Apostila O Unicismo
Apostila O Unicismo
Apostila O Unicismo
Dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, estes três
são o único Deus.
O ARGUMENTO UNICISTA
A doutrina unicista está baseada no entendimento de duas verdades bíblicas. Estas bases
bíblicas são usadas como fundamentos sobre o ponto de vista que tem de Deus e Jesus Cristo.
A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e que Jesus é Deus. Destas duas
verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus em sua totalidade, sendo assim,
Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.
O ARGUMENTO TRINITÁRIO
A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade do único Deus existem
três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estás três pessoas compartilham da
mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus.
A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é Jesus
Cristo também. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta noção
está em harmonia com as Escrituras.
É JESUS O PAI?
Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Pai.
1
Isaías 9:6 – o “Pai Eterno”
Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título “Pai eterno”, refere-se ao fato de que
Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1:1); Ele não foi
criado, não teve princípio (João 17:5).
O termo “Pai” não era o título que se costumava usar para dirigir-se a Deus no Antigo
Testamento. Assim, este versículo não ensina que Jesus é o “Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo” (1ª Pedro 1:3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.
Se Jesus houvesse querido dizer que ele é o Pai, haveria dito: “Eu e o Pai sou um” ou “Eu sou
o Pai”, que seria a expressão gramatical correta. Jesus não pode ser acusado de ter sido um
mal comunicador.
“Somos” (gr. esmen), a primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em
essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.
João 14:8, 9 – “Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Jesus respondeu:
“Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto
tempo? Quem me vê, vê ao Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?”
Jesus veio como representante do Pai; veio demonstrar-nos o caminho ao Pai (v.6). Em João
5:43, Jesus disse: “Eu vim em nome de meu Pai [na autoridade do Pai, com as credenciais do
Pai], e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome [em sua própria autoridade,
com suas próprias credenciais; como o anticristo], a esse receberíeis”.
Quantas vezes temos orado: “Pai, ajuda-me para que as pessoas te vejam em mim”. Acaso
isso quer dizer que quando as pessoas virem você, estarão vendo literalmente ao Pai?
Certamente que não, nem tampouco você estaria realmente pensando nisso, mas sim, estaria
pedindo que Deus o ajude a representá-lo corretamente diante das pessoas para que possam
ver a Deus através de sua vida. Por isso Jesus disse a Felipe: “O que me viu, viu ao Pai”,
porque ver a Jesus, quem representou ao Pai foi como se estivesse vendo ao Pai. Mas Jesus
NÃO estava dizendo que ele era o Pai.
Jesus é referido como “Filho” mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de
“Pai”.
Jesus referiu-se ao Pai mais de 200 vezes como alguém distinto dele.
2
2ª Coríntios 1:3 — “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das
misericórdias e Deus de toda consolação…”
Filipenses 2:10-11 — “…Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e
debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus
Pai”.
1ª João 1:3b — “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo”.
1ª João 2:1 — “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se,
porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.
2ª João 3 — Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai,
estarão conosco em verdade e amor”.
No Evangelho de João, Jesus refere-se a si mesmo como enviado pelo Pai, mas nunca referiu-
se a si mesmo como o Pai que enviou ao Filho.
O Pai enviou a alguém separado dele, chamado Filho.
1ª João 4:9-10,14 — “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho
Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em
que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como
propiciação por nossos pecados. (…) E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho
para ser o Salvador do mundo”.
2ª Coríntios 3:17 — “Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há
liberdade”.
O texto não diz que “Jesus é o Espírito”. Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas
tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra “Senhor” se
refere a Jesus Cristo.
O “Espírito” aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé (Jeová) ou Deus, e
NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: “Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu
é retirado”. Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: “Porém, vindo Moisés perante o
SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo
o que lhe tinha sido ordenado”.
O contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra “Senhor” é
usada. No versículo 17 a palavra “Senhor” está referindo-se a Javé e não a Jesus, já que o
versículo 16 e todo o contexto assim demonstra.
Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar “Senhor” como “Jesus”, como ficaria
Filipenses 2:11? O texto diz: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória
de Deus Pai”. Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente
que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus…”. Isto não é o que este versículo
está dizendo, mas o que está ensinando é que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é
Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito “para a
glória de Deus Pai”.
Romanos 8:9 — “Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de
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fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não
pertence a Cristo”.
Este versículo NÃO mostra que Jesus é o Espírito Santo. A única coisa que está dizendo é que
se alguém não tem o Espírito que produz fé em Cristo e demonstra o caráter de Cristo ou seja
“o Espírito de Cristo”, ele não é parte do corpo daquele que morreu por nossos pecados. Ele é
todavia controlado pela “natureza pecaminosa”.
O versículo 11 faz distinção bem clara entre o Pai que levantou a Jesus dos mortos, o Espírito
pelo qual Jesus foi levantado e Jesus, quem foi levantado. Não se pode ignorar a distinção de
pessoas apresentada neste versículo.
Mateus 12:31-32 — O texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A conclusão lógica que é
extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o Espírito Santo não vai ser perdoada, mas a
blasfêmia contra o Filho vai ser perdoada, então o Filho NÃO é o Espírito Santo.
Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos nos
dar conta de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus.
Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é
Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da
unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas
três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único
Deus.
Uma coisa é dizer “Eu não entende a doutrina da Trindade” e outra coisa é dizer que “a
doutrina da Trindade é falsa”, “pagã”, “diabólica”, “antibíblica”. A Bíblia faz uma advertência
muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: “…Este é o anticristo: aquele que
nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa
publicamente o Filho tem também o Pai” (1ª João 2:22b-23).