Direito Eleitoral Aula 09
Direito Eleitoral Aula 09
Direito Eleitoral Aula 09
AULA 09
LEI DAS ELEIÇÕES (PARTE 02)
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas eleitorais: vedações inerentes e sanções
..................................................................................................................................... 2
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2
2.2 - Financiamento das Campanhas Eleitorais ................................................................ 2
2.3 - Arrecadação ........................................................................................................ 4
2.4 - Administração Financeira da Campanha e Responsabilidade ...................................... 5
2.5 - Doações ............................................................................................................ 10
2.6 - Fontes Vedadas ................................................................................................. 14
2.7 - Gastos Eleitorais ................................................................................................ 17
3 - Prestação de Contas ................................................................................................. 20
4 - Abuso de Poder ........................................................................................................ 30
4.1 - Introdução ........................................................................................................ 30
4.2 - Abuso de Poder no Direito Eleitoral ....................................................................... 31
5 - Pesquisas e testes pré-eleitorais ................................................................................ 44
5.1 - Introdução ........................................................................................................ 44
5.2 - Registro perante a Justiça Eleitoral ....................................................................... 45
5.3 - Pesquisas Eleitorais versus Sondagens ou Enquetes ............................................... 46
5.4 - Registro da Pesquisa .......................................................................................... 46
5.5 - Penalidades ....................................................................................................... 47
6 - Questões ................................................................................................................. 49
6.1 – Questões sem Comentários ................................................................................. 50
6.2 – Gabarito ........................................................................................................... 57
6.3 – Questões com Comentários ................................................................................. 58
7 - Resumo da Aula ....................................................................................................... 76
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 95
Arrecadação e
Aplicação nas Prestação de Pesquisas e Testes
Abuso de Poder
campanhas Contas Pré-eleitorais
eleitorais
Teremos, ainda, mais uma aula sobre essa legislação, na qual abordaremos a
Propaganda Eleitoral.
Boa aula.
1
GOMES, José Jairo Gomes. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev., ampl. e atual, São Paulo: Editora
Atlas S/A, 2014, p. 335.
Dessa forma, a condução da matéria é orientada pela Lei das Eleições, pela
jurisprudência e, notadamente, pelos princípios que informam o direito eleitoral.
Em nosso sistema eleitoral, o financiamento é classificado como misto, pois
agrega recursos tanto do Poder Público como de pessoas físicas que podem
contribuir com o financiamento dos gastos de campanha.
Devemos, desde já, ter em mente que O RECURSO PRIVADO DE CAMPANHA
ELEITORAL POR PESSOAS JURÍDICAS É VEDADO! Esse assunto será melhor
desenvolvido adiante, mas o STF declarou inconstitucional qualquer norma,
ou interpretação, que conclua pela possibilidade de financiamento de
campanha por empresas.
Financiamento Público
De forma sintética, podemos elencar as fontes públicas de financiamento de
campanhas eleitorais:
Fundo Partidário, disciplinado pela Lei dos Partidos Políticos no art. 38
e seguintes.
Propaganda partidária e eleitoral gratuita no rádio e na televisão,
conforme disciplina a Lei dos Partidos Políticos e a Lei das Eleições.
É bom ressaltar que a gratuidade ocorre apenas sob o ponto de vista do partido
político e dos candidatos beneficiados, dado que o Poder Público arca com os
custos de tais propagandas por intermédio de compensação fiscal. Vale dizer,
os custos com tais campanhas são abatidos dos valores a serem recolhidos aos
cofres públicos, a título de tributos, pelas empresas que trabalham com mídia.
Antes de analisarmos a terceira hipótese, façamos uma
observação. Os recursos do Fundo Partidário e da
propaganda partidária possuem, como objetivo central a
manutenção e a divulgação dos partidos políticos. Contudo, indiretamente, tais
recursos subsidiam a campanha eleitoral, na medida em que se divulga a
agremiação.
Imunidade tributária conferida aos partidos políticos. A CF, no art.
150, VI, c, veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou
serviços dos partidos políticos e respectivas fundações.
Vejamos esse último dispositivo:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...).
VI - instituir impostos sobre: (...).
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Para a prova...
FINANCIAMENTO PÚBLICO
•Fundo Partidário;
•Compensação Fiscal para custear a propaganda partidária e eleitoral gratuita no
rádio e na televisão;
•Imunidade tributária conferida aos partidos políticos.
Financiamento Privado
As fontes de recursos privados para as campanhas eleitorais são múltiplas,
conforme veremos no desenvolver desta aula. Devemos saber que a utilização
desses recursos deve ser pautada pela transparência.
Apenas para que tenhamos uma rápida noção, vejamos as diversas fontes de
recursos privados que partidos e candidatos poderão se valer.
FINANCIAMENTO PRIVADO
2.3 - Arrecadação
Neste tópico vamos tratar das regras relativas à arrecadação dos recursos, que
serão realizados sob responsabilidade dos partidos e dos candidatos, nos termos
do art. 17, da Lei 9.504/1997:
Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.
Limites
Antes da Lei nº 13.165/2015 fixavam-se diversos limites para os gastos de
campanha. Hoje, com a nova redação conferida aos dispositivos da Lei
9.504/1997, atribuiu-se ao TSE o dever de fixar, por intermédio de Resoluções,
os limites de gastos.
Art. 18. Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo
Tribunal Superior Eleitoral com base nos parâmetros definidos em lei.
9.504/1997, que estabelece que devem ser incluídos, como gastos de campanha
não apenas as despesas efetuadas pelos candidatos, mas também os recursos
que o partido utilizou para a campanha de seus candidatos que puderem ser
individualizadas. Vejamos:
Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas
efetuadas pelos candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser
individualizadas.
Assim...
Outro parâmetro estabelecido pela Lei 9.504/1997 – com redação dada pela Lei
nº 13.165/2015 – é o art. 18-B, que estabelece multa pelo descumprimento
das normas que limitam os gastos de campanha.
Caso o partido, ou o candidato, utilize de recursos para além dos limites
estabelecidos será aplicada multa no importe de 100% do valor que ultrapassar.
Além disso, o candidato envolvido poderá sofrer investigação judicial eleitoral
(AIJE) conforme regras próprias da Lei de Inelegibilidade.
Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha
acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da
quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência
de abuso do poder econômico.
Assim...
DESCUMPRIMENTO
DOS LIMITES
Conta de Campanha
Para administrar a campanha, seja quando o próprio candidato efetuar a
administração, seja quando ele constituir uma pessoa para tal atribuição, deverá
abrir uma conta bancária específica. Essa regra vem expressa no art. 22, da
Lei 9.504/1997:
Art. 22. É OBRIGATÓRIO para o partido e para os candidatos abrir conta bancária
específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha.
2
AgR-AI nº 139.912/2011.
3
Segundo o antigo teor da Sumula TSE nº 16, ATUALMENTE CANCELADA, “a falta de abertura de
conta bancária específica não é fundamento suficiente para a rejeição de contas de campanha
eleitoral, desde que, por outros meios, se possa demonstrar sua regularidade (art. 34 da Lei nº
9.096, de 19.9.95)”.
4
AgR-AI nº 149.794/2011.
5
AgR-AI nº 126.633/2011.
MOVIMENTAÇÃO DE VALORES
GASTOS ACIMA DO LIMITE
FORA DA CONTA ESPECÍFICA
cancelamento do registro ou
AIJE
cassação do diploma
CNPJ
O art. 22-A, da Lei 9.504/1997, introduzido por intermédio da Lei nº 12.034/2009
e alterado pela Lei nº 13.165/2015, determinou que candidatos inscrevam um
CNPJ.
Vejamos o dispositivo:
Art. 22-A. Os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ.
§ 1º APÓS o recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral
deverá fornecer EM ATÉ 3 (TRÊS) DIAS ÚTEIS, o número de registro de CNPJ.
§ 2º Cumprido o disposto no § 1o deste artigo e no § 1o do art. 22, ficam os candidatos
autorizados a promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas
necessárias à campanha eleitoral.
Embora seja pessoa natural, haverá um controle extra sobre os atos do candidato
nas eleições. Além disso, com a criação de um cadastro específico é possível
diferenciar bem o patrimônio e os ganhos da pessoa do candidato, dos gastos e
dos recursos utilizados na campanha.
Em razão disso, exige a Lei 9.504/1997 a criação de um CNPJ para cada
candidato. Ao contrário do que poderíamos imaginar, esse CNPJ não será
fornecido diretamente pelo Ministério da Fazenda, mas pela Justiça Eleitoral. A
Justiça Eleitoral manterá um convênio com a Receita Federal para registro dos
CNPJs dos candidatos.
Para fins de prova é fundamental memorizar o prazo que a Justiça Eleitoral tem
para fornecer o número do cadastro.
2.5 - Doações
O controle dos gastos é a tônica da arrecadação dos recursos em campanhas
eleitorais. Todos os valores arrecadados devem ser contabilizados por intermédio
de recibos eleitorais, considerados documentos oficiais e obrigatórios.
Sobre os recebidos eleitorais, vejamos os ensinamentos da doutrina6:
Os recebidos eleitorais viabilizam e legitimam a coleta de recursos para a campanha. Devem
apresentar numeração seriada ou sequencial. Sua expedição se faz necessária ainda que o
candidato faça doação para sua própria campanha, porquanto, mesmo aí, é previsto que o
negócio seja documentado e devidamente contabilizado.
Vimos no início desta aula que existem recursos privados que podem ser
disponibilizados para o financiamento da campanha eleitoral. Vamos iniciar com
a análise dos dispositivos.
6
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 343.
LIMITE DE APURADO
Aos gastos efetuados pelo próprio
ANUALMENTE PELO TSE E PELA
candidato.
RECEITA FEDERAL
Para que vocês procurem memorizar, lembre-se que as doações devem ser
efetuadas mediante recibo, exceto nas hipóteses abaixo:
Não se preocupem tanto com essas regras agora. Voltaremos a elas mais adiante.
É importante que saibamos que a ausência de recibo eleitoral quando
exigível, constitui irregularidade insanável, segundo entendimento do TSE7.
Se o limite de doação for ultrapassado?
APLICA-SE A PENALIDADE DE MULTA em valor entre cinco e 10 vezes a
quantia excedida.
7
REspe nº 26.125/2006.
§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o infrator ao
pagamento de multa no valor de CINCO A DEZ VEZES A QUANTIA EM EXCESSO.
O §4º, do art. 23, prevê a forma como devem ser realizadas as doações.
§ 4º As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta
mencionada no art. 22 desta Lei por meio de:
I – cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;
II – depósitos em espécie devidamente identificados até o limite fixado no inciso I do
§ 1º deste artigo;
III – mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na Internet,
permitindo INCLUSIVE O USO DE CARTÃO DE CRÉDITO, e que deverá atender aos
seguintes requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.
transferência eletrônica
em espécie
VEDAM-SE de troféus
DOAÇÕES (do
registro da
candidatura às
eleições) em prêmios
em ajudas
8
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 345.
ARRECADAÇÃO VEDADA
entidades esportivas
Para fins da definição desses valores, o TSE deverá consolidar uma série de
informações que serão encaminhadas à Receita Federal nos termos dos §§
abaixo, cuja leitura é suficiente:
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral deverá consolidar as informações sobre as doações
registradas até 31 de dezembro do exercício financeiro a ser apurado, considerando:
I - as prestações de contas anuais dos partidos políticos, entregues à Justiça Eleitoral até
30 de abril do ano subsequente ao da apuração, nos termos do art. 32 da Lei no 9.096, de
19 de setembro de 1995;
II - as prestações de contas dos candidatos às eleições ordinárias ou suplementares que
tenham ocorrido no exercício financeiro a ser apurado.
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, após a consolidação das informações sobre os valores
doados e apurados, encaminhá-las-á à Secretaria da Receita Federal do Brasil até 30 de
maio do ano seguinte ao da apuração.
§ 3º A Secretaria da Receita Federal do Brasil fará o cruzamento dos valores doados com
os rendimentos da pessoa física e, apurando indício de excesso, comunicará o fato, até 30
de julho do ano seguinte ao da apuração, ao Ministério Público Eleitoral, que poderá, até o
final do exercício financeiro, apresentar representação com vistas à aplicação da penalidade
prevista no art. 23 e de outras sanções que julgar cabíveis.
Não precisamos nos preocupar com este dispositivo, agora. Ele será retomado no
próximo capítulo.
Para finalizarmos a parte relativa aos gastos eleitorais, cumpre trazermos, ainda,
o art. 100-A da Lei 9.504/1997, que foi acrescido à legislação pela Lei nº
12.891/2013. Esse dispositivo traz a possibilidade de contratação direta ou
terceirizada de pessoas para a prestação de atividades relativas à
militância e à mobilização nas campanhas eleitorais, que observam uma
série de parâmetros. Vejamos, inicialmente, o dispositivo e, em seguida, um
esquema. Notem que são estabelecidos um número limite de contratados em
função do cargo eletivo e, no caso do município, do número de eleitores.
VEREADOR
50% de: não mais que 1% dos eleitores, em municípios com menos de 30.000 eleitores
50% de: 1% dos eleitores + 1 contratado para cada 1.000 eleitores que exceder 30.000, para
municípios com mais de 30.000 eleitores até o máximo de 80% do limite estabelecido para
deputados estaduais.
3 - Prestação de Contas
Com o encerramento das eleições, os candidatos, os partidos políticos e as
coligações deverão prestar contas à Justiça Eleitoral dos recursos
arrecadados e dos gastos efetuados ao longo da campanha eleitoral,
conforme disciplinam os arts. 28 a 32 da Lei das Eleições.
a contabilização dos
recursos arrecadados
A PRESTAÇÃO DE
CONTAS ENVOLVE...
a contabilização dos
gastos efetuados ao
longo da campanha
Notem que a obrigação acima não se restringe ao candidato eleito. Ela abrange
todos aqueles que concorrem ao pleito eleitoral. Além disso, tanto os partidos
como as coligações devem apresentar suas contas à Justiça Eleitoral.
Segundo José Jairo Gomes:
O instituto da prestação de contas constitui o instrumento oficial que permite a realização
de contratos e avaliações, bem como o controle financeiro dos candidatos. Esse controle
tem o sentido de perscrutar e cercear o abuso de poder, notadamente o de caráter
econômico, conferindo-se mais transparência e legitimidade às eleições.
Em síntese...
PRESTAÇÃO DE
CONTAS PELO eleições eleições
PRÓPRIO majoritárias proporcionais
CANDIDATO
Além da prestação de contas, a ser efetuada pelos candidatos, a Lei das Eleições
obriga os partidos políticos, as coligações e os candidatos a divulgarem as
informações financeiras da campanha na internet.
São duas regras:
1ª REGRA: os recursos recebidos, em dinheiro, recebidos pelos
partidos/coligações e candidatos serão divulgados na internet no prazo de
72 HORAS. Nessas informações devem conter:
a indicação dos nomes dos doadores com CPF e CNPJ
a valores doados
2ª REGRA: no DIA 15.09 do ano eleitoral deverá ser divulgado um relatório
discriminado:
das transferências do Fundo Partidário;
Por fim, a regra contida no §12 explica que as transferências efetuadas pelos
partidos políticos aos seus candidatos deverão ser duplamente registradas.
Vejamos:
§ 12. Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão
registrados na prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na
prestação de contas dos partidos, como transferência aos candidatos, sem individualização
dos doadores.
Assim...
o partido deverá
registrar como
pagamento ao
TRANSFERÊNCIAS candidato
DOS PARTIDOS
PARA OS
CANDIDATOS o candidato deverá
registrar como
recebimento do
partido
O art. 29 traz regras a serem aplicáveis à prestação de contas pelo comitê. Como
estudamos acima, a prestação de contas se dá DIRETAMENTE PELO
CANDIDATO sem a existência do comitê para tal finalidade. Dessa forma, a
fim de compatibilizar o dispositivo abaixo com a recente reforma eleitoral,
conclui-se que os deveres estabelecidos no art. 29 competem aos próprios
candidatos.
Vejamos:
Art. 29. Ao receber as prestações de contas e demais informações dos candidatos às
eleições majoritárias e dos candidatos às eleições proporcionais que optarem por prestar
contas por seu intermédio, os comitês deverão:
I – Revogado;
II - resumir as informações contidas na prestação de contas, de forma a apresentar
demonstrativo consolidado das campanhas;
III - encaminhar à Justiça Eleitoral, até o trigésimo dia posterior à realização das
eleições, o conjunto das prestações de contas dos candidatos e do próprio comitê, na
forma do artigo anterior, ressalvada a hipótese do inciso seguinte;
IV - havendo segundo turno, encaminhar a prestação de contas, referente aos 2
(dois) turnos, até o vigésimo dia posterior à sua realização.
SE AS ELEIÇÕES
a consolidação das contas deverá ser
TERMINAREM
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 30º
NUM ÚNICO
dia após o pleito
TURNO
SE AS ELEIÇÕES
a consolidação das contas deverá ser
TERMINAREM
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 20º
EM SEGUNDO
dia após o pleito
TURNO
Havendo indícios de
irregularidade, poderão Poderão ser
Recebidas as contas, a ser determinadas determinadas diligências
Justiça Eletoral autuará e informações adicionais junto aos doadores e aos
distribuirá o processo. de ofício tanto ao fornecedores com prazo
candidato, quanto ao de 72 horas.
partido ou ao comitê.
Em caso de
desaprovação ou de
O órgão técnico poderá
Parecer pelo órgão aprovação com ressalvas
retificar as conclusões
técnico sobre as contas. haverá vista dos autos
iniciais
ao candidato pelo prazo
de 72 horas
Aprovação
Desaprovação
9 9
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev. e atual., São Paulo: Editora Atlas S/A,
2014, p. 363
Das regras acima, memorize que o Recurso Especial ao TSE poderá ser interposto
em duas situações específicas:
Quando a decisão for proferida em contrariedade à CF ou à lei; ou
Quando, na decisão, ocorrer divergência na interpretação de lei entre
dois ou mais tribunais eleitorais.
Na sequência, a Lei 9.504/1997 passa a tratar, no art. 30-A, da AIJE cujas linhas
gerais serão analisadas no capítulo relativo ao abuso de poder econômico nas
eleições e em recursos eleitorais. Esse dispositivo será analisado em tópico
específico, quando tratarmos da ação de investigação judicial eleitoral.
Quanto ao art. 31, da Lei 9.504/1997, devemos ter máxima atenção. O
dispositivo trata das sobras de valores após as prestações de contas.
Primeiramente, devemos ter em mente que somente será possível falar em
"sobras de campanha" após o julgamento dos eventuais recursos em razão do
processo eleitoral.
CANDIDATURA A
CANDIDATURA A GOVERNADOR (VICE),
CANDIDATURA A
PREFEITO (VICE) E A A SENADOR, A
PRESIDENTE (VICE)
VEREADOR DEPUTADO FEDERAL E
ESTADUAL
4 - Abuso de Poder
4.1 - Introdução
As primeiras teorizações acerca do abuso de poder e de direito foram
desenvolvidas na seara privada, a partir do estudo da responsabilidade civil
por abuso de direito. Com o tempo os conceitos desenvolvidos no Direito Civil
foram levados para as demais disciplinas jurídicas e, inclusive, para o Direito
Público.
O abuso de direito e de poder não envolve apenas uma questão de
responsabilidade civil, mas efetivamente uma questão de moralidade no
exercício dos direitos e dos poderes concernentes a esses direitos.
Desse modo, haverá abuso de direito ou de poder quando o titular do direito, ou
da prerrogativa, o exerce fora dos limites legais delimitados pelo
10
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 254.
a dúvida está no
e no consequente
CLÁUSULA GERAL pressuposto
(solução legal).
(conteúdo)
e não no
a dúvida consequente
CONCEITO
somente está no (solução legal),
JURÍDICO
pressuposto pois essa já está
INDETERMINADO
(conteúdo) predefinida em
lei.
11
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 256.
conceito jurídico
ABUSO DE PODER
indeterminado
12
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 258.
PARA O ABUSO DE
PODER ECONÔMICO
A fim de evitar tais distorções nas eleições com a utilização da máquina estatal,
a Lei das Eleições fixa uma série de condutas vedadas aos agentes públicos
cujo conhecimento é imprescindível. Antes de analisarmos as hipóteses da
legislação, devemos fazer uma importante distinção.
Vejamos, incialmente, o art. 73, §7º, da Lei 9.504/1997:
§ 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade
administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12,
inciso III.
O que nos quer dizer o dispositivo acima é que as condutas vedadas aos
agentes públicos constituem, todas elas, hipóteses de improbidade
administrativa por violação aos princípios da Administração Pública
capazes de gerar a suspensão dos direitos políticos do agente público.
Desse modo, podemos distinguir:
IMPROBIDADE
CONDUTAS VEDADAS AOS ADMINISTRATIVA PELA
AGENTES PÚBLICOS PRÁTICA DE UMA DAS
CONDUTAS VEDADAS
13
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, p. 260.
administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três
últimos anos que antecedem o pleito;
VIII – fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores
públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do
ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse
dos eleitos.
O art. 73 arrola condutas que podem ser praticadas pelos agentes públicos e que
são capazes de afetar a igualdade entre candidatos e partidos no pleito eleitoral.
Em síntese, devemos memorizar as HIPÓTESES DE CONDUTAS VEDADAS
AOS AGENTES PÚBLICOS:
Utilização de bens públicos em benefício de candidato, de partido ou
de coligação, com exceção da convenção partidária que poderá ser
realizada em imóvel público.
Registre-se que a vedação não abrange bem público de
uso comum, conforme jurisprudência do TSE.
Ademais, como se trata de uma conduta específica, ela
somente será configurável no período que antecede os três meses antes
do pleito, quando é possível, juridicamente, falar em candidatos, conforme
conclusão do TSE no julgamento do REspe nº 98.924/2011.
Conforme o art. 73, §2º, não está abarcada pela vedação a utilização dos meios
de transporte oficiais disponíveis durante o período eleitoral para fins de
campanha, pela Presidência da República. De todo modo, os valores gastos em
campanha serão ressarcidos na forma do art. 76, da Lei 9.504/1997.
Ademais, em caso de concorrer à reeleição o Presidente, o Governador, o Prefeito
e os respectivos vices poderão utilizar as residências oficiais para realização de
contatos, de encontros e de reuniões pertinentes à própria campanha, desde que
não tenham caráter de ato público.
Utilização de materiais ou de serviço público em benefício de
candidatos, de partidos e de coligações.
Cessão de servidores para comitês de campanha eleitoral de candidato,
de partido político ou de coligação, exceto se o servidor se licenciar, estiver
fora do horário de trabalho ou em férias (Resolução TSE nº 21.854/2004).
Portanto, a hipóteses acima não se aplica em caso de:
NÃO IMPLICA
CESSÃO IRREGULAR
DE SERVIDOR
fora do horário de
servidor licenciar-se em férias
trabalho
•calamidade pública;
•estado de emergência ;
•programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no
exercício anterior.
propaganda de produtos e de
serviços que tenham
concorrência no mercado
PERMITE-SE A
PUBLICIDADE
INSTITUICONAL AINDA
QUE NOS TRÊS MESES
QUE ANTECEDEM O
PLEITO:
grave e urgente necessidade
pública
Ademais, de acordo com o art. 75, da Lei 9.504/1997, nos três meses que
antecedem o pleito eleitoral é vedada a contratação de shows artísticos
com recursos públicos, justamente para evitar a quebra do equilíbrio do pleito
eleitoral, pelo uso da máquina pública.
A infringência dessa regra implica a suspensão imediata da conduta e a cassação
do registro ou do diploma.
Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é
vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da
suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará
sujeito à cassação do registro ou do diploma.
ESTRUTURA DO ATO
ILÍCITO ELEITORAL
conduta abusiva
resultado
relação causal
ilicitude ou antijuridicidade
14
ADI 3741, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2006,
DJ 23-02-2007 PP-00016 EMENT VOL-02265-01 PP-00171.
quem contratou
questionário completo
Eleição Municipal
Juiz Eleitoral
Prefeito, vice-Prefeito e Vereador
Eleição Estadual/Federal
Governador, vice-Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e TRE
Senador da República
Eleições Presidenciais
TSE
Presidente e vice-Presidente
5.5 - Penalidades
Os §§ 3º e 4º estabelecem duas sanções, em caso de descumprimento das regras
relativas às pesquisas eleitorais.
DIVULGAÇÃO DE PENALIDADE
PESQUISA SEM CIVIL: multa de
PRÉVIO REGISTRO 50.000 a 100.000
DAS INFORMAÇÕES UFIR
PENALIDADE PENALIDADE
DIVULGAÇÃO DE
CRIMINAL: CIVIL: multa de
PESQUISA
detenção de 6 50.000 a 100.000
FRAUDULENTA
meses a 1 ano UFIR
Vejamos os dispositivos:
§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este
artigo sujeita os responsáveis a multa no valor de CINQÜENTA MIL A CEM MIL UFIR.
§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com DETENÇÃO
DE SEIS MESES A UM ANO e multa no valor de CINQÜENTA MIL A CEM MIL UFIR.
detenção (6 meses
a 1 ano) ou
RETARDAR, prestação de
é crime!
IMPEDIR OU serviços à
DIFICULTAR A comunidade
pena
FISCALIZAÇÃO
DAS PESQUISAS
PELOS PARTIDOS
multa (10 a 20 mil
UFIR)
detenção (6 meses
a 1 ano) ou
prestação de
serviços à
pena comunidade
é crime!
IRREGULARMENTE
NOS DADOS DE multa (10 a 20 mil
PESQUISA UFIRs)
ELEITORAL
republicar os dados
obrigação
corretamente
Art. 35. Pelos crimes definidos nos arts. 33, § 4º e 34, §§ 2º e 3º, podem ser
responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa
e do órgão veiculador.
Uma pergunta:
Qual a diferença entre a divulgação de pesquisa fraudulenta e a
divulgação irregular de pesquisa eleitoral?
Embora não esteja bem clara a distinção, a primeira hipótese refere-se à pesquisa
que contêm dados incorretos ou inverídicos. Nessa hipótese, dificulta-se a
identificação do crime. Na segunda hipótese, a pesquisa é por inteiro mentirosa,
fraudulenta. De todo modo, para fins da nossa prova, devemos registrar ambas
as hipóteses como corretas, caso sejam cobradas. Dificilmente uma questão de
prova distinguiria uma hipótese da outra.
Para finalizar, registre-se que, como já vimos acima, o art. 35-A, da Lei
9.504/1997, foi declarado inconstitucional pelo STF, na decisão da ADI nº
3.741/2006.
6 - Questões
Temos a seguinte distribuição de questões, que denota a importância dos
assuntos para fins de prova:
10
0
Aula 09
Arrecadação e aplicação de recursos Prestação de Contas Abuso de Poder Testes e Pesquisas Eleitorais
b) apenas pelos candidatos que tiveram seus registros deferidos para o pleito
eleitoral.
c) pelas coligações partidárias, pelos partidos políticos e pelos candidatos,
ainda que estes últimos não tenham sido eleitos.
d) pelas coligações partidárias e pelos partidos políticos, quando ao menos
um de seus candidatos tenha sido eleito.
6.2 – Gabarito
Questão 01 – D Questão 02 – E
Questão 03 – C Questão 04 – E
Questão 05 – B Questão 06 – B
Questão 07 – D Questão 08 – C
Questão 09 – C Questão 10 – A
Questão 11 – A Questão 12 – C
Questão 21 – B
Comentários
O item I está incorreto, com base no art. 24, §1º da Lei 9.504/1997. Não se
incluem nas vedações de doação as cooperativas se seus cooperados não forem
concessionários ou permissionários de serviço público e não estejam recebendo
recursos públicos.
§ 1º Não se incluem nas vedações de que trata este artigo as cooperativas cujos cooperados
não sejam concessionários ou permissionários de serviços públicos, desde que não estejam
sendo beneficiadas com recursos públicos, observado o disposto no art. 81.
O item II está correto, pois traz o que prescreve o art. 24, em seu inciso IX da
Lei 9.504/1997.
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em
dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:
IX – entidades esportivas;
O item III está correto, pois traz a proibição do art. 24, inciso VI da Lei
9.504/1997.
VI – entidade de classe ou sindical;
O item IV está incorreto, pois a vedação ocorre para quem recebe recurso do
exterior e não para quem não recebe. Vejamos o inciso VII, do art. 24 Lei
9.504/1997.
VII – pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior;
Comentários
A alternativa A está incorreta. A Lei 9.504/1997 estabelece percentuais no caso
de doação por pessoa física. Aliás, somente por mencionar “sem qualquer
limitação” vocês já devem ficar atentos, pois raramente isso é correto.
Em relação às pessoas físicas, vejamos:
Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro
para campanhas eleitorais, obedecido o disposto nesta Lei.
§ 1º As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por
cento) dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição.
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Para responder à presente questão devemos conhecer o art. 27 da Lei
9.504/1997, vejamos:
Art. 27. Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência,
até a quantia equivalente a um mil UFIR, não sujeitos a contabilização, desde que não
reembolsados.
Dessa forma, o eleitor poderá gastar o valor de até 1.000 UFIRs em apoio a
determinado candidato sem necessidade de contabilização como gasto de
campanha, desde que esses valores não sejam reembolsados pelo partido político
ou pelo candidato.
Comentários
Na Lei das Eleições temos:
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em
dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiro;
II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos
provenientes do Poder Público;
III - concessionário ou permissionário de serviço público;
IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária,
contribuição compulsória em virtude de disposição legal;
V - entidade de utilidade pública;
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois é vedado aos bens exigir depósito inicial,
conforme explicita o art. 22, §1º, I, da Lei 9.504/1997.
Comentários
Para responder a questão devemos conhecer o art. 26 da Lei 9.504/1997, que
prevê:
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:
I – confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o
disposto no § 3º do art. 38 desta Lei [nas dimensões estabelecidas na Lei 9.504/1997];
II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação,
destinada a conquistar votos;
III – aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
IV – despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço
das candidaturas;
V – correspondência e despesas postais;
VI – despesas de instalação, organização e funcionamento de comitês e serviços
necessários às eleições;
VII – remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços
às candidaturas ou aos comitês eleitorais;
VIII – montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;
IX – a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;
Comentários
A alternativa A está incorreta. Lembrem-se que é proibido o financiamento por
entidades estrangeiras.
Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.
A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 26, inciso IV, da Lei das
Eleições. As despesas de transporte e deslocamento de candidatos são sim
consideradas como gasto eleitoral.
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas;
A alternativa D está correta, de acordo com o inciso VIII, doa art. 24 da Lei
9.504/1997.
Art. 24. É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em
dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie,
procedente de:
VIII - entidades beneficentes e religiosas;
A alternativa E está incorreta, pois vai de encontro ao que prevê o art. 22, da
Lei 9.504, uma vez que é obrigatória a abertura de conta bancária especifica por
parte do partido político.
Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica
para registrar todo o movimento financeiro da campanha.
Comentários
A alternativa A está correta, com base no art. 17, da Lei das Eleições:
Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei.
Art. 21. O candidato é solidariamente responsável com a pessoa indicada na forma do art.
20 desta Lei pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha,
devendo ambos assinar a respectiva prestação de contas.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois os limites de gastos são definidos pelo TSE
e não pelos partidos políticos, nos termos do art. 18, caput, da Lei 9.504/1997:
Art. 18. Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo Tribunal
Superior Eleitoral com base nos parâmetros definidos em lei.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 26,
parágrafo único, inc. II, da Lei 9.504/1997.
Parágrafo único. São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da
campanha:
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento).
Prestação de Contas
Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Não há qualquer
previsão nesse sentido. Temos na legislação eleitoral regras que simplificam a
prestação de contas, porém não existem regras que dispensam a prestação de
contas.
A alternativa B está correta, com base no art. 28, § 1º, da Lei 9.504/1997.
§ 1o As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo
próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias
referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos
cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.
A alternativa C está correta pelo que prescreve o § 2º do mesmo art. 28, da Lei
9.504/1997.
§ 2o As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo
próprio candidato.
§ 2º Erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas e a cominação
de sanção a candidato ou partido.
A alternativa E está correta, tendo em vista o art. 30, § 5º, da Lei 9.504/1997.
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão
superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
Comentários
Trata-se de uma questão bastante simples, que aborda as pessoas que devem
prestar perante a Justiça Eleitoral. Sabemos que tanto os partidos como as
coligações, bem como os candidatos devem apresentar contas à Justiça Eleitoral,
independentemente de terem sido eleitos ou não.
Logo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A questão exige tão somente um prazo, o qual vem previsto no art. 30, inciso IV.
Art. 30. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo
IV - pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela
Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo
de setenta e duas horas.
Comentários
A assertiva está incorreta. Antes da Lei nº 13.165/2015 havia prestação de
contas por comitê para as eleições majoritárias. Em relação às eleições
proporcionais a prestação de contas ocorria pelo comitê. A reforma eleitoral
extinguiu a prestação de contas por comitê, e todas elas serão prestadas – seja
para as eleições majoritárias, seja para as eleições proporcionais – pelo próprio
candidato.
Vejamos os §§ 1º e 2º, do art. 28, da Lei das Eleições.
§ 1o As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo
próprio candidato, devendo ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias
referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos
cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.
§ 2o As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo
próprio candidato.
Comentários
A assertiva está incorreta. Não existe prestação de contas pelo partido político.
A prestação de contas ocorrerá sempre pelo candidato, conforme esquema
abaixo, extraído do art. 28, §§1º e 2º, da Lei 9.504/1997:
PRESTAÇÃO DE
CONTAS PELO eleições eleições
PRÓPRIO majoritárias proporcionais
CANDIDATO
Comentários
A assertiva está correta, com base no § 6º, do artigo 28 da Lei 9.504/1997.
§ 6º Ficam também dispensadas de comprovação na prestação de contas:
I – a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$4.000,00 (quatro mil reais) por
pessoa cedente;
II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do
uso comum tanto de sedes quanto de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá
ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.
Comentários
A assertiva está correta, pois menciona as atitudes que a Justiça Eleitoral poderá
tomar em cada situação, nos termos do art. 30 da Lei 9.504/1997. Lembre-se:
Aprovação
Desaprovação
Abuso de Poder
Comentários
A alternativa A está correta, tendo em vista que apresenta uma conduta
vedada, prevista no art. 73 da Lei das Eleições.
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
VI – nos três meses que antecedem o pleito:
a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos
Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos
destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em
andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de
emergência e de calamidade pública;
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 33 da Lei 9.504/1997, vejamos seu teor:
Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às
eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:
I – quem contratou a pesquisa;
II – valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;
III – metodologia e período de realização da pesquisa;
IV – plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho, intervalo de confiança e margem de erro;
V – sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta
de dados e do trabalho de campo;
VI – questionário completo aplicado ou a ser aplicado;
VII – o nome de quem pagou pela realização do trabalho.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois a divulgação fraudulenta de pesquisa é crime
eleitoral com base no art. 33, § 4º da Lei 9.504/1997.
§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis
meses a um ano e multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR.
Comentários
A disciplina das pesquisas e teste pré-eleitorais consta dos arts. 33 a 35 da Lei
9.504/1997. O primeiro desses dispositivos estabelece uma série de informações
que deverão ser disponibilizadas pela empresa à Justiça Eleitoral com
antecedência de cinco dias.
Vejamos:
Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às
eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:
I – quem contratou a pesquisa;
II – valor e origem dos recursos despendidos no trabalho;
III – metodologia e período de realização da pesquisa;
IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico
e área física de realização do trabalho a ser executado, intervalo de confiança e margem de
erro;
V – sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados
e do trabalho de campo;
VI – questionário completo aplicado ou a ser aplicado;
VII - nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.
7 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
FINANCIAMENTO PÚBLICO
•Fundo Partidário;
•Compensação Fiscal para custear a propaganda partidária e eleitoral gratuita no
rádio e na televisão;
•Imunidade tributária conferida aos partidos políticos.
FINANCIAMENTO PRIVADO
FINANCIAMENTO PRIVADO
DESCUMPRIMENTO
DOS LIMITES
exceção:
SOMENTE NÃO SERÁ NECESSÁRIO ABRIR CONTA ESPECÍFICA PARA A
COMPANHA PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS QUANDO NÃO HOUVER NO
MUNICÍPIO AGÊNCIA BANCÁRIA.
consequência caso sejam efetuados gastos acima do limite versus
consequências em face da movimentação fora de conta específica.
MOVIMENTAÇÃO DE VALORES
GASTOS ACIMA DO LIMITE
FORA DA CONTA ESPECÍFICA
cancelamento do registro ou
AIJE
cassação do diploma
CNPJ
Exige a LE a criação de um CNPJ para cada candidato.
Prazo:
DOAÇÕES
Todos os valores arrecadados devem ser contabilizados por intermédio de
recibos eleitorais, considerados documentos oficiais e obrigatórios.
DOAÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E DO PRÓPRIO CANDIDATO - LIMITES
LIMITE DE APURADO
Aos gastos efetuados pelo próprio
ANUALMENTE PELO TSE E PELA
candidato.
RECEITA FEDERAL
Essas doações serão feitas por intermédio de recibo, com exceção de alguns
gastos que são dispensados de comprovação e que se encontram disciplinados
no art. 28, §6º, que adiante será estudado. Essa é a regra contida no §2º do
art. 23, da LE:
§ 2º As doações estimáveis em dinheiro a candidato específico, comitê ou partido deverão
ser feitas mediante recibo, assinado pelo doador, exceto na hipótese prevista no § 6º
do art. 28.
Para que vocês procurem memorizar, lembre-se as doações devem ser efetuadas
mediante recibo, exceto nas hipóteses abaixo:
vedam-se doações
em espécie
VEDAM-SE de troféus
DOAÇÕES (do
registro da
candidatura às
eleições) em prêmios
em ajudas
ARRECADAÇÃO VEDADA
entidades esportivas
exceção:
O partido político ou o candidato não poderá ficar com valores das fontes
vedadas (como vimos acima) ou de origem não identificada. Em tais situações, o
partido político os valores deverão ser devolvidos ou transferidos para o Tesouro
Nacional, caso não seja possível a devolução.
consequência aos partidos em razão do descumprimento das normas
relativas a aplicação dos recursos financeiros. Eventuais violações implicam na
perda ou suspensão do direito ao recebimento das quotas do fundo
partidário, além da possibilidade de condenação por abuso de por
econômico.
GASTOS ELEITORAIS
Art. 26. São considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados nesta
Lei:
I – confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado o
disposto no § 3º do art. 38 desta Lei [nas dimensões estabelecidas na LE];
II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação,
destinada a conquistar votos;
III – aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;
IV – despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço
das candidaturas;
Prestação de Contas
ABRANGÊNCIA
a contabilização dos
recursos arrecadados
A PRESTAÇÃO DE
CONTAS ENVOLVE...
a contabilização dos
gastos efetuados ao
longo da campanha
PRESTAÇÃO DE
CONTAS PELO eleições eleições
PRÓPRIO majoritárias proporcionais
CANDIDATO
o partido deverá
registrar como
pagamento ao
TRANSFERÊNCIAS candidato
DOS PARTIDOS
PARA OS
CANDIDATOS o candidato deverá
registrar como
recebimento do
partido
SE AS ELEIÇÕES
a consolidação das contas deverá ser
TERMINAREM
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 30º
NUM ÚNICO
dia após o pleito
TURNO
SE AS ELEIÇÕES
a consolidação das contas deverá ser
TERMINAREM EM
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 20º
SEGUNDO
dia após o pleito
TURNO
Havendo indícios de
Poderão ser
irregularidade poderão
determinadas
Recebidas as contas, a ser determinadas
diligências junto aos
Justiça Eletoral autuará informações adicionais
doadores e aos
e distribuirá o processo. de ofício tanto ao
fornecedores com prazo
candidato, quanto ao
de 72 horas.
partido ou ao comitê.
Em caso de
desaprovação ou de
aprovação com O órgão técnico poderá
Parecer pelo órgão
ressalvas haverá vista retificar as conclusões
técnico sobre as contas.
dos autos ao candidato iniciais
ou comitê pelo prazo de
72 horas
RESULTADO
Aprovação
Aprovação
Não PRESTAÇÃO com
prestação DE CONTAS ressalvas
Desaprovação
CANDIDATURA A
CANDIDATURA A GOVERNADOR (VICE),
CANDIDATURA A
PREFEITO (VICE) E A A SENADOR, A
PRESIDENTE (VICE)
VEREADOR DEPUTADO FEDERAL E
ESTADUAL
Abuso de Poder
INTRODUÇÃO
a dúvida está no
e no consequente
CLÁUSULA GERAL pressuposto
(solução legal).
(conteúdo)
e não no
a dúvida somente consequente
CONCEITO
está no (solução legal),
JURÍDICO
pressuposto pois essa já está
INDETERMINADO
(conteúdo) predefinida em
lei.
PARA O ABUSO DE
PODER ECONÔMICO
A fim de evitar tais distorções nas eleições com a utilização da máquina estatal,
a Lei das Eleições fixa uma série de condutas vedadas aos agentes públicos
cujo conhecimento é imprescindível. Antes de analisarmos as hipóteses da
legislação, devemos fazer uma importante distinção.
O que nos quer dizer o dispositivo acima é que as condutas vedadas aos
agentes públicos constituem todas elas hipóteses de improbidade
administrativa por violação aos princípios da Administração Pública
capazes de gerar a suspensão dos direitos políticos do agente público.
IMPROBIDADE
CONDUTAS VEDADAS AOS ADMINISTRATIVA PELA
AGENTES PÚBLICOS PRÁTICA DE UMA DAS
CONDUTAS VEDADAS
NÃO IMPLICA
CESSÃO IRREGULAR
DE SERVIDOR
fora do horário de
servidor licenciar-se em férias
trabalho
•calamidade pública;
•estado de emergência ;
•programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no
exercício anterior.
propaganda de produtos e
de serviços que tenham
PERMITE-SE A concorrência no mercado
PUBLICIDADE
INSTITUICONAL AINDA
QUE NOS TRÊS MESES
QUE ANTECEDEM O
PLEITO:
grave e urgente
necessidade pública
ESTRUTURA DO ATO
ILÍCITO ELEITORAL
conduta abusiva
resultado
relação causal
ilicitude ou antijuridicidade
quem contratou
questionário completo
Eleição Municipal
Juiz Eleitoral
Prefeito, vice-Prefeito e Vereador
Eleição Estadual/Federal
Governador, vice-Governador, Deputado Federal, Deputado Estadual e TRE
Senador da República
Eleições Presidenciais
TSE
Presidente e vice-Presidente
DIVULGAÇÃO DE PENALIDADE
PESQUISA SEM CIVIL: multa de
PRÉVIO REGISTRO 50.000 a 100.000
DAS INFORMAÇÕES UFIR
PENALIDADE PENALIDADE
DIVULGAÇÃO DE
CRIMINAL: CIVIL: multa de
PESQUISA
detenção de 6 50.000 a 100.000
FRAUDULENTA
meses a 1 ano UFIR
detenção (6 meses
a 1 ano) ou
RETARDAR, é crime! prestação de
IMPEDIR OU serviços à
DIFICULTAR A comunidade
pena
FISCALIZAÇÃO
DAS PESQUISAS
PELOS PARTIDOS
multa (10 a 20 mil
UFIR)
detenção (6 meses
a 1 ano) ou
prestação de
serviços à
pena comunidade
é crime!
IRREGULARMENTE
NOS DADOS DE multa (10 a 20 mil
PESQUISA UFIR)
ELEITORAL
republicar os dados
obrigação
corretamente
8 - Considerações Finais
Chegamos ao final da nossa décima aula.
Na próxima aula veremos um dos assuntos mais cobrados nos últimos concursos
de TRE, a Propaganda Eleitoral.
Bons estudos!
Ricardo Torques
bit.ly/eleitoralparaconcursos