Catálogo Tim Burton
Catálogo Tim Burton
Catálogo Tim Burton
2
3
4
O artista e diretor Tim Burton (americano, nas- A Beleza Sombria dos Monstros: Treze anos
cido em 1958) é internacionalmente conheci- da Arte de Tim Burton celebra o aniversário
do como a força criativa por trás de alguns dos da publicação do livro, transformando sua in-
filmes mais emblemáticos das últimas três dé- trodução e treze capítulos em quatorze galerias
cadas. Os personagens e mundos inesquecíveis distintas que oferecem uma experiência física
em filmes como Beetlejuice (1988), Edward expandida do livro. Os ambientes imersivos e
Mãos de Tesoura (1990), O Estranho Mundo de interativos destacam as inclinações cinemáticas
Jack (1993), de Tim Burton, A Lenda do Ca- de Burton - de dispositivos de animação pré-fil-
valeiro sem Cabeça (1999), Peixe Grande e Suas me a filmes B de ficção científica dos anos 50
Histórias Maravilhosas (2003), Sweeney Todd: e 60 à inovadora tecnologia 3D, que ele usou
O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007), para criar um efeito inovador em Alice no País
Frankenweenie (2012) e Dumbo (2019) evo- das Maravilhas (2010) trazendo seus desenhos,
cam uma linguagem visual que é imediatamen- pinturas e trabalhos de fotografia para a vida. A
te reconhecível como “Burtonesca”, mas pode exposição, como a publicação reveladora, é uma
ser difícil de categorizar. Seja em papel, ou na jornada através da imaginação incomparável do
tela, tanto o terror quanto o humor coexis- artista — que desencadeia todas as criaturas bo-
tem harmoniosamente. Elementos do Expres- nitas que habitam seu cérebro.
sionismo Alemão, Surrealismo Pop, o “Grand
Guignol” e o Gótico podem ser encontrados Jenny He
em toda a sua obra, que também é firmemente Curadora
compassiva e cativante.
Enquanto a estética singular de Burton pode
ser composta de vários estilos, o unificador em
seus filmes e arte é a conexão empática e sub-
jetiva que ele imprime em todas as facetas de
suas criações. Sua criatividade ilimitada foi co-
letada em uma antologia abrangente, “The Art
of Tim Burton” (2009), que revela a extensão
completa de sua produção prolífica através de
centenas de ilustrações. Com texto por Leah
Gallo e design por Holly C. Kempf, esta com-
pilação definitiva foi editada por Derek Frey, Esta exposição é organizada por Jenny He, Curadora In-
Gallo e Kempf e abrange quarenta anos de dependente, em colaboração com a Tim Burton Produc-
conceitos de filme do artista, idéias de livros, tions, e apresentada São Paulo na Oca do Parque do Ibi-
projetos não realizados e obras de arte pessoais. rapuera pela Rua 34 Produções.
5
6
Sim, vamos falar o nome dele três vezes. To- do cinema hollywoodiano com seus filmes tão
mem coragem e repitam esse nome. Não te- marcantes. Assistir a um filme de Tim Burton é
nham medo. Vamos lá: garantia de ver algo na tela do cinema com um
apuro estético pouco visto em obras cinemato-
gráficas. É ter a possibilidade de viajar em his-
Tim Burton tórias ao mesmo tempo em que podem ser um
sonho ou um pesadelo. Mas tudo apresentado
Tim Burton de uma forma lúdica, que enfeitiça e encanta
crianças e adultos.
Tim Burton Como não se divertir com um casal de fan-
tasmas que só quer sua casa de volta? Como
E aconteceu de verdade. Ele está aqui, agora, não se emocionar com a história do homem
na Oca do Ibirapuera. É com muita alegria e que tem tesouras no lugar das mãos? Como
satisfação que apresentamos para o público de não se aventurar com o drama do órfão que se
São Paulo a Mostra de filmes a beleza som- esconde por trás de uma máscara de morcego?
bria dos monstros: 13 anos de a arte de Tim Como não se apaixonar por personagens tão
Burton. São 16 filmes, com exibições durante assustadores e amáveis da terra do Halloween?
2 finais de semana. Tudo isso para celebrar um Tim Burton, como poucos, sabe mexer com
dos cineastas estadunidenses mais admirados e nossas emoções, transpor para a tela do cine-
celebrados de Hollywood. ma os nossos sonhos e pesadelos. Tudo de uma
Timothy Walter Burton, ou simplesmente forma tão especial que nos faz sentir atraídos
Tim Burton nasceu em Burbank, na ensolarada por seres e lugares que normalmente teríamos
Califórnia, em 25 de agosto de 1958. Vizinho repulsa.
dos grandes estúdios de cinema, encontrou Um universo ao mesmo tempo muito parti-
na sétima arte o meio perfeito para expressar cular de um artista, que toca o espectador e se
sua forma peculiar de ver o mundo ao seu re- faz reconhecer, por muitas pessoas, não só no
dor. Oriundo da escola de belas artes começou Brasil, como em todo o mundo. Tim Burton é
como animador dos estúdios Disney para, aos um cineasta autor. Sabemos quando um filme
poucos, conquistar seu espaço na indústria ci- tem sua assinatura, o seu olhar, o seu toque es-
nematográfica, e entrar de vez para a história pecial. E ter a oportunidade de conferir todo o
7
seu legado até aqui, de uma só vez e ainda, com
seu total aval, é algo raro. Por isso, aproveitem
ao máximo.
E não deixem sempre de dizer três vezes:
Tim Burton
Tim Burton
Tim Burton
Assim, esse doce pesadelo permanecerá sem-
pre como uma ótima lembrança em suas me-
mórias.
8
9
10
11
12
Tim Burton,
um autor de cinema
Laura Loguercio Cánepa
13
gens, obrigadas a (re)pensar e (re)escrever suas
parceria inescapável foi com o ator Johnny
histórias. Assim, como verdadeiras artistas,
Depp, desde Edward Mãos de Tesoura. Também
elas compartilham conosco suas memórias e as
foram constantes as presenças das ex-esposas,
marcas de sua passagem, quase sempre confli-
as atrizes Lisa Marie e Helena Bonham Carter.
tuosa e frustrante, pelo mundo.
Houve ainda outra parceria menos frequente,
Quanto às características de estilo dos fil-
mas decisiva, com a escritora Caroline Thomp-
mes de Tim Burton, sobressaem a cenografia
son, responsável por roteirizar Edward Mãos de
fantástica, concebida muitas vezes como um
Tesoura, O Estranho Mundo de Jack e Noiva Ca-
cenário de animação ou de parque de diver-
dáver. Há ainda outras a destacar, como com
sões. Percebe-se também a onipresença da
a produtora Denise Di Novi, nos anos 1990;
música de Danny Elfman, capaz de combinar
com o fotógrafo francês Bruno Delbonnel, nos
andamentos de intenso suspense ao encanto
anos 2010; com o montador Chris Lebenzon
das músicas infantis. Há ainda objetos liga-
desde Batman – O Retorno.
dos ao repertório do horror, que se repetem de
Entretanto, a parceria mais importante de
filme para filme, como árvores apodrecidas,
Burton foi com o astro do horror Vincent Price
moinhos abandonados, corpos em decompo-
(1911-1993), que trabalhou com ele no final
sição, membros decepados, bonecos que ga-
da vida, estrelando seu primeiro curta, Vincent
nham vida, escadarias vertiginosas, labirintos,
(1982), e também Edward Mãos de Tesoura e
portões caquéticos, cemitérios abandonados,
o documentário inacabado Conversations with
objetos em tons escuros e contrastantes. O
Vincent (1994). A este ídolo do cinema de hor-
posicionamento das personagens no espaço
ror, Burton afirmou diversas vezes ter dedica-
reforça o contraste e a marcação dos temas
do toda a sua carreira, somando a ele outros
do desajuste, da diferença, da obsessão. E há
astros do cinema B como Christopher Lee,
mais do que isso. Nos filmes de Tim Burton,
Michael Gough e Martin Landau. De fato, se
há também uma grande quantidade de ima-
observarmos a obra de Burton em seu conjun-
gens amalgamadas pelas lembranças pessoais
to, percebemos que seu carinho por intérpretes
do artista, que observa tanto os produtos da
de vilões famosos resume muito bem sua obra
sociedade de consumo quanto da indústria
única, que se apropria de um passado cinema-
cultural com um olhar que é ao mesmo tem-
tográfico repleto de histórias apavorantes, para
po crítico e nostálgico. Daí, talvez, possamos
então recriá-lo como um espaço de criatividade
compreender seu interesse por tudo o que é
e conforto destinado a abrigar figuras estranhas
perecível e descartável, e também pelos es-
que finalmente parecem ter encontrado seu lu-
paços suburbanos vistos como opressivos,
gar no mundo.
porque sobrecarregados de quinquilharias
domésticas e de pessoas quase sempre fanta-
siadas de si mesmas.
Mas, no que se refere às características auto-
rais, há mais um elemento que deve ser obser-
vado na obra de Burton. São as parcerias pro- Laura Loguercio Cánepa é Doutora em Multimeios pelo Instituto de
fissionais estabelecidas pelo diretor, algumas Artes da UNICAMP em 2008; professora do Programa de Pós-Gradua-
ção em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi desde 2009.
delas baseadas em grandes amizades. A mais É autora de diversas publicações sobre cinema fantástico, entre as quais a
constante é com o já mencionado compositor coletânea Tim Burton, Tim Burton, Tim Burton, organizada para a edi-
tora Estronho, em 2016. Também é autora de dissertação de mestrado em
Danny Elfman, com quem Burton trabalhou Ciências da Comunicação (ECA-USP) intitulada O expressionismo no
desde seu primeiro longa-metragem. Outra cinema de Tim Burton, concluída em 2002.
14
15
16
People are strange:
o cinema ímpar de
Tim Burton
Rita Ribeiro
A frase, tema de uma das maravilhosas músicas ce em uma família de classe média normal. No
de The Doors poderia bem resumir a trajetória entanto, a personalidade introvertida foi se afir-
cinematográfica de Tim Burton. Personagens mando aos poucos, fechando-o num universo
inusitados. Histórias sombrias. Geralmente es- próprio. “ Quando não se tem muitos amigos,
ses são os atributos mais comuns endereçados nem uma vida social(...) você se distancia do
aos filmes do diretor. A estes acrescentamos resto da sociedade; é como se estivesse olhando
outros que, acreditamos, lhe façam mais jus: por uma janela (...), mas existem muitos filmes
não-convencional e sensível. bizarros por aí, então você consegue aguen-
Burton transita entre histórias de terror como tar bastante tempo sem amigos”. (BURTON,
Sleep Hollow, Sweeney Todd, ficção científica em 2015).
Marte Ataca, sacode o universo dos super-he- Esta que parece ser uma regra para a maio-
róis com suas versões de Batman, e traz toda ria dos adolescentes de hoje, que vivem mer-
poesia e lirismo em Edward Mãos de Tesoura e gulhados no universo imaginário das telas de
Peixe Grande e Suas Histórias. smartphones e computadores, não poderia ser
De onde vem tanta originalidade? O fantás- considerada como um parâmetro normal para
tico é um elemento que sempre fez parte do um jovem dos anos 1960. A proximidade com
imaginário do ser humano. Toda sociedade o universo bizarro dos monstros poderia tam-
tem seus mitos. Os mitos podem ser considera- bém ser explicada pelo próprio sentimento de
dos os repositórios dos valores fundamentais de exclusão que é atribuído a eles. O monstro
uma cultura. Podemos entender a necessidade pode ser entendido como todo aquele que se
da função fantástica como uma forma de nos desvia do caminho dos padrões tradicionais.
permitir um distanciamento pelo imaginário Pode estar de acordo com a norma das capaci-
da temporalidade e da noção da morte. dades humanas e naturais, não necessariamen-
A fantasia, assim, congrega três subgêneros: te precisa ser uma criatura fantástica. O que faz
o terror, o horror e a ficção científica. O traço um monstro é a diferença, um comportamento
comum entre os gêneros é que estes constituem- estranho que fará dele, um ser à parte.
-se por histórias criadas a partir do imaginário, Talvez essa seja uma boa explicação para o
apresentando, geralmente, elementos fantásticos fascínio do jovem Burton que cresceu cerca-
ou sobrenaturais. Esse é o universo de Burton. do por filmes B de terror. Nosso imaginário se
Nascido no final dos anos 1950, Burton cres- constitui por várias experiências. Na obra de
17
Burton podemos reconhecer a influência des-
ses produtos que foram, aos poucos, conquis-
tando um universo de fãs.
Seu início nos estúdios Disney com o célebre
curta Vincent (1982) já trazia a marca da at-
mosfera gótica que está presente em quase toda
filmografia do autor. Além de ser a história de
um garotinho que encarna a atmosfera de ter-
ror a partir da leitura de Edgar Allan Poe, o
curta é narrado por um dos mestres do filme
B – Vincent Price, que aterrorizou sua geração
interpretando dezenas de criaturas diabólicas.
E foi justamente Vincent Price um dos co-
laboradores naquele que Burton considera
seu melhor filme: Edward Mãos de Tesoura, de
1990. O filme é um marco pois abriu para o
grande público o universo imaginário de Bur-
ton. Universo esse povoado de criaturas estra-
nhas, que se originam e se mesclam em diversas
influências.
Assim como em Edward e em Frankenwee-
nie (curta, 1984 e longa metragem, 2012) em
que Burton retoma o mito de Frankenstein,
sua obra é permeada por esses personagens que
foram descobertos em sua infância e juventu-
de. Dos cards que inspiraram Marte Ataca ao
universo sombrio dos personagens que transi-
tam em Batman. Como não se comover com o
Pinguim de Danny DeVito? Burton, mesmo
trazendo irreverência, humor negro e bizarri-
ces em seus filmes, nos deixa sempre, mesmo
que nas entrelinhas, perceber o adolescente que
ainda se deslumbra com o mundo. Que sabe
que o monstro dentro do armário pode, tam-
bém, ser algo bem fofinho. Alguém duvida?
Confira suas obras e depois me diga!
18
19
20
A dualidade humana
na obra de Tim Burton
Julia Maass
Ao pensar no diretor Tim Burton e nos filmes o que era motivo de prazer ou não. Daí surge a
criados por ele, uma palavra invade nossa men- Estética, disciplina voltada aos estudos da arte
te: o fantástico. Quando vamos ao cinema já e da beleza. A partir daí, também lança-se a
estamos preparados para vivenciar um espe- tentativa de definir o belo e, por consequência,
táculo, sabemos que as imagens e as histórias o seu “oposto”, o grotesco.
projetadas à nossa frente, por mais reais que Apesar deste último não possuir tanta con-
sejam, foram criadas com uma intenção. ceitualização teórica quanto seu contrário,
O cinema é, por princípio, imaginação, ima- está diretamente relacionado a ele. Muitas
gem, ou seja, supõe uma presença na ausência. vezes a feiúra foi atrelada a valores negativos
A projeção visual de um corpo significa que sua de caráter, à maldade, ao diabo, à morte, ao
presença não passa de uma impressão, fantas- cômico — que desemboca na caricatura, ao
magoria, portanto, para que a “realidade” cine- repugnante e também ao fantástico.
matográfica seja crível, a obra deve apresentar A Modernidade e o Romantismo abriram
verossimilhança, permitindo que o público se as portas para um novo olhar sobre o feio en-
identifique. É por isso que mesmo em filmes de quanto libertação da criatividade das amarras
ficção somos capazes de acreditar fielmente nos perfeitas do Neoclassicismo. O grotesco pas-
fatos mais mirabolantes exibidos. sou a ser uma necessidade criativa que equi-
Burton possui em seu gênio a maestria de libra a obra de arte iluminando o outro lado
orquestrar seus filmes ao ponto de mortos vi- da face humana. Vitor Hugo defendeu que só
vos, monstros, assassinos, alienígenas, enfim, existe um tipo de beleza, mas inúmeros tipos
os personagens mais excêntricos e as histórias de feiúra, portanto, o grotesco é sempre novo,
mais improváveis cativarem até o mais cético inquietante, e por isso gera interesse e curio-
dos homens. Isso se dá porque o diretor com- sidade.
preendeu o que é preciso para contar uma boa Esse lado obscuro da realidade faz parte do
história. belo. É a produção do contraste que gera a base
Desde a Antiguidade, quando surge a Filo- para o drama e “o drama é a poesia completa”.
sofia, a humanidade busca compreender como Apenas a arte, através da representação, per-
funciona sua representação e definir parâme- mite a vivência do horror. É sua domestica-
tros para julgar aquilo que produz. Incontáveis ção. Aristóteles já havia prenunciado essa ideia
filósofos pensaram nossos meios de expressão e quando considerava que era possível imitar de
21
maneira bela as coisas feias, mas os românticos Tim Burton constrói obras dramáticas com-
elevaram o conceito de grotesco, percebendo-o pletas, que jogam com a interpretação do es-
como parte da verdade e fonte para a criação pectador e fazem com que ele se perceba na
artística. liberdade e na complexidade que constituem
As obras de Tim Burton são o exemplo per- sua própria natureza e é nessa identificação que
feito da mistura e equilíbrio dos gêneros. Seus surge o encantamento.
personagens desajustados, feios, monstruosos,
muitas vezes apresentam algum traço belo de
caráter, ou vice versa. Edward Mãos de Tesou-
ra que, mesmo desfigurado, possui a inocên-
cia de uma criança, enquanto seus vizinhos,
aparentemente tão perfeitos, são fofoqueiros
superficiais. Assim como as crianças da Fan-
tástica Fábrica de Chocolates que desperdiçam
a chance de participarem de um lugar mági-
co, feliz, doce, perfeito, ao se mostrarem tão
arrogantes e mesquinhas. Estas características
ainda ampliam a modéstia de Charlie Bucket,
personagem contraponto.
Outra característica de harmonização dos
contrários em Burton pode ser percebida no
uso do humor, marca do grotesco. Ichabod, do
filme A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, um in-
vestigador forense de quem se espera coragem,
mostra-se caricaturalmente medroso; os mar-
cianos de Marte Ataca! que causam terror e pâ-
nico ao destruírem o planeta Terra enquanto se
divertem, ou ainda A Noiva Cadáver, cujo ar-
gumento arrepia a espinha, mas foi produzido
em forma de animação dentro do gênero musi-
cal, desestabilizando qualquer pré julgamento.
Filmes como Peixe Grande, O Lar das Crianças
Peculiares e Alice no País das Maravilhas equili-
bram em suas histórias noções de realidade (ain-
da que ficcionais), verossimilhança e fantasia,
abalando o sistema de crenças do espectador
que tem que se reajustar a cada nova informação
apresentada.
O ser humano é duplo, portanto, se reconhe-
ce na duplicidade das sensações e sentimentos. Julia Maass possui Mestrado em Cinema e Audiovisual pela Universida-
de Paris I - Panthéon-Sorbonne. Trabalhou como diretora de imagem na
Ao trabalhar com conceitos que se contrastam Empresa Brasil de Comunicação e como fotógrafa, cinegrafista e editora
e complementam, terror e humor, feiúra e be- de vídeo na Assessoria de Comunicação da Vice-presidência da República.
Atualmente é professora no Centro Universitário de Brasília, UNICEUB,
leza, maldade e bondade, realidade e fantasia, e no Centro Universitário IESB.
22
23
24
Tim Burton e a
fantástica fábrica
de filmes
Carlos Primati
Quando surgiu em cena, em rápida ascensão nhas do interior. Não necessariamente ácido,
em Hollywood em meados dos anos oitenta, mas debochado, ridiculariza o “american way
Tim Burton costumava ser considerado o es- of life” em toda sua cafonice.
quisitão favorito do cinema – uma alcunha que Burton, claro, não está sozinho; muito pelo
não só aparentemente nunca o incomodou, contrário, está em muito boa companhia: tal-
mas que ele cuidadosamente cultivou. Sempre vez os únicos outros cineastas do gênero fantás-
meticulosamente (des)arrumado, de cabelos tico contemporâneos a ele que desenvolveram
desgrenhados, sorriso sem graça e a expres- carreiras com obras ao mesmo tempo autorais e
são de quem está deslocado nas festas, Burton comerciais (em todas as expressões da fantasia,
atraía as atenções de quem estava enjoado do ficção científica e horror) são seu compatrio-
glamour monótono das celebridades, sempre ta Terry Gilliam e o mexicano Guillermo del
tão padronizadas. Toro. Com o colega de origem latina, Burton
Mas Tim é muito mais que um rostinho compartilha o fascínio por monstros gigantes
exótico: é um dos poucos – na verdade, pou- e super-heróis, e uma certa inclinação ao sen-
quíssimos – cineastas do gênero fantástico que timental mesclado ao macabro; com o ameri-
consegue aliar um pleno domínio dos temas, cano, o encanto pela animação bizarra, contos
vertentes e regras desse tipo de narrativa, com de fadas, senso de humor nada convencional e
o toque autoral e ao mesmo tempo de grande histórias sobre cinema. Com ambos, a releitura
apelo popular. É uma combinação rara. Como dos elementos góticos e a predileção por prota-
um genuíno Georges Méliès dos tempos mo- gonistas inadequados – além de um profundo
dernos, o americano se comprovou um mes- desejo de subverter as convenções do cinema
tre em todas as áreas do fantástico: dos contos comercial.
de fadas e fantasias mágicas à ficção científica Tim Burton conta que foi uma criança soli-
de discos voadores e histórias de super-heróis; tária que gostava de desenhar. Quando cresceu,
além, é claro, do horror, tanto em obras de ani- a atividade lúdica lhe garantiu um emprego na-
mação quanto com atores. E, dando seu toque quele que hoje é o estúdio mais poderoso do
pessoal, quase sempre adicionando uma dose planeta: a Disney. Depois de adquirir alguma
de humor e absurdo que reinterpretam esses experiência com serviços quase protocolares em
temas em cenários tipicamente ianques: o su- algumas produções de animação do estúdio,
búrbio das grandes metrópoles ou as cidadezi- conseguiu prestígio suficiente dentro da firma
25
para fazer seus primeiros trabalhos autorais: a leque do fantástico: Edward Mãos de Tesoura
animação curta Vincent (1982), um poema gó- (1990) combina elementos de gótico e fantasia
tico bem humorado narrado pelo icônico mes- para evocar, mais uma vez, uma história com
tre do horror Vincent Price, e Frankenweenie ecos de Frankenstein (o clássico de 1931, estre-
(1984), um média-metragem que reinventa a lado por Boris Karloff como o monstro, é seu
história de Frankenstein com um cão de esti- filme predileto). Marcou também sua primei-
mação revivido a base de eletricidade. As duas ra parceria com o astro Johnny Depp, que nos
obras, realizadas em preto e branco, apontam próximos anos seria protagonista da cinebio-
de maneira clara as propostas estéticas e nar- grafia Ed Wood (1994) e outras extravagâncias
rativas do diretor, que o acompanhariam por góticas de Burton, como A Lenda do Cavaleiro
toda sua trajetória. sem Cabeça (1999), Sweeney Todd, o Barbeiro
Demoníaco da Rua Fleet (2007) e Sombras da
Fantasmas e super-heróis Noite (2012).
Seu primeiro longa-metragem de horror na ver- O imaginário macabro do diretor se manifes-
dade foi uma comédia surreal e sobrenatural: ta mais plenamente em sua versão de A Lenda
Os Fantasmas Se Divertem (1988), estrelada por do Cavaleiro sem Cabeça (1820), de Washing-
Michael Keaton, na qual o humor peculiar já é ton Irving, uma das mais importantes contri-
bastante evidente – em especial na inesquecível buições ianques à literatura de horror e quase
cena em que fantasmas se apossam dos huma- inexplorada pelo cinema até então. Neste filme
nos para forçá-los a cantar e dançar “Day-O”, se nota a influência do italiano Mario Bava,
na voz de Harry Belafonte. O inesperado suces- um de seus cineastas favoritos, na abordagem
so do filme foi um passo decisivo para o cineas- do gótico, na mesma medida que outro de seus
ta começar a consolidar sua carreira. prediletos – o cult britânico O Homem de Pa-
O primeiro indício de que ele era capaz de lha (1973) – provavelmente inspirou, com sua
se relacionar com o entretenimento de massa e cantoria, danças e personagens aloucados, o
ao mesmo tempo manter sua assinatura como musical mórbido Sweeney Todd.
artista foi a ambiciosa empreitada de levar o Mas se engana – e pode inclusive se decep-
super-herói Batman para as telas. O persona- cionar – quem busca em Burton um represen-
gem das histórias em quadrinhos estava pas- tante convencional do gótico: o macabro em
sando por uma revitalização nas graphic novels, sua obra é sempre salpicado pelo kitsch, pelo
reimaginado por talentos como Frank Miller senso de autoparódia, quase sarcasmo, como
e Alan Moore, quando a Warner Bros., deten- se por baixo de toda aquela estética cinzenta,
tora do catálogo da editora DC Comics, con- chuvosa e aparentemente tristonha estivesse
tratou Burton para dirigir o longa-metragem. um discurso galhofeiro sobre a discordância
Orçado em US$ 35 milhões e lançado em destes elementos na ensolarada e colorida Ca-
1989, arrecadou mais de dez vezes esse mon- lifórnia (a terra natal do diretor) ou na Améri-
tante nas bilheterias; para a continuação Bat- ca como um todo.
man, o Retorno (1992), Burton teve um orça-
mento ainda mais generoso: cerca de US$ 80 Entre a distopia e a fantasia
milhões para levar às telas sua visão sombria e As convicções estéticas (e mesmo ideológicas,
pessimista de Gotham City e uma estética de se podemos chegar a tanto) se mantiveram
inspiração expressionista. quando o diretor enveredou pela ficção cien-
Suas próximas empreitadas ampliaram o tífica. Marte Ataca! (1996) é uma deliciosa
26
aventura retrô sobre invasão alienígena com Todos sabem que devem esperar uma extrava-
uma das inspirações mais singulares de todo o gância típica de uma mente imaginativa e in-
cinema: uma coleção de “cards” colecionáveis convencional, mas que nunca deixa de surpre-
que vinham em embalagens de chiclete, lan- ender e encantar.
çada originalmente em 1962. O elenco estelar
(Jack Nicholson e Glenn Close, só para come-
çar) é apenas uma decoração luxuosa nesta his-
tória sobre um grupo de excluídos que salvará
a América – e, por extensão, o mundo – de
marcianos extremamente agressivos ao som de
“It’s Not Unusual”, de Tom Jones.
Em seguida o diretor lançou seu olhar a um
futuro distante (e primitivo) na reimaginação
do clássico distópico O Planeta dos Macacos
(2001), um projeto antigo que havia passado
pelas mãos de inúmeros diretores, e que embo-
ra seu resultado em geral não seja considerado
satisfatório, faturou quase o dobro de seu orça-
mento estimado em US$ 100 milhões.
Os contos de fadas sempre foram uma paixão
do diretor: suas primeiras obras do tipo foram
as produções para a televisão Hansel and Gre-
tel (1983) e Aladdin and His Wonderful Lamp
(1986). Mas foi a partir do começo dos anos
2000 que Burton explorou mais assiduamente
suas possibilidades, tanto em obras dramáticas
e mais adultas como Peixe Grande e Suas His-
tórias Maravilhosas (2003) quanto em revisões
de clássicos infanto-juvenis como A Fantástica
Fábrica de Chocolate (2005) e Alice no País das
Maravilhas (2010).
Sempre retornando à sua antiga casa, Bur-
ton prosseguiu produzindo em parceria da
Walt Disney Pictures, refazendo Frankenwe-
enie (2012) numa superprodução em preto Carlos Primati é pesquisador de cinema, curador, crítico (membro da
e branco, com animação em stop-motion, e Abraccine), tradutor e editor, especializado no gênero fantástico, ministra
dando vida ao mais amado filhote de elefante cursos e palestras sobre horror, ficção científica e fantasia, em diversos
eventos voltados ao tema e em instituições como SESC e MIS-SP. Escreve
em Dumbo (2019). Praticamente um rebelde sobre cinema para inúmeras publicações e lançamentos em home video,
em meio a uma produção em grande parte pas- colaborando em livros das editoras DarkSide, Clepsidra, Diário Macabro
e outras, e para DVDs e Blu-rays da Versátil, Obras-Primas do Cinema e
teurizada e previsível, Tim Burton se mantém DarkFlix.Contribuiu com catálogos de mostras como Hitchcock, Mons-
relevante no cinema comercial, e um dos raros tros no Cinema,Rock Terror,George Romero,Stephen King, Hammer e
Terry Gilliam. Foi um dos curadores, juntamente de Breno Lira Gomes,
talentos que ainda despertam um interesse ge- da mostra macaBRo, produzida pelo CCBB e exibida online com muito
nuíno sempre que anuncia um novo projeto. sucesso pela plataforma DarkFlix em outubro/novembro de 2020.
27
Filmografia
Filmes amadores Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet
The Island of Doctor Agor (idem, 1971) Street, 2007)
Houdini: The Untold Story (idem, 1971) Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonder-
Stalk of Celery Monster (idem, 1979) land, 2010)
Doctor of Doom (idem, 1979) Sombras da Noite (Dark Shadows, 2012)
Luau (idem, 1982) Frankenweenie (idem, 2012)
Grandes Olhos (Big Eyes, 2014)
Curtas-metragens O Lar das Crianças Peculiares (Miss Peregrine’s
Vincent (idem, 1982) Home for Peculiar Children, 2016)
Frankenweenie (idem, 1984) Dumbo (idem, 2019)
Stainboy (idem, 2000)
Produtor
Telefilmes O estranho mundo de Jack (The Nightmare Befo-
João e Maria (Hansel and Gretel, 1982) re Christmas, 1993)
Alfred Hitchcock Apresenta: O Jarro (Alfred Hit-
chcock Presents: The Jar, 1985)
O Teatro dos Contos de Fadas: Alladin e Sua
Lâmpada Maravilhosa (Shelley Duvall’s Faerie
Tale Theater: Alladin and His Wonderful Lamp,
1986)
Longas-metragens
As Grandes Aventuras de Pee-Wee (Pee-Wee’s Big
Adventure, 1985)
Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice,1988)
Batman (idem, 1989)
Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands,
1990)
Batman: O Retorno (Batman Returns, 1992)
Ed Wood (idem, 1994)
Marte Ataca (Mars Attacks!, 1996)
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy
Hollow, 1999)
Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 2001)
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (Big
Fish, 2003)
A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and
the Chocolate Factory, 2005)
A Noiva Cadáver (Corpse Bride, 2005) *Fonte: FERENCZI, Aurélien (org.). Masters of Cinema: Tim Burton.
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Paris: Cahiers du Cinema, p. 98-100, 2010.
28
28
29
Programação Oca
Sábado, 23 de julho
10h30 A noiva cadáver (dublado)
14h O estranho mundo de Jack (dublado)
16h Sweeney Todd: O barbeiro demoníaco da Rua Fleet
19h Edward mãos de tesoura
Domingo, 24 de julho
10h30 A fantástica fábrica de chocolate (dublado)
14h Frankenweenie (dublado)
16h Sombras da noite
19h Batman
Sábado, 30 de julho
10h30 Dumbo (dublado)
14h Peixe grande e suas histórias maravilhosas
16h40 A lenda do cavaleiro sem cabeça
19h Batman: o retorno
Domingo, 31 de julho
10h30 Alice no país das maravilhas (dublado)
14h Marte ataca!
16h20 Ed Wood
19h Os fantasmas se divertem
30
30
31
Sinopses filmes mostra
Longa-metragens imagens no gelo. No entanto, Edward é vítima da
sua inocência e se é amado por uns, é perseguido e
O s F antasmas se D ivertem usado por outros.
Beetlejuice 1988 ∙ 92 min, livre ∙ Diretor: Tim
Burton ∙ Sinopse: Após morrerem quando o car- B atman : O R etorno
ro deles cai em um rio, Barbara e Adam Maitland Batman Returns 1985 ∙ 126 min, 12 anos ∙ Dire-
se veem como fantasmas que não podem sair da tor: Tim Burton ∙ Sinopse: Com o objetivo de ma-
sua casa de campo na Nova Inglaterra, pois antes nipular Gotham City, um milionário tenta trans-
que possam ganhar suas asas têm que ocupar a casa formar Pinguim, um ser deformado que tinha sido
como fantasmas pelos próximos cinqüenta anos. A abandonado ainda bebê nos esgotos, em prefeito da
paz é rompida quando Charles e Delia Deitz, um cidade. Como se isto não bastasse, surge a Mulher-
casal de novos-ricos, compra a casa. Mas os Mai- -Gato que, apesar de ser linda e sedutora, também
tland são inofensivos como fantasmas e os esforços tem dupla personalidade.
para espantar os novos proprietários são em vão. E
se o casal não fica apavorado, Lydia Deitz, a excên- E d W ood
trica e dark filha deles, pode ver e falar com Bar- 1988 ∙ 92 min, livre ∙ Diretor: Tim Burton ∙ Sinopse:
bara e Adam, que contratam os serviços de um tal Um retrato exótico da vida de Ed Wood, com re-
Beetlejuice para assustar os moradores. latos focados nos anos 1950, quando o diretor se
envolveu com um bando de atores desajustados, in-
B atman cluindo um Béla Lugosi em fim de carreira. Duran-
1989 ∙ 126 min, 12 anos ∙ Diretor: Tim Burton te esta época, ele produziu filmes de péssima quali-
∙ Sinopse: Em Gotham City o milionário Bruce dade, que o fizeram passar para a história como o
Wayne, que quando jovem teve os pais assassina- pior diretor de todos os tempos.
dos por bandidos, resolve combater o crime como
Batman, o Homem-Morcego. Mas chega o dia em M arte ataca
que o vilão Coringa decide dominar a cidade e se Mars Attacks! 1996 ∙ 106 min, 14 anos ∙ Diretor:
torna um grande desafio para o herói. Tim Burton ∙ Sinopse: Os marcianos invadem nos-
so planeta, matando e destruindo tudo no caminho,
E dward M ãos de T esoura por pura diversão e com o intuito de transformar a
Edward Scissorhands 1990 ∙ 105 min, 14 anos ∙ Terra num “parque de diversões”. Se ninguém achar
Diretor: Tim Burton ∙ Sinopse: Peg Boggs é uma uma maneira de detê-los, a raça humana está con-
vendedora da Avon que acidentalmente descobre denada à extinção.
Edward, jovem que mora sozinho em um castelo
no topo de uma montanha, criado por um inventor A L enda do C avaleiro sem C abeça
que morreu antes de dar mãos ao estranho ser, que Sleepy Hollow 1999 ∙ 105 min, 18 anos ∙ Diretor:
possui apenas enormes lâminas no lugar delas. Isto Tim Burton ∙ Sinopse: Em 1799, uma série de cri-
o impede de poder se aproximar dos humanos, a mes envolvendo inocentes acontece no pequeno vi-
não ser para criar revolucionários cortes de cabelos, larejo de Sleepy Hollow. Para investigar o caso é cha-
mas ele dá vazão à sua solidão interior ao podar a mado o detetive nova-iorquino Ichabod Crane, um
vegetação em forma de figuras ou esculpir lindas excêntrico e determinado oficial de polícia com um
32
32
jeito avant-garde de solucionar crimes. Os métodos Desejando desfazer o ocorrido para poder enfim se
investigativos de Ichabod serão postos à prova neste casar com Victoria, aos poucos Victor percebe que
caso, que envolve um ser sobrenatural que pode ser a Terra dos Mortos é bem mais animada do que o
o causador de todos os crimes. meio vitoriano em que nasceu e cresceu.
33
33
nabás é um playboy inveterado que tem a cidade Longa-metragem
de Collinsport aos seus pés. Após seduzir e partir o Autor/Produtor
coração de Angelique Bouchard, sem saber que era
uma bruxa, ele é transformado em vampiro e preso O E stranho M undo de J ack
numa tumba por dois séculos. The Nightmare Before Christmas 1993 ∙ 77
min, Livre ∙ Diretor: Henry Selick ∙ Produtor: Tim
F rankenweenie Burton e Denise Di Novi ∙ Sinopse: Jack Skellington
2012 ∙ 87 min, 10 anos ∙ Diretor: Tim Burton ∙ Si- é um ser fantástico que vive na Cidade do Hallowe-
nopse: Victor adora fazer filmes caseiros de terror, en, um local cercado por criaturas fantásticas. Lá to-
quase sempre estrelados por seu cachorro Sparky. dos passam o ano organizando a festa de Halloween
Quando o cão morre atropelado, Victor fica triste do ano seguinte. Após mais um Halloween, Jack se
e inconformado. Inspirado por uma aula de ciên- mostra cansado de fazer aquilo todos os anos. Assim,
cias que teve na escola, na qual um professor mos- ele deixa os limites da Cidade do Halloween e va-
tra ser possível estimular os movimentos através da gueia pela floresta, onde por acaso acha alguns por-
eletricidade, ele constrói uma máquina para reviver tais, sendo que cada um leva até um tipo festividade.
Sparky. O experimento dá certo, mas o que Victor Jack acaba atravessando o portal do Natal, onde vê
não esperava era que seu melhor amigo voltasse com demonstrações do espírito natalino.
hábitos um pouco diferentes.
D umbo
2019 ∙ 128 min, 10 anos ∙ Diretor: Tim Burton
∙ Sinopse: Ex-astro de circo retorna da guerra e
dá de cara com um mundo em dificuldades. Seu
circo atravessa uma fase financeira complicada e
ele acaba encarregado de cuidar de um filhote de
elefante, cujas orelhas chamam a atenção de todo
mundo pelo seu tamanho descomunal. O que ele
não imagina é que aquelas grandes orelhas, servem
para fazer o elefantinho... Voar! Quem sabe assim
o circo não possa ser salvo? Remake do desenho
animado de mesmo nome realizado pela Disney
em 1941.
34
34
35
Créditos
Equipe exposição Equipe mostra de filmes
Curadoria Curadoria e Produção Mostra de Filmes
Jenny He Breno Lira Gomes – BLG Entretenimento
Tim Burton Productions Colecta Produções e Eventos
Brandi Pomfret Assistente de curadoria e produção
Concepção Daniela Barbosa
Leo Rea Lé e Naum Simão Direção de produção
Relações institucionais André Lucena
Suzana Campos Souza Produção técnica
Coordenação e direção geral Helton Madrona
Leo Rea Lé e Naum Simão Produtores assistentes
Relações internacionais Davi Matias
Lipe Tortoro Julio Santos
Cláudio de Matos Audiovisual
Realização Maxi Áudio, Luz e Imagem
Rua 34 Produções Artísticas
Produção Equipe catálogo mostra de filmes
Colecta Produções
Organização
Direção de produção Breno Lira Gomes
André Lucena
Coordenação Editorial
Produção Executiva Baltazar Produção & Conteúdo
Luli Hunt
Revisão de Textos
Coordenação de Produção Antero Leivas
Tati Nunes Carlos Primati
Produção técnica Projeto gráfico
Helton Madrona Folha Verde Design
Produtores Assistentes Artigos
Davi Matias Jenny He
Julio Santos Julia Maass
Laura Loguercio Cánepa
Rita Ribeiro
Breno Lira Gomes
Carlos Primati
36
36
Agradecimentos especiais
Tim Burton
Jenny He
Agradecimentos
Abraão Silvestre, Adriana Cristovão, Angélica Coutinho, Antero Leivas, Arthur Senra, Carlos Primati, Catharina Atte-
ma, Cecilia Barroso, Debora Neri, Editora Leya, Fernanda Teixeira, Giuliana Danza, Gregory Baltz, Guilherme Lopes
Moura, Jaque Del Debbio, João Beltrão, João Silva, Julia Maass, Karen Lima, Larry McCallister, Laura Loguercio Cáne-
pa, Livia Maria Villela de Mello Motta, Luiz Patolli, Lygia Santos, Madalena Martins, Marcelo Miranda, MIS – Museu
da Imagem e do Som de São Paulo, Monique Avelino, Paramount Pictures (Brasil), Raquel Almeida, Renan Pessanha
Daniel, Renato Bissa, Rita Ribeiro, Samuel Ferreira, Sávio Leite, The Walt Disney Company (Brasil), Thiago Sabino,
Tiago Belotti e Warner Bros. (Brasil).
37
37
38
39
Crédito da imagem: Disney. Todos os direitos reservados.
ISBN: 978-65-86448-10-8 | Venda proibida