Ética e Gestão Empreendedora

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
TECNOLOGIAS APLICADAS A ANIMAIS DE
INTERESSE REGIONAL-PPGTAIR
PROFESSORA: Drª. MARIA DO SOCORRO PIRES E
CRUZ

ÉTICA E GESTÃO EMPREENDEDORA NA PESQUISA


TECNOLÓGICA

MESTRANDA: LEILIANE ALVES S. DA SILVA

Teresina-PI
Autores: Celso da Costa Carrer1, Guilherme Ary Plonski2, Célia Regina
Orlandelli Carrer, Celso Eduardo Lins de Oliveira.

Inovação e empreendedorismo na pesquisa


científica

R. Bras. Zootec., v.39, p.17-25, 2010 (supl. especial)

1 FZEA/USP -Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo


2 FEA/USP-Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo
RESUMO

Esta pesquisa pretende dar ênfase a tópicos que historicizam e resgatam


conceitos, mostrando a relação entre inovação e desenvolvimento
socioeconômico resultante; revisa o marco legal para estimular a inovação na
sociedade brasileira; considera a definição e o novo paradigma da universidade
empreendedora.
Destaca a importância do ensino do empreendedorismo nas
universidades, com benefícios diretos para a sociedade.

Os resultados sugerem que a inovação está


diretamente inscrita no desenvolvimento bem-sucedido de
determinada sociedade, sendo, na verdade, o maior
diferencial competitivo dos negócios no universo corporativo.
INTRODUÇÃO

A economia mundial está passando por grandes mudanças nos últimos anos. A
concorrência entre as empresas tem aumentado em diversos segmentos. Todas
as ações coletivas na cadeia produtiva têm sido cada vez mais importantes como
forma de sobrevivência.

Além disso, a busca constante pela satisfação do cliente proporcionou um


bom momento para a realização de alianças de marketing, com maior
possibilidade de ganho para todos os segmentos envolvidos
(Carvalho Rocha et al., 2001)
OBJETIVO
Inovação tecnológica
Desde o início do século XIX, a incorporação de pesquisas
amplia substancialmente a missão das universidades, somando-
se ao seu papel histórico na preservação e transmissão do
conhecimento.

Considerada por outros como uma segunda revolução


acadêmica, é a incorporação do intenso envolvimento com a
inovação tecnológica à missão das universidades.

Nos EUA, surgem, nessa época, estabelecimentos de ensino


superior em terras concedidas pelo Governo Federal aos
estados. Originalmente voltada para a educação profissional.
A universidade no ecossistema de inovação

No Brasil, uma cooperação empresarial –


universidade tornou-se um assunto
A relação entre empresas e universidades mudou geralmente desejado, não apenas por
naquel es paí s es que f a z e m p a r t e d e u m a universidades e empresas, mas também
Organização para Cooperação e pelo governo de competitividade para as
Desenvolvimento Econômico (OCDE). Uma empresas, permite encontrar um
década depois, essas mudanças chegaram ao diferencial competitivo por meio da
Brasil e a outros países da América Latina. inovação (Saab et al., 2009).

A universidade no ecossistema de inovação Estruturas de interface,


como base de suporte e centros de inovação tecnológica (com
muitas denominações) são impostos, juntamente com as
universidades, dão o dinamismo necessário à cooperação (Plonsky
& Carrer, 2009).
Inovação na essência das universidades

Como resultado, aconteceu Em 17.12.2008


durante a virada do século,
as leis nacionais de inovação, -Ministérios de Tecnologia,
Dentro das políticas como a Loi sur la recherché Desenvolvimento, Negócios
públicas começa a et l'innovation francesa de Internacionais e Indústria.
encontrar-se um mar c o 1999. Esta inspira uma -Ministério da Fazenda,
legal que converte o criação análoga da lei -Ministério da Educação,
ambiente mais favorável brasileira, materializada após -Ministério do Planejamento,
à cooperação entre todos cinco anos de dura jornada, Orçamento e Gestão;
os mundos acadêmicos pela Lei 10.973, de para identificar e propor
(institutos públicos de 12.02.2004. O Comitê assuntos ordinários de
pesquisa e universidades) Técnico Interministerial entre interesse que contribuam para
e empresas. uma Ciência. a implementação e
aprimoramento daquela Lei.
Inovação e empreendedorismo na pesquisa científica.

As incubadoras são um terceiro espaço contemporâneo de ensino-aprendizagem das


universidades.
Em um espaço mais tradicional, na sala de aula, os alunos são expostos metodicamente a
conhecimentos preexistentes e importantes para a carreira escolhida.

No segundo, o laboratório, espaço incorporado a partir do século XIX, o aluno usufrui da


encantadora atividade de produção de novos conhecimentos, não verdadeiramente rara
originalmente.

A terceira, a incubadora, permite que os alunos aprendam a ciência e a arte de aliar


conhecimentos preexistentes a novos para criar méritos percebidos pela sociedade,
agregando propriedades e serviços.
Quanto vale a inovação para as universidades?

São muitas as formas pelas quais o envolvimento com a inovaçãoção


tecnológica e, consequentemente, com o ambiente de negócios pode
ajudar a financiar uma pesquisa acadêmica:

• pesquisas contratadas por empresas;


• fonte de recursos em empresas de fomento;
• dedicadas junto a empresas;
• que vieram de licenciamento de tecnologias de diversas formas;
• capital de empresas afiliadas;
• doações para investimentos e bolsas a pesquisadores e estudantes
concedidas por empresas.

são algumas das mais utilizadas.


O paradigma da universidade de empreendedorismo e o ensino do
empreendedor

Um resultado notável do processo de inovação referido é a disseminação de um novo


modelo, a Universidade de Empreendedorismo.

O paradigma de uma universidade de empreendedorismo nasce na segunda metade do


século XX (Harvard como o exemplo mais relevante), com seu objetivo inicial na
sustentabilidade de pesquisadores que se deslocaram nos últimos anos para a
sustentabilidade de sua própria universidade.

A novidade desta forma é que a agregação da Inovação com a Ciência e


Tecnologia é indissociável. A Universidade Empreendedora é, antes de
tudo, uma Universidade Inovadora (Plonsky & Carrer, 2009).
Essa designação tornou-se popular como resultado de pesquisa
sobre transformações paradigmáticas da universidade europeia,
consequentemente pela necessidade de lidar com dois desafios:

A primeira é a relevância, ou seja, a


A segunda é fornecer
capacidade da universidade de
auditoria substantiva, por
responder às demandas participando
uma fonte de recursos
das questões sociais e econômicas.
tradicional e sua alocação
Essas demandas estão associadas a um
está relacionada a
órgão público e à mudança do papel do
resultados viáveis.
Estado.
Cinco elementos são comuns no caminho de transformação das
Universidades de empreendedorismo (Clark, 2006).

(i) fontes diversificadas


de receita;

(iii) desenvolvimento de um entorno


(ii) forte capacidade ampliado, com centros de pesquisa
de direção; consistentes e programas de extensão
não-departamentais;

(v) uma cultura empreendedora envolvente


um sistema de crenças crescente que
(iv) área central da academia estimulada
engloba todos os quatro elementos
novos departamentos antiquados;
mencionados anteriormente, com
características materiais.
As principais questões podem ser discutidas para a adoção
de um planejamento estratégico na área de inovação em
nossa comunidade:
• Qual é o novo trabalho da universidade na comunidade do conhecimento?
• Serviço de quem?
• Como podemos atender a essa nova demanda?
• Que tipo de mudanças culturais devem acontecer nas universidades (e
empresas, governo, etc)?
• Como apoiar a institucionalização das mudanças?
• É necessário um novo modelo de gestão universitária?
• Quais os reflexos novos procedimentos burocráticos e legais?
• É possível buscar um novo modelo pedagógico para criar autonomia?
Considerações Finais

O conceito de modelo de universidade de empreendedorismo vem


crescendo em todo o mundo.

Uma integração formal com um complexo de esforços de múltiplos lados de


busca de prosperidade sustentável para regiões e nações, envolvendo-se
intensamente por uma participação direta no processo de inovação,
tecnologicamente ou não, geração de conhecimento (científico e,
principalmente, tecnológico) atrelado a políticas de melhoria para a criação
de novos negócios (com diferencial competitivo) que por sua por sua vez,
gerar ocupação.
Considerações Finais

Por um lado, potencializar essa importante função de inovação, de várias


maneiras, para não limitá-la a uma ou poucas instituições segmentar, mas
penetrar. Ao menos, seria importante considerar que a futura universidade
assumirá uma posição de agente ativo para estimular uma construção
ambiental da inovação geração e de sua posição empreendedora a todos os
agentes a ela vinculados, para manter sua contribuição na consecução de
resultados que incorporem uma nova realidade a esta sociedade.
Referência Bibliográfica
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