Atualidades Da Psicologia Jurídica

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAU UESPI CAMPUS DE PIRIPIRI BACHARELADO EM DIREITO BLOCO II PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO PROF DRA.

A. MIRIANE DA SILVA SANTOS BARBOZA

RESUMO: ATUALIDADE DA PSICOLOGIA JURDICA

RUAN DA SILVA CARDOSO

PIRIPIRI PIAU MAIO - 2013

As primeiras relaes entre psicologia e Direito surgem no final do sculo XIX, com forte influencia do pensamento positivista adepto dos mtodos cientificistas e com objetivo principal de, atravs de testes e entrevistas, conseguir constatar a veracidade dos relatos feitos em tribunais. Sempre voltada para a criminologia e pareceres psicolgicos baseados em diagnsticos psicolgicos (psicodiagnsticos) obtidos atravs de entrevistas, testes psicolgicos e exames feitos geralmente em penitenciarias e hospitais psiquitricos penais e serviam para colaborar na elaborao da sentena de acordo com os resultados obtidos. Porem vale salientar que segundo muitos contemporneos desta poca os laudos emitidos tinham pouca credibilidade cientifica, pois ao invs de usar de meios realmente cientficos para alcanar resultados imparciais e concretos, na verdade o que tnhamos era uma expresso supostamente justificada pela cincia para alimentar preconceitos que j existiam na sociedade e com isso municiava a segregao e excluso daqueles que mais precisavam da ateno do estado, consequentemente se tornava ento algo que promovia o chamado controle social e dava ao Direito um carter repressor ao invs de cumprir seu real papel de promover a paz, liberdade e principalmente a justia. Mesmo assim a psicologia buscava a todo custo atender a demanda do poder judicirio, e consequentemente os profissionais da rea buscaram se especializar cada vez mais na rea. Em 1980 a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) da o primeiro passo rumo pesquisa psicolgica especializada na rea jurdica criando uma rea de concentrao no curso de especializao de psicologia clinica anos depois essa rea sofreu uma reformulao se tornando um curso de especializao independente e ligado ao departamento de psicologia social. No sudeste do Brasil aps o fim do regime militar, houve uma discusso muito intensa, mobilizando inclusive a sociedade civil, a cerca dos direitos das crianas e adolescentes, esta mobilizao buscava por fim aos abusos cometidos pelo estado em crianas e adolescentes, principalmente nos internos na Fundao Estadual do Bem Estar do Menor (FEBEM), em 1990 o segmento foi beneficiados com uma lei baseada na doutrina de proteo integral e no reconhecimento destes como pessoas em desenvolvimento, sendo esta lei denominada Estatuto da criana e do adolescente (ECA), este que substitua o ento o Cdigo de menores que vigorava desde 1927. A principal diferena entre os dois que a nova lei passa em seu texto a conceder determinados direitos a todas as crianas e adolescentes, contrariando o antigo cdigo que tratava apenas dos menores em situaes de risco das mais diversas formas, antigo cdigo tambm dava ao estado o poder de atravs do juiz competente, destituir os pais do menor de seu poder ptrio, estando entre as situaes de irregulares passiveis desta destituio a condio de menor carente. Ao caar estes poderes do estado, o ECA promoveu uma revoluo inclusive na atuao dos psiclogos na rea jurdica, e consequentemente esta revoluo influenciou o estudo acadmico da rea. Ocorre ento na UERJ o desligamento da psicologia jurdica do departamento de psicologia clinica e a psicologia jurdica passa a ser um curso de especializao independente, esta alterao fez com que a psicologia jurdica se preocupasse muito mais com as causas sociais do que com a clinica psicolgica.

Com isso toda a psicologia sofreu reformulaes, sendo inclusive incluso no cdigo de tica dos profissionais da rea um texto onde ressalta que o psiclogo deve atuar para o crescimento dos indivduos, da instituio e da sociedade, isto fez com que os psiclogos da rea jurdica abandonassem os consultrios e laudos e partissem para a pesquisa, acadmica e de vivencia, na rea onde se apresentam as questes humanas mais complexas, passam a conviver com situaes reais e passam a observar em campo o poder do direito de facilitar a resoluo dos conflitos. O ECA que poderia parecer o fim do uso da psicologia no ramo jurdico, passou a ser o causador da abertura de vrios horizontes de ramos de pesquisa e atuao do psiclogo, que agora ao invs de apenas emitir laudos, passa a acompanhar os envolvidos em atos jurdicos imperfeitos e ter um cuidado antes inexistente com a sade mental destas pessoas e com a soluo real dos conflitos que motivam as pessoas a recorrer ao judicirio, fazendo o direito mais eficaz e evitando que posteriormente estas pessoas retornem aos tribunais por no terem seus conflitos devidamente solucionados. deixado para traz ento a limitao do psiclogo de ser um emissor de prveredictos, e passa agora ao papel daquele que tem o poder e investigar a fundo as causas dos conflitos psicossociais do individuo. A busca por referencial terico para a rea passou a ser um desafio, visto que o caminho a ser trilhado totalmente diferente e muito recente, as questes de tica profissional passaram a ser tambm revistas, j que cada vez mais a psicologia se torna uma pratica intervencionista e que adentra a intimidade do ser, necessrio ento que o profissional sempre esteja alerta que seu trabalho feito com pessoas e no com simples objetos de estudo, a criticidade do psiclogo tambm foi ressaltada e o respeito pela atividade, como consequncia, cada vez maior o numero de vezes que o mbito jurdico recorre psicologia para tentar solucionar casos mais difceis e cuja soluo no parece clara a jurisprudncia. Todo esse contexto s veio a contribuir, com o publico a ser atendido, com o profissional que passa a ser melhor reconhecido pelas demais categorias e pelas cincias, tanto Direito como psicologia, que a partir desses avanos, podem crescer e cumprirem melhor seu papel. importante ressaltar que a especializao em psicologia jurdica tem procurado avanar e graas mltipla colaborao das cincias e do frequente uso da interdiciplinidade, a tendncia termos uma contribuio crescente da psicologia no papel do Direito de promover a justia.

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