Mueda

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República de Moçambique

Ministério da Administração Estatal

PERFIL DO DISTRITO DE MUEDA


PROVÍNCIA DE CABO DELGADO

Edição 2005
A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma
natureza informativa, não constituindo parecer profissional sobre a estratégia de
desenvolvimento local. As suas conclusões não são válidas em todas as circunstâncias. Noutros
casos, deverá ser solicitada opinião específica ao Ministério da Administração Estatal ou à
firma MÉTIER - Consultoria & Desenvolvimento, Lda.

Série: Perfis Distritais


Edição: 2005
Editor: Ministério da Administração Estatal
Coordenação: Direcção Nacional da Administração Local
Copyright © 2005 Ministério da Administração Estatal.
Um resumo desta publicação está disponível na Internet em: http://www.govnet.gov.mz/

Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda


Um resumo desta publicação está disponível na Internet em: http://www.metier.co.mz
Índice
________________________________________________________________________________________________

ÍÍnnddiiccee
PPrreeffáácciioo v
SSiiggllaass ee A
Abbrreevviiaattuurraass vii
M
MAAPPA
ADDA
A LLO
OCCA
ALLIIZ
ZAAÇÇÃ
ÃOOG
GEEO
OGGRRÁ
ÁFFIICCA
AD OD
DO DIISSTTRRIITTO
O viii
11 BBrreevvee CCaarraacctteerriizzaaççããoo ddoo D
Diissttrriittoo 2
11..11 LLooccaalliizzaaççããoo,, SSuuppeerrffíícciiee ee PPooppuullaaççããoo 2
11..22 CClliim
maa ee H Hiiddrrooggrraaffiiaa 2
11..33 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass 4
11..44 EEccoonnoom miiaa ee SSeerrvviiççooss 5

22 H
Hiissttóórriiaa,, PPoollííttiiccaa ee SSoocciieeddaaddee CCiivviill 8
22..11 HHiissttóórriiaa ee ccuullttuurraa 8
22..22 CCeennáárriioo ppoollííttiiccoo aaccttuuaall ee ssoocciieeddaaddee cciivviill 8

33 D
Deem
mooggrraaffiiaa 11
33..11 EEssttrruuttuurraa eettáárriiaa ee ppoorr sseexxoo 11
33..22 TTrraaççoo ssoocciioollóóggiiccoo 11
33..33 LLíínngguuaass ffaallaaddaass 12
33..44 AAnnaallffaabbeettiissmmoo ee EEssccoollaarriizzaaççããoo 13

44 H
Haabbiittaaççããoo ee CCoonnddiiççõõeess ddee V
Viiddaa 14
55 O
Orrggaanniizzaaççããoo A
Addm Goovveerrnnaaççããoo
miinniissttrraattiivvaa ee G 16
55..11 GGoovveerrnnoo D Diissttrriittaall 16
55..22 RReeffoorrm maa ddoo sseeccttoorr ppúúbblliiccoo 18
55..33 SSíínntteessee ddooss rreessuullttaaddooss ddaa aaccttiivviiddaaddee ddooss óórrggããooss ddiissttrriittaaiiss 18
5.3.1 Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural 19
5.3.2 Educação e Saúde 20
5.3.3 Cultura, Juventude e Desporto 20
5.3.4 Mulher e Coordenação da Acção Social 20
5.3.5 Justiça, Ordem e Segurança pública 21
55..44 DDeessm miinnaaggeem m 22
55..55 FFiinnaannççaass PPúúbblliiccaass 23
55..66 CCoonnssttrraannggiim meennttooss àà aaccççããoo dodo G Goovveerrnnoo D Diissttrriittaall 24
55..77 PPaarrttiicciippaaççããoo ccoom muunniittáárriiaa 24
55..88 A p o i o
Apoio externo e x te r n o 24

66 PPoossssee ee U
Ussoo ddaa TTeerrrraa 25
66..11 PPoossssee ddaa tteerrrraa 25
66..22 TTrraabbaallhhoo aaggrrííccoollaa 26
66..33 UUttiilliizzaaççããoo eeccoonnóómmiiccaa ddoo ssoolloo 26

Mueda

PÁGINA i i
Índice
________________________________________________________________________________________________

77 E
Edduuccaaççããoo 28
88 SSaaúúddee ee A
Accççããoo SSoocciiaall 31
88..11 CCuuiiddaaddooss ddee ssaaúúddee ee qquuaaddrroo eeppiiddéém
miiccoo 31
88..22 A c ç ão S
Acção Social o c i al 32

99 G
Géénneerroo 33
99..11 EEdduuccaaççããoo 33
99..22 A miiccaa ee eexxpplloorraaççããoo ddaa tteerrrraa
Accttiivviiddaaddee eeccoonnóóm 33
99..33 GGoovveerrnnaaççããoo 34

1100 A
Accttiivviiddaaddee E
Eccoonnóóm
miiccaa 35
1100..11 PPooppuullaaççããoo eeccoonnoom miiccaammeennttee aaccttiivvaa 35
1100..22 OOrrççaam meennttoo ffaam miilliiaarr 36
1100..33 SSeegguurraannççaa aalliim meennttaarr ee eessttrraattééggiiaass ddee ssoobbrreevviivvêênncciiaa 37
1100..44 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass ddee bbaassee 38
1100..55 AAggrriiccuullttuurraa ee D Deesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall 39
10.5.1 Pecuária 40
10.5.2 Pescas, Florestas e Fauna bravia 40
1100..66 IInnddúússttrriiaa,, CCoom méérrcciioo ee SSeerrvviiççooss 41

A
Anneexxoo:: A
Auuttoorriiddaaddee CCoom Diissttrriittoo ddee M
muunniittáárriiaa nnoo D Muueeddaa 43
D
Dooccuum
meennttaaççããoo ccoonnssuullttaaddaa 45

L
Liissttaa ddee ttaabbeellaass
TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005 11
TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico 12
TABELA 3: População, segundo o estado civil e a crença religiosa 12
TABELA 4: População, consoante o conhecimento de Português 12
TABELA 5: População, por condição de alfabetização, 1997 13
TABELA 6: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida 14
TABELA 7: População, por condição de frequência escolar 28
TABELA 8: População, por nível de ensino que frequenta 29
TABELA 9: População, por nível de ensino concluído 29
TABELA 10: Escolas, alunos e professores, 2003 30
TABELA 11: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003 31
TABELA 12: Indicadores de cuidados de saúde, 2003 31
TABELA 13: População, por condição de orfandade, 1997 32
TABELA 14: População deficiente, por idade e residência, 1997 32
TABELA 15: População activa, por ramo de actividade, 2005 36
TABELA 16: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003 40

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Índice
________________________________________________________________________________________________

L
Liissttaa ddee ffiigguurraass
FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida....................................................... 14
FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados .................................................... 15
FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água............................ 15
FIGURA 4: Locais suspeitos de minas .............................................................................. 22
FIGURA 5: Estrutura do orçamento distrital, 2004 ........................................................ 23
FIGURA 6: Estrutura de exploração agrária da terra ...................................................... 26
FIGURA 7: População, por nível de ensino que frequenta............................................ 28
FIGURA 8: Indicadores de escolaridade, por sexos........................................................ 33
FIGURA 9: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado........................... 34
FIGURA 10: População activa, por ramo de actividade, 2005........................................ 35
FIGURA 11: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços .............................. 36
FIGURA 12: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal ........................ 37

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PÁGINA i v
República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal

P
Prre
effá
ácciio
o
Com 800 mil km2 de superfície e uma população de 19,5
milhões de habitantes, Moçambique inicia o séc. XXI, com
exigências inadiáveis de engajamento de todos os níveis da
sociedade e dos vários intervenientes institucionais e
parceiros de cooperação, num esforço conjugado de combate
à pobreza e desigualdade e de promoção do desenvolvimento económico e social do País.

Efectivamente, alcançar estes propósitos, num contexto de interdependência dos objectivos


de reconstrução e desenvolvimento com os do crescimento, requer o empenho de todos os
sectores, grupos e comunidades da sociedade moçambicana.

Na esfera da governação, esta exigência abrange todos os níveis territoriais e cada uma das
instituições públicas, estando a respectiva política do Governo enunciada nos preceitos
Constitucionais sobre a Descentralização e a Reforma do Sector Público.

A Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março, ao estabelecer os novos princípios e
normas de organização, competências e de funcionamento destes órgãos nos escalões de
província, distrito, posto administrativo e localidade, dotou o processo de um novo quadro
jurídico que reforça e operacionaliza a importância estratégica da governação local.

Neste contexto, o Distrito é um conceito territorial e administrativo essencial à programação


da actividade económica e social e à coordenação das intervenções das instituições nacionais
e internacionais. Avaliar o potencial distrital e o seu grau de sustentabilidade, bem como o
nível de ajustamento do respectivo aparelho administrativo e técnico às necessidades do
desenvolvimento local, é, pois, um passo primordial.

É, neste contexto, que o Ministério da Administração Estatal elaborou e procede à


publicação dos Perfis dos 128 Distritos de Moçambique.

Fá-lo, numa abordagem integrada com o processo de fortalecimento da gestão e planificação


locais, proporcionando – para cada distrito, no período que medeia 2000 a 2004 – uma
avaliação detalhada do grau local de desenvolvimento humano, económico e social.

Estamos certos que este produto, apetrechará as várias Instituições públicas e privadas,
nacionais ou internacionais, com um conhecimento de todo o país, que potencia o
prosseguimento coordenado das acções de combate à pobreza em Moçambique.

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República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal
Efectivamente, entendemos os Perfis Distritais como um contributo para um processo de
gestão que integra, por um lado, os aspectos organizacionais e de competências distritais e,
por outro, as questões decorrentes do desenvolvimento e da descentralização nas áreas da
planificação e da afectação e gestão dos recursos públicos.

A presidir à definição do seu conteúdo e estrutura, está subjacente a intenção de fortalecer


um ambiente de governação:
dominado pela visão estratégica local e participação comunitária;
promotor da gradual implementação de modelos de negócio da administração
distrital ajustados às prioridades da região, ao quadro de desconcentração de
competências e ao sistema de afectação de recursos públicos; e
integrado em processos de apropriação local na decisão e responsabilização na
execução.

Para a sua elaboração, foram preciosos os contributos recebidos de várias instituições ao


nível central e local, de que destacamos, todos os Governos Provinciais e Distritais, o
Instituto Nacional de Estatística, o Ministério do Plano e Finanças, o Ministério da
Agricultura e Desenvolvimento Rural, o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde.

A todos os intervenientes e, em particular aos Administradores de Distrito, que estas


publicações sejam consideradas como um gesto de agradecimento e devolução. Uma menção
de apreço, ainda, ao grupo MÉTIER, Consultoria e Desenvolvimento, pela assistência
técnica prestada na análise da vasta informação recolhida.

A finalizar, referir que a publicação destes Perfis insere-se num esforço continuado, por
parte do Ministério da Administração Estatal e da sua Direcção Nacional de Administração
Local, de monitoria do desenvolvimento institucional da administração pública local e do seu
gradual ajustamento às exigências do desenvolvimento e crescimento em Moçambique.

Entusiasmamos, pois, todas as contribuições e comentários que possam fazer chegar a essa
Direcção Nacional, no sentido de melhorar e enriquecer o conteúdo futuro dos Perfis.

Maputo, 25 de Setembro de 2005.

Ministro da Administração Estatal

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Siglas e Abreviaturas
________________________________________________________________________________________________

S
Siig
glla
ass e
eAAb
brre
evviia
attu
urra
ass

AD Administração Distrital

DDADR Direcção Distrital de Agricultura e Desenvolvimento Rural

DDMCAS Direcção Distrital da Mulher e Coordenação da Acção Social

DNAL Direcção Nacional da Administração Local

DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento

EDM Electricidade de Moçambique

EN Estrada Nacional

IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar

INE Instituto Nacional de Estatística

IRDF Inquérito às receitas e despesas das famílias

MADER Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural

MAE Ministério da Administração Estatal

MPF Ministério do Plano e Finanças

PA Posto Administrativo

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRM Polícia da República de Moçambique

TDM Telecomunicações de Moçambique

PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água

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M
MAAP
PAAD
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CAAL
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OGGE
EOOG
GRRÁ
ÁFFIIC
CAAD
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DIIS
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Breve Caracterização do Distrito
________________________________________________________________________________________________

1
1 B
Brre
evve
eCCa
arra
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erriizza
aççã
ãood
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Diissttrriitto
o

11..11 Suuppeerrffíícciiee ee PPooppuullaaççããoo


LLooccaalliizzaaççããoo,, S

O
distrito de Mueda está localizado na parte norte da Província de Cabo Delgado,
confinando a Norte com o Rio Rovuma (fronteira com a República Unida da
Tanzania), a Sul com os distritos de Montepuez, Meluco e Muidumbe, a Este com o
distrito de Mocímboa da Praia e a Oeste com o distrito de Mecula da Proviíncia de Niassa.

O distrito de Mueda integra a micro-região norte de Cabo Delgado, constituída pelos


distritos de Mueda, Muidumbe, Mocímboa da Pria, Nangade e Palma.

Com uma superfície1 de 11.345 km2 e uma população recenseada em 1997 de 98.654
habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 122.618 habitantes, este distrito tem uma
densidade populacional de 10.8 hab/km2.

A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.2, isto é, por cada


10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa. A população é jovem (41%,
abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 48%) e
de matriz rural (taxa de urbanização de 15%).

11..22 C
Clliim
maa ee H
Hiiddrrooggrraaffiiaa
As temperaturas médias anuais no planalto são em regra inferiores a 22ºC, embora
localmente possam exceder esses valores. A precipitação média anual é superior a 1000 mm
e a evapotranspiração potencial de referência é de 1300 mm.

Climaticamente o resto do distrito é dominado por climas do tipo semi-árido e sub-húmido


seco. A precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração
potencial de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm.

Em termos da temperatura média durante o período de crescimento das culturas, há regiões


cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a temperatura média anual varie
entre os 20 e 25ºC.

Os principais cursos de água que banham o Distrito de Mueda são: Rio Mueda, Rio Muilo,

1 Direcção Nacional de Terras CADASTRO NACIONAL DE TERRAS http://www.dinageca.gov.mz/dnt/


Mueda

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Breve Caracterização do Distrito
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Rio Rovuma e rio Lugenda. Nem todas as bacias hidrográficas mencionadas são navegáveis
e todas são de regime periódico devido aos seus fracos caudais.

A zona subplanáltica de transição para a zona litoral, com um relevo mais dissecado e
encostas mais declivosas intermédias, tem altitudes entre os 500 e os 1000 metros..

É dominada por solos de textura mais ligeira do tipo arenoso (Ferralic Arenosols, Cambic
Arenosols) a franco-argilo-arenoso (Cambisols) vermelhos, castanho avermelhados,
castanho acinzentados, profundos a moderadamente profundos respectivamente, bem a
excessivamente bem drenados e imperfeitamente a bem drenados respectivamente,
resultando numa baixa ou reduzida capacidade de armazenamento de água e por
conseguinte, agravando o deficite de água durante o período seco.

Uma parte considerável do interior é coberta pela zona R7, correspondendo ás terras de
altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros, de relevo ondulado, interrompido de
quando em quando pelas formações rochosas dos “inselbergs”. Fisiograficamente a área é
constituída por uma zona planáltica baixa que, gradualmente passa para um relevo mais
dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para
a zona litoral.

Os dambos (ndabo nas línguas locais) são formas especiais dos vales, não sendo exclusivos
de uma zona agro-ecológica estão presentes de uma forma consideravel na zona R7. São
depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de
água na forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio. O escoamento superficial é
lento e difuso para além de poder ainda beneficiar da contribuição do fluxo de água
subterrânea, principalmente nas zonas cujos depósitos apresentam texturas grosseira e
arenosa. Estas unidades de terreno são ainda características das áreas mais planas ao longo
dos divisores de água dos rios.

A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á sua
largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos. Os
vales dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de
textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular. Nos
dambos encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de cores

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Breve Caracterização do Distrito
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cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de côr escura (Mollic, Gleyic
e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).

Os topos e encostas superiores dos interfluvios são dominados por complexos de solos
vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos (Haplic Lixisols
e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam texturas média a pesada, sendo
profundos, bem a moderadamente bem drenados. Nas encostas intermédias dos interflúvios
os solos variam de cor, desde solos com cores pardo-acastanhada a castanho-amareladas,
moderadamente bem drenados, com textura argilosa.

11..33 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass
Têm sido realizadas obras de manutenção de rotina periódica de estradas com uso de mão-
de-obra intensiva. As estradas de terra batida são transitáveis ao longo de todo o ano,
excepto nos anos que se registam chuvas intensas.

As viaturas de grande porte dos madeireiros têm sido as principais causadoras da


degradação das vias de acesso. Nos últimos anos tem-se registado o crescimento do
número de transportadores de passageiro e de carga, respectivamente. Este facto deve-se ao
melhoramento das rodovias de/e para os outros pontos da Província.

Existe uma pista de aterragem asfaltada operacional, que tem permitido a movimentação
normal de aeronaves. O distrito é servido por transporte público terrestre, embora irregular.

O distrito dispõe de comunicações via rádio. Está em curso a fase de automatização da rede
telefónica. O Distrito ressente-se do facto de as TDM funcionarem apenas até às 17 horas.
Os correios funcionam normalmente, embora com pouca afluência.

No distrito de Mueda o sector da água enfrenta inúmeros problemas, e um pouco por todo
o distrito surgem conflitos sobre este recurso. Os subsistemas existentes têm avarias
permanentes, e muitas aldeias não têm acesso a fontes de água melhoradas, obrigando as
populações a percorrer distâncias que vão até um dia de caminhada.

Para o abastecimento de água às populações do planalto de Mueda funcionam 3 pequenos


sistemas de abastecimento de água ( PSAA). Para as populações que habitam na zona baixa,
o abastecimento é realizado através de furos e poços. Porém, em muitas zonas, as
populações vêem-se obrigadas a consumir água imprópria.

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PÁGINA 4
Breve Caracterização do Distrito
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O sistema de fornecimento de energia eléctrica à Vila de Mueda carece de reabilitação. O


gerador eléctrico pertencente à Administração não satisfaz os 46 utentes, pois a energia é de
fraca qualidade e funciona apenas durante 4 horas no período nocturno (18 às 22 horas).

O distrito possui 54 escolas (das quais, 48 do ensino primário nível 1), e está servido por 6
unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços do
Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente como se conclui dos
seguintes índices de cobertura média:

Uma unidade sanitária por cada 22 mil pessoas;


Uma cama por 2.800 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 2.600 residentes no distrito.
Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.

11..44 EEccoonnoom
miiaa ee S
Seerrvviiççooss
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a
produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de meixoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim.

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Breve Caracterização do Distrito
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O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em
regime de sequeiro.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Existem no Distrito potencialidades faunísticas e florestais capazes de ajudar no


desenvolvimento local. As principais zonas florestais são a de Posto Administrativo de
Ngapa, Negomano, de Chapa, com as variedades típicas, nomeadamente, Umbila, Jambire,
Pau-ferro, Methonha, Pau-preto entre outras.
A madeira é muito utilizada na construção. A lenha é a fonte de energia mais utilizada na
confecção de alimentos. O distrito já apresenta sinais de erosão.
A guerra e as queimadas descontroladas reduziram a população animal que hoje se resume
na existência de cudos, cabritos selvagens, elefantes, macacos e numerosa variedade de aves
e répteis. Para a defesa de pessoas e bens da população têm sido abatidos leões, e outros
animais ferozes.
No domínio das pescas, não são registadas actividades de vulto que tenham expressão na
economia do Distrito.
A actividade industrial do distrito de Mueda resume-se à existência de unidades de agro-
processamento, turísticas e caseiras. No sector de industria agro-processamento existem as
seguintes unidades: 21 moageiras das quais 18 operacionais e 3 paralisadas, 2 maquinetas de
descasque de arroz. No sector da indústria madeireira funcionam as seguintes unidades: 3
serrações móveis e 1 carpintaria.

Existem no distrito operadores autorizados para exploração de pedras semipreciosas (águas


marinhas). Contudo, tem-se registado um movimento de furtivos que aliciam as populações
locais com produtos diversos, em troca da exploração ilegal dos minerais.

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PÁGINA 6
Breve Caracterização do Distrito
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Na indústria hoteleira, recreativa e similar, existem as seguintes unidades: 4 pensões, 1


restaurante-bar e 7 “Take Away”. Os serviços da área são prestados por uma vasta rede de
barracas, vulgo "Comercio Informal" que domina e suplanta a actividade da área.

O distrito de Mueda está relativamente isolado dos principais centros comerciais da


província. A sua rede comercial é limitada. No entanto, existem alguns elos comerciais
agrícolas, e há conhecimento de alguns comerciantes a operarem no distrito vindos de
Pemba e de Nampula para comprar produtos locais.

Apesar de ser um distrito fronteiriço, não há conhecimento oficial de trocas comerciais


entre as populações do distrito e da Tanzania.

Funcionam no Distrito de Mueda dois sistemas paralelos concorrentes. O comércio formal,


compreendendo lojas e cantinas rurais e o comércio informal que envolve maioritariamente
jovens e mulheres que a ele recorrem como forma de subsistência e aumento de renda
familiar.

A rede comercial está distribuída de forma desequilibrada, já que a maioria dos


estabelecimentos comerciais está concentrada na sede do Distrito. O comércio formal
funciona aquém das necessidades das populações e os estabelecimentos comerciais
reclamam por reabilitação ou reconstrução.

A exploração das potencialidades turísticas do distrito é limitada devido à ausência de


iniciativas sérias e à pouca divulgação das mesmas no seio do empresariado nacional. Não
existe nenhuma instituição bancária a operar no distrito, nem nenhum sistema formal de
crédito em condições acessíveis aos operadores locais.

Mueda

PÁGINA 7
História, Política e Sociedade Civil
________________________________________________________________________________________________

2
2 H
Hiissttó
órriia
a,, P
Poollííttiicca
aeeS
Soocciie
edda
adde
eCCiiv
viill

22..11 H
Hiissttóórriiaa ee ccuullttuurraa

A
população de Mueda é maioritariamente falante da língua Shimaconde. Outras línguas
faladas: Emakhua, Kisuahili, Makué,Yao, Mtambué, Ngoni e Kimuane; para além da
língua oficial, o Português.

Tal como acontece na Província de Cabo Delgado, a estrutura da sociedade


de Mueda assenta no regime matrilinear. As Comunidades vivem em aldeias
e outros aglomerados populacionais junto das vilas.

A dança é uma actividade ligada ao ciclo de vida da comunidade, praticada


em momentos de dor, recordação dos antepassados, ritos de iniciação,
momentos de alegria e agradecimento aos antepassados pelos êxitos na produção agrícola e
outras benesses.

As populações do Distrito de Mueda acreditam na existência de uma força sobrenatural que


está ligada aos destinos das comunidades (chuva, sorte, morte, luz e vida). Esta percepção
da vida leva a que as populações se agreguem em organizações religiosas diversificadas que
têm por fim preparar uma vida eterna para cada indivíduo.

As seitas religiosas mais conhecidas são agrupadas em 2 congregações nomeadamente:


Cristã e Islâmica. A maioria da população pratica a religião africana mais conhecida por
"animista".

22..22 Ceennáárriioo ppoollííttiiccoo aaccttuuaall ee ssoocciieeddaaddee cciivviill


C
A liderança tradicional é assegurada pelos seguintes representantes do
poder ao nível da comunidade:
Régulos e Secretários de Bairros;
Chefes de Grupos de Povoações;
Chefe da Povoação;
Chingore;
Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel
social, cultural, económico e religioso.

Mueda

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História, Política e Sociedade Civil
________________________________________________________________________________________________

Na liderança tradicional existe uma espécie de divisão de trabalho e de funções entre os


diferentes líderes das comunidades. Assim, os Secretários têm hoje como função principal a
mobilização da comunidade para as tarefas sociais e económicas. Os líderes tradicionais
tratam principalmente dos aspectos tradicionais, tais como, cerimónias, ritos e conflitos
sociais.

No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias de 1ª


e 2ª linhas (régulos, chefes de terras e secretários de bairro), de acordo com as entidades
provinciais e distritais, foi levado a cabo um trabalho de divulgação do mesmo em todos os
Postos Administrativos, Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido envolvidas todas as
camadas sociais.

Neste contexto, foram legitimados pelas respectivas comunidades e reconhecidos pela


autoridade competente 31 Líderes Comunitários de diversos escalões.

A relação entre a Administração do Distrito e as Autoridades Comunitárias é positiva e tem


contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido
aos conflitos de terras existentes no distrito e outros que caem no âmbito das suas
competências, nomeadamente:

Colaboração na manutenção da Paz e harmonia social;


Articulação com os tribunais comunitários na resolução de conflitos de natureza
civil, tomando em conta os usos e costumes locais;
Mobilização e organização das populações para construção e manutenção de fontes
de abastecimento de água e aumento da área de produção;
Mobilização das comunidades locais na manutenção das vias de acesso, locais
sagrados e construção de latrinas melhoradas;
Educação cívica das comunidades sobre o uso sustentável e gestão de recursos
naturais, incluindo a prevenção das queimadas descontroladas e caça ilegal;
Mobilização e organização das populações para o pagamento do Imposto de
Reconstrução Nacional;
Mobilização dos pais e encarregados de educação para mandarem os seus filhos à
escola, principalmente as raparigas; e
Divulgação das Leis, deliberação dos Órgãos Locais do estado e outras informações
úteis à comunidade.
Mueda

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História, Política e Sociedade Civil
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Através dos líderes comunitários, as populações têm-se envolvido na busca de soluções para
os problemas existentes, nomeadamente, no combate à criminalidade, em colaboração com
a Polícia Comunitária, através da apreensão e denúncia de delinquentes; no combate ao
cultivo, consumo e comercialização de estupefacientes (suruma); na abertura de vias de
acesso; na confecção de tijolos no âmbito do programa de “comida por trabalho” e na abertura
de poços comunitários usando material convencional ou local.

As religiões dominantes são as Católica e Muçulmana, praticada pela maioria da população


do distrito. Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes
das hierarquias religiosa se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em
várias actividades de índole social.

Mueda

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Demografia
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3
3 D
Deem
moog
grra
affiia
a
O distrito tem uma superfície de 11.345 km2 e uma população, à data de
1/1/2005, de 123 mil habitantes. Com uma densidade populacional de 11
hab/km2, estima-se que o distrito atinja, em 2010, os 134 mil habitantes.

33..11 EEssttrruuttuurraa eettáárriiaa ee ppoorr sseexxoo


Com uma população jovem (41%, abaixo dos 15 anos) e um índice de masculinidade de
48%, a taxa de urbanização do distrito é de 15%, concentrada na Vila de Mueda.

A estrutura etária da população do distrito reflecte uma relação de dependência económica


de 1:1.2, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa.

TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005


Grupos etários
TOTAL 0-4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e mais
DISTRITO DE MUEDA 122.618 18.143 32.593 52.733 14.987 4.163
Homens 58.295 8.878 16.492 24.508 6.544 1.873
Mulheres 64.323 9.265 16.101 28.225 8.443 2.289
P.A. de MUEDA 60.628 9.118 15.960 26.167 7.404 1.979
Homens 28.640 4.487 8.032 12.159 3.117 845
Mulheres 31.988 4.631 7.929 14.008 4.287 1.134
P.A. de CHAPA 4.453 662 1.074 1.984 595 138
Homens 2.081 295 534 912 261 78
Mulheres 2.373 368 539 1.071 334 60
P.A. de IMBUHO 21.577 3.020 6.046 8.714 2.882 915
Homens 10.234 1.514 3.026 4.118 1.204 372
Mulheres 11.343 1.506 3.019 4.596 1.678 543
P.A. de NEGOMANO 2.294 353 623 1.003 260 56
Homens 1.152 162 319 486 148 37
Mulheres 1.142 191 303 517 112 19
P.A. de NGAPA 33.666 4.989 8.891 14.865 3.846 1.075
Homens 16.188 2.421 4.580 6.832 1.813 541
Mulheres 17.478 2.568 4.310 8.033 2.032 534
Fonte: Estimativa da MÉTIER, na base do INE, Dados do Censo de 1997.

33..22 TTrraaççoo ssoocciioollóóggiiccoo


Das 28.380 famílias do distrito, a maioria é do tipo sociológico alargado (40%), isto é, com
um ou mais parentes para além de filhos e têm, em média, 3 a 5 membros.

Mueda

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Demografia
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TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico


% de agregados, por dimensão Média de pessoas, por agregado
1-2 3-5 6 e mais TOTAL < 15 anos ≥ 15 anos
28,1% 44,2% 27,7% 4,3 1,8 2,5
Tipo Sociológico de Agregado Familiar
Monoparental (1) Nuclear
Unipessoal Alargado (2)
Masculino Feminino Com filhos Sem filhos
10,3% 1,1% 6,3% 31,1% 11,6% 39,6%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.
1) Família com um dos pais.
2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes.

Na sua maioria casados, após os 12 anos de idade, têm forte crença religiosa, dominada pela
religião Católica.

TABELA 3: População, segundo o estado civil e a crença religiosa


Com < 12 Com 12 anos ou mais, por Estado civil
anos Total Solteiro Casado ou união Separado/ Divorciado Viuvo
34,1% 65,9% 21,6% 38,2% 3,7% 2,3%
Com Crença Religiosa
Total Sião / Zione Católica Muçulmana Tes Jeová Outra
100,0% 1,0% 44,4% 37,3% 20,8% 17,3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

33..33 LLíínngguuaass ffaallaaddaass


Tendo por língua materna dominante o Emakuwa, 82% da população do distrito com 5 ou
mais anos de idade não sabem português, sendo o seu conhecimento preferencial nos
homens, dada a maior inserção na vida social e escolar e no mercado de trabalho.

TABELA 4: População, consoante o conhecimento de Português


Sabe falar Português Não sabe falar Português
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
DISTRITO DE MUEDA 18,4% 12,5% 6,0% 81,6% 36,8% 44,8%
5 - 9 anos 0,8% 0,4% 0,4% 16,1% 8,0% 8,1%
10 - 14 anos 2,9% 1,6% 1,3% 11,3% 5,8% 5,6%
15 - 19 anos 3,2% 1,9% 1,2% 9,0% 4,6% 4,4%
20 - 44 anos 10,2% 7,3% 2,9% 28,1% 11,6% 16,6%
45 anos e mais 1,4% 1,2% 0,2% 17,0% 6,8% 10,1%
P.A. de MUEDA 24,1% 15,5% 8,6% 75,9% 31,4% 44,5%
P.A. de CHAPA 14,9% 11,4% 3,5% 85,1% 35,7% 49,4%
P.A. de IMBUHO 16,5% 12,1% 4,4% 83,5% 34,8% 48,6%
P.A. de NEGOMANO 16,8% 12,4% 4,4% 83,2% 38,6% 44,6%
P.A. de NGAPA 10,0% 7,3% 2,7% 90,0% 40,7% 49,3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Mueda

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Demografia
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33..44 A
Annaallffaabbeettiissm
moo ee EEssccoollaarriizzaaççããoo
Com 81% da população analfabeta, predominantemente mulheres, a taxa de escolarização
no distrito é baixa, constatando-se que somente 29% dos habitantes2 frequentam ou já
frequentaram a escola.

TABELA 5: População, por condição de alfabetização, 1997


Taxa de analfabetismo
TOTAL Homens Mulheres
DISTRITO DE MUEDA 81,1% 71,8% 89,4%
5-9 96,9% 96,7% 97,1%
10 - 14 79,7% 78,3% 81,2%
15 - 44 72,8% 58,1% 85,6%
45 e mais 90,3% 79,5% 98,7%
P.A. de MUEDA 77,4% 67,4% 86,3%
P.A. de CHAPA 85,2% 75,4% 93,9%
P.A. de IMBUHO 81,0% 69,9% 90,9%
P.A. de NEGOMANO 83,0% 74,4% 91,9%
P.A. de NGAPA 87,0% 80,0% 93,5%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

2 Com 5 ou mais anos de idade.

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Habitação e Condições de Vida
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O tipo de habitação modal do distrito é “a palhota, com
pavimento de terra batida, tecto de capim ou colmo e
paredes de caniço ou paus”.

Em relação a outras utilidades, o padrão dominante é o de famílias


“sem rádio e electricidade, dispondo de 3 bicicletas em cada dez famílias, e
vivendo em palhotas com latrina e água colhida directamente em poços e furos
ou nos rios e lagos”.

FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida

52%
23%
1% 0%

Com Água Canalizada Com retrete ou latrina Com electricidade Com Radio

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

TABELA 6: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida


TIPO DE HABITAÇÃO
CONDIÇÕES BÁSICAS Moradia ou Casa de Palhota ou
EXISTENTES TOTAL Apartamento madeira e zinco casa precária
Casas Pessoas Casas Pessoas Casas Pessoas Casas Pessoas
Com Água Canalizada 1% 1% 2% 3% 4% 2% 1% 1%
Com retrete ou latrina 52% 56% 84% 85% 90% 96% 52% 56%
Com electricidade 0% 0% 3% 2% 3% 2% 0% 0%
Com Radio 23% 26% 51% 52% 56% 56% 23% 26%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

No que diz respeito às paredes, pavimento e tecto, o material de construção dominante é,


respectivamente o caniço ou paus, a terra batida e o capim ou colmo.
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Habitação e Condições de Vida
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FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados


99% 98%
98%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 1% 2% 1%
0% 1%
10%
0%
Pare de s Pare de s Pare de s Chão de Chão de Te cto de Te cto de Te cto de
de bloco de zinco de m ate rial adobe laje chapa capim
caniço, duráve l ou te rra de zinco ou
paus ou batida colm o
outros

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Em particular, no que concerne às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua


maioria a população do distrito é abastecida por poços e furos (66%) ou recorre
directamente aos rios ou lagos (33%).

FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água

66%
70%

60%

50%

40% 33%

30%

20%

10%
0% 1% 0%

0%
Canalizada, Canalizada, fora Fontanário Poço ou furo Rio ou Lago
dentro de casa de casa
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

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Organização Administrativa e Governação
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5
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naaççã
ãoo

O
distrito tem cinco Postos Administrativos: Mueda-Sede, Chapa, Imbuho, Negomano e
N´gapa que, por sua vez, estão subdivididos em 12 Localidades.

MUEDA-SEDE
LIPELUA
LITEMBO
MIULA
MPEME
CHAPA
CHAPA - SEDE
IMBUHO
IMBUHO - SEDE
NAMAUA
NEGOMANO
NEGOMANO-SEDE
N'GAPA
N'GAPA - SEDE
CHIPINGA
NATSENGE
NONGE

55..11 G
Goovveerrnnoo D
Diissttrriittaall
O Governo Distrital, dirigido pelo Administrador de Distrito, está
estruturado nos seguintes níveis de direcção e coordenação:
Gabinete do Administrador, Administração e Secretaria;
Direcção Distrital da Agricultura e Desenvolvimento Rural;
Direcção Distrital da Educação;
Direcção Distrital da Saúde;
Direcção Distrital do Comércio, Indústria e Turismo;
Direcção Distrital das Mulher e Coordenação da Acção Social;
Delegação do Registo Civil e Notariado;
Comando Distrital da PRM.

A gestão da vila, desde os serviços de higiene, salubridade e fornecimento de água potável é


igualmente garantida pela Administração do Distrito.
Mueda

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Organização Administrativa e Governação
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Com um total de 28 funcionários do quadro (dos quais, 2 são mulheres), apresenta a


seguinte distribuição por categorias profissionais:
Técnicos Superiores 1
Técnicos Médios 3
Assistentes Técnicos 5
Operários, Auxiliares Administrativos e Agentes de Serviço 8
Pessoal auxiliar 11

As infra-estruturas pertencentes à Administração encontram-se bastante degradadas. Há 3


anos, sensivelmente, que o distrito não é contemplado pelo orçamento de investimento.
Existem Postos Administrativos desprovidos de infra-estruturas de alvenaria para o
funcionamento dos serviços.

Em todos os Postos Administrativos, foram alocadas motorizadas, máquinas de escrever,


bicicletas, rádios receptores portáteis e 1 rádio transmissor ao Posto de Negomano. Na
residência oficial do Administrador foi montada uma antena parabólica Multichoice.

O sistema de governação vigente é baseado no Conselho Executivo. Em resultado da


aprovação das Leis 6/78 e 7/78, este substituiu a Câmara Municipal local que era dirigida
pelo Administrador do Distrito, por acumulação de funções, por força do artigo 491 da
Reforma Administrativa Ultramarina (RAU).

O Conselho Executivo local é um órgão distinto do Aparelho do Estado no escalão


correspondente, com as seguintes funções:

Dirigir as tarefas políticas do Estado, bem como as de carácter económico, social e


cultural.

Dirigir, coordenar e controlar o funcionamento dos órgãos do Aparelho do Estado.

O Conselho Executivo é dirigido por um Presidente, que geralmente por acumulação de


funções é o Administrador do Distrito, o qual é nomeado pelo Ministro da Administração
Estatal.

Ao nível do distrito o Aparelho do Estado é constituído pela Administração do Distrito e


restantes direcções e sectores distritais. O Administrador por sua vez responde perante o
Governo Provincial e Central, pelos vários sectores de actividades do Distrito organizados
em Direcções e Sectores Distritais.
Mueda

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Organização Administrativa e Governação
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A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e


Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração e
subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao Administrador
Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros, Chefes de
Quarteirões e Chefes de Blocos.

As instituições do distrito operam com base nas normas de funcionamento dos serviços da
Administração Pública, aprovadas pelo Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, do Conselho
de Ministros, publicado no Boletim da república n° 41, I Série, Suplemento.

A actividade do governo distrital segue uma abordagem essencialmente empírica e de


contacto com a comunidade. Importa que esta prática venha a ser sistematizada em sistemas
de planificação e controlo regulares e fiáveis, bem como seja baseada numa visão estratégica
que oriente o planeamento anual e faça convergir de forma eficaz os esforços sectoriais.

55..22 R
Reeffoorrm
maa ddoo sseeccttoorr ppúúbblliiccoo
O Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, sobre a Reforma do Sector Público, está a ser
implementado no distrito. Com efeito, este instrumento foi objecto de estudo pelos
funcionários do Estado, de modo a garantir a sua correcta implementação pelos sectores.

Neste sentido, foram já emitidos crachás de identificação para os funcionários da


Administração do Distrito e das Direcções do Governo Distrital.

55..33 Síínntteessee ddooss rreessuullttaaddooss ddaa aaccttiivviiddaaddee ddooss óórrggããooss ddiissttrriittaaiiss


S
Nesta secção, sem pretender ser exaustivo e transcrever o rol de funções oficiais dos
Governos Distritais aprovadas e publicadas oficialmente, focam-se as principais actividades
de intervenção pública directa, realizadas no período 2000-2004, que contribuem para o
desenvolvimento do distrito.

No essencial a actividade do Governo Distrital centrou-se nos seguintes objectivos e acções:

Envolver as populações na busca de soluções para os problemas locais através de


diálogo.

Estudar a viabilidade de alocação de equipamento as Administrações Distritais para


a manutenção das vias.

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Organização Administrativa e Governação
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Alargar a rede escolar e sanitária e melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Promover o uso de material local de construção para a edificação de residências do


Chefe de Posto Administrativo e outros funcionários do Estado.

Intensificar acções de fornecimento/capacitação técnico-profissional dos


Funcionários em particular ao nível Distrital e de Posto Administrativo.

Melhorar os serviços prestados pelas Administrações Distritais tendo em conta que


o cidadão constitui a razão da sua existência.

Melhorar o atendimento nas escolas Hospitais, Repartições do Estado, na


tramitação do processo de pedidos de terra ,de Bilhetes de Identidade, etc.

Melhorar o sistema de colecta e registo de receitas nas Administrações Distritais.

Prestigiar a função de Administrador Distrital.

5.3.1 Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural


Mueda é um distrito com baixa densidade populacional, pelo que a terra não é um recurso
escasso, o mesmo não ocorrendo com a água, que é motivo de conflitos um pouco por todo
o distrito.

De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em regime de consociação de


culturas com base em variedades locais e, em algumas regiões, com o recurso à tracção
animal e tractores.

O início do século foi marcado pelo cenário de estiagem e seca caracterizado por chuvas
irregulares e abaixo do normal, que criaram uma situação de insegurança alimentar, exigindo
do Governo Distrital iniciativas enérgicas de mitigação, de que se destacam:

Distribuição de sementes e utensílios agrícolas às vítimas das cheias;


Reabilitação de valas de drenagem nas baixas do distrito;
Fomento de batata-doce de polpa alaranjada; e
Aquisição e distribuição de bovinos de fomento.
A ONG de âmbito nacional, a Progresso, realiza o fomento de gado caprino com
uma cobertura bastante limitada.

Mueda

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Organização Administrativa e Governação
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No âmbito da sanidade animal, têm-se realizado campanhas de vacinação contra a


raiva nos caninos e contra a Newcastle nas galinhas.

5.3.2 Educação e Saúde


O investimento no sector tem estado a crescer, elevando para 54 o número de escolas em
2003 (48 do ensino primário nível 1, 5 do nível 2 e uma do ensino secundário geral), que são
frequentadas por cerca de 19 mil estudantes ensinados por 322 professores.

O distrito está dotado de 1 Hospital Rural, 1 Centro de saúde de nível I e 4 do nível II/III,
com um total de 47 camas e 51 técnicos e assistentes de saúde.

O crescimento da rede escolar e de saúde desde 2000 e a melhoria do atendimento do


pessoal têm permitido aumentar o acesso da população aos serviços do Sistema Nacional de
Educação e da Saúde que, porém, está ainda a um nível bastante insuficiente.

5.3.3 Cultura, Juventude e Desporto


Existem mais de 98 grupos culturais praticando a dança e o canto tradicionais. 347
escultores de Arte Maconde. Tipos de danças tradicionais conhecidos: Mapico, Limbondo,
Ntshaila, Tamaduni, Lingundumbwe, Chambadula e Macussanha.

Existem no Distrito 17 locais de interesse histórico, dos quais 7 são lugares de cultos
tradicionais, para além de 3 monumentos.

A actividade desportiva compreende a prática de desportos individuais e de grupo


nomeadamente, o futebol de “11”, corridas pedestres e de velocípedes ( sem motor) e
outros menos divulgados.

A Juventude do meio urbano dedica-se mais ao comércio informal, enquanto a rural, se


empenha no processo de produção agrícola.

5.3.4 Mulher e Coordenação da Acção Social


Nesta área o Governo Distrital tem promovido a integração e assistência social a pessoas,
famílias e grupos sociais em situação de pobreza absoluta, dando prioridade à criança órfã,
mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e portadores do HIV-SIDA, reclusos,
tóxico-dependentes, regressados e refugiados.

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Área da Mulher: No âmbito da promoção da mulher, foi incentivada a associação de


mulheres camponesas composta por 20 mulheres na Vila de Mueda que beneficiam de
assistência no projecto de geração de rendimentos, nomeadamente para as actividades de
fabrico de pão, latoaria, comércio informal e venda de lenha e carvão. Existem 12 mulheres
chefes de família integradas no projecto de Beneficio Social pelo trabalho.

Atendimento às Crianças e Idosos: Tem sido prestada assistência às crianças órfãs de pais,
havendo já 12 crianças identificadas e que vivem em situações extremamente difíceis.
Algumas destas crianças carentes beneficiam de isenção de pagamento de matrícula e de
outros emolumentos escolares. 148 idosos têm sido atendidos através do programa de
subsídio de alimentos, na Vila de Mueda; 37 idosos noutras aldeias.

Atendimento da pessoa portadora de deficiência^: Foram identificadas 7 pessoas portadoras


de deficiência. As comunidades têm envidado esforços para acomodação dos deficientes
nos esquemas de vida locais.

A acção nesta área tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como a
integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.

Apesar dos esforços desenvolvidos, são ainda bem patentes no distrito os efeitos da
pobreza, calamidades naturais e da guerra que assolou Moçambique nas últimas décadas.

5.3.5 Justiça, Ordem e Segurança pública


O Sector dos Registos e Notariado tem registado uma grande afluência de público, sendo os
serviços mais solicitados a emissão de certidões, assentos diversos, cédulas, conferência de
fotocópias, procurações entre outros.

O Distrito conta com 50 tribunais comunitários em funcionamento regular. Os agentes da


lei e ordem têm controlado casos criminais, muito embora o efectivo policial seja reduzido.

Os índices de criminalidade tendem a decrescer devido aos esforços empreendidos pela


PRM na manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas e ao envolvimento da
comunidade no combate ao mal social. As forças de guarda fronteira têm envidado grandes
esforços para garantir a inviolabilidade dos 123Km de fronteira com a República Unida da

Mueda

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Organização Administrativa e Governação
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Tanzânia, através de acções de patrulhamento e de verificação, em coordenação com a


polícia de protecção. Como corolário destas acções, foram capturados violadores de
fronteira, incluindo estrangeiros.

55..44 D
Deessm
miinnaaggeem
m
As minas constituem ou constituíram, em algumas zonas identificadas, uma ameaça à
segurança da população e ao desenvolvimento económico. A acção de desminagem em
curso no país desde 1992, tem permitido diminuir o seu risco, sendo hoje a situação
existente no país e neste distrito mais controlada e conhecida.

FIGURA 4: Locais suspeitos de minas

Fonte: Instituto Nacional de Desminagem, 2003.

Mueda

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Organização Administrativa e Governação
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55..55 FFiinnaannççaass PPúúbblliiccaass


A Administração do Distrito, sem inclusão das instituições subordinadas e
unidades sociais, funcionou nos últimos anos com os seguintes níveis de
receitas e despesas anuais (em contos).

FIGURA 5: Estrutura do orçamento distrital, 2004

Estrutura da Receita Corrente Estrutura da Despesa Corrente

7%
10%
23%
4%

13% 54%

10%
79%

Impost o de Reconst rução Nacional T axas e licenças de Mercados Despesas com pessoal Combustíveis e comunicações
Out ras receit as e t axas Subsídio do O.E. Manutenção Out ros gast os materiais

Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial do Plano e Finanças

O nível de receita é manifestamente insuficiente ao cabal exercício das funções distritais. A


despesa corrente do orçamento distrital em 2004 foi de 7 contos por habitante.

Do lado da despesa, os gastos com pessoal absorvem metade do orçamento corrente do


distrito e, à excepção das cobranças de mercados e algumas receitas de serviços, turismo e
urbanismo, o esforço fiscal distrital é muito baixo.

Quanto ao investimento com financiamento de base distrital, o seu montante é pequeno,


sendo quase todas as acções de investimento público planificadas e orçamentadas ao nível
provincial, funcionando os principais sectores sociais com finanças geridas a este nível.

À governação distrital compete essencialmente a gestão corrente, fraccionada pela dispersão


orçamental dos principais sectores sociais e de infra-estruturas, o que condiciona fortemente
a sua actuação num esforço coordenado de desenvolvimento e integração.

Mueda

PÁGINA 2 3
Organização Administrativa e Governação
________________________________________________________________________________________________

55..66 C
Coonnssttrraannggiim Goovveerrnnoo D
meennttooss àà aaccççããoo ddoo G Diissttrriittaall
Face à situação financeira descrita, o Governo Distrital tem enfrentado vários
constrangimentos à sua acção, de que se destacam os seguintes:

Não alocação de fundos de investimentos para manutenção das vias de acesso;


Falta de fundos de investimento para manutenção dos PS de Água e dos furos nas
aldeias;
Falta de infra-estruturas de educação e saúde para a população do distrito;
Falta de viaturas para a Administração e de motorizadas para locomoção dos Chefes
dos Postos Administrativos; e
Ausência de um programa de construções para atender o crescimento do aparelho
de estado.

Face às restrições orçamentais existentes, tem sido essencial para a prossecução da


actividade do Governo Distrital e para o progresso do distrito, o envolvimento consciente e
participação comunitária, e o apoio do sector privado e de vários organismos internacionais
que operam neste distrito.

55..77 PPaarrttiicciippaaççããoo ccoom


muunniittáárriiaa

A participação comunitária tem sido essencial para suprir várias necessidades em matéria de
construção, reabilitação e manutenção de infra-estruturas, nomeadamente estradas
interiores, postos de saúde e escolas, bem como residências para professores e enfermeiros.

Para tal, o Governo Distrital tem estabelecido coordenação de acções com as ONG’s,
visando levar a efeito a reconstrução e construção de infra-estruturas com base em recursos
locais e nos programas “comida pelo trabalho” financiados pelo PMA.

55..88 A
Appooiioo eexxtteerrnnoo
Na sua actuação, o Governo Distrital tem tido apoio de vários organismos de cooperação,
que promovem programas sociais de assistência, protecção do ambiente e desenvolvimento
rural, que desempenham um papel activo e importante no apoio à reconstrução e
desenvolvimento locais.

Mueda

PÁGINA 2 4
Posse e Uso da Terra
________________________________________________________________________________________________

6
6 P
Poosssse
eeeU
Usso
odda
aTTe
errrra
a 333
A informação deste capítulo tem por objectivo analisar os traços gerais que
caracterizam a base agrária do distrito, de forma a permitir inferir sobre
eventuais cenários de intervenção que reforcem o sector no contexto do
processo de desenvolvimento distrital.

Apesar das reservas quanto à representatividade ao nível distrital dos dados do CAP, este
capítulo permite avaliar os principais factores que fazem deste sector um veículo
privilegiado de intervenção no desenvolvimento económico e social do país.

Referirmo-nos, entre outros, ao facto de:

Ser a actividade dominante em praticamente todo o distrito;

Esta actividade fazer parte dos hábitos e costumes da população;

A actividade ser praticada pela maioria dos agregados familiares do distrito;

Constituir a maior fonte de emprego e de rendimento da população;

As condições naturais permitirem a prática da actividade.

66..11 PPoossssee ddaa tteerrrraa


Este distrito possui cerca de 21 mil explorações agrícolas com uma área média é de 1.2
hectares. Com um grau de exploração familiar dominante, 54% das explorações do distrito
têm menos de 1 hectare, ocupando somente 27% da área cultivada.

Este padrão desigual da distribuição das áreas fica evidente se referirmos que 1/3 da área
cultivada pertence a somente 12% das explorações do distrito.

Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando explorados em regime familiar,
têm como responsável, em quase 75% dos casos, o homem da família.

3 Baseado em trabalho analítico da MÉTIER, suportado pelos dados do INE do Censo Agro-pecuário de 1999-2000. Apesar de se
tratar de extrapolação s a partir duma amostra cuja representatividade ao nível distrital é baixa, considera-se que – do ponto de vista
da análise da estrutura de uso e exploração da terra - os seus resultados são um bom retrato das características essenciais do distrito.
Aconselha-se, pois, que mais do que os seus valores absolutos, este capítulo seja analisado tendo em vista absorver os principais
aspectos estruturais da actividade agrária.
Mueda

PÁGINA 2 5
Posse e Uso da Terra
________________________________________________________________________________________________

FIGURA 6: Estrutura de exploração agrária da terra

Area (ha) cultivada


45%
Número de Explorações
40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
< 1/2 1/2 ha - 1 ha - 2 2 ha - 3 3 ha - 4 4 ha - 5 5 ha - 10 ha - ³ 100
ha 1 ha ha ha ha ha 10 ha 100 ha ha

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000


No que respeita à posse da terra, quase 95% das 37 mil parcelas em que estão divididas as
explorações são tradicionalmente pertença das famílias da região, sendo transmitidas por
herança aos filhos, ou estão em regime de aluguer ou de concessão do estado a particulares
e empresas privadas. As autoridades tradicionais e oficiais detêm 5% das parcelas agrícolas
do distrito.

66..22 TTrraabbaallhhoo aaggrrííccoollaa


A estrutura de exploração agrícola do distrito reflecte a base alargada da economia familiar,
constatando-se que 84% das explorações são cultivadas por 3 ou mais membros do
agregado familiar.

Estas explorações estão divididas em cerca de 37 mil parcelas, metade com menos de meio
hectare e exploradas em cerca de metade dos casos por mulheres. De reter que, do total de
agricultores, 35% são crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos.

66..33 U
Uttiilliizzaaççããoo eeccoonnóóm
miiccaa ddoo ssoolloo
A maioria da terra é explorada em regime de consociação de culturas alimentares,
nomeadamente o milho, mandioca, feijão nhemba, amendoim.
Para além das culturas alimentares e de rendimento, o distrito tem fruteiras, coqueiros e
cajueiros.

Mueda

PÁGINA 2 6
Posse e Uso da Terra
________________________________________________________________________________________________

No distrito existem cerca de 2 mil criadores de pecuária e mais de 12 mil de avicultura, a


maior parte em regime familiar.
Os dados disponíveis apontam para uma estrutura de produção relativamente
mercantilizada, em que o nível de vendas varia de 12% nos caprinos a 50% nos suínos,
constituindo uma fonte de rendimento familiar importante.

Constitui igualmente uma fonte importante de rendimento familiar. Deriva, essencialmente,


da venda de madeira, lenha, caniço e carvão, bem como da actividade de caça, pesqueira e
artesanal, efectuado por um conjunto de centenas de explorações familiares.

Mueda

PÁGINA 2 7
Educação
________________________________________________________________________________________________

7
7 E
Eddu
ucca
aççã
ãoo
Com 81% da população analfabeta, predominantemente
mulheres, a taxa de escolarização no distrito é baixa,
constatando-se que somente 29% dos habitantes4 frequentam ou
já frequentaram a escola primária.

TABELA 7: População5, por condição de frequência escolar


P O P U L A Ç Ã O Q U E:
FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
DISTRITO DE MUEDA 10,7% 6,2% 4,6% 17,9% 11,9% 6,0% 71,4% 29,2% 42,1%
P.A. de MUEDA 12,6% 7,3% 5,4% 20,2% 13,0% 7,2% 67,2% 26,7% 40,5%
P.A. de CHAPA 5,6% 3,2% 2,4% 15,9% 12,0% 3,9% 78,4% 31,8% 46,6%
P.A. de IMBUHO 12,7% 7,3% 5,4% 20,6% 13,8% 6,8% 66,7% 25,9% 40,8%
P.A. de NEGOMANO 10,6% 6,1% 4,5% 21,1% 13,8% 7,3% 68,4% 31,2% 37,2%
P.A. de NGAPA 6,6% 3,8% 2,8% 12,2% 8,6% 3,6% 81,2% 35,6% 45,6%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A maior taxa de escolarização verifica-se no grupo etário dos 10 a 14 anos, onde 39% das
crianças frequenta a escola, seguido do grupo de 5 a 9 anos, o que reflecte a entrada tardia
na escola. Na sua maioria, os estudantes são rapazes a frequentar o ensino primário, dada a
insuficiente / inexistente rede escolar dos restantes níveis de ensino nalgumas localidades.

FIGURA 7: População6, por nível de ensino que frequenta

Primário 11%
100%
80%
60%
40%
20%
0%

Ne nhum nível Outro nível escolar


89% 0%

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

4 Com 5 ou mais anos de idade.


5 Com 5 ou mais anos de idade.
Mueda

PÁGINA 2 8
Educação
________________________________________________________________________________________________

TABELA 8: População7, por nível de ensino que frequenta


NIVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA Nenhum
Total Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior nível
DISTRITO DE MUEDA 10,7% 0,0% 10,5% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 89,3%
5 - 9 anos 15,2% 0,0% 15,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 84,8%
10 - 14 anos 38,9% 0,0% 38,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 61,1%
15 - 19 anos 17,5% 0,0% 16,9% 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 82,5%
20 - 24 anos 2,1% 0,1% 1,4% 0,6% 0,0% 0,0% 0,0% 97,9%
25 e + anos 0,5% 0,0% 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 99,5%
HOMENS 13,0% 0,0% 12,7% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0% 87,0%
MULHERES 8,6% 0,0% 8,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 91,4%
P.A. de MUEDA 12,6% 0,0% 12,4% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 87,4%
P.A. de CHAPA 5,6% 0,0% 5,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 94,4%
P.A. de IMBUHO 12,7% 0,0% 12,5% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 87,3%
P.A. de NEGOMANO 10,6% 0,0% 10,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 89,4%
P.A. de NGAPA 6,6% 0,1% 6,5% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 93,4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Do total de população8, verifica-se que somente 9% concluíram algum nível de ensino.


Destes, 90% completaram somente o ensino primário e 4% o 1º grau do secundário.

TABELA 9: População9, por nível de ensino concluído


NIVEL DE ENSINO CONCLUIDO
TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior Nenhum
DISTRITO DE MUEDA 9,1% 0,1% 8,3% 0,4% 0,1% 0,1% 0,0% 90,9%
5 - 9 anos 0,9% 0,0% 0,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 99,1%
10 - 14 anos 4,4% 0,0% 4,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 95,6%
15 - 19 anos 12,2% 0,0% 12,0% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 87,8%
20 - 24 anos 16,3% 0,0% 15,3% 0,8% 0,1% 0,0% 0,0% 83,7%
25 e + anos 11,0% 0,3% 9,6% 0,8% 0,1% 0,1% 0,0% 89,0%
HOMENS 13,8% 0,2% 12,5% 0,9% 0,1% 0,1% 0,0% 86,2%
MULHERES 4,8% 0,1% 4,6% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 95,2%
P.A. de MUEDA 11,0% 0,1% 10,0% 0,7% 0,1% 0,1% 0,0% 89,0%
P.A. de CHAPA 6,5% 0,0% 6,1% 0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 93,5%
P.A. de IMBUHO 8,8% 0,1% 8,3% 0,2% 0,0% 0,1% 0,0% 91,2%
P.A. de NEGOMANO 9,7% 0,2% 9,2% 0,3% 0,1% 0,0% 0,0% 90,3%
P.A. de NGAPA 6,1% 0,2% 5,6% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 93,9%
DISTRITO DE MUEDA 9,1% 0,1% 8,3% 0,4% 0,1% 0,1% 0,0% 90,9%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

6 Com 5 ou mais anos de idade.


7 Com 5 ou mais anos de idade.
8 Com 5 ou mais anos de idade.
9 Com 5 ou mais anos de idade.
Mueda

PÁGINA 2 9
Educação
________________________________________________________________________________________________

O baixo grau de escolarização reflecte o facto de, apesar da expansão em curso, a rede
escolar e o efectivo de professores serem insuficientes e possuírem uma baixa qualificação
pedagógica. Tais factos são agravados por factores socio-económicos, resultando em baixas
taxas de aproveitamento e altas desistências, em algumas das localidades do distrito.
TABELA 10: Escolas, alunos e professores, 2003
NÍVEIS DE ENSINO E N.º de N.º de Alunos N.º de Professores
POSTOS ADMINISTRATIVOS Escolas M HM M HM
TOTAL DO DISTRITO 54 7.659 19.148 64 322
EP1 48 6.834 17.085 55 274
EP2 5 534 1.335 7 34
ESG I 1 291 728 3 14
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Educação
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos.

A maioria dos professores tem uma formação escolar baixa, possuindo, em média, a 6ª
classe e, em alguns casos, um ano de estágio pedagógico, o que condiciona bastante a
qualidade do ensino ministrado.

Mueda

PÁGINA 3 0
Saúde e Acção Social
________________________________________________________________________________________________

8
8 S
Saaú
údde
eeeA
Accççã
ãooS
Soocciia
all
88..11 Cuuiiddaaddooss ddee ssaaúúddee ee qquuaaddrroo eeppiiddéém
C miiccoo
A rede de saúde do distrito, apesar de estar a evoluir a bom ritmo,
é insuficiente, evidenciando os seguintes índices de cobertura
média:
Uma unidade sanitária por cada 22 mil pessoas;
Uma cama por 2.800 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 2.600 residentes no distrito.

TABELA 11: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003

Unidades, Camas e Tipo de Unidades Sanitárias Pessoal existente


Pessoal existente Total de Hospital Centro de Centro de Postos de por sexo
Unidades Rural Saúde I Saúde II/III Saúde HM H M
TOTAL DO DISTRITO
Nº de Unidades 6 1 1 4 0
Nº de Camas 47 27 20 0 0
Pessoal Total 91 77 2 12 0 91 51 41
- Licenciados 1 1 0 0 0 1 1 0
- Nível Médio 12 12 0 0 0 12 7 5
- Nível Básico 28 22 1 5 0 28 15 13
- Nível Elementar 10 6 1 3 0 10 6 5
- Pessoal de apoio 40 36 0 4 0 40 22 18
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde

A Direcção Distrital de Saúde distribui regularmente por cada Centro de Saúde “Kits A e B”
e pelos Postos de Saúde “Kits B”. A tabela seguinte apresenta, para o ano de 2003, a
posição de alguns indicadores que caracterizam o grau de acesso e de cobertura dos serviços
do Sistema Nacional de Saúde.

TABELA 12: Indicadores de cuidados de saúde, 2003


Indicadores
Taxa de ocupação de camas 74,7%
Partos 1.398
Vacinação 44.148
Saúde materno-infantil 50.880
Consultas externas 69.653
Taxa de baixo peso à nascença 18,3%
Taxa de mau crescimento 7,9%
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde
Mueda

PÁGINA 3 1
Saúde e Acção Social
________________________________________________________________________________________________

O quadro epidémico do distrito é dominado pela malária, diarreia e DTS e SIDA que, no
seu conjunto, representam quase a totalidade dos casos de doenças notificados no distrito.

88..22 A
Accççããoo S
Soocciiaall
A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza
absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e
portadores do HIV-SIDA, tóxico-dependentes e regressados.

Neste distrito existem, segundo os dados do Censo de 1997, cerca de 2 mil órfãos (dos quais
25% de pai e mãe) e cerca de 2 mil deficientes (64% com debilidade física, 13% com
doenças mentais e 23% com ambos os tipos de doença).

TABELA 13: População, por condição de orfandade, 1997


DISTRITO DE MUEDA 2.167
Homens 939
Mulheres 1.228
5 - 9 anos 648
10 - 14 anos 657
15 - 19 anos 862
P.A. de MUEDA 1.069
P.A. de CHAPA 105
P.A. de IMBUHO 389
P.A. de NEGOMANO 41
P.A. de NGAPA 563
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

TABELA 14: População deficiente, por idade e residência, 1997


Posto administrativo e Idade TOTAL Física Mental Ambas
DISTRITO DE MUEDA 1922 1228 249 445
0 - 14 249 95 49 105
15 - 44 961 534 146 281
45 e mais 712 599 54 59
P.A. de MUEDA 858 484 120 254
P.A. de CHAPA 62 40 6 16
P.A. de IMBUHO 431 331 51 49
P.A. de NEGOMANO 35 26 3 6
P.A. de NGAPA 536 347 69 120
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A acção social no distrito tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como a
integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.
Mueda

PÁGINA 3 2
Género
________________________________________________________________________________________________

9
9 G
Géén
neerro
o
O distrito tem uma população de 123 mil habitantes - 64 mil do sexo feminino - sendo 6%
das famílias do tipo monoparental chefiados por mulheres.

99..11 EEdduuccaaççããoo
Tendo por língua materna dominante o Emakuwa, só 26% das mulheres tem conhecimento
da língua portuguesa. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 89%, sendo de
72% no caso dos homens.
Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 80% nunca frequentaram a escola e somente
5% concluíram o ensino primário.
A maior taxa de escolarização feminina ocorre no grupo etário dos 10 a 14 anos, em que
33% das raparigas frequentam a escola. Este indicador evidencia o baixo nível escolar e a
entrada tardia na escola da maioria das raparigas, sobretudo nas zonas rurais.

FIGURA 8: Indicadores de escolaridade, por sexos


Taxa de analfabetismo
89%

72%

Cobertura escolar (10 a 14 anos) Conhecimento de português

33% 26%
45% 11%
Homens
5%
Mulheres
12%

62%

80%
Ensino primário concluído Sem frequência escolar

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

99..22 A miiccaa ee eexxpplloorraaççããoo ddaa tteerrrraa


Accttiivviiddaaddee eeccoonnóóm
De um total de 64 mil mulheres, 39 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos).
Excluindo as que procuram emprego pela 1ª vez, a população activa feminina é de 31 mil
pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 20% (20% nos homens).
Mueda

PÁGINA 3 3
Género
________________________________________________________________________________________________

As 21 mil explorações agrícolas do distrito estão divididas em cerca de 37 mil parcelas, na


maioria com menos de meio hectare e exploradas, em mais de metade dos casos, por
mulheres. De reter, que 32% do total de agricultores são crianças menores de 10 anos de
idade, de ambos os sexos, das quais cerca de metade são raparigas.

FIGURA 9: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado


90%

82%

90%

80%

70% 57%
50% 50%

60%
43% Homens
50% Mulheres

40%
18%
30% 10%

20%

10%

0%
Responsável pelas Trabalhadores % de a ssalaria dos % de agricultores
explorações agrícolas com menos de 10
anos de idade

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000

A distribuição das mulheres activas residentes no distrito, de acordo com a posição no


processo de trabalho e o sector de actividade, é a seguinte:
Cerca de 99% são trabalhadoras agrícolas familiares ou por conta própria; e
1% são, na sua maioria, empregadas ou vendedoras no sector comercial formal e
informal ou trabalhadoras de outros serviços.

99..33 G
Goovveerrnnaaççããoo
Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções de
algumas organizações não governamentais, associações e sociedade
civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e direitos
entre sexos em todos aspectos de vida social e económica, e a
integração da mulher no mercado de trabalho, processos de geração
de rendimentos e vida escolar.

Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da


acção, evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a
melhorar a eficácia e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e
Mueda
do sector privado.

PÁGINA 3 4
Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

1
100 A
Accttiiv
viid
daad
deeE
Ecco
onnó
ómmiicca
a
1100..11 PPooppuullaaççããoo eeccoonnoom meennttee aaccttiivvaa
miiccaam
A estrutura etária da população reflecte uma relação de dependência económica aproximada
de 1:1.2, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa.

De um total de 123 mil habitantes, 72 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos).
Excluindo os que procuram emprego pela primeira vez, a população economicamente activa
é de 58 mil pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 20%.

Da população activa, 97% são trabalhadores familiares ou por conta própria, na maioria,
mulheres. A percentagem de assalariados é somente de 3% da população activa, sendo - de
forma inversa, dominada por homens (as mulheres representam apenas 10% do total de
assalariados).

A distribuição da população activa segundo o ramo de actividade reflecte a dominância do


sector agrário, que ocupa 95% da mão-de-obra do distrito.

Os sectores secundário e terciário ocupam, respectivamente, 2% e 3% dos trabalhadores,


sendo dominados pela actividade de comércio formal e informal, que ocupa cerca de 3% do
total de trabalhadores do distrito.

FIGURA 10: População activa10, por ramo de actividade, 2005

2% 3% 3%
28%

69%
95%

Agricultura, s ilvicultura e pes ca Indús tria, energia e construção


As salariados Por conta própria Trabalhadores familiares
Comércio, Trans portes e Serviços

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Mueda

10
Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
PÁGINA 3 5
Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

TABELA 15: População activa11, por ramo de actividade, 2005


POSIÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO
SECTORES DE ACTIVIDADE Assalariados Sector Por Trabalhador Empresário
conta
TOTAL Total Estado Empresas Coop. própria familiar Patrão
DISTRITO DE MUEDA 57.653 2,7% 1,2% 1,5% 0,1% 68,9% 28,3% 0,0%
- Homens 26.315 2,4% 1,0% 1,4% 0,0% 33,7% 9,5% 0,0%
- Mulheres 31.338 0,3% 0,1% 0,1% 0,0% 35,2% 18,9% 0,0%
Agricultura, silvicultura e pesca 54.458 0,4% 0,1% 0,4% 0,1% 66,5% 27,4% 0,0%
Indústria, energia e construção 1.258 0,8% 0,1% 0,7% 0,0% 1,1% 0,3% 0,0%
Comércio, Transportes e Serviços 1.936 1,4% 0,9% 0,5% 0,0% 1,3% 0,6% 0,0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

1100..22 O
Orrççaam
meennttoo ffaam
miilliiaarr
O distrito tem um Índice de Incidência da Pobreza 12 estimado em cerca de 68% no ano de
200313. Com um nível médio mensal de receitas familiares de 60% em espécie, derivados do
autoconsumo e da renda imputada pela posse de habitação própria, a população do distrito
apresenta um padrão de consumo concentrado nos produtos alimentares (60%) e nos
serviços de habitação, água, energia e combustíveis (17%).

FIGURA 11: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços

6% 2%
8%

7%

60%
17%

Produtos Alimentares (*)


Habitação, Serviços, Transportes e Comunicações (*)
Material de construção e Mobiliário
Vestuário e Calçado
Lazer, Bebidas Alcoólicas, Restaurantes e Bares
Educação, Saúde e outros serviços

(*) Inclui o autoconsumo da produção agrícola e a imputação da renda por posse de habitação própria
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.

11 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
12 O Índice de Incidência da Pobreza (povery headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está abaixo da linha
da pobreza. Mueda
13 Estimativa da MÉTIER, a partir de dados do Relatório sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 2ª Avaliação Nacional
(2002-03), DNPO, Gabinete de Estudos do MPF.
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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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Com variância significativa, a distribuição da receita familiar está concentrada nas classes
baixas, com 55% dos agregados na faixa de rendimentos mensais inferiores a 1.500 contos.

FIGURA 12: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal


27,6%

15,4% 15,3%
12,4%

9,2% 10,1%

5,8%
4,2%

Com m enos De 500.000 a De 1.000.000 De 1.500.000 De 2.000.000 De 2.500.000 De 5.000.000 Com m ais de
de 500.000 1.000.000 MT a 1.500.000 a 2.000.000 a 2.500.000 a 5.000.000 a 10.000.000 10.000.000
MT MT MT MT MT MT MT

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.

1100..33 S meennttaarr ee eessttrraattééggiiaass ddee ssoobbrreevviivvêênncciiaa


Seegguurraannççaa aalliim
Este distrito tem sido alvo de calamidades naturais que afectam a vida
social e económica da comunidade.

Estes desastres, associados à fraca produtividade agrícola, conduzem . de


acordo com vários levantamentos efectuados por entidades credíveis14 - a
níveis de segurança alimentar de risco, estimando-se em 2,5 meses a
média de reservas alimentares por agregado familiar de cereais e
mandioca, o que coloca cerca de 5% da população do distrito, sobretudo os camponeses de
menos posses, idosos e famílias chefiadas por mulheres, numa situação potencialmente
vulnerável.

Efectivamente, dadas as tecnologias primárias utilizadas e, consequentemente, os baixos


rendimentos das culturas, a colheita principal é, em geral, insuficiente para cobrir as
necessidades de alimentos básicos, que só são satisfeitas com a ajuda alimentar, a segunda
colheita, rendimentos não agrícolas ou outros mecanismos de sobrevivência.

Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias de


sobrevivência que incluem a participação em programas de "comida pelo trabalho", a
recolha de frutos silvestres, a venda de lenha, carvão, estacas, caniço, bebidas e a caça.

Mueda

14
Nomeadamente, os Médicos sem fronteira.
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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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As famílias com homens activos recorrem ao trabalho remunerado nas cidades mais
próximas, já que as oportunidades de emprego no distrito são reduzidas, dado que a
economia ter por base, essencialmente, as relações familiares.

Para atenuar os efeitos desta situação, as autoridades distritais e o MADER lançaram um


plano de acção para redução do impacto da estiagem incluindo sementes e culturas
resistentes e introdução de tecnologias adequadas ao sector familiar.

As principais organizações que apoiam a comunidade aquando de calamidades, são o


Programa Mundial para a Alimentação, o Departamento de Prevenção e Combate às
Calamidades Naturais o Programa de Emergência de Sementes e Utensílios e a Organização
Rural de Ajuda Mútua, cuja actuação inclui a entrega de alimentos e a distribuição de
sementes e de instrumentos agrícolas, no quadro de programas “comida por trabalho”.

1100..44 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass ddee bbaassee


Têm sido realizadas obras de manutenção de rotina periódica de
estradas com uso de mão-de-obra intensiva. As estradas de terra
batida são transitáveis ao longo de todo o ano, excepto nos anos
que se registam chuvas intensas.

As viaturas de grande porte dos madeireiros têm sido as


principais causadoras da degradação das vias de acesso. Nos últimos anos tem-se registado
o crescimento do número de transportadores de passageiro e de carga, respectivamente.
Este facto deve-se ao melhoramento das rodovias de/e para os outros pontos da
Província.

Existe uma pista de aterragem asfaltada operacional, que tem permitido a movimentação
normal de aeronaves. O distrito é servido por transporte público terrestre, embora irregular.

Das vias rodoviárias principais, estão transitáveis os troços de ligação aos distritos
confinantes de Muidumbe, Nangade e Mocímboa da Praia. As demais vias, todas tendo
Mueda (sede) como ponto de partida, não são transitáveis no tempo das chuvas intensas.
Todas são estradas do tipo rural terciária não classificada e ligam às localidades de
Negomano, N’gapa, Chapa e Imbuo.

O distrito dispõe de comunicações via rádio. Está em curso a fase de automatização da rede
telefónica. O Distrito ressente-se do facto de as TDM funcionarem apenas até às 17 horas.
Mueda

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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Os correios funcionam normalmente, embora com pouca afluência.

No distrito de Mueda o sector da água enfrenta inúmeros problemas, e um pouco por todo
o distrito surgem conflitos sobre este recurso. Os subsistemas existentes têm avarias
permanentes, e muitas aldeias não têm acesso a fontes de água melhoradas, obrigando as
populações a percorrer distâncias que vão até um dia de caminhada.

Para o abastecimento de água às populações do planalto de Mueda funcionam 3 pequenos


sistemas de abastecimento de água ( PSAA). Para as populações que habitam na zona baixa,
o abastecimento é realizado através de furos e poços. Porém, em muitas zonas, as
populações vêem-se obrigadas a consumir água imprópria.

O sistema de fornecimento de energia eléctrica à Vila de Mueda carece de reabilitação. O


gerador eléctrico pertencente à Administração não satisfaz os 46 utentes, pois a energia é de
fraca qualidade e funciona apenas durante 4 horas no período nocturno (18 às 22 horas).

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.

1100..55 A
Aggrriiccuullttuurraa ee D meennttoo R
Deesseennvvoollvviim Ruurraall
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a
produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de meixoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim. Mueda

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em
regime de sequeiro.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

TABELA 16: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003


Campanha 2000/2001 Campanha 2001/2002 Campanha 2002/2003
Principais Área (ha) Produção Área (ha) Produção Área (ha) Produção
Culturas Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas)
Milho 12.095 9.676 12.867 10.293 13.565 10.852
Arroz 2.047 1.605 2.178 1.707 2.224 1.744
Mapira 5.609 776 5.967 825 4.102 567
Amendoim 1.965 983 2.091 1.045 1.743 872
Mandioca 10.856 21.712 11.549 23.098 12.102 24.203
Feijões 3.921 1.937 4.171 2.061 11.013 5.441
TOTAL DO DISTRITO 36.493 36.688 38.823 39.030 44.750 43.679
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial de Agricultura

10.5.1 Pecuária
O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da


pecuária, sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais
obstáculos ao seu desenvolvimento.

Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar são as galinhas, os patos
e os cabritos, enquanto que, para a comercialização, são os bois, os cabritos e as ovelhas.

10.5.2 Pescas, Florestas e Fauna bravia


Existem no Distrito potencialidades faunísticas e florestais capazes de ajudar no
desenvolvimento local. As principais zonas florestais são a de Posto Administrativo de
Ngapa, Negomano, de Chapa, com as variedades típicas, nomeadamente, Umbila, Jambire,
Pau-ferro, Methonha, Pau-preto entre outras.
A madeira é muito utilizada na construção. A lenha é a fonte de energia mais utilizada na
confecção de alimentos. O distrito já apresenta sinais de erosão.
Mueda

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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Foi montado um viveiro central onde são produzidas espécies florestais, cuja distribuição
privilegia as comunidades da área de influência da rede de extensão rural e as escolas.
Operam 3 empresas de exploração florestal numa área de 175.032 ha, aproximadamente.
No distrito de Mueda existem laranjeiras, papaieiras, goiabeiras, abacateiros, ateiras e
coqueiros. Os maiores constrangimentos da silvicultura em Mueda são a falta de mudas, as
pragas e a insuficiente qualidade da terra.
A guerra e as queimadas descontroladas reduziram a população animal que hoje se resume
na existência de cudos, cabritos selvagens, elefantes, macacos e numerosa variedade de aves
e répteis. Para a defesa de pessoas e bens da população têm sido abatidos leões, e outros
animais ferozes.
No domínio das pescas, não são registadas actividades de vulto que tenham expressão na
economia do Distrito.

1100..66 IInnddúússttrriiaa,, C
Coom Seerrvviiççooss
méérrcciioo ee S
A actividade industrial do distrito de Mueda resume-se à existência de unidades de agro-
processamento, turísticas e caseiras. No sector de industria agro-processamento existem as
seguintes unidades: 21 moageiras das quais 18 operacionais e 3 paralisadas, 2 maquinetas de
descasque de arroz. No sector da indústria madeireira funcionam as seguintes unidades: 3
serrações móveis e 1 carpintaria.

Existem no distrito operadores autorizados para exploração de pedras semipreciosas (águas


marinhas). Contudo, tem-se registado um movimento de furtivos que aliciam as populações
locais com produtos diversos, em troca da exploração ilegal dos minerais.

Na indústria hoteleira, recreativa e similar, existem as seguintes unidades: 4 pensões, 1


restaurante-bar e 7 “Take Away”. Os serviços da área são prestados por uma vasta rede de
barracas, vulgo "Comercio Informal" que domina e suplanta a actividade da área.

O distrito de Mueda está relativamente isolado dos principais centros comerciais da


província. A sua rede comercial é limitada. No entanto, existem alguns elos comerciais
agrícolas, e há conhecimento de alguns comerciantes a operarem no distrito vindos de
Pemba e de Nampula para comprar produtos locais.

Apesar de ser um distrito fronteiriço, não há conhecimento oficial de trocas comerciais


entre as populações do distrito e da Tanzania.
Mueda

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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Funcionam no Distrito de Mueda dois sistemas paralelos concorrentes. O comércio formal,


compreendendo lojas e cantinas rurais e o comércio informal que envolve maioritariamente
jovens e mulheres que a ele recorrem como forma de subsistência e aumento de renda
familiar.

O comércio formal compreende 58 lojas e cantinas rurais, das quais 46 paralisadas e 12


operacionais, porém com uma acentuada fragilidade devido à descapitalização dos seus
proprietários.

A rede comercial está distribuída de forma desequilibrada, já que a maioria dos


estabelecimentos comerciais está concentrada na sede do Distrito. O comércio formal
funciona aquém das necessidades das populações e os estabelecimentos comerciais
reclamam por reabilitação ou reconstrução.

O comércio informal está mais activo no distrito face à incapacidade dos operadores da
área. Este comércio é, predominantemente, praticado pelos jovens e mulheres.

A exploração das potencialidades turísticas do distrito é limitada devido à ausência de


iniciativas sérias e à pouca divulgação das mesmas no seio do empresariado nacional. Os
pontos turísticos mais relevantes são: Negomano, a 175km da sede; Ngapa, a 50 km da sede;
Mueda sede e Sagal a 25 km da sede.

A actividade de entretenimento é realizada em barracas de projecção de filmes, vídeo -


cassetes e promoção de espectáculos musicais pelo sector informal.

Não existe nenhuma instituição bancária a operar no distrito, nem nenhum sistema formal
de crédito em condições acessíveis aos operadores locais.

Mueda

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Autoridade tradicional
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Anexo:
Anexo: Autor
Autoriid
daad
deeC
Coom
muun
niittá
árriia
anno
oDDistrito
istrito de
de M
Muue
edda
a
(Fonte de dados: Direcção Nacional da Administração Local)

Nº Área de Jurisdição Data de


Designação Local
Nome Completo
de Aut. Comunitária
Sexo Posto Administrativo Localidade Local onde Reconhecimento
exerce
1 Alfredo Macheca Secretário Aldeia M Sede Distrito
2 Joaquim Madjele Secretário Aldeia M Namaua
3 Severino Miguel Secretário Bairro M Rovuma
4 Xavier Nchalaba Secretário Aldeia M Chipingo
5 Ibraimo Adamo Secretário Aldeia M Ngapa-sede
6 Cosme Nkalimie Nhambua Secretário Aldeia M Litembo
7 Américo Nchinijiko Jakalea Secretário Aldeia M Nimo
8 Eleutério Sabini Mpindula Secretário Bairro M Maputo
9 Joseph Daudi Sanduma Secretário Bairro M Sede Disrito
10 Pascoal Macuti Secretário Bairro M Sede Distrito
11 Santos Salimo Mungwão Secretário Aldeia M Negomano-sede
12 Selemane Baquili Secretário Aldeia M Nahavara
13 Ardi Salimo Liganga Secretário Aldeia Ninga
14 Armindo Elias Chucumbaum Secretário Bairro M Lilondo
15 Jorge Bacar Litanda Secretário Aldeia M Chapa-sede
16 Eduardo Mbenga Nchambalu Secretário Aldeia M Nanhamba
17 Cosme Simon Makaleta Secretário Aldeia M Nambungali
18 Rachide Amuli Chinavekwe Secretário Aldeia M Micungu
19 Carlitos Ntumbate Secretário Aldeia M Ntandedi
20 Mateus Valentim Luchiene Secretário Aldeia M Micalale
Mueda

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Autoridade tradicional
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21 Bernardo Amboni Secretário Aldeia M Nan´ganda


22 Jacinto Namalamba Secretário Aldeia M Coop.Moçamb.
23 Tomás Simão Vitendo Secretário Aldeia M Lianda
24 Gomes Chimab´gade Secretário Aldeia M Imbuo
25 Alfredo Dimande Secretário Aldeia M Mpeme
26 Ali Assumani Secretário Aldeia M Moc. do Rovuma
27 João Domingos Sipeta Secretário Aldeia M Chitope
28 Paulo Nambili Vampanbile Secretário Aldeia M Lipelua
29 Bartolomeu Sentido Secretário Aldeia M Chudi
30 Mambondo Kwangaika Secretário Aldeia M Homba
31 Fabião Duarte Secretário Aldeia M Nanhala

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Documentação consultada
________________________________________________________________________________________________

D
Dooccu
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enntta
aççã
ãoo cco
onnssu
ulltta
adda
a
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Série: Perfis Distritais
Edição: 2005

Editor: Ministério da Administração Estatal


Coordenação: Direcção Nacional da Administração Local
Copyright © Ministério da Administração Estatal
Um resumo desta publicação está disponível na Internet em http://www.govnet.gov.mz/

Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda


Um resumo desta publicação está disponível na Internet em http://www.metier.co.mz
Copyright © MÉTIER, Lda
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL

Série “Perfis Distritais de Moçambique”


Edição 2005

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