O documento descreve uma conversa entre cientistas e o presidente sobre um meteorito que vai colidir com a Terra. Os cientistas, liderados por David Hume, tentam convencer o presidente do perigo, mas ele duvida da validade do conhecimento científico. Hume defende que o conhecimento sobre o mundo vem da experiência sensorial.
O documento descreve uma conversa entre cientistas e o presidente sobre um meteorito que vai colidir com a Terra. Os cientistas, liderados por David Hume, tentam convencer o presidente do perigo, mas ele duvida da validade do conhecimento científico. Hume defende que o conhecimento sobre o mundo vem da experiência sensorial.
O documento descreve uma conversa entre cientistas e o presidente sobre um meteorito que vai colidir com a Terra. Os cientistas, liderados por David Hume, tentam convencer o presidente do perigo, mas ele duvida da validade do conhecimento científico. Hume defende que o conhecimento sobre o mundo vem da experiência sensorial.
O documento descreve uma conversa entre cientistas e o presidente sobre um meteorito que vai colidir com a Terra. Os cientistas, liderados por David Hume, tentam convencer o presidente do perigo, mas ele duvida da validade do conhecimento científico. Hume defende que o conhecimento sobre o mundo vem da experiência sensorial.
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Descartes: Patrícia (presidente)
Hume: Ana Sofia (cientistas)
Apoiante 1: Letícia (cientistas) John Locke Apoiante 2: Laurent (cientistas) Francis Bacon
Contexto: Cientistas detetaram que vai cair um meteorito na
terra, tentam avisar o presidente, mas ele não acredita. 1: Bom dia! 2: Bom dia! Hume: Bom dia, o meu nome é David Hume, nasci em Edimburgo, na Escócia no dia 7 de maio de 1711. Desde jovem demonstrei interesse pela filosofia e pelas artes, fui um filósofo, historiador, ensaísta e diplomata escocês. Tornei-me conhecido pelo meu sistema filosófico radical baseado no empirismo, ceticismo e naturalismo. Fui considerado um dos mais importantes representantes do empirismo radical e um dos mais destacados filósofos modernos do Iluminismo. Com 13 anos, devido à minha precocidade intelectual, fui enviado pela minha família para cursar Direito na Universidade de Edimburgo. Depois de dois anos, deixei a universidade e vi- me obrigado a trabalhar. Entrei no mundo do comércio e trabalhei numa importadora de açúcar na Inglaterra. Nessa época dedicava-me à leitura de obras literárias, filosóficas e históricas, além de estudar matemática e ciências naturais. Em 1734, com o objetivo de aprofundar os estudos, viajei para a França. 3 anos depois, voltei à Inglaterra. Aos 65 anos, acabei por falecer, a 25 de agosto de 1776. Presidente: Bom dia senhores Cientistas, ouvi dizer que um astro, um cometa ou algo assim vos anda a preocupar. Falem- me disso e depois digam-me porquê. Apoiante 1 : Fala agora Hume: Senhor presidente, há cerca de 36 horas, o doutorando Francis Bacon descobriu um cometa muito grande. Presidente : Que bom para si. Hume: Mede entre 5 e 6 km de diâmetro e calculamos que tenha vindo da nuvem Oort. Que é a região mais distante do sistema solar. John: Usando o método de gauss de determinação de órbitas e a variação astrométrica média de 0,04 arcosegundos, questionamos... Presidente: Que raio é isso? Bacon: O doutor Hume está a tentar dizer que um cometa se dirige para a terra e segundo os computadores da Nasa o objeto cairá no oceano pacífico. Presidente: E o que que vai acontecer ? Um tsunami ? Hume: não. Será muito mais catastrófico, vão ser vários tsunamis por todo o mundo. Presidente: está com uma respiração muito ofegante. Hume: Não, só estou a tentar explicar a ciência, conseguimos conhecer isto olhando para o mundo e através da experiência , é um conhecimento a posteriori. John: Estamos a tentar explicar o melhor possível Bacon: Senhor presidente, este cometa é chamado de destruidor de planetas. Presidente: Qual é o nível de certeza ? Qual é a validade do conhecimento ? Hume:
Jonh- foi através de raciocínios indutivos que conseguimos afirmar que um asteroide caíra sobre a Terra. Bacon- os dados ou impressões sensíveis são as unidades básicas do conhecimento. Jonh- isso significa que qualquer crença substancial, desde que não seja acerca da nossa experiência, tem de ser justificada com base nela. Bacon- Por isso procuramos demonstrar que as nossas crenças substanciais, por mais complexas que sejam, têm por base crenças simples acerca da nossa experiência direta. Presidente: Não concordo! Na minha opinião, o conhecimento é fundamentado a partir do cogito, “Penso, logo existo”. Mas pronto, isso não me interessa. Quanto é que tudo isto me vai custar? Hume- Há várias ajudas governamentais e ações possíveis através da NASA. Sabemos que isto vale a pena porque :
Presidente: Quais são os dois grandes tipos de percepções que
existem nas nossas mentes? Hume: As ideias simples são cópias de impressões simples, isto é, de impressões que não podem ser decompostas em elementos mais simples (como a ideia de esfera e a ideia de azul). As ideias complexas são combinações de ideias mais simples (como a ideia de esfera azul). 1: As impressões correspondem aos dados da nossa experiência imediata, isto é, correspondem àquilo que estamos a sentir num determinado momento, e são mais intensas e mais vívidas do que as ideias. Podem ser sentimentos externos, como por exemplo, ver a cor azul. Ou sentimentos internos como o sentimento de raiva. 2- As ideias são cópias enfraquecidas das impressões. As ideias podem ser simples, são as que não se podem decompor. Ou podem ser complexas, que podem ser decompostas em ideias mais simples. Estas podem vir da memória ou da imaginação . Hume- À nascença a nossa mente é como uma tábula rasa, ou folha em branco, uma vez que as ideias são cópias enfraquecidas das impressões, não pode existir na nossa mente nenhuma ideia que não tenha uma impressão que lhe corresponde. 1: este princípio designa-se princípio da cópia. Presi- tem algum argumento a favor deste princípio? Hume- sim há 2 argumentos, o argumento prioridade e o argumento do cego de nascença. 1:O argumento da prioridade diz-nos que o facto de cada uma das nossas ideias se fazer acompanhar de uma impressão que lhe corresponde indica que há uma relação de dependência entre elas, e o facto de as impressões surgirem sempre primeiro leva-nos a concluir que são as ideias que dependem das impressões e não o contrário 2: Segundo o argumento do cego de nascença se as ideias não fossem meras cópias de impressões, então um cego de nascença poderia ter a ideia de azul (ou verde, ou vermelho), apesar de nunca ter visto tal coisa. Mas o facto é que um cego de nascença não pode ter a ideia de azul (ou verde, ou vermelho); portanto, as ideias não passam de meras cópias das impressões. Hume: Porém, prevejo a possibilidade de se encontrar uma contra exemplo ao princípio da cópia. 1: Mas ainda o estamos a estudar… Hume: Este contraexemplo consiste em imaginar, por exemplo, uma situação em que alguém é colocado perante uma vasta gama de tons de azul, sendo um dos tons de azul sido propositalmente escondido. 2: Alguém que nunca tenha tido experiência desse particular tom de azul pode, ainda assim, formar uma ideia a seu respeito, mesmo na ausência de uma impressão que lhe corresponda. Hume: Ora, isso não seria possível se, de facto, todas as nossas ideias fossem cópias de impressões. Embora eu desvalorize este como contraexemplo, a verdade é que ele pode minar a nossa confiança no princípio da cópia. Presi- Então como explica que possamos ter ideias como as de sereia, centauro, e cavalo alado se nunca vimos tais coisas Hume- Este facto explica-se com base na distinção entre ideias simples e complexas. De facto, as nossas ideias simples têm de ter uma impressão que lhes corresponde diretamente. Mas podemos usar a imaginação para combinar as nossas ideias de formas inéditas. Por exemplo, posso nunca ter visto uma sereia, mas já vi mulheres e já vi peixes e, por isso, tenho estas ideias na minha mente. Ora, posso usar a minha imaginação para combinar estas ideias mais simples numa ideia complexa que, embora não tenha nenhuma impressão que lhe corresponda diretamente, não deixa de ter origem na experiência. Presi- Então a ideia de deus é uma ideia simples ou complexa? Hume-
Presi: A existência de Deus é provada a partir da ideia inata de
perfeição, com um argumento causal.
Hume- Vai-me desculpar, mas não vejo nenhuma razão para
considerar que não fomos nós que criámos a ideia de Deus através da imaginação. Presi- como assim? Hume- Então de certa forma, podemos formar a ideia de Deus, no sentido de um ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso, a partir de uma reflexão sobre as capacidades da nossa própria mente e de imaginarmos o que seria um ser com essas qualidades elevadas à potência máxima. Presi- Que tipo de conhecimento nos podem fornecer informações sobre o mundo. Hume- Até agora, estabelecemos a distinção entre impressões e ideias. Esta distinção diz respeito aos elementos do conhecimento. Existem então 2 tipos de conhecimento: relações de ideias e questões de facto. 1: As relações de ideias correspondem ao tipo de conhecimento que pode ser obtido apenas mediante a análise do significado dos conceitos envolvidos numa proposição. Por exemplo, para saber que a proposição “Nenhum solteiro é casado” é verdadeira, basta saber o significado dos termos “solteiro” e “casado”. Trata-se de uma verdade necessária, pois a sua negação – “Algum solteiro é casado” – implica uma contradição nos termos. Este tipo de conhecimento é característico de áreas como a matemática, a geometria e a lógica, e é um bom exemplo de conhecimento a priori. 2: As questões de fato correspondem ao tipo de conhecimento que só pode ser obtido diretamente através das impressões (ou seja, através da experiência) e que nos fornece informação verdadeira acerca do mundo. Por exemplo, “A neve é branca” é uma questão de facto, pois para se saber que a neve é branca é preciso ter experiência da neve e da sua cor. Não existe nada nos conceitos de “neve” e de “brancura” que torne a proposição “A neve não é branca” uma contradição nos termos. Este tipo de conhecimento é característico das ciências da natureza (como a física, por exemplo) e é um bom exemplo de conhecimento a posteriori. Hume: Apenas o conhecimento sobre questões de facto nos pode fornecer informações acerca do mundo, pois as relações de ideias, embora expressem verdades necessárias, referem-se apenas às relações entre o significado das ideias envolvidas, mas nada dizem acerca do que existe. Presi: Todos nós estamos dispostos a assumir a existência do mundo exterior as nossas mentes, que não depende da nossa perceção e que é a verdadeira causa das nossas impressões. Certo? Hume: nada pode estar presente à mente a não ser a imagem ou percepção, e os sentidos são apenas as entradas por onde as imagens são transportadas, sem conseguirem suscitar uma comunicação imediata entre a mente e o objeto. Não confundas os objetos exteriores e o mundo exterior à nossa mente, com as nossas percepções dos mesmos. 1: conclui-se que nunca poderemos saber se a indução é fiável e se o mundo exterior existe. 2: Pensa-se que apesar de nunca podermos saber se a indução é fiável e se o mundo exterior existe, devemos assumir essas duas ideias no nosso dia a dia, pois caso contrário, a nossa vida seria impraticável. Presi: Não concordo, a existência de um mundo exterior às nossas mentes é uma explicação da nossa experiência muito mais plausível do que qualquer cenário cético que possamos imaginar; por isso, podemos considerar que estamos racionalmente justificados a acreditar nisso. Hume: Calma, Sr Presidente, ainda não chegámos às objeções. Presidente: Então como justifica a sua resposta ao problema do mundo exterior? Hume: Fácil! Com base no facto de que nós apenas temos acesso direto a certas imagens ou representações mentais dos objetos exteriores à mente e nunca podemos sair do interior das nossas mentes para confirmar que essas imagens ou representações mentais são, de facto, provocadas por esses objetos. apoiante 1: Concluindo, nunca poderemos saber se a indução é fiável e se o mundo exterior existe. E daqui podem retirar-se duas implicações destas conclusões para o nosso dia a dia. apoiante 2: Apesar de nunca podermos saber se a indução é fiável e se o mundo exterior existe, devemos assumir essas duas ideias no nosso dia a dia, pois caso contrário, a nossa vida seria impraticável. Presidente: Então os céticos não têm razão. É possível alcançar conhecimentos indubitáveis (ideias claras e distintas, cuja verdade é garantida por Deus) que podem ser racionalmente justificados. Certo? Hume: Em parte. Temos alguns conhecimentos, mas em muitas áreas temos apenas crenças sem justificação, mas que não podemos rejeitar. 1: Sabemos que no passado após comer pão ficámos sem fome porém, não sabemos se da próxima vez que comermos pão ficaremos sem fome. A experiência não nos mostra uma conexão necessária entre a ingestão do pão e o desaparecimento da fome, apenas a conjunção constante dos dois fenómenos. 2: A experiência imediata marca, portanto, o limite do conhecimento humano. Em consequência, muitas proposições científicas não poderão ser consideradas conhecimento.
Descartes: Até agora só vi várias ideias soltas. Para si existe
algum princípio de associação de ideias? Hume: Sim! Existem princípios de associação de ideias na mente humana: a semelhança, a contiguidade e a causalidade. 1: O princípio da semelhança diz-nos que, quando duas ideias se assemelham em algum aspeto, o aparecimento de uma dessas ideias na mente é frequentemente acompanhado pelo aparecimento da outra, como acontece, por exemplo, entre um retrato e a pessoa retratada. 2: O princípio da contiguidade diz-nos que, quando duas ideias representam coisas contíguas (no espaço ou no tempo), o aparecimento de uma dessas ideias na mente é frequentemente acompanhado pelo aparecimento da outra, como acontece, por exemplo, com o toque de entrada e a aula que vais ter. 1: E por fim, princípio da causalidade diz-nos que, quando representamos duas ideias como estando numa relação de causa e efeito, o aparecimento de uma dessas ideias na mente é frequentemente acompanhado pelo aparecimento da outra, como acontece, por exemplo, quando aquecemos a água e ela evapora.
Presidente: Ideia de Causalidade? Não percebi bem essa!
Hume: A ideia da causalidade consiste na existência de uma conexão necessária entre dois acontecimentos quando a ocorrência de um deles torna necessária a ocorrência do outro. Presi: Então esta ideia coloca um enorme desafio ao seu empirismo, uma vez que a negação de qualquer relação causal não resulta em qualquer contradição, esta ideia não corresponde a uma relação de ideias. Então, será que se pode dizer que estas ideias provêm da experiência? Como pode sustentar que a ideia de causalidade tem uma origem empírica se aparentemente não existe nenhuma impressão que lhe corresponda? Hume: A ideia de causalidade não se funda na razão, mas sim na experiência da conjunção constante entre dois acontecimentos, ou seja, no hábito ou costume. Temos experiência de uma conjunção constante entre dois acontecimentos quando a experiência de um deles surge sempre associada à experiência do outro. Isso desencadeia em nós a expectativa de que um deles irá ocorrer sempre que o outro ocorra. É essa expectativa que está por detrás da nossa ideia de causalidade. Presi: E como justificam isso? 2: Recorrendo à experiência mental do Adão Inexperiente. Esta experiência mental consiste em imaginar alguém que, embora seja “dotado da mais forte capacidade e razão natural”, ainda não tenha tido qualquer experiência das regularidades do mundo. Como consequência dessa falta de experiência, por mais dotada que essa pessoa fosse de um ponto de vista racional, seria incapaz de inferir qualquer efeito apenas pela simples ocorrência da sua causa. 1: Se imaginássemos que essa pessoa adquire mais experiência do mundo e das suas regularidades, perceberíamos que isso bastaria para que se tornasse capaz de fazer tal inferência. Ora, isto mostra que a experiência de uma conjunção constante entre dois acontecimentos é simultaneamente necessária e suficiente para que tenhamos ideia de uma relação causal (ou conexão necessária) entre ambos. Descartes: Então, o que é ao certo uma conjunção constante? Hume: Temos experiência de uma conjunção constante entre dois acontecimentos quando a experiência de um deles surge sempre associada à experiência do outro. Descartes: Mas afinal, que razões temos para acreditar que só porque até hoje dois acontecimentos apareceram constantemente conjugados o mesmo irá acontecer daqui em diante? Hume: não temos forma de justificar racionalmente a nossa confiança na indução. Presi: E como justificam tudo isso? 1: Esta não pode ser justificada a priori, pois não se trata de uma relação de ideias, nem pode ser justificada a posteriori, porque recorrendo à experiência teremos apenas acesso a alguns casos de indução. 2: E se generalizarmos a partir de alguns casos bem-sucedidos para todos os outros, estaremos a cometer uma petição de princípio, pois estaremos a recorrer à indução para justificar a nossa confiança na própria indução. Descartes: Já o senhor Thomas Reid te deve ter dito que haver uma Conjunção constante entre dois acontecimentos não é uma condição suficiente, nem uma condição necessária para que exista uma relação de causalidade entre ambos. Não é suficiente, porque existem acontecimentos que se sucedem constantemente sem que sejam a causa um do outro, como a sucessão entre dias e noites, por exemplo. Não é necessário porque existem acontecimentos que se encontram numa relação causal, embora não surjam constantemente associados. Como acontece, por exemplo, nos casos em que a relação causal é uma ocorrência singular, única, e irrepetível. Hume: Muito bem, Senhor Presidente, Mal saímos daqui, iremos estudar melhor estes contra exemplos Para poder melhorar a nossa teoria. Presidente: Penso que temos justificação racional para acreditar na existência do mundo exterior, ainda que essa justificação não seja absolutamente infalível. 1: O que quer dizer com isso? Presidente: Acho que pode ser racional acreditar numa criança mesmo na ausência de uma justificação absolutamente infalível, porque de entre as alternativas disponíveis para explicar a nossa experiência, pode haver uma que se destaca por ser mais plausível do que todas as outras. 2: No dia a dia também não pomos em causa a existência do mundo exterior. Só achamos que quando estamos a examinar o que é que podemos saber ao certo, devemos adotar uma atitude mais crítica. Presidente: Tanta coisa por causa de uma pedra a cair na Terra! Já chega, já perdi muito tempo. Podem ir-se embora!