ExerciciosStoodiMed Agosto 01
ExerciciosStoodiMed Agosto 01
ExerciciosStoodiMed Agosto 01
01/08 a 05/08
Lista de
Exercícios
Toda semana uma lista
com exercícios difíceis
exclusivos para você
praticar ainda mais!
Matérias:
Gramática
Literatura
Geografia
História
Biologia
Matemática
Filosofia
Química
Física
Gramática
Esta lista de exercícios busca avaliar a habilidade de o estudante resolver questões que envolvam regência
verbal e nominal, tendo como conceito básico a utilização das preposições, conforme o estudado no módulo
Regência.
O interesse pela história deu origem aos museus e também à decisão de preservar os monumentos históricos. A
justificativa inicial dessas iniciativas era: lembrar-se para não repetir. Não deu muito certo, pois nunca paramos de repetir o
pior. Na verdade, suspeito que nosso gosto pelos resíduos do passado não seja pedagógico. Por que nos importa a
história? Por que deambulamos pelos museus?
Acreditamos que os homens devam afirmar-se segundo as suas habilidades. Não queremos que o passado decida
nosso destino: o que nos importa, em princípio, é o futuro. “Não me fale de suas façanhas de ontem, diga-me o que sabe
fazer.” Se inventamos a arqueologia, a história, o museu, a restauração e a conservação das antiguidades, não foi para
aprender uma lição. A razão dessa nossa paixão é o caráter incompleto da revolução moderna: o futuro é um terreno
demasiado inquietante e incerto para aceitarmos que só ele nos defina; portanto, o passado assombra nossos dias.
Não conseguimos esquecer: proclamamos a liberdade dos espíritos, mas cultivamos antigos preconceitos de raça,
cultura e classe. Ou então nos dizemos autônomos, mas explicamos nossos atos pelos eventos da nossa infância ou pelo
legado dos nossos pais.
Numa cultura diferente da nossa, os restos do passado poderiam parecer bem mais importantes do que uma vida.
Talvez um homem do Antigo Regime nos dissesse que sem a presença do passado não haveria sociedade nem sujeitos.
Talvez, para ele, a promessa de futuro contida no sorriso de um menino valesse menos do que os artefatos que sustentam a
memória de um povo.
(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. S. Paulo, Cia das Letras, 2004, p. 331-332)
1. (Puccamp Medicina 2022) Está correto o emprego do elemento sublinhado na seguinte frase:
a) A memória histórica de um povo, de cuja importância muitos duvidam, fica representada em museus, monumentos e
peças arqueológicas.
b) Em culturas antigas, aonde os valores eram tão diferentes dos nossos, preservavam-se as façanhas do passado.
c) Acredita-se que nossa negligência em relação ao passado, à qual se acentua a cada dia, deve-se à nossa maior
preocupação com o futuro.
d) O autor do texto não teve dúvida em relativizar a importância dos museus, em cujos não reconhece a importância que se
lhes costuma atribuir.
e) As lições do passado, nas quais alguns manifestam descrédito, foram importantes para certas épocas da história
humana.
Lembro-me de que ele só usava camisas brancas. Era um velho limpo, e eu gostava dele por isso. Eu conhecia
outros velhos, e eles não eram limpos. Além disso, eram chatos. Meu avô não era chato. Ele não incomodava ninguém.
Nem os de casa ele incomodava. Ele quase não falava. Não pedia as coisas a ninguém. Nem uma travessa de comida na
mesa ele gostava de pedir. Seus gestos eram firmes e suaves, e quando ele andava, não fazia barulho.
Ficava no quartinho dos fundos, e havia sempre tanta gente e tanto movimento na casa, que às vezes até se
esqueciam da existência dele. De tarde costumava sair para dar uma volta. Ia só até a praça da matriz, que era perto.
Estava com setenta anos e dizia que suas pernas estavam ficando fracas. Levava-me sempre com ele. Conversávamos,
mas não me lembro sobre o que conversávamos. Não era sobre muita coisa. Não era muita coisa a conversa. Mas isso não
tinha importância. O que gostávamos era de estar juntos.
Lembro-me de que uma vez ele apontou para o céu e disse: “Olha”. Eu olhei. Era um bando de pombos, e nós
ficamos muito tempo olhando. Depois ele voltou-se para mim e sorriu. Mas não disse nada. Outra vez eu corri até o fim da
praça, e lá de longe olhei para trás. Nessa hora uma faísca riscou o céu. O dia estava escuro, e uma ventania agitava as
palmeiras. Ele estava sozinho no meio da praça, com os braços atrás e a cabeça branca erguida contra o céu. Então eu
pensei que meu avô era maior que a tempestade.
Eu era pequeno, mas sabia que ele tinha vivido e sofrido muita coisa. Sabia que cedo ainda a mulher o abandonara.
Sabia que ele tinha visto mais de um filho morrer. Que tinha sido pobre e depois rico e depois pobre de novo. Que durante
sua vida uma porção de gente o havia traído e ofendido e logrado. Mas ele nunca falava disso. Nenhuma vez o vi falar
disso. Nunca o vi queixar-se de qualquer coisa. Também nunca o vi falar mal de alguém. As pessoas diziam que ele era um
velho muito distinto.
Nunca pude esquecer sua morte. Eu o vi, mas na hora não entendi tudo. Eu só vi o sangue. Tinha sangue por toda
parte. O lençol estava vermelho. Tinha uma poça no chão. Tinha sangue até na parede. Nunca tinha visto tanto sangue.
Nunca pensara que, uma pessoa se cortando, pudesse sair tanto sangue assim. Ele estava na cama e tinha uma faca
enterrada no peito. Seu rosto eu não vi. Depois soube que ele tinha cortado os pulsos e aí cortado o pescoço e então
enterrado a faca. Não sei como deu tempo de ele fazer isso tudo, mas o fato é que ele fez. Tudo isso. Como, eu não sei.
Nem por quê.
No dia seguinte eu ainda tornei a ver sua camisa perto da lavanderia, e pensei que, mesmo que ela fosse lavada
milhares de vezes, nunca mais poderia ficar branca.
Foi o único dia em que não o vi limpo. Se bem que sangue não fosse sujeira. Não era. Era diferente.
(Luiz Vilela. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 4ª edição, 1988, pp.7-8.)
2. (Fcmmg 2021) É CORRETO afirmar que a regência do verbo da frase destoa dos demais verbos em:
a) “Depois ele voltou-se para mim [...].”
b) “Lembro-me de que uma vez [...].”
c) “Mas ele nunca falava disso.”
d) “Levava-me sempre com ele.”
Em função da regência do verbo “aspirar”, considerando a norma gramatical, marque a alternativa correta.
a) As sentenças I e II estão corretas, porém, em II, é possível apagar a preposição “a”, posposta ao verbo “aspirava”,
mantendo a correção gramatical e o sentido do enunciado.
b) A sentença I está correta. A sentença II apresenta erro de regência percebido pela presença da preposição “a”,
indevidamente colocada após o verbo.
c) As sentenças I e II estão corretas. Ambas as regências do verbo “aspirar” estão de acordo com a norma gramatical.
d) Somente a sentença II está correta. Houve erro de regência verbal na sentença I.
O dono do livro
Li outro dia um fato real narrado pelo escritor moçambicano Mia Couto. Ele disse que certa vez chegou em casa no
fim do dia, já havia anoitecido, quando um garoto humilde de 16 anos o esperava sentado no muro. O garoto estava com um
dos braços para trás, o que perturbou o escritor, que imaginou que pudesse ser assaltado.
Mas logo o menino mostrou o que tinha em mãos: um livro do próprio Mia Couto. Esse livro é seu? perguntou o
menino. Sim, respondeu o escritor. Vim devolver. O garoto explicou que horas antes estava na rua quando viu uma moça
com aquele livro nas mãos, cuja capa trazia a foto do autor.
O garoto reconheceu Mia Couto pelas fotos que já havia visto em jornais. Então perguntou para a moça: Esse livro é
do Mia Couto? Ela respondeu: É. E o garoto mais que ligeiro tirou o livro das mãos dela e correu para a casa do escritor
para fazer a boa ação de devolver a obra ao verdadeiro dono.
Uma história assim pode acontecer em qualquer país habitado por pessoas que ainda não estejam familiarizadas
com os livros – aqui no Brasil, inclusive. De quem é o livro? A resposta não é a mesma de quando se pergunta: “Quem
escreveu o livro?”.
O autor é quem escreve, mas o livro é quem lê, e isso de uma forma muito mais abrangente do que o conceito de
propriedade privada – comprei, é meu. O livro é de quem lê mesmo quando foi retirado de uma biblioteca, mesmo que seja
emprestado, mesmo que tenha sido encontrado num banco de praça.
O livro é de quem tem acesso às suas páginas e através delas consegue imaginas os personagens, os cenários, a
voz e o jeito com que se movimentam. São do leitor as sensações provocadas, a tristeza, a euforia, o medo, o espanto, tudo
que é transmitido pelo autor, mas que reflete em quem lê de uma forma muito pessoal. É do leitor o prazer. É do leitor a
identificação. É do leitor o aprendizado. É o leitor o livro.
Dias atrás gravei um comercial de rádio em prol do Instituto Estadual do Livro em que falo aos leitores exatamente
isso: os meus livros são os seus livros. E são, de fato. Não existe livro sem leitor. Não existe. É um objeto fantasma que não
serve para nada.
Aquele garoto de Moçambique não vê assim. Para ele, o livro é de quem traz o nome estampado na capa, como se
isso sinalizasse o direito de posse. Não tem ideia de como se dá o processo todo, possivelmente nunca entrou numa
livraria, nem sabe o que é tiragem.
Mas, em seu desengano, teve a gentileza de tentar colocar as coisas em seu devido lugar, mesmo que para isso
tenha roubado o livro de uma garota sem perceber.
Ela era a dona do livro. E deve ter ficado estupefata. Um fã do Mia Couto afanou seu exemplar. Não levou o celular,
a carteira, só quis o livro. Um danado de uma amante da literatura, deve ter pensado ela. Assim são as histórias escritas
também pela vida, interpretadas a seu modo por cada dono.
Martha Medeiros. Jornal ZERO HORA – 06/11/11. Revista O Globo, 25 de novembro de 2012.
4. (Esc. Naval 2017) Assinale a opção em que a troca da palavra sublinhada pela que está entre parênteses mantém
corretas as relações de sentido e a regência nominal ou verbal.
a) “[...] pessoas que ainda não estejam familiarizadas com os livros [...]” (4º parágrafo) – (entre)
b) “O livro é de quem tem acesso às suas páginas [...]” (6º parágrafo) – (ante)
c) “[...] os cenários, a voz e o jeito com que se movimentam.” (6º parágrafo) – (em)
d) “[...] mas que reflete em quem lê de uma forma muito pessoal” (6º parágrafo) – (para)
e) “[...] na capa, como se isso sinalizasse o direito de posse.” (8º parágrafo) – (a)
Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste sertão, e finalmente posso lhe contar uma importante. Fique o
compadre sabendo que agora temos aqui uma máquina imponente, 2que está entusiasmando todo o mundo. 3Desde que ela
chegou – não me lembro quando, não sou muito bom em lembrar datas – quase não temos falado em outra coisa; e da
maneira como 18o povo aqui se apaixona até pelos assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém tenha brigado 4por
causa dela, a não ser os políticos.
9
A máquina chegou uma tarde, quando as famílias estavam jantando ou acabando de jantar, e foi descarregada na
frente da Prefeitura. Com os gritos dos choferes e seus ajudantes (a máquina veio em dois ou três caminhões) muita gente
cancelou a sobremesa ou o café e foi ver que algazarra 5era aquela. Como geralmente acontece nessas ocasiões, os
homens estavam mal-humorados e não quiseram dar explicações, esbarravam propositalmente nos curiosos, pisavam-lhes
os pés e não pediam desculpa, jogavam as pontas de cordas sujas de graxa por cima deles, quem não quisesse se sujar ou
se machucar que saísse do caminho.
11
Descarregadas as várias partes da máquina, foram elas cobertas com encerados e os homens entraram num
botequim do largo para comer e beber. Muita gente se amontoou na porta mas 13ninguém teve coragem de se aproximar dos
estranhos porque um deles, percebendo essa intenção nos curiosos, de vez em quando enchia a boca de cerveja e
esguichava na direção da porta. Atribuímos essa esquiva ao cansaço e à fome deles e deixamos as tentativas de
aproximação para o dia seguinte; mas quando os procuramos de manhã cedo na pensão, soubemos que eles tinham
montado mais ou menos a máquina durante a noite e viajado de madrugada.
A máquina ficou ao relento, 15sem que ninguém soubesse 6quem a encomendou nem para que servia. É claro que
cada qual dava o seu palpite, e cada palpite era tão bom quanto outro.
As crianças, que não são de respeitar mistério, como você sabe, trataram de aproveitar a novidade. Sem pedir
licença a ninguém (7e a quem iam pedir?), retiraram a lona e foram subindo em bando pela máquina acima – até hoje ainda
sobem, brincam de esconder entre os cilindros e colunas, embaraçam-se nos dentes das engrenagens e fazem um berreiro
dos diabos até que apareça alguém para soltá-las; não adiantam ralhos, castigos, pancadas; as crianças simplesmente se
apaixonaram pela tal máquina.
Contrariando a opinião de certas pessoas que não quiseram se entusiasmar, e garantiram que em poucos dias a
novidade passaria e a ferrugem tomaria conta do metal, o interesse do povo ainda não diminuiu. Ninguém passa pelo largo
sem ainda parar diante da máquina, e de cada vez há um detalhe novo a notar. [...]
Ninguém sabe mesmo quem encomendou a máquina. O prefeito jura que não foi ele, e diz que consultou o arquivo
e nele não encontrou nenhum documento autorizando a transação. 1Mesmo assim não quis lavar as mãos, e de certa forma
encampou a compra quando designou um funcionário para zelar pela máquina. [...]
VEIGA, J. J. “A máquina extraviada”. In: MORICONI, I. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2000. p. 229-232.
5. (Fmp 2014) A sentença que mantém sua estrutura morfossintática, de acordo com a norma-padrão, com a substituição
do verbo principal em “e a quem iam pedir?” (ref. 7) é
a) e a quem iam avisar?
b) e a quem iam agir?
c) e a quem iam depender?
d) e a quem iam discutir?
e) e a quem iam duvidar?
Quando comecei a dirigir nas estradas brasileiras, alguém me explicou uma “vantajosa teoria” para ultrapassagens
perigosas em lombadas durante a noite. O 5expediente consistia em apagar as luzes do carro, o que 10“facilitaria” a
percepção das luzes de outro carro que viesse em direção contrária – as chances de um carro vir em direção contrária com
as luzes apagadas eram quase nulas. O que escapava 1_____ visão dessa 7“brilhante teoria” 8(ou apagada?) era o fato
2
_____, 12se viesse realmente um carro com as luzes apagadas em sentido contrário, as chances de não ocorrer uma
grande 11catástrofe eram nulas. 6A metáfora pode ser pobre. Mas encaixa na tragédia das usinas nucleares. 9A do Japão
não se limita ao acidente. Como toda tragédia, começa muito antes, em gerações anteriores. E compromete o futuro das
próximas.
Se as usinas em construção 13ou planejadas forem 14de fato concluídas, sua produção cobrirá mais de 30% da
energia elétrica consumida no mundo. Só na França, cerca de 80% vem dessa fonte. 15Apenas Alemanha, Itália e Reino
Unido congelaram a construção de novas unidades – embora o atual governo alemão tenha alongado a vida das unidades
existentes por até 14 anos.
No papel e no discurso, as usinas deveriam resistir 3_____ tudo: de terremotos a ataques aéreos; de falhas
humanas a deficiências técnicas. 19Na prática, a música é outra, e a Marcha Triunfal já se transformou em Marcha Fúnebre
algumas vezes. Chernobyl, na Ucrânia (então parte da União Soviética), ainda na década de 1980, resultou em mais de 25
mil mortes, além de inutilizar uma enorme área terrestre para a vida humana por gerações. Provocada por uma série de
deficiências técnicas aliadas a falhas humanas, a catástrofe contou com gestos extraordinários de heroísmo por parte de
técnicos, bombeiros e outros 4_____, com o sacrifício da própria vida, impediram desastre ainda maior.
Mas 16a lição não se enraizou. A proliferação de usinas nucleares no mundo inteiro prosseguiu, como se nada
houvesse acontecido. Agora, o desastre de Fukushima, no Japão, pode ter o mesmo destino, o desse “relativo
esquecimento” que o colocará 17num limbo aureolado pelo descaso. Explicar essa 18desrazão apenas pelo lobby de
empresas e agências de governo encarregadas da construção e administração das usinas – que existe, e é poderosíssimo
com a mídia e fora dela – é insuficiente.
As usinas nucleares fazem parte do 20sonho e do 21pesadelo do estilo contemporâneo de consumo. E, 22como nos
sonhos e pesadelos, nossa tendência é lembrar os primeiros e esquecer os segundos. 23Assim como no caso do
aquecimento global, a questão nuclear demonstra que não basta mudar os padrões de produção da economia. 24É
necessário intervir nos padrões de consumo, em escala mundial, com educação e debate democrático. Não adianta querer
impedir que o Brasil construa novas usinas nucleares se o cidadão da França continuar a consumir perto de 80% de sua
energia elétrica a partir dessa fonte. Nem reprovar que os chineses comprem automóveis enquanto os norte-americanos
continuam a ter mais de 70 veículos para cada 100 habitantes.
Já li manchete de artigo dizendo que “a energia nuclear vale o risco”, é “limpa”, tem taxa de acidentes baixa etc.
Mas não se discutem a dimensão dos desastres nem a obliteração da memória. Este talvez seja o maior risco e a maior
tragédia, hoje, dessa forma de energia: a introdução de sua presença no mundo dos esquecimentos programáticos. No caso
de Chernobyl, houve uma tendência a ligar o desastre às sombras da “ineficiência” e do “autoritarismo” do “regime
comunista”. A que atribuir agora a catástrofe japonesa? À “eficiência” do regime capitalista? Talvez.
É necessário ampliar, aprofundar, insistir nessa discussão de fazer ultrapassagens perigosas em lombadas
noturnas. Com as luzes apagadas.
(AGUIAR, Flávio. Revista do Brasil, n. 58, p. 11, abr. 2011. – Texto adaptado.)
6. (Ucs 2012) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
b
a que à que
)
c
à de que à os quais
)
d
a que à os quais
)
e
à que a os quais
)
7. (Acafe 2020) Assinale a frase que está de acordo com as normas da língua escrita padrão.
a) Toda comunidade indígena, cujas aspirações e necessidades devem vincular-se as políticas públicas, possui cultura
própria, de que precisa ser respeitada.
b) Toda comunidade indígena, de cujas aspirações e necessidades devem vincular-se às políticas públicas, possui cultura
própria, a que precisa ser respeitada.
c) Toda comunidade indígena, a cujas aspirações e necessidades devem vincular-se às políticas públicas, possui cultura
própria, à qual precisa ser respeitada.
d) Toda comunidade indígena, a cujas aspirações e necessidades devem vincular-se as políticas públicas, possui cultura
própria, que precisa ser respeitada.
Em frente da minha casa existe um muro enorme, todo branco. No Facebook, uma postagem me chama atenção: é
um muro virtual e a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça. Não quero pichar o mundo virtual, quero
um muro de verdade, igual a este de frente para a minha casa. Pelas ruas e avenidas, vou trombando nos muros
espalhados pelos quarteirões, repletos de frases tolas, xingamentos e erros de português. Eu bem poderia modificar isso.
“O caminho se faz caminhando”, essa frase genial, tão forte e certeira do poeta espanhol Antonio Machado, merece
aparecer em diversos muros. Basta pensar um pouco e imaginar; de fato, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar.
De repente, vejo um prédio inteiro marcado por riscos sem sentido e me calo. Fui tentar entender e não me faltaram
explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil compreensão. As explicações prosseguem: grafite é arte, pichar é
vandalismo. O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama de
Woodstock em letras garrafais: “Não importam os motivos da guerra, a paz é muito mais importante”.
Feito uma folha deslizando pelas águas correntes do rio me surge a imagem de John Lennon; junto dela, outra
frase: “O sonho não acabou”, um tanto modificada pela minha mão, tornando-se: o sonho nunca acaba. E minha cabeça já
se transforma num muro todo branco.
Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão, os homens das cavernas deixaram
pichados nas rochas diversos sinais. Num ato impulsivo, comprei uma tinta spray, atravessei a rua chacoalhando a lata e
assim prossegui até chegar à minha sala, abraçado pela ansiedade aumentada a cada passo. Coloquei o dedo no gatilho do
spray e fiquei respirando fundo, juntando coragem e na mente desenhando a primeira frase para pichar, um tipo de lema,
aquela do Lô Borges: “Os sonhos não envelhecem” – percebo, num sorrir de canto de boca, o quanto os sonhos marcam a
minha existência.
Depois arriscaria uma frase que criei e gosto: “A lagarta nunca pensou em voar, mas daí, no espanto da
metamorfose, lhe nasceram asas...”. Ou outra, completamente tola, me ocorreu depois de assistir a um documentário,
convencido de que o panda é um bicho cativante, mas vive distante daqui e sua agonia não é menor das dos nossos bichos.
Assim pensando, as letras duma nova pichação se formaram num estalo: “Esqueçam os pandas, salvem as jaguatiricas!”.
No muro do cemitério, escreveria outra frase que gosto: “Em longo prazo estaremos todos mortos”, do John Keynes,
que trago comigo desde os tempos da faculdade. Frases de túmulos ganhariam os muros; no de Salvador Allende está
consagrado, de autoria desconhecida: “Alguns anos de sombras não nos tornarão cegos.” Sempre apegado aos sonhos,
picharia também uma do Charles Chaplin: “Nunca abandone os seus sonhos, porque se um dia eles se forem, você
continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
Claro, eu poderia escrever essas frases num livro, num caderno ou no papel amassado que embrulha o pão da
manhã, mas o muro me cativa, porque está ao alcance das vistas de todos e quero gritar para o mundo as frases que gosto;
são tantas, até temo que me faltem os muros. Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda
tenho tanto a pichar... “É preciso muito tempo para se tornar jovem”, de Picasso, “Há um certo prazer na loucura que só um
louco conhece”, de Neruda, “Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarzinho”, cravada por Mário
Quintana...
Encerro com Nietzsche: “Isto é um sonho, bem sei, mas quero continuar a sonhar”, que serve para exemplificar o
que sinto neste momento, aqui na minha sala, escrevendo no computador o que gostaria de jogar nos muros lá fora, a custo
me mantendo calmo, um olho na tela, outro voltado para o lado oposto da rua. Lá tem aquele muro enorme, branco e
virgem, clamando por frases. Não sei quanto tempo resistirei até puxar o gatilho do spray.
Adaptado de: ALVEZ, A. L. Um muro para pichar. Correio do Estado, fev 2018. Disponível em
<https://www.correiodoestado.com.br/opiniao/leia-acronica-de-andre-luiz-alvez-um-muro-para-pichar/321052/> Acesso em:
ago. 2018.
8. (Ita 2019) Por ser uma crônica, o texto apresenta formas coloquiais, que por vezes distanciam o texto da norma-padrão
da língua portuguesa. Assinale a alternativa em que ocorre desvio da norma culta.
a) Fui tentar entender e não me faltaram explicações: é grafite, é tribal, coisas de difícil compreensão.
b) O pequeno vândalo escondido dentro de mim busca frases na memória e, então, sinto até o cheiro da lama de
Woodstock [...]
c) Depois arriscaria uma frase que criei e gosto [...]
d) Desde os primórdios dos tempos, usamos a escrita como forma de expressão [...]
e) Poderia passar o dia todo pichando frases, as linhas vão se acabando e ainda tenho tanto a pichar...
A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos
costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro
de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num
declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?
Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom
passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores.
Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados. Não
explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios
de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia
antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a 1lapidar a doida, isolada e agreste no seu jardim.
Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as
outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando.
Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras
da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.
Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de
sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um
fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que
razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate-boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos,
arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam
que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer –
mas nos 2racontos antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito,
e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou
perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa
de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e
roupas, embora oficialmente a ruptura com a família se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a
entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida
enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da
doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de 3irrisão.
Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida
carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças.
E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma
pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida
respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.
Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com
relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a
doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro que porventura
estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são
trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E
doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido
se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.
1
lapidar: apedrejar.
2
raconto: relato, narrativa.
3
irrisão: zombaria.
9. (Unifesp 2019) No trecho “Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os
sãos, fomos aquinhoados” (2º parágrafo), em respeito à norma-padrão, estaria correto o uso da preposição “a” em lugar de
“com” se a expressão sublinhada fosse substituída por
a) fazemos jus.
b) recebemos.
c) somos merecedores.
d) estamos satisfeitos.
e) nos orgulhamos.
10. (Imed 2016) Considere as seguintes propostas de substituição de formas verbais do texto:
GABARITO:
1) a, 2) d, 3) c, 4) e, 5) a, 6) a, 7) d, 8) c, 9) a, 10) c
Literatura
Literatura contemporânea na área. Aproveitem para ler cuidadosamente e pesquisar sobre obras e autores.
Bons estudos!
BARROS, Manoel. O retrato do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Record, 1998.
1. (Uece 2018) Levando em conta as relações de sentido presentes no texto de Manoel de Barros acima, é correto afirmar
que o conteúdo temático geral do poema se estabelece na seguinte oposição semântica:
a) humanização versus coisificação.
b) riqueza versus pobreza.
c) ação versus inércia.
d) grandeza versus pequenez.
Houve um tempo em que a TV − acreditem, ó jovens! − ainda não existia. Ouvia-se rádio, ia-se ao cinema. Mas um
dia chegou às casas das pessoas 1um aparelho com o som vivo do rádio acoplado a vivas imagens, diferentes das do
cinema, imagens chegadas de algum lugar do presente, “ao vivo”. Logo saberíamos que todas as imagens do mundo,
inclusive os filmes do cinema, poderiam estar ao nosso alcance, naquela telinha da sala. Modificaram-se os hábitos das
famílias, seus horários, sua disponibilidade, seus valores. A TV chegou para reinar.
A variedade da programação já indicava o amplo alcance do novo veículo: notícias, reportagens, musicais,
desenhos animados, filmes, propagandas, seriados, esportes, programas humorísticos, peças de teatro − tudo desfilava ali,
diante dos nossos olhos, ainda no tubo comandado por grandes válvulas e com imagem em preto e branco. Boa parte dos
primeiros aparelhos de TV tinham telas de 16 a 21 polegadas, acondicionadas numa enorme e pesada caixa de madeira.
Havia uns três ou quatro canais, com alcance bastante limitado e programação restrita a cinco ou seis horas por dia. Mais
tarde as transmissões passariam a ser via satélite e ocupariam as 24 horas do dia.
2
Os custos da programação eram pagos pela publicidade, que tomava boa parte do tempo de transmissão.
3
Vendia-se de tudo, de automóveis a margarina, de xaropes para tosse a apartamentos. 4Filmetes gravados e propagandas
ao vivo sucediam-se e misturavam-se a notícias sobre exploração espacial, enquanto documentários estrangeiros falavam
da revolução russa, da II Guerra, do nazismo e do fascismo, das convicções pacifistas de Ghandi, das ideias do físico
Einstein sobre a criação e a legitimação da ONU 5etc. etc. Já as incursões históricas propiciadas pelos filmes nos levavam
ao tempo de Moisés e do Egito Antigo, ao Império Romano e advento do Cristianismo, tudo entremeando-se ao humor de
Chaplin, às caretas de Jerry Lewis e às trapalhadas das primeiras comédias nacionais do gênero chanchada. Houve
também o tempo em que as famílias se agrupariam diante dos festivais da canção, torcendo por músicas de protesto,
baladas românticas ou de 6ritmos populares “de raiz”. Enfim, a TV oferecia a um público extasiado um espetáculo
variadíssimo, tudo nas poucas polegadas do aparelho, que 7não tardou a incorporar outras medidas, outros sistemas de
funcionamento, projeção em cores e controle remoto.
As telas de plasma, o processo digital e a interface com a informática foram dotando a TV de muitos outros
recursos, até que, bem mais tarde, tivesse que enfrentar a concorrência de outras telas, muito menores, portáteis,
disponíveis nos celulares, carregados de aplicativos e serviços. 8Apesar disso, nada indica que a curto prazo desapareçam
da casa os aparelhos de TV, enriquecidos agora por incontáveis dispositivos.
No plano da cultura e da educação, 9a televisão teve e tem papel importante. Os telecursos propiciam informação
escolar específica nas áreas de Matemática, Física, História, Química, Língua e Literatura, fazendo as vezes da educação
formal por meio de incontáveis dispositivos pedagógicos, inclusive a dramatização de conteúdos. Aqui e ali há entrevistas
com artistas, políticos, pensadores e personalidades várias, atualizando ideias e promovendo seu debate. No campo da
política, é relevante, às vezes decisivo, o papel que a TV tem na formação da opinião pública. A ecologia conta, também,
com razoável cobertura, informando, por exemplo, sobre os benefícios da reciclagem de lixo, da cultura de produtos
orgânicos e da energia solar.
Seja como forma de entretenimento, veículo de informação, indução aos debates e repercussão atualizada dos
grandes temas de interesse social, a TV vem garantindo seu espaço junto a bilhões de pessoas no mundo todo. Por meio
dela, acompanhamos ao vivo momentos agudos da política internacional, a divulgação de um novo plano econômico do
governo, a escalada da violência urbana. Ao toque de uma tecla do controle remoto, você pode se transferir, aleatoriamente,
do palco de um ataque terrorista para o final meloso de uma comédia romântica.
Numa espécie de espelhamento multiplicativo e fragmentário da nossa vida e dos poderes da nossa imaginação, a
TV vem acompanhando os passos da vida moderna e ditando, mesmo, alguns deles, 10sem dar sinal de que deixará tão
cedo de nos fazer companhia.
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as classes
sociais daquele âmbito, estava colocada num invejável ponto de observação. (...)
Sem querer forçar um conflito que, 1a bem dizer, apenas se esboça, podemos atribuir parte desta grande versatilidade
psicológica da protagonista aos 2ecos de uma formação britânica, protestante, liberal, ressoando 3num ambiente de corte
ibérico e católico, mal saído do regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independência da juventude,
reveste-se de acentuado sabor sociológico este caso da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o meio de
gente morena que é o seu, o único que conhece e ama, não vacila em o criticar com 4precisão e finura notáveis, se essa
lucidez não traduzisse a coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e se julgam no
interior de um eu tornado harmonioso pelo 5equilíbrio mesmo de suas contradições.
Alexandre Eulálio, “Livro que nasceu clássico”.
In: Helena Morley, Minha vida de menina.
5. (Fuvest 2018) O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra de modo mais preciso o que, para o crítico
Alexandre Eulálio, representa “a coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes” é:
a) “Se há uma coisa que me faz muita tristeza é gostar muito de uma pessoa, pensando que ela é boa e depois ver que é
ruim”.
b) “Eu tinha muita inveja de ver meus irmãos montarem no cavalo em pelo, mas agora estou curada e não montarei nunca
mais na minha vida”.
c) “Já refleti muito desde ontem e vi que o único meio de ter vestido é vendendo o broche. Vou dormir ainda esta noite com
isto na cabeça e vou conversar com Nossa Senhora tudo direitinho”.
d) “Se eu não ouvir missa no domingo, como quando estou na Boa Vista onde não há igreja e não posso ouvir no Bom
Sucesso, fico o dia todo com um prego na consciência me aferroando”.
e) “Este ano saiu à rua a procissão de Cinzas que há muitos anos não havia. Dizem que não saía há muito tempo por falta
de santos, porque muitos já estavam quebrados”.
Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: 1labor, trabalho e ação.
Trata-se de atividades fundamentais porque a cada uma delas corresponde uma das condições básicas mediante as quais a
vida foi dada ao homem na Terra.
O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano, 2cujos crescimento espontâneo,
metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da
vida. A condição humana do labor é a própria vida.
3
O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não
necessariamente contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade não é compensada por este último. O trabalho
produz um mundo “artificial” de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. Dentro de suas fronteiras habita
cada vida individual, embora esse mundo se destine a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A condição
humana do trabalho é a mundanidade.
A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria,
corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o
mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente
a condição – não apenas a conditio sine qua non, mas a conditio per quam – de toda a vida política. Assim, o idioma dos
romanos – talvez o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões “viver” e “estar entre
os homens” (inter homines esse), ou “morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter homines esse desinere). Mas, em
sua forma mais elementar, a condição humana da ação está implícita até mesmo em Gênesis (macho e fêmea Ele os criou),
se entendermos que esta versão da criação do homem diverge, em princípio, da outra segundo a qual Deus originalmente
criou o Homem (adam) – a ele, e não a eles, de sorte que a pluralidade dos seres humanos vem a ser o resultado da
multiplicação4. A ação seria um luxo desnecessário, uma caprichosa interferência com as leis gerais do comportamento, se
os homens não passassem de repetições interminavelmente reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma
natureza e essência, tão previsíveis quanto a natureza e a essência de qualquer outra coisa. A pluralidade é a condição da
ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer
pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.
As três atividades e suas respectivas condições têm íntima relação com as condições mais gerais da existência
humana: o nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade. O labor assegura não apenas a sobrevivência do indivíduo,
mas a vida da espécie. O trabalho e seu produto, o artefato humano, emprestam certa permanência e durabilidade à
futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do corpo humano. A ação, na medida em que se empenha em fundar e
preservar corpos políticos, cria a condição para a lembrança, ou seja, para a história. O labor e o trabalho, bem como a
ação, têm também raízes na natalidade, na medida em que sua tarefa é produzir e preservar o mundo para o constante
influxo de recém-chegados que vêm a este mundo na qualidade de estranhos, além de prevê-los e levá-los em conta. Não
obstante, das três atividades, a ação é a mais intimamente relacionada com a condição humana da natalidade; o novo
começo inerente a cada nascimento pode fazer-se sentir no mundo somente porque o recém-chegado possui a capacidade
de iniciar algo novo, isto é, de agir. Neste sentido de iniciativa, todas as atividades humanas possuem um elemento de ação
e, portanto, de natalidade. Além disto, como a ação é a atividade política por excelência, a natalidade, e não a mortalidade,
pode constituir a categoria central do pensamento político, em contraposição ao pensamento metafísico.
A condição humana compreende algo mais que as condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são
seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua
existência. O mundo no qual transcorre a vita activa consiste em coisas produzidas pelas atividades humanas; mas,
constantemente, as coisas que devem sua existência exclusivamente aos homens também condicionam os seus autores
humanos. Além das condições nas quais a vida é dada ao homem na Terra e, até certo ponto, a partir delas, os homens
constantemente criam as suas próprias condições que, a despeito de sua variabilidade e sua origem humana, possuem a
mesma força condicionante das coisas naturais. O que quer que toque a vida humana ou entre em duradoura relação com
ela, assume imediatamente o caráter de condição da existência humana. É por isso que os homens, independentemente do
que façam, são sempre seres condicionados. Tudo o que espontaneamente adentra o mundo humano, ou para ele é trazido
pelo esforço humano, torna-se parte da condição humana. O impacto da realidade do mundo sobre a existência humana é
sentido e recebido como força condicionante. A objetividade do mundo – o seu caráter de coisa ou objeto – e a condição
humana complementam-se uma à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as
coisas, e estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não mundo, se esses artigos não fossem condicionantes
da existência humana.
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo: Editora da Universidade de São Paulo, 1981. pp.
15-17 (texto adaptado).
4
Quando se analisa o pensamento político pós-clássico, muito se pode aprender verificando-se qual das duas versões
bíblicas da criação é citada. Assim, é típico da diferença entre os ensinamentos de Jesus de Nazareth e de Paulo o fato de
que Jesus, discutindo a relação entre marido e mulher, refere-se a Gênesis 1:27 “Não tendes lido que quem criou o homem
desde o princípio fê-los macho e fêmea” (Mateus 19:4), enquanto Paulo, em ocasião semelhante, insiste em que a mulher
foi criada “do homem” e, portanto, “para o homem”, embora em seguida atenue um pouco a dependência: “nem o varão é
sem mulher, nem a mulher sem o varão” (1 Cor.11:8-12). A diferença indica muito mais que uma atitude diferente em relação
ao papel da mulher. Para Jesus, a fé era intimamente relacionada com a ação; para Paulo, a fé relacionava-se, antes de
mais nada, com a salvação. Especialmente interessante a este respeito é Agostinho (De civitate Dei xii.21), que não só
desconsidera inteiramente o que é dito em Gênesis 1:27, mas vê a diferença entre o homem e o animal no fato de ter sido o
homem criado unum ac singulum, enquanto se ordenou aos animais que “passassem a existir vários de uma só vez” (plura
simul iussit existere). Para Agostinho, a história da criação constitui boa oportunidade para salientar-se o caráter de espécie
da vida animal, em oposição à singularidade da existência humana.
O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar
sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo.
Estou pensando.".
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e
1
o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem. Os espertos estão sempre tão atentos
_____i_____ espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas.
O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um
Dostoievski.
_____ii_____ desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para
_____iii_____ compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso
porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona.
Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia
comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo,
enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não
percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É
uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "2Até tu, Brutus?".
Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria
morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e,
como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros.
Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás
não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais _____iv_____ pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com
fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
3
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar o excesso de
amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
I. O desejo de ser semente (Exausto, verso 8) pode ser comparado ao labor explanado no texto A condição humana, ou
seja, aquilo que dá permanência e continuidade à vida sem que haja, necessariamente, uma ação para que essa
continuidade e permanência aconteçam.
II. O texto Das vantagens de ser bobo desconstrói a ideia de que “o mundo é dos espertos”.
III. As implicações de que estar no mundo é estar em constante relação com o outro são questões relativas à alteridade e
não dizem respeito a nenhum dos três textos.
8. (Ufrgs 2018) Leia o poema “Um dia, de repente”, escrito pela poeta porto-alegrense Lara de Lemos (1923-2010).
Um dia, de repente,
arrastam-nos à força
para um lugar incerto.
Um dia, de repente,
desnudam-nos impudica/
mente.
Um dia, de repente,
é o duro frio
do escuro catre.
Um dia, de repente,
somos apenas um ser vivo:
verme ou gente?
I. O poema recupera o episódio de encarceramento, ocorrido com Lara de Lemos, durante a ditadura civil-militar no Brasil.
II. O poema é construído na primeira pessoa do plural, reforçando a solidariedade do sujeito lírico com todos que viveram a
mesma situação.
III. A repetição de “Um dia, de repente” revive a arbitrariedade das prisões e da tortura.
9. (Enem 2018) Aconteceu mais de uma vez: ele me abandonou. Como todos os outros. O quinto. A gente já estava junto
há mais de um ano. Parecia que dessa vez seria para sempre. Mas não: ele desapareceu de repente, sem deixar rastro.
Quando me dei conta, fiquei horas ligando sem parar – mas só chamava, chamava, e ninguém atendia. E então fiz o que
precisava ser feito: bloqueei a linha.
A verdade é que nenhum telefone celular me suporta. Já tentei de todas as marcas e operadoras, apenas para descobrir
que eles são todos iguais: na primeira oportunidade, dão no pé. Esse último aproveitou que eu estava distraído e não
desceu do táxi junto comigo. Ou será que ele já tinha pulado do meu bolso no momento em que eu embarcava no táxi?
Tomara que sim. Depois de fazer o que me fez, quero mais é que ele tenha ido parar na sarjeta. [...] Se ainda fossem
embora do jeito que chegaram, tudo bem. [...] Mas já sei o que vou fazer. No caminho da loja de celulares, vou passar numa
papelaria. Pensando bem, nenhuma das minhas agendinhas de papel jamais me abandonou.
Nesse fragmento, a fim de atrair a atenção do leitor e de estabelecer um fio condutor de sentido, o autor utiliza-se de
a) primeira pessoa do singular para imprimir subjetividade ao relato de mais uma desilusão amorosa.
b) ironia para tratar da relação com os celulares na era de produtos altamente descartáveis.
c) frases feitas na apresentação de situações amorosas estereotipadas para construir a ambientação do texto.
d) quebra de expectativa como estratégia argumentativa para ocultar informações.
e) verbos no tempo pretérito para enfatizar uma aproximação com os fatos abordados ao longo do texto.
[...]
fecho-me o cerco
sendo o gesto que me nego
a pinga que me bebo e me embebedo
o dedo que me aponto
e denuncio
o ponto em que me entrego.
às vezes!...
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem experiências
históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico
a) incorpora seletivamente o discurso do seu opressor.
b) submete-se à discriminação como meio de fortalecimento.
c) engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças.
d) sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento.
e) acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária.
Geografia
Organizações e Movimentos Sociais e Políticos
Área: Organizações e Movimentos Sociais e Políticos
Módulo: Primavera Árabe
A Guerra na Síria foi deflagrada quando um grupo de cidadãos se indignou com as denúncias de corrupção no governo. Em
março de 2011 são realizados protestos ao sul de Derra em favor da democracia. A população revoltou-se contra a prisão
de adolescentes que escreveram palavras revolucionárias nas paredes de uma escola. Como resposta ao protesto, o
governo ordenou às forças de segurança que abrissem fogo contra os manifestantes causando várias mortes. A população
revoltou-se contra a repressão e exigiu a renúncia do presidente Bashar al-Assad.
2. (Ebmsp 2017) O atentado em série mudou o mundo – da geopolítica às relações pessoais. A reação americana envolveu
a deflagração de duas guerras – com o Afeganistão e com o Iraque – e uma caçada de quase dez anos pelo saudita Osama
Bin Laden, responsável pelos ataques. Quando Bin Laden foi localizado e morto, as liberdades civis e os direitos humanos
estavam comprometidos em nome da segurança.
Dentre os efeitos, para a política internacional, do ataque às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, pode-se
destacar
a) A intervenção dos países árabes em Israel, por considerarem aquele país responsável pelo desequilíbrio nas relações
comerciais do Mediterrâneo.
b) As ações da chamada Primavera Árabe, dirigidas contra os países petrolíferos da Península Arábica e do mar da Arábia.
c) O fortalecimento de governos autoritários em países do leste europeu especialmente a Grécia e a Áustria.
d) A desagregação do Iraque e as disputas étnicas e políticas internas, permitindo a proliferação de grupos rebeldes e de
terroristas, a exemplo do chamado Estado Islâmico.
e) As sucessivas guerras do Yom Kippur, travadas pelo Estado de Israel contra o Estado Palestino e os países asiáticos, na
disputa por um acesso ao mar Mediterrâneo.
3. (Ulbra 2016) Os conflitos internacionais nos últimos anos se apresentam através de complexas relações e situações
políticas. Nesse cenário de desagregação política, podemos citar a região do Oriente Médio, que se mostra numa situação
instável e complexa desde a eclosão da Primavera Árabe. Nesse sentido, quais afirmações estão corretas?
I. A ocupação militar dos EUA, no Iraque, objetivou a queda do ditador Saddam Hussein, mas permitiu as disputas políticas
internas no país, criando tensão entre grupos rivais.
II. A Síria está no meio de uma guerra civil, evento devastador, criando um número crescente de refugiados e proliferando
grupos rebeldes contrários ao chefe de estado Bashar al-Assad.
III. A queda do ditador Muammar Kadafi no governo da Líbia gerou uma disputa entre milícias armadas, a busca do controle
do poder na região e a exploração de recursos naturais.
IV. A expansão do estado islâmico representa uma grande ameaça, principalmente, por apresentar algumas características,
como, por exemplo, as execuções em massas e a destruição de monumentos históricos.
a) I e III.
b) I e IV.
c) I, II e IV.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
4. (Unesp 2015) Entre outros desdobramentos provocados pela chamada Primavera Árabe, iniciada no final de 2010,
podemos citar
a) a deposição de governantes na Líbia e no Egito e o início de violenta guerra civil na Síria.
b) a democratização política na Argélia e a instalação de regimes militares no Barein e na Jordânia.
c) o surgimento de regimes islâmicos no Irã e na Tunísia e a queda do governo pró-Estados Unidos no Líbano.
d) o controle do governo da Arábia Saudita por grupos islâmicos fundamentalistas e o fim do apoio russo ao Iraque.
e) o fim dos conflitos religiosos no Iêmen e no Marrocos e o aumento do preço do petróleo no mercado mundial.
5. (Espm 2015) “O Oriente Médio atravessou o século XX como o mais importante e instável conjunto geopolítico do globo
e adentrou o XXI na mesma condição. Ora de forma mais intensa, ora mais branda, a verdade é que a região não sai do
noticiário.”
Sobre o Oriente Médio e sua conturbada geopolítica no ano de 2014, podemos afirmar corretamente que:
a) Israel reagiu violentamente ao Hamas ocupando e atacando a Cisjordânia no primeiro semestre de 2014.
b) A queda do presidente sírio Bashar al Assad trouxe mais instabilidade ao país e a maioria xiita deve assumir o poder.
c) Os extremistas da facção palestina al Fatah lutam por um Estado teocrático na Palestina e não reconhecem o direito da
existência de Israel.
d) O retorno ao poder do presidente Hosni Barak no Egito lança novas dúvidas sobre o sucesso da Primavera árabe.
e) O Iraque corre o risco de fragmentar-se territorialmente, especialmente após o surgimento e crescimento do grupo Estado
Islâmico.
6. (Unicamp 2014) Apesar de ter começado no inverno de 2010, a chamada Primavera Árabe – uma alusão à Primavera de
Praga de 1968 – resultou de protestos por mudanças sociais e políticas no Oriente Médio e, sobretudo, no norte da África.
Assinale a alternativa que indica corretamente o período da estação de inverno no norte da África e um país dessa região
convulsionado pela Primavera Árabe.
a) De 21 de dezembro a 20 de março; Síria.
b) De 21 de junho a 20 de setembro; Líbia.
c) De 21 de dezembro a 20 de março; Egito.
d) De 21 de junho a 20 de setembro; Irã.
7. (Fatec 2014) Os recentes distúrbios no Egito formam um capítulo do processo deflagrado ainda em dezembro de 2010,
quando o mundo árabe foi varrido por uma série de manifestações populares, derrubando governos e reconfigurando a
geopolítica do Oriente Médio e Norte da África.
Sobre as manifestações que reconfiguraram a geopolítica do Oriente Médio e Mundo Árabe e que ficaram conhecidas como
A Primavera Árabe, está correto afirmar que
a) a Tunísia foi pioneira no processo ao derrubar um regime fundamentalista e posteriormente eleger um regime laico.
b) a queda de Bashar Assad na Síria foi produto de um conflito religioso entre a maioria alauíta e a minoria sunita.
c) a pressão popular levou à queda da ditadura de Mubarak e à eleição do primeiro presidente eleito da história do Egito,
presidente este igualmente derrubado.
d) Muammar Kadafi, mesmo com o apoio ocidental, não resistiu à insatisfação popular e foi executado na Líbia o que levou
a uma nova crise do petróleo.
e) tiveram como ápice a traumática derrubada de Saddam Husseim, no Iraque, após décadas de tirania, e que pôs fim à
hegemonia dos xiitas no país.
8. (Acafe 2014) Analise as afirmações a seguir.
l. A chamada Primavera Árabe tem início com a morte do tunisiano Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo,
levando a uma mudança nos países de religião islâmica.
II. As redes sociais tiveram papel significativo nos movimentos sociais do mundo árabe, haja vista que nestes países há
forte controle desses meios de comunicação.
III. A queda de todos os governos do mundo árabe trouxe a democracia para esses países, que eram governados por
ditadores.
lV. No Egito, a queda de Hosni Mubarak levou à realização de eleições após 30 anos de governo ditatorial.
V. Atualmente, no Egito, assistimos a conflitos entre os militares, os quais derrubaram o presidente eleito e aqueles que
desejam o retorno de Mohamed Mursi.
9. (Mackenzie 2014)
O Oriente Médio tem sido palco de intensos conflitos desde 2010 com a chamada “Primavera Árabe”. Nos últimos meses, a Síria tem sido
protagonista de turbulento cenário na região.
Com base no mapa e nos fatos relacionados ao tema, assinale a alternativa correta.
a) O número 5, no mapa, representa o Irã, uma vez que é uma República islâmica xiita, apoia a ditadura de Bashar al-Assad
na Síria, indicada com o número 1.
b) O número 3, no mapa, representa a Síria que recebe apoio do governo Iraquiano, país de maioria xiita, indicado com o
número 5.
c) O número 2, no mapa, representa o Catar, país de monarquia sunita que optou pela neutralidade em relação aos conflitos
internos na Síria, indicada com o número 6.
d) O número 6, no mapa, representa a Arábia Saudita, país de monarquia xiita, que declarou apoio irrestrito ao líder sírio
Bashar al-Assad.
e) O número 4, no mapa, representa a Jordânia, país de monarquia sunita, que optou pela neutralidade em relação aos
conflitos internos na Síria, indicada com o número 2.
10. (Uepa 2014) O mundo muda tecnologicamente a passos largos. As comunicações são cada vez mais velozes e
eficientes e essas mudanças se fazem presentes também nos armamentos bélicos e químicos usados nos vários conflitos
de nossos tempos, principalmente no Oriente Médio, palco de muitos desses conflitos. Do assunto em questão, é correto
afirmar que:
a) nos dias atuais os conflitos tornaram-se mais cruéis devido ao uso de armas químicas, fato ocorrido recentemente na
Síria, um dos países onde ocorrem os conflitos mais violentos e de caráter exclusivamente religioso.
b) os conflitos que ocorrem nesta região quase sempre têm intervenção das grandes potencias mundiais, como ocorre
atualmente com o Conflito Sírio, onde a rápida intervenção da Rússia, aliada aos Estados Unidos, eliminou os ataques
aos rebeldes sírios.
c) o uso de armamentos sofisticados faz com que os conflitos atuais tenham rápidos desfechos, como aconteceu com a
chamada Primavera Árabe, onda revolucionária de manifestações e protestos, de caráter principalmente étnico, ocorrido
no Egito.
d) os conflitos que ocorrem na região são causados exclusivamente por questões de fronteiras e domínios de territórios
estratégicos no contexto mundial. Na região há predomínio significativo de povos e cultura de origem judaica.
e) neste cenário, os EUA têm um papel muito importante, tanto pelo seu poder econômico e tecnológico em nível mundial,
quanto pelo interesse na região devido ao intenso poderio energético. O Oriente Médio é descrito pelos EUA como sendo
“a região mais estratégica do mundo”.
GABARITO:
1) b, 2) d, 3) e, 4) a, 5) e, 6) c, 7) c, 8) d, 9) b, 10) e
História
Segundo Reinado
https://www.stoodi.com.br/materias/historia/segundo-reinado/
1. (Pucpr Medicina 2022) Leia o texto da chamada Lei de Terras e assinale a alternativa que a relaciona
CORRETAMENTE à estrutura social do Brasil do Segundo Reinado (1840-1889).
Dispõe sobre as terras devolutas no Império, [e] e determina que, medidas e demarcadas as primeiras, sejam elas cedidas a
título oneroso, assim para empresas particulares, como para o estabelecimento de colonias de nacionaes e de extrangeiros,
autorizado o Governo a promover a colonisação extrangeira na forma que se declara.
D. Pedro II, por Graça de Deus e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo do Brasil:
Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assembléa Geral Decretou, e Nós queremos a Lei seguinte:
Art. 1º Ficam prohibidas as acquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra.
BRASIL, Lei nº. 601, de 18 de setembro de 1850. Presidência da República, Brasília-DF. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l0601-1850.htm. Acesso em: 11/09/2021.
a) Ao tornar a aquisição um ato de compra, a Lei de Terras forneceu o impulso para a monetarização da economia brasileira
e o surgimento dos primeiros bancos comerciais.
b) A Lei de Terras abriu a oportunidade para que os imigrantes europeus passassem a usar o Brasil como destino de
investimento, visto o custo relativo da terra aqui ser bem menor que na Europa.
c) A Lei de Terras, juntamente com a Lei Eusébio de Queiroz, promulgada no mesmo ano, foram medidas visando a
integração dos trabalhadores escravos à produção e ao consumo.
d) Ao bloquear a aquisição de terras por outro meio que não a compra, a Lei de Terras perpetuou a exclusão dos
trabalhadores, em sua imensa maioria escravizados, da principal e abundante riqueza de que dispunha o Brasil à época.
e) Ao suprimir a aquisição da terra pelo trabalho ou por doação, a Lei de Terras estimulou a colonização do interior do
território e consolidou as fronteiras do Brasil com seus vizinhos.
2. (Unicamp 2021) A casa de morar nas fazendas ou o palacete foram em geral construídos a partir de 1870.
Representavam o poderio econômico e político do proprietário, assim como o gênero da pintura de paisagem que, segundo
o historiador Rafael Marquese, foi mobilizado pela classe senhorial do Vale do Paraíba como uma resposta direta à crise da
escravidão negra no Império do Brasil.
(Adaptado de Ana Luiza Martins, “Representações da economia cafeeira: dos barões aos ‘Reis do café’, em Wilma Peres
Costa e Ana Betraiz Demarchi Barel (orgs.), Cultura e Poder entre o Império e a República. São Paulo: Alameda, 2018, p.
195.)
Anos Produção
1821-1830 0,3
1831-1840 1,0
1841-1850 1,7
1851-1860 2,6
1861-1870 2,9
1871-1880 3,6
1881-1890 5,3
1891-1900 7,2
SILVA, Sergio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. 6ª ed. São Paulo: Alfa-Ômega, 1985. p. 49.
1835 375
1845 384
1855 1.705
1865 972
1865 1.256
DOWBOR, Ladislau. A formação do capitalismo dependente no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1977.
Sabendo-se que em 1850, a Lei Euzébio de Queiroz proibiu o tráfico intercontinental de escravos, e observando as tabelas
acima, pode-se concluir que
a) a proibição do tráfico negreiro intercontinental diminuiu o preço dos escravos para trabalhar na lavoura cafeeira.
b) o aumento do preço dos escravos está associado à proibição do tráfico intercontinental e à maior necessidade de mão de
obra para as fazendas de café.
c) o aumento da produção cafeeira na década de 1851-1860 foi acompanhado pela diminuição do preço dos escravos.
d) a expansão cafeeira forçou o preço dos escravos para o alto, apesar de a lei de 1850 garantir o abastecimento da região
do Vale do Paraíba.
5. (Fgv 2020) O contrato de trabalho na fazenda de café paulista consistia no pagamento anual de uma certa quantia por
cada mil pés de café cuidados [...]. O colono ainda recebia uma quantia estipulada por alqueire (medida) de café colhido. [...]
O que tinha uma importância extraordinária no sistema de trabalho nas fazendas paulistas era, entretanto, a possibilidade
de plantar produtos de subsistência entre os cafeeiros e a obtenção de um pedaço de terra com essa finalidade, além de um
pasto para alguns animais.
(Maria Tereza Schorer Petrone. “Imigração”. In: História geral da civilização brasileira: O Brasil republicano, tomo III, vol. 2,
1990.)
O estímulo à contratação de trabalhadores estrangeiros pelas fazendas paulistas, no contexto de abolição da escravidão no
final do século XIX, implicou
a) a estagnação relativa da economia de exportação e o predomínio gradual da industrialização sustentada pela formação
do mercado consumidor interno.
b) a permanência da exploração compulsória do trabalho nos moldes coloniais e o fracasso da política de transferência de
agricultores estrangeiros para o Brasil.
c) a ampliação da base monetária da economia do país e a manutenção do ritmo da atividade agroexportadora com a
expressiva oferta de mão de obra.
d) a pacificação das relações de trabalho nos latifúndios paulistas e a dependência política do grande proprietário em
relação aos eleitores rurais.
e) a assinatura de acordos do estado de São Paulo com os países de origem da mão de obra e a pronta aceitação da
nacionalidade brasileira pelos recém-chegados.
7. (Ufu 2020) Os fazendeiros paulistas não se voltaram para o imigrante porque acreditavam nas virtudes ou na maior
rentabilidade do trabalho livre, mas porque a alternativa do escravo desaparecia e era preciso dar uma resposta ao
problema. Em 1887, menos de um ano da abolição, São Paulo figurava em terceiro lugar na população escrava das
províncias, com 107.329 cativos, vindo, em primeiro, Minas Gerais (191.952) e, em segundo, o Rio de Janeiro (162.421).
Fausto, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 203. (Adaptado)
Sobre o processo migratório para o Brasil no século XIX, analise as afirmativas abaixo.
I. Em um primeiro momento, iniciado em fazendas cafeeiras do interior de São Paulo, foi implementado o sistema de
parcerias, no qual o trabalhador cultivava a terra do fazendeiro e parte da produção deveria ser entregue ao proprietário.
II. Foi uma política dos partidos liberal e conservador para atrair mão de obra europeia com o intuito de implementar
minifúndios voltados à exportação de produtos agrícolas.
III. Os migrantes europeus saíram de suas terras de origem devido ao avanço do capitalismo industrial, da decomposição da
pequena propriedade agrária e da ruína de boa parte do campesinato.
IV. A Lei de Terras facilitou o acesso de ex-escravos à posse de terra, dificultou, no entanto, o mesmo acesso aos imigrantes
europeus.
8. (Espm 2019) Somente a partir de 1850 vai se observar um maior dinamismo no desenvolvimento econômico do país em
geral e de suas manufaturas em particular. O crescimento do número de empresas industriais se faria com relativa rapidez.
(Sonia Mendonça. A Industrialização Brasileira)
9. (Unesp 2019) É particularmente no Oeste da província de São Paulo – o Oeste de 1840, não o de 1940 – que os
cafezais adquirem seu caráter próprio, emancipando-se das formas de exploração agrária estereotipadas desde os tempos
coloniais no modelo clássico da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar. A silhueta antiga do senhor de engenho perde
aqui alguns dos seus traços característicos, desprendendo-se mais da terra e da tradição – da rotina rural. A terra de
lavoura deixa então de ser o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda […].
O “caráter próprio” das fazendas de café do Oeste paulista de 1840 pode ser explicado, em parte, pelo
a) menor isolamento dessas fazendas em relação aos meios urbanos.
b) emprego exclusivo de mão de obra imigrante e assalariada.
c) desaparecimento das práticas de mandonismo local.
d) maior volume de produção de mantimentos nessas fazendas.
e) esforço de produzir prioritariamente para o mercado interno.
10. (Fac. Pequeno Príncipe - Medicina 2018) Leia o trecho abaixo escrito pelo médico legista e psiquiatra Nina Rodrigues.
A concepção espiritualista de uma alma da mesma natureza em todos os povos, tendo como consequência uma inteligência
da mesma capacidade em todas as raças, apenas variável no grau de cultura e passível, portanto, de atingir, mesmo em um
representante das raças inferiores, o elevado grau a que chegaram as raças superiores, é uma concepção
irremessivelmente condenada em face dos conhecimentos científicos modernos.
RODRIGUES, Raimundo Nina. As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil. Salvador: Livraria Progresso,
1957. p. 28.
Analisando o pensamento exposto de Nina Rodrigues, inserido no fim do século XIX, podemos compreender que
a) o dito de Nina Rodrigues se encaixa no pensamento imperialista em que grandes potências europeias tentaram legitimar
sua dominação aos continentes africano e asiático, demonstrando como as qualidades e os defeitos dos diferentes povos
eram exclusivamente fonte de seu meio social.
b) a teoria demonstrada no texto foi inspirada nas ideias de Thomas Malthus, economista britânico que desenvolveu a
hipótese de que o aumento populacional traria maiores possibilidades genéticas e, por consequência, um aprimoramento
evolucionista.
c) o autor foi influenciado pelo darwinismo social, desenvolvido pelo naturalista britânico Charles Darwin como forma de
explicar a seleção natural, que privilegiava os mais fortes e adaptados diante dos demais, reforçando a dominação
europeia sobre outros continentes.
d) fica clara a insatisfação contra o neocolonialismo europeu e contra sua dominação recorrente, visto que as raças eram
tidas como de iguais condições quanto à possibilidade de evolução.
e) diversos intelectuais adotaram a existência de uma raça superior às demais, defendendo inclusive o incentivo à imigração
de trabalhadores europeus como forma de branqueamento da população brasileira ao longo do tempo.
GABARITO:
1) d, 2) c, 3) b, 4) d, 5) c, 6) d, 7) c, 8) b, 9) a, 10) e
Biologia
Sistema Circulatório
1. (Uemg 2013) O líquido extracelular é transportado por todo o corpo em duas etapas: na primeira, por meio do movimento
do sangue pelos vasos sanguíneos, e, na segunda, pelo movimento do líquido entre os capilares sanguíneos e as células. À
medida que o sangue atravessa os capilares, produz-se também um intercâmbio contínuo de líquido extracelular entre a
porção de plasma de sangue e o líquido intersticial que ocupa os espaços entre as células. Os capilares são permeáveis à
maioria das moléculas presentes no plasma sanguíneo, podendo tais moléculas se difundir em ambos os sentidos entre o
sangue e os espaços tissulares, com exceção de proteínas. Desse modo, o líquido extracelular de qualquer zona do corpo,
tanto do plasma quanto dos espaços intersticiais, se encontra em um processo de mesclagem contínua, mantendo assim
uma homogeneidade quase completa em todo o corpo.
2. (Ueg 2011) A força gravitacional desempenha um papel fundamental na estabilidade dos organismos vivos. Dentro de
uma espaçonave em órbita os tripulantes experimentam uma aparente perda de peso, situação denominada de estado de
imponderabilidade. No caso de um astronauta em um ambiente onde a gravidade é praticamente nula, é correto afirmar:
a) o cérebro será menos irrigado por correntes sanguíneas.
b) a pressão para baixo, sobre a coluna vertical, torna-se maior.
c) o seu coração bombeia mais facilmente sangue para todas as regiões do seu corpo.
d) a quantidade de movimento linear do fluido sanguíneo passa a ser uma função da densidade do sangue.
4. (Ueg 2012) A figura abaixo representa a dinâmica das pressões que atuam nas trocas capilares. Os capilares arteriais
tendem a levar água do plasma aos tecidos, e os capilares venosos tendem a reabsorver líquidos dos tecidos. As pressões
oncótica (PO) e hidrostática (PH) atuam contrariamente, sendo a pressão oncótica atribuída às proteínas plasmáticas.
A respeito da manutenção metabólica exercida pelo fluxo entre os capilares e os tecidos, é correto afirmar:
a) no glomérulo renal, o aumento da PO ocorre devido à grande rede de filtração que retém proteínas plasmáticas.
b) a diminuição da PH na vênula ocorre por causa da menor concentração de proteínas plasmáticas e consequente
aumento da PO.
c) a reduzida concentração de proteínas plasmáticas, por deficiência nutricional, ocasiona o aumento da PH com
consequente formação de edema.
d) a força exercida por PH e PO determina o fluxo de O2, CO2 e de glicose, de maneira dependente, principalmente, da
concentração plasmática de albumina.
Na Grécia Antiga, começa-se um debate sobre a localização da alma. Hipócrates diz que a inteligência se encontra na
cabeça. Platão discorda. Para ele, a alma imortal está na cabeça, mas a alma mortal, responsável pela inteligência e pelos
sentimentos, está no CORAÇÃO. Os desejos sensuais procedem do FÍGADO. Aristóteles contradiz essa separação. Só
existe uma alma, afirma, e ela se encontra no coração, o centro do ser humano, o fogo interno, que dá calor e vida. Os
enamorados rabiscam coraçõezinhos apaixonados, tendo ao centro o nome da amada. Segundo o anatomista Liberato Di
Dio, o coração assumiu um papel primordial entre as culturas por ser o único órgão que se pode ouvir e sentir pulsar.
"Quando alguém passa por fortes emoções, o coração dispara, e isso é possível perceber", afirma Di Dio. Os BATIMENTOS
CARDÍACOS são um sinal de vida.
Fonte: Revista Galileu. Edição 119 – jun./01. Adaptado. Acesso em: 26 jul. 2021.
Sobre os termos destacados no texto e suas respectivas funções, assinale a alternativa CORRETA.
a) O coração humano tem 4 cavidades, ou câmaras, sendo duas superiores ou ventrículos e duas inferiores ou átrios. Os
átrios bombeiam sangue para os ventrículos, enquanto o ventrículo esquerdo bombeia sangue para os pulmões, e o
direito, para as demais partes do corpo.
b) O ciclo cardíaco é uma sequência completa de sístole e diástole das câmaras cardíacas e inicia-se pela sístole dos átrios,
que bombeiam sangue para os ventrículos, que estão em diástole. Durante a sístole, a câmara cardíaca enche-se de
sangue, e, durante a diástole, ela o bombeia para fora do coração.
c) A frequência cardíaca, número de contrações realizadas pelo coração, corresponde a 70 bpm em um indivíduo sadio e
varia com o sexo e a idade, obedecendo ao ritmo de impulsos do nó sinoatrial que determina a contração dos átrios.
Desse nó, partem impulsos para o nó atrioventricular, que os transmite às fibras condutoras especiais, determinando a
sístole do ventrículo.
d) O fígado é uma pequena glândula, que participa da digestão da bile. Esta elimina do corpo substâncias tóxicas, a
exemplo da bilirrubina e do colesterol, atuando na emulsão de gorduras, por ação da lipase produzida no fígado, no
processo denominado de detoxificação hepática.
e) O fígado regula o nível de glicose no sangue, armazenando o excesso na forma de glicogênio no pâncreas e no tecido
adiposo; transforma a amônia em ureia, que é excretada pela urina, e sintetiza proteínas para a coagulação, a exemplo
da fibrina.
6. (Pucrj 2018) O funcionamento do corpo humano depende da disponibilidade de água e nutrientes para os diferentes
órgãos e tecidos.
Considerando-se que a distribuição dos nutrientes absorvidos através das células intestinais e do oxigênio captado pelos
pulmões depende da correta distribuição desses componentes pelo corpo através do sistema circulatório, verifica-se que
a) o sangue rico em oxigênio sai do coração para ser transportado para as outras partes do corpo através da artéria
pulmonar.
b) os capilares são responsáveis pela captação dos nutrientes absorvidos pelas células intestinais.
c) o sangue rico em oxigênio chega ao coração através da veia cava.
d) durante as trocas gasosas nos pulmões, o oxigênio proveniente do metabolismo de todas as partes do corpo é retirado do
sangue, e ocorre a captação do gás carbônico.
e) o transporte do sangue rico em gás carbônico para os pulmões depende de sua saída do coração através da artéria
aorta.
7. (Uel 2021) Considerando o sistema nervoso dos seres humanos, percebe-se que essa estrutura ora apresenta fronteiras
bem delimitadas entre os seus constituintes, ora se apresenta difundida pelos demais sistemas corpóreos. Esse arcabouço
tem por função o controle da relação entre o organismo e o meio em que vive na tentativa de estabelecer uma condição de
homeostase interna.
Com base nos conhecimentos sobre o sistema nervoso, assinale a alternativa correta.
a) O Sistema Nervoso Parassimpático estimula o cerebelo a produzir neurotransmissores que preparam um animal, por
exemplo, para enfrentar um perigo, deixando-o pronto para lutar ou fugir.
b) O coração é estimulado pelo Sistema Nervoso Autônomo Simpático e inibido pelo Sistema Nervoso Autônomo
Parassimpático, enquanto que, na musculatura do tubo digestório, ocorre o inverso.
c) O Sistema Nervoso Central Somático, formado pelo encéfalo e por glândulas, tem por funções receber, integrar e
relacionar os impulsos elétricos provenientes do ambiente externo.
d) O hipotálamo é uma região da medula que tem por função ajustar os impulsos elétricos produzidos pelo cérebro, de
forma a coordenar os movimentos, a postura, o equilíbrio e o tônus muscular do corpo.
e) Os nervos que conduzem os impulsos elétricos produzidos pelo Sistema Nervoso Central, têm por funções controlar as
contrações dos músculos liso e cardíaco e também a liberação de hormônios, como a melatonina.
8. (Unisinos 2022) “Em humanos, a pequena circulação ou circulação pulmonar é o caminho que o sangue percorre do
coração aos pulmões e dos pulmões ao coração. No decorrer desta circulação, o coração bombeia o ____________ do
_____________ para o ________________, que se divide em artérias pulmonares esquerda e direita, que levam o sangue
até os pulmões.”
9. (Puccamp 2016) Apesar do automatismo da contração cardíaca, o pulsar do coração também é regulado por mediadores
químicos capazes de alterar o ritmo dos batimentos. O mediador químico que acelera e o que diminui o ritmo cardíaco são,
respectivamente, a
a) acetilcolina e a adrenalina.
b) acetilcolina e a ocitocina.
c) ocitocina e a acetilcolina.
d) adrenalina e a acetilcolina.
e) adrenalina e a ocitocina.
10. (Unesp 2021) Pesquisadores “imprimiram” o primeiro coração 3D vascularizado usando células e materiais biológicos.
Células de tecido adiposo foram reprogramadas para se tornarem células-tronco pluripotentes, e a matriz extracelular foi
processada em um hidrogel personalizado, que serviu como “tinta” para a impressão. Após serem misturadas com o
hidrogel, as células foram diferenciadas em células cardíacas ou endoteliais, para criar um coração inteiro.
Considerando-se a anatomia do coração humano, a câmara cardíaca que consumiu maior quantidade de “tinta” para ser
impressa e os vasos sanguíneos impressos somente com células endoteliais são, respectivamente,
a) o ventrículo esquerdo e as arteríolas.
b) o átrio direito e as arteríolas.
c) o ventrículo direito e os capilares.
d) o ventrículo esquerdo e os capilares.
e) o átrio esquerdo e as arteríolas.
GABARITO:
1) c, 2) c, 3) e, 4) c, 5) c, 6) b, 7) b, 8) d, 9) d, 10) d
Matemática
Objetivo:Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de
frequências de dados agrupados (não em classes) ou em gráficos.
1. (Enem 2019) Os alunos de uma turma escolar foram divididos em dois grupos. Um grupo jogaria basquete, enquanto o
outro jogaria futebol. Sabe-se que o grupo de basquete é formado pelos alunos mais altos da classe e tem uma pessoa a
mais do que o grupo de futebol. A tabela seguinte apresenta informações sobre as alturas dos alunos da turma.
Os alunos P, J, F e M medem, respectivamente, 1,65 m, 1,66 m, 1,67 m e 1,68 m, e as suas alturas não são iguais a de
nenhum outro colega da sala.
2. (Enem 2019) O serviço de meteorologia de uma cidade emite relatórios diários com a previsão do tempo. De posse
dessas informações, a prefeitura emite três tipos de alertas para a população:
- Alerta cinza: deverá ser emitido sempre que a previsão do tempo estimar que a temperatura será inferior a 10 °C, e a
umidade relativa do ar for inferior a 40%;
- Alerta laranja: deverá ser emitido sempre que a previsão do tempo estimar que a temperatura deve variar entre 35 °C e
40 °C, e a umidade relativa do ar deve ficar abaixo de 30%;
- Alerta vermelho: deverá ser emitido sempre que a previsão do tempo estimar que a temperatura será superior a 40 °C, e
a umidade relativa do ar for inferior a 25%.
Um resumo da previsão do tempo nessa cidade, para um período de 15 dias, foi apresentado no gráfico.
Decorridos os 15 dias de validade desse relatório, um funcionário percebeu que, no período a que se refere o gráfico, foram
emitidos os seguintes alertas:
3. (Enem 2016) O cultivo de uma flor rara só é viável se do mês do plantio para o mês subsequente o clima da região
possuir as seguintes peculiaridades:
- a variação do nível de chuvas (pluviosidade), nesses meses, não for superior a 50 mm;
- a temperatura mínima, nesses meses, for superior a 15 °C;
- ocorrer, nesse período, um leve aumento não superior a 5 °C na temperatura máxima.
Um floricultor, pretendendo investir no plantio dessa flor em sua região, fez uma consulta a um meteorologista que lhe
apresentou o gráfico com as condições previstas para os 12 meses seguintes nessa região.
Com base nas informações do gráfico, o floricultor verificou que poderia plantar essa flor rara.
4. (Enem 2018) Um rapaz estuda em uma escola que fica longe de sua casa, e por isso precisa utilizar o transporte público.
Como é muito observador, todos os dias ele anota a hora exata (sem considerar os segundos) em que o ônibus passa pelo
ponto de espera. Também notou que nunca consegue chegar ao ponto de ônibus antes de 6h15min da manhã. Analisando
os dados coletados durante o mês de fevereiro, o qual teve 21 dias letivos, ele concluiu que 6h21min foi o que mais se
repetiu, e que a mediana do conjunto de dados é 6h22min
A probabilidade de que, em algum dos dias letivos de fevereiro, esse rapaz tenha apanhado o ônibus antes de 6h21min da
manhã é, no máximo,
4
a) 21
5
b)
21
6
c) 21
7
d) 21
8
e) 21
5. (Enem 2014) Uma loja que vende sapatos recebeu diversas reclamações de seus clientes relacionadas à venda de
sapatos de cor branca ou preta. Os donos da loja anotaram as numerações dos sapatos com defeito e fizeram um estudo
estatístico com o intuito de reclamar com o fabricante.
A tabela contém a média, a mediana e a moda desses dados anotados pelos donos.
Para quantificar os sapatos pela cor, os donos representaram a cor branca pelo número 0 e a cor preta pelo número 1.
Sabe-se que a média da distribuição desses zeros e uns é igual a 0,45.
Os donos da loja decidiram que a numeração dos sapatos com maior número de reclamações e a cor com maior número de
reclamações não serão mais vendidas.
A loja encaminhou um ofício ao fornecedor dos sapatos, explicando que não serão mais encomendados os sapatos de cor
a) branca e os de número 38.
b) branca e os de número 37.
c) branca e os de número 36.
d) preta e os de número 38.
e) preta e os de número 37.
6. (Unesp 2022) Um experimento vai avaliar a memória de um grupo de dez crianças de 12 anos em relação à capacidade
de retenção de palavras, figuras e números. Durante 30 segundos, cada criança recebe a mesma lista de dez palavras e,
em seguida, tem 60 segundos para escrever as palavras que lembra ter visto. O mesmo se repete com uma lista de dez
figuras e, em seguida, com uma lista de dez números naturais aleatórios de 1 a 100. A tabela indica o resultado desse
experimento.
7. (Fuvest 2014) Cada uma das cinco listas dadas é a relação de notas obtidas por seis alunos de uma turma em uma certa
prova.
Assinale a única lista na qual a média das notas é maior do que a mediana.
a) 5, 5, 7, 8, 9, 10
b) 4, 5, 6, 7, 8, 8
c) 4, 5, 6, 7, 8, 9
d) 5, 5, 5, 7, 7, 9
e) 5, 5, 10, 10, 10, 10
8. (Upe-ssa 2 2022) Um professor aplicou uma prova para 315 estudantes de uma escola. A coordenação da escola deseja
saber se o índice de aprovação (percentual de estudantes aprovados) foi igual ou superior a 50%. Dada à alta quantidade
de notas a analisar, o professor decidiu utilizar um programa de computador para obter essa resposta de forma mais rápida
e prática, pois já possui todos esses dados em uma planilha. Ele deve escolher uma medida estatística, cujo valor numérico
seja capaz de indicar, por si só, a resposta para o questionamento.
9. (Ufjf-pism 2 2022) A diretora de uma escola realizou uma pesquisa acerca da idade dos alunos que integram a equipe de
voleibol. Os dados coletados foram os seguintes: 5 alunos têm 17 anos, 4 alunos têm 18 anos, enquanto somente 3 alunos
estão com 16 anos.
Os valores da moda e da mediana das idades dos alunos que integram a equipe de voleibol são, respectivamente,
a) 17 e 18 anos.
b) 16 e 17 anos.
c) 17 e 17 anos.
d) 18 e 18 anos.
e) 18 e 16 anos.
10. (Upe-ssa 3 2022) O quadro a seguir apresenta o número de casos diários verificados de Covid-19 em cinco cidades A,
B, C, D e E, de 19/04/2021 a 22/04/2021, assim como a média e o desvio padrão para cada uma dessas cidades.
Como a média de casos foi a mesma para todas as cidades e nenhuma delas manteve um rigoroso decrescimento do
número de casos nesse período, um veículo de comunicação deseja reportar qual dentre essas cinco cidades apresentou a
distribuição mais regular do número de casos no período considerado.
GABARITO:
1) c, 2) a, 3) a, 4) d, 5) a, 6) d, 7) d, 8) b, 9) c, 10) e
Filosofia
Módulo: Introdução: Conhecimento e Verdade
Aula 01 - O que significa conhecimento e verdade?
Nesta lista, relembraremos conceitos importantes sobre o que é a filosofia. Trabalharemos, também, um pouco
sobre os filósofos pré-socráticos - aqueles que marcam o início da filosofia grega.
1. (Unesp 2022) As certezas do homem comum, as verdades comuns da experiência cotidiana, os filósofos vivem-nas, por
certo, e não as negam, enquanto homens. Mas, enquanto filósofos, não as assumem. Nesse sentido em que as
desqualificam, pode-se dizer que as recusam. Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas em nome da
racionalidade que postulam para a filosofia. Assim é que boa parte das filosofias opta por esquecer “metodologicamente” a
visão comum do Mundo, recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico. Não podendo furtar-se, enquanto
homens, à experiência do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O Mundo não é, para eles, o universo reconhecido de
seus discursos. Desconsiderando filosoficamente as verdades cotidianas, o bom senso, o senso comum, instauram de fato
o dualismo do prático e do teórico, da vida e da razão filosófica. Instauram, consciente e propositadamente, o divórcio entre
o homem comum que são e o filósofo que querem ser.
2. (Ucs 2020) Uma das questões abordadas pelo filósofo Ludwig Wittgenstein, sobre os limites da linguagem, é que cada
ser humano experimenta as sensações do mundo de um modo peculiar, pois, segundo ele, toda experiência é particular.
Nesse contexto, como, e em que medida, a descrição das experiências e sensações pessoais pode ser compreendida pelos
outros? Essa questão me veio à mente quando eu saí há pouco do trabalho e deparei-me com uma Lua cheia
absurdamente brilhante, vislumbrada ao fundo de uma árvore plantada no pomar de uma das casas da vizinhança. Parei
para observar a luz prateada entre os galhos e entendi que, por mais que eu me esforce ao escolher as palavras, nunca
serei capaz de descrever, de modo plenamente inteligível, para outras pessoas, toda a profundidade de sentimentos que me
ocorrem ao ver a Lua cheia brilhando em uma noite calma atrás de uma grande árvore que o inverno desfolhou. Diante de
certas sensações, as palavras ficam pequenas.
A partir da leitura do texto acima e de seus conhecimentos sobre Filosofia, assinale a alternativa correta.
a) O conhecimento mitológico foi a primeira tentativa de explicação do mundo feita pelo homem, ainda que de maneira
fantasiosa. Nesse sentido, o mito é uma representação coletiva, transmitida por meio de várias gerações e que relata uma
explicação do mundo. Um exemplo disso é a mitologia grega que atribui uma divindade à Lua.
b) O conhecimento filosófico é essencialmente introspectivo e tem relação com experiências e sensações particulares. A
Filosofia busca a verdade das coisas através da subjetividade e da sensibilidade, que são fundamentais para a tentativa
de explicar, através de palavras, os sentimentos que ocorrem diante de determinadas situações ou imagens como, por
exemplo, a da Lua cheia.
c) O filósofo São Tomás de Aquino afirmava que existiam certas verdades que a razão humana, por ser imperfeita, não
conseguiria atingir. Para explicitar tais limitações, Aquino desenvolveu reflexões acerca do intelecto humano, dividindo-o
em dois: o supralunar, que receberia influência da Lua; e o sublunar, que seria influenciado pelos elementos terra, fogo,
água e ar.
d) As observações aristotélicas produziram conhecimentos relacionados à natureza. Considerado o primeiro biólogo,
Aristóteles estabeleceu a diferença entre as plantas, que para ele seriam dotadas de sensações; e os animais, que teriam
sensações e vontades. O homem ocuparia lugar de destaque entre os animais, pois, além de sensações e vontades,
possuiria a razão, mas essa seria insuficiente para explicar certas sensações, como a que acontece ao observar a Lua
cheia.
e) O filósofo Francis Bacon afirmava que o pensamento escolástico valia-se de erros de linguagem aplicados às
experiências empíricas que impediam o conhecimento verdadeiro. Como o significado das palavras é impreciso, haveria
um espaço para afirmações comprometidas pela própria linguagem, como na tentativa de descrever a Lua cheia
brilhando.
3. (Unesp 2022) Não é fácil vencer uma discussão. Especialmente em um contexto inflamado, em que as opiniões se
polarizam, notícias falsas se proliferam, debatedores recorrem a ofensas e sarcasmo e festas de fim de ano criam
ambientes propícios para a briga. Uma boa discussão, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, não serve para
a disputa – e, sim, para a construção do conhecimento. Nesse sentido, saber sustentar uma boa argumentação é
fundamental.
(Beatriz Montesanti e Tatiana Dias. “Por que ‘opinião não é argumento’, segundo este professor de lógica da Unicamp”.
www.nexojornal.com.br, 28.02.2018.)
O excerto explicita a relevância de uma área da filosofia que contribui para o desenvolvimento de boas discussões, qual
seja,
a) a lógica e a investigação da estrutura do pensamento humano.
b) a estética e a investigação do uso de imagens ao longo da história.
c) a metafísica e o entendimento das qualidades do ser.
d) a ética e a compreensão dos modos de agir individual.
e) a epistemologia e a verificação da natureza do conhecimento.
4. (Uece 2020) Relacione, corretamente, os pensadores com seus respectivos pensamentos acerca da forma como o
conhecimento da realidade se verifica, numerando os parênteses abaixo, de acordo com a seguinte indicação:
1. Immanuel Kant
2. Karl Marx
3. Renè Descartes
4. G.W.F Hegel
( ) A reflexão filosófica deve partir de um exame da formação da consciência e a experiência da consciência não é só uma
experiência teórica: é necessariamente histórica.
( ) Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. É a ideologia a responsável por
produzir uma alienação da consciência humana de sua situação real.
( ) É sempre possível duvidar de um princípio, questionar as bases de uma teoria. É preciso colocar em questão todo o
conhecimento adquirido.
( ) O conhecer é um ato de autodeterminação do sujeito, é anterior a toda experiência, e trata não tanto dos objetos, mas
dos conceitos a priori sobre os objetos.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Benedetti, I. C. São Paulo: Martins Fontes, 2003. (Adaptado)
Considerando-se a definição de silogismo, assinale a alternativa que indica sua interpretação correta.
a) A conclusão pode contrariar todas as premissas.
b) O silogismo só conduz a conclusões hipotéticas.
c) A conclusão é sempre resultado das premissas.
d) A dedução é inaplicável ao silogismo categórico.
6. (Unioeste 2021) Nietzsche redescobriu os pré-socráticos. Numa nova visão que, na esteira do romantismo, ele nos deu
do mundo grego, aqueles pensadores avultaram, ao lado dos poetas trágicos, com dimensões que absolutamente não
cabiam no quadro tradicional de um desenvolvimento filosófico culminante em Aristóteles, nem mesmo no perspectivismo
histórico mais amplo, traçado pelo hegelianismo recente. Libertados desses esquemas, eles são invocados por Nietzsche
em sua polêmica contra a cultura da época, cujas raízes ele procura seguir até o racionalismo socrático e platônico, e
mostrados em sua solidariedade profunda com a espiritualidade agonística do mundo grego, um mundo inteiramente
deformado pelas lentes de nossa visão tradicional, cristã e racionalista.
SOUZA, J.C. “Para ler os fragmentos pré-socráticos”. In: Os pensadores – Pré-Socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
A música, com efeito, é o melhor exemplo do que queriam dizer os pitagóricos. A música, como tal, só existe em nossos
nervos e nosso cérebro; fora de nós ou em si mesma (…), compõem-se somente de relações numéricas quanto ao ritmo, se
se trata de sua quantidade, e quanto à tonalidade, se se trata de sua qualidade, conforme se considere o elemento
harmônico ou o rítmico. No mesmo sentido, poder-se-ia exprimir o ser do universo, do qual a música é, pelo menos em certo
sentido, a imagem, exclusivamente com o auxílio de números.
NIETZSCHE, F. “Os Pitagóricos”. In: Os Pensadores – Pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
Em acordo com os textos acima e com conhecimentos acerca da filosofia pré-socrática, é INCORRETO localizar entre os
ensinamentos dos pitagóricos.
a) A descoberta de que há um fundamento matemático em fenômenos como a consonância, calcada na estrutura física do
som.
b) A extensão da concepção matemática do mundo a temáticas como a da apreciação e da beleza artística.
c) A redução da compreensão dos movimentos celestes a relações matemáticas, a chamada “música das esferas”.
d) A instauração de caminho iniciático racional para que, mediante aprimoramento intelectual, a alma se torne semelhante
ao cosmo.
e) O reconhecimento da dicotomia entre natureza e divindade, que instaura os domínios irreconciliáveis da causalidade
física e da vontade.
Não vos deixeis enganar! É vossa curta vista, não a essência das coisas, que vos faz acreditar ver terra firme onde quer que
seja no mar do vir-a-ser e perecer. Usais nomes das coisas, como se estas tivessem uma duração fixa: mas mesmo o rio,
em que entrais pela segunda vez, não é o mesmo da primeira vez.
(HERÁCLITO DE ÉFESO. Coleção Os Pensadores. Vol. I. São Paulo: Victor Civita, 1973, p. 109.)
Com base no texto e no conhecimento sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, considere as seguintes afirmativas:
8. (Unesp 2020) Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma
partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o
bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”. In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores
pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito
a) à retórica utilizada pelos sofistas para convencimento dos cidadãos na pólis.
b) a uma explicação da origem do cosmos fundamentada em pressupostos mitológicos.
c) à investigação sobre a constituição do cosmos por meio de um princípio fundamental da natureza.
d) ao desenvolvimento da lógica formal como habilidade de raciocínio.
e) à justificação ética das ações na busca pelo entendimento sobre o bem.
Os corcéis que me transportam, tanto quanto o ânimo me impele, conduzem-me, depois de me terem dirigido pelo caminho
famoso da divindade [...] E a deusa acolheu-me de bom grado, mão na mão direita tomando, e com estas palavras se me
dirigiu: [...] Vamos, vou dizer-te – e tu escuta e fixa o relato que ouviste – quais os únicos caminhos de investigação que há
para pensar, um que é, que não é para não ser, é caminho de confiança (pois acompanha a realidade): o outro que não é,
que tem de não ser, esse te indico ser caminho em tudo ignoto, pois não poderás conhecer o não-ser, não é possível, nem
indicá-lo [...] pois o mesmo é pensar e ser.
PARMÊNIDES. Da Natureza, frags. 1-3. Trad. José Trindade Santos. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2009. p. 13-15.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Parmênides, assinale a alternativa correta.
a) Pensar e ser se equivalem, por isso o pensamento só pode tratar e expressar o que é, e não o que não é – o não ser.
b) A percepção sensorial nos possibilita conhecer as coisas como elas verdadeiramente são.
c) O ser é mutável, eterno, divisível, móvel e, por isso, a razão consegue conhecê-lo e expressá-lo.
d) A linguagem pode expressar tanto o que é como o que não é, pois ela obedece aos princípios de contradição e de
identidade.
e) O ser é e o não ser não é indica que a realidade sensível é passível de ser conhecida pela razão.
10. (Ufu 2018) Considere o seguinte texto do filósofo Heráclito (século VI a.C.).
"Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo,
forma-se a água e da água, a alma”
Heráclito. Fragmentos, extraído de: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora,
2000. Tradução do autor.
1. (Fmc 2022) São dissolvidos 12.6 g de HNO3 em 23.4 g de H2O. Logo, as frações molares do soluto e do solvente nessa
solução são respectivamente:
2. (Pucrj 2022) Uma pequena piscina, contendo 10.000 L de água, precisa ter os parâmetros ajustados para que possa ser
utilizada com segurança.
Observou-se que a concentração de Cu2+ nessa piscina estava acima do ideal (5 mg L−1), por conta dos tratamentos com
fungicida à base de cobre. Para ajustar essa concentração, foi necessário trocar parte da água da piscina. Assim,
retiraram-se 6.000 L da água da piscina, substituindo-os por igual volume de água limpa (livre de cobre).
3. (Unesp 2022) Certo spray antisséptico contém como princípio ativo o digliconato de clorexidina, na concentração de 10
mg/mL. Sabendo que a massa molar desse princípio ativo é, aproximadamente, e que a constante de
a)
b)
c)
d)
e)
[...]
Produzido a partir da digestão anaeróbica da matéria orgânica presente em efluentes e resíduos, o biogás possui,
em sua composição, o gás carbônico, o metano e o sulfeto de hidrogênio, além de quantidades menores de ácido sulfídrico,
amônia, hidrogênio, nitrogênio, monóxido de carbono, carboidratos saturados ou halogenados etc. Esses gases,
principalmente o metano, são poluentes e, por essas características, têm grande serventia na produção de combustíveis e
energia. O metano, por exemplo, está presente em 70% dos gases gerados da fermentação dos dejetos suínos e tem
potencial de aquecimento global 25 vezes maior que o gás carbônico.
[...]
(Disponível em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/plano-abc/projeto-pecuaria-abc/arquivos/04-o-potencial-da-pro
ducao-de-biogas.pdf. Acesso em: 01 nov. 2021. Adaptado.)
Considere que duas amostras de dejetos suínos foram testadas quanto à produção de biogás: amostras A e B. Ao final de
30 dias de teste, as amostras A e B produziram 3 e 2 L de biogás, respectivamente. Do volume da amostra A, temos 48%
(v/v) de metano, 11% (v/v) de dióxido de carbono, 41% (v/v) de outros gases, dentre eles, 100 ppm de sulfeto de hidrogênio.
Do volume da amostra B: 52% (v/v) de metano, 8% (v/v) de dióxido de carbono, 40% (v/v) de outros gases, dentre eles, 136
ppm de sulfeto de hidrogênio.
Dados: A massa molar do enxofre e do hidrogênio é de 32 e 1 gramas por mol, respectivamente. O volume molar de um
gás ideal é igual a 0,022 metros cúbicos por mol.
Considerando as informações apresentadas, e que todos os gases descritos têm comportamento ideal, analise os itens que
se seguem:
I. Ao final de 30 dias, na amostra A, há uma menor quantidade volumétrica de metano do que na amostra B.
II. Se todo gás dióxido de carbono, produzido na amostra A, for borbulhado em uma solução de hidróxido de bário 50%
(m/v), será produzido aproximadamente 0,016 mol de carbonato de bário sólido (considere o rendimento da reação igual
a 100%).
III. Se todo gás sulfeto de hidrogênio da amostra B for borbulhado em solução de hidróxido de sódio 50% (m/v), será
produzido 0,008 mol de sulfeto de sódio (considere o rendimento da reação igual a 100%).
Atividades físicas intensas promovem a perda de água e de eletrólitos. Para repor essas perdas, soldados podem consumir
um repositor hidroeletrolítico durante a atividade de campanha. Esses repositores são constituídos de uma solução aquosa
contendo várias substâncias químicas, principalmente sais.
Considere um repositor que possua as seguintes especificações: cada porção de 200 mL contém 90 mg de íons sódio, 24
mg de íons potássio e 84 mg de íons cloreto.
6. (Ufrgs 2022) Para higienização de superfícies, pode-se utilizar uma solução de hipoclorito de sódio, a 0,5%,
deixando-a agir por 1 minuto. Para preparar essa solução, deve-se utilizar 230 mL de solução de água sanitária a 2,0% e
diluir com água filtrada para preparar 1 L de solução. Após, colocar em um borrifador e deixar em local sem incidência de luz
para evitar a diminuição da concentração de cloro ativo na solução.
Dados: Na = 23; O = 16
a)
b)
c)
d)
e)
7. (Fuvest 2022) Para o monitoramento ambiental no entorno de um posto de gasolina, coletou-se uma amostra de solo que
foi submetida de forma integral à análise de naftaleno, um composto presente na gasolina. A concentração encontrada foi
de 2,0 mg de naftaleno por kg de solo úmido. Sabendo que essa amostra de solo contém 20% de água, qual é o resultado
dessa análise por kg de solo seco?
a) 0,4 mg/kg
b) 1,6 mg/kg
c) 2,0 mg/kg
d) 2,2 mg/kg
e) 2,5 mg/kg
8. (Fcmscsp 2022) Em um experimento de química, foi feita a determinação do teor de hidróxido de amônio em
uma amostra de produto tonalizante para cabelos de uso em salões de cabeleireiros. Para o procedimento, foi pesado 1,00
g do produto, o qual foi transferido para um balão volumétrico com capacidade de 50 mL. O volume foi completado com
água destilada e essa solução foi empregada para as análises químicas. O resultado dessas análises revelou que o
tonalizante apresentou o teor de 52,5 mg do produto.
A solução preparada com o produto para a análise química apresentou a concentração de hidróxido de amônio igual a
a)
b)
c)
d)
e)
9. (Famerp 2022) Acefato é o nome de um inseticida de fórmula molecular indicado para
aplicação em culturas de algodão, soja e feijão. A formulação recomendada para uso é de 0,75 a 1 kg dissolvido em 300 a
400 L de água. Assim, a concentração em da solução mais diluída desse inseticida é igual a
a)
b)
c)
d)
e)
10. (Uerj 2022) Em testes de perfuração realizados em plataformas de petróleo, pode ser utilizado o brometo de cálcio.
Considere um teste para o qual foi preparada uma solução aquosa desse sal na concentração de 3000 g/L.
Admitindo a completa dissociação do sal, a concentração de íons brometo, em mol/L, nessa
solução, é igual a:
GABARITO:
1) d, 2) c, 3) a, 4) d, 5) a, 6) c, 7) e, 8) c, 9) d, 10) b
Física
Fenômenos Elétricos e Magnéticos
Área: Trabalho, Energia e Potencial
Sub Área: Trabalho, Energia e Potencial no Campo Elétrico
Módulo: Eletrostática
Objetivo: Analisar e interpretar interações entre o trabalho realizado por cargas elétricas, bem como suas transformações
de energia.
1. (Espcex (Aman) 2021) Um campo elétrico é gerado por uma partícula de carga puntiforme no vácuo.
O trabalho realizado pela força elétrica para deslocar a carga de prova do ponto X para o ponto Y, que estão
a)
b)
c)
d)
e)
2. (Pucpr Medicina 2020) Um experimento é desenvolvido com o intuito de se analisar os efeitos dos campos elétrico e
magnético sobre uma carga elétrica de massa m. O experimento consiste de três etapas.
1ª etapa: A carga negativa é acelerada a partir do repouso no trecho de A até B por uma diferença de potencial U. Ao atingir
o ponto B com velocidade v a carga é lançada horizontalmente e a diferença de potencial deixa de existir.
2ª etapa: Por um trecho livre de influência elétrica ou magnética, a carga se desloca entre os pontos B e C.
3ª etapa: Ao atingir o ponto C, um campo magnético B constante de direção perpendicular ao plano vertical (plano do papel)
é acionado, fazendo com que a carga negativa execute um movimento circular uniforme no sentido anti-horário de raio R.
De acordo com as variáveis apresentadas na descrição do experimento, qual é a opção que representa o módulo para o
valor do raio R a que a carga fica sujeita na 3ª etapa?
a)
b)
c)
d)
e)
3. (Ufrgs 2020) Duas cargas negativas e uma carga positiva, as três de mesmo módulo, estão arranjadas, em posições
fixas, de três maneiras distintas, conforme representa a figura abaixo.
Assinale a alternativa que ordena corretamente os valores da energia potencial eletrostática armazenada
a)
b)
c)
d)
e)
- Aceleração da gravidade:
4. (Epcar (Afa) 2019) Duas partículas eletrizadas e localizadas num plano isolante e horizontal estão em
repouso e interligadas por um fio ideal, também isolante, de comprimento igual a conforme ilustrado na figura
abaixo.
A partícula está fixa e pode mover-se, sem quaisquer resistências sobre o plano. Quando que tem massa igual a
está em repouso, verifica-se que a força tensora no fio vale Imprime-se certa velocidade na partícula que
passa a descrever um movimento circular uniforme em torno de de tal forma que a força tensora no fio se altera para
Desprezando as ações gravitacionais, enquanto a tensão no fio permanecer igual a pode-se afirmar que a
energia do sistema, constituído das partículas e será, em de
a)
b)
c)
d)
6. (Fuvest 2018) Na figura, e representam duas placas metálicas; a diferença de potencial entre elas é
Considere a carga do elétron igual a e as seguintes afirmações com relação à energia cinética de um elétron
que sai do ponto na placa e atinge a placa
I. Se o elétron tiver velocidade inicial nula, sua energia cinética, ao atingir a placa será
II. A variação da energia cinética do elétron é a mesma, independentemente de ele ter percorrido as trajetórias 1 ou 2.
III. O trabalho realizado pela força elétrica sobre o elétron na trajetória 2 é maior do que o realizado sobre o elétron na
trajetória 1.
Apenas é correto o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
7. (Efomm 2017) Uma partícula com carga elétrica de é acelerada entre duas placas planas e paralelas, entre
as quais existe uma diferença de potencial de Por um orifício na placa, a partícula escapa e penetra em um campo
magnético de indução magnética uniforme de valor igual a descrevendo uma trajetória circular de raio igual a
Admitindo que a partícula parte do repouso de uma das placas e que a força gravitacional seja desprezível, qual é a
massa da partícula?
a)
b)
c)
d)
e)
8. (Ime 2016)
Um corpo de carga positiva, inicialmente em repouso sobre uma rampa plana isolante com atrito, está apoiado em uma
mola, comprimindo-a. Após ser liberado, o corpo entra em movimento e atravessa uma região do espaço com diferença de
potencial sendo acelerado. Para que o corpo chegue ao final da rampa com velocidade nula, a distância indicada na
figura é
Dados:
a)
b)
c)
d)
e)
9. (Pucrj 2016) Um sistema A é formado por cargas elétricas positivas e negativas situadas em posições fixas. A energia
eletrostática total do sistema é Seja um outro sistema B similar ao sistema A, exceto por duas diferenças: as cargas
em B têm o dobro do valor das cargas em A; as distâncias entre as cargas em B são o triplo das distâncias em A.
10. (Ufpr 2012) Um próton movimenta-se em linha reta paralelamente às linhas de força de um campo elétrico uniforme,
conforme mostrado na figura. Partindo do repouso no ponto 1 e somente sob ação da força elétrica, ele percorre uma
distância de 0,6 m e passa pelo ponto 2. Entre os pontos 1 e 2 há uma diferença de potencial igual a 32 V.
Considerando a massa do próton igual a e sua carga igual a , assinale a alternativa que apresenta
corretamente a velocidade do próton ao passar pelo ponto 2.
a)
b)
c)
d)
e)
GABARITO:
1) e, 2) a, 3) b, 4) d, 5) a, 6) d, 7) e, 8) e, 9) c, 10) c