar que, quando
do registro da candidatura, temos uma vedação para doação de prêmios e dinheiro.
Art. 23.
§ 5o Ficam vedadas quaisquer doações em dinheiro, bem como de troféus, prêmios, ajudas de qualquer espécie
feitas por candidato, entre o registro e a eleição, a pessoas físicas ou jurídicas.
O candidato diz que vai ter um torneio de futebol em que ele vai doar o troféu e dar a premiação, mas isso é
vedado entre o registro e a eleição tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.
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Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em
dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiro [art. 17 da CF];
II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenientes do Poder
Público;
III - concessionário ou permissionário de serviço público;
IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória em virtude de
disposição legal;
V - entidade de utilidade pública;
VI - entidade de classe ou sindical;
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior.
VIII - entidades beneficentes e religiosas;
IX - entidades esportivas;
X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos;
XI - organizações da sociedade civil de interesse público.
XII – (VETADO).
Se o candidato recebeu recursos de uma fonte vedada ou de origem não identificada (GRU – Guia de Recolhimento
da União), o que deve ser feito? Devolver esses recursos, senão pode dar desaprovação das contas.
Art. 24.
§ 4o O partido ou candidato que receber recursos provenientes de fontes vedadas ou de origem não identificada
deverá proceder à devolução dos valores recebidos ou, não sendo possível a identificação da fonte, transferi-los
para a conta única do Tesouro Nacional.
O candidato não pode receber de pessoa jurídica de origem estrangeira e nem de pessoa física permissionária de
serviço público. Se recebeu, tem que ser devolvido imediatamente ao doador.
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§ 8º O beneficiário de transferência cuja origem seja considerada fonte vedada pela Justiça Eleitoral responde
solidariamente pela irregularidade, e as consequências serão aferidas por ocasião do julgamento das respectivas
contas.
Aquele que foi beneficiado responde, mesmo que tenha devolvido pode responder.
Essas doações todas, inclusive para partido político e para candidato, o TSE tem que consolidar essas doações até
mesmo para fazer posteriores verificações e, a depender, aplicar sanções quando for o caso de sanções e tem
prazo para essa consolidação.
Art. 24-C.
§ 1o O Tribunal Superior Eleitoral deverá consolidar as informações sobre as doações registradas até 31 de
dezembro do exercício financeiro a ser apurado, considerando:
I - as prestações de contas anuais dos partidos políticos, entregues à Justiça Eleitoral até 30 de abril do ano
subsequente ao da apuração, nos termos do art. 32 da Lei no 9.096, de 19 de setembro de 1995;
II - as prestações de contas dos candidatos às eleições ordinárias ou suplementares que tenham ocorrido no
exercício financeiro a ser apurado.
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta Lei:
I - confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o disposto no § 3o do art. 38 desta
Lei [artigo da propaganda eleitoral];
II - propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a conquistar votos;
III - aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
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IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas, observadas
as exceções previstas no § 3o deste artigo.
V - correspondência e despesas postais;
VI - despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários às eleições;
VII - remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às candidaturas ou aos
comitês eleitorais;
VIII - montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;
IX - a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;
X - produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda gratuita;
XI – Revogado;
XII – realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais [arts. 33 e 34];
XIII – Revogado;
XIV – Revogado;
XV - custos com a criação e inclusão de sítios na internet e com o impulsionamento de conteúdos contratados
diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no País;
Art. 38.
§ 3o Os adesivos de que trata o caput deste artigo poderão ter a dimensão máxima de 50 (cinquenta) centímetros
por 40 (quarenta) centímetros.
Em uma campanha eleitoral, existem limites prescritos pela lei, por exemplo, para a alimentação do pessoal que
presta serviços e para gastos com veículos.
Art. 26.
§ 1o São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campanha:
I - alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10% (dez por cento);
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento).
Quais são despesas de natureza pessoal do candidato que não são consideradas gastos eleitorais e nem são
sujeitas à prestação de contas?
Art. 26.
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§ 3o Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as seguintes despesas de
natureza pessoal do candidato:
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a alínea a deste parágrafo;
c) alimentação e hospedagem própria;
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três linhas.
Honorários advocatícios e contábeis são gastos eleitorais, mas eles estão excluídos dos limites de gastos
estabelecidos para as candidaturas.
Art. 26.
§ 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da prestação
de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas gastos
eleitorais, mas serão excluídas do limite de gastos de campanha.
Essa questão dos honorários advocatícios e contábeis aparecem por diversas vezes nessa legislação eleitoral. Qual
é a origem desses gastos eleitorais? Do fundo partidário, do fundo especial de financiamento de campanha, dos
recursos de campanha com as doações. Aqueles gastos em que se utilizar o fundo especial de financiamento de
campanha, terá um anexo próprio na prestação de contas aos candidatos.
Art. 26.
§ 6º Os recursos originados do fundo de que trata o art. 16-C [FEFC] desta Lei utilizados para pagamento das
despesas previstas no § 4º deste artigo serão informados em anexo à prestação de contas dos candidatos.
Até que data é possível termos gastos eleitorais? Tanto os partidos quanto os candidatos podem arrecadar e
contrair obrigações até o dia da eleição, devendo estar integralmente quitadas até o prazo de entrega da
prestação de contas à Justiça Eleitoral.
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§ 1º Após o prazo fixado no caput, é permitida a arrecadação de recursos exclusivamente para a quitação de
despesas já contraídas e não pagas até o dia da eleição, as quais deverão estar integralmente quitadas até o prazo
de entrega da prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Abordaremos as prestações de contas eleitorais. Por evidente, candidatos às eleições majoritárias e proporcionais
devem apresentar as contas de sua campanha, nas formas disciplinadas pela legislação eleitoral. As eleições
proporcionais têm até anexos na Lei Geral das Eleições. Quem apresenta as contas é o próprio candidato.
Art. 28.
§ 1o As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato, devendo
ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados
na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e
emitentes.
§ 2o As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato.
A prestação de contas deve seguir a sistematização da legislação eleitoral e é feita pelo próprio candidato, tanto
nas eleições majoritárias quanto nas eleições proporcionais. Um aspecto importante é que, quando estamos no
processo de arrecadação de uma campanha eleitoral, é obrigatório pelos partidos, coligações e candidatos
disponibilizarem dados e informações das doações e a lei prescreve dessa forma, em até 72h.
Art. 28.
§ 4o Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a divulgar
em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores (internet):
I - os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até 72 (setenta e duas)
horas de seu recebimento;
II - no dia 15 de setembro, relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário, os recursos em dinheiro
e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados.
Se são recebidas doações em dinheiro, devem ser informadas em até 72h. O que recebeu com relação ao fundo,
às doações em dinheiro e estimáveis em dinheiro tem que aparecer discriminado no relatório parcial online até
15 de setembro do ano eleitoral. Em 2020, tivemos a dinâmica alterada por causa do COVID-19. Existem hipóteses
de dispensa de comprovação de gastos de alguns valores:
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Art. 26.
§ 6o Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas:
I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa cedente;
II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do uso comum tanto de sedes
quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do
responsável pelo pagamento da despesa.
III - a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o terceiro grau para
seu uso pessoal durante a campanha.
Em uma prestação de contas, o que deve constar pelos candidatos às eleições majoritárias e proporcionais? Nome
completo, CPF dos doadores, os valores, de forma discriminada. Essas prestações de conta podem ser feitas de
forma simplificada e a legislação permite isso, em valores menores (movimentação de até no máximo R$
20.000,00) e cidades com menos eleitores.
Art. 28.
§ 9o A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que apresentarem
movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados
monetariamente, a cada eleição, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE ou por índice que o substituir.
Esse procedimento simplificado ainda tem que conter nome completo, CPF, valores das doações.
Art. 28.
§ 10. O sistema simplificado referido no § 9o deverá conter, pelo menos:
I - identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os respectivos valores
recebidos;
II - identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de material e dos
prestadores dos serviços realizados;
III - registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha.
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Além disso, quando temos eleições para prefeito e vereador em cidades com menos de 50.000 eleitores, existe
também a possibilidade de a prestação de contas ser feita por meio do procedimento simplificado.
Art. 28.
§ 11. Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com menos de cinquenta mil eleitores, a prestação de
contas será feita sempre pelo sistema simplificado a que se referem os §§ 9o e 10.
Na prestação de contas, essas contas devem ser encaminhadas e existem prazos de encaminhamento do primeiro
turno e segundo turno para a Justiça Eleitoral, até porque a prestação de contas é fundamental para que tenhamos
a análise com a aprovação ou não das contas.
Art. 29. Ao receber as prestações de contas e demais informações dos candidatos às eleições majoritárias e dos
candidatos às eleições proporcionais que optarem por prestar contas por seu intermédio, os comitês deverão:
I - (revogado);
II - resumir as informações contidas na prestação de contas, de forma a apresentar demonstrativo consolidado
das campanhas;
III - encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo dia posterior à realização das eleições, o conjunto das
prestações de contas dos candidatos e do próprio comitê, na forma do artigo anterior, ressalvada a hipótese do
inciso seguinte;
IV - havendo segundo turno, encaminhar a prestação de contas, referente aos 2 (dois) turnos, até o vigésimo dia
posterior à sua realização.
Se não for enviado nesses prazos, isso impede até mesmo a diplomação dos candidatos. Se existem débitos, esses
débitos podem ser assumidos pelo órgão de direção e controle do partido político, passando a responder de forma
solidária com o candidato. Esse débito não é causa de rejeição das contas.
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Art. 29.
§ 2º A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de contas impede a diplomação dos eleitos,
enquanto perdurar.
§ 3o Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão ser
assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão nacional de direção partidária.
Uma vez recebidas as contas nos prazos assinalados, cabe à Justiça Eleitoral analisar se aprova, se desaprova, se
aprova com ressalvas (erros formais não autorizam a rejeição das contas) ou se não foram apresentadas as contas,
hipótese em que o candidato eleito não será sequer diplomado em seu mandato.
Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo:
I - pela aprovação, quando estiverem regulares;
II - pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade;
III - pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade;
IV - pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela Justiça Eleitoral, na
qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de setenta e duas horas.
A análise é feita pela Justiça Eleitoral e encaminhada para parecer do Ministério Público e vem a decisão proferida
pelo juiz eleitoral. A decisão que julgar as contas do candidato vai ter que ser publicada até 3 dias antes da
diplomação dos candidatos. Pode acontecer de ter sobras de recursos de campanha na prestação de contas, como
é feita a destinação dessas sobras? Vai depender das sobras de qual tipo de candidatura.
Art. 31. Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deve ser declarada na prestação de
contas e, após julgados todos os recursos, transferida ao partido, obedecendo aos seguintes critérios:
I - no caso de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, esses recursos deverão ser transferidos para o órgão
diretivo municipal do partido na cidade onde ocorreu a eleição, o qual será responsável exclusivo pela
identificação desses recursos, sua utilização, contabilização e respectiva prestação de contas perante o juízo
eleitoral correspondente;
II - no caso de candidato a Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual ou
Distrital, esses recursos deverão ser transferidos para o órgão diretivo regional do partido no Estado onde ocorreu
a eleição ou no Distrito Federal, se for o caso, o qual será responsável exclusivo pela identificação desses recursos,
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sua utilização, contabilização e respectiva prestação de contas perante o Tribunal Regional Eleitoral
correspondente;
III - no caso de candidato a Presidente e Vice-Presidente da República, esses recursos deverão ser transferidos
para o órgão diretivo nacional do partido, o qual será responsável exclusivo pela identificação desses recursos,
sua utilização, contabilização e respectiva prestação de contas perante o Tribunal Superior Eleitoral;
IV - o órgão diretivo nacional do partido não poderá ser responsabilizado nem penalizado pelo descumprimento
do disposto neste artigo por parte dos órgãos diretivos municipais e regionais.
Existe um tempo em que se devem conservar essas contas, após o término das eleições? Sim.
Art. 32. Até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a documentação
concernente a suas contas.
Parágrafo único. Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas, a documentação
a elas concernente deverá ser conservada até a decisão final.
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