Resumo Teórico
Resumo Teórico
Resumo Teórico
Resumo teórico
Alexandra Dias
A21
PSICOLOGIA
Define-se como a ciência do comportamento e dos processos mentais que lhe estão subjacentes.
PSICOLOGIA DA SAÚDE
Define-se como a prática e aplicação dos métodos psicológicos ao estudo do comportamento relevante
para a saúde, doença e cuidados de saúde (Luís Pais Ribeiro)
Estuda fatores sociais (suporte familiar), comportamentais (estilos de vida), cognitivos (conhecimento
pessoal; deteção precoce da doença) e emocionais (ansiedade, preocupação) que influenciam:
Manutenção da saúde
Evolução da saúde
Desenvolvimento da doença
A resposta do doente e família à doença.
PSICOLOGIA DA SAÚDE
1. Promoção da saúde;
2. Aspetos psicológicos da prevenção e tratamento de doenças;
3. Etiologia e fatores associados à saúde, doença e disfunção;
4. Análise e melhoria da prestação dos cuidados de saúde e das políticas do SNS.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
É o ramo da psicologia que se ocupa do estudo dos processos de mudança psicológica, que ocorrem no
decurso da vida humana.
MATURAÇÃO: mudanças qualitativas que capacitam o organismo a progredir em direção a nível + altos
de funcionamento. É o processo inato, geneticamente programado e resistente à influência do meio
ambiente que se refere às transformações que ocorrem no corpo durante um determinado período de
tempo. Ex. Puberdade.
A IDADE
1. Dimensão cronológica: definida pelo tempo que decorre desde o nascimento até à morte
2. Dimensão biológica: refere-se aos diversos níveis de maturidade física
3. Dimensão psicológica: associada à evolução dos processos cognitivos, emocionais, etc.
4. Dimensão funcional: referente à capacidade de adaptação às exigências sociais.
5. Dimensão social: relacionada com os papéis, hábitos e expectativas quanto à participação social.
Adolescência: início do séc. xx – Stanley Atall. Tempo de escolaridade obrigatória foi aumentando
diminuição da necessidade de mão de obra.
Adulto jovem: Chickering, 1993. Estruturas cerebrais continuam a crescer até esta etapa. Mudança
qualitativas ao nível do funcionamento.
1. O desenvolvimento ocorre ao longo de todo o ciclo vital: desde a conceção até à morte. O
desenvolvimento não ocorre sempre à mesma velocidade nem nos mesmos moldes – alternância de
períodos de transição controversos ou de maior estabilidade;
2. O percurso de vida individual demonstra continuidade e mudança (transição) – é um processo
sequencial e ordenado. Pode ocorrer um retrocesso devido a desequilíbrios.
3. Há que considerar a pessoa na sua globalidade – o desenvolvimento não é um processo complexo e
todas as suas dimensões se interrelacionam. Ser capaz de realizar uma nova tarefa, permite realizar
uma nova avaliação enquanto pessoa.
3. PERSPETIVA ETOLÓGICA
3.1. Etiologia padrões de comportamento animal
3.2. Dá relevância às bases biológicas e evolucionistas do comportamento para além do valor
adaptativo imediato, enfatiza a sua função na sobrevivência de uma espécie.
3.3. Conceitos de ambiente de adaptação: Imprinting (informação programada; partilha de
características específicas e agradáveis). (EXEMPLO: quando o bebé nasce, vai imediatamente
para o colo da mãe). Autor Lorenz
3.4. Um dos interesses é o estudo de comportamentos comuns a várias culturas (ex. choro, sorriso).
3.5. Observação naturalista
3.6. Autores: Konrad Lorenz, Harlow (ideia do afeto), John Bowlby
Os etológicos acreditam que, para cada espécie, há uma variedade de comportamentos inatos e
específicos da espécie que evoluíram de modo a aumentar as suas hipóteses de sobrevivência.
Desenvolveram investigação comparativa para identificar quais os comportamentos que são universais e
quais os específicos de uma determinada espécie ou que se modificam através da cultura. Também
identificaram comportamentos que são adaptativos em diferentes momentos do ciclo vital; p.e., um
bebé necessita de estar próximo da mãe, mas para uma criança mais velha, uma exploração mais
independente é importante.
4. PERSPETIVA ECOLÓGICA
4.1. Urie Bronfenbrenner (1917-2005) identifica cinco níveis interligados de influência ambiental ou
contextos de desenvolvimento, do mais próximo para o mais vasto. Para perceber o
desenvolvimento humano, devemos estudar a criança nos contextos dos ambientes múltiplos, ou
sistemas ecológicos, nos quais ele ou ela se desenvolve. O que começa com o enquadramento
íntimo no lar, desloca-se de seguida para fora, para as instituições mais alargadas como o sistema
escolar e, finalmente, abrange os padrões e condições culturais e sócio históricos que afetam a
família, a escola e virtualmente a totalidade da vida da criança.
4.1.1. O microssistema é o ambiente quotidiano imediato da família, escola ou vizinhança. Inclui
relações pessoais face a face com os pais, irmãos, amas, colegas e professores, nas quais a
influência é interativa. Análises do microssistema trouxeram algumas surpresas, como, p.e., a
extensão na qual o ambiente difere de criança para criança.
4.1.2. O mesossistema é a interação de vários microssistemas em que a criança está inserida – por
outras palavras, é um sistema de microssistemas. Pode incluir relações entre casa e escola,
como reuniões de pais e professores ou relações entre a família e o grupo de pares.
4.1.3. O exossitema refere-se às ligações entre dois ou mais contextos, em que pelo menos num dos
quais a criança não está inserida, mas que afeta a criança indiretamente. Por exemplo, uma
mãe, que se sente frustrada no trabalho, pode tratar inadequadamente a sua criança.
4.1.4. O macrossistema consiste nos padrões culturais: crenças dominantes, ideologias e sistemas
económicos e políticos, como o capitalismo e o socialismo.
4.1.5. O cronossitema adiciona a dimensão tempo – a influência da mudança ou estabilidade,
normativas ou não-normativas, na criança e no meio. Pode incluir alterações na estrutura
familiar, local de residência, emprego dos pais, assim como mudanças culturais mais vastas,
como guerras ou ciclos económicos.
4.2. O comportamento tem de ser entendido de forma contextualizada. Identificou vários fatores em
função de diferentes contextos.
4.3. Quanto maior for a influência do contexto, maior será o desenvolvimento.
4.4. Ambiente concebido como possuindo quatro contextos ou níveis que variam entre o meio mais
imediato.
4.5. Assinala a importância de compreender:
4.5.1. A relação existente entre o indivíduo e os vários sistemas ambientais.
4.5.2. O indivíduo como participante ativo na criação dos seus ambientes.
A capacidade de assumir novos papéis está relacionada com a capacidade de possuir segurança em
relação a si mesmo. Existe, portanto, um salto qualitativo, ou seja, a consciência de si mesmo e a
capacidade de assumir uma nova identidade (2 anos de vida).
IMPORTÂNCIA DO JOGO:
O desenvolvimento psicossocial processa-se segundo uma sequência fixa de 8 estádios que envolvem:
Construção da identidade:
Cada estádio é marcado por crises psicossociais que requerem a resolução de traços opostos
ou bipolares – são momentos de crise e de (re)síntese do “eu”;
Se a interação com o meio for saudável e a crise de cada estádio resolvida, então o
indivíduo conseguirá desenvolver-se plenamente.
1. Todos os sentidos estão operacionais ao nascimento: a visão progride ao longo dos primeiros meses de
vida
2. O cérebro cresce em complexidade e é altamente sensível a influências ambientais
3. O crescimento físico e o desenvolvimento motor são rápidos
4. A capacidade para aprender e recordar está presente, mesmo nas primeiras semanas de vida
5. A utilização de símbolos e a capacidade de resolução de problemas desenvolvem-se no final do
segundo ano de vida
6. A compreensão e a utilização da linguagem desenvolvem-se rapidamente
7. Formação da vinculação aos pais e a outras figuras
8. Desenvolvimento da autoconsciência
9. Mudança da dependência para a autonomia
10. Aumenta o interesse por outras crianças
O DESENVOLVIMENTO DO RECÉM-NASCIDO
Estado Olhos Respiração Movimentos Responsividade
Sono Fechados; não há Irregular Nenhum, Não pode ser
regular/profundo movimento rápido excepto acordado por
dos olhos sobressaltos estímulos leves
súbitos e
generalizados
Sono irregular/leve Fechados; Irregular Músculos Sons ou luz
ocasionalmente, contraem-se, provocam sorrisos
movimentos mas não há ou esgares
rápidos dos olhos grandes durante o sono
movimentos
Sonolência Abertos ou Irregular Algo ativo Pode sorris, ter
fechados sobressaltos,
mamar ou ter
ereções em
resposta a
estímulos
Vigília inativa Abertos Regular Calmo; pode Um ambiente
COMPORTAMENTOS REFLEXOS
O RN é capaz de efetuar uma quantidade enorme de reações motoras que não dependem de
aprendizagem ou treino prévio.
Trata-se de reflexos hereditários ou primitivos - espécie de respostas involuntárias e automáticas que
irá permitir a sobrevivência e adaptação fora do útero materno.
A sua presença, intensidade e simetria podem ser usados para avaliar a integridade neurológica.
O desaparecimento dos reflexos primitivos no tempo adequado é sinal que o córtex está a amadurecer
e a desenvolver-se normalmente, o que permite a transformação do comportamento reflexo em
comportamento voluntário. Assim, podemos avaliar o desenvolvimento neurológico do bebé, observando
se certos reflexos estão presentes ou ausentes.
Termo introduzido por dois pediatras, Klaus e Kennel (1976) para descrever o vínculo único,
específico e duradouro, que se estabelece entre os pais e o bebé. Klaus e Kennel (1976) estudaram as
primeiras interações entre a mãe e o bebé e concluíram que:
Estas obedecem a certos padrões comportamentais;
Os momentos que se seguem ao parto são cruciais para o desenvolvimento do Bonding
e da relação futura (principalmente em situações de risco), pela adequação hormonal
da mãe e pela presença do bebé.
As teorias do Bonding têm tido grande influência nas práticas de cuidados parto e pós-parto –
presença pai/outro significativo; doula Alguém presente no nascimento e dá apoio à mãe durante o
nascimento; roming-in.
O facto de se providenciar aos pais um período de contacto com o bebé, logo após o
nascimento – período crítico – traduz-se num aumento do sentimento de competência e de autoconfiança
(aproximadamente, 40min).
O Bonding não se estabelece de imediato (logo a seguir ao parto) para todas as mães e a
investigação mostra que se vai intensificando com o decorrer do tempo (ao longo do primeiro ano de
vida) e das oportunidades de interação da mãe com o bebé.
Num estudo bastante conhecido, Konrad Lorenz caminhou com um andar semelhante ao dos
patos, imitou o grasnido do ganso e agitou os seus braços – e teve patinhos recém-nascidos a segui-lo tal
como seguiriam a mãe pata. Lorenz demonstrou que os patinhos acabados de chocar seguem o primeiro
objeto em movimento que virem, independentemente de este ser um membro da sua própria espécie, e
gradualmente ligam-se a este. Normalmente, esta primeira ligação é a sua mãe, mas, se a ordem natural
dos acontecimento for alterado, outro tipo de ligação poderá surgir. Este fenómenos é chamado de
“cunhagem” (imprinting) e Lorenz acreditava que se trata de um fenómeno automático e irreversível.
Em 1976, Klaus e Kennell concluíram que se a mãe e o bebé são separados durante as
primeiras horas a seguir ao parte, a ligação mãe-bebé – os sentimentos da mãe de proximidade e
proteção em relação ao recém-nascido – pode não se desenvolver normalmente. No entanto, investigação
mais recente não confirmou a existência de um período crítico para a ligação mãe-bebé e os defensores
da ideia original modificaram, mais tarde, a sua posição afirmando que o contacto imediatamente após o
parto não é essencial para uma forte ligação mãe-criança. Algumas mães parecem conseguir uma ligação
mais forte com os bebés depois de um contacto precoce alargado.
Os pais, tal como as mães, formam ligações íntimas com os bebés pouco depois do
nascimento. Pais pela primeira vez, orgulhosos, admiram e pegam nos seus bebés. Os bebés contribuem
simplesmente fazendo coisas que normalmente os bebés fazem: abrindo os olhos, apertando os dedo do
pai ou mexendo-se nos seus berços.
Grupo de 28 grávidas:
1. Grupo de Controlo:
1.1. Rotina normal - via o bebé logo após o nascimento e 6 a 12 horas depois, após
período de descanso.
1.2. Sessões de aleitamento durante ½ hora cada 4 horas.
2. Grupo Experimental: mais contacto
2.1. Depois do parto tiveram um período de 1 hora de contacto com o bebé.
2.2. Em média, mais 5 horas de contacto com o bebé quando comparadas com as mães
do grupo de controlo.
Resultados
UM MÊS DEPOIS:
Entrevistaram as mães e filmaram-nas com os bebés, inclusive durante uma sessão de
aleitamento;
As mães do grupo experimental mostraram-se mais próximas dos bebés e durante o aleitamento
mantinham-os mais próximos de si
11 MESES DEPOIS:
As mães do grupo experimental continuavam a abraçar e a acariciar mais os bebés e diziam sentir
mais saudades quando se separavam deles
Os bebés estavam mais desenvolvidos física e socialmente
Teoria com base em estudos de Jonh Bowlby (1907-1990) e Mary Ainsworth (1913-1999):
1. Ao longo do 1º ano de vida que a criança estabelece uma relação privilegiada com uma (ou mais)
figura(s) que lhe presta(m) cuidados e transmite(m) segurança, conforto e bem-estar;
2. Trata-se de uma relação vertical: um elemento é mais forte do que o outro; não estão na mesma
posição hierárquica;
3. É uma relação diferente da de Bonding e tem uma história desenvolvimental diferente de
dominância dos esquemas sensoriomotores simples para o uso dos primeiros símbolos;
4. Existe uma relação significativa entre as experiências de vinculação durante a infância e
adolescência e a capacidade para estabelecer ligações afetivas mais tarde.
5. É no âmbito da prestação de cuidados que assegura a sobrevivência do bebé que se estabelece a
relação de vinculação – tem raízes biológicas
6. Os comportamentos de vinculação são intermitentes (a sua manifestação depende de fatores
situacionais), mas o padrão de vinculação tende a persistir - o bebé constrói um modelo interno
dinâmico
7. O sistema comportamental de vinculação é ativado em função:
7.1. Perceção de perigo ou ameaça (físico ou psicológico)
7.2. Acessibilidade e proximidade da figura de vinculação
8. No primeiro ano de vida, a criança desenvolve um modelo interno relativamente ao que é a sua
mãe.
1. Os reflexos vão-se tornando cada vez mais eficientes e a criança vai aprender a usá-los de forma
cada vez mais seletiva
2. O nível da atividade modifica-se à apresentação de um objeto e reação de preensão de um dedo
introduzido na sua mão;
3. À medida que o RN exercita os seus reflexos inatos, adquire algum controlo sobre estes. Começa a
envolver-se num comportamento, mesmo quando o estímulo que o estimula é um reflexo
automático, que não está presente. Exemplo: os RN chucham de forma reflexa quando os seus
lábios são tocados. Rapidamente, eles aprendem a encontrar o mamilo, mesmo quando não são
tocados e chucham em momentos em que não estão com fome. Assim, os bebés modificam e
alargam o esquema de sucção, quando começam a iniciar a atividade.
4. Os bebés exercitam os reflexos e ganham algum controlo sobre estes. Não coordenam a
informação recebida através dos sentidos. Não agarram um objeto, para o qual estão a olhar. Não
desenvolvem a permanência do objeto.
1. Se o comportamento da criança por acaso, provoca um resultado interessante, ela vai tentar
repeti-lo - há já algum controlo voluntário das suas ações
2. Aparecimento do comportamento de olhar para as mãos e a criança já é capaz de segurar um
objeto que lhe é colocado na mão, e de o levar à boca e diante dos olhos
3. Os bebés repetem comportamentos agradáveis que inicialmente ocorrem por acaso (tal como a
sucção). As atividades estão centradas no corpo da criança e não nos efeitos do comportamento no
ambiente. Os bebés realizam as primeiras adaptações adquiridas, isto é, chupam diferentes
objetos de forma diferente (chucham o dedo de diferente forma que chucham o mamilo).
Começam a virar-se quando ouvem sons, revelando a capacidade de coordenar diferentes tipos de
informação sensorial (visão e audição). Não desenvolveram ainda a permanência do objeto.
5º sub-estádio (12-18 meses): Reações circulares terciárias e descoberta de novos meios por
experimentação ativa
1. O termo terciário refere-se ao facto da criança procurar ativamente a novidade
2. A criança já é capaz de imitar sequências de atividades cada vez mais complexas e diferentes,
mesmo quando o modelo já não está presente – imitação diferida e jogo faz-de-conta
3. A criança deixa de estar presa ao presente e passa a ser alguém com passado e futuro - capacidade
de planear as ações antes de as desempenhar
4. Dado que as crianças conseguem representar mentalmente os acontecimento, deixam de estar
limitados à tentativa e erro para resolver os problemas. O pensamento simbólico permite às
crianças começar a pensar acerca dos acontecimentos e antecipar as suas consequências, sem
estarem sempre associadas à ação. As crianças começam a revelar “insight”. A permanência do
objeto está completamente desenvolvida.
5. A capacidade representacional – a capacidade de representar mentalmente objetos e ações na
memória, principalmente através de símbolos como palavras, números e imagens mentais – emerge
aqui. Esta fase marca a transição para o estádio pré-operatório, são capazes de usar símbolos para
pensar acerca das ações antes de as realizarem. Dado que agora possuem alguma compreensão de
causa-efeito, não necessitam de atravessar o laborioso processo de tentativa e erro para resolverem
novos problemas.
A capacidade de manipular símbolos liberta a criança da experiência imediata. A criança pode agora
envolver-se na imitação diferida, isto é, imitar ações que já não visualizam à frente delas. Podem
brincar ao “faz de conta” simples, envolvendo pessoas ou situações imaginárias que é o percursor do
jogo dramático mais elaborado que ocorre no estádio pré-operatório, à medida que as crianças se tornam
mais capazes de recordar e imaginar.
A permanência do objeto é a base para a consciência, por parte da criança, de que ela existe
separadamente dos objetos e das outras pessoas. Permite também que a criança, cuja figura parental se
tenha ausentado do local onde se encontrava, se sinta segura por saber que a figura parental continua a
existir e vai voltar. Isto é essencial para compreender as noções de tempo, espaço e de um mundo cheio
de objetos e de acontecimentos.
As crianças têm a capacidade de fazer raciocínio lógico (mostrar e fazer desaparecer um boneco)
A ABORDAGEM DO PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO
Investigação a partir dos anos 70 evidenciou potencialidades cognitivas nos bebés que até então
estavam subestimadas:
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Muito caracterizado pelo egocentrismo prejudicar os outros, mas não ter consciência disso (
egoísmo prejudicar os outros e ter consciência disso)
1. Finalismo
o Achar que tudo o que existe se limita e define ao meu interesse
2. Artificialismo
o Achar que tudo o que existe foi feito para se limitar ao meu interesse
3. Animismo
o Todas as minhas características também existem nos objetos inanimados
Pensamento transdutivo - do particular para o particular, porque há dificuldade em articular os
aspetos gerais e particulares dos conceitos.
O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
O alcance do carácter emocional desta produção de sons vai aumentando regularmente à medida que
os bebés progridem da imitação acidental para a imitação intencional (inicialmente sem consciência
de qualquer significado).
Nascimento – chora, reconhece discurso e responde a alguns sons
1 a 3 meses – arrulhos (arhhhh) e gargalhadas
3 a 6 meses – brincadeiras com sons
6 a 10 meses– tagarelar (sequências de consoante-vogal – ma- ma, papa)
9 a 10 meses – começa a compreender palavras (o vocabulário passivo desenvolve-se mais
rapidamente do que o ativo, ou seja, os bebés compreendem muitas palavras antes de serem capazes
de as utilizar) e imitar sons
9-12 meses – usa gestos sociais convencionais (apontar, abanar a cabeça, etc)
2. As primeiras palavras (1-2 anos)
10- 14 meses – diz a primeira palavra (nome de algo)
10–18 meses – discurso linguístico (holófrase: uma palavra tem diferentes significados para a criança
“da” onde está o David?; Quero sair daqui; Eu quero aquilo.)
Não é preciso ser-se mãe ou pai para se utilizar uma linguagem adequada ao bebé (“parentese”). Se,
quando falamos com m bebé ou uma criança pequena, falamos lentamente, com um tom agudo, com um
discurso simplificado e com sons vocálicos exagerados, e se usamos palavras e frases curtas e muita
repetição, estamos a utilizar um “discurso dirigido à criança”. A maioria dos adultos e mesmo as crianças
fazem-no naturalmente. Esse “falar à bebé” pode mesmo ser universal, tendo sindo documentado por várias
línguas e culturas.
Muitos investigadores consideram que o discurso dirigido à crianças ajuda-as a aprenderem a sua língua
materna ou, pelo menos, a compreenderem-na mais rapidamente.
O discurso dirigido à crianças também parece servir outras funções cognitivas, sociais e emocionais.
Ensina o bebé a como manter uma conversa: a como introduzir um assunto, a comentá-lo ou a acrescentar
algo e a tomar a sua vez na conversa. Ensina o bebé a como usar novas palavras, a estruturar frases e a
transmitir ideias por palavras. Dado que o discurso dirigido à criança está confinado a assuntos simples e
quotidianos, os bebés e as crianças pequenas podem usar o seu próprio conhecimento sobre coisas familiares
para os ajudar a extrair o significado das palavras que ouvem: o discurso dirigido à criança também ajuda os
bebés a desenvolverem uma relação com os adultos, possibilitando-lhes responder a pistas emocionais
Desde muito cedo que a maioria dos bebés gosta que leiam para eles e a frequência com que os
pais e outras figuras parentais o fazem, bem como o modo como o fazem pode influenciar a qualidade dos
discurso e a qualidade da leitura. De acordo com investigação clássica, as crianças que apredem a ler mais
cedo são, geralmente, aquelas cujos pais liam para elas frequentemente quando eram pequenas.
Ler para uma criança promove a conversação pai/mãe-criança. Os adultos contribuem para o
desenvolvimento da linguagem quando parafraseiam o que a criança diz, o expandem, falam acerca dos
interesses da criança, permanecem em silêncio o tempo suficiente para dar à criança uma oportunidade
para responder e quando colocam questões específicas.
Ler para um bebé ou para uma criança oferece oportunidade para a proximidade emocional e
para a comunicação. De facto, a interação da leitura em voz alta, do jogo e de outras atividades quotidianas
é a chave para muito do desenvolvimento na infância – cognitivo, social e emocional. As crianças solicitam
respostas das pessoas que as rodeiam e, por sua vez, reagem a essas respostas.
Discurso lento e simplificado, tom agudo, sons vocálicos exagerados, palavras e frases curtas e
muitas repetições
Universal e utilizado mesmo quando os pais cantam para a criança
Serve funções cognitivas, sociais e emocionais
Ler em voz alta – preparação para a literacia
A INFLUÊNCIA DA TV E DOS VIDEO-JOGOS
TRAJETÓRIAS GERAIS
Desenvolvimento céfalo-caudal
Desenvolvimento próximo-distal
Postura
Alcançar e agarrar
Locomoção
COMPETÊNCIAS MOTORAS
Motricidade Global ou ampla: envolve atividade de grandes músculos e movimentos globais do corpo
Motricidade Fina: envolve movimentos mais delicados, refinados, realizados com músculos mais
pequenos e que envolvem a coordenação óculo-manual
INFLUÊNCIAS BIOLÓGICAS VS AMBIENTAIS
O desenvolvimento pode ser concebido como “uma série de ajustamentos imediatos às condições
atuais, bem como um processo cumulativo no qual estádio subsequentes emergem com base em estádios
precedentes.
Autolocomoção:
o É um acontecimento de consolidação e influencia o desenvolvimento em todos os seus domínios
através de uma reorganização da função cerebral
o Em um papel regulador no desenvolvimento do bebé e na relação deste com o ambiente Nova
perspetiva do mundo.
- Locomoção
VINCULAÇÃO
o Teoria com base em estudos de Jonh Bowlby (1907-1990) e Mary Ainsworth (1913-1999)
o Alguns conceitos chave:
É ao longo do 1º ano de vida que a criança estabelece uma relação privilegiada com uma
(ou mais) figura(s) que lhe presta(m) cuidados e transmite(m) segurança, conforto e bem-
estar
Trata-se de uma relação vertical
É uma relação diferente da de Bonding e tem uma história desenvolvimental diferente
Existe uma relação significativa entre as experiências de vinculação durante a infância e
adolescência e a capacidade para estabelecer ligações afetivas mais tarde
É no âmbito da prestação de cuidados que assegura a sobrevivência do bebé que se
estabelece a relação de vinculação – tem raízes biológicas
Os comportamentos de vinculação são intermitentes (a sua manifestação depende de
fatores situacionais) mas o padrão de vinculação tende a persistir- o bebé constrói um
modelo interno dinâmico
O sistema comportamental de vinculação é ativado em função:
Perceção de perigo ou ameaça (físico ou psicológico)
Acessibilidade e proximidade da figura de vinculação
A vinculação é uma ligação emocional recíproca e duradoura entre o bebé e a figura parental, em que
cada um contribui para a qualidade da relação. A vinculação tem um valor adaptativo para o bebé,
assegurando-lhe que as suas necessidades psicossoais e física são satisfeitas. Como Mary Ainsworth
referiu poderá ser “uma parte essencial do plano de base das espécies humanas para o bebé se tornar
vinculado à figura materna. Praticamente qualquer atividade levada a cabo pelo bebé, que provoque
uma resposta de um adulto, poderá ser um comportamento de procura de vinculação: chorar, sorrir,
chupar, abraçar e olhar para a figura parental. Estas aproximações são bem-sucedidas quando a mãe
responde calorosamente, expressa contentamento e oferece ao bebé contacto físico frequente e
liberdade para explorar.
O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE VINCULAÇÃO
4ª FASE: Modelos internos do self, do comportamento e presença da figura de vinculação (30 meses):
conjunto de conhecimento que permitem prever o temperamento das figuras de vinculação.
Todos os bebés de tornam vinculados às figuras que deles cuidam mas a qualidade dessas relações
de vinculação varia, dependendo da qualidade dos cuidados experienciados
A Situação Estranha consiste numa sequência de 8 episódios com uma duração inferior a 30 minutos.
Durante esse período, a mãe deixa, por duas vezes, o bebé numa sala não familiar, a primeira das vezes
com uma pessoa estranha. Na segunda vez, deixa o bebé sozinho e a estranha regressa antes da mãe. A
mãe, então, encoraja o bebé a explorar e a brincar novamente e providencia-lhe conforto, se o bebé
parecer necessita. De particular interesse é a resposta do bebé de cada vez que a mãe regressa.
Conclusão: A Situação Estranha permite a avaliação do equilíbrio entre dois sistemas comportamentais
o Vinculação
• Sorrir, chorar, palrar, seguir, agarrar
o Exploração
• Locomoção, manipulação, exploração visual, jogo exploratório
Bebés com vinculação evitante raramente choram quando a mãe sai e evitam-na no seu regresso.
Tendem a ficar zangados e a não se aproximarem em momentos de necessidade. Não gostam de ser
pegados ao colo, mas ainda gostam menos de serem colocados no chão.
Os bebés com vinculação segura choram ou protestam quando a mãe sai e saúdam-na com alegria
quando ela regressa. Usam a mãe como base segura, deixando-a para irem explorar, mas regressando,
de vez em quando, para obterem confiança. São geralmente cooperantes e relativamente sem
manifestações de raiva.
Padrão C – Inseguro-ambivalente/Resistente
Bebés com uma vinculação ambivalente/resistente ficam ansiosos mesmo antes de a mãe sair,
ficando muito perturbados quando ela sai. Quando a mãe regressas, demonstram a sua ambivalência
procurando contacto com ela e, ao mesmo tempo, resistindo, dando-lhe pontapés ou gritando. Estes
bebés exploram pouco e são difíceis de acalmar.
Padrão D – Insegura-Desorganizada
Estabelecimento da vinculação
Tanto as mães como os bebés contribuem para a segurança da vinculação através da sua personalidade e
comportamento, e através do modo como respondem um ao outro. Na base das interações do bebé com a
mãe, segundo Ainsworth, o bebé constrói um “modelo interno dinâmico” do que ele pode esperar dela.
Os vários padrões de vinculação emocional representam diferentes representações cognitivas que
resultam em diferentes expectativas. Desde que a mãe continue a agir da mesma forma, o modelo
mantém-se. Se o seu comportamento se altera – não apenas uma ou duas vezes, mas de forma
consistente – o bebé poderá rever o modelo e a segurança de vinculação poderá alterar-e.
O modelo interno dinâmico de vinculação do bebé está relacionado com a noção de confiança básica de
Erikson. A segurança de vinculação desenvolve-se a partir da confiança; a insegurança da vinculação
reflete desconfiança. Os bebés com uma vinculação segura aprenderam a confiar não apenas nas figuras
parentais, mas também na sua capacidade de obter aquilo que necessitam. Portanto, os bebés rabujam e
choram muito e cujas mães respondem sossegando-os, tendem a ter uma vinculação segura.
o São as expectativas que o bebé desenvolve em relação às reações dos pais, em situações
emocionalmente significativas e tendo como base a repetição de respostas contingentes e
sincrónicas por parte destes.
SEGURO
As mães com uma vinculação segura tendem a ser sensíveis e responsivas. Não é o único fator
importante, pois existem outros fatores igualmente importantes, tais como: a interação mútua, a
estimulação, uma atitude positiva, calor humano, aceitação e apoio emocional.
INSEGURA- EVITANTE
INSEGURA-AMBIVALENTE
INSEGURA – DESORGANIZADA
o A pessoa que trata de mim parece às vezes sentir-se sobrecarregada por minha causa e outras
vezes muito zangada comigo
o Os outros são abusivos – fisicamente, emocionalmente, sexualmente – ou negligentes
o Não consigo que respondam às minhas necessidades
o Não sei como me proteger
“Para se desenvolver intelectual, social e moralmente o bebé precisa efetuar interações contingentes
recíprocas, progressivamente mais complexas, com uma ou mais pessoas mais velhas com quem a criança
desenvolva uma ligação emocional forte, recíproca e irracional”
DESENVOLVIMENTO DO SELF NA PRIMEIRA INFÂNCIA
TEMPERAMENTO
o Um constructo constitucional e com base biológica que está subjacente ao estilo comportamental
característico do indivíduo
o Que se mantém constante em diferentes contextos, embora seja mais facilmente observável em
situações novas e/ou stressantes
o É também frequentemente conceptualizado como sendo parte de algo mais abrangente, que é a
personalidade
o Persistência – que exprime o grau de auto-direcção pessoal que a criança exibe no cumprimento
de tarefas e outras responsabilidades
o Reatividade negativa (emocionalidade) – que descreve a intensidade e a frequência com que a
criança exprime afetos negativos
o Aproximação/retraimento (sociabilidade) – que retrata a resposta inicial da criança perante
pessoas desconhecidas e novas situações
o Atividade – mais relacionada com o nível de agitação, atividade motora
DESENVOLVIMENTO DO “EU” (SENTIDO DE SELF/AUTOCONCEITO)
Antes de as crianças poderem assumir a responsabilidade pelas suas próprias atividades, elas necessitam
de ter um sentido cognitivo de si próprias enquanto pessoas distintas do ponto de vista físico – separadas
do resto do mundo – cujas características e comportamento podem ser descritos e avaliados. A
autoconsciência é o primeiro passo em direção ao desenvolvimento de regras de comportamento;
possibilita à criança compreender que uma resposta das figuras parentais a algo que ela fez é dirigida a
ela e não simplesmente ao próprio ato.
A maioria das crianças pequenas reconhece-se a si mesma em espelhos e em fotografia por volta
dos 18M, revelando consciência de si própria como ser fisicamente distinto.
A primeira tarefa da criança é a de perceber que existe independentemente dos outros (2/3
meses) e que o seu “eu” permanece no tempo e espaço (9/12 meses) e aos 18 meses geralmente
ocorrem os processos de autorreconhecimento.
Depois de terem adquirido o conceito de si próprios como seres distintos, as crianças começam a
aplicar termos descritivos (“grande” ou “pequeno”; “cabelo liso” ou “cabelo aos caracóis”) e avaliativos
a elas próprias. Isto ocorre geralmente entre os 19 e os 30M, à medida que a capacidade
representacional e o vocabulário se expandem. É capaz de utilizar pronomes na 1ª pessoa.
Para além de se compreender como agente, a criança tem que se compreender enquanto objeto,
com termos descritivos e avaliativos do tipo género, nome, altura, timidez, etc.
Surge quando a crianças mostram que ficam tristes com a desaprovação dos pais e param de fazer
algo que não era suposto fazerem – pelo menos, enquanto estão a ser observadas. Este estádio, o qual
estabelece a base para a compreensão moral e para o desenvolvimento da consciência, surge mais
gradualmente do que o segundo estádio, e há alguma sobreposição.
Os pais são as pessoas mais importantes na vida de uma criança pequena e aqueles cuja
aprovação significa mais do que qualquer outra coisa no mundo. “Lendo” as respostas emocionais dos
pais ao seu comportamento, as crianças continuamente absorvem informação acerca de qual a conduta
que os pais aprovam. À medida que a criança processa, armazena e utiliza essa informação, o seu forte
desejo de agradar os pais leva-a a fazer como ela sabe que os pais querem que ela faça, quer os pais
estejam ou não ali para ver. Este crescimento na autorregulação é paralelo ao desenvolvimento das
emoções sobre a consciência do self, tais como a empatia, a vergonha e a culpa. Exige flexibilidade e a
capacidade de adiar a gratificação. Na maioria das crianças, o completo desenvolvimento da
autorregulação demora, pelo menos, 3 anos.
CONSIÊNCIA MORAL
Obediência situacional (obediência às ordens dos pais por parte de uma criança que revela a
necessidade de incitamento ou outros sinais de manutenção do mesmo controlo parental) / Obediência
com compromisso (forma precoce de consciência, em que a criança parece aceitar genuinamente as
ordens das mães, seguindo-as sem lapsos ou necessidade de relembrar).
1. Resistência à tentação – controlo inibitório que funciona para a contenção dos impulsos e
contra a quebra de regras
2. Crepa: desconforto emocional que se segue à transgressão de regras
3. Altruísmo: atos pró-sociais, como a entreajuda, bondade.
4. Crenças e perceções morais: inclui tudo o que se pensa e se diz acerca da moralidade.
Aumento da independência
O autoconceito torna-se mais complexo e autoestima desenvolve-se, sendo ainda global
O desenvolvimento da identidade de género
O desenvolvimento cognitivo: pensamento pré-operatório, segundo Piaget – pensamento
egocêntrico e a teoria da mente
A linguagem e a memória progridem
O desenvolvimento psicomotor – surge a lateralidade e desenvolvem-se as atividades finas e
grossas
A importância do jogo que se torna mais imaginativa e mais social.
A criança brinca e joga assumindo o papel dos pais e de outros adultos num mundo de faz-de-conta
e a ato de brincar fornece à criança uma realidade intermédia – ela aprende sobre a FINALIDADE
das coisas
as crianças vão geralmente para o jardim de infância, fazem mais amigos, aprendem novas
competências... Fruto da energia proveniente da iniciativa, que as motivam para a exploração e
descoberta
O sentido de responsabilidade também pode ser desenvolvido- a criança sente a necessidade de
realizar bem as tarefas e cumprir papéis (adequando as motivações e as ações)
Nesta altura a identidade da criança como rapaz ou rapariga é afetada de forma significativa - em
relação a um certo sentido de masculinidade ou feminilidade que emerge pela primeira vez
A vivência de alguma culpa é importante para o desenvolvimento do autocontrolo
A necessidade de lidar com sentimentos conflituosos acerca do self é o aspeto central da terceira
crise do desenvolvimento da personalidade, identificada por Erik Erikson: iniciativa vs culpa. O conflito
emerge a partir do sentido crescente de finalidade, que permite à criança planear e realizar atividades
e, dos problemas crescentes de consciência que a criança pode ter acerca desses planos.
As crianças do período pré-escolar conseguem fazer – e querem fazer – mais e mais. Ao mesmo
tempo, elas estão a aprender que algumas das coisas que querem fazer vão ao encontro do que é
socialmente aprovado, enquanto que com outras tal não acontece. Existe, portanto, a necessidade de
conciliar o seu desejo de fazer com o seu desejo de aprovação. Este conflito marca uma separação entre
duas partes da personalidade: a parteque permanece infantil, cheia de exuberância e um desejo de
tentar coisas novas e testar poderes novos, e a parte que se está a tornar adulta, examinando
constantemente a adequação dos motivos e ações. As crianças que aprendem a regular estes impulsos
opostos, desenvolvem a “virtude” da finalidade, a coragem para visionar e perseguir objetivos, se ficar
indevidamente inibido pela culpa ou medo de punição.
Se esta crise for resolvida adequadamente, afirma Erikson, a criança pode-se transformar num
adulto que está constantemente à procura de sucesso ou de notoriedade, ou numa pessoa que é inibida e
não espontânea ou que é exigente com ela própria e intolerante, ou que sofre de impotência ou doenças
psicossomáticas.
AUTO-ESTIMA
Nas crianças mais novas, a autoestima – o julgamento que cada um faz do seu próprio valor – não
se baseia numa avaliação realista das capacidades ou traços de personalidade. De facto, as crianças
entre os 4 e os 7 anos geralmente sobrestimam as suas capacidades, ainda que não possuam as
competências cognitivas e sociais para se compararem corretamente com os outros. Além disso, apesar
de as crianças mais novas conseguirem fazer julgamento acerca da sua competência em várias
atividades, ainda não estão aptas para os colocarem por ordem de importância e tendem a aceitar o
julgamento dos adultos, que, frequentemente, lhes dão um feedback positivo e acrítico. A autoestima
nesta idade tende a ser global – “eu sou bom” ou “eu sou mau”. Esta visão global do self pode depender
da aprovação do adulto. Os comportamentos de apoio dos pais são contributos fundamentais para a
autoestima. Normalmente, só no período escolar é que as avaliações pessoais de competência e
adequação se tornam críticas na modelagem e manutenção de um sentido de valor pessoal.
AUTOCONCEITO/AUTODEFINIÇÃO
1. Representações simples
Descrições de si própria ligadas ao concreto e aparência externa
O que ele pensa acerca de si próprio é quase inseparável daquilo que faz – competências
específicas
Sem sentido global de própria e sem distinção entre self real e self ideal
2. Mapeamentos representacionais
Começa a existir alguma ligação lógica entre as diferentes partes da sua imagem, embora ainda
formulada em termos absolutos
IDENTIDADE DE GÉNERO
A identidade de género, a consciência do seu próprio género e de tudo o que nele está
implicado, é um aspeto importante no desenvolvimento do autoconceito no período pré-escolar.
Diferenças de sexo: diferenças físicas entre indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino.
Apesar da criança ser já capaz de fazer algumas operações mentais ela não tem ainda consciência
dos princípios que utiliza para realizar estas operações, ela opera por intuição (e com algumas
limitações) saber fazer divisões.
ESTATISMO
A criança está ainda muito "presa" à aparência dos objetos e acontecimentos muito
evidente nas famosas experiências de CONSERVAÇÃO.
IRREVERSIBILIDADE
As cognições pré-operatórias estão muito próximas das ações e ainda lhes falta uma
organização de conjunto - são apenas uma série de experiências sucessivas sem articulação entre si
Torna-se possível explicar e prever as ações das outras pessoas, imaginando as suas crença,
sentimentos e pensamentos. Ex.: O João quer jogar à bola com os rapazes mais velhos. A mãe diz-lhe
que não; por isso, o João pede ao pai, mas não lhe diz que a mãe já lhe tinha dito que não. Ele sabe que
se o pai soubesse, também lhe diria que não.
Piaget questionou as crianças acerca “de onde vêm os sonhos?” e “Com o que é que tu pensas?”.
Com base nas respostas obtidas, concluiu que as crianças com menos de 6 anos não conseguem distinguir
entre pensamentos ou sonhos e entidades físicas e reais e não têm nenhuma teoria da mente. A teoria da
mente continua a desenvolver-se durante o período pré-escolar. Teorias mais recentes afirmam que as
crianças descobrem a mente entre os 2 e os 5 anos, quando o seu conhecimento acerca dos estados e
atitudes mentais se desenvolve dramaticamente.
Quando é que as crianças começam a conhecer e compreender os processos mentais? A perceber
como se sentem as outras pessoas? A entender o seu próprio estado mental?
Entre os 3 e os 5 anos, as crianças começam a compreender que o pensamento ocorre dentro da mente;
que tanto pode lidar com coisas reais como com coisas imaginárias; que as pessoas podem estar a pensar
numa coisa ao mesmo tempo que fazem ou olham para outra qualquer; que uma pessoa cujos olhos e
ouvidos estão tapados, pode pensar em objetos; que uma pessoa que pareça pensativa está
provavelmente a pensar e que o pensamento é diferente de ver, falar, tocar e conhecer. No entanto, as
crianças do período pré-escolar acreditam geralmente que a atividade mental começa e para; assumem
que quando a mente não tem nada que fazer, não existe. Parecem não saber que a mente está
constantemente envolvida em pensamentos. Tendem a não compreender que naquele momento estavam
a pensar e têm dificuldade em recordar o que estavam a pensar. Só no período escolar é que as crianças
percebem que a mente está continuamente em atividade.
Algures entre os 18M e os 3A, as crianças aprendem a distinguir entre acontecimentos reais e
acontecimentos imaginários. As crianças de 3ª sabem a diferença entre um cão real e um cão num sonhos
e entre algo invisível (como o ar) e algo imaginário. Elas sabem fazer de conta e conseguem perceber
quando alguém está a fazer de conta. Mesmo assim, a linha que separa a fantasia e a realidade parece às
vezes ficar menos nítida.
Só por volta dos 6 anos é que a criança percebe que perante um mesmo acontecimento duas
pessoas podem interpretá-lo de forma diferente.
Só quando as crianças têm 4 ou 5 anos é que compreendem que, elas próprias ou outras pessoas,
podem ter crenças falsas. Esta compreensão provém da perceção de que as pessoas possuem
representações mentais da realidade, que às vezes podem ser erradas; as crianças de 3A parecem não
possuir esta compreensão. Porém, outros investigadores afirmam que as crianças de 3A têm, pelo menos,
uma compreensão rudimentar das crenças falsas, mas podem não o demonstrar quando confrontadas com
situações complicadas. As crianças desta dade percebem a existência de uma relação entre a crença e a
surpresa, mas têm dificuldade em reconhecer que as crenças – ou desejos – das outras pessoas podem ser
diferentes de uma crença ou de um desejo muito fortes que elas próprias possuem.
Relacionada com a compreensão das crenças falsas está a capacidade para distinguir entre a
aparência enganosa e a realidade: ambas as tarefas exigem que a criança se refira a duas representações
mentais conflituosas ao mesmo tempo. Segundo Piaget, só cerca dos 5 ou 6A é que as crianças
compreendem a distinção entre o que parece ser e o que é.
LINGUAGEM
DISCURSO SOCIAL:
DISCURSO INTERNO:
DESENVOLVIMENTO MOTOR
A lateralidade – preferência por o uso de uma mão - está geralmente estabelecida pelos 3 anos.
FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO LUQUET
IMPORTÂNCIA DO JOGO
Jogo: facultativo
Características:
NOTA: O amigo imaginário desaparece quando começa o discurso interno: 9/10 anos.
TIPOS DE JOGO
EM TERMOS SOCIAIS (jogo no qual as crianças em graus variados, interagem com outras crianças):
JOGO SOCIAL:
Jogo paralelo: brincam com outras crianças, mas sem interação. A criança brinca de forma
independente, mas no meio das outras crianças, utilizando os mesmos brinquedos, mas não
necessariamente brincando com eles da mesma maneira. Ao brincar perto de, em vez de com os
outros, a criança em jogo paralelo não tenta influenciar o jogo das outras crianças.
Jogo associativo: distribuição de papéis Atividade inicial e cada um representam à sua
maneira. A criança brinca com as outras crianças. Falam acerca da brincadeira, emprestam e
pedem brinquedo emprestados, seguem-se umas às outras e tentam controlar quem pode brincar
no grupo. Todas as crianças brincam de forma semelhante senão idêntica. Não existe divisão de
tarefas nem qualquer organização em função de um objetivo. Cada criança atua conforme o seu
desejo e está mais interessada em estar com as outras crianças do que na atividade em si.
Jogo sociodramático: articulação das personagens As crianças identificam o que está errado
no jogo. A criança brinca integrada num grupo organizado em função de um objetivo – para fazer
algo, jogar um jogo formar ou dramatizar uma situação. Uma ou duas crianças controlam quem
pertence ao grupo e dirigem as atividades. Através de uma divisão de tarefas, as crianças
assumem diferentes papéis e completam os esforços umas das outras.
JOGO NÃO-SOCIAL:
Jogo solitário: a criança brinca sozinha com os brinquedos que são diferentes daqueles com que as
crianças que estão ao lado brincam e não faz qualquer esforço para se aproximar delas. o jogo
solitário pode refletir independência e maturidade e não uma pobre adaptação social.
EM TERMOS COGNITIVOS (forma de jogo que revelam o desenvolvimento mental das crianças):
recordação de símbolos, ou seja, o fazer de conta, - o jogo é imaginativo e a criança pode desta
forma ser qualquer pessoa, coisa, ou realizar qualquer atividade Implica pessoas ou situações a
fingir. , ex: brincar aos médicos. A capacidade de fazer de conta baseia-se na aptidão para usar e
recordar símbolos que emerge perto do final do período sensório-motor. O jogo faz-de-conta
começa geralmente durante a última parte do segundo ano, aumenta durante os 3 a 4 anos
seguintes e depois declina à medida que as crianças se tornam mais interessadas em brincas com
jogos de regras. Através do faz-de-conta, as crianças adquirem a compreensão do ponto de vista
de outras pessoas, desenvolvem competências na resolução de problemas sociais e expressam essa
criatividade.
Jogo formal com regras: aproximadamente dos 7 aos 12 anos, aqui o fator central é a interação -
os jogos estão estruturados em torno de um regulamento que todos devem respeitar (ex: jogo do
elástico, jogo da verdade e consequência).
O mundo é tridimensional, não é uma tela. Quanto mais a criança experimentar estímulos
diferenciados, mais desenvolvida será.
As crianças que veem mais televisão tendem a brincar de forma menos imaginativa,
possivelmente, porque adquirem o hábito de absorver imagens passivas em vez de criar as suas próprias.
PIAGET distingue 3 estádios na evolução do jogo simbólico, de acordo com a sua componente
sociocognitiva:
Estádio I – (18 meses aos 3 anos): as atividades solitárias, ex. comer de forma simbólica, isto é,
fora do contexto real.
Estádio II – (4 aos 7 anos): as combinações simbólicas ordenadas, a reprodução exata do real -
jogo paralelo e monólogo coletivo (brincar perto ou ao lado de…) e jogo associativo e
sociodramático (brincar médicos e doentes, professor e alunos).
Estádio III – (7 aos 11/12 anos): o jogo simbólico é essencialmente coletivo com crescente
coordenação dos papéis representado.
1. Pré-operatório:
1.1. Explicações baseadas em associações:
1.1.1. FENOMENISMO: aquilo que as crianças veem é o que realmente acontece. A doença é
definida em termos de experiência sensorial externa. Todos os fenómenos têm uma causa
próxima, evidentemente, e, por vezes, autoinfligida. A relação causa-efeito da doença é
explicada através de fundamentos mágicos.
1.1.2. CONTAGIÃO
1.1.2.1. A doença é explicada em termos de pessoas, objetos ou acontecimentos externos e
sem definir a relação entre estes e a doença.
1.1.2.2. A relação causal transforma-se em proximidade temporal ou espacial – as crianças
começam a compreender a noção de contágio, mas utilizam-no indiscriminadamente e
não compreendem ainda o efeito da distância na probabilidade de contrair doenças.
1.1.2.3. As curas também são conceptualizadas da mesma forma.
1.1.3. Doença as causas e as curas são percebidas como mágicas e como função da proximidade
1.1.4. Interior do corpo Baseado no que pode ser visto ou experimentado
1.1.5. Procedimento médico Baseado em procedimentos mágicos ou no que pode ser visto.
1.1.6. Pessoal de saúde Encarado como tendo autoridade absoluta.
ABORDAGEM FUNCIONALISTA
O crescimento diminui.
A força e as competências atléticas progridem e influenciam a identidade de género.
Problemas respiratórios são frequentes, mas, em geral, a saúde é melhor do que em qualquer
outro período do ciclo de vida.
Diminuição do egocentrismo. As crianças começam a ter um pensamento lógico mas concreto.
Progressos ao nível da memória e da linguagem.
Ganhos cognitivos permitem à criança beneficiar da escolaridade formal.
Algumas crianças revelam necessidades educativas especiais e outras manifestam potencialidades
maiores.
O autoceonceito torna-se mais complexo, afetando a autoestima
A co-regulação reflete a mudança gradual do controlo da criança para os pais.
Os pares assumem uma importância central. O desenvolvimento motor e as diferenças de género
A teoria das inteligências múltiplas: Entada na escola e a diversificação das atividades
O pensamento operatório-concreto e a compreensão sobre a saúde e a doença
O desenvolvimento sociocognitivo: julgamento moral
O desenvolvimento interpessoal: a importância dos pares
Com a entrada na escola primária o desenvolvimento pessoal vira-se para o exterior e, para além
de muitas competências orientadas pela escola, a criança também desenvolve um sentido geral de
mestria pessoal.
As crianças destas idades aprendem um enorme número de atividades e de jogos (mais próximos
das situações reais), revelando a quantidade de energia bruta e de motivação para a
COMPETÊNCIA que existe nesta fase.
O risco deste estádio é o de a criança desenvolver um sentimento de inferioridade, quando é (ou é
levada a sentir que é) incapaz de dominar as tarefas que empreende ou que lhe são atribuídas.
A permanência de algum sentimento de inferioridade é importante para o desenvolvimento da
humildade.
Howard Gardner define a inteligência como "a capacidade para resolver problemas ou elaborar
produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários".
Pelos 7 anos de idade, segundo Piaget, as crianças entram no estádio das operações concretas. São
menos egocêntricas e são capazes de usar operações mentais para resolver problemas concretos (Atuais).
As crianças são agora capazes de pensar logicamente, porque podem ter em consideração múltiplos
aspetos de uma situação, em vez de se concentrarem num único aspeto. A capacidade crescente de
compreender os pontos de vista dos outros, ajuda-as a comunicar mais efetivamente e a ser mais
flexíveis nos seus julgamentos morais. No entanto, as crianças neste estádio estão ainda limitadas a um
pensamento sobre as situações reais, no aqui e agora. A capacidade para pensar de modo abstrato só se
desenvolverá na adolescência.
As crianças, neste estádio, têm uma compreensão maior das diferenças entre fantasia e realidade,
classificação, relações lógicas, causa e efeito, conceitos espaciais e conservação, e são mais
competentes com os números.
A criança só é capaz de operar com objetos ou acontecimentos concretos - que pertencem ao seu
mundo imediato e que ela própria experiência
A criança é incapaz de operar com hipóteses, factos abstratos ou objetos e acontecimentos que
não conhece por experiência direta
Uma outra limitação - a criança tem tendência para desenvolver uma só solução para todo e
qualquer problema e dificilmente aceita que a resolução poderá ser de uma outra forma
TEORIA DE BIBACE E WALSH (Estádio operatório concreto Contaminação vs Internalização)
1. Fenomenismo
2. Contagião
3. Contaminação
3.1. A definição de doença já inclui sintomas múltiplos
3.2. A criança localiza a origem da doença externamente ao seu corpo e a relação causal é
concretizada através de termos como germe, sujidade, mau comportamento
3.3. O locus da doença é a superfície do corpo – a doença é causada pelo contacto físico
entre o agente e a superfície externa do seu corpo
3.4. Nesta fase as crianças frequentemente conceptualizam as curas como envolvendo
remédios que se esfregam na superfície do seu corpo
4. Internalização
4.1. A doença já e localizada no interior do corpo e as crianças descrevem as causas
externas ou as curas através de processos como engolir, inalar, que são encarados
como afetando diretamente órgãos internos.
4.2. As crianças começam a apreciar o poder curativo do seu próprio corpo
5. Fisiológico
6. Psicológico
DESENVOLVIMENTO MORAL, SEGUNDO JEAN PIAGET
O julgamento moral da criança foi estudado por Piaget, o qual, com base numa metodologia de
análise do raciocínio utilizado para dar respostas a determinadas situações (jogos de regras, histórias).
No primeiro estádio, moralidade heterónima (de coação), a criança pequena pensa rigidamente
sobre os conceitos morais. Neste estádio, as crianças são bastante egocêntricas; não conseguem imaginar
mais do que uma maneira de encarar uma questão moral. Acreditam que as regras não podem ser
alteradas, que um comportamento está correto ou errado e que qualquer ofensa merece ser castigada (a
não ser que sejam eles próprios os ofensores!).
SISTEMAS REPRESENTACIONAIS
Autoconceito mais vasto que integra diferentes aspetos do self, mais abstrato, comparativo e
generalizado
Descrições de si própria e dos outros com várias dimensões: sentimentos, ideias, qualidades das
relações
A criança encara já as suas características como estáveis e começa a desenvolver sentido global
do seu próprio valor – autoestima Termos mais relativos Comparações com os outros.
Segundo Harter (1993), a criança possui perceções distintas de competência pessoal em vários
domínios da sua vida.
Mais recentemente, a apreciação global da criança faz de si própria é muito dependente da
aparência e popularidade.
À medida que a criança cresce, a sua autoestima vai sendo avaliada em função de domínios mais
diversos.
O sentido de apoio geral que a criança sente por parte dos que a rodeiam, em particular dos
pais e dos pares
No entanto o maior contributo parece ser dado pela quantidade de apoio que a criança
sente por parte dos pais, amigos e por fim dos professores
Um importante determinante da autoestima é o estilo parental, sendo que aquele que
melhor promove uma autoestima positiva é o de autoridade democrática
As relações com pares são fortes preditores da adaptação futura: as crianças que têm mais
dificuldades com os pares têm maior probabilidade de desenvolver problemas psicológicos, abandono
escolar ou comportamento delinquente.
As crianças populares geralmente têm:
Assertividade e sensibilidade social (pais com estilo parental - autoridade democrática)
À medida que as crianças começam a afastar-se da influência parental, o grupo de pares abre
novas perspetivas e liberta-as para fazerem juízos independentes. Testar valores, anteriormente
inquestionáveis, confrontando-os com os dos seus pares, ajuda-as a decidir quais são os valres a manter e
a rejeitar. O grupo de pares ajuda os jovens a formar opiniões sobre si mesmo. Ao comportarem-se com
os outros da sua idade, as crianças obtém uma medida mais realista das suas capacidades. O grupo de
pares ajuda as crianças a aprender a viver em sociedade. O grupo de pares oferece também segurança
emocional. Para as crianças é confortante descobrir que não são os únicos a albergar pensamentos que
podem ofender um adulto.
As relações com os pares no período escolar são fortes preditores de adaptação posterior. Quando
os pares gostam das crianças no período escolar, estas têm probabilidades de vir a ser adolescentes bem
adaptados. As crianças que têm mais dificuldade na relação com os pares, têm maior probabilidade de
vir a desenvolver problemas psicológicos, abandono escolar ou comportamento delinquente.
A amizade começa com uma escolha. Um amigo é alguém por quem a criança sente afeto, com
quem se sente à vontade, com quem gosta de fazer coisas e com quem pode partilhar sentimentos e
segredos. As crianças procuram amigos que são parecidos com elas: da mesma idade, sexo, grupo étnico
e com interesses comuns. A amizade ajuda as crianças a sentir-se bem consigo próprias, a tornar-se mais
sensíveis e afetuosas, mais leais e sinceras e mais capazes de dar e receber respeito. Os amigos
conhecem-se bem, confiam um no outro, experimentam um sentimento de compromisso mútuo e tratam-
se como iguais. Podem ajudar-se mutuamente nas transições difíceis.
Estádio 0: Grupo momentâneo de brincadeira (3-7A) Neste nível indiferenciado de amizade as
crianças são egocêntricas e têm dificuldade em considerar a perspetiva de outra pessoa; tendem a
pensar só em termos do que pretendem de uma relação. A maioria das crianças pequenas define os seus
amigos em termos de proximidade física e valoriza-os por atributos materiais ou físicos. Ex.: Ele tem os
Power Rangers
Estádio 1: Apoio unidirecional (4-9A) Neste nível unilateral um “bom amigo” faz o que a
criança quer que ele faça. Ex.: “Ela já não é minha amiga porque não quis ir comigo quando eu quis”
Estádio 2: Cooperação leal e bidirecional (6-12A) Neste nível recíproco sobrepõe-se ao estádio
1. Envolve dar-e-receber mas continua ainda a servir muitos interesses pessoais independentes, em vez
dos interesses comuns de dois amigos. Ex.: “Nós somos amigos; fazemos coisas um para o outro”
Estádio 3: Relações íntimas e mutuamente partilhadas (9-15A) Neste nível mútuo, as crianças
veem a amizade como tendo vida própria. É uma relação em curso, sistemática e comprometida que
incorpora mais do que fazer coisas um ao outro. Os amigos tornam-se possessivos e exigem exclusividade.
Ex.: “Demora muito tempo a fazer-se um amigo íntimo, por isso, uma pessoa sente-se mesmo mal
quando descobre que o seu amigo, entretanto, procura também fazer outros amigos”.
Existe uma diferenciação entre géneros que se pode situar ao nível da prestação e do nível de
desenvolvimento do padrão motor - favorável ao sexo masculino e que normalmente se torna mais
evidente depois da 2ª infância e durante a adolescência:
Apesar das reduzidas diferenças de competências entre rapazes e raparigas, estas têm tendência
a tornar-se maiores quando a criança se aproxima da puberdade. Os rapazes tendem a ser mais rápidos
na corrida, a saltar mais alto, a lançar mais longe e a ter mais força do que as raparigas. Em partes,
estas diferenças devem-se ao crescimento em tamanho e força os rapazes e ao aumento da corpulência
nas raparigas, mas muito é devido às diferenças expectativas culturais e experiências, aos diferentes
níveis de treino e diferentes taxas de participação.
A ESCOLA COMO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO
A experiência escolar das crianças (desempenho e adaptação social é afetada e afeta todos os
domínios de desenvolvimento):
Um sentido de continuidade: aquilo que sou no momento tem uma continuação do passado. Faz
parte daquilo que é característico de nós próprios. Aquilo que eu fui no passado. Capacidade de
prever como é que serei no futuro.
Um sentido de mutualidade: aquilo que os outros vão dizendo sobre mim
INVESTIMENTO - Compromisso que se traduz num investimento afectivo e cognitivo nas diferentes
áreas da existência pessoal no sentido de uma integração funcional e de continuidade temporal
Estádio 3: Orientação em função das relações interpessoais ou a moralidade do tipo “bom rapaz”
O bom comportamento é o que mantém a aprovação e as boas relações com os outros
É o estádio da boa reputação
Trata-se de um raciocínio moral mais abstrato, em que o sujeito tem em conta a maneira como os
outros vêm o problema, a ter em conta as intenções nos julgamentos que faz das ações dos outros
O comportamento moral é dirigido pelo próprio, tomando como referência as leis da sociedade e
aceitando as conceções e as regras para evitar a censura dos outros.
A moralidade da lei e da ordem.
Constata-se uma subordinação das necessidades individuais ao ponto de vista do grupo.
NÍVEL PÓS-CONVENCIONAL
Estádio 5: Moralidade do contrato social, dos direitos individuais e da lei democraticamente aceite
Há uma maior flexibilidade das crenças morais
As normas não são concebidas como “facto consumado” mas como algo que emerge do consenso e
negociações sociais
As normas podem ser alteradas sempre que haja vantagem para um número significativo de
pessoas
Quando há conflito entre necessidades individuais e a lei deve prevalecer a lei pela racionalidade
funcional para a sociedade
Estádio 6: Moralidade dos princípios éticos universais
O comportamento moral é controlado por um ideal interiorizado, independentemente das reações
dos outros.
A lei pode ser preterida em situações de conflito entre necessidades individuais e a lei.
A grande mudança é que o adolescente é agora capaz de aplicar operações mentais complexas,
não só a objetos e experiências, mas também a ideias e pensamentos - lógica das proposições
1. Hipocrisia aparente: adquirir valores que ainda não tiverem tempo para interiorizar.
2. Pressuposto da invulnerabilidade – fábula pessoa.
NOTA:
PUBERDADE:
MUDANÇAS FÍSICAS
Órgãos reprodutivos
Sinais fisiológicos da maturação sexual que não envolvem diretamente os órgãos sexuais; Por
exemplo, os seios nos indivíduos do sexo feminino e os ombros largos nos do sexo masculino;
mudança de voz e textura da pele; desenvolvimento muscular e o crescimento de pelos púbicos,
faciais, etc.
Aparecimento da mama (Telarca): a partir dos 8 anos de idade (variação dos 8-13 anos)
Intervalo entre o aparecimento da mama e a primeira menstruação: 2-5 anos.
Menino:
Menina:
O processo leva cerca de 4 anos para ambos os sexos, embora geralmente comece 2 a 3 anos mais cedo
nas raparigas do que nos rapazes.
Tendência secular no início da puberdade (uma tendência que se estende por várias gerações) – uma
diminuição na idade em que a puberdade começa e quando os jovens atingem a altura adulta e a
maturação sexual. A tendência secular envolve um aumento na altura e no peso adulto.
A puberdade começa com um aumento na produção de hormonas sexuais. Primeiro, algures entre
os 5 e os 9 anos – bem antes do aparecimento de quaisquer mudanças físicas externas – as glândulas
suprarrenais começam a segregar maiores quantidades de androgénios, os quais têm um papel relevante
no crescimento dos pelos púbicos, axilares e faciais. Alguns anos mais tarde, nas raparigas, os ovários
começam a libertar estrogénios que estimulam o crescimento de genitais femininos e o desenvolvimento
dos seios. Nos rapazes, os testículos aumentam a produção de androgénios, particularmente
testosterona, que estimula o crescimentos dos genitais masculinos, da massa muscular e dos pelos no
corpo. O momento preciso em que começa esta explosão da atividade hormonal pode estar relacionado
com o atingir de um nível crítico de peso. A emocionalidade aumentada e as variações de humor, na
adolescência inicial, são atribuídas às mudanças hormonais.
Os efeitos da maturação precoce ou tardia têm mais probabilidade de serem negativos quando:
Os adolescentes são muito mais ou menos desenvolvidos do que os seus pares.
Quando não são percecionados como vantajosos.
Quando coocorrem com outro tipo de acontecimentos geradores de stress.
NOTAS:
1. Interseção: hermafroditas Necessário esperar para se saber a identidade de género.
2. A transsexualidade entra quando a identidade de género e o sexo biológico não coincidem.
NOTAS