Apostila Abastecimento Diesel - NR20 - Basico

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APOSTILA - ABASTECIMENTO DIESEL (RURAL)

Carga horária: 4 horas

1- LEGISLAÇÃO: NR20

Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no
trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção,
armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. (20.1.1)

2- INFLAMÁVEIS: CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES, PERIGOS E RISCOS;

2.1- Combustão: é uma reação química de oxidação, exotérmica, favorecida por uma energia de ativação,
quando os componentes, combustível e comburente (oxidante), geralmente o oxigênio do ar, se encontram
em concentrações apropriadas (estequiométricas).

2.2- Líquidos inflamáveis: são líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60º C.

2.3- Gases inflamáveis: gases que inflamam com o ar a 20º C e a uma pressão padrão de 101,3 kPa (Pressão
atmosférica ao nível do mar).

2.4- Líquidos combustíveis: são líquidos com ponto de fulgor > 60º C e ≤ 93º C

2.5- Ponto de fulgor (Flash Point): é a menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em
quantidades suficientes para formar com o ar uma mistura capaz de se inflamar momentaneamente quando
se aplica uma fonte de energia sobre a mesma. Desse modo, quando esta fonte externa de calor é retirada a
combustão cessa. É um dado de segurança importante para o armazenamento, transporte e manuseio de um
combustível.

2.6- Ponto de Combustão (Fire Point): é a mínima temperatura (pouco acima do Ponto de Fulgor) em que
os vapores do combustível aquecido entram em combustão com aproximação de uma fonte externa de calor,
e mesmo com a retirada da fonte, a combustão se mantém.

2.7- Ponto de Ignição: é a temperatura necessária para inflamar a mistura ar/combustível, sem uma fonte
externa de calor. Se a temperatura ultrapassa o ponto de ignição, o combustível entra em combustão
espontânea.

2.8- O Limite Inferior de Inflamabilidade (LII): é a mínima concentração de gás ou vapor que, misturada
ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de
ignição. Concentrações de gás ou vapor abaixo do LII não são combustíveis pois, nesta condição, tem‐se
excesso de oxigênio e pequena quantidade do combustível para a queima. Esta condição é chamada de
"mistura pobre".

2.9- O Limite Superior de Inflamabilidade (LSI): é a máxima concentração de gás ou vapor que
misturada ao ar atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto inflamável, a partir de uma fonte
de ignição. Concentrações de gás ou vapor acima do LSI não são combustíveis pois, nesta condição, tem‐se
excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra. Esta mistura é a
chamada "mistura rica".
2.10- Pressão de Vapor: é a pressão a uma temperatura na qual um líquido que ocupa, parcialmente, um
recipiente fechado tem interrompida a passagem de suas moléculas para a fase de vapor. É a pressão do
equilíbrio vapor‐líquido, de modo a não haver mais evaporação e/ou condensação. Quanto maior for sua
pressão de vapor mais volátil este produto será e menor será sua temperatura de ebulição.

3- RISCOS A SAÚDE, CONTROLES COLETIVO E INDIVIDUAL PARA TRABALHOS COM


INFLAMÁVEIS;

Os inflamáveis, também podem trazer danos à pele e ao sistema respiratório dos operadores. Por essa razão,
há um conjunto de equipamentos de proteção individual (EPIs), assim como de equipamentos de proteção
coletiva (EPCs) que necessariamente devem ser utilizados.

3.1- a Saúde do trabalhador que abastece veículos à Diesel. – (FISPQ Anexo)

3.2- Entre os principais EPIs podem ser citados:


 calça de algodão ou brim e camiseta
 calçado de segurança;
 botas de borracha; (se necessário)
 luvas de PVC;
 creme para proteção das mãos;
 óculos de segurança;
 máscaras para vapores orgânicos

3.3- Entre os principais EPCs são importantes:


 extintores de incêndio;
 placas sinalizadoras de alerta e segurança;
 kit de primeiros socorros;
 FISPQ

A FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico – ou MSDS (Material Safety Data
Sheet) contém informações essenciais sobre o transporte, manuseio, armazenamento e descarte de
produtos químicos, considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente.
A padronização do documento somente ocorreu em 1994, com a publicação da ISO 11014. Porém, no
Brasil, apenas em julho de 2005, a norma brasileira NBR 14725 apresentou informações para a
elaboração e o preenchimento de uma FISPQ.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou, em 03 de agosto de 2012, a norma
ABNT NBR 14725:2012‐Parte 4 Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ)
disponível no site da ABNT, que revisa a versão de 2009 da mesma Parte 4 desta norma.
4- FONTES DE IGNIÇÃO E SEU CONTROLE;

Segue uma apresentação sucinta das fontes de ignição provavelmente encontradas nas áreas classificadas
industriais e seus controles.

4.1- Os riscos de incêndio e explosão diminuem:


 Ventilando‐se adequadamente os locais onde são manipulados produtos inflamáveis, para que não
sejam produzidas misturas que possam resultar em incêndio ou explosão.
 Isolando adequadamente processos ou operações auxiliares consideradas perigosas;
 Evitando fontes de ignição nas proximidades;
 Respeitando à proibição de fumar;
 Evitando descargas eletrostáticas;
 Evitando faíscas provocadas por escapamentos de veículos com motor a combustão interna;
 Evitando faíscas provocadas por trabalhos com esmeris, lixadeiras e similares;
 Evitando faíscas provocadas por atrito;
 Evitando faíscas por choque de ferramentas ou outros elementos metálicos;
 Evitando faíscas ou aquecimento provocado por solda e corte.
 Evitando calor gerador por decomposição de matéria orgânica;
 Manter o pessoal informado sobre os riscos existentes na manipulação de inflamáveis sejam eles:
sólidos; líquidos ou gasosos.
 Fenômenos naturais (raios)
 Utilizando produtos adequados para a absorção de derrames, ou seja: produtos incombustíveis (areia,
silicato de magnésio, etc.) além de tecidos, almofadas e mantas absorventes que são comercializados
para esta finalidade. Em muitos casos é necessário instalar barreiras para evitar que o produto
derramado atinja galerias de água, esgoto e similares;

5- PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO COM INFLAMÁVEIS;

5.1- Teoria Do Fogo

5.1.1- Conceito de Fogo


Fogo é um processo químico de transformação. Podemos também defini-lo como o resultado de uma reação
química que desprende luz e calor devido à combustão de materiais diversos.

5.1.2- Os elementos que compõem o fogo são:


a. Combustível
b. Comburente (oxigênio)
c. Calor
d. Reação em cadeia

Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia, vai formar


o quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do fogo.
a)- Combustível
É todo material que queima.
São sólidos, líquidos e gasosos, sendo que os sólidos e os líquidos se transformam primeiramente em gás
pelo calor e depois inflamam.

Sólidos
Madeira, papel, tecido, algodão,
etc.

Líquidos
Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente.
Ex.:álcool, éter, benzina, etc.
Não Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperaturas maiores do que a do
ambiente. Ex.: óleo, graxa, etc

Gasosos
Butano, propano, etano, etc.
b)- Comburente (Oxigênio)
É o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamáveis dos combustíveis, dando vida às
chamas e possibilitando a expansão do fogo.
Compõe o ar atmosférico na porcentagem de 21%, sendo que o mínimo exigível para sustentar a combustão
é de 16%.

c)- Calor
É uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se propagar.
Pode ser uma faísca, uma chama ou até um super aquecimento em máquinas e aparelhos energizados.

d)- Reação em Cadeia

Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor. Esse calor provocará o desprendimento de
mais gases ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação em cadeia ou reação em cadeia,
que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra transformação.

5.1.3- Propagação Do Fogo


O fogo pode se propagar:
• Pelo contato da chama em outros combustíveis;
• Através do deslocamento de partículas incandescentes;
• Pela ação do calor.

5.2- Classes De Incêndio


Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis.
Somente com o conhecimento da natureza do material que está se queimando, pode-se descobrir o melhor
método para uma extinção rápida e segura.

Classe A
• Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos;
• Queimam em superfície e profundidade;
• Após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas;
• Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e as vezes por abafamento
através de jato pulverizado.

Classe B
• Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis;
• Queimam em superfície;
• Após a queima, não deixam resíduos;
• Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento.
Classe C
• Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente
equipamentos elétricos);
• A extinção só pode ser realizada com agente extintor não-condutor de eletricidade, nunca com extintores
de água ou espuma;
• O primeiro passo num incêndio de classe C, é desligar o quadro de força, pois assim ele se tornará um
incêndio de classe A ou B.

Classe D
• Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (aluminio, antimônio, magnésio,etc.)
• São difíceis de serem apagados;
• Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento;
• Nunca utilizar extintores de água ou espuma para extinção do fogo.

5.3- Métodos De Extinção Do Fogo


Partindo do princípio de que, para haver fogo, são necessários o combustível, comburente e o calor,
formando o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo, quando já se admite
a ocorrência de uma reação em cadeia, para nós extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos.
Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes métodos de extinção: extinção por retirada
do material, por abafamento, por resfriamento e extinção química.

5.3.1- Extinção por retirada do material (Isolamento)

Esse método consiste em duas técnicas:


• retirada do material que está queimando
• retirada do material que está próximo ao fogo

5.3.2- Extinção por retirada do comburente (Abafamento)


Este método consiste na diminuição ou impedimento do contato de oxigênio
com o combustível.
5.3.3- Extinção por retirada do calor (Resfriamento)
Este método consiste na diminuição da temperatura e eliminação do calor, até
que o combustível não gere mais gases ou vapores e se apague.

5.4- Agentes Extintores


Trata-se de certas substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas na extinção de um
incêndio.
Os principais e mais conhecidos são:

5.4.1- Água Pressurizada


• É o agente extintor indicado para incêndios de classe A.
• Age por resfriamento e/ou abafamento.
• Pode ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para os dois primeiros casos, a ação é por
resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento.
ATENÇÃO:
Nunca use água em fogo das classes C e D.
Nunca use jato direto na classe B.

5.4.2- Gás Carbônico (CO2)


• É o agente extintor indicado para incêndios da classe C, por não ser condutor de eletricidade;
• Age por abafamento, podendo ser também utilizado nas classes A, somente em seu início e na classe B em
ambientes fechados.
5.4.3- Pó Químico
• É o agente extintor indicado para combater incêndios da classe B;
• Age por abafamento, podendo ser também utilizados nas classes A e C, podendo nesta última danificar o
equipamento.

5.4.4- Pó Químico Especial


• É o agente extintor indicado para incêndios da classe D;
• Age por abafamento.

5.4.5- Espuma
• É um agente extintor indicado para incêndios das classe A e B.
• Age por abafamento e secundariamente por resfriamento.
• Por ter água na sua composição, não se pode utiliza-lo em incêndio de classe C, pois conduz corrente
elétrica.
5.4.6- Pó ABC (Fosfato de Monoamônico)
• É o agente extintor indicado para incêndios das classes A,B e C;
• Age por abafamento

5.4.7- Outros Agentes


Além dos já citados, podemos considerar como agentes extintores terra, areia,
cal, talco, etc.

6- INSTRUÇÕES GERAIS EM CASO DE EMERGÊNCIAS


Em caso de Incêndio Recomenda – se:
• Manter a calma, evitando o pânico, correrias e gritarias;
• Acionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193;
• Usar extintores ou os meios disponíveis para apagar o fogo;
• Acionar o botão de alarme mais próximo, ou telefonar para o ramal de
emergência, quando não se conseguir a extinção do fogo;
• Fechar portas e janelas, confinando o local do sinistro;
• Isolar os materiais combustíveis e proteger os equipamentos, desligando o quadro de luz ou o equipamento
da tomada;
• Comunicar o fato à chefia da área envolvida ou ao responsável do mesmo prédio;
• Armar as mangueiras para a extinção do fogo, se for o caso;
• Existindo muita fumaça no ambiente ou local atingido, usar um lenço como máscara (se possível
molhado), cobrindo o nariz e a boca;
• Para se proteger do calor irradiado pelo fogo, sempre que possível, manter molhadas as roupas, cabelos,
sapatos ou botas.

8-TAREFA
Fazer uma Instrução de Trabalho

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