Curso 216735 Aula 01 E367 Completo
Curso 216735 Aula 01 E367 Completo
Curso 216735 Aula 01 E367 Completo
Aula 01
Sumário
1 - Apresentação........................................................................................................................................... 2
4 – Ortografia ............................................................................................................................................... 5
4.1.2- Trema.......................................................................................................................................... 8
PORQUE ............................................................................................................................................. 23
PORQUÊ ............................................................................................................................................. 23
6 – Crase ..................................................................................................................................................... 33
1 - APRESENTAÇÃO
Olá, servidores. Tudo certo? Iniciaremos, nesta aula, nosso Passo Estratégico de Português p/ Banrisul.
Para mim, trata-se de um curso extremamente especial, pois o encaro como um retorno aos primeiros
ensinamentos que obtive sobre a Língua Portuguesa.
Trato de revisitar, constantemente, aquelas regras que aprendi na escola, com todos aqueles detalhes que,
à época, eram de difícil compreensão. Agora, com um olhar mais crítico, desenvolvi uma relação de amor
com o nosso querido vernáculo. Surpreendo-me a cada leitura! O mais interessante é que sempre
aprendemos algo novo, mesmo naquele assunto que já estamos cansados de ver.
Agora, teremos a oportunidade de fazer um estudo diferenciado, tendo por base uma análise estatística
que fizemos para identificar os aspectos mais recorrentes em provas de concursos públicos. É um estudo
direcionado e focado, com o fito de otimizar seu tempo e de aperfeiçoar sua estratégia de preparação.
Este material é resultado de muita pesquisa e análise ao longo da nossa trajetória profissional. Há
exposições teóricas consistentes, exemplos e, principalmente, questões de prova para que você possa pôr
em prática todo o aprendizado. Tudo foi meticulosamente pensado para que você tenha em mãos um
excelente material e dê um Passo Estratégico rumo à sua aprovação.
Nesses últimos anos de docência, aqui no Estratégia Concursos, tenho recebido várias perguntas. Acho
curioso quando percebo que são bem próximas daquilo que eu costumava perguntar quando ainda não tinha
esta experiência que acumulei ao longo dos anos, seja como aluno ou professor. Por isso, tento responder a
todos com entusiasmo, pois sinto que, no fundo, estou sanando as minhas próprias dúvidas.
Este curso será escrito, da primeira à última linha, no tom de quem conversa com alguém que gosta do nosso
vernáculo e está interessado em entendê-lo. Amar a nossa Língua Portuguesa e defendê-la no âmbito da
Administração Pública não devem ser apenas o cumprimento de um ofício, mas um objetivo de vida de cada
um de nós. Conto com vocês nesta missão na qual estamos imbuídos!
@passoestrategico
@prof_carlosroberto
Vamos repostar sua foto no nosso perfil para que ele
fique famoso entre milhares de pessoas!
#amoraovernáculo
É importante frisar que o Passo Estratégico deve ser utilizado para auxiliar a revisão, como complemento
ao material regular, não em sua substituição. Assim, para uma boa revisão, o aluno deverá utilizar o Passo
Estratégico em conjunto com seu material teórico grifado e suas anotações.
Portanto, o Passo Estratégico não deve ser visto como um atalho ao curso regular, não sendo nossa
pretensão ser “suficiente” a permitir a aprovação dos alunos. Todavia, em algumas matérias menos
extensas e desde que o aluno possua uma boa base no conteúdo, é possível o estudo direto pelo Passo, com
a suficiência necessária à aprovação, embora não seja nossa recomendação ou pretensão.
Língua Portuguesa
Essa tabela mostra a ordem decrescente de incidência dos assuntos, ou seja, quanto maior o percentual de
cobrança de um dado assunto, maior sua importância.
Os assuntos Crase, Acentuação Gráfica e Ortografia possuem um grau de incidência de 4,00% nas
questões colhidas, possuindo importância média no contexto geral da nossa matéria, de acordo com o
esquema de classificação que adotaremos, qual seja:
4 – ORTOGRAFIA
Pessoal, sabemos que alguns de vocês já estudaram o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa –
AOLP e dominam esse assunto. Se esse for o seu caso, aproveite este tópico para fazer uma excelente
revisão. Contudo, a grande maioria dos alunos continua cometendo deslizes em provas discursivas e a nossa
intenção é impedir que isso também ocorra com vocês.
Fiz um levantamento estatístico dos principais erros em provas discursivas, nos últimos 3 (três) anos, e
verificamos que a principal causa de apenações está ligada ao desconhecimento das novas regras oriundas
do AOLP.
Revisaremos cada um dos tópicos apresentados no gráfico acima detalhadamente nesta aula. Assim, para
tirar aquele peso da nossa consciência e deixá-lo seguro nesse aspecto, faremos um estudo teórico de cada
um deles, a começar pelas principais características do AOLP, com foco na prova discursiva.
Doravante, nenhum aluno nosso vai cometer “vacilos” em provas discursivas relacionados a essas regrinhas,
combinado? Vamos a elas!
Inicialmente, tomemos a conceituação de Ortografia utilizada pelo Prof. Evanildo Bechara (2015):
Futuros servidores, a vigência obrigatória do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passou a valer
a partir do dia 1º de janeiro de 2016. Sua implementação estava prevista para 2013, mas o governo
brasileiro adiou a medida para alinhar o cronograma com o de outros países lusófonos1 e dar prazo maior
para a adaptação da população.
O Acordo tem como objetivo unificar as regras do português escrito em todos os países que têm a língua
portuguesa como idioma oficial. A tentativa de termos essa unidade de grafia é uma prova que exemplifica
a consciência da comunidade lusófona no intuito de estreitar suas relações econômicas, sociais, culturais,
geográficas, políticas.
1 Países lusófonos são aqueles que têm como língua oficial a Portuguesa. No total, são oito os países que
apresentam essa característica. Seguem em ordem alfabética os membros que formam essa cadeia: Angola,
Brasil, Cabo-Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal (o precursor), São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
I - Ele é meramente ortográfico, ou seja, restringe-se apenas à língua escrita e não afeta nenhum aspecto
da língua falada;
II – Ele não eliminou todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa
como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
O novo acordo altera a maneira como escrevemos algumas palavras, principalmente no que diz respeito à
acentuação e ao uso do hífen, nos quais se concentram a maioria dos erros cometidos pelos candidatos
quanto à ortografia. Ele cria dificuldades, pois mexe diretamente com hábitos de escrita que já estão
enraizados em todos nós. É, pois, um desafio ao qual teremos de nos dedicar.
Particularmente, gostamos de abordar o conteúdo do Novo Acordo Ortográfico nas primeiras aulas do
nosso curso, para que você possa produzir os primeiros textos já em conformidade com ele. Certamente,
veremos novamente algumas de suas regras ao longo das demais aulas, mas estudá-lo separadamente fará
você perceber as grandes novidades introduzidas em nossa querida Língua Portuguesa. Lembre-se que as
bancas examinadoras são exigentes quanto a esse aspecto, e você não pode perder pontos preciosos por
bobeira e desatenção.
4.1.1 - Alfabeto
Nosso alfabeto agora tem 26 letras. Uma grande novidade é que foram reintroduzidas as letras k, w e y:
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
- Tudo bem, professor. Poderia nos explicar como usaremos essas letras?
4.1.2- Trema
O novo acordo ortográfico trouxe uma grande mudança: nos grupos gue, gui, que, qui, o trema desaparece.
Sim, o trema permanece apenas em palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Bündchen,
Schönberg, Müller, mülleriano.
4.1.3 – Hífen
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo
elemento.
O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o.
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante
diferente de r ou s.
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso,
duplicam-se as letras.
Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma
consoante.
Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante da palavra iniciada por r.
Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante da palavra iniciada por m, n e vogal.
Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.
Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não
propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.
Para clareza gráfica, se ao final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidirem
com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte (falaremos disso mais adiante ao detalharmos as
regras de paragrafação).
Observe:
a) Os termos fulano, beltrano e sicrano: “Gosto muito de fulano, mas beltrano é quem me
adora, afirmou sicrano.”;
b) As titulações: doutor Fernando Pessoa, senhor doutor Henrique da Silva, senhora
doutora Juliana Marques, bacharel Pedro de Souza, cardeal Plínio.
c) É facultado o uso das maiúsculas no caso dos designativos de nomes sagrados: Santa
(ou santa) Luzia, São (ou são) Judas Tadeu, Santa (ou santa) Rita, Santo (ou santo)
Agostinho.
a) Os nomes dos dias, meses e estações do ano: segunda-feira, sábado, janeiro, dezembro,
primavera, verão, outono, inverno.
b) As designações dos pontos cardeais e colaterais quando não usados em abreviaturas ou
empregados absolutamente:
2
Antonomásia é uma figura de linguagem caracterizada pela substituição de um nome por outro
nome ou expressão que lembre uma qualidade, característica ou um fato que o identifique de
alguma forma.
“Um traço se destacava na veemência do orador: vigor da loquacidade como compensação do vazio das
ideias.”
Língua Portuguesa (ou língua portuguesa), Matemática (ou matemática), Ciências Sociais (ou ciências sociais);
Avenida (ou avenida) Atlântica, Largo (ou largo) do Pelourinho, Praça (ou praça) da Paz.
c) Nos títulos de livros, o primeiro elemento continua grafado com maiúscula e os demais
vocábulos, excetuados os nomes próprios, admitem a grafia com minúscula ou
maiúscula inicial:
➢ Continuam com inicial maiúscula, uma vez que, em relação a tais normas, antes adotadas, o
AOLP não propõe mudanças:
▪ Confia em Deus. Ele (ele) não desampara os que têm fome e sede de justiça;
▪ Ó gloriosa Mãe de Deus, estende Sua (ou sua) mão aos desamparados.
e) As designações:
Na primeira citação de uma lei (serve para outros documentos) em um texto discursivo, deve-se
escrevê-la com a inicial maiúscula. Se, ao longo do texto, houver nova menção a essa mesma lei,
emprega-se a inicial minúscula:
“A Lei nº 8.112/1990 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis
da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Essa lei especifica
as formas de provimento dos cargos na administração pública.”
j) As palavras que, no vocativo das cartas, objetivam realçar o destinatário, por deferência,
respeito ou consideração:
▪ Prezado Amigo,
▪ Caríssima Amiga,
▪ Mestre e Amigo,
▪ Prezado Professor,
▪ Querida Amiga,
Observação: após esses vocativos (vocativos enunciativos), é facultado o uso de dois pontos em vez da
vírgula:
▪ Prezado Amigo:
▪ Caríssima Amiga:
▪ Mestre e Amigo:
▪ Prezado Professor:
▪ Querida Amiga:
Certamente, o emprego das letras “e” e “i” causa bastantes dúvidas em nosso cotidiano. Fiquem atentos às
suas utilizações com o intuito de evitar equívocos ortográficos.
Servidores, a forma de diferenciar palavras que são escritas com “o” ou com “u” é simplesmente
conhecendo as palavras que podem gerar dúvidas. Mais uma vez insisto em dizer que uma boa leitura diária
é o melhor remédio para acabar com os erros ortográficos. Na tabela abaixo, disponibilizo os principais
vocábulos que podem gerar dúvidas. Leiam-nos atentamente para fixarem a grafia escorreita3.
Há algumas palavras na Língua Portuguesa que podem ser escritos com o ditongo “ou”, mas também com
o ditongo “oi”. Estejam atentos a elas, pois, apesar da estranheza, podem aparecer na sua prova:
3
Escorreita: correta, perfeita.
Se criássemos um “ranking” com as letras que mais causam dúvidas, certamente as letras “G” e “J” seriam
as primeiras. Isso acontece, pois os fonemas dessas duas letras são bem parecidos, levando-nos a ter
dúvidas e, consequentemente, cometer alguns equívocos.
3) Nos verbos terminados em “GER eleger, proteger, fingir, frigir, impingir, mugir,
e GIR”. submergir.
4) Na maioria dos vocábulos agente, agiota, ágio, agir, agitar, agitação, agenda.
iniciados pela vogal “A”.
Exceção: ajeitar, ajuizar, ajeru, ajesuitar.
5) Nos vocábulos que derivam de exigir (exigência), infringir (infringência), impingir
palavras grafadas com “G”. (impingem), tingir (tingido), afligir (afligem).
Observações:
i. Os substantivos derivados de
verbos com o sufixo “ização”
também são escritos com “z”:
suavização (suavizar),
formalização (formalizar),
idealização (idealizar),
colonização (colonizar);
ii. Se a última sílaba do vocábulo for
escrita com “s”, acrescenta-se tão
somente o sufixo “AR”: alisar
4
A palavra cognata deriva do latim cognatus, cujo significado é “parente, relacionado, ligado ou semelhante”.
3) Nos verbos terminados em “uzir” e nas suas produzir (produz, produzia, produziria), conduzir
conjugações: (conduzirá, conduziu, conduz), deduzir (deduzirá,
deduziu, deduziria).
Exercício
Ainda que analizadas apenas esteticamente, muitas obras desses expositores, mereceriam todo o
aplauso.
Comentário: o vocábulo “analizadas” está errado. O correto seria analisadas, com “s”. Ademais, há
outro erro nessa assertiva: há uma vírgula após “expositores” que separa o sujeito (muitas obras
desses expositores) do verbo (mereceriam). Veremos, em outra oportunidade, que se trata de uma
das proibições do uso de vírgulas.
Gabarito: errado.
8) Em vocábulos derivados de outros que são ausente (ausência), casamento (casa), presidiário
escritos com a letra “s”. (preso), visionário (visão), concursado
(concurso).
1) Verbos com “CED” formam substantivos concessão (conceder), excesso (exceder), cessão
com “CESS”. (ceder), intercessão (interceder).
2) Verbos com “GRED” formarão substantivos regredir (regressão), transgredir (transgressão),
e adjetivos com “GRESS”. progredir (progressão), agredir (agressão).
3) Verbos com “PRIM” formarão substantivos e imprimir (impressão), oprimir (opressão),
adjetivos com “PRESS”. reprimir (repressão), exprimir (expressão).
4) Verbos terminados em “TIR” formarão repercutir (repercussão), admitir (admissão),
substantivos e adjetivos com “SSÃO”. discutir (discussão).
5) Palavras derivadas por prefixação, cujo ressurgir (re+surgir), minissaia (mini+saia),
prefixo termina em vogal e o vocábulo se inicia antessala (ante+sala), antisséptico
por “s”. (anti+séptico).
acessível, amassar, assar, apressar, argamassa,
arremesso, assédio, assessor, assoprar,
aterrissar, avesso, bússola, compasso,
6) Vocábulos diversos. concessão, confissão, demissão, depressa,
escassez, excesso, fossa, gesso, girassol,
massagem, missionário, obsessão, passatempo,
possessão, ressentir, sossego.
POR QUE
A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por
qual razão", "por qual motivo":
Há situações nas quais por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a "pelo
qual" (ou alguma de suas flexões pela qual, pelos quais, pelas quais).
POR QUÊ
Sobre estudar para concursos públicos, não direi novamente por quê!
PORQUE
A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, porquanto, como. Costuma ser
utilizado em respostas, para explicação ou causa.
PORQUÊ
A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e, normalmente, surge
acompanhado de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Exercício
...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora...
No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a frase que deve ser preenchida
com forma idêntica à destacada acima é:
b) Gostaria de saber ...... ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel acerca do mar
Mediterrâneo.
e) − ... foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto, respondeu alguém quando
indagado sobre o motivo da citação.
Comentário:
a) O correto seria por quê. É empregado ao final de uma frase, imediatamente antes de um ponto
(final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências. Errado.
b) O seria por que, que Equivale a "por qual razão", "por qual motivo". Certo.
c) O correto seria porquê, que representa um substantivo e significa "causa", "razão", "motivo”.
Errado.
d) O correto seria porque, que equivale a uma conjunção (pois, já que, uma vez que). Errado.
e) O correto seria porque, que equivale a uma conjunção (pois, já que, uma vez que). Errado.
Gabarito: “b”
Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero e número com o substantivo a que se
referem:
Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função;
Já a expressão haja vista (tendo em vista), com o sentido de “uma vez que”, é invariável:
Haja visto (com -o) é inovação oral brasileira, evidentemente descabida em textos técnicos oficiais.
4.2.13 – onde/Aonde
Evite, pois, construções como “a lei onde é fixada a pena” ou “o encontro onde o assunto foi tratado”. Nesses
casos, substitua onde por em que, na qual, no qual, nas quais, nos quais. O correto é, portanto: a lei na qual
é fixada a pena, o encontro no qual (em que) o assunto foi tratado.
A discussão acerca da legalidade da posse do ministro será no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
"Mal" pode ser um substantivo ou um advérbio. Como substantivo, quer dizer "aquilo que é nocivo,
prejudicial" ou então "doença", "epidemia".
"Mau" é um adjetivo, antônimo de bom. Pode, como todo adjetivo, ser substantivado (nesse caso, aparece
acompanhado por um artigo):
Exercício
Nas frases
O mau julgamento político de suas ações não preocupa os deputados corruptos. Para eles, o mal
está na mídia impressa ou televisiva.
II. Não há nenhum mau na utilização do Caixa 2. Os recursos não contabilizados não são um mau,
porque todos os políticos o utilizam.
III. É mau apenas lamentar a atitude dos políticos. O povo poderá puni-los com o voto nas eleições
que se aproximam. Nesse momento, como diz o ditado popular, eles estarão em mal lençóis.
a) I.
b) I e II.
c) II.
d) III.
e) I e III.
Comentário:
II – Errado. No primeiro período, o correto seria o emprego de “mal” como advérbio. No segundo
período, por ser substantivo, deveria ser registrado como “mal”.
III – Errado - No primeiro período, está correto o emprego de “mau” como adjetivo. No segundo
período, por ser adjetivo (variável), deveria ser registrado como “maus”.
Gabarito: “a”
5.1– Monossílabos
Levam acento agudo ou circunflexo os monossílabos terminados nas vogais tônicas, abertas ou fechadas:
Os monossílabos verbais seguidos de pronomes também seguem essa regra: dá-la, tê-lo, pô-la, fá-lo-á, tê-
la-ei.
.5.2.1 – Oxítonos
5.2.2 – Paroxítonos
Caso você esteja diante de uma palavra paroxítona, temos um macete para saber se ela leva ou não
acento gráfico. Observe as duas últimas sílabas: se elas não forem iguais às sílabas que
caracterizam a acentuação das oxítonas (a, as, e, es, o, os, em, ens), pode acentuar! Caso sejam,
não acentue!
Aplicando a dica: perceba que a palavra termina com EN, portanto, não está na regra das oxítonas.
Então, meu amigo, pode acentuar: HÍFEN.
Observe que as últimas sílabas (ENS) enquadram-se naquelas da regra das oxítonas, portanto, não
pode ser acentuado: HIFENS.
5.2.3 – Proparoxítonos
Todos os proparoxítonos levam acento agudo ou circunflexo: cálido, pálido, sólido, cômodo, carnívoro,
herbívoro, cátedra, tônico.
Deve-se tomar cuidado com as proparoxítonas eventuais, ou seja, as terminadas em ditongo crescente,
que também seguem essa regra: ambíguo, previdência, presidência, preferência, homogêneo, ministério.
Conforme visto anteriormente, permanece o acento agudo nos monossílabos tônicos e oxítonos
terminados em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: dói, céu, papéis, herói, heróis, troféu, chapéu, chapéus.
Regra dos Hiatos: acentuam-se o i e o u tônicos dos hiatos, com ou sem s, quando não forem seguidos de
nh, não repetirem a vogal e não formarem sílaba com consoante que não seja o s: saída, juízes, país, baú,
saúde, reúne, viúvo. Rainha (precede nh), xiita (repetição de vogal) e juiz (forma sílaba com consoante que
não seja o s) não recebem acento.
Nos vocábulos paroxítonos, não se acentuam o i e o u tônicos quando vierem depois de ditongo
decrescente.
Registro Antigo Novo Registro
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
Se o vocábulo for oxítono e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s) ou se o vocábulo for
proparoxítono, o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí, maiúscula.
Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito
perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do
singular.
No passado ele pôde roubar o povo, mas hoje ele não pode.
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus
derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Vejamos:
É facultado o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras dêmos (do verbo no subjuntivo que nós
dêmos) de demos (do passado nós demos); fôrma (substantivo) de forma (verbo).
Não se acentua o u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos
verbos arguir e redarguir.
Há variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar averiguar, apaziguar,
desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas
do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Observe:
Exemplos:
ii. Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a
vogal sublinhada é a tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
Importante! No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, ou seja, aquela com a e i tônicos.
Desaparece o acento dos ditongos abertos éi e ói dos vocábulos paroxítonos: alcateia, geleia,
assembleia, ideia.
Regra dos Hiatos: acentuam-se o i e o u tônicos dos hiatos, com ou sem s, quando não forem seguidos
de nh, não repetirem a vogal e não formarem sílaba com consoante que não seja o s (saída, juízes, país,
baú, saúde, reúne, viúvo, maiúscula).
Rainha (precede nh), xiita (repetição de vogal) e juiz (forma sílaba com consoante que não seja o s) não
recebem acento.
Atenção! Cuidado com o u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
indicativo dos verbos arguir e redarguir. ELES NÃO SÃO ACENTUADOS!
Nos vocábulos paroxítonos, não se acentuam o i e o u tônicos quando vierem depois de ditongo
decrescente. (baiuca, bocaiuva, feiura).
Não se acentuam os vocábulos terminados em êem e ôo(s): creem, deem, doo, voo, magoo.
Permanece o acento diferencial (plural/singular) dos verbos ter e vir: ele tem / eles têm; ele vem / eles
vêm.
Acentuam-se o a e o i tônicos dos verbos terminados em guar, quar e quir: enxáguo, enxáguas, enxágua,
enxáguam, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem;
delínqua, delínquas, delínquam.
Pronto, pessoal. Sabemos que revisar essas regras tornou a aula um pouco cansativa. Contudo, tenho a
convicção que nossos alunos farão textos impecáveis, sem erros de ortografia. Revisamos os principais
tópicos para que você faça sua prova dissertativa com bastante tranquilidade sob esse aspecto. Aproveitem
os quadros resumos disponibilizados para recordarem as regrinhas constantemente!
6 – CRASE
Na língua portuguesa, a crase indica a contração de duas vogais idênticas, mais precisamente, a fusão
da preposição a com o artigo feminino a e com o a do início de pronomes. Sempre que houver a fusão
desses elementos, o fenômeno será indicado por intermédio da presença do acento grave, também
chamado de acento indicador de crase.
Seguindo a lógica da nossa aula de aprendermos por meio de exemplos, nós trazemos, a seguir, diversos
casos para compreendermos gradativamente as situações nas quais o fenômeno da crase ocorre:
Essa é a regra básica para quem quer aprender mais sobre o uso da crase. Apesar de ser a mais conhecida,
não é a única, mas saber que – salvo exceções – a crase não acontece antes de palavras masculinas já ajuda
bastante! Caso você fique em dúvida sobre quando utilizar o acento grave, substitua a palavra feminina por
uma masculina: se o “a” virar “ao”, ele receberá o acento grave. Veja só um exemplo:
Casos Diversos
ii. Antes de locuções adverbiais femininas que expressem ideia de tempo, de lugar e de modo:
Casos opcionais
Os servidores foram até à (ou a) praça dos tribunais para reivindicarem seus direitos.
Casos Proibidos
iii. Na maioria das vezes, a crase não ocorre diante de palavra masculina:
Exceção: Existe um caso em que o acento indicador de crase pode surgir antes de uma palavra masculina.
Isso acontecerá quando a expressão “à moda de” estiver implícita na frase. Observe o exemplo:
Ele cantou a canção à Roberto Carlos. (Ele cantou a canção à moda de Roberto Carlos).
Ele comprou sapatos à Luís XV. (Ele comprou sapatos à moda de Luís XV).
7 - APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em
prova, considerando o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa.
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado
assunto, considerando que, às vezes, não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a
partir de critérios objetivos, ok?
No assunto acentuação, os ditongos abertos éi e ói nos vocábulos paroxítonos são muito cobrados em
provas! A pergunta gira em torno da mudança ocorrida com o Novo Acordo Ortográfico. Lembrem-se da
regra:
ATENÇÃO: permanece o acento agudo nos monossílabos tônicos e oxítonos terminados em éis, éu, éus,
ói, óis. Exemplos: dói, céu, papéis, herói, heróis, troféu, chapéu, chapéus.
No assunto ortografia aposte no uso do hífen em prefixos terminados com vogal ou com consoante. O uso
do hífen é sempre um assunto relevante, mas não se esqueça do seguinte:
Já no assunto crase, a aposta fica nos casos facultativos. São apenas três, vale a pena decorar:
7 - QUESTÕES-CHAVE DE REVISÃO
Ortografia
Questão 01
FCC - Aprendiz (SABESP)/Assistente Administrativo/2019
E - Ruy Castro fala de seus hábitos como jornalista desde a época em que redigia os textos à máquina de
escrever.
CORRETA – todos os vocábulos estão grafados corretamente.
Gabarito: E
Ortografia
Questão 02
FCC - Assistente de Gestão Pública (Pref. Recife)/2019
E - O ideal é que os responsáveis vacinem seus filhos expontaneamente, visando protege-los e colaborando
com o coletivo.
Incorreta – “espontaneamente” é grafado com s no lugar de x. Faltou acento na forma verbal “protegê-lo”,
que se enquadra nas regras de acentuação das oxítonas terminadas em -e.
Gabarito: A
Ortografia
Questão 03
FCC - Estagiário (SABESP)/Ensino Médio Técnico/2018
Ambas as palavras destacadas estão empregadas em conformidade com a norma-padrão da língua em:
a) Os galães de água já vem sendo vendidos por um valor alto em várias regiões do país.
b) Os cidadãos devem fazer um uso mais consciente da água que jorra em suas torneiras.
c) O desperdicio de água deve ser combatido, se não haverá racionamento generalisado.
d) A água usada para lavar as roupas dos varaus será reaproveitada de modo economico.
e) Ao realizar a fachina, não use água para limpar a calçada, dê preferencia à vassoura.
Comentário:
Na letra A, ambos os termos estão grafados incorretamente: o plural de galão é galões; “vem” deveria estar
grafado com acento circunflexo por estar no plural, concordando com galões.
Em B ambos os vocábulos estão corretos.
Na letra C, “desperdício” é acentuado por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente e o termo
“generalizado” deve ser grafado com z no lugar de s.
Na opção D, o plural de varal é varais e faltou acentuação em “econômico” porque esta é uma palavra
proparoxítona.
Quanto à letra E, o vocábulo “faxina” é escrito com x no lugar do ch e faltou acentuação em “preferência”
por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente.
Gabarito: B
Acentuação
Questão 04
FCC - Técnico Legislativo (ALESE)/Taquigrafia/2018
PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA
CASA CIVIL
SECRETARIA ESPECIAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Acentuação
Questão 05
FCC - Copeiro (CREMESP)/2016
Comentário:
A - O compromisso assumido por alguns países de limitar o aumento da temperatura é uma renuncia a
interesses indivíduais para preservar a sustentábilidade ambiental.
Incorreta – faltou acento em “renúncia” por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente;
“individuais” e “sustentabilidade” não possuem acento.
B - Existem maneiras simples e diretas de fazer econômia e reduzir as emissões das termeletricas a carvão,
forma poluente de gerar eletricidade.
Incorreta – não há acento na palavra “economia”; “termelétricas” é uma palavra proparoxítona e, como tal,
deve ser acentuada.
C - As moléculas chamadas de CFCs são responsáveis por desencadear reações capazes de quebrar os
componentes da camada de ozônio.
CORRETA – todos os elementos do período estão grafados corretamente.
D - Na decada de 1980, nações alarmadas com o buraco na camada de ozônio sobre a Antartida assinaram
um tratado para extinguir o uso de substancias utilizadas em produtos como refrigeradores.
Incorreta – “década” e “Antártida” são proparoxítonas e devem ser acentuadas; “substâncias” recebe acento
por ser uma paroxítona terminada em ditongo crescente.
E - A camada de ozônio nos protege dos ráios ultraviolêtas e sua redução tem impáctos adversos, como
câncer de pele e comprometimento da produção agrícola.
Incorreta – os termos “raios”, “ultravioletas” e “impactos” não são acentuados.
Gabarito: C
Crase
Questão 06
FCC - Escriturário (BANRISUL)/2019
A chave do tamanho
O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o nosso breve
espasmo de vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de estrelas costuma
provocar um misto de assombro, reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio eterno desses espaços
infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador francês Pascal. Mas será esse necessariamente o caso?
O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor: “Discordo de
alguns amigos que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo. Não me sinto
absolutamente humilde diante da vastidão do espaço. As estrelas podem ser grandes, mas não pensam nem
amam – qualidades que impressionam bem mais do que o tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento
e vinte quilos”.
Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de décadas, mas
centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da existência renderiam, por conta
disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez
por todas o nosso desamparo cósmico e as nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria
difícil de suportar.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 35)
Quanto à pontuação e à observância do emprego do sinal de crase, está plenamente correta a frase:
a) Tendo em vista à longevidade da atual geração, as seguintes pode beneficiar um horizonte ainda mais
largo.
b) Dada a condição dos moços de hoje, os moços de amanhã obterão mais facilidades.
c) Uma vez alcançada, a imortalidade, será que à ela todos festejarão?
d) É à longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
e) Sempre haverá aqueles que, à todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Comentário:
Analisando cada frase, temos:
A - Tendo em vista à longevidade da atual geração, as seguintes pode beneficiar um horizonte ainda mais
largo.
Incorreta – a expressão “Tendo em vista” não rege preposição, sendo assim o sinal indicativo de crase no a
após ela está incorreto. Estamos analisando a pontuação e o sinal de crase, mas vale ressaltar que faltou
concordância do verbo “pode” com “as seguintes”.
Frase correta - Tendo em vista a longevidade da atual geração, as seguintes podem beneficiar um horizonte
ainda mais largo.
B - Dada a condição dos moços de hoje, os moços de amanhã obterão mais facilidades.
CORRETA – frase correta.
C - Uma vez alcançada, a imortalidade, será que à ela todos festejarão?
Incorreta – a vírgula que precede a expressão “a imortalidade” está incorreta por estar separando o verbo
“alcançada” do seu complemento; não ocorre crase diante de pronomes pessoais, uma vez que diante deles
não ocorre artigo, portanto o sinal de crase antes de “ela” está indevido.
Frase correta - Uma vez alcançada a imortalidade, será que a ela todos festejarão?
D - É à longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
Incorreta – o sinal de crase antes de “longo” está incorreto porque não ocorre crase diante de palavra
masculina.
Frase correta - É a longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
E - Sempre haverá aqueles que, à todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Incorreta – não ocorre crase diante de pronome indefinido, portanto a crase antes de “todo” está
inadequada.
Frase correta - Sempre haverá aqueles que, a todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Gabarito: B
Crase
Questão 07
FCC - Assistente Técnico Fazendário (Manaus)/"Sem Área"/2019
1. A ideia do triunfo da democracia ficou associada à obra de Francis Fukuyama. Em controverso ensaio
publicado nos anos 1980, Fukuyama afirmava que o encerramento da Guerra Fria levaria à “universalização da
democracia liberal ocidental como forma definitiva de governo humano”. O triunfo da democracia, proclamou
numa frase que veio a condensar o otimismo de 1989, marcaria o “fim da história”.
2. Muitos criticaram Fukuyama por sua suposta ingenuidade. Alguns alegavam que a democracia liberal estava
longe de ser implementada em larga escala, porquanto muitos países se mostrariam resistentes a essa ideia
importada do Ocidente. Outros afirmavam que era cedo para prever que tipo de avanço a engenhosidade
humana seria capaz de conceber: talvez a democracia liberal fosse apenas o prelúdio de outras formas de
governo, mais justas e esclarecidas.
3. A despeito das críticas sofridas, o pressuposto fundamental de Fukuyama se revelou de enorme influência. A
maioria dos cientistas políticos acreditava que a democracia liberal permaneceria inabalável em certos redutos,
ainda que o sistema não triunfasse no mundo todo. Na verdade, a maior parte dos cientistas políticos, embora
evitando fazer grandes generalizações sobre o fim da história, chegou mais ou menos à mesma conclusão de
Fukuyama.
4. Impressionados com a estabilidade das democracias ricas, cientistas políticos começaram a conceber a
história do pós-guerra como um processo de consolidação democrática. Para sustentar uma democracia
duradoura, o país devia atingir níveis altos de riqueza e educação. Tinha de construir uma sociedade civil forte
e assegurar a neutralidade de instituições de Estado fundamentais. Todos esses objetivos frequentemente se
revelaram fugidios. Mas a recompensa que acenava no horizonte era tão valiosa quanto perene. A consolidação
democrática, segundo essa visão, era uma via de mão única.
(Adaptado de: MOUNK, Yascha. O povo contra a democracia. Trad. Cássio de Arantes Leite e Débora
Landsberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição digital.)
Quanto à pontuação e ao emprego de crase, está plenamente correta a frase que se encontra em:
a) O fim da Guerra Fria traria como forma definitiva de governo, à universalização da democracia liberal
ocidental.
b) Atrelada às necessidades de construir uma sociedade civil forte, havia a necessidade de assegurar a
neutralidade de instituições de Estado fundamentais.
c) O sistema político se estabilizava, à medida que, um país passava a ser rico e, ao mesmo tempo,
democrático.
d) Cientistas políticos, impressionados com à estabilidade sem paralelo das democracias ricas viram no pós-
guerra um período de consolidação democrática.
Acentuação / crase
Questão 08
FCC - Analista Judiciário (TRF 3ª Região)/Administrativa/2016
O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se
encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras
antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes,
suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam
contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de
sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado por elas: a qualidade
artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam,
ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. A guerra
das imagens extingue-se na pacificação dos museus.
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então,
dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de
advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela
==0==
mesma razão, é um "depósito de despojos". Por um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status estético
que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente estético, mas, desta vez, concebido como um estado
letárgico.
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a
musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso
perguntar sobre a razão do "escândalo". Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao
sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi
previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica?
A integridade do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, simultaneamente, a crítica mais
comum contra o museu apresenta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as
obras de sua origem, é realmente "o lugar simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais
violento e mais ultrajante". Porém, esse trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte.
É a ação do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada.
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante.
São Paulo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)
Atente para as afirmativas abaixo.
I. Em ... presta homenagem às potências dominantes.., o sinal indicativo de crase pode ser suprimido
excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
II. O acento em "têm" é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular "tem",
diferentemente do acento aplicado a "porém", devido à tonicidade da última sílaba, terminada em "em".
III. Os acentos nos termos "excelência" e "necessário" devem-se à mesma razão.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.
Comentário:
Analisando as afirmativas:
Em ... presta homenagem às potências dominantes.., o sinal indicativo de crase pode ser suprimido
excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
Correta – Se o artigo definido que está formando a crase fosse retirado, teríamos a seguinte frase: ‘... presta
homenagem a potências dominantes’, na qual há apenas a preposição a regida pelo termo “presta”.
O acento em "têm" é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular "tem",
diferentemente do acento aplicado a "porém", devido à tonicidade da última sílaba, terminada em "em".
Correta – o acento em “têm” é indicativo de que a palavra está no plural; já em “porém” o acento é devido
ao fato de ser tônica a última sílaba, que é terminada em –em.
Os acentos nos termos "excelência" e "necessário" devem-se à mesma razão.
Correta – os acentos dessas palavras se encaixam na regra de acentuação das paroxítonas terminadas em
ditongo crescente.
Estão corretas todas as afirmativas.
Gabarito: A
Crase
Questão 09
FCC - Oficial Logística Almoxarifado I (METRO SP)/2018
Quanto à voz de Maria Gadú, pouco adianta dizer que é rouca ou grave. Semelhante ......... experiência
olfativa, ......... qual usamos com frequência analogias, aduzir ......... voz uma definição não resolve a
imprecisa descrição. Maria Rita Kehl, assim, termina por introduzir uma imagem: “uma lixa muito fina a
filtrar o som que passa por ela, vindo do fundo de um poço”.
Lacuna 1: deve ser preenchida por um a com sinal indicativo de crase (à) porque o termo “semelhante” rege
preposição a e o termo “experiência” está determinado.
Lacuna 2: a melhor opção para o preenchimento dessa lacuna é a expressão “para a”: usamos
frequentemente analogias para a experiência olfativa.
Lacuna 3: o termo “aduzir”, com sentido de apresentar, é bitransitivo e rege preposição a em seu
complemento indireto. No contexto o termo “voz” é esse complemento, portanto deve haver a com sinal
indicativo de crase antes de “voz”.
Temos, então, à – para a – à.
Gabarito: C
Crase
Questão 10
FCC - Controlador de Sistemas de Saneamento (SABESP)/2018
O filósofo sempre foi considerado um personagem bizarro, estranho, capaz de cair num poço quando se
embrenha em suas reflexões − é o que contam a respeito de Tales (cerca de 625-547 a.C.). O primeiro filósofo,
segundo a tradição grega, combina enorme senso prático para os negócios com uma capacidade de abstração
que o retira do mundo. Por isso é visto como indivíduo dotado de um saber especial, admirado porque manipula
ideias abstratas, importantes e divinas. No fundo não está prefigurando as oposições que desenharão o perfil
do homem do Ocidente? O divino Platão e o portentoso Aristóteles fizeram desse estranhamento o autêntico
espanto diante das coisas, o empuxo para a reflexão filosófica.
Nos dias de hoje essa imagem está em plena decadência; o filósofo se apresenta como um profissional
competindo com tantos outros. Ninguém se importa com as promessas já inscritas no nome de sua profissão: a
prometida amizade pelo saber somente se cumpre se a investigação for levada até seu limite, cair no abismo
onde se perdem suas raízes. A palavra grega filosofia significa “amigo da sabedoria”, por conseguinte recusa da
adesão a um saber já feito e compromisso com a busca do correto.
Em contrapartida, o filósofo contemporâneo participa do mercado de trabalho. Torna-se mais seguro conforme
aumenta a venda de seus livros, embora aparente desprezar os campeões de venda. Às vezes participa do jogo
da mídia. Graças a esse comércio transforma seu saber em capital, e as novidades que encontra na leitura de
textos, em moeda de troca. Ao tratar as ideias filosóficas como se fossem meras opiniões, isoladas de seus
pressupostos ligados ao mundo, pode ser seduzido pela rigidez de ideias sem molejo, convertendo-se assim num
militante doutrinário. Outras vezes, cai nas frivolidades da vida mundana. Não vejo na prática da filosofia
contemporânea nenhum estímulo para que o estudioso se comprometa com uma prática moral e política mais
consciente de si mesma, venha a ser mais tolerante às opiniões alheias.
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o filósofo também se tornam
dispensáveis, sempre havendo uma doutrina ou um profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses
privados. A constante exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera
dele e, assim, também pode usufruir de seus quinze minutos de celebridade. Diante do perigo de ser engolfado
pela teia de condutas que inverte o sentido original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se
pretende ser amante de um saber autêntico, precisa não perder de vista que assumiu o compromisso de afastar-
se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas.
Se aceita consagrar-se ao estudo das ideias, que reflita sobre o sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011,
edição digital)
No segmento acima, o sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso se substitua “mídia” por
a) imprensa.
b) programas.
c) meio de comunicação.
d) debates.
e) propagandas.
Comentário:
A única alternativa em que consta uma sugestão de substituição que aceitaria o sinal indicativo de crase é a
da letra A: “imprensa”.
Nas demais opções, temos:
Letras B, C e D – a substituição pelas expressões “programas”, “meio de comunicação” e “debates” não
comportaria a prevalência do sinal de crase porque essas palavras são masculinas.
Letra E – a palavra “propagandas” está grafada no plural, para que ocorresse a crase, seria necessário que o
artigo estivesse também no plural: “às propagandas”.
Gabarito: A
9 - REVISÃO ESTRATÉGICA
A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo, proporcionar
uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de perguntas que exigem respostas
subjetivas.
São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua resolução,
como ocorre nas clássicas questões objetivas.
O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para consolidar
melhor o que aprendeu ;)
Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim, ao
resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do conteúdo, mas
muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.
Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor os
diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.
É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido na sua
prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar a resolução de
questões objetivas típicas de concursos, ok?
Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível! Vamos ao nosso questionário:
9.1 - Perguntas
2. Quando o prefixo de uma palavra termina com vogal, qual é o uso do hífen?
3. Quando o prefixo de uma palavra termina com consoante, qual é o uso do hífen?
O Novo Acordo Ortográfico alterou o alfabeto, o trema (aboliu), o uso do hífen, a acentuação e o uso das
letras maiúsculas e minúsculas.
2. Quando o prefixo de uma palavra termina com vogal, qual é o uso do hífen?
3. Quando o prefixo de uma palavra termina com consoante, qual é o uso do hífen?
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso,
duplicam-se as letras. Exemplos: sociorreligioso, antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas,
antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrasson, microssistema, minissaia,
multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente, ultrasson.
A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por
qual razão", "por qual motivo". Há situações nas quais por que representa a sequência preposição +
pronome relativo, equivalendo a "pelo qual" (ou alguma de suas flexões pela qual, pelos quais, pelas quais).
A forma por quê é empregada ao final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de
interrogação, de exclamação) ou de reticências. A sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à
posição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico.
A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, porquanto, como. Costuma ser
utilizado em respostas, para explicação ou causa.
A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e, normalmente, surge
acompanhado de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Permanecem os acentos que
diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter,
conter, convir, intervir, advir etc.).
É facultado o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras dêmos (do verbo no subjuntivo que nós
dêmos) de demos (do passado nós demos); fôrma (substantivo) de forma (verbo).
Desaparece o acento dos ditongos abertos éi e ói dos vocábulos paroxítonos. Permanece o acento agudo
nos monossílabos tônicos e oxítonos terminados em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: dói, céu, papéis, herói,
heróis, troféu, chapéu, chapéus.
Desaparece o acento dos ditongos abertos éi e ói dos vocábulos paroxítonos. Permanece o acento agudo
nos monossílabos tônicos e oxítonos terminados em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: dói, céu, papéis, herói,
heróis, troféu, chapéu, chapéus.
Não usamos crase antes de palavra masculina, diante de substantivos femininos indeterminados, diante de
verbos e em locuções formadas com a repetição da mesma palavra.
Pessoal, chegamos ao final desta aula. Façam uma boa revisão dos conceitos vistos hoje para gabaritarem
as provas de Língua Portuguesa.
Na próxima aula, continuaremos avançando gradativamente, de modo a visitar cada tópico cobrado pela
banca examinadora. Estejam atentos aos percentuais estatísticos de cobrança para direcionarem seus
estudos, ok?
Forte abraço!