D) Incêndio

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Manual de Combate a Incêndio

Incêndio

Capítulo 2: Incêndio

2.1. Definição
Fogo - Desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de matérias inflamáveis, como, por
exemplo, a madeira, o carvão e o gás.

Incêndio - Fogo que lavra com intensidade, causando destruição e, às vezes, prejuízos.

2.2. Dinâmica do Incêndio


Os incêndios podem ser separados em quatro diferentes estágios: Fase Inicial; Fase de Desenvolvimento;
Incêndio Desenvolvido e Fase de Queda de Intensidade.

2.2.1. Fase Inicial


A temperatura média do compartimento ainda não está muito elevada, e o fogo está localizado próximo ao foco do
incêndio. (Temperatura ambiente a 38º; Produção de gases infamáveis e Oxigênio a 20% no ar).
Caso não ocorra a extinção do incêndio, poderá ocorrer o “rollover”, também conhecido como “lean flashover”
que é o fenômeno no qual os gases da combustão não queimados no incêndio misturam-se ao ar e se inflamam na
parte superior do compartimento devido à alta temperatura naquela área (são bolas de fogo que se formam na parte
superior do compartimento). As altas temperaturas concentram-se próximas ao foco do incêndio, e a fumaça proveniente
da combustão forma uma camada quente na parte superior do compartimento.

2.2.2. Fase de Desenvolvimento


É a fase de transição entre a Fase Inicial e a do Incêndio totalmente desenvolvido. Ocorre em um período
relativamente curto de tempo e pode ser considerado um evento do incêndio (combustão súbita generalizada). Trata-
se do momento no qual a temperatura da camada superior de fumaça atinge temperaturas em torno de 600º C. (Ignição
simultânea de todos os combustíveis no ambiente e Alta temperatura do piso ao teto).
A característica principal desta fase é o repentino espalhamento das chamas a todo o material combustível
existente no compartimento. Este fenômeno, conhecido pelo nome de flahsover, é um dos principais causadores de
acidentes graves com o pessoal envolvido no combate ao incêndio.
A teoria do “flashover” foi elaborada pelo cientista britânico P.H. Thomas, nos anos 60, e foi usada para
descrever o crescimento do incêndio até o ponto onde se torna um incêndio totalmente desenvolvido.
A partir do aparecimento do “flashover”, entra-se na fase de incêndio desenvolvido.

2.2.3 Incêndio Desenvolvido


Todo o material do compartimento está em combustão, sendo a taxa de queima limitada pela queima do
oxigênio remanescente. A sobrevivência do pessoal que estiver no local é improvável. Chamas podem sair por
qualquer abertura, e os gases combustíveis existentes na fumaça se queimam assim que encontrarem ar fresco. O acesso a
esse incêndio é praticamente impossível, sendo necessário um ataque indireto ao mesmo. Incêndios em praças de
máquinas ou provocados pelo impacto de armamento inimigo atingem este estágio rapidamente.

2.2.4. Fase de Queda de Intensidade e “Backdraft”


Quase todo o material combustível já foi consumido e o incêndio começa a se extinguir. Após a extinção do
incêndio, em casos específicos, podo ocorrer o fenômeno do reaparecimento. Em um incêndio que tenha se extinguido
por ausência de oxigênio, como por exemplo, em um compartimento estanque que tenha sido completamente isolado,
vapores de combustíveis podem estar presentes. Quando ar fresco for admitido nessa atmosfera rica em vapores
combustíveis, gases explosivos e com temperatura próxima à ignição, os três elementos do triângulo do fogo estarão
novamente presentes e poderá ocorrer uma ignição explosiva, fenômeno também conhecido por “Backdraft” ou
“Backdraught”.
Pré-Backdraft – Oxigênio abaixo de 8% no ambiente; Calor intenso; Brasas e Queima lenta; Alta concentração de
gases combustíveis.
Backdraft – Entrada de oxigênio provoca explosão ambiental.

As condições a seguir podem indicar uma situação de “Backdraft”:


- Fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
- Fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do ambiente em forma de
lufadas;
- Calor excessivo (Nota-se pela temperatura da porta);
- Pequenas chamas ou inexistência destas em ambientes fechados onde houve um incêndio;
- Resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
- Pouco ruído em ambientes fechados onde houve um incêndio; e
- Movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (Em alguns casos ouve-se o ar
assoviando ao passar pelas frestas).

2.3. Principais Causas de Incêndio


Podemos afirmar, com segurança que o mais eficiente método de combater incêndios é evitar que eles tenham
início.
Excetuando, evidentemente, os incêndios originados por danos em combate, a grande maioria de ocorrências de
incêndios é derivada de falhas humanas, pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela manutenção
deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de segurança.
As principais causas de incêndio a bordo de navio, são as seguintes:
- Cigarros e fósforos atirados em locais impróprios;
- Trapos e estopas embebidas em óleo ou graxas;
- Acúmulo de gordura nas telas e dutos de extração da cozinha;
- Serviços com equipamento de solda elétrica ou oxiacetileno;
- Não observância de todos os compartimentos adjacentes aos que estão sendo realizados serviços de corte e solda;
- Equipamentos elétricos ligados, desnecessariamente, por período de tempo considerável;
- Porão com acúmulo de óleo ou lixo;
- Vasilhames destampados contendo combustíveis voláteis;
- Uso desnecessário de materiais combustíveis;
- Instalações e equipamentos elétricos deficientes;
- Materiais inflamáveis ou combustíveis de bordo, tais como óleos, graxas, tintas, solventes, etc., armazenados
indevidamente;
- Presença de vazamentos em sistema de óleo combustível e lubrificante;
- Presença de óleo combustível ou lubrificante em isolamento térmico de descarga de motores;
- Partes aquecidas de máquinas próximas a rede de óleo;
- Uso de ferramentas manuais ou elétricas em tanques não devidamente desgaseificados, ou nos compartimentos
adjacentes a esses tanques;
- Fritadores elétricos superaquecidos; e
- Lâmpadas sem proteção.

2.4. Métodos de Extinção de Incêndios


2.4.1. Abafamento
O primeiro método básico de extinção é o abafamento, que consiste em reduzir a quantidade de oxigênio abaixo
do limite de 13%.
Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo. Como exceções, estão os materiais que
têm oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade de oxigênio no ar, como os peróxidos orgânicos e o
fósforo branco.
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai tornando a
combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, quando não haverá mais combustão.
Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo
sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em
contato combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós,
gases especiais, etc.
2.4.2. Resfriamento
É o método mais antigo de se apagar incêndios, sendo seu agente universal a água. Consiste em reduzirmos a
temperatura de um combustível, ou da região onde seus gases estão concentrados, abaixo da temperatura de
ignição, extinguindo o fogo.
Raciocinando com o triângulo do fogo, isto consiste em afastar o lado referente à temperatura de ignição.
Com apenas dois lados (combustível e comburente), não há fogo.

Cabe ressaltar que somente por resfriamento podem ser extintos os


incêndios de combustíveis que tenham comburente em sua estrutura íntima (pólvora, celuloide etc.). Esses incêndios não
podem ser extintos por abafamento.

2.4.3. Isolamento
Consiste na retirada do combustível, o que geralmente é utilizado quando não dispomos de equipamentos
adequados para combater o incêndio. Como exemplo, podemos citar o fechamento de uma válvula de gás ou retirada de
material inflamável das proximidades de um foco de incêndio.
Alguns manuais consideram a retirada do material como um método de extinção, porém consideramos apenas
como uma etapa do processo de extinção, haja vista que se baseia na retirada do material combustível.

2.4.4. Quebra da reação em cadeia


Processo de extinção de incêndios em que determinadas
substâncias são introduzidas na reação química da combustão, com o
propósito de inibi-la. Neste caso é criada uma condição especial (por um
agente que atua em nível molecular) em que o combustível e o comburente perdem, ou têm em muito reduzida, a
capacidade de manter a reação em cadeia. A reação só permanece interrompida enquanto houver a efetiva presença do
agente extintor, que deverá ser mantido até o resfriamento da área, natural ou por um dos meios conhecidos.
Um dos agentes extintores por quebra da reação em cadeia mais conhecido na Marinha do Brasil é o Halon,
que é um agente extintor de compostos químicos formados por elementos halogênicos (flúor, cloro, bromo e iodo),
porém, sua fabricação foi banida pelo Protocolo de Montreal, por ser nocivo à camada de ozônio. De acordo com o
próprio Protocolo, seu uso é permitido para fins militares e extinção de incêndios em Navios.

2.5. Classificação dos Incêndios


A Associação Brasileira de Norma Técnicas - ABNT, por meio da NBR 12693, classifica os incêndios de acordo
com os materiais neles envolvidos. Essa classificação é feita para determinar os agentes extintores adequados para cada
tipo de incêndio.

2.5.1. Incêndio da Classe A


São os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas e deixam resíduos. São os
incêndios em madeira, papel, tecidos, borracha e na maioria dos plásticos.
Método de Extinção: Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a
contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão abaixo do seu ponto de
ignição.
O emprego de pó químico irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em profundidade.

2.5.2. Incêndio da Classe B


São os que se verificam em líquidos inflamáveis (óleo, querosene, gasolina, tintas, álcool etc.) e também em
graxas e gases inflamáveis.
Método de Extinção: Necessita de abafamento ou quebra da reação em cadeia. No caso de líquidos muito
aquecidos (acima do ponto de ignição), é necessário também o resfriamento.

2.5.3. Incêndio da Classe C


São os que se verificam em equipamentos e instalações elétricas, enquanto a energia estiver alimentada ,
como por exemplo, um motor elétrico ligado.
Método de Extinção: Para a sua extinção é necessário um agente extintor que não conduza corrente elétrica e
utilize o princípio de abafamento ou quebra da reação em cadeira.

2.5.4. Incêndio da Classe D


São os que verificam em metais como lítio e cádmio (em baterias), magnésio (em motores), selênio,
antimônio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio.
São metais combustíveis. É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com extintores
comuns (principalmente os que contenham água).
Método de Extinção: Para a sua extinção, são necessários agentes extintores especiais (pós químicos especiais)
que se fundem em contato com o metal combustível, formando uma espécie de capa que o isola do ar atmosférico,
interrompendo a combustão pelo princípio de abafamento.
Os pós químicos especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato
de amônia, grafite seco etc.

2.5.5. Incêndio Classe K


São os que se verificam em gordura animal, vegetal e tem sido muito tempo a principal causa de incêndio em
cozinhas. A natureza especifica desses incêndios é diferente da maior parte dos outros incêndios, mesmo aqueles que
envolvem outros líquidos inflamáveis como gasolina, óleo combustível e lubrificante.
Nos Estados Unidos esta nova classe de incêndio foi reconhecida pela NFPA (National Fire Protection
Association), através da norma NFPA 10.
Os óleos de cozinha usados em frituras têm uma faixa ampla de temperaturas e autoignição, que pode ocorrer em
qualquer intervalo de 228ºC a 385ºC. Depois de ocorrida a autoignição, o óleo mudará ligeiramente sua composição
ao queimar-se, tornando a nova temperatura de ignição mais baixa que a original. Com isso o incêndio tornar-se-
á autossustentável, a menos que a massa inteira de óleo seja resfriada a uma temperatura abaixo desta nova.
Método de Extinção: O agente extintor ideal é o Pó Químico Umedecido, que consiste numa solução de água
com Acetato de Potássio, Carbonato de Potássio, Citrato de Potássio ou uma combinação destes compostos.
A água da composição tem a função de resfriamento do produto, permitindo que a temperatura permaneça abaixo
do ponto de autoignição. Enquanto isso, através de uma reação de saponificação dos agentes extintores (C2H3KO2;
NaHCO3; C6H5K3O7) com o produto, ocorre a formação de uma camada superficial de espuma que impede o contato do
óleo com o oxigênio do ar.

2.6. Medidas Preventivas


Considerando-se que, na prática, a eclosão de um incêndio a bordo não pode ser definitivamente impedida,
especialmente em situações de guerra, é necessário que se adotem providências não só de prevenção de incêndios, mas
também aquelas que venham a atenuá-lo, quando ele for inevitável.
Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção naval, enquanto outras se fazem
intimamente ligadas à doutrina do Controle de Avarias – CAv, cabendo ao pessoal de bordo zelar pelo seu cumprimento.
A manutenção da doutrina do CAv, inclusive a detecção e correção de irregularidades observadas que venham a
apresentar riscos de incêndios a bordo é responsabilidade de todos a bordo, cabendo ao Encarregado do CAv, sua
supervisão, com a ajuda dos Encarregados de Divisões, Fiel de CAv do Navio, Fiéis de CAv das Divisões e do pessoal de
serviço.
Uma adequada prevenção de incêndio deve incluir, conforme já visto a limitação da presença de materiais
combustíveis a bordo, bem como o controle daqueles que podem ser introduzidos para o atendimento de determinadas
conveniências ou exigências do serviço, observadas ainda as situações de guerra e de paz.
As providências de prevenção e limitação de incêndios a bordo, no que diz respeito ao material inflamável,
abordadas nas diversas publicações de Controle de Avarias, podem, então, ser resumidas em cinco aspectos básicos:

2.6.1. Eliminação do material desnecessário à operação militar do navio


O navio deve ter conhecimento dos riscos existentes decorrentes da existência desse material e de material estranho
a bordo, sua localização e as medidas especiais, se necessário, a serem tomadas caso ocorra alguma avaria,
confeccionando, para tal, uma Tabela de Inflamáveis. Todo material introduzido a bordo deve ser relacionado e a
sua localização informada ao Encarregado do Controle de Avarias – EncCAv.
A faina de preparar o navio para o combate deve prever a utilização dessa Tabela de Inflamáveis, para que sejam
removidos de bordo, ou sejam reduzidas as suas quantidades.
2.6.2. Especificação do material de bordo
O projeto das unidades navais deve prever a mínima utilização de equipamentos e acessórios compostos por
materiais combustíveis.

2.6.3. Armazenamento e proteção do material combustível


Não armazenar, se possível, material combustível acima da linha d’água, inclusive no convés principal.
Quando não puder ser evitado o armazenamento de material combustível no convés principal ou na
superestrutura, o mesmo deverá ser acondicionado e posicionado de forma que possa ser lançado facilmente ao
mar. Deverá, também, ficar localizado o mais a ré possível, a fim de que a fumaça e as chamas, no caso de incêndio, não
venham a interferir com a manobra do navio.
É essencial que não seja deixado nenhum combustível volátil nas proximidades das aspirações dos compartimentos
internos do navio.
Os locais adequados para armazenar material combustível são os compartimentos localizados abaixo da
linha d’água. Para aumentar a proteção devem ser usados compartimentos localizados junto ao casco e o material deverá
ser armazenado afastado das anteparas, para evitar o perigo de calor irradiado no caso de incêndio no compartimento
adjacente.
Todos os combustíveis líquidos, particularmente aqueles que desprendem vapores altamente inflamáveis ou
explosivos, devem ser guardados em recipientes próprios com tampa hermética.
A armazenagem de líquidos inflamáveis tais como tintas, vernizes, óleos e graxas deve ser feita em compartimento
apropriado, com ventilação forçada.
A armazenagem de materiais nos dutos de descarga de gases de Praças de Máquinas deve ser proibida.
Deve-se ter especial atenção ao material dos invólucros de sobressalentes, geralmente feitos de material
combustível. Assim que possível, estes sobressalentes devem ser desempacotados para serem armazenados e os
invólucros jogados fora.

2.6.4. Limitação da quantidade de materiais inflamáveis ao mínimo necessário à operação em vista


Essa limitação será mais fácil de ser planejada em tempo de paz, quando a duração de cada comissão pode ser
estimada com rigor.

2.6.5. Manutenção do navio nas suas melhores condições de resistência ao fogo


Pode ser alcançada por meio de realização de frequentes inspeções, de modo a manter os riscos de incêndio
reduzidos ao mínimo, e da contínua conscientização da tripulação quanto à necessidade de manter o navio seguro, o que é
alcançado através do adestramento individual, por equipes e para os quartos de serviço, e de notas em Plano de Dia.

2.7. Redução de Riscos de Incêndio nas Praças de Máquinas


São apresentadas abaixo algumas ações a executar e metas a serem atingidas de modo a se eliminar ou reduzir os
riscos de incêndio nas Praças de Máquinas, através da eliminação ou contenção de pequenos vazamentos, manuseio de
combustíveis, realização de adestramentos etc.:
- Inspecionar frequentemente os sistemas de recebimento, armazenamento e transferência de óleos combustíveis e
lubrificantes quanto a vazamentos, incluindo seus flanges, válvulas, elipses e demais itens;
- Estabelecer normas de segurança para o manuseio de óleos combustíveis (diesel ou de aviação) quando retirados
do sistema em que trabalham;
- Testar e inspecionar os sistemas que envolvem inflamáveis, após reparos;
- Doutrinar, educar e treinar todo o pessoal para a redução dos riscos de incêndio, realizando adestramentos de
procedimentos do pessoal, após detecção de vazamentos e combate a um princípio de incêndio em praça de máquinas,
ainda na fase de avaria operacional, assim como promovendo frequentes exercícios de combate a incêndio em praça de
máquinas para todo o navio;
- Incentivar todas as práticas de prevenção a incêndios, como:
1) Inspeção visual de todos os sistemas que trabalham com inflamáveis, nas rotinas de pré-acendimento ou após
longos períodos sem utilização;
2) Manutenção e fechamento de todas as tampas dos tubos de sondagem e redes de amostragem, suas respectivas
válvulas e bujões de drenagem dos tanques de óleos;
3) Parada e reparo imediato de qualquer vazamento de óleo;
4) Limpeza constante de qualquer pequeno vazamento de óleo que não puder ser sanado imediatamente;
5) Manutenção da limpeza de dutos de ventilação e extração quanto a resíduos óleo;
6) Manutenção rigorosa da limpeza dos porões quanto a qualquer vestígios de óleo, trapos embebidos em óleo ou
lixo;
7) Não utilização dos compartimentos de acesso a chaminés como depósitos;
8) Depósito de óleos contaminados em tanques existentes para este fim;
9) Manutenção rigorosa do material do CAv; e
10) Manutenção rigorosa dos acessórios estanques das praças de máquinas.
2.8. Perigos Adicionais com o Navio em período de Reparo
São apresentadas abaixo situações ou fainas que apresentam risco de incêndio ou explosão a bordo, por ocasião do
período de manutenção de um navio:
- Grande quantidade de fainas de corte e solda simultâneas e falta de controle e supervisão durante esse tipo de
serviço;
- Numerosos painéis energizados e cabos elétricos com muitas emendas;
- Existência de grande quantidade de pessoal estranho a bordo;
- Grande quantidade de acessórios de CAv retirados, afetando a estanqueidade do navio, prejudicando o
estabelecimento da condição de fechamento de material, em decorrência a limitação de avarias, e permitindo o
espalhamento de fumaça;
- Guarnição reduzida a bordo e interrupção de comunicações interiores, com consequente demora da disseminação
de um alarme geral; e
- Rede de incêndio, sistemas de esgoto, comandos à distância, sistemas fixos de extinção de incêndio em reparo ou
operando com restrições.

2.9. Perigos Adicionais quando em Combate


São apresentadas abaixo situações ou fainas que aumentam o risco de incêndio ou explosão a bordo e a intensidade
dos danos sofridos, por ocasião do navio em combate:
- Ondas de calor e deslocamento de ar devido às explosões externas e internas;
- Estilhaços aquecidos;
- Alagamentos progressivos, com grande quantidade de óleo combustível entrando em contato com as superfícies
aquecidas;
- Centelhas de equipamentos elétricos avariados;
- Rompimento de trechos de redes de sistemas vitais;
- Baixas de pessoal, prejudicando o guarnecimento dos Reparos de CAv; e
- Interrupção momentânea ou permanente de energia elétrica e/ou comunicações, em parte ou em todo o navio.

- FIM -

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