Mateus Meic by Cefap

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UNISCE
D
Universidade Aberta ISCED
Módulo: MEIC
Nome: Mateus Marcelino

Insuficiência de Água Potável no 5º Bairro da Vila Autárquica de Nhamatanda nos


Anos 2018 A 2020

Licenciatura em Nutrição

Universidade Aberta ISCED

Manica

2022
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Introdução

A água potável constitui uma das principais essências para a sobrevivência humana, pois já
diz a frase: sem água não há vida. A água potável é aquela que se apresenta inodora e incolor,
considerada própria para o consumo humano. O organismo humano necessita deste liquido
para realizar suas tarefas básicas e garantir o seu funcionamento. O distrito de Nhamatanda já
vem enfrentando problemas de insuficiência de água potável a muito tempo, especificamente
no bairro 5.

A insuficiência da água potável implica em sérios problemas de saúde como doenças e


desnutrição. Este factor vem preocupando o sector publico assim como privado que vem
empreendendo esforços para poder ultrapassar a problemática. Circunscritos nesta realidade
este projecto se submete a investigar as causas que podem estar por detras desta problemática
afim de tracar linhas orientadoras que possam de algum modo contribuir para minimização do
problema.
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1. Tema

Este projecto tem como tema: Insuficiência de água potável no 5 bairro da vila autárquica de
Nhamatanda nos anos 2018 a 2020

1.1. Delimitação do estudo

Este estudo esta previsto para ocorrer no 5º bairro de Nhamatanda que dista a 100 km da
cidade da Beira, Província de Sofala, no ano de 2022

1.2. Justificativa

Este trabalho Justifica-se por três vertentes: pessoal, académica e social. A nível pessoal foi
pelo facto do proponente ser um cursando de nutrição e estar preocupado com as
consequências que a insuficiência da água potável pode trazer a nível da população do 5º
bairro de Nhamatanda. A Nível académico este trabalho ira contribuir para o corpo teórico-
pratico de pesquisas feitas tendo como realidade o nosso contexto local. Esta pesquisa ira
também servir como alicerces para estudos próximos no âmbito da água potável. A nível
social senão mais importante, este estudo ira trazer novas directrizes que através de um
trabalho multissectorial, poderão contribuir para erradicação da insuficiência de água potável
no 5º bairro de Nhamatanda.

1.3. Problematização

No distrito de Nhamatanda, um dos grandes problemas dos munícipes é o acesso a água


potável, para fazer face o consumo e o saneamento do meio, actualmente o abastecimento de
água é feito a partir de um pequeno sistema com 5 furos com produção 220 m3/dia e uma rede
de distribuição abaixo de 10km, e este sistema já não responde as necessidades da vila, sendo
distribuída a água de forma faseada pelos bairros, de modo a cada um deles ser abastecido
apenas uma vez por semana, funcionando com extremas deficiências e está longe de satisfazer
a demanda da população. Apenas 5% da população está conectada e a qualidade do serviço é
fraca. A vila conta com um sistema público de abastecimento de água que já não responde às
necessidades da vila, sendo distribuída água de forma faseada pelos bairros, de modo a cada
um deles ser abastecido apenas uma vez por semana. O referido sistema funciona com
extremas deficiências.

O bairro 5º de Nhamatanda é um dos mais afectados por esta realidade cujo outros factores
por detrás são a falta de instalação de um sistema de abastecimento de água, dependência de
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sistemas de abastecimento de água potável de outros bairros, insustentabilidade financeira do


distrito para financiamento de projectos de abastecimento de água, entre outros. Face ao
exposto, urge investigar: Quais são as possíveis soluções para ultrapassar a problemática de
insuficiência de água potável no 5º bairro de Nhamatanda?

1.4. Objectivos

Geral

 Investigar as possíveis soluções para ultrapassar a problemática de insuficiência de


água potável no 5º bairro de Nhamatanda.

Específicos

 Identificar o sistema de abastecimento de água no Distrito de Nhamatanda;


 Descrever o abastecimento de água no 5º bairro e outros do distrito de nhamatanda;
 Apresentar um plano de intervenção multissectorial que poderá garantir suficiência de
água potável no 5º bairro de Nhamatanda.

1.5. Hipóteses

H1. Criação de um Sistema de Abastecimento de água no bairro 5º.

H2. Construção de fontes de água dispersas seguras no bairro 5º.

H3. Revitalização dos comités de gestão de água.

1.6. Tipo de pesquisa

Esta pesquisa será qualitativa exploratória. Se de carácter qualitativo porque não se pretende
trazer dados estatísticos sobre o fenómeno, apenas na base dos entrevistados, apurar as
possíveis intervenções que podem ser feitas para minimizar a problemática de insuficiência de
água potável no 5º bairro de Nhamatanda. Será exploratória porque ira na base dos
instrumentos de colecta de dados, explorar as informações junto com os entrevistados sobre a
problemática em causa.
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1.6.A. Técnicas de colecta de dados

Para poder apurar os resultados, será aplicada uma entrevista semiestruturada apoiada com um
questionário onde contem as perguntas abertas e fechadas que permitirão aos entrevistados
ficarem mais a vontade para falar do fenómeno em causa.

1.6.B. Participantes da pesquisa

Em um universo de todos munícipes de Nhamatanda, ira se trabalhar com administrados do


distrito ou representante, dois agentes da FIPAG, três técnicos de canalização e abastecimento
de água e cinco moradores do bairro 5º de Nhamatanda, totalizando assim, uma amostra de 11
participantes.

1.7. Revisão da literatura


1.7.A. Breves considerações sobre a água

A água é um recurso natural de valor inestimável. Mais que um insumo indispensável à


produção e um recurso estratégico para o desenvolvimento económico, ela é vital para a
manutenção dos ciclos biológicos, geológicos e químicos que mantêm em equilíbrio os
ecossistemas. É, ainda, uma referência cultural e um bem social indispensável à adequada
qualidade de vida da população. Os Sistemas de Abastecimento de Água, quer em zonas
rurais quer em zonas urbanas, tem como objectivo servir de uma forma regular e contínua a
maior percentagem de população possível, com a progressiva melhoria da qualidade do
serviço no âmbito de uma perspectiva ambientalmente sustentável.

1.7.B. Abastecimento de água em Moçambique

Segundo O MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2019), a Política Nacional da


Água em Moçambique foi revista em 2007, devido à necessidade de cumprir com os
Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODMs) e por se reconhecerem as insuficiências
da anterior Política Nacional de Água (NB: é chamada a ‘Política da Água’ para a diferenciar
da original ‘Política Nacional da Água’, elaborada em 1995, porém detém o mesmo estatuto
político de uma política nacional.

A Política da Água também incorpora o Manual de Implementação de Projectos de


Abastecimento de Água Rural (MIPAR, 2001). Este manual fornece orientações sobre os
papéis e responsabilidades de todos os interessados envolvidos na implementação dos
projectos de água rural, desde as comunidades aos órgãos centrais. o INSTITUTO
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NACIONAL DE ESTATÍSTICAS (2018) publicou que esta política e os seus respectivos


regulamentos visam aumentar o acesso ao abastecimento de água sustentável para pelo menos
70% da população rural até ao ano 2015, em linha com as metas dos ODM.

Apesar de se verificar um progresso considerável nestes sistemas apenas cerca de metade dos
moçambicanos tem acesso ao abastecimento de água melhorado, havendo evidentes
desigualdades entre as zonas rurais e urbanas. O actual nível mínimo de serviço no
abastecimento de água rural é constituído por poço protegido ou furo equipado com uma
bomba manual. Outros tipos de serviço incluem sistemas de recolha de água da chuva,
protecção de nascentes de água, bombas de corda e pequenos sistemas reticulados de
Abastecimento de Água.

1.7.C. Abastecimento de água no distrito de Nhamatanda

O sector de Abastecimento de Água em Nhamatanda tem como intervenientes a


Administração de Infra-Estruturas de Águas e Saneamento (AIAS), os Serviços Distritais de
Planeamento e Infra-estruturas (DPOPHRH-SDPI), Conselho Municipal da Vila de
Nhamatanda (CMVN) e os seus Comités de Água e Saneamento nos bairros, Operadores
Privados e as Organizações não-governamentais (ONG). O Sistema Público de água
canalizada, ao nível municipal, é operado pela empresa ENGEPESQUISA e foi construída em
2011 no âmbito do projecto PRONASAR. Actualmente, está em elaboração o projecto de
reabilitação e expansão do sistema no âmbito do Programa de Desenvolvimento Integrado
para as Autarquias (PRODIA), cujo estudo de viabilidade foi concluído em Novembro de
2016. Por sua vez, o CMVN actua na expansão de fontes dispersas com fundos próprios e
apoio de ONG. O SDPI trabalha mais ao nível distrital. Existe uma fraca interacção entre o
CMVN e o SDPI.

De acordo com o CONSELHO MUNINCIPAL DE NHAMATANDA (2018), o sector rege-se


em função de regulamentação nacional existindo apenas o código de postura municipal como
regulamentação específica. Em termos de planos, apenas se encontra disponível o Plano
Económico Social Orçamental do município da vila de Nhamatanda - PESOM 2019 onde está
planeado a construção de furos de água. Durante o mandato anterior (2014-2018) muitos
foram os constrangimentos verificados destacando: i. a insuficiência de espaço onde funciona
o Conselho e Assembleia Municipal; ii. a insuficiência de recursos financeiros; iii. A
insuficiência de meios de transportes. Salienta-se como maior desafio a expansão do
Abastecimento de Água canalizada para todos bairros da vila municipal.
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No sector de Abastecimento de Água, de acordo com o relatório-balanço trimestral-2018 e


cumulativo quinquenal 2014-2018, foram abertos 20 furos de água nos bairros e reparados 67
furos com um nível de cumprimento de +/- 100% do planeado. Não está disponível o plano
quinquenal para os próximos 5 anos (2019-2023) estando disponível o PESOM 2019. De
acordo com o PESOM 2019, está planeado a abertura de 7 furos de água equipado com
bomba manual do tipo AFRIDEV, estimados em cerca de 3 500 000 MZN financiados pelo
fundo de investimento autárquico.

O Abastecimento de Água ao município de Nhamatanda é feito através de seis (6) formas,


nomeadamente:

 Rede pública de água canalizada com fontenários (Sistema PRONASAR);


 Redes privadas de água canalizada (SISTEMA ENGEPESQUISA E MATUNHA
CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS-MCS);
 Fontenários públicos dispersos;
 Furos ou poços públicos protegidos e com bombas manuais;
 Poços públicos não protegidos;
 Venda de água a partir de veículos com tanques.

Em 2019 previa-se investir no município de Nhamatanda cerca de 44.297.000 MZN para os


vários sectores com: o Fundo de Compensação Autárquica (FCA) a contribuir com cerca de
45%; o Fundo de Investimento Autárquico (FIA) com cerca de 22%; o Fundo de Estradas
com 10% e; 20% de receitas próprias. Cerca de 38%, 16 700 000 MZN, correspondem a
receitas que serão usadas na vereação de construção urbanização e meio ambiente e, cerca de
3 500 000 MZN na abertura de furos.

1.7.D. Abastecimento de água nos bairros 5º e outros do distrito de Nhamatanda

De acordo com o RELATÓRIO FINAL DO DISTRITO DE NHAMATANDA (2020), O


SAA de Nhamatanda alimenta parte dos 3 bairros mais centrais da Vila (1.º, 4.º e 5.º bairros),
enquanto a tubagem instalada no 2.º, 3.º e 10.º bairro fica vazia. As 5 bombas submersíveis
transportam a água em direcção ao tanque apoiado T1 de 500 m3 ou para o tanque elevado T2
de 50 m3. Estes tanques interconectados constituem o centro distribuidor e são localizados na
mesma parcela, no bairro Samora Machel.
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A distribuição é realizada por gravidade através de condutas PVC e PEAD de diâmetro


compreendido entre 90 mm e 63 mm. O sistema conta hoje com 317 conexões e 10
fontanários. Desde a sua implementação, o SAA é gerido por uma empresa privada,
ENGEPESQUISA. A produção faz-se a partir de 5 furos com as características abaixo. Ficam
situados numa mesma zona, em ambas as margens do Rio Nhamatanda, 2 furos no 9.º Bairro
(Eduardo Mondlane) e 3 furos no 4.º Bairro (5 de Setembro). Todos os furos podem funcionar
em simultâneo.

Um contador mecânico está instalado na saída de cada um dos furos. Todos são funcionais.
De momento, os furos funcionam em conjunto e em média 22 horas por dia, o que
corresponde ao máximo normalmente admitido. A alimentação eléctrica dos furos faz-se em
baixa tensão a partir do pequeno edifício de controlo situados à proximidade (“casa das
bombas”), ele próprio é alimentado directamente pela rede pública de baixa tensão. Não
existem geradores de socorro em caso de corte ou avaria eléctrica.

O funcionamento das bombas dos furos pode ser automático através de uma bóia instalada no
tanque elevado T2. Existe também uma protecção contra o funcionamento a seco destas
bombas (sondas eléctricas em cada furo). As bombas submersíveis dos 5 furos enviam
directamente a água até ao centro distribuidor por intermediário duma conduta adutora única
DN 125 em PVC numa extensão de 920 metros. As ligações entre os furos e esta adutora
fazem-se com condutas PVC DN75 e DN90 (CONSELHO MUNINCIPAL de
NAMATANDA, 2018).
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Referências bibliográficas

Conselho municipal de Nhamatanda. (2018). Maximizacao do financiamento para o


desenvolvimento hurbano.

Instituto nacional de estatísticas. (2018) Anuário estatístico da província de Sofala.

Ministério da administração estatal. (2019) Perfil do distrito de Nhamatanda província de


Sofala.

Relatório Final. (2020). Município Nhamatanda. Page 119.


11

Índice
Introdução................................................................................................................................3
1. Tema................................................................................................................................4
1.1. Delimitação do estudo..................................................................................................4
1.2. Justificativa...................................................................................................................4
1.3. Problematização...........................................................................................................4
1.4. Objectivos.....................................................................................................................5
1.5. Hipóteses......................................................................................................................5
1.6. Tipo de pesquisa...........................................................................................................5
1.6.1. Técnicas de colecta de dados....................................................................................6
1.6.2. Participantes da pesquisa..........................................................................................6
1.7. Revisão da literatura.....................................................................................................6
1.7.1. Breves considerações sobre a água...........................................................................6
1.7.2. Abastecimento de água em Moçambique.................................................................6
1.7.3. Abastecimento de água no distrito de Nhamatanda..................................................7
1.7.4. Abastecimento de água nos bairros 5º e outros do distrito de Nhamatanda.............8
Referências bibliográficas……………………………..……………...……………………10

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