20 - 08 - 03 - Manual de Silagem KWS - Digital

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Manual de

Silagem
Manual de Silagem
KWS Sementes. Direitos reservados.
Núcleo de Atendimento ao Cliente
NAC (34) 3818.2009
www.kws-sementes.com.br
@kwsbrasil

Autores:

Dimas A. Del. Bosco Cardoso


Gerente de Silagem América do Sul

Wagner Tompson Estanislau


Coordenador Regional de Agroservice
Somos a KWS.
Semeando o futuro desde 1856.
Somos uma empresa alemã com atuação de Minas-MG, dobrando nossa capacidade de
global, que há mais de 160 anos está focada no produção de sementes de milho, podendo chegar
melhoramento de plantas. a aproximadamente 2 milhões de sacos por ano.
Além disso, a nova unidade de beneficiamento
Como especialistas em sementes, buscamos de sementes conta com equipamentos de última
diariamente maximizar o potencial genético e geração em modelo horizontal de processamento
oferecer sementes de alta qualidade. Para isso, de sementes, o que reduz significativamente o dano
trabalhamos continuamente na pesquisa e no mecânico durante o processo de classificação,
desenvolvimento de novos produtos para as proporcionando uma produção de sementes de
culturas de milho, soja e sorgo. melhor qualidade.

Possuímos, no Brasil, 4 estações de pesquisa em Somos uma empresa independente, focada


diferentes zonas ambientais, para desenvolver exclusivamente em sementes. Desta forma,
produtos especificamente testados para as oferecemos as melhores opções em biotecnologia
diversas regiões do país. Além disso, estamos dando ao produtor brasileiro a liberdade de escolha
em vias de implementar um centro avançado de da tecnologia mais adequada para sua situação.
pesquisa na região nordeste do país. Além disso, possuímos parcerias com diferentes
empresas de químicos, oferecendo diversidade de
Com um investimento de aproximadamente R$ tratamento inseticida de sementes. Tudo isso para
45 milhões, ampliamos a nossa UBS em Patos oferecer sempre o melhor para a sua lavoura.
05 Introdução

09 Planejamento

12 Manejo da Lavoura

18 Processos de Ensilagem

41 Arraçoamento
Introdução

A pecuária é uma das mais importantes divisas do Brasil. intensificação por meio de sistemas semiconfinados e
A atividade está entre os seis principais produtos da confinados, como Compost Barn, Free Stall e Grandes
agropecuária nacional e emprega mais de sete milhões de Confinamentos.
pessoas, que atuam direta e indiretamente, alimentando
uma grande cadeia de agroindústrias no país. Com um Esses fatos têm levado o produtor a maximizar as suas
rebanho em torno de 212 milhões de cabeças em 170 áreas de cultivo para forragens, onde tem crescido o
milhões de hectares de pastagens, o Brasil é o segundo cultivo de milho e de sorgo para silagem.
maior produtor e o primeiro exportador de carne bovina Todavia, ainda não existem dados estatísticos oficiais
do mundo, com uma produção de 106 milhões de sobre a área cultivada de milho para silagem. É
toneladas. possível observar no gráfico 1 a evolução dessas áreas
no Brasil. Segundo dados do levantamento da
No segmento de lácteos, a pecuária se configura como Kleffmann Group (2012), comparando com os antigos
uma atividade muito importante no aspecto social. A relatos da APPS (Associação Paulista dos Produtores
renda mensal atrai diversos produtores, desde a atividade de Sementes), a área de cultivo para silagem de milho
empresarial até a agricultura familiar. Hoje, o Brasil já triplicou nos últimos 13 anos, chegando a 2,25 milhões
conta com cerca de 1,3 milhões de pecuaristas. O país, de hectares. Isso corresponde, atualmente, a cerca de
inclusive, é o quinto maior produtor de leite mundial, com 41% da área de milho semeado na 1ª safra - verão (5,5
36,75 bilhões de litros de leite/ano, ainda que continue milhões de ha) e cerca de 15% da área total de milho
importando leite de outros países produtores e no Brasil (14,5 milhões de ha).
exportadores como o Uruguai, a Nova Zelândia, os
Estados Unidos, entre outros. Gráfico 1 - Evolução da área de cultivo de milho para produção
de silagem (milhões de ha)

O consumo per capita de carne evoluiu para 45 M ha


2,5
kg/habitante/ano, mas o consumo de leite está em 172
2,25
litros/habitante/ano, número muito abaixo do 2
recomendado pela OMS, que é de 250 litros/ha-
1,5
bitante/ano. (Fonte dados estatísticos: IBGE, 2014).
1,20
1
A evolução da pecuária no Brasil nesta década passa por
0,70
uma grande transformação no campo. Os custos das 0,5

commodities, que são matéria-prima de rações, ficaram


0
mais elevados e houve escassez na oferta, aumentando a
2000 2006 2013
pressão sobre os custos de produção. Além disso, a
rentabilidade das commodities, com a possibilidade de Portanto, dada a importância desse segmento de
cultivo de duas safras por ano, fez muitas áreas de mercado, o grande desafio do produtor atualmente,
grandes pastagens se transformarem em áreas principalmente no setor leiteiro, é reduzir os altos
destinadas ao cultivo de grãos do complexo soja e milho custos de produção, seguindo os limites máximos de
2ª safra. Com isso, a pecuária vai, aos poucos, deixando gastos em relação à receita, conforme a distribuição
de ser tradicionalmente extensiva e crescendo em apresentada nas tabelas 1 e 2:

Manual de Silagem 05
Tabela 1- Limites máximos de gastos em relação à receita Áustria, onde era realizada em fossas. Também nessa
bruta na atividade leiteira
época, em países onde o clima é mais frio como
1. Alimentação 50%
Hungria e países ao norte da Europa, a prática da
2. Mão de Obra 12%
produção de silagem difundiu-se como meio de
3. Instalações, Equipamentos, Manutenção e 18%
Depreciação intensificar a produção de forragem em um curto
4. Medicamentos e Reprodução 5% período, já que a neve atingia essas regiões grande
5. Lucro 15% parte do ano. .
Total 100%

Fonte: Embrapa CNPGL


No Brasil, os primeiros trabalhos se iniciaram em 1.875,
na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, pelo
Tabela 2 fundador da instituição, o professor Luiz de Queiroz. Só

1. Animal (reposição) 65 a 70%


a partir de 1.920, entretanto, a prática ganhou

2. Alimentação 25 a 29%
expressividade de cultivo, chegando à importância
atual.
3. Instalações e Operacional 4 a 6,5%

4. Higiene e Medicamentos 0,21%


A prática da silagem foi bastante difundida no Brasil
Total 100%
como meio de produção e de armazenamento de
Fonte: Scot Consultoria
forragem para alimentar animais no período da seca,
Como pode-se verificar, em média, não se deve gastar qundo as pastagens ficavam com baixo rendimento e
mais do que 50% da receita do leite com alimentação, em com baixa capacidade de suporte por longos períodos
função dos demais custos e manutenções. É nesse (4 a 6 meses). Atualmente, a silagem tem uma função
momento que a silagem de qualidade torna a atividade muito mais nobre que a anterior, trata-se de um
rentável pois, dependendo do seu valor energético, pode alimento volumoso de alta qualidade energética, que
acarretar dietas econômicas com redução significativa do promove dietas mais econômicas e melhora o
uso de rações e de concentrados. Alimentação é o fator desempenho e a reprodução do animal, o que torna a
principal do custo no qual podemos intervir, pois os atividade mais eficiente e competitiva. É bom lembrar
demais fatores são fixos ou de baixo impacto no custo que, quando se trabalha com animais de genética
final. Na Tabela 2, também como na atividade leiteira, o avançada com alta produtividade, a demanda por
custo de uma arroba de carne bovina é influenciada alimentos de alta qualidade e energia se tornam
diretamente pela alimentação, visto que não temos imprescindíveis para uma atividade pecuária leiteira e
domínio direto sobre os demais custos. Através de uma de corte mais eficiente.
boa silagem energética, podemos tornar o confinamento
muito eficiente e lucrativo, com bom rendimento de Objetivos de uma boa silagem:
carcaça e acabamento.

Permitir redução nos custos de alimentação nas


DEFINIÇÃO DE SILAGEM:
dietas.
“Método de conservação estável de forragem para
Aumento de participação do volumoso na TMR (suprir
alimentação animal sob anaerobiose (ausência de
fibras e energia adequados), melhorando a saúde
oxigênio), onde são produzidos ácido láctico e outros
animal e o score corporal.
ácidos orgânicos, que reduzem o pH da massa”
Atender à demanda anual para regimes de

A prática de silagem já foi citada por diversos autores, semiconfinamento ou confinamento total.

que relatam o seu uso a cerca de 1.500 a 1.000 anos a.C. Facilidade de manuseio, mão de obra e mecanização

pelos egípcios. Seria só a partir do ano de 1.830, que a Possibilidades de cultivo em diferentes épocas

prática ganharia importância na Alemanha e na (verão/safrinha/inverno-região central).

06 Manual de Silagem
Como fazer uma
excelente silagem?

FASES DA SILAGEM

1 2 3 4
MANEJO DA PROCESSO
PLANEJAMENTO ARRAÇOAMENTO
LAVOURA DE ENSILAGEM

Figura 1

EXCELENTES RESULTADOS ECONÔMICOS

1. Planejamento 3. Processos de ensilagem


2. Manejo da lavoura 4. Arraçoamento

É sempre bom lembrar que uma fase bem feita não elimina outra mal feita, ou seja, para se ter alta
qualidade de silagem, com eficiência, produtividade e com o melhor custo, todas essas quatro fases
precisam ser bem realizadas!

Figura 2

Manual de Silagem 07
FLUXO DE UMA SILAGEM DE ALTA QUALIDADE:

Dieta Manejo do
Planejamento
TMR solo

Coleta de amostra
Escolha de
e análises
Híbridos
Bromatológicas

Níveis de
Retirada e
Correção
Usos da Silagem
e Adubação

Fechamento e Semeadura
Selamento Época e
do Silo Distribuição
Sementes

Pragas,
Compactação Doenças
da Silagem e Plantas
Daninhas

Ponto de
Utilização de
Colheita e Altura
Inoculantes
de Corte

Tamanho e
Processamento
Uniformidade
de Grãos
de Partículas

Figura 3

08 Manual de Silagem
1. Planejamento

Capacidade de plantio e de colheita nas áreas. do com a capacidade de plantio, se é necessária uma ou
mais semeadoras). Outro fato importante, é a capacidade
Importante perguntar: de compactação, pois em um volume de cerca de 70 t/h
a 100 t/h, é importante abrir 2 ou 3 frentes de silos para
Qual é a capacidade de plantio e de colheita por dia?
não impactar na velocidade de compactação e de
transporte de silagem, que é muito mais intenso,
Sabe-se que a maioria dos híbridos no mercado tem
maximizando o tempo e o serviço.
janela de colheita entre 5 e 7 dias com matéria seca ideal
para uma boa fermentação (32% a 37% de MS).
Por outro lado, se a colheita é realizada com colhedeiras
de uma ou de duas linhas, o rendimento médio é muito
Exemplos:
mais baixo (2 a 4 ha/d), não havendo exigência em
capacidade de plantio e em velocidade de compactação,
Se o produtor realizar a colheita com colhedeiras
pois ela fará cerca de 10 a 20 ha em 5 dias (dentro do
automotrizes, terá um rendimento de colheita médio de
período de janela ideal de colheita do híbrido). 15 a 20
15 a 20 ha por dia. Por isso é importante obter uma alta
ha/5 d = plantio mínimo de 3 a 4 ha por dia.
capacidade de plantio, pois ela fará cerca de 75 a 100 ha
Nesse caso, se tiver maior capacidade de plantio do que
em 5 dias (dentro do período de janela ideal de colheita do
de colheita, o milho sairá do ponto ideal, tendo que
híbrido) dividindo 75 a 100 ha por 5 dias = plantio mínimo
começar muito verde (28-30%MS) e terminar muito tarde
em torno de 15 a 20 ha por dia (deve-se avaliar, de acor-

Manual de Silagem 09
(38-40%MS), o que prejudica a qualidade da silagem. para 12-15 dias junto com o processo da semeadura.
Outro fato importante, é que, nesse caso, deve-se Para tanto, planta-se os híbridos mais precoces primeiro,
combinar híbridos de diferentes ciclos de maturação seguido dos de ciclo normal e tardio.
(precoce a normal/tardio) para ampliar a janela de colheita

Figura 4

Silo Tipo Superfície Silo Tipo Trincheira Silo em sacos plásticos

Silo Tipo Bag Silo Tipo Cincho Silo Tipo Encosta

Figura 5 - Tipos de Silos

Tipos de Silos

Os silos mais comuns têm sido os de superfície (baixo de grãos úmidos ou como armazenamento de grãos
custo e consumo rápido) e os de trincheira fixo (terra ou secos.
cimento), que tem melhor qualidade pela capacidade
de compactação e de vedação. Os de encosta e os de O uso dos silos de sacos plásticos de 25 a 30 kg têm
cisterna não são mais construídos em função do custo aumentado muito entre pequenos agricultores devido
e da dificuldade de compactação e/ou da retirada da ao valor agregado de vendas a revendas
silagem. Os do tipo bag, devido ao alto custo da lona e agropecuárias, ao mercado de equinos, às exposições
ao rendimento baixo, são mais utilizados para silagem agropecuárias ou animais de elite.

10 Manual de Silagem
Como calcular a necessidade de silagem e o tamanho do
silo?
2. Dimensione o silo (superfície ou trincheira)

1. Planeje a quantidade correta de silagem a. Densidade média do silo: 550 kg/m³ a 600 kg/m³;

a. tempo de uso da silagem em dias; b. Ex.: 1.900 t / 0,550 t por m³ = 3.454,5 m³ aprox. =

b. quantidade de animais a serem alimentados; 3.500 m³;

c. quantidade de silagem por cabeça/dia; c. Ex.: silos de superfície com 50 m de comprimento, 5 m

d. colocar 15% além da necessidade, para prever perdas; largura e 1,5 m de altura = 375 m³;

e. determinar a área a ser cultivada para silagem. d. Ex: 3.500 m³ / 375 m³ = 9,3 = 9 silos com essas
dimensões serão necessários.

Tabela 3 - Cálculo de demanda de silagem e área de plantio

Exemplo 1 - Quantidade correta de silagem

a. Tempo de uso 180 dias

b. Número de vacas a serem alimentadas 300

c. Quantidade de silagem/vaca/dia Média de 30 kg por cabeça/dia

d. 10% a 15% além da necessidade 180 dias x 30 kg/vaca x 300 cabeças = 1.620.000 kg =
para prever perdas 1.620 toneladas x 15% = 1.863 t = 1.900 toneladas

e. Área a ser cultivada para silagem 1.900 t / 40 t/ha (silagem pronta já fermentada) =
47,5 ha, aprox. 48 ha

Manual de Silagem 11
2. Manejo da Lavoura

Buscar sempre a adoção de alta tecnologia. Infelizmente, com o atraso das chuvas em
algumas regiões, as correções de calcário ou
O manejo das áreas de silagem deve sempre ser similares não têm sido eficientes para o
feito com a aplicação de alta tecnologia, pois só aproveitamento na safra subsequente.
se colhe alta qualidade de silagem com a
adoção das melhores práticas utilizadas para
altas produtividades de grãos, tais como:
Híbridos mais adaptados e de elevado potencial
genético; plantio na melhor época; correções e
adubações equilibradas, visando atender a
elevada extração de nutrientes (em especial o
potássio, o cálcio e o magnésio); manejo
integrado de pragas; monitoramento e controle
adequado de plantas daninhas e de doenças.

Manejo do solo para silagem Figura 6

Solos de cultivo intenso de silagem acabam


A análise do solo deve ser realizada, de reduzindo muito a matéria orgânica por não
preferência, após a colheita, assim como a deixarem resíduos, o que ocasiona piora na sua
aplicação dos corretivos de solo, para acelerar a estrutura física, reduzindo a porosidade e a
correção até o plantio da próxima safra. capacidade de retenção de água, aumentando a

12 Manual de Silagem

Manual de Silagem
compactação, a temperatura do solo e reduzindo a relação C/N, apenas para compor algum coquetel de
capacidade de troca catiônica e o poder do tampão. Para culturas de inverno, como a crotalaria, o tremoço etc, junto
evitar esses problemas, que acabam interferindo no preparo com o milheto, a aveia, o azevém ou a brachiaria, visando
do solo, na plantabilidade e no desempenho da lavoura, aumento do nível de nitrogênio. .
recomenda-se o plantio de uma cultura de inverno de alta
relação C/N, tais como milheto, brachiaria ruziziensis ou A situação piora quando o produtor utiliza esterco sem
piatã, aveia, azevém, trigo, sorgo 2ª safra etc. palhada na área. Assim que joga o esterco, a população de
bactérias, como nitrosomonas e nitrobacter, aumenta
O sistema de integração lavoura e pecuária, contribui muito significativamente. Quando o esterco é decomposto e
para a melhoria da matéria orgânica, da fertilidade e da mineralizado, essas bactérias, na ausência de substrato ou
estrutura do solo, aumentando a porosidade através da de palha, entram na matéria orgânica do solo e acabam por
palhada e das raízes das gramíneas, a ciclagem de reduzir ainda mais a sua quantidade no solo.
nutrientes e reduzindo a compactação, a temperatura e as
perdas de umidade nos solos. Problemas assim são visíveis, causando selamento e
encrostamento na superfície, embora ocorra aumento na
Leguminosas de inverno não são interessantes, pela baixa fertilidade do solo.

Milheto Crotalarias Brachiarias


4,5 t palha 3,5 t palha 12 t palha
1,5 t raízes C/N 15 10 t raízes
C/N 34 C/N 69

Girassol Aveia Nabo


4,4 t palha
1,3 t raízes
C/N 45

Figura 7

O manejo do solo para silagem requer cuidados 35% de MS).


especiais, em relação a uma lavoura para grãos de milho, Gasta-se em média 1,9 a 2,0 t de MS para formar 1 t de
além da fertilidade e do equilíbrio de nutrientes no solo. grãos.
Considera-se, além da exigência mínima dos níveis dos
elementos no solo, a reposição dos valores de extração
Nota-se a diferença da retirada de nutrientes do solo por
da cultura (palha+grãos). Isso requer maiores
uma lavoura de silagem em comparação a uma lavoura
investimentos em corretivos e em fertilizantes na silagem,
comparado ao cultivo para grãos. de milho para grãos, ou seja, a cada 20 t/ha de MS a
lavoura de silagem extrai (a mais) o equivalente a 242
Na tabela 4 é possível observar os níveis de exportação kg/ha de cloreto de potássio e 300 kg/ha de calcário
da cultura do milho por 10 t/ha de grãos e de extração por dolomítico, em comparação a uma lavoura similar com
20 t/ha de matéria seca (aprox. 57 t/ha de massa verde, a produtividade de 10 t/ha de grãos.

Manual de Silagem 13
Tabela 4

Produção
Cultura N P2O5 K2O Ca Mg S
t/ha
kg/ha de nutriente exportado (grãos)
Milho 10 175,7 66,1 68,6 26,0 11,0 12,0
kg/ha de nutriente extraídos (planta + grãos)
Milho 20 200,0 80,0 214,0 62,0 57,0 13,0
Diferença 24,3 13,9 145,4 36,0 46,0 1,0

(Mosaic, 2011)

Tabela 5 - Níveis de extração de NPK pelo sorgo, em função da produtividade de matéria seca

M. Seca /M. Original N P2O5 K2O

t ha -1 kg ha -1
7,8 23 93 30 118,8
10,0 33 137 48 135,6
12,5 38 198 60 168,0
16,6 50 214 98 272,4

Equilíbrio nutricional e níveis ótimos de nutrientes para a alta peso dos grãos. Deve-se aplicar cobertura nitrogenada
produtividade de silagem: (solos argilosos em uma só vez em V2/V3 e solos arenosos
em duas vezes, nas fases de V2/V3 e em V5/V6,
saturação de bases (V%) - mínimo de 70%; respectivamente), de modo a atender o momento de
potássio - 4% a 5% da CTC solo e acima de 100 mg/dm³; definições na fisiologia da cultura do milho.
cálcio - 45% a 50% da CTC solo e acima de 2,4
cmol/dm³; Abaixo, o momento de definição do número de fileiras de
magnésio - 12% a 15% da CTC solo e acima de 0,9 grãos (V7/V8). Para isso, o N já tem que estar dentro da
cmol/dm³; planta nesta fase para promover a diferenciação (figura 8).
fósforo - acima de 10 a 12 mg/dm³ (Melich) ou 25 a 30
mg/dm³ (resina);
enxofre - acima de 12 a 15 mg/dm³;
nitrogênio - 10 kg/t de matéria seca.

Faça análises foliares com DRIS a cada safra para


monitorar o equilíbrio dos nutrientes.
DEFICIÊNCIA N

Sintomas de deficiências nutricionais em plantas de


milho.

As principais deficiências nutricionais em lavouras para


produção de silagem são o nitrogênio (N) e o potássio (K),
devido ao nível de extração e a importantes componentes
da produtividade.
DEFICIÊN CIA K

A deficiência de N na planta de milho, dependendo da Figura 8 - Sintomas de deficiência de N e K

intensidade, pode provocar o sintoma de amarelecimento


das folhas mais velhas, acompanhando a nervura central
em formato de “V”, e pode evoluir para requeima do A deficiência de K leva ao amarelecimento ou mesmo à
baixeiro à medida em que o ciclo da cultura avança. Ela requeima foliar do baixeiro da planta, que inicia-se nos
interfere na granação, enchimento da ponta da espiga e no bordos das folhas mais velhas e progride para o centro da
nervura da folha. Ela

14 Manual de Silagem
interfere na granação por regular o sincronismo do na linha de plantio afetando o vigor. Por segurança, a
florescimento da planta (pendão x estilo estigma), eleva a regra é não ultrapassar a distribuição de 50 kg/ha de K2O
suscetibilidade às doenças e ao quebramento de colmo no sulco de plantio. Se for necessário realizar uma
por ser um componente fundamental das fibras e reposição de altas quantidades, faça potassagem à lanço
constituintes estruturais da planta (lignina). A planta fica na área, de preferência sob taxa variável (agricultura de
“isoporizada e leve” e ainda ocorre a falha de granação da precisão), corrigindo o K no solo e aplicando onecessário
espiga. para a produção almejada, segundo a extração da
No momento do plantio, devemos evitar a distribuição de cultura.
doses muito elevadas de fertilizantes com altas

concentrações de K, pois essa fonte de K é um sal com

alto poder higroscópico e pode desidratar as sementes

e/ou plântulas de milho que estejam próximas ao adubo


(Manual da Cultura do Milho, ESALQ. USP) Figura 9

Gráfico 2: Estágios Fenológicos ESTÁGIOS FENOLÓGICOS

0 1 2 3 4 6 5 7 8 9 10 11
Definição da
Definição Definição do densidade
da Produção tamanho da do grão
Potencial espiga, nº de
espigas/planta

Definição
de números
de fileiras

Maturação Fisiológica
Gramiáceo- Duro
Grão Farniáceo
Pendoamento

Florecimento

Grão Pastoso
Grão Leitoso
Germinação

Emergência

12 Folhas
4 Folhas

8 Folhas

9 a10
- 0 2 4 6 8 12 24 36 48 55

Semana após emergência Dias após Polinização

Cuidados com a adubação de cobertura a lanço de Deve-se dar preferência aos adubos

fórmulas concentradas são importantes, tipo simples, como o cloreto de potássio, a ureia ou o

30-00-20, 25-00-15, 20-00-20 etc, pois o cloreto de nitrato. Caso contrário, deve-se reduzir a faixa pela

potássio é mais pesado que o nitrato ou a ureia e há metade e fazer uma sobreposição para evitar o

uma tendência de segregação na distribuição (K nas problema das fórmulas de adubos com diferentes

pontas e N mais ao centro da faixa de aplicação). densidades.

Manual de Silagem 15
Deve-se manter a lavoura no limpo até V7 (7 folhas), Pecuária), cuja competição se dá no final, sem perdas

que é o período crítico de matocompetição na cultura significativas na produtividade.

do milho. É possível observar que o nível de


Abaixo, seguem os herbicidas recomendados para a
matocompetição cai muito em fases avançadas da
cultura do milho (para o sorgo, o único herbicida
cultura, o que valida o sistema ILP (Integração Lavoura
recomendado é a atrazina sem óleo de preferência).

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO MILHO:


Gráfico 3 - Controle de plantas daninhas no milho Gráfico 4 - Principais herbicidas e épocas de aplicação para
a cultura do milho
Plantio Pré emergente Pós Inicial Pós emergente
Perda de Produtividade (%)

100

80

60

40 Dual Gold Primestra Gold Nicossulfuron + Atrazina Primestra Gold


Atrazina
20 Atrazina + Simazina Soberan ( Tembotrione) + Atrazina

Dinamic Callisto (Mesotrione) + Atrazina


0
V0 V2 V4 V6 V8 V10 V12 V14 V16 Glifosato + Atrazina ( Híbridos RR2)

Pré emergente Pós inicial Pós emergente

Período Crítico Estádio fenológico % 1% 5% 94%

"Efeito do uso de fungicida na produtividade e qualidade da silagem de milho"


Análises: AgriNirs KWS Brasil / Fonte: KWS Sementes Ltda

Gráfico 5 - Efeito do Uso de Fungicida na Silagem


Faz. Nô da Silva / Cajuri - MG 2019

40
35,771
35 33,118

30

25
21,968 20,704
20

15

10

5 2,653
1,264 1,63 1,60
0 0,03

M.Seca Kg/ha Kg Leite/ha Kg Leite/t MS

Com Fungicida Sem Fungicida Diferença

16 Manual de Silagem
Gráfico 6 - Efeito do Fungicida na Bromatologia da Silagem
Faz. Nô da Silva / Cajuri - MG 2019

66,7 65,5 65,3


70 64,0

60

46,6
44,9
50

40
30,9 31,2 31,9
29,4 28,5 30,3
30

20
%MS %Amido %FDA %FDN %NDT %DIG MS

Com Fungicida Sem Fungicida

Foi implantado em Cajuri-MG, sob supervisão do PDPL-RV Esse efeito se deve aos fatores de proteção do potencial

da UFV, um ensaio de uso de fungicida na produtividade e produtivo das plantas, mesmo em situações de baixa

qualidade de silagem de milho, aplicados na Fase V7/V8 pressão de doenças e do efeito fisiológico provocado,

(Ciproconazole + Azoxistrobina a 1 L/ha do PC) no híbrido principalmente, pela estrobilurina, onde observa uma

R9080 PRO2 na safra verão de 2018/19. menor senescência de folhas e um verde mais intenso.
Segundo Prof. Durval Dourado Neto (ESALQ-USP), esse

Os resultados revelaram a mesma tendência, a exemplos efeito se deve à redução dos níveis de etileno, aumento da

de ensaios anteriores conduzidos pela KWS Sementes em atividade fotossintética e absorção de N devido ao

2014 a 2016, do efeito positivo do uso do fungicida na aumento de atividade da enzima nitrato-redutase.

qualidade e produtividade da silagem. A aplicação rendeu


em média, 1,264 t/ha de matéria seca, com pequena O custo é totalmente coberto com os níveis de

redução dos níveis de fibras e matéria seca, com um ligeiro produtividade e qualidade alcançados, e que irão refletir

aumento dos níveis percentuais de NDT, DFND e Amido. em um melhor desempenho animal.

Manual de Silagem 17
3. Processos de Ensilagem

Colhendo a silagem no ponto ideal.


são muito significativas, do ponto de vista de

corte/transporte até os efluentes ricos em


Cerca de 50 a 70% dos produtores, na pressa ou
nutrientes, além da baixa qualidade energética e de
ansiedade, acabam por jogar fora a qualidade da
fermentação. A silagem fica escura e com odor
silagem nesse processo. A colheita deve ser realizada
fétido ou de amônia, devido a altas concentrações
dentro do teor adequado de matéria seca (32% a 35%
de ácidos acético e butírico, principalmente, com
de MS, com tolerância entre 30% e 37%) ou na
chamada “linha de leite a 1/3 - 3/4 do grão”, para aquecimento e quebra de proteínas. Nesse caso, o

assegurar a qualidade energética da silagem devido à uso de inoculantes é ineficaz e há redução no

maturidade da planta e à qualidade da fermentação consumo animal. Uma silagem de milho nesse nível é

pela produção de ácidos láticos e orgânicos em inferior a capim ou cana.

quantidades adequadas. O silo deve ser fechado em 3


dias, com tolerância máxima de 5 dias, caso contrário Ao colher a silagem antes do ponto ideal (<30%MS),
ocorrerá perda na qualidade da fermentação. Esse o % de umidade está elevado, o pH não vai reduzir e
tem sido, inclusive, o maior gargalo de perda de provocar crescimento de bactérias indesejáveis
qualidade da silagem. como Clostridium, Coliformes, Enterobactérias que

irão reduzir os níveis de matéria seca e de açúcares


Efeitos da alta umidade na silagem
da silagem, com consequente perda de qualidade e

energia. Além disso, vai ocorrer vazamento de


Quando se ensila o milho prematuramente, as perdas
grande fluxo de água (efluentes) na parte de baixo do

18 Manual de Silagem
silo, podendo chegar a 19 litros de água a mais por Efeitos da baixa umidade na silagem (%MS>38%):
tonelada de silagem.
Perda de material (corte/transporte) e de MS de silagem

Tabela 6 no silo;

Ph alto por tempo prolongado


Má fermentação (compactação com ar);

Presença de fungos e micotoxinas;


Crescimento de Clostridium
Menor digestibilidade (+ % fibras);

Perda de grãos (taxa de passagem) em ensiladeiras


Produção de Ácido Butírico e Proteases
sem processador;

Menor uniformidade de partículas;


Proteínas convertidas em Amônia (NH 3 )
Aumento nas sobras de cocho;
Se colher a silagem acima do ponto ideal

(>37%MS), o principal problema passa a ser a Pode necessitar de amoniação (ar).

dificuldade de compactação e de uniformidade de

corte das partículas da silagem, gerando perda na Diplodia


qualidade da fermentação pela presença de

oxigênio, reduzindo a qualidade nutricional da

silagem. Nesse caso, o inoculante poderá ser

muito eficiente devido à matéria seca elevada,

atuando na redução rápida do pH. Deve-se adotar

tamanhos mínimos de partículas, visando maior

poder de compactação. A presença de fungos e

suas micotoxinas também pode ser prejudicial à

saúde dos animais nessa condição. Fusarium

Atenção: Evite cheirar silagem passada ou com


presença de fungos, pois há o risco de inalação de
micotoxinas e causar problemas graves à saúde.

)
Figura 10 Figura 11

Manual de Silagem 19
Tabela 7 - Níveis de micotoxinas toleráveis para ruminantes:

Micotoxina Fungo Nível Agudo Nível Sintomas


Subagudo

Aflatoxina Aspergillus 20 ppb Gado em lactação Reduz crescimento e a produção de leite

Gado em Aumenta a susceptibilidade do animal com


200 ppb
desenvolvimento redução da imunidade

Residual no leite e aumento do nível de mortes


300 ppb Gado fase final
no rebanho
Deoxynivalenol Fusarium 10 ppm 500 ppb Redução da quantidade de alimento ingerido e
(DON ou da produção de leite
Vomitoxin)
Aumenta a toxidade na presença de outras
micotoxinas
Fumonisin Fusarium 95 ppm x Não conhecido
Penicilium
Ocharatoxin 5 ppm 1 ppm Diarréia, redução na produção e danos nos rins
Aspergillus
T-2 Fusarium 50 ppm 100 ppm Hemorragia intestinal, morte e redução na
alimentação

Zearalenone Fusarium 500 ppm 500 ppb Decréscimo na fertilidade, inchaço em volta da
vulva, irregular e prolongado ciclo de hormônio
(Estrogen)

* ppm-partes por milhão * ppb-partes por bilhão Santurio, J. M. 2003

Determinação do ponto de colheita ideal para de alguns híbridos, a linha de leite pode se tornar

silagem: secundária na avaliação do ponto ideal de colheita.

Conforme comentado anteriormente, esse tem Desse modo, a determinação da % de matéria

sido o maior gargalo de perdas de qualidade em seca, tem sido mais eficiente para colheita no

silagem. ponto ideal de silagem.

O ponto ideal de colheita é em torno de 35% de


Para o sorgo, essa fase ideal ocorre quando os grãos
matéria seca, com a janela de colheita dentro da
na parte central da panícula estão pastosos. Isso
faixa de MS ideal para colheita de silagem (32 -
significa que estão leitosos na parte inferior e
35%). A planta já se encontra com maturidade
farináceos na parte superior, devido à
quase total, com acúmulo de nutrientes e com
desuniformidade da sua maturação.
umidade satisfatória para uma boa compactação e

fermentação, o que pode ser medido por meio de


Importante lembrar que a maior produção de massa
aparelho micro-ondas ou de equipamento Koster.
verde (fase pamonha - 25% MS), não coincide com a
A linha de leite do grão de 1/3 a 3/4, tem sido
maior produção de matéria seca (fase grãos
referência para colheita, mas com o uso de
farináceos - 35% MS). Essa diferença aumenta o
fungicidas, da fertilidade e do manejo para altas custo de transporte em 10% (diferença da MS).
produtividades aliado ao stay green pronunciado

20 Manual de Silagem
Qual é a composição da silagem?

Segundo Prof. Neves, M. - UFLA, a silagem é composta , em


sua maior parte (cerca de 85%), por fibras e energia, sendo
que 40% desta é formado por carboidratos não fibrosos
representados em sua maior parte pelo amido e 45% por
fonte de fibras (FDN). Os outros 15% correspondem ao
Extrato Etéreo ou Gordura, Proteína Bruta e Minerais, onde
se faz o complemento dessas exigências na dieta.

Se a maior parte é fibras e energia, então como melhorar


a constituição da planta de milho para silagem:?
Resposta: Aumentando a digestibilidade das fibras ou
aumentando a participação do amido (grãos).

Aumentar a digestibilidade das fibras da planta pode ser um


processo mais demorado e difícil, pois geralmente é
poligênica e correlaciona com produtividades instáveis,
susceptibilidade a quebramento verde, problemas
fitossanitários e menor tolerância a intempéries. Por outro
lado, a seleção para rendimento dos grãos tem sido mais
favorável e fácil para se ter uma silagem de alta qualidade,
pois 65% da energia da silagem advém do amido dos grãos,
além de aumentar o peso seco da silagem.

Cuidados especiais devem ser tomados ao se


determinar a matéria seca no forno micro-ondas, pois
esse método tende a superestimar o valor em torno de
1% a 2% devido à intensidade da secagem em relação à
estufa ou ao equipamento Koster:

Figura 13

Cortar de 5 a 10 plantas no centro da lavoura, evitando-se


as bordas. Proceder a picagem em triturador ou ensiladeira;

Pegar uma amostra uniforme de cerca de 2 a 3 kg após a


picagem (cuidado para não segregar grãos);

Pesar cerca de 300 g da amostra em um prato de papelão


ou em uma caixa de pizza com tampa (de papelão);

Foto New Rolland Colocar um copo com água no fundo do forno para não
Figura 12
queimar a ponta da amostra durante as pesagens.Trocar a

Manual de Silagem 21
água e o copo a cada pesagem, pois ficam muito quentes; P1. Peso líquido da amostra úmida original (sem o
prato/caixa).
Programar o forno micro-ondas para 5 minutos na Ex.: 300 g amostra inicial;
potência máxima na primeira pesagem; P2. Peso líquido da amostra seca após pesagens (sem o
prato/caixa).
Revirar e pesar a amostra, em balança com precisão de Ex.: 93,5 g amostra seca;
0,1g, cuidando para não cair partes fora do prato, trocar o % Matéria Seca = P2/P1 x 100, ou seja: Ex.: 93,5 g/300 g
copo com a água e retornar ao forno; x 100 = 31,16 % de MS, podendo oscilar entre 30 a 32%
de MS, aproximadamente.
Programar o forno micro-ondas para 3 minutos na
potência máxima na segunda pesagem;
Matéria seca ideal para ensilagem entre 32% a 35%.

Revirar e pesar a amostra, cuidando para não cair partes


No trabalho acima, pode-se perceber que quando a linha
fora do prato, trocar o copo com a água e retornar ao forno;
de leite está na metade do grão, a % de Matéria seca está
em torno de 35%, a planta já atingiu a maturidade e os
Após a segunda pesagem, proceder da mesma
grãos com 95% do potencial total. Nessa fase, ainda tem
maneira, de minuto em minuto até atingir o peso constante,
umidade suficiente para uma boa prática e fermentação na
sempre trocando o copo com a água e revirando a amostra
silagem. A diferença de 25% para 35% de matéria seca,
no prato ou na caixa de papelão.
significa 10%, ou seja, a cada 10 carretas ou caminhões,
uma é água, encarecendo o custo de transporte e com
Calcular a % de Matéria Seca da seguinte maneira:
perdas de qualidade de silagem.

Tabela 8 - De toda energia que uma vaca utiliza por dia

60% a 70% Ácidos Graxos Voláteis - Resultantes da fermentação do amido no rúmen.

20% a 25 % PB Aminoácidos

5% Açúcares (glicose)

6% a 7% Óleo - Gordura (limite máximo)

Como melhorar um híbrido para silagem? Veja na figura abaixo:

Melhorar a digestibilidade das fibras Maior participação de grãos


da planta - FDN (TTNDFD ou dFDN) (65% energia da silagem)

Figura 14

22 Manual de Silagem
Digestibilidade da Silagem
(Fibras: 50-60%MS)

Parede
Celular

Parede celular Composição da parede celular:


vista em Celulose, Hemi-Celulose, Pectina e
microscópio Lignina. Quanto menor a % de Lignina,
Colmo do milho ou do sorgo maior será a digestibilidade da fibra.

Figura 15

Tabela 9 - FDN e FDA

FDN - Fibra Detergente Neutro - Ideal < 50% FDA - Fibra Detergente Ácido - Ideal < 30%

• Quantidade de Parede Celular (Fibra Total) • Digestão Parede Celular

• Relação com consumo: 1,2% FDN em PV • Relação com Digestibilidade e Energia


• Hemicelulose, Pectina, Celulose e Lignina • Celulose e Lignina

Fonte: ESALQ/USP 2000

A importância de conhecer a digestibilidade da fibra da res na UFLA, em Lavras-MG, e na UNESP, de


planta. Botucatu-SP, mostram que a matriz proteica (muito
comum nos grãos semiduros e duros), que envolve o
Outra característica que contribui para melhorar o amido dos grãos, reduzindo a sua digestibilidade, só se
aproveitamento nutricional da silagem pelos animais, é a forma próximo à maturidade fisiológica, fora do ponto
facilidade de processamento de grãos e de partículas correto da ensilagem.
pelas colhedeiras através dos sistemas de CRACKERS.
Com isso, ocorre menos perda de amido nas fezes e No futuro, seria conveniente investir em híbridos com grãos
menos sobras de cocho, respectivamente. de maior digestibilidade do amido, ou seja, amido com
maior % de amilopectina e menor participação de amilose.
A textura do grão (semidentado ou semiduro), nesse caso Por outro lado, híbridos com plantas de menor % de lignina
atual, não tem relevância, pois trabalhos de pesquisado- nas fibras melhoram, em muito, a digestibilidade da fração
verde.

Tabela 10 - Efeito do estágio de maturidade da planta no potencial de produção de milho

Estágio de % Potencial Produção %MS


Maturidade Planta
Grãos Planta

Florescimento 0 55 15

Formação Grãos 10 60 20

Leitoso 50 75 25

Dente 75 85 30

1/2 Linha Leite 95 100 35

Duro 100 100 45


Fonte: Adaptado de Mahanna (1996)

Manual de Silagem 23
Por que é difícil convencer o produtor a cortar com % MS ideal?

Sensação de menor produtividade porque tem menos água;

Dificuldade para o corte/colheita com matéria seca alta (regulagem facas 2 x ao dia);

Dificuldade de compactação, camadas menores;

Redução no consumo animal, animal ingere em MS, se está mais alta, come menos;

Aumento nas sobras (má regulagem das facas).

Tabela 11 - Valor nutritivo de silagem de milho em diferentes estágios de maturação

Fase do Grão % MS t/M.S/ha P.B% F.D.A% F.D.N% Dig. M.S%

Pastoso 24 13,5 10,3 27,2 52,7 77,1

Início Dente 27 14,0 9,9 24,3 48,0 79,0

1/3 Linha Leite 34 15,8 9,2 22,8 45,1 80,0

3/4 Linha Leite 37 16,0 8,9 23,8 47,3 79,6

Ausência Leite 40 15,8 8,4 24,0 47,3 78,6

Fonte: Wiersan e Carter, 1993

Neste trabalho, tabela 11 de Wiersan e Carter em 1993, nota-se que a melhor digestibilidade, os menores valores de fibras e
as maiores produtividades de matéria seca estão entre 34 a 37% de matéria seca com a Linha de Leite de 1/3 a 3/4 do grão.

Tabela 12 - Análises bromatológicas de diferentes tipos de silagem de milho - ESALQ/USP

Planta Parte Parte


Componentes Espiga Grãos úmidos
inteira superior inferior

Matéria seca % 33,8 44,2 19,3 48,4 56

P.B % 8,1 8,2 7,2 7,5 10,1

F.B % 20,9 16,4 37,8 14 3,1

E.E % 2,5 3,2 1,7 3,2 5,2

N.D.T % 68,2 73,1 51,2 74,8 82,2

Na tabela 12, podemos verificar as diferenças nutricionais de silagens de diferentes partes da planta de milho e seus
respectivos valores nutricionais. Muitos produtores em busca de alta qualidade para atender a demanda de animais de
genética avançada, recorrem ao uso de silagem da parte superior da planta, como meio de obter uma dieta energética mais
econômica para esse padrão de animal.

24 Manual de Silagem
Altura de corte das plantas para silagem:

Figura 16

Conforme vimos na tavela anterior, podemos ter um A. Pereira em Carmo do Rio Claro - MG, através de
aumento significativo na qualidade da silagem ao Cardoso, D.A.D.B. e Dangelo Junior, J., foram estudadas
empregar alturas de corte mais elevadas, tais como no 1º 3 alturas de corte (20, 40 e 60 cm) e análises
nó abaixo da espiga, entretanto, só se faz vantajoso bromatológicas e de nutrientes nos restos das plantas,
dentro da ótica de dietas agressivas e animais de alta para verificar as sobras e a economia com o potássio.
performance genética e produtiva. Porém, tem se Constatou-se que a maior altura de corte propiciou a
mostrado antieconômica devido à alta produtividade de melhor bromatologia, com 70% de NDT, e deixou boa
grãos dos híbridos atuais. Caso contrário, o melhor custo quantidade de resíduos no solo, favorecendo a matéria
x benefício é a altura de 30 a 40 cm do solo, pois nesta orgânica. Todavia, perdeu-se de 3 a 5 t/ha de massa
altura evitamos trazer terra, detritos e resíduos de esterco verde, de acordo com o híbrido, e a economia do
aplicado no solo, que podem prejudicar a qualidade da potássio foi o equivalente de 1 a 2 sacas de Cloreto de
fermentação, senão estaríamos fazendo inoculação de Potássio por hectare, não compensando
coliformes e de bactérias indesejáveis. econômicamente. O melhor custo x benefício foi a altura
Em trabalho conduzido na Faz. Capão Alto - Leopoldo de corte de 40 cm, em termos de qualidade e
produtividade.

Considerações:

Altura ideal de corte na colheita: mínimo de 25 cm. Ideal de 30 a 40 cm.

Pode-se melhorar a bromatologia em energia e a digestibilidade da silagem.

Altura de corte mais alta = Perde-se cerca de 3 a 5 t/ha de massa verde, mas ganha-se muito em qualidade, energia e boa
fermentação. Avaliar a viabilidade de acordo com nível de exigência dos animais.

Menores extrações de K, Ca e Mg nos solos com menores perdas de MS pelas fermentações inadequadas.

Altura baixa de corte (menor que 20cm) = reduz a % matéria seca, há presença de contaminantes (fungos e bactérias

Manual de Silagem 25
indesejáveis), causando maiores perdas de MS, e há maior laminite e acidose. (Yang & Beauchemiu, 2006; Zebeli et
% de minerais ou cinzas devido à presença de terra. at; 2006; Zebeli et at, 2008, citados por Carvalho, I.Q. de
2013) .
Tamanho de partículas

Além dos fatos relacionados aos animais, o tamanho


A importância da avaliação do tamanho de partículas da
médio de partículas pode afetar a porosidade, densidade,
silagem não deve ser subestimada. Considerando que o
produção de efluentes, fermentação e indiretamente a
número de mastigações do animal está relacionado com a
deterioração aeróbica da silagem.
atividade de glândulas que produzem bicarbonato de cálcio
Na tabela 13 encontram-se aos valores da distribuição
e regulam o pH do rúmem; entende-se que partículas
adequada dos tamanhos de partículas de silagem de
excessivamente grandes podem promover a redução do
milho, considerando colheita dentro da faixa ideal de MS.
consumo voluntário de MS. Por outro lado, vacas que
consomem dietas adequadas em FDN, mas finamente
Avaliação de tamanho de partículas é feita pelas peneiras
picadas, podem apresentar desordens metabólicas, menor
digestibilidade da MS, redução do teor de gordura no leite, desenvolvidas pela Universidade de Pensilvânia-EUA, as

deslocamento de abomaso, síndrome da vaca gorda, chamadas Penn State.

Figura 17

Regulagem das facas e contrafacas:

Tamanho ideal prático = 0,3 a 0,9 cm, máximo 1,5 cm. Objetivo de evitar sobras de cocho e seleção de
Silagens mais secas devem ser cortadas com menor partículas pelos animais.
tamanho, ao contrário da silagens mais úmidas (com 75 a
80% de uniformidade, peneiras 2 e 3 Penn State). Facilitar a compactação dependendo do teor de
%MS. Se mais elevada, picagem de partículas em
Objetivos: Processar os grãos e evitar perdas de amido menor tamanho.
nas fezes.
Cuidados especiais: Se ficar muito picada e a dieta for
pobre em fibras, pode causar Laminite (esfoliação de
Distância das facas x contrafacas (o mínimo possível),
casco), Acidose, Torção de abomaso, etc.
semelhante a uma tesoura caseira. A distância deve ser a
largura de uma folha de papel sulfite A4.
Colhedeiras automotrizes, e outras mais
modernas, possuem o “cracker” que laminam ou
Amolar facas e contrafacas pelo menos 2 vezes ao dia.
ferem os grãos, podendo cortar partículas de
Nas ensiladeiras automotrizes, as facas são amoladas maior tamanho com uniformidade e, mesmo
automaticamente nos horários de parada (almoço e final assim, ferir os grãos para que possam ser melhor
do dia). aproveitados no rúmen.

26 Manual de Silagem
Exemplos de crackers de máquinas ensiladoras:

Cracker da John Deere Cracker da Ipacol Cracker da Nogueira

Fundo 0 a 5%

1,18 mm 30 a 40%

8,0 mm 45 a 65%

10,0 mm 3 a 8%

Figura 18

Tabela 13 - Distribuição adequada de partículas nas peneiras Penn State

Peineira Tamanho Silagem de Milho Pré-secado Dieta Total


1 > 19 mm 3-8% 10-20% 2-8%
2 8 a 19 mm 45-65% 45-75% 30-50%
3 4 a 8 mm 30-40% 20-30% 30-50%
4 < 4 mm < 5% < 5% < 20%

Fonte: Lammers et al (1996)

As peneiras Penn State representam o estômago/rúmen muita sobra na peneira 1, vamos ter muita seleção por
do animal. Analisando as partículas no silo: Pesar uma parte do animal no cocho e sobras significativas de
amostra de 300 a 500 g, passar nas peneiras, peneirar silagem e de grãos com alta taxa de passagem ruminal,
até uniformizar. Depois pesar cada peneira, ver o como no exemplo e nas fotos abaixo:
percentual de cada peneira na amostra total. Quando há

Boa

1ª peneira 2ª peneira 3ª peneira

Ruim

1ª peneira 2ª peneira 3ª peneira


Figura 19

Manual de Silagem 27
:

Figura 20

Perdas imensuráveis: seleção e sobra de cocho e A 3ª peneira são as partículas menores, na proporção de

amido nas fezes. 30 a 40%, que correspondem à fração de maior


digestibilidade da silagem para ter energia prontamente

Quando a silagem fica muito triturada, grande retenção absorvida pelo rúmen do animal. A 5ª peneira é ideal de

(acima dos limites) nas peneiras 3 e 4, o animal vai 0 a 5%, mas não mais do que isso, para não acarretar

apresentar problemas de falta de ruminação por falta de acidose, laminite ou torção de abomaso.

fibras efetivas, desenvolve acidose, problema de casco


e pode até desenvolver torção de abomaso. É Métodos de avaliação de processamento de grãos

importante que a silagem esteja com as partículas - separação em água

conforme a % nas quatro peneiras. É importante ter de


3 a 8% de partículas maiores, pois elas são as fibras Coloque a silagem, no momento da colheita, em um

efetivas, também chamadas de sobrenadante no rúmen, recipiente com água. Agite e aguarde que os grãos sejam

que fazem o animal ruminar e produzir saliva que evitam segregados e vão para o fundo, enquanto a massa

que o pH do rúmen reduza dando acidose. A 2ª peneira flutua. Separe os grãos processados dos inteiros e por

é onde se tem a maior parte das partículas (45 a 65%), peso, o ideal é acima de 95% de grãos processados.

que fazem parte do melhor aproveitamento da silagem.

Figura 21

28 Manual de Silagem
Tipos de Processamento de grãos: Fazer análise de
KPS em laboratório ou Copo medidor no campo

Estes grãos estão processados ou não?

Resposta: Não, grãos maiores que a metade ou trincados


não serão significativamente aproveitados pelo animal.

Figura 22

Análise de KPS em Laboratório:


Ideal quando > 70% ou de 50 a 70% dos grãos
processados devem passar pela peneira de referência =
4,75 mm (9 peneiras de 0,6 mm a 19 mm).

Figura 23

Teste prático do copo de 1 L:

Máximo de 2 a 3 grãos por litro de amostra –


Colhedoras automotrizes c/ cracker.

Máximo de 4 a 5 grãos por litro de amostra –


Colhedoras pequenas e sem processador.

Figura 24

Manual de Silagem 29
Tamanho de partículas x processamento de grãos

OBJETIVOS: Uniformidade de partículas e de advindos da silagem + concentrado energético, pois a


processamento de grãos (Obs: não medido na cada 1% de amido nas fezes, perde-se cerca de 300 a
bromatologia). Segundo Laboratório 3rlab, não se deve ter 350 ml de leite (Ferguson, 2005). .
mais do que 5% de amido na análise de amido fecal,

Figura 25

Compactação da Silagem:

Devem ser em camadas de 15 a 25 cm de espessura para permitir uma boa compactação (limite máximo de 30cm).

A densidade do silo deve ficar entre 550 a 650 kg/m³, em média.

Compactar por 3 a 4 minutos por tonelada.

Em formato de rampa com o trator no sentido da subida, pois o peso maior concentra-se no eixo traseiro.

Peso do trator: 40% da capacidade da silagem que chega por hora. Ex.: 15 t/h, requer um trator de 6 t, para um bom

fluxo de compactação e colheita.

Encher os 4 pneus com água para dar peso.

Se os montes estão acumulando no silo, é sinal que a taxa de enchimento ou colheita está maior que a taxa de

compactação, verificar!

Se a silagem for realizada com automotrizes, abrir 2 ou 3 frentes de silo ou colocar mais máquinas dentro do silo para dar

vazão ao intenso trânsito de caminhões, devido ao elevado rendimento da ensilagem, que pode chegar a 100 t/h.

30 Manual de Silagem
Figura 26
Esquema de enchimento parcial do silo.

1º dia

2º dia

3º dia

Silo pronto

Trincheira Superfície Figura 27

Tabela 14 - Efeito da espessura da camada de silagem na densidade do silo:

Espessura da Camada de Compactação Densidade Estimada

10 cm 775 Kg/m3

15 cm 642 Kg/m3

25 cm 538 Kg/m3

50 cm 459 Kg/m3

Estimado a partir do modelo de Homes and Muck, 2002

Tabela 15 - Perdas de MS influenciada pela densidade do Silo:

Densidade Silos Trincheira Perdas de MS depois de 180 dias


(Kg/m3, 35%MS) (% da MS Ensilada)

457 20,2

642 16,8

685 15,9

742 15,1

828 13,4

971 10,0

Ruppel, 1992

Manual de Silagem 31
Como se observa na tabela anterior, as perdas de matéria mínimas de matéria seca entre o corte/transporte e

seca aumentam em silos mal compactados, chegando a fermentações pode chegar a 7% no silo até atingir a

20% de Matéria Seca. estabilidade, devido ao processo de fermentação e

colheita. Todavia, se somadas às demais perdas no

A média normal situa-se em torno dos 15% pois, segundo processo de ensilagem, pode chegar a 40%.

Paulo Mulback em seu trabalho de 1994, as perdas

Medindo a densidade do Silo

Figura 28

Tabela 16 - Silagem - Perdas evitáveis e inevitáveis:

Perdas de Energia em diferentes etapas da ensilagem


Processo Tipo de Perda Perdas em % Agentes Causais
M.S.

Respiração Inevitável 1a2 Reações da planta

Fermentação Inevitável 2a4 Micro-organismos

Efluentes Inevitável 5a7 Umidade

Pré-secagem Inevitável 2a5 Clima, Técnica, Planta


(Sanidade/Nutrição)

Ferm. Secundárias Evitável 0a5 Planta, Ambiente, Umidade, Silo

Deterioração aeróbica no Evitável 0 a 10


Densidade, Umidade, Tempo, Técnica, Época do ano
armazenamento

Evitável 0 a 15
Deterioração aeróbica Tempo de Enchimento, Densidade, Tamanho das Partículas,
no armazenamento Vedação, Umidade, Planta

Deterioração aeróbica no Evitável 0 a 15


Densidade, Umidade, Tempo, Técnica, Época do ano
descarregamento

TOTAL X 7 a 40 X

Paulo Mulback, 1994

Fechamento, vedação e retirada:

Prazo: 3 dias, com tolerância máxima de 5 dias.

Lona: deve ser a de dupla face com melhor elasticidade e resistência, com proteções e aditivos Anti UVA e UVB
de maior durabilidade. Evite usar material plástico reciclável de baixa resistência. Lembre-se a lona mais cara,
corresponde a 2% do custo de produção, e não deve ser fator significativo de economia em qualidade.

Após a conclusão do silo, pode-se aplicar inoculante mais concentrado, ou benzoato de sódio ou sorbato de potássio,
estes dois últimos na proporção de 2 kg/t na parte superior do silo (30 cm - as 2 últimas camadas), de modo a evitar
tendências de fermentações aeróbicas abaixo da lona durante o selamento do silo.

32 Manual de Silagem
A lona deve ser colocada do fundo para a frente, selando e retirando o ar até o fechamento ou selamento na frente do
silo.

Lonas colocadas por cima e tampadas, sem a retirada do ar, costumam formar bolsas de ar que estufam e prejudicam a
fermentação da parte superior do silo em pelo menos 30 cm de camada. Ao se colocar peso na lona, nesse caso, o ar volta
para a massa, causando perda de selamento superficial do silo.

Figura 29

Processo de Fermentação - o que ocorre após o fechamento do silo Gráfico 7

32,2ºC
28,0ºC

21ºC

Gráfico 8

Clostridium
Coliformes 6,0 4,2
Leveduras 4,0
3,8
Enterobacterias Láticas Inibição de microorg.

Mudança pH

Gráfico 9

Ácido Acético

Ácido Lático

1 2 3 4 7 12 20

Idade da silagem em dias

Fase Fase aeróbica Fase


aeróbica Fermentação estável

Manual de Silagem 33
Silagem-enchimento do silo fase aeróbica: pH ficando menor que 5,0.

Nessa fase ocorre presença e consumo de Oxigênio. Silagem-silo fechado fase anaeróbica 2:
Ocorre aumento de respiração celular, consumo de
carboidratos e redução da energia (açúcares) pelas Aumento na redução do pH, provoca aumento das
bactérias do gênero Clostridium, Coliformes, bactérias homofermentativas, que produzem o ácido
Enterobactérias que sobrevivem em condições aeróbicas, lático, reduzindo a ação das outras bactérias e a
porém, elas são importantes para baixar o pH da massa, proporção dos outros ácidos.
através da produção de ácidos acético, butírico e Ocorre produção de ácido lático e outros A.G.V. (ácidos
propiônico na fase seguinte. graxos voláteis), resultantes da fermentação, que favorece
Ocorre fermentação e aquecimento da massa verde. o crescimento de bactérias no rúmen.
É fundamental ter rapidez no processo de ensilagem O ácido lático é estável e o maior conservante
(3 dias), para reduzir as perdas em Matéria Seca. até horas depois.
Em pH 4,0 ocorre inibição total das bactérias.
Silagem-fechamento do silo fase anaeróbica 1: Paralização total dos processos de produção
de ácidos.
Ocorre o esgotamento do Oxigênio. Ocorre a estabilidade da silagem em 18 a 21
Bactérias Enterobactérias, Clostridium e Coliformes dias para abertura, desde o fechamento do
crescem produzindo ácidos acético, propiônico, butírico, que silo.
vão baixar o pH. Essa estabilidade fica para sempre, até que volte a alterar
É interessante um pouco de proporção de ácido acético o meio, com entrada de oxigênio e água.
por sua ação fungistática, evitando micotoxinas na silagem. Resumo da conservação:
24 a 72h depois do fechamento, ocorre a produção de ácido Ác. Propiônico = < 1,0% (fermentação ruim - bacterias
acético, etanol, ácido lático e CO2 em da razão fermentação aeróbicas - presença de O2).
dos açúcares - hexoses (glicose e frutose) e pentoses (xilose e Ác. Butírico = < 0,1% (fermentação ruim - bactérias
ribose). aeróbicas - presença de O2).
Ocorre redução do pH pela presença de ácidos, com o

Gráfico 10

pH
Ácido Láctico

Oxigênio

Fase Transição Fase de Fase


0
Aeróbica
1 2 Fermentação 21 Estável

Dias depois de fechado

34 Manual de Silagem
Parâmetros da qualidade da ensilagem (análise de ácidos e pH):

pH = 3,8 a 4,5
Ác. Lático = 6,0 a 8,0% (60 a 80% do total dos ácidos, é o melhor)
Ác. Acético = < 2,0% (em alta quantidade = fermentação ruim)

Tabela 17 - Teor de MS (%)

PH 15 20 25 30 35
< 3,6 segura segura segura segura segura

3,6 - 3,8 segura segura segura segura segura

3,8 - 4,0 cuidado segura segura segura segura

4,0 - 4,2 perigo cuidado segura segura segura

4,2 - 4,4 perigo perigo cuidado segura segura

4,4 - 4,6 perigo perigo perigo cuidado segura

4,6 - 4,8 perigo perigo perigo perigo cuidado

> 4,8 perigo perigo perigo perigo perigo

Segura: Silagem potencialmente segura.


Perigo: Risco de crescimento de Clostridium sp. e Listeria sp.
Fonte: Lallemand, 2003 - citados por Citado por Mari e Nussio (2004)

Técnicas de Retirada da Silagem

Retirada diária de todo painel do silo - 20 cm (inverno) a 50 cm (verão) em fatias.


Retirando todos os dias sem cobertura do painel frontal, pois o sol é antioxidante e evita proliferação de fungos sobre a
silagem. Cobertura só por cima da silagem. Lembre-se que o ácido lático conserva a silagem por 24h.

Quantidade diária utilizada depende do nível


de compactação e tamanho do silo:
> 250Kg/m2 de face

30 a
40c
ou 2 mp
metr or d
os p ia
sem
ana or
cap , q ue é
acid a
pen ade
etra de
de o ção
xigê diár
nio. ia

Fonte: Thiago Bernardes, UFLA, 2018 Figura 30

Manual de Silagem 35
Desensilando corretamente com o garfo mecânico para depois coletar com a concha. Objetivo de não abalar frontalmente
o silo ou optar por retirada lateral com a concha

Figura 31

Desensiladeira - ideal para o processo em trincheira (não abala o silo)

Figura 32

36 Manual de Silagem
Repicagem da silagem na desensiladeira:

1- Silagem antes de retirada 2- Silagem repicada após retirada pela desensiladora


Figura 33

Retira-se usando as desensiladeiras ou garfos no projeto dos silos tipo trincheira, com paredes mais

acoplados. Deve-se evitar a retirada com conchas de retas e sem angulação para facilitar o trabalho das

tratores, pois abala muito a silagem, causando penetração desensiladeiras sem sobras laterais.

significativa de ar dentro do silo.

Verifica-se perdas significativas com uso da

Fazer análises bromatológicas para o cálculo da dieta concha do trator na retirada da silagem em silos

total e o balanceamento de energia, proteína, gordura, tipo trincheira, todavia, nos silos de superfície,

minerais e fibras. pode-se fazer remoção lateral de silagem com a

concha sem abalar a estrutura interna da silagem

Uniformidade de colocação nos cochos, evitando perdas no silo. Trabalhos na Fundação ABC mostram

e sobras. perdas de até 13% da silagem com o uso de

concha no silo trincheira.

A desensiladeira repica a silagem pronta reduzindo a

proporção do volume de fibras maiores, nesse caso, para Gráfico 11 - Camada deteriorada x retirada
16%
quem tem deficiência de fibras na dieta, é recomendável a 13%
12%
% Silos Alta Perda

regulagem do tamanho de partículas maiores da

ensiladeira, mas desde que haja processador de grãos,


8%
evitando que tenha muitos grãos inteiros.
3%
4%

Outra alternativa, é a redução do número de facas do eixo


0%
0%
do vagão misturador para não repicar a silagem em Desensiladora Garfo Concha
demasia. O uso de desensiladeiras vão provocar mudança
Jobim,C.C. & Carvalho, I.Q.de (PR)

Manual de Silagem 37
Perdas de silagem (retirada c/concha) - Silo

Figura 34

Desperdício de silagem alimentação - descarga do vagão mal posicionado


e/ou tamanho de partículas desuniformes

Figura 35

Ação da temperatura na refermentação e perda de MS da silagem

A temperatura da silagem não deve ficar maior que 2 a 3 ºC da temperatura ambiente, para não correr o risco de
refermentação. Abaixo uma câmera com sensor infravermelho captando partes aquecidas de uma parte do painel do silo
exposta de um dia para o outro.

Figura 36

38 Manual de Silagem
Tabela 18 - Efeito da deterioração aeróbica da silagem por 1 dia:

Controle (1 dia na carreta)


MS (%) 36,3 36,2
pH 3,98 4,61
Ácido Lático (%) 8,57** 4,96
Ácido Acético (%) 2,65** 1,85
Ácido Butírico (%) 0,00** 1,65
Etanol 0,96** 1,29
Leveduras (Log UFC/g) 3,09** 5,12
DMSIV (%) 71,7** 64,7

Mills, J. A. and L. Kung, Jr. 2002

Como amostrar a silagem para análises Sacos plásticos Garrafas Pet Microsilos

bromatológicas?

Amostrar 6-10 pontos na parede/perfil do silo e ensilar em:


É interessante ao perfurar o silo para retirada de amostra, cavar e
tirar por trás do furo, de modo a não correr o risco de segregar os
grãos da amostra.

As análises necessárias para cálculo do leite por hectare são: Fonte: Fund. ABC, 2010 Figura 37

Milk 2006:
MS, PB, FDN, DIVFDN,
Evitar a frente do silo, amostrar em
Amido, RM e EE profundidade nos pontos!

Silagem: o que analisar, avaliar e os padrões


bromatológicos básicos.

Matéria seca: Ideal entre 32 a 35% (tolerância de 30 a Extrato etéreo: 2 a 3% (% gordura), também não é o

37%). Se for antes, vai ter muita água na silagem, forte da silagem e tem mais importância na dieta final,

presença de oxigênio e perdas de fermentação e de pois não deve ultrapassar os 5 a 6% de participação na

qualidade da silagem. Se for depois de 37%, pode ocorrer dieta final para ruminantes, para não ocorrer defaunação

dificuldade de uniformidade de picagem, de microbiana no rúmen e queda na digestibilidade da

compactação, formando o chamado “colchão” na silagem.

silagem, resultando em perdas qualitativas de


fermentação e maior presença de fungos e micotoxinas. F.D.N.: Fibra Detergente Neutro ou fibras totais. Deve
ser menor que 50%, pois afeta o consumo da silagem. O

Proteína bruta: 6 a 8% (proteína), não é o forte da potencial de consumo de uma forragem, corresponde a

silagem e se relaciona com índice de área foliar da planta. 1,2% do peso vivo em FDN, ou seja, se dividir 120 pela

Manual de Silagem 39
% FDN, dará o percentual de consumo da forragem em Resíduo mineral ou matéria mineral ou cinzas: Varia de

peso vivo animal. Ex.: 120/40% de FDN = 3% do peso 2 a 4% (minerais). Não é o forte da silagem. Busca-se o

vivo do animal em potencial de consumo da silagem em complemento nos núcleos e minerais.

matéria seca.

Digestibilidade: Total da silagem, deve ser maior que

F.D.A.: Fibra Detergente Ácido. Deve ser menor que 68% (da Matéria Seca total), para um bom

30%. Se for maior que 30%, afeta a digestibilidade da aproveitamento. Análises parciais em prontamente

forragem, pois mede a fração indigerível e/ou de baixa digestível, 24, 30 e 48 h são muito importantes, de

digestibilidade da silagem que é a Lignina e a Celulose. acordo com cada híbrido de milho e de sorgo.

N.D.T.: Nutrientes Digestíveis Totais. Ideal maior que Análise de ácidos e pH: pH ideal menor que 4,0. No

65%. Tem relação direta com o valor energético da perfil de ácidos, a soma de ácido lático deve ser mais de

silagem e com a produtividade de grãos do milho ou de 80% do total de ácidos em relação aos ácidos acético,

sorgo. butírico e propiônico.

Amido: Ideal acima de 25%. Tem relação direta com a Kg de leite por ha ou kg de carne por ha: Parâmetro

produtividade de grãos e com o aproveitamento da que busca melhor custo x benefício para quem produz

energia da silagem. 65% da energia da silagem vem do ou vende silagem. Une a produtividade de matéria seca

amido. Esse parâmetro é muito importante na com a bromatologia, dando ideia da produção

elaboração de dietas e perfil de carboidratos. energética por ha, dentro da atividade. É obtida através

da multiplicação da quantidade de kg leite por tonelada

CNF: Carboidratos não fibrosos, de maior valor de matéria seca ingerida pela quantidade de matéria

energético da silagem, formados basicamente pelo teor seca produzida por hectare da silagem.

de amido e de açúcares da silagem. Esse é um

parâmetro importante na qualidade da silagem de milho. Kg de leite por tonelada de MS ingerida: Calculada a partir

do Milk 2006. Do ponto de vista de quem formula a dieta,

TTNDFD: Mede a digestibilidade da FDN no trato é um dos principais itens, pois dá uma ideia da maior

gastro intestinal total, ou seja, a cada 2 a 3 pontos taxa de conversão da silagem em energia e

percentuais a mais comparando uma silagem com a digestibilidade. Parâmetro que mede a qualidade direta

outra, equivale a mais 0,5 kg de Leite/animal. Exemplo: da silagem.

Uma silagem de 50% de FDN. Se estiver fornecendo 10

kg de matéria seca dessa silagem para uma vaca,

significa que o animal estará consumindo 5 kg de FDN.

Se o relatório mostrar um TTNDFD de 40%, significa que

2 kg de FDN (40% de 5 kg) estarão disponíveis para

serem utilizados no rúmen, intestino delgado e intestino

grosso, os 3 kg restantes serão excretados nas fezes.

40 Manual de Silagem
4. Arraçoamento

De nada adianta fazer uma lavoura excepcional, ensilada da maneira correta e dentro do prazo ideal, se não forem feitas

análises bromatológicas completas para constatar a qualidade da silagem e compor dietas mais eficientes e econômicas.

Aqui, deve-se esquecer a velha “receita de bolo” de fornecer 1kg de ração para cada 3 litros de leite produzidos, pois

sabe-se que, se a qualidade energética da silagem for elevada, essa relação pode ser bem maior e econômica.

Nesse caso, com uma silagem de alta qualidade, podemos realizar dietas mais econômicas ou que melhorem

substancialmente o desempenho animal.

Tabela 19 - E feito do estágio de maturidade na qualidade da silagem de milho e no arraçoamento

Linha Produtiv. MV Produtiv. MS (Média de 5 híbridos no mesmo local)


Fase da Planta
de Leite t/ha t/ha % MS % FDN % DIG NDT% %CV

Muito Verde Ausência 46,2 12 26 60 58 62 2,07

Stay Green no Meio 44,1 15 34 47 68 67 2,55

Após
Muito Seca 40,5 17 42 46 66 65 2,23
3/4 grão

Manual de Silagem 41
Tabela 20 - E feito na dieta de vacas leiteiras

Dieta Cedo Normal Passada


% NDT 62 67 65

% DIVMS 58 68 66

Exigência Vaca* NDT kg 11,4 11,4 11,4


Consumo MS total kg +- 18 18 18
Consumo MSD volumoso kg 10,4 12,2 11,9
Consumo NDT volumoso kg 6,47 8,20 7,72
Déficit NDT kg para completal exigência -4,93 -3,20 -3,68
“Concentrado necessário” Ração (kg) 6,85 4,44 5,11

* Vacas de 600 kg PV e 20 kg de leite/dia

Tabela 21

R$/Cab/dia 100 Vacas/dia 100 Vacas/ano


Economia da silagem 2,41 Kg ração/ R$ 2,36 R$ 236,18 R$ 86.205,70
Normal/Cedo cabeça/dia
Economia da silagem 0,67 Kg ração/ R$ 0,66 R$ 65,66 R$ 23.965,90
Normal/Passada cabeça/dia
Ração lactação AE: R$ 0,98/Kg

Fonte: PD, Monsanto 2006

42 Manual de Silagem
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44 Manual de Silagem
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