Norma Petrobrás N-28301

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N-2830 OUT / 2006


 

CRITÉRIOS DE SEGURANÇA PARA


 AMBIENTES E SERVIÇOS EM PAINÉIS E
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS COM
POTENCIAL DE ARCO ELÉTRICO
Procedimento

Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do


texto desta Norma. O Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma é o
responsável pela adoção e aplicação dos seus itens.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


CONTEC deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
eventual resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pelo
Técnica  Órgão da PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“dever”, “ser”, “exigir”, “determinar” e outros verbos de caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pelo Órgão da
PETROBRAS usuário desta Norma. É caracterizada pelos verbos:
“recomendar”, “poder”, “sugerir” e “aconselhar” (verbos de caráter
não-impositivo). É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].
Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 16  CONTEC - Subcomissão Autora. 
Segurança Industrial  As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, o
item a ser revisado, a proposta de redação e a justificativa técnico-econômica.
 As propostas são apreciadas durante os trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S.A. - PETROBRAS, de uso interno na Companhia, e qualquer reprodução
para utilização ou divulgação externa, sem a prévia e expressa
autorização da titular, importa em ato ilícito nos termos da legislação
pertinente, através da qual serão imputadas as responsabilidades
cabíveis. A circulação externa será regulada mediante cláusula própria d e
Sigilo e Confidencialidade, nos termos do direito in telectual e prop riedade
industrial.”  

 Apresentação  
 As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GTs (formados por especialistas da Companhia e das suas Subsidiárias), são comentadas pelas
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias, são aprovadas pelas Subcomissões Autoras - SCs
(formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as Unidades da Companhia e
as suas Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos representantes das
Unidades da Companhia e das suas Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS está sujeita a
revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada 5 anos para
ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas em
conformidade com a norma PETROBRAS N-1.  Para informações completas sobre as Normas
Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 14 páginas e GT  


 

N-2830 OUT / 2006


 

SUMÁRIO

1 OBJETIVO........................................................................................................................................................... 3 

2 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES............................................................................................................... 3 

3 DEFINIÇÕES....................................................................................................................................................... 4 

3.1 ALTA TENSÃO...................................................................................................................................... 4 


3.2 ARCO ELÉTRICO ................................................................................................................................. 4 
3.3 ÁREA DE PROTEÇÃO CONTRA ARCO ELÉTRICO ........................................................................... 4 
3.4   ATPV (“ARC THERMAL PERFORMANCE VALUE” - VALOR DE PROTEÇÃO TÉRMICA DO ARCO
ELÉTRICO)........................................................................................................................................... 4 
3.5 BAIXA TENSÃO .................................................................................................................................... 5 
3.6 “BREAKOPEN”...................................................................................................................................... 5 
3.7 DISTÂNCIA DE TRABALHO................................................................................................................. 5 
3.8 EBT (“BREAKOPEN THRESHOLD”)...................................................................................................... 5 
3.9 TRABALHADOR AUTORIZADO ........................................................................................................... 5 

4 REQUISITOS DE PROJETO............................................................................................................................... 6 

4.1 REQUISITOS GERAIS.......................................................................................................................... 6 


4.2 PAINÉIS ELÉTRICOS........................................................................................................................... 6 

5 REQUISITOS OPERACIONAIS .......................................................................................................................... 7 

5.1 REQUISITOS GERAIS.......................................................................................................................... 7 


5.2 OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO SEGURAS DAS INSTALAÇÕES........................................................ 8 
5.3 FERRAMENTAS DE TRABALHO ......................................................................................................... 9 

6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA............... 10  

7 RESGATE E EMERGÊNCIA............................................................................................................................. 12 

 ANEXO A - METODOLOGIAS DE CÁLCULO....................................................................................................... 14 

 A-1 CRITÉRIOS GERAIS..................................................................................................................................... 14 

 A-2 SELEÇÃO DA VESTIMENTA RESISTENTE A FOGO .................................................................................. 14 

 A-3  IDENTIFICAÇÃO NO PAINEL COM ETIQUETA VISÍVEL DO NÍVEL DE ENERGIA INCIDENTE E


DISTÂNCIA SEGURA DE APROXIMAÇÃO.................................................................................................. 14 

FIGURA

FIGURA A-1 - IDENTIFICAÇÃO DE PAINEL ........................................................................................................ 14 

 _____________

/OBJETIVO

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1 OBJETIVO

1.1 Esta Norma estabelece requisitos mínimos de segurança em projeto e construção de


ambientes e serviços de montagem, instalação, operação, inspeção e manutenção de
painéis elétricos de alta e baixa tensão, a fim de eliminar ou evitar, e na impossibilidade
desta situação, minimizar os danos às pessoas e às instalações elétricas, causados por arco
elétrico.

1.2 Esta Norma não se aplica a redes elétricas de transmissão e distribuição e seus
equipamentos e acessórios, tais como: transformador de distribuição, capacitor, chaves
seccionadoras, quadro de comandos, quadros disjuntores e pára-raios.

1.3 Esta Norma se aplica a partir da data de sua edição.

1.4 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
Os documentos relacionados a seguir são citados no texto e contêm prescrições válidas
para a presente Norma.

Portaria no 598, 07/12/2004 - Norma Regulamentadora n o  10 (NR-10) -


Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade;
PETROBRAS N-316  - Painel de Baixa Tensão - Centro de Distribuição de
Carga;
PETROBRAS N-317  - Painel de Média Tensão - Centro de Distribuição de
Carga;
PETROBRAS N-2162  - Permissão para Trabalho;
 ABNT NBR 8221  - Equipamento de Proteção Individual - Capacete de
Segurança para Uso na Indústria;
 ABNT NBR 9699 - Isolação - Ferramentas Manuais até 1 000 V;
 ABNT NBR 10622 - Luvas Isolantes de Borracha;
 ABNT NBR 12576  - Calçado de Proteção - Determinação da
Resistência de Solado à Passagem de Corrente
Elétrica;
 ABNT NBR 12594  - Exigências Técnicas de Segurança para
Construção de Calçado de Proteção;
 ASTM D120  - Standard Specification for Rubber Insulating
Gloves;
 ASTM F496  - Standard Specification for In-Service Care of
Insulating Gloves and Sleeves;
 ASTM F855  - Standard Specifications for Temporary Protective
Grounds to Be Used on De-energized Electric
Power Lines and Equipment;
 ASTM F1506  - Standard Performance Specification for Flame
Resistant Textile Materials for Wearing Apparel for
Use by Electrical Workers Exposed to Momentary
Electric Arc and Related Thermal Hazards;
 ASTM F1891  - Standard Specification for Arc and Flame Resistant
Rainwear;

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 ASTM F1959  - Standard Test Method for Determining the Arc


Thermal Performance Value of Materials for
Clothing;
 ASTM F2178  - Standard Test Method for Determining the Arc
Rating of Face Protective Products;
IEC 60900 - Live Working - Hand Tools for Use Up to
1 000 V A. C. and 1 500 V D. C.;
IEC 61010-1  - Safety Requirements for Electrical Equipment for
Measurement, Control and Laboratory Use - Part 1:
General requirements;
IEC 61057  - Aerial Devices with Insulating Boom Used for Live
Working;
IEC 61230  - Live Working - Portable Equipment for Earthing or
Earthing and Short-Circuiting;
IEC 61478  - Live Working - Ladders of Insulating Material;
IEC 61641  - Enclosed Low-Voltage Switchgear and Controlgear
 Assemblies - Guide for Testing Under Conditions of
 Arcing Due to Internal Fault;
IEC 62271-200  - High-Voltage Switchgear and Controlgear -
Part 200: AC Metal-Enclosed Switchgear and
Controlgear for Rated Voltages Above 1 kV and Up
to and Including 52 kV;
IEEE 1584  - Guide for Performing Arc-Flash Hazard
Calculations;
ISO 3873  - Industrial Safety Helmets;
NFPA 70E - Standard for Electrical Safety in the Workplace.

3 DEFINIÇÕES
Para os propósitos desta Norma são adotadas as definições indicadas nos itens 3.1 a 3.10.

3.1 Alta Tensão


Tensão superior a 1 000 volts em corrente alternada ou 1 500 volts em corrente contínua,
entre fases ou entre fase e terra, conforme norma regulamentadora n o 10 (NR-10). 

3.2 Arco Elétrico


Fluxo de corrente elétrica através do ar entre 2 condutores ou 1 condutor e a terra, liberando
uma grande quantidade de energia em um tempo pequeno, resultando altas temperaturas.

3.3 Área de Proteção Contra Arco Elétrico


Entorno da parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões
estabelecidas de acordo com o nível de tensão do painel, vetada a trabalhadores não
autorizados.

3.4 ATPV (“Arc Thermal Performance Value” - Valor de Proteção Térmica do Arco
Elétrico)
Energia incidente no material que resulta em transferência de calor suficiente para causar
queimaduras de segundo grau.

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3.5 Baixa Tensão

Tensão compreendida entre 50 volts e 1 000 volts (50 ≤  V ≤  1 000) em corrente alternada
ou compreendida entre 120 volts e 1 500 volts (120 ≤  V ≤  1 500) em corrente contínua,
entre fases ou entre fase e terra, conforme norma regulamentadora n o 10 (NR-10).

3.6 “Breakopen”

Conforme norma ASTM F1959, critério de ensaio que define que qualquer abertura ocorrida
na camada interna da roupa, em contato com a pele (próximo à parte protegida), maior do
que 1,61 cm2 (0,5 pol2) de área ou rasgo maior do que 2,54 cm (1 pol) de comprimento
significa que o nível de energia é superior ao especificado nesta Norma, portanto a roupa
está reprovada para uso neste nível de energia.

Nota: No certificado da roupa fornecido pelo fabricante deve constar claramente a


aprovação neste ensaio.

3.7 Distância de Trabalho

Distância da face ou do peito do trabalhador para uma possível fonte geradora de arco
elétrico, para a tarefa específica a ser executada.

3.8 EBT (“ Breakopen Threshold” )

Valor médio dos 5 valores máximos de energia incidente que não provoca aberturas no
tecido da roupa maior do que 1,61 cm 2 (0,5 pol2) de área ou rachadura maior do que 2,54 cm
(1 pol) de comprimento, e não excede o limiar de queimadura de segundo grau, conforme
norma ASTM F1506.

3.9 Habilitação, Qualificação, Capacit ação e Autorização dos Trabalhadores

Conforme critérios estabelecidos na norma regulamentadora n o 10 (NR-10).

3.9.1 Trabalhador Qualificado

Trabalhador que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo
Sistema Oficial de Ensino.

3.9.2 Profissional Legalmente Habilitado

Trabalhador previamente qualificado e com registro no conselho de classe competente.

3.9.3 Trabalhador Capacitado

Trabalhador que atenda às seguintes condições, simultaneamente:

a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional


habilitado e autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

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3.9.4 Trabalhador Autorizado

Trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados, com anuência


formal da empresa.

3.10 Monitor de Arco

Sensores que atuam desligando os disjuntores na presença de altas correntes e luz.

4 REQUISITOS DE PROJETO

4.1 Requisitos Gerais

4.1.1 Para novos projetos de sistema elétrico deve-se buscar atingir o nível de categoria de
risco II até 33,47 J/cm2 (ou 8 cal/cm2). Para instalações existentes não devem ser admitidos
valores acima de 167,36 J/cm 2 (ou 40 cal/cm2), conforme estabelecido para categorias de
risco IV, da norma NFPA 70E.

4.1.2 Para atingir os valores especificados no item 4.1.1 desta Norma, deve-se:

a) reduzir o tempo de atuação dos dispositivos de proteção para as correntes de


curto-circuito a arco elétrico;
b) reduzir a corrente de curto-circuito a arco elétrico;
c) instalar monitor de arco;
d) reduzir a energia térmica do arco elétrico incidente na distância de trabalho,
através da avaliação da necessidade de trabalho perto de equipamentos
energizados.

4.1.3 A instalação elétrica projetada deve ser calculada conforme norma IEEE 1584 para
emissão do documento de projeto elétrico “Estudo do potencial de risco de arco elétrico no
sistema elétrico da instalação”.

4.2 Painéis Elétricos

4.2.1 O painel elétrico em alta tensão deve ter classificação conforme norma
PETROBRAS N-317 e ser certificado conforme norma IEC 62271-200.

4.2.2 O painel elétrico em baixa tensão deve ter classificação conforme norma
PETROBRAS N-316 e ser certificado conforme norma IEC 61641.

4.2.3 Para painéis elétricos com possibilidade de geração de arco elétrico, o certificado de
ensaio do painel elétrico deve constar no Prontuário de Instalações Elétricas.

4.2.4 O painel elétrico deve possuir sinalização, conforme ANEXO A desta Norma.

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4.2.5 Deve ser prevista a sinalização no piso, através de pintura de uma faixa na cor
amarela, da área de proteção contra arco elétrico.

5 REQUISITOS OPERACIONAIS

5.1 Requisitos Gerais

 As seguintes atividades estão sujeitas a risco de arco elétrico:

a) trabalho em painel tipo Centro de Controle de Motores (CCM) com tensão


superior a 240 V e inferior a 600 V:
- trabalho em circuitos de controle energizados com tensão superior a 120 V ca
ou 125 V cc;
- inserção e remoção de gavetas no painel;
- trabalho em parte energizada exposta, inclusive teste de tensão;
- aplicação de aterramento provisório após teste de tensão;
- remoção de coberturas aparafusadas que exponham partes energizadas;
- operação da manopla da chave comutadora do transformador de corrente dos
amperímetros;
b) trabalho em painel tipo Centro de Distribuição de Carga (CDC) com disjuntores
com tensão superior a 240 V e inferior a 600 V:
- trabalho em parte energizada exposta, inclusive teste de tensão;
- trabalho nos circuitos de controle com tensão superior a 120 V ca ou 125 V cc
exposta;
- inserção e remoção de disjuntores com portas abertas;
- aplicação de aterramento provisório após teste de tensão;
- remoção de coberturas aparafusadas que deixem expostos barramentos
energizados;
- operação da manopla da chave comutadora do transformador de corrente dos
amperímetros;
c) trabalho em painel CCM com tensão de 2,3 kV até 7,2 kV:
- operação de contator com a porta aberta;
- trabalho em parte energizada exposta, inclusive teste de tensão;
- trabalho nos circuitos de controle com tensão superior a 120 V ca ou 125 V cc
exposta;
- inserção e remoção dos contatores e disjuntores dos painéis com a porta
aberta;
- aplicação de aterramento provisório após teste de tensão;
- remoção de coberturas aparafusadas que deixem expostos barramentos
energizados;
- abertura de coberturas com dobradiças que exponham barramentos ou partes
energizadas;
- operação da manopla da chave comutadora do transformador de corrente dos
amperímetros;
d) trabalho em painel blindado ou “metal clad” com tensão superior a 1 kV:
- operação de disjuntor ou chave fusível com portas abertas;
- trabalho em parte energizada exposta, inclusive teste de tensão;
- trabalho nos circuitos de controle com tensão superior a 120 V ca ou 125 V cc
exposta;
- inserção e remoção de disjuntor dos painéis com a porta aberta;
- aplicação de aterramento provisório após teste de tensão;
- remoção de coberturas aparafusadas que deixem expostos barramentos
energizados;

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- abertura de coberturas com dobradiças que exponham barramentos ou partes


energizadas;
- abertura de compartimentos de transformadores de tensão ou controle de
transformadores de potência;
- operação da manopla da chave comutadora do transformador de corrente dos
amperímetros;
e) trabalhos em outros equipamentos com tensão superior a 1 kV:
- trabalho em parte energizada exposta, inclusive teste de tensão;
- remoção de coberturas aparafusadas que deixem expostos barramentos
energizados;
- abertura de coberturas com dobradiças que exponham barramentos ou partes
energizadas;
- operação de chave seccionadora com porta aberta;
- operação da manopla da chave comutadora do transformador de corrente dos
amperímetros;
f) trabalhos de termografia com porta aberta:
- inspeção;
- manutenção;
g) outras atividades que a análise de risco na unidade contemple.

5.2 Operação e Manutenção Seguras das Instalações

5.2.1 Para operação e manutenção segura das instalações elétricas devem ser atendidos
os requisitos estabelecidos na norma regulamentadora n o 10 (NR-10).

5.2.2 Somente é permitida a entrada na área de proteção contra arco elétrico, durante a
tarefa, das pessoas devidamente autorizadas e utilizando roupas com nível de proteção
contra arco elétrico adequado à instalação, além dos EPI especificados para este serviço.

5.2.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em alta tensão não devem ser
realizados individualmente.

5.2.4 Todos os dispositivos de proteção devem ser mantidos em perfeita condição de


operação, calibrados e dentro de sua faixa de atuação.

5.2.5 Os painéis elétricos devem ser identificados através de plaquetas, com marcação
indelével, com o nível de tensão, nível de energia incidente e a distância segura de
aproximação, conforme ANEXO A desta Norma.

5.2.6 Para intervenção em sistemas elétricos devem ser previstos procedimentos,


avaliações de risco, conforme seu nível, e Permissão para Trabalho (PT), conforme norma
PETROBRAS N-2162. 

5.2.7 Somente devem ser consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas


para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, conforme seqüência a seguir:

a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização, através de bloqueio com cadeados ou sistema
similar;

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c) constatação da ausência de tensão e tensão residual;

Nota: É recomendada a utilização de instrumento de medição de campo elétrico (sem


contato físico com parte potencialmente energizada). [Prática Recomendada] 

d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores


dos circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;
f) dispositivos de travamento ou bloqueio, tais como: cadeados e lacres, devem
ser utilizados em conjunto com as etiquetas de advertência, conforme norma
PETROBRAS N-2162. 

5.2.8 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para
reenergização, que deve respeitar a seqüência de procedimentos abaixo:

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;


b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no
processo de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções
adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

5.2.9 Todos os painéis elétricos, anteriores à emissão desta Norma, devem ter sua energia
incidente calculada e aqueles que ultrapassarem 167,36 J/cm 2 (ou 40 cal/cm2) devem adotar
as medidas de controle estabelecidas no item 4.1.2 desta Norma.

5.2.10 Para qualquer alteração no sistema elétrico existente, a energia de arco incidente
dos painéis e equipamentos elétricos deve ser reavaliada e não deve ultrapassar os limites
máximos especificados no item 4.1.1 desta Norma.

5.2.11 Durante a intervenção, e após análise preliminar de risco, devem ser previstos
equipamentos de proteção coletiva (EPC) e dispositivos de segurança tais como: bastão de
manobra, detector de tensão, conjunto de aterramento temporário e tapete isolante.

5.3 Ferramentas de Trabalho

5.3.1 As ferramentas devem ser submetidas a testes elétricos e ensaios de laboratório


periódicos, conforme norma ABNT NBR 9699 e norma IEC 60900, além das recomendações
do fabricante.

5.3.2 Todas as ferramentas utilizadas em instalações e serviços em eletricidade devem


possuir isolamento mínimo para classe 1 000 V. A reposição de componentes deve ser por
peças originais, com o mesmo nível de certificação.

5.3.3 As ferramentas devem ter gravado em seu corpo a norma atendida e a classe de
isolamento.

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5.3.4 As ferramentas devem ser fornecidas com certificado de ensaio emitido por órgãos
reconhecidos pelo INMETRO.

5.3.5 Antes de cada uso, as ferramentas isoladas devem ser inspecionadas visualmente
pelos seus usuários.

5.3.6 As ferramentas devem ser mantidas permanentemente limpas e em bom estado de


conservação.

5.3.7 Quando da utilização de multímetro digital, os seguintes cuidados devem ser


tomados:

a) somente utilizar instrumento pertencente à Categoria III ou Categoria IV,


conforme norma IEC 61010-1, com tensão de isolação mínima de 1 000 V;
b) deve estar gravado no corpo do instrumento a sua categoria;
c) somente utilizar pontas de prova que estejam em bom estado de conservação
e com a indicação gravada da categoria e a classe de isolamento;
d) antes de efetuar qualquer medição com multímetro digital, verificar se foi
selecionada corretamente a grandeza a ser medida;
e) caso seja necessária a substituição de fusível do instrumento, somente utilizar
outro com as mesmas características do original (classe de tensão, corrente
nominal e capacidade de interrupção);
f) o instrumento deve estar calibrado e com certificado de calibração; observar se
a calibração está dentro do prazo de validade.

Nota: Em caso de utilização de instrumentos de medição, devem ser atendidos os


seguintes requisitos:

a) estes sejam de seleção automática;


b) as ponteiras de teste do equipamento devem ser fixas ou, no caso de serem
móveis, devem estar firmemente conectadas, além de seus bornes de conexão
serem isolados.

5.3.8 Quando houver uma ocorrência de exposição da ferramenta ou instrumento ao arco


elétrico, estes devem ser descartados e substituídos por novos.

6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO COLETIVA

6.1 Especificação de EPI para Profissionais que Atuam em Serviços de Eletricidade

6.1.1 Para Uso Diário

a) calça e camisa ou macacão categoria de risco II até 33,47 J/cm 2 (8 cal/cm2),
com certificado de ensaio, conforme normas ASTM F1506 e F1959;
b) bota para eletricista, sem biqueira de aço e sem partes metálicas, com isolação
para 14 kV / 1 min, sendo obrigatório o fornecedor apresentar o relatório de
ensaio realizado por Entidade Certificadora, conforme normas ABNT NBR 
12594 e NBR 12576;

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c) luva isolante de borracha, conforme norma ABNT NBR 10622;


d) óculos de segurança de policarbonato 2 mm para filtrar os raios ultravioleta;
e) capacete para eletricista com isolação 20 kV, classe B, devendo atender as
normas ABNT NBR 8221  e ISO 3873; sendo obrigatório o fornecedor
apresentar o relatório de ensaio realizado por Entidade Certificadora.

6.1.2 Para Uso em Manobras

a) macacão ou capa 7/8 ou equivalente, para proteção contra arco elétrico com
 ATPV mínimo maior ou igual à energia de arco incidente calculada, com
certificado de ensaio, conforme normas ASTM F1506 e F1959;
b) protetor facial para proteção contra arco elétrico com ATPV mínimo maior ou
igual à energia de arco incidente calculada, com certificado de ensaio,
conforme norma ASTM F2178;
c) bota para eletricista com isolação para 14 kV/1 min, sendo obrigatório o
fornecedor apresentar o relatório de ensaio realizado por Entidade
Certificadora, conforme normas ABNT NBR 12594 e NBR 12576;
d) luva com ATPV mínimo maior ou igual à energia de arco incidente calculada,
com certificado de ensaio, conforme normas ASTM D120 e ASTM F496;
e) luva isolante de borracha, conforme norma ABNT NBR 10622.

Nota: Cada unidade deve disponibilizar os EPIs de manobra adequados em todas as


subestações e painéis elétricos existentes. Estes EPIs devem ser utilizados por
todas as pessoas que executem tarefas de risco de queimadura por arco elétrico e
devem ser apropriados para o nível de energia incidente na qual o trabalhador
está exposto.

6.2 Requisitos das Vestimentas

6.2.1 Os requisitos para as vestimentas devem estar conforme os requisitos estabelecidos


nas normas ASTM F1506 e ASTM F1891:

a) as linhas utilizadas nas costuras das vestimentas devem ser de fibra resistente
ao arco elétrico;
b) a etiqueta da vestimenta deve conter, no mínimo, as seguintes informações:
nome do fabricante, tamanho, instruções de cuidado, fibra utilizada e nível de
energia de arco ATPV ou EBT;
c) o nível de energia de arco ATPV ou E BT  deve ser marcado também em parte
visível da vestimenta;
d) botões, zíperes ou fechamentos da vestimenta devem ser de material não
condutor; caso sejam de material condutor devem ser cobertos com material
resistente ao arco na parte em contato com a pele ou roupa de baixo;
e) botões, zíperes ou fechamentos não devem degradar o desempenho de
resistência ao arco da vestimenta;
f) as vestimentas devem cobrir completamente as áreas expostas ao arco
elétrico;
g) as vestimentas devem possibilitar rápida e fácil remoção;
h) logos e nomes devem ser minimizados.

6.2.2 Deve ser fornecido junto com a vestimenta o seu respectivo certificado de ensaio de
laboratório conforme norma ASTM F1506.

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6.2.3 O fabricante da vestimenta, conjuntamente com o fabricante do tecido, deve fornecer


as instruções de cuidados, lavagem da vestimenta e sua vida útil.

Nota: A lavagem das vestimentas deve seguir as instruções emitidas pelo fabricante.

6.3 Critérios para Substituição dos EPIs

Devem ser atendidos os critérios estabelecidos pelas unidades para substituição dos EPIs,
onde devem ser observados os seguintes itens:

a) inspeção visual, e quando for observado sinais de desgaste, danos ou


envelhecimento, que o EPI não seja mais utilizado, e seja providenciado outro
para sua substituição;
b) utilização em situações extremas de trabalho, ou seja, quando houver uma
exposição a situação real de proteção (ex.: forte impacto no capacete), o EPI
deve ser descartado, mesmo que não apresente danos, ou desgastes
visualmente;
c) no fornecimento de EPI contínuo (por exemplo em contratos globais), deve-se
controlar a validade do CA;
d) EPIs (ex.: cinto de talabarte) que possuem dispositivos indicadores da
necessidade de substituição, são dispensados da realização de ensaios;
e) identificação da necessidade de utilização de EPIs que ofereçam maior
proteção;
f) recomendações do fabricante.

6.4 Especificação de EPC

6.4.1 Devem ser atendidos os requisitos estabelecidos pelas normas IEC 61057,
IEC 61230, IEC 61478 e ASTM F855.

6.4.2 Devem ser utilizados tapetes de isolamento, compatível com o nível de tensão da
instalação, em frente a todos os painéis de alta tensão existentes nas subestações.

Nota: Deve ser criada rotina de inspeção para verificar se o isolamento do tapete foi
afetado por contaminação.

6.5 Na execução das tarefas é proibido o uso de adornos (metálicos e não-metálicos), tais
como pulseira, relógio e broches, conforme norma regulamentadora n o 10 (NR-10).

6.6 Na execução das tarefas é proibido o uso de lentes de contato.

7 RESGATE E EMERGÊNCIA

7.1 As ações de emergência, que envolvam as instalações ou serviços com eletricidade,


devem constar do plano de emergência da unidade, devendo ser prevista a realização de
simulados.

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7.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar


primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardiorespiratória,
conforme norma regulamentadora n o 10 (NR-10).

Nota: É recomendado que a unidade tenha desfibrilador portátil. [Prática


Recomendada] 

7.3 A unidade deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas


atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação, para riscos à saúde do
trabalhador em serviços de eletricidade.

7.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipamentos de


prevenção e combate a incêndio, existentes nas instalações elétricas.

7.5 Em cada sala de painel elétrico ou subestação, devem ser previstos bastão de
salvamento e manta anti-chama, instalados em locais de fácil acesso e devidamente
identificado.

 _____________

/ANEXO A

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 ANEXO A - METODOLOGIAS DE CÁLCULO

 A-1 CRITÉRIOS GERAIS


Para redução do risco de queimaduras devido a arco elétrico a seguinte seqüência deve ser
seguida:
a) cálculo da energia incidente causada por curto a arco, conforme norma
IEEE 1584;
b) cálculo da distância segura de aproximação, conforme norma IEEE 1584;
c) seleção da vestimenta resistente a arco elétrico, conforme Capítulo A-2 deste
 ANEXO;
d) determinação das tarefas executadas que necessitam do EPI contra arco
elétrico, acrescentando tarefas não descritas no item 5.1 desta Norma;
e) identificação no painel com etiqueta visível do nível de energia incidente e
distância segura de aproximação, conforme o Capítulo A-3 deste ANEXO.

 A-2 SELEÇÃO DA VESTIMENTA RESISTENTE A FOGO

 A-2.1 Deve ser consultada a norma NFPA 70E  para classificação de roupas de proteção
contra arco.

 A-2.2 A vestimenta de proteção deve ter um ATPV ou EBT superior à maior energia de arco
calculada para cada subestação da unidade. A vestimenta deve incluir o capuz e as luvas
com o mesmo ATPV ou EBT.

 A-3 IDENTIFICAÇÃO NO PAINEL COM ETIQUETA VISÍVEL DO NÍVEL DE


ENERGIA INCIDENTE E DISTÂNCIA SEGURA DE APROXIMAÇÃO
 Após os cálculos de energia incidente devem ser colocadas etiquetas em todos os painéis
com os níveis de energia incidente e distância segura.

PERIGO

RISCO DE ARCO ELÉTRICO


E CHOQUE
UTILIZE O EPI RECOMENDADO

NÍVEL DE TENSÃO: ______________ V


 

DISTÂNCIA SEGURA DE APROXIMAÇÃO PARA ATIVIDADES


SUJEITAS A ARCO ELÉTRICO: ________
ENERGIA INCIDENTE: _________J/cm 2 (cal/cm 2)

FIGURA A-1 - IDENTIFICAÇÃO DE PAINEL


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GRUPO DE TRABA LHO - GT-16-56

Membros

Nome Lotação Telefone Chave


 Adilson da Silva Santiago TRANSPETRO/DT/SUP/TEC 811-9255 CSJD
 Alexandre Vieira REFAP/CORPORATIVA/SM 857-2073 RFBY
Dilermando A. Ragone Lopes AB-RE/TR/PL 814-8625 EDD6
Leandro Erthal SMS/SG 819-1265 CSQD
Paulo Alberto Cardoso Alves UN-BC/ST/EMI 861-2486 XDCY
Wagney Alves da Silva UN-RIO/ST/EMI 861-2547 KMH5
William Maribondo Vinagre F. UN-RNCE/ST/EIPA 834-3749 QNID
Secretário Técnico
 Alexander Neri dos Santos ENGENHARIA/SL/NORTEC 819-3086 EEDS

 _____________

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