L P J G: Audo Erícia Udicial Rafotécnica
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PERÍCIA
JUDICIAL
GRAFOTÉCNICA
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AUTOS: 0308745-33.2017.8.24.0008
JUÍZO: 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BLUMENAU – ESTADO DE SANTA CATARINA
REQUERENTE: JORGE LUIZ GOES DE JESUS
REQUERIDOS: NATURA COSMETICOS S/A E OUTROS
1. INTROITO
1. A Perita foi nomeada nos presentes autos pelo Douto Juízo para
proceder à análise grafotécnica do documento questionado, ora, Contrato de Consultoria
Natura, anexado em evento 95/CONTR2, supostamente fraudado e celebrado com a
Requerida Natura Cosméticos S.A em nome do Requerente.
2. OBJETIVO
1. A presente perícia judicial grafotécnica tem o fito de evidenciar,
mediante análise dos padrões gráficos, a autenticidade ou não da assinatura aposta no
documento questionado e imputada como sendo do Requerente.
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3. A Grafoscopia objetiva detectar a autenticidade ou não do autor da
escrita. Como o grafismo está sujeito a inúmeras mudanças, decorrentes de causas variadas,
exige conveniente interpretação técnica para o complexo êxito dos exames grafoscópicos
periciais.
4. Válido advertir que as aparências podem ludibriar um leigo, desta
feita, calha aplicar as técnicas periciais para evidenciar as singularidades e particularidades
do grafismo.
5. Mesmo que a assinatura autêntica apresente variação de grafismo,
originada de causas normais, abrangida pela maturidade e velhice, há habitualidade gráfica
que a individualiza.
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caracterizado pelo movimento que o punho realiza no momento da escrita, criando o
hábito de lançamento caligráfico.
I. DOCUMENTO QUESTIONADO
CONTRATO QUESTIONADO
CAMPO ANALISADO:
I. Ficha de apresentação das condições comerciais de consultora(or) Natura
I.
4. INSPEÇÃO FÍSICA
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2. Por outro lado, os documentos originais disponibilizados a Perita,
via correio, foram submetidos à análise ocular pormenorizada, em prol da identificação de
condições físicas do papel.
5.METODOLOGIA APLICADA
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5. A adequabilidade estabelece que os padrões devam ser produzidos
nas mesmas condições em que foram à peça questionada, bem como produzir suas
características. Desta forma, assinaturas devem ser confrontadas com assinaturas, os
lançamentos de texto com textos de mesma natureza, e devem, inclusive, conter as mesmas
palavras.
6. Espontaneidade quer dizer que o documento padrão deve ser
confeccionado de forma espontânea, ou seja, uma reprodução da grafia habitual do autor.
1 Refere-se à altura das letras. As letras de pequeno calibre não ultrapassam 3mm de altura, as de calibre
médio medem entre 3mm e 4mm, e as de grande calibre são aquelas que medem mais de 4mm.
2 Analisa a simetria entre os elementos gráficos. O punho do autor, ao escrever, executa um determinado
gesto gráfico várias vezes, e o faz com similar simetria espacial. Assim, será analisada junto ao movimento
gráfico, as características do espaçamento, para analisar a autenticidade de um documento.
3 São relações dimensionais entre diversas partes da escrita. Refere-se, portanto, ao tamanho das letras ou
caracteres, quando comparados uns com os outros. São comparadas as letras maiúsculas com as minúsculas
não passantes; as minúsculas não passantes com suas respectivas passantes e as letras passantes entre si
4 É o tipo de escrita anguloso. As formações gráficas são marcadas por saliências pontiagudas e irregulares.
5 Indica a predominância de gramas curvos na escrita.
6 É a inclinação dos eixos gramáticos das letras em relação à pauta. A dextrógira tende ir para a direita, a
sobre o papel, ou seja, é a força ou intensidade do traço que provoca um contato do instrumento escritor
com o suporte.
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Progressão9;
Ataque10;
Remate11.
9 É a força horizontal da escrita. Ou seja, a força que impele e faz descolar o instrumento escritor na execução
de um escrito e sem a qual o grafismo produzido não passaria de um simples ponto.
10 É o ponto em que o escritor começa a escrita.
11 É o ponto em que o escritor termina a escrita.
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5. Outrossim, há que se mencionar que não se aprecia exclusivamente
a forma, como produto final, mas a própria gênese dos traços, os movimentos particulares
que deram forma às letras e caracteres.
Observação: Imagens com bordas vermelhas são as questionadas. Imagens com bordas
azuis são paradigmas.
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Os confrontos gráficos levados a efeito entre as assinaturas objeto de
perícia e os padrões gráficos autênticos apresentaram significativas divergências:
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Já a questionada não apresenta este mínimo gráfico, sequer há presilha no traçado da letra
em comento.
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A construção da palavra é nitidamente distinta. O punho escritor
autêntico redige a palavra “Luiz” em um único momento gráfico, já o punho escritor do
falsário não, pois redige a letra “l”, faz o levantamento do instrumento escritor do suporte
para só depois redigir o poligrama “uiz”.
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Justamente nessa palavra é que o punho escritor questionado
demonstra sua familiaridade com a escrita. Nota-se que o punho escritor autêntico
acrescenta na letra “j” o “pingo”, enquanto o punho escritor do falsário não.
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condições comerciais de consultora (or) Natura, objeto da demanda, não foi confeccionada
pelo punho escritor do Sr. Jorge Luiz Goes de Jesus.
7.CONCLUSÃO
escrita examinada.
16 Método de construção ou gênese gráfica é a maneira com que os símbolos (letras, algarismos) são
produzidos, considerando-se seu início e término, bem como todo o caminho percorrido pela caneta entre
esses extremos.
17 Modelos de letras. Formas utilizadas por um escritor para representar cada uma das unidades do alfabeto
(grafemas), que podem ter formatos padronizados (aprendidos na escola) ou mesmo consistir em modelos
peculiares, personalíssimos.
18 Morfogênese - form da grafia.
19 O ritmo gráfico reflete a harmonia dos movimentos realizados para a produção da escrita, os quais
9.FINALIZAÇÃO
1. No caso em questão, foi possível a demonstração objetiva dos
pontos fundamentais dos exames, através das técnicas da grafoscopia, que resultaram nas
obtenções das conclusões corretas, seguras e precisas.
10.ENCERRAMENTO
O presente laudo técnico é composto por 16 (dezesseis) laudas em formato
digital.
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