Algebra Linear
Algebra Linear
Algebra Linear
Paula Catarino
Paulo Vasco
1. Capítulo - Matrizes
De um modo simples comecemos por considerar que uma matriz é um “ser”
matemático que é crucial na Unidade Curricular de “Álgebra Linear”. Trata-se de uma
ferramenta matemática com muita aplicabilidade nas áreas das Ciências e Tecnologia,
daí o termos sempre presente esta ferramenta durante a lecionação dos conteúdos
programáticos desta Unidade Curricular. Os elementos constituintes de uma matriz
terão significados distintos quando as respetivas matrizes forem contextualizadas e
ajudarão à resolução dos problemas para os quais estão a ser usadas.
Uma matriz costuma ser representada por letras maiúsculas, da forma 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑖,𝑗 e os
elementos estão distribuídos por linhas e por colunas. Uma matriz com ordem 𝑚 × 𝑛 é
uma matriz que tem 𝑚 linhas e 𝑛 colunas e também é usual dizer-se que é uma matriz
de ordem 𝑚 por 𝑛.
As linhas e as colunas de uma matriz podem ser formadas por números (de todo o tipo),
ou por letras, ou por expressões matemáticas, ou ainda uma mistura de todos os casos
mencionados antes.
Por exemplo, a primeira matriz é constituída por números reais, a segunda matriz por
números complexos, a terceira matriz por letras, a quarta matriz por expressões
matemáticas e a quinta matriz por uma mistura de alguns deste tipo de elementos:
EXEMPLO 1
−1 5 1+𝑖 5 − 2𝑖 2 − 3𝑖 𝑎 𝑏
𝐴=( 2 ), 𝐴 = [1 − 𝑖 −1 + 4𝑖 𝑖 ], 𝐴 = ( 𝑥 𝑐 ), 𝐴 =
√7
3 −3𝑖 −2 + 3𝑖 4 − 7𝑖 𝑦 𝑧
𝑎+𝑏 𝑥 + 2𝑦 −2𝑥 + 3𝑦 + 𝑧
[− 5𝑥 2𝑥 + 2𝑦 1+𝑧 ],
2−𝑥 𝑥 𝑥+𝑦+𝑧+𝑡
2 7
1 + 2𝑖 − 19
19 1 0 0
𝐴 = (𝑎 + 𝑏 2 0 ), 𝐴 = (1 0 2).
𝑥 2𝑦 9
Relativamente à ordem das matrizes aqui apresentadas, temos que a primeira é uma
matriz de ordem 2 × 2 (ou de ordem 2), a segunda matriz é de ordem 3 × 3 (ou de
ordem 3), a terceira matriz tem ordem 3 × 2, a quarta e quinta matrizes são, ambas, de
ordem 3 tal como acontece com a segunda matriz apresentada. A última matriz tem
ordem 2 × 3.
Imagem retirada de
https://pt.wikipedia.org/wiki/Matriz_(matem%C3%A1tica)#/media/Ficheiro:Matriz_or
ganizacao.png
1.2. Diferentes tipos de matrizes e sua classificação.
De acordo com a ordem (ou dimensão) que cada matriz possui, dividimo-las em dois
grandes tipos de matrizes: matrizes quadradas e matrizes retangulares. Assim, temos:
1. Matriz quadrada
Reparemos nas matrizes apresentadas no EXEMPLO 1. Temos que todas elas são
matrizes quadradas à exceção da terceira matriz e da última matriz.
Notemos que a primeira matriz tem o mesmo número de linhas e de colunas que é 2, a
segunda, quarta e quinta matrizes têm exatamente 3 linhas e 3 colunas. No entanto,
para a terceira matriz isto já não é verdade, pois tem 3 linhas e 2 colunas e para a última
matriz temos 2 linhas e 3 colunas.
Muitas outras matrizes quadradas podem ser apresentadas. Deixamos mais alguns
exemplos desse tipo de matrizes, uma de ordem 2, outra de ordem 3 e uma de ordem
4:
EXEMPLO 2
2 −1 0 0
0 5 −2
2 5 0 2 1 1), etc.
𝐴=( ), 𝐴 = [−5 0 1 ], 𝐴 = (
−1 8 1 3 1 5
2 −1 0 2
3 1 −2
Também se pode falar na diagonal secundária que é formada pelos elementos 𝑎𝑖𝑗 , tais
que 𝑖 + 𝑗 = 𝑛 + 1, para 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛.
𝑡𝑟(𝐴) = ∑ 𝑎𝑖𝑖
𝑖=1
A seguinte imagem1 mostra-nos as entradas da matriz que estão na diagonal principal e
na diagonal secundária de uma qualquer matriz quadrada.
EXEMPLO 3
1 5 2
𝐴 = [5 −1 0]
2 0 4
𝑡𝑟(𝐴) = ∑ 𝑎𝑖𝑖
𝑖=1
1
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=diagonal+principal+matriz&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALe
Kk01cNbhvoHSbvThCsxqM2uhOs1foGw:1602342681964&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=J48pDuv1n_
R7gM%252CLyJI6W1ZNNE_QM%252C%252Fm%252F01bpqr&vet=1&usg=AI4_-
kSDU0UqYlwwWiD_aHrabw_g5fv6eA&sa=X&ved=2ahUKEwjH4fLSp6rsAhWvzIUKHYm-
A8EQ_B16BAgMEAM#imgrc=gD24ASBmXk1HFM no dia 10 de outubro de 2020.
Exercício 1: Em relação às matrizes quadradas apresentadas nos Exemplos 1 e 2, indique
os elementos das diagonais principal e secundária de cada uma delas e calcule os
respetivos traços.
2. Matriz retangular
Podemos ter matrizes retangulares cujo número de linhas é maior do que o número de
colunas, como também podemos ter matrizes onde a situação é contrária. Por exemplo,
duas matrizes do EXEMPLO 1 são retangulares (a terceira matriz e a última matriz). Na
terceira matriz temos mais linhas do que colunas, enquanto na última matriz temos mais
colunas do que linhas.
EXEMPLO 4
Neste exemplo, chamamos a atenção para duas das suas matrizes retangulares que têm
a particularidade de uma ter uma única linha e a outra ter uma única coluna. Vamos a
seguir falar sobre esse tipo de matrizes.
1. Matriz linha
Uma matriz linha é uma matriz que tem apenas uma linha. Assim uma matriz quadrada
de ordem 1, pode também ser considerada uma matriz linha uma vez que tem uma
linha. No EXEMPLO 4, existe uma matriz linha que possui 4 colunas.
Quanto à representação usual para uma matriz linha, podemos optar por separar as
entradas da matriz que estão distribuídas na sua linha como é o que se apresenta no
EXEMPLO 4, ou podemos usar vírgulas a separar essas entradas, como, por exemplo,
𝐴 = (1, −2, 3, −4).
2. Matriz coluna
Uma matriz coluna é uma matriz que tem apenas uma coluna. Assim uma matriz
quadrada de ordem 1, pode também ser considerada uma matriz coluna (e linha), uma
vez que tem uma coluna. No EXEMPLO 4, existe uma matriz coluna que possui 2 linhas.
3. Matriz triangular
Uma matriz é triangular quando é uma matriz quadrada cujos elementos acima ou
abaixo da diagonal principal são zero. A figura seguinte2 mostra dois tipos de matrizes
triangulares:
Reparemos que a matriz que figura do lado esquerdo tem todas as entradas abaixo da
diagonal principal iguais a zero, enquanto a matriz que está à direita, tem todas as
entradas acima da diagonal principal iguais a zero. Na primeira situação vamos dizer que
a matriz é triangular superior, enquanto no segundo caso, estamos perante uma matriz
triangular inferior.
Podemos formalmente dizer que, se 𝑎𝑖𝑗 = 0, para 𝑖 < 𝑗, então temos uma matriz
triangular inferior e se 𝑎𝑖𝑗 = 0, para 𝑖 > 𝑗, então a matriz é triangular superior.
2
Imagens retiradas de
https://www.google.com/search?q=matriz+triangular&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALeKk03Teu
6UY1busJvSUjOsDWfAHApl2g:1602362482334&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiI8b208ar
sAhWDDmMBHaVoCNoQ_AUoAXoECBQQAw&biw=1600&bih=789#imgrc=kDVKSEVLHDyCCM
https://www.google.com/search?q=matriz+triangular&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALeKk03Teu
6UY1busJvSUjOsDWfAHApl2g:1602362482334&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiI8b208ar
sAhWDDmMBHaVoCNoQ_AUoAXoECBQQAw&biw=1600&bih=789#imgrc=AbDVP3WZgJ8giM no dia 10
de outubro de 2020.
EXEMPLO 5
1 0 0 1 5 7
𝐴 = [−1 0 0] é uma matriz triangular inferior; 𝐴 = (0 2 2) é uma matriz
2 1 1 0 0 4
triangular superior.
4. Matriz diagonal
Uma matriz diagonal é uma matriz quadrada que é simultaneamente triangular superior
e inferior, ou seja, as entradas acima e abaixo da diagonal principal são zero.
EXEMPLO 6
1 0 0 2 0 0
𝐴 = (0 2 0), 𝐴 = (0 2 0) são matrizes diagonais de ordem 3.
0 0 0 0 0 2
Notemos que, neste exemplo, há uma diferença entre estas duas matrizes: na primeira
matriz as entradas da diagonal principal não são todas iguais entre si, enquanto na
segunda matriz, as entradas da diagonal principal são todas iguais entre si e iguais ao
número 2. Esta diferença vai distinguir um tipo particular de matrizes diagonais, o qual
apresentamos a seguir.
5. Matriz escalar
6. Matriz Identidade
Uma matriz quadrada de ordem 𝑛 cujas entradas fazem parte do sistema binário (0 e 1)
e que estão distribuídas do seguinte modo
chama-se matriz Identidade de ordem 𝑛 e será denotada por 𝐼𝑛 conforme é
apresentado na figura anterior.
EXEMPLO 7
1 0 0 0
1 0 0
1 0 0 1 0 0 ) são exemplos de
𝐼1 = (1); 𝐼2 = ( ); 𝐼3 = (0 1 0); 𝐼4 = (
0 1 0 0 1 0
0 0 1 1
0 0 0
matrizes identidade de ordem 1, 2, 3 e 4, respetivamente.
7. Matriz nula
Uma qualquer matriz A quadrada ou retangular tal que todas as suas entradas são iguais
a zero, vai denominar-se de matriz nula.
EXEMPLO 8
0 0 0 0 0
𝑂3 = (0 0 0) é a matriz nula de ordem 3; 𝑂3×2 = (0 0) é a matriz nula de ordem
0 0 0 0 0
3 × 2.
Se a matriz nula for quadrada de ordem 𝑛, será representada por 𝑂𝑛 ; se a matriz nula
tiver 𝑚 linha e 𝑛 colunas será denotada por 𝑂𝑚×𝑛 .
EXEMPLO 9
Matrizes Quadradas:
2 5 2 −1
𝐴=( ), a matriz transposta de 𝐴 é a matriz 𝐴𝑇 = ( );
−1 8 5 8
1 5 2 1 1 0
𝐵 = [1 −1 0], a matriz transposta de 𝐵 é a matriz 𝐵 𝑇 = [5 −1 −2].
0 −2 4 2 0 4
Matrizes Retangulares:
2 −1
2 3 8
𝐴 = (3 0 ), a matriz transposta de 𝐴 é a matriz 𝐴𝑇 = ( );
−1 0 10
8 10
1
𝐵 = (1 2 3), a matriz transposta de 𝐵 é a matriz 𝐵 𝑇 = (2).
3
Reparem que no caso das matrizes retangulares, a ordem da matriz inicial e a da sua
matriz transposta não é igual como acontece nas matrizes quadradas.
No caso da matriz 𝐵 que é de ordem 1x3, enquanto a sua matriz transposta a ordem é
3x1.
Relacionada com a matriz transposta de uma matriz quadrada, vamos agora introduzir
os conceitos de matrizes simétricas e de matrizes antissimétricas.
a) Matriz simétrica
Assim, uma matriz 𝐴 quadrada diz-se uma matriz simétrica se 𝐴 = 𝐴𝑇 . Reparem que
nem sempre isto acontece, como é o caso da matriz 𝐵 considerada acima e que
recordamos aqui:
1 5 2 1 1 0
𝑇
𝐵 = [1 −1 0], a matriz transposta de 𝐵 é a matriz 𝐵 = [5 −1 −2], sendo que
0 −2 4 2 0 4
𝐵 ≠ 𝐵𝑇 .
Então repara que para uma matriz quadrada ser uma matriz simétrica é preciso que as
entradas acima e abaixo da diagonal principal sejam o “reflexo” umas das outras. No
caso da matriz 𝐴 referida anteriormente
1 5 2
𝐴 = [5 −1 0]
2 0 4
temos a tal “reflexão” como se a diagonal principal fosse o espelho. Outro modo visual
de verificar se a matriz quadrada é ou não uma matriz simétrica, basta dobrar a matriz
pela diagonal principal e verificar se as entradas coincidem ou não. Se coincidirem, a
matriz é uma matriz simétrica, caso contrário não será uma matriz simétrica, como é o
caso da matriz 𝐵.
b) Matriz antissimétrica
Uma matriz 𝐴 quadrada diz-se uma matriz antissimétrica se acontecer que 𝐴 = −𝐴𝑇 .
Repara que nem sempre isto acontece, como é o caso da matriz 𝐵 considerada acima.
A seguir apresentamos um exemplo de uma matriz 𝐴 que essa sim é uma matriz
antissimétrica:
0 5 −2 0 −5 2
𝐴 = [−5 0 1 ], a matriz transposta de 𝐴 é a matriz 𝐴𝑇 = [ 5 0 −1], sendo
2 −1 0 −2 1 0
que 𝐴 = −𝐴𝑇 .
Então repara que para uma matriz quadrada ser uma matriz antissimétrica é preciso que
as entradas da diagonal principal sejam todas iguais a zero e as entradas acima (abaixo)
da diagonal principal sejam simétricas das entradas abaixo (acima) da diagonal principal.
No caso da matriz A referida anteriormente,
0 5 −2
𝐴 = [−5 0 1]
2 −1 0
temos que a diagonal principal tem entradas todas nulas e as outras entradas ligadas
pelas “setas” são simétricas umas das outras. Outro modo visual de verificar se a matriz
quadrada é ou não uma matriz antissimétrica, basta dobrar a matriz pela diagonal
principal que é toda nula e verificar se as entradas que coincidem são simétricas umas
das outras.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
EXEMPLO 10
2 5 2 5
𝐴=( ), a matriz conjugada de 𝐴 é a matriz 𝐴̅ = ( ), pois as entradas são
−1 8 −1 8
todas números reais;
1+𝑖 5 2 1−𝑖 5 2
𝐵=[ 1 ̅
−1 𝑖 ], a matriz conjugada de 𝐵 é a matriz 𝐵 = [ 1 −1 −𝑖 ],
0 −2 4 0 −2 4
resultado da conjugação de todas as entradas da matriz 𝐵.
2 𝑎+𝑏 2 ̅̅̅̅̅̅̅
𝑎+𝑏
𝐶 = (3 ̅
0 ), a matriz conjugada de 𝐶 é a matriz 𝐶 = (3 0 );
8 1 + 2𝑖 8 1 − 2𝑖
Reparem que em todos os casos (matrizes quadradas ou matrizes retangulares) a ordem
da matriz inicial e a da sua matriz conjugada é sempre igual.
̅̅̅̅̅̅
𝐴∗ = (𝐴̅)𝑇 = (𝐴 𝑇 ).
EXEMPLO 11
2 5 2 5
𝐴=( ), a matriz conjugada de 𝐴 é a matriz 𝐴̅ = ( ), pois as entradas são
−1 8 −1 8
todas números reais; calculando agora a matriz transposta da matriz 𝐴̅, obtemos a
2 −1
matriz transconjugada de 𝐴, ou seja, 𝐴∗ = ( );
5 8
1+𝑖 5 2 1−𝑖 5 2
𝐵=[ 1 ̅
−1 𝑖 ], a matriz conjugada de 𝐵 é a matriz 𝐵 = [ 1 −1 −𝑖 ],
0 −2 4 0 −2 4
resultado da conjugação de todas as entradas da matriz 𝐵; calculando agora a matriz
transposta da matriz 𝐵̅, obtemos a matriz transconjugada de 𝐵, ou seja, 𝐵 ∗ =
1−𝑖 1 0
[ 5 −1 −2];
2 −𝑖 4
2 𝑎+𝑏 2 𝑎̅̅̅̅̅̅̅
+𝑏
𝐶 = (3 0 ), a matriz conjugada de 𝐶 é a matriz 𝐶̅ = (3 0 ); calculando
8 1 + 2𝑖 8 1 − 2𝑖
agora a matriz transposta da matriz 𝐶̅ , obtemos a matriz transconjugada de 𝐶, ou seja,
2 3 8
𝐶 ∗ = (̅̅̅̅̅̅̅ ).
𝑎+𝑏 0 1 − 2𝑖
Notemos que podíamos em todos estes exemplos ter começado por calcular primeiro a
transposta das matrizes 𝐴, 𝐵 e 𝐶, e de seguida calcular as respetivas matrizes
conjugadas. O resultado dar-nos-ia as matrizes transconjugadas 𝐴∗ , 𝐵 ∗ e 𝐶 ∗ que seria
igual às matrizes encontradas no EXEMPLO 11.
Relacionada com a matriz conjugada de uma mesma matriz quadrada, vamos agora
introduzir os conceitos de matrizes hermíticas e de matrizes anti-hermíticas.
a) Matriz hermítica
Reparem que nem sempre isto acontece, como é o caso das matrizes 𝐵 e 𝐶 consideradas
a seguir:
1 5 2 1 1 0
𝐵 = [1 −1 0], a matriz transposta de 𝐵 é a matriz 𝐵 𝑇 = [5 −1 −2], sendo que
0 −2 4 2 0 4
𝐵 ≠ 𝐵 𝑇 ; logo 𝐵 ≠ 𝐵 ∗, visto as entradas de 𝐵 𝑇 serem números reais e que, portanto,
perante a conjugação não são alteradas. Nota que a matriz 𝐵 não é uma matriz simétrica
e também não é uma matriz hermítica.
1+𝑖 5 2 1+𝑖 5 2
𝐶=[ 5 −1 0], a matriz transposta de 𝐶 é a matriz 𝐶 𝑇 = [ 5 −1 0], sendo
2 0 4 2 0 4
que 𝐶 = 𝐶 𝑇 ; no entanto, 𝐶 ≠ 𝐶 ∗ , visto que ao conjugarmos as entradas da matriz 𝐶 𝑇
1−𝑖 5 2
obtemos a matriz 𝐶 ∗ = [ 5 −1 0] ≠ 𝐶. Nota agora que esta matriz 𝐶, embora
2 0 4
sendo uma matriz simétrica, não é uma matriz hermítica.
1 5 + 𝑖 2𝑖
𝐷 = [5 − 𝑖 −1 0 ], a matriz transposta de 𝐷 é a matriz 𝐷𝑇 =
−2𝑖 0 4
1 5 − 𝑖 −2𝑖
[5 + 𝑖 −1 0 ], sendo que 𝐷 ≠ 𝐷𝑇 ; no entanto, 𝐷 = 𝐷∗ , visto que, ao
2𝑖 0 4
conjugarmos as entradas da matriz 𝐷𝑇 , obtemos a matriz transconjugada de 𝐷 dada por
1 5+𝑖 2𝑖
𝐷 ∗ = [5 − 𝑖 −1 0 ] = 𝐷. Nota agora que esta matriz 𝐷, embora não sendo uma
−2𝑖 0 4
matriz simétrica, é uma matriz hermítica.
Então repara que para uma matriz quadrada ser uma matriz hermítica terá de ser uma
matriz simétrica caso as suas entradas sejam números reais. Então, nestes casos, é
preciso que as entradas acima e abaixo da diagonal principal sejam o “reflexo” umas das
outras e as entradas da diagonal principal quaisquer. É o caso da matriz 𝐴 referida
anteriormente.
No caso de existir alguma entrada fora da diagonal principal que seja um número
complexo é necessário que o reflexo dessa entrada seja o seu conjugado para que a
matriz seja uma matriz hermítica; caso existam na diagonal principal de uma matriz
quadrada pelo menos uma entrada que seja um número complexo, então essa matriz
nunca é uma matriz hermítica. Será necessário, portanto que os elementos da diagonal
principal sejam números reais para a matriz ser hermítica
b) Matriz anti-hermítica
Uma matriz 𝐴 quadrada diz-se uma matriz anti-hermítica se acontecer que 𝐴 = −𝐴∗ .
Repara que nem sempre isto acontece, como é o caso de todas as matrizes consideradas
acima.
A seguir apresentamos um exemplo de matrizes 𝐴 e 𝐵 que, essas sim, são matrizes anti-
hermíticas:
0 5 −2 0 −5 2
𝐴 = [−5 0 1 ], a matriz transposta de 𝐴 é a matriz 𝐴𝑇 = [ 5 0 −1], sendo
2 −1 0 −2 1 0
que 𝐴 = −𝐴𝑇 ; logo conjugando todas as entradas de 𝐴𝑇 , nada é modificado uma vez
que essas entradas são números reais. Assim podemos concluir que 𝐴 = −𝐴∗ .
2𝑖 5+𝑖 2𝑖
𝐵 = [−5 + 𝑖 0 −1 − 𝑖 ], a matriz transposta de 𝐵 é a matriz 𝐵 𝑇 =
2𝑖 1−𝑖 0
2𝑖 −5 + 𝑖 2𝑖
[5 + 𝑖 0 1 − 𝑖 ], sendo que se verifica 𝐵 ≠ −𝐵 𝑇 ; conjugando as entradas de
2𝑖 −1 − 𝑖 0
−2𝑖 −5 − 𝑖 −2𝑖
𝐵 𝑇 , obtemos a seguinte matriz 𝐵 ∗ = [5 − 𝑖 0 1 + 𝑖 ], a qual permite concluir
−2𝑖 −1 + 𝑖 0
que 𝐵 = −𝐵 ∗, ou seja, que a matriz 𝐵 é uma matriz anti-hermítica. Nota agora que esta
matriz 𝐵, embora não sendo uma matriz antissimétrica, é uma matriz anti-hermítica.
Então repara que para uma matriz quadrada ser uma matriz anti-hermítica terá de ser
uma matriz antissimétrica caso as suas entradas sejam números reais. Então, nestes
casos de entradas reais, é preciso que as entradas da diagonal principal sejam todas
iguais a zero e as entradas acima (abaixo) da diagonal principal sejam simétricas das
entradas abaixo (acima) da diagonal principal.
No caso de existir alguma entrada fora da diagonal principal que seja um número
complexo da forma 𝑝 + 𝑞𝑖 é necessário que o reflexo dessa entrada seja o −𝑝 + 𝑞𝑖 para
que a matriz seja uma matriz anti-hermítica; uma das condições necessárias para termos
uma matriz anti-hermítica é que as entradas da diagonal principal sejam todas iguais a
zero ou um número imaginário puro, mas não é uma condição suficiente.
_____________________________________________________________________________
Então para obtermos a matriz que resulta da adição de duas outras matrizes com a
mesma ordem, somamos as entradas das duas matrizes consideradas que se encontram
na mesma linha e coluna e o resultado dessa soma será colocado também na mesma
posição das outras entradas na matriz-soma.
EXEMPLO 12
−1 5 1 0 −1 + 1 5 + 0 0 5
𝐴+𝐵 =( 2 )+( )=( 2+1 ) = ( 5 ),
3
√7 1 2 3
√7 + 2 3
√7 + 2
1+𝑖 5 − 2𝑖 2 − 3𝑖 𝑖 2 1
𝐴 + 𝐵 = [1 − 𝑖 −1 + 4𝑖 𝑖 ] + [ 1 + 𝑖 0 𝑎] =
−3𝑖 −2 + 3𝑖 4 − 7𝑖 𝑎+𝑏 3𝑖 0
1 + 2𝑖 7 − 2𝑖 3 − 3𝑖
[ 2 −1 + 4𝑖 𝑎 + 𝑖 ],
𝑎 + 𝑏 − 3𝑖 −2 + 6𝑖 4 − 7𝑖
𝑎 𝑏 𝑎 𝑏 2𝑎 2𝑏
𝐴 + 𝐵 = (𝑥 𝑐 ) + (𝑥 𝑐 ) = (2𝑥 2𝑐 ).
𝑦 𝑧 𝑦 𝑧 2𝑦 2𝑧
1) Propriedade Comutativa: 𝐴 + 𝐵 = 𝐵 + 𝐴;
Assim, temos que dado um escalar 𝛼 e uma qualquer matriz 𝐴 de ordem (ou dimensão)
𝑚 × 𝑛, então é possível efetuar a multiplicação do escalar pela matriz, dando origem a
uma nova matriz representada por 𝛼𝐴 e definida da seguinte forma
Então para obtermos a matriz que resulta da multiplicação do escalar 𝛼 pela matriz 𝐴,
multiplicamos as entradas da matriz considerada pelo escalar 𝛼 e o resultado desse
produto será colocado também na mesma posição da entrada na matriz resultante.
EXEMPLO 13
−1 5 2 × (−1) 2 × 5 −2 10
2𝐴 = 2 ( 2 )=( 2 ) = ( 4 2√7),
3
√7 2×3 2 × √7 3
𝑖 2 1 𝑖2 2𝑖 𝑖 −1 2𝑖 𝑖
𝑖𝐵 = 𝑖 [ 1 + 𝑖 0 𝑎] = [ 𝑖 + 𝑖 2 0 𝑎𝑖 ] = [ −1 +𝑖 0 𝑎𝑖 ],
𝑎+𝑏 3𝑖 0 𝑎𝑖 + 𝑏𝑖 3𝑖 2 0 (𝑎 + 𝑏)𝑖 −3 0
𝑏
1
4 𝑏 4
1 1 𝑐
𝐶 = ( 2 𝑐) = 2 4
.
4
−1 𝑧 −1 𝑧
(4 4)
1) 𝛼(𝐴 + 𝐵) = 𝛼𝐴 + 𝛼𝐵;
2) (𝛼 + 𝛽)𝐴 = 𝛼𝐴 + 𝛽𝐴;
3) (𝛼𝛽)𝐴 = 𝛼(𝛽𝐴);
4) 1𝐴 = 𝐴;
3. Multiplicação de Matrizes
A multiplicação de duas matrizes 𝐴 e 𝐵, representada por 𝐴𝐵, é algo mais complicado.
Para multiplicar uma matriz 𝐴 por uma matriz 𝐵 é necessário que o número de colunas
de 𝐴 seja igual ao número de linhas de 𝐵.
Comecemos por abordar alguns exemplos de multiplicação de duas matrizes para depois
podermos generalizar. Consideremos as seguintes matrizes 𝐴 = [𝑎11 𝑎12 … 𝑎1𝑛 ] de
𝑏11
𝑏21
.
ordem 1 × 𝑛 e 𝐵 = de ordem 𝑛 × 1. A primeira matriz é uma matriz linha e a
.
.
[𝑏𝑛1 ]
segunda matriz é uma matriz coluna. Se olharmos para as matrizes e pensarmos nelas
como dois “vetores”, o produto 𝐴𝐵 é dado pelo produto escalar entre esses dois
“vetores”, ou seja,
𝑏11
𝑏21
.
𝐴𝐵 = [𝑎11 𝑎12 … 𝑎1𝑛 ] = [𝑎11 𝑏11 + 𝑎12 𝑏21 + ⋯ + 𝑎1𝑛 𝑏𝑛1 ]
.
.
[𝑏𝑛1 ]
e definimos a matriz produto deste modo, resultando, neste caso uma matriz quadrada
de ordem 1 × 1.
Acrescentemos agora à matriz 𝐴 uma linha; neste caso, para obtermos a matriz produto
𝐴𝐵 teremos de, além do que já foi feito anteriormente, efetuar o produto escalar da
nova linha de 𝐴 pela única coluna de 𝐵. Temos então:
𝑏11
𝑏21
𝑎11 𝑎12 … 𝑎1𝑛 .
𝐴𝐵 = [𝑎 … 𝑎2𝑛 ] . =
21 𝑎22
.
[𝑏𝑛1 ]
𝑎11 𝑏11 + 𝑎12 𝑏21 + ⋯ + 𝑎1𝑛 𝑏𝑛1 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 1 𝑑𝑒 𝐴 . 𝐶𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 ú𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝐵
[ ]=[ ],
𝑎21 𝑏11 + 𝑎22 𝑏21 + ⋯ + 𝑎2𝑛 𝑏𝑛1 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 2 𝑑𝑒 𝐴 . 𝐶𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 ú𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝐵
sendo que na primeira linha está o resultado do produto escalar (.) da Linha 1 de 𝐴 com
a única coluna que tem 𝐵 e na segunda linha está o resultado do produto escalar (.) da
Linha 2 de 𝐴 também com a única coluna de 𝐵.
Observando a figura, temos que 𝐴 e 𝐵 são matrizes tais que o número de colunas de 𝐴
é igual ao número de linhas de 𝐵, digamos que 𝐴 tem ordem 𝑚 × 𝑛 e 𝐵 tem ordem
𝑛 × 𝑞. Então o produto 𝐴𝐵 é possível ser efetuado e dá origem a uma matriz de ordem
𝑚 × 𝑞 cujo elemento que está na linha 𝑖 e na coluna 𝑗 representado na figura por 𝑝𝑖𝑗 é
obtido pelo produto escalar da 𝑖-ésima linha de 𝐴 pela 𝑗-ésima coluna de 𝐵, ou seja,
Observação: Notemos que nem sempre o produto 𝐴𝐵 está definido. Por exemplo, se 𝐴
for uma matriz de ordem 𝑚 × 𝑛 e 𝐵 uma matriz de ordem 𝑝 × 𝑞, com 𝑛 ≠ 𝑝, então não
existe o produto 𝐴𝐵.
EXEMPLO 14
1 5 2 −1 0 −9 12
𝐴𝐵 = [5 −1 0] [−2 2] = [−3 −2]; não existe 𝐵𝐴;
2 0 4 1 1 2 4
3
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=produto+de+matrizes&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALeKk0
1S40972DWOAHnT41StoUMQHbTBzw:1602871705825&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi
AgZW12rnsAhUSahQKHdKCDQ4Q_AUoAXoECBUQAw&biw=1600&bih=732#imgrc=gAsnEwjs0-J9FM em
16 de outubro de 2020.
1 1 1 2 3
𝐴𝐵 = (1 2 3) (2) = (14); 𝐵𝐴 = (2) (1 2 3) = (2 4 6) , sendo 𝐴𝐵 ≠ 𝐵𝐴;
3 3 3 6 9
2 0 1 0 2 0 1 0 2 0 2 0
𝐴𝐵 = [ ][ ]=[ ]; 𝐵𝐴 = [ ][ ]=[ ], sendo 𝐴𝐵 = 𝐵𝐴.
−1 1 3 4 2 4 3 4 −1 1 2 4
𝐴𝑛 = ⏟
𝐴𝐴𝐴𝐴 … 𝐴
𝑛 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
EXEMPLO 15
1 0 1 1 0 1 1 0 1 2 0 4
Se 𝐴 = (−1 2 0) então 𝐴2 = (−1 2 0) (−1 2 0) = (−3 4 −1) e
1 0 3 1 0 3 1 0 3 4 0 10
também podemos dizer que a potência de ordem 3 da matriz 𝐴 é dada por 𝐴3 = 𝐴𝐴𝐴 =
1 0 1 1 0 1 1 0 1
(−1 2 0) (−1 2 0) (−1 2 0) = 𝐴𝐴2 = 𝐴2 𝐴 =
1 0 3 1 0 3 1 0 3
1 0 1 2 0 4 2 0 4 1 0 1 6 0 14
(−1 2 0) (−3 4 −1) = (−3 4 −1) (−1 2 0) = (−8 8 −6).
1 0 3 4 0 10 4 0 10 1 0 3 14 0 34
Também não é válida a conhecida lei do corte quando aplicada a matrizes, isto é,
podemos ter a situação de 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶, com 𝐴, 𝐵 e 𝐶 matrizes tais que os produtos
matriciais estão definidos, e no entanto, esta situação não implica, em geral, que 𝐵 =
1 0 1 1 1 1
𝐶. Vejamos, por exemplo, o caso em que 𝐴 = [ ], 𝐵 = [ ], 𝐶 = [ ] e 𝐴𝐵 =
0 0 1 0 1 2
1 1
[ ] = 𝐴𝐶. Nesta situação, embora 𝐴𝐵 = 𝐴𝐶 temos que 𝐵 ≠ 𝐶.
0 0
Também não são válidos os casos notáveis quando aplicados a matrizes, ou seja, em
geral, e desde que as operações algébricas apresentadas estejam definidas,
Algumas propriedades vão ser registadas a seguir que têm a ver com as operações
algébricas com matrizes que acabamos de tratar e com a transposição de matrizes.
Assim, para quaisquer matrizes 𝐴 e 𝐵, temos:
Propriedade 4: (𝐴𝑇 )𝑇 = 𝐴.
Agora, algumas propriedades que têm a ver com as operações algébricas com matrizes
e com a conjugação de matrizes. Assim, para quaisquer matrizes 𝐴 e 𝐵, temos:
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
Propriedade 5: (𝐴 + 𝐵) = 𝐴̅ + 𝐵̅, desde que a adição esteja definida;
̅̅̅̅̅
Propriedade 8: (𝐴 ̅ ) = 𝐴.
Finalmente, algumas propriedades que têm a ver com as operações algébricas com
matrizes e com a transconjugação de matrizes. Assim, para quaisquer matrizes 𝐴 e 𝐵,
temos:
Propriedade 11: (𝛼𝐴)∗ = 𝛼𝐴∗ , para 𝛼 um número real; (𝛼𝐴)∗ = 𝛼̅𝐴∗ , para 𝛼 um
número complexo;
Dada uma qualquer matriz 𝐴 (quadrada ou retangular) é possível efetuar três tipos de
operações ditas elementares usando as linhas e/ou as colunas dessa matriz para
obtermos matrizes equivalentes por linhas e/ou por colunas à matriz original 𝐴.
Operação do tipo 3: Substituição de uma linha (ou coluna) pela soma das suas entradas
com as entradas de outra linha (ou coluna) multiplicadas por um escalar não nulo.
EXEMPLO 16
2 5 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ −1 8 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 8 −1
𝐴=( ) 𝐿 ⟷ 𝐿1 ( ) 𝐶 ⟷ 𝐶2 ( );
−1 8 2 2 5 1 5 2
1 5 2 1 5 2
𝐴 = [1 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
−1 0] 𝐿2 → 𝐿2 − 𝐿1 [0 −6 −2];
0 −2 4 0 −2 4
2 −1 2 −1 2 −2
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴 = (3 0 ) 𝐿 2 → 2𝐿 (
2 6 0 ) ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐶2 → 2𝐶2 (6 0 );
8 10 8 10 8 20
1 5 2 1 6 2 1 6 2
𝐴 = [1 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
−1 0] 𝐶2 → 𝐶2 + 𝐶1 [1 0 0] 𝐿2 → 𝐿2 − 𝐿1 [0 −6 −2].
0 −2 4 0 −2 4 0 −2 4
EXEMPLO 17
0 3 2 0
2 −1 1 5 2 0 1 0
𝐴 = (0 0 ) , 𝐵 = [0 0 0 1 0).
−1 0], 𝐶 = [5 −1 −2] e 𝐷 = (0 0 0 0
8 10 0 0 4 0 0 4 0 0 0 0
Destes exemplos, vamos afirmar que a matriz 𝐴 não está na forma em escada, porque,
por exemplo, abaixo da entrada 2 (primeira entrada não nula da primeira linha) não
estão entradas todas nulas.
Já a matriz 𝐵 está na forma em escada, porque abaixo da primeira entrada não nula da
primeira linha só existem entradas nulas, por baixo da primeira entrada não nula da
segunda linha também só estão entradas nulas e, finalmente antes da primeira entrada
não nula da última linha só existem entradas nulas.
No que diz respeito à matriz 𝐶, esta também não está na forma em escada, pois, basta
referir que abaixo da primeira entrada não nula da primeira linha não são nulas todas as
entradas.
Finalmente em relação à matriz 𝐷, esta matriz está na forma em escada, pois por baixo
da primeira entrada não nula da primeira linha estão só entradas nulas e por baixo da
primeira entrada não nula da segunda linha também estão entradas todas nulas.
Para as matrizes que não estão na forma em escada, é possível colocá-las nessa forma
usando para o efeito as operações elementares que já abordamos anteriormente.
Antes disso, vamos explicitar o que se entende por matriz na forma em escada. Assim
temos a seguinte definição:
Definição (Matriz em forma de escada): Diz-se que uma matriz 𝐴𝑚×𝑛 está em forma de
escada se para toda a linha 𝑖 = 1, 2, … , 𝑚 acontecer o seguinte:
⚫ Se a linha 𝑖 é nula todas as linhas abaixo da linha 𝑖 são nulas;
⚫ Se a linha 𝑖 não é nula e a entrada 𝑎𝑖𝑘 é o seu primeiro elemento não nulo, todos os
elementos da coluna 𝑘 abaixo da entrada 𝑎𝑖𝑘 são nulos assim como os elementos das
colunas anteriores da linha 𝑘 para baixo.
2 −1 2 −1 2 −1
𝐴 = (0 0 ) ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 ⟷ 𝐿2 (8 10 ) ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿2 → 𝐿2 − 4𝐿1 (0 14 ), ficando assim na forma
8 10 0 0 0 0
em escada (de linhas)
0 1 0 5 −1 −2
𝐶 = [5 −1 −2] 𝐿1 ⟷ 𝐿2 [0 1 0 ], estando já na sua forma em escada
0 0 4 0 0 4
0 3 2 0
1 5 2 0 5 −2 1 2 3
0] e 𝐷 = [0
𝐴 = [5 2 1 0] .
−1 0], 𝐵 = [−5 0 1 ], 𝐶 = [1 −1 2 1 10 0
2 0 4 2 −1 0 0 −2 4 3 −1 15 5
O Processo que leva uma matriz a atingir a sua forma em escada chama-se Condensação
dessa matriz. Ao efetuarmos o seguinte processo
2 −1 2 −1 → 2 −1
𝐴 = (0 0 ) 𝐿3 ⟷ 𝐿2 (8 10 ) 𝐿 → 𝐿 − 4𝐿 (0 14 )
2 2 1
8 10 0 0 0 0
EXEMPLO 18
Quando uma matriz estiver na sua forma em escada, vamos chamar às primeiras
entradas não nulas de cada uma das suas linhas os seus “pivots”.
Assim temos 2 pivots para a matriz 𝐴 (são as entradas 2 e 14) e temos 3 pivots para a
matriz 𝐶 (são as entradas 5, 1 e 4).
Recapitulando, após uma matriz estar em forma de escada, o primeiro elemento não
nulo de uma linha é o seu pivot.
Numa matriz em escada de linhas, as entradas abaixo e à esquerda de cada pivot têm
de ser todas nulas (dito de outra forma, o número de zeros à esquerda do pivot, primeiro
elemento não nulo de uma linha não nula, vai aumentando de linha para linha até à 1ª
linha nula). Se houver linhas nulas (de zeros) elas têm de estar no “fundo” da matriz.
EXEMPLO 19
Exercício 5: Indique quais e quantos pivots tem cada uma das matrizes dos Exercícios 3
e 4.
Dada uma qualquer matriz 𝐴 (quadrada ou retangular) é possível construir a sua forma
em escada e calcular o número de pivots que ela possui.
O número de pivots de uma matriz 𝐴 vai chamar-se a característica dessa matriz 𝐴 que
será representada por 𝑐𝑎𝑟(𝐴), 𝑐(𝐴) ou 𝑟𝑎𝑛𝑘(𝐴).
Uma nota importante que devemos reter é a de que 𝑐𝑎𝑟(𝐴) ≤ min{𝑚, 𝑛}, sendo 𝐴 uma
matriz de ordem 𝑚 × 𝑛.
Para obter a caraterística de uma matriz temos de transformar a matriz numa em escada
de linhas. Para isso efetuamos operações elementares entre linhas que, como já foi
referido atrás, consistem em:
- Troca entre duas linhas representada por 𝐿𝑖 ↔ 𝐿𝑗 e que significa a troca entre a linha i
e a linha j.
- A uma linha adicionar um múltiplo de outra linha 𝐿𝑖 → 𝐿𝑖 + 𝛽𝐿𝑗 . Por exemplo, à linha
2 somar 3 vezes a linha 1: 𝐿2 → 𝐿2 + 3𝐿1 ou à linha 2 subtrair 3 vezes a linha 1: 𝐿2 →
𝐿2 − 3𝐿1 (neste caso 𝛽 = −3, e +(−3)𝐿1 = −3𝐿1 ).
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pivô dessa linha passa a ser 1, mas as restantes entradas dessa linha também têm de ser
1
multiplicadas por 3). Caso na primeira coluna todas as entradas sejam zero, avançar para
a coluna seguinte. O objetivo é para cada linha abaixo da primeira somar ou subtrair um
determinado nº de vezes a linha 1 de modo a obter zeros abaixo do pivô da primeira
linha.
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1) Matriz Invertível
Existem matrizes quadradas que são matrizes invertíveis e outras não. De seguida vamos
introduzir a definição de matriz invertível. Uma matriz quadrada 𝐴 de ordem 𝑛 diz-se
matriz invertível quando existe uma outra matriz quadrada 𝐵 da mesma ordem de 𝐴 tal
que 𝐴𝐵 = 𝐵𝐴 = 𝐼𝑛 (matriz identidade de ordem 𝑛). Repara que nem todas as matrizes
quadradas são matrizes invertíveis, pois nem sempre existe a tal matriz 𝐵 que verifica a
igualdade acima referenciada. Vamos ver um exemplo desse tipo:
1 −1 3
𝐴 = (0 1 4) não é uma matriz invertível. Na próxima secção poderás tentar
1 0 7
encontrar a matriz inversa de 𝐴 usando o Método de eliminação de Gauss-Jordan que
aí é introduzido. Repararás que a característica desta matriz é menor do que a sua
ordem, o que permite concluir se ela é ou não invertível. Também podes calcular
diretamente a sua característica e verificarás o que foi afirmado antes. Então uma
caracterização das matrizes invertíveis é a seguir indicada para nos permitir afirmar se
ela é ou não uma matriz invertível:
EXEMPLO 20
1 2
O exemplo seguinte diz respeito a uma matriz invertível: 𝐴 = ( ). Vamos calcular
3 4
então a tal matriz 𝐵 tal que 𝐴𝐵 = 𝐵𝐴 = 𝐼2 . Então a tal matriz 𝐵 terá a mesma ordem de
𝑥 𝑦
𝐴, que neste caso será de ordem 2. Suponhamos então que 𝐵 = ( ). Pretendemos
𝑧 𝑡
calcular as entradas 𝑥, 𝑦, 𝑧 e 𝑡. Como 𝐴𝐵 = 𝐵𝐴 = 𝐼2 , vamos considerar uma destas
igualdades, por exemplo, 𝐴𝐵 = 𝐼2 . Temos então:
1 2 𝑥 𝑦 1 2 𝑥 𝑦 1 0
𝐴𝐵 = ( )( ) = 𝐼2 ⇔ ( )( )=( ).
3 4 𝑧 𝑡 3 4 𝑧 𝑡 0 1
𝑥 + 2𝑧 𝑦 + 2𝑡 1 0
Efetuando a multiplicação das matrizes obtemos ( )=( ).
3𝑥 + 4𝑧 3𝑦 + 4𝑡 0 1
Igualando as matrizes vamos ter um sistema de equações lineares para resolver e que
permitirá encontrar os valores das incógnitas 𝑥, 𝑦, 𝑧 e 𝑡. Tal sistema é o seguinte
𝑥 = −2
𝑥 + 2𝑧 = 1
𝑦=1
3𝑥 + 4𝑧 = 0
{ , cujo conjunto solução é 𝑧 = 3 . Para treinares mais uma vez o que foi
𝑦 + 2𝑡 = 0 2
3𝑦 + 4𝑡 = 1 1
{𝑡 = − 2
abordado a semana passada podes resolver este sistema pelo Método de eliminação de
Gauss para verificares que é esta a solução e que é única. Então retomando a nossa
matriz 𝐴, podemos concluir que ela é uma matriz invertível e que a sua matriz inversa é
−2 1
então a matriz 𝐵 = ( 3
− 2).
1
2
Mais algumas propriedades relacionadas com a inversa de uma matriz invertível serão
agora mencionadas. Assim para matrizes quadradas invertíveis 𝐴 e 𝐵 temos:
Propriedade 13: (𝐴 + 𝐵)−1 ≠ 𝐴−1 + 𝐵 −1, desde que a adição esteja definida;
Propriedade 14: (𝐴𝐵)−1 = 𝐵 −1 𝐴−1 , desde que o produto matricial esteja definido;
1
Propriedade 15: (𝛼𝐴)−1 = 𝛼 𝐴−1, sendo 𝛼 um escalar não nulo (número real ou número
Propriedade 17: A matriz inversa de uma dada matriz quadrada se existir, é única;
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https://www.youtube.com/watch?v=wfDoPGfo2fE
https://www.youtube.com/watch?v=MOexnyORliU
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- Sistema Possível
Neste caso, o conjunto de soluções do sistema é não vazio. De acordo com a análise
efetuada ao conjunto solução, podemos ter:
EXEMPLO 21
3𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 1 𝑧 = −1 + 3𝑥 + 2𝑦
{2𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = −2 ⇔ { 2𝑥 − 2𝑦 + 4(−1 + 3𝑥 + 2𝑦) = −2 ⟺
1 1
−𝑥 + 2 𝑦 − 𝑧 = 0 −𝑥 + 2 𝑦 − (−1 + 3𝑥 + 2𝑦) = 0
−−−−− −−−−−
1−3𝑦 −−−−− −−−−−
14𝑥 + 6𝑦 = 2 𝑥= 7
{ 3
⟺{ ⟺ {− − − − − ⟺ {− − − − −
−4𝑥 − 2 𝑦 = −1 1−3𝑦 3 3𝑦 = −6 𝑦 = −2
−4 ( 7 ) − 2 𝑦 = −1
−−−− 𝑧 = −1 + 3(1) + 2(−2) 𝑧 = −2
1−3(−2)
⟺ {𝑥 = 7 ⟺ { 𝑥=1 ⟺ { 𝑥=1 ,
−−−− −−−− 𝑦 = −2
ou seja, o conjunto solução é o seguinte CS={(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (1, −2, −2)}. Então verificamos
que, neste caso, existe uma única solução para este sistema de equações lineares, isto
é, um único valor para cada uma das 3 incógnitas do sistema. Por esta razão, este
sistema é classificado como sendo um sistema possível determinado.
EXEMPLO 22
3𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 1
{2𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = −2
𝑥 + 4𝑦 − 5𝑧 = 3
Trata-se de um sistema de equações lineares com 3 equações e 3 incógnitas que são
designadas por 𝑥, 𝑦 e 𝑧. Vamos então resolver também este sistema pelo Método de
Substituição.
3𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 1 𝑧 = −1 + 3𝑥 + 2𝑦
{2𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = −2 ⇔ { 2𝑥 − 2𝑦 + 4(−1 + 3𝑥 + 2𝑦) = −2 ⟺
𝑥 + 4𝑦 − 5𝑧 = 3 𝑥 + 4𝑦 − 5(−1 + 3𝑥 + 2𝑦) = 3
−−−−−
−−−−− 1−3𝑦 −−−−−
14𝑥 + 6𝑦 = 2 𝑥= −−−−−
{ ⟺{ 7 ⟺ { ⟺
−14𝑥 − 6𝑦 = −2 1−3𝑦 6𝑦 − 6𝑦 = −2 + 2
−14 ( 7 ) − 6𝑦 = −2
−4+5𝑦
−−−−− −−−− 1−3𝑦 𝑧= 7
1−3𝑦 𝑧 = −1 + 3 ( 7 ) + 2𝑦
{− − − − − ⟺ {𝑥 = 7 ⟺ { −−−− ⟺ { 𝑥 = 1−3𝑦 ,
0𝑦 = 0 0=0 7
−−−− 𝑦 ∈ℝ
1−3𝑦 −4+5𝑦
ou seja, o conjunto solução é o seguinte CS={(𝑥, 𝑦, 𝑧) = ( , 𝑦, ) : 𝑦 ∈ ℝ}. Então
7 7
verificamos que, neste caso, existe mais do que uma solução para este sistema de
equações lineares, pois para cada valor da incógnita 𝑦 temos um valor para cada uma
das outras duas incógnitas. Por esta razão, este sistema é classificado como sendo um
sistema possível indeterminado e à incógnita 𝑦 damos o nome de variável livre.
- Sistema Impossível
Neste caso, o conjunto de soluções do sistema é um conjunto vazio, ou seja, CS=∅, isto
é, o sistema não tem solução.
EXEMPLO 23
3𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 1 𝑧 = −1 + 3𝑥 + 2𝑦
{2𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = −2 ⇔ {2𝑥 − 2𝑦 + 4(−1 + 3𝑥 + 2𝑦) = −2 ⟺
5𝑥 + 3𝑧 = 0 5𝑥 + 3(−1 + 3𝑥 + 2𝑦) = 0
−−−−−
−−−−− 1−3𝑦 −−−−−
14𝑥 + 6𝑦 = 2 𝑥= 7
{ ⟺ { ⟺ { −−−−− ⟺
14𝑥 + 6𝑦 = 3 1−3𝑦 6𝑦 − 6𝑦 = 3 − 2
14 ( 7 ) + 6𝑦 = 3
−−−−−
{− − − − − ,
0𝑦 = 1
ou seja, o conjunto solução é o seguinte CS=∅. Então verificamos que, neste caso, não
existe solução para este sistema de equações lineares, pois encontramos uma equação
impossível. Por esta razão, este sistema é classificado como sendo um sistema
impossível.
Cada linha corresponde a uma equação, cada coluna corresponde a uma incógnita e a
parte da matriz com entradas a vermelho na figura é formada pelos coeficientes dessas
incógnitas em cada uma das equações. A última coluna corresponde aos termos
independentes (aqueles números presentes no 2.º membro da equação do sistema e
que não multiplicam por nenhuma incógnita). Se faltar algum termo com alguma
incógnita numa equação, o valor a colocar na matriz na posição correspondente será
zero. Esta matriz representa-se por [A|B] em que:
𝐴𝑋 = 𝐵
onde a matriz 𝐴 é dita matriz simples do sistema ou matriz dos coeficientes das
incógnitas do sistema. A coluna 𝐵 é a coluna dos termos independentes do sistema e a
coluna 𝑋 é a coluna das incógnitas do sistema. A matriz [𝐴|𝐵] é dita matriz ampliada
ou completa.
𝑥 + 2𝑦 − 𝑧 = 5
Então, por exemplo, { 𝑦 + 3𝑧 = 0 é equivalente à equação matricial dada por 𝐴𝑋 =
𝑥−𝑧 = 2
𝐵, onde a matriz simples do sistema é a matriz dos coeficientes das suas incógnitas, ou
1 2 −1
seja, 𝐴 = (0 1 3 ), a coluna 𝑋 é a coluna das incógnitas do sistema colocadas na
1 0 −1
𝑥
coluna pela ordem como aparecem nas equações do sistema, isto é, 𝑋 = (𝑦) e,
𝑧
finalmente, a coluna 𝐵 é a coluna dos termos independentes do sistema que neste caso
5
é dada por 𝐵 = (0). A chamada matriz ampliada deste sistema é a matriz
2
1 2 −1|5
[𝐴|𝐵] = [0 1 3 |0].
1 0 −1|2
Trocar linhas corresponde a trocar a ordem das equações. Multiplicar uma linha por um
número diferente de zero corresponde a multiplicar ambos os membros dessa equação
por esse número e obtemos uma equação equivalente. A uma linha adicionar um
múltiplo de outra linha também não altera a solução do sistema.
- car(𝑨) = car(𝑨|𝑩) < nº de incógnitas e nesse caso o sistema é possível (tem solução)
indeterminado. Para resolver o sistema, transformamos as linhas não nulas da matriz
ampliada no sistema correspondente. Como vai haver mais incógnitas do que equações,
só vamos conseguir determinar a expressão de algumas incógnitas que dependem das
outras (chamadas variáveis livres). Se a característica é 3 e o nº de incógnitas é 5, haverá
5 – 3 = 2 variáveis livres. Se a característica é 2 e o nº de incógnitas é 3, haverá
3 – 2 = 1 variável livre. Se as incógnitas são 𝑥, 𝑦 e 𝑧, podemos obter uma expressão
para 𝑥 e outra para 𝑦 onde pode “aparecer” o 𝑧. Por exemplo, 𝑥 = 3 + 2𝑧 e 𝑦 = 1 −
𝑧 e 𝑧 era a variável livre. Mas se tivéssemos resolvido em ordem a 𝑧 e a 𝑥, aparecia 𝑧 =
1 − 𝑦 e 𝑥 = 5 − 2𝑦 e 𝑦 era a variável livre. Para cada valor de 𝑦 corresponde um
valor de 𝑥 e outro de 𝑧, e, portanto, há infinitas soluções. Para 𝑦 = 0 temos a solução
(5,0,1), mas se 𝑦 = 1 temos a solução (3,1,0).
Nota: Nunca car(𝐴) > car(𝐴|𝐵), pois se [𝐴|𝐵] tem mais uma coluna do que 𝐴, então
tem os mesmos pivôs de 𝐴 e eventualmente mais um pivô na coluna 𝐵 ou não. Assim,
as únicas possibilidades são car(𝐴) < car(𝐴|𝐵) (e nesse caso car(𝐴|𝐵) = car(𝐴) + 1) ou
car(𝐴) = car(𝐴|𝐵).
Também no caso em que car(𝐴) = car(𝐴|𝐵), car(𝐴) nunca será maior do que o nº de
incógnitas, pois a matriz 𝐴 tem tantas colunas como incógnitas e como cada coluna da
matriz em escada de linhas só tem um pivô, no máximo car(𝐴) = nº de incógnitas e se
alguma coluna não tiver pivô, car(𝐴) < nº de incógnitas.
EXEMPLO 24
Consideremos o sistema:
𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
{ 𝑥−𝑦 =2
2𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = −4
1 2 2| 1
[𝐴|𝐵] = [1 −1 0| 2 ]
2 −2 4|−4
1 2 2| 1 → 1 2 2|1
[𝐴|𝐵] = [1 |
−1 0 2 ] 𝐿2 → 𝐿2 − 𝐿 [
1 0 −3 −2| 1 ]
2 −2 4|−4 𝐿3 → 𝐿3 − 2𝐿1 0 −6 0 |−6
De seguida vou considerar a posição 22 que é −3, é diferente de zero e, portanto, o pivô
da segunda linha e colocar zeros abaixo desse pivô, isto é, colocar zero na entrada 32.
Tenho de fazer uma operação elementar na linha 3 usando o pivô da linha 2 abaixo do
qual quero colocar zero. Para dar zero na posição 32, tenho de subtrair 2 vezes a linha 2
(Porquê −2 𝐿2 ? Pretendo anular o −6 para isso preciso de +6, mas como o pivô da
+6
coluna onde pretendo colocar zero é -3, −3 = −2 é o nº que eu preciso, pois na posição
1 2 2|1 → 1 2 2|1
|
[0 −3 −2 1 ] 𝐿 → 𝐿 − 2𝐿 [0 −3 −2| 1 ] (**)
3 3 2
0 −6 0 |−6 0 0 4 |−8
1 2 2|1 → 1 2 2|1
[0 −3 −2| 1 ] 𝐿 → 𝐿 + 3𝐿 [0 −3 −2| 1 ]
3 3 1
0 −6 0 |−6 3 0 6 |−3
Mas repare que a posição 31 deixou de ser zero, logo este caminho não é válido!!!
Atenção… Para anular um nº de uma coluna devemos usar a linha do pivô dessa coluna
para não alterar os zeros anteriormente obtidos.
1 2 2|1
[0 −3 −2| 1 ]
0 0 4 |−8
1𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1 𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
{ 0𝑥 − 3𝑦 − 2𝑧 = 1 ou simplesmente { −3𝑦 − 2𝑧 = 1
0𝑥 + 0𝑦 + 4𝑧 = −8 4𝑧 = −8
𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
−3𝑦 − 2𝑧 = 1
⟺{
−8
𝑧= = −2
4
𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1 𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1 𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
⟺ {−3𝑦 − 2(−2) = 1 ⟺ { −3𝑦 + 4 = 1 ⟺ { −3𝑦 = 1 − 4
𝑧 = −2 𝑧 = −2 𝑧 = −2
𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
−3
⟺ { −3𝑦 = −3 ⟺{ 𝑦= =1
𝑧 = −2 −3
𝑧 = −2
𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 1
{ 𝑥−𝑦 =2
2𝑥 − 2𝑦 + 4𝑧 = −4
EXEMPLO 25
Consideremos o sistema:
𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1
{−3𝑥 − 9𝑦 − 6𝑧 = −3
3𝑥 + 𝑦 + 7𝑧 = −4
1 3 2|1
[𝐴|𝐵] = [−3 −9 −6|−3]
3 1 7 |−4
Os pivôs na matriz obtida são o número 1 da posição 11, e o número −8 da posição 22.
Assim, neste caso, car(𝐴) = 2, car(𝐴|𝐵) = 2 e o nº de incógnitas é igual a 3 e são 𝑥, 𝑦 e 𝑧,
logo o sistema é possível e indeterminado. Para obter a solução, vamos passar da matriz
obtida para o sistema correspondente:
1𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1 𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1
{0𝑥 − 8𝑦 + 1𝑧 = −7 ou simplesmente { −8𝑦 + 𝑧 = −7
0𝑥 + 0𝑦 + 0𝑧 = 0 0=0
A última equação do sistema é 0=0, a qual é uma proposição verdadeira e não permite
obter o valor ou expressão de nenhuma incógnita. Passando para a equação
imediatamente acima desta, temos duas incógnitas 𝑦 e 𝑧. Podemos resolver em ordem
a uma delas a equação e obter a expressão da outra em função desta. Parece mais
simples resolver em ordem a 𝑧!!!, obtendo
𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1
⟺ { 𝑧 = −7 + 8𝑦
0=0
𝑥 + 3𝑦 + 2(−7 + 8𝑦) = 1
⟺{ 𝑧 = −7 + 8𝑦
0=0
𝑥 + 3𝑦 − 14 + 16𝑦 = 1
⟺{ 𝑧 = −7 + 8𝑦
0=0
𝑥 = 1 − 3𝑦 + 14 − 16𝑦 𝑥 = 15 − 19𝑦
⟺{ 𝑧 = −7 + 8𝑦 ⟺ { 𝑧 = −7 + 8𝑦
0=0 0=0
𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1
{−3𝑥 − 9𝑦 − 6𝑧 = −3
3𝑥 + 𝑦 + 7𝑧 = −4
𝑥 por 15 − 19𝑦 e 𝑧 por −7 + 8𝑦 e temos de obter igualdades verdadeiras:
EXEMPLO 26
Consideremos o sistema:
2𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1
{−4𝑥 − 𝑦 + 6𝑧 = 3
−2𝑥 + 𝑦 + 6𝑧 = 5
2 3 2|1
[𝐴|𝐵] = [−4 −1 6|3]
−2 1 6|5
2 3 2|1 → 2 3 2 |1
𝐿
[𝐴|𝐵] = [−4 −1 6|3] 2 → 𝐿2 + 2𝐿1 [0 5 10|5]
−2 1 6|5 𝐿3 → 𝐿3 + 𝐿1 0 4 8 |6
De seguida, vamos considerar a posição 22 e colocar zero na posição 32. Para tal tenho
várias hipóteses (devem usar a que vos parecer mais simples):
2 3 2 |1 → 2 3 2|1 → 2 3 2|1
[0 5 10|5] 𝐿 → 1 𝐿 [0 1 2|1] 𝐿 → 𝐿 − 4𝐿 [0 1 2|1]
2 3 3 2
0 4 8 |6 5 2 0 4 8|6 0 0 0|2
Ou:
2 3 2 |1 → 2 3 2 |1
[0 5 | 4
10 5] 𝐿 → 𝐿 − 𝐿 [0 5 10|5]
3 3
0 4 8 |6 5 2 0 0 0 |2
Ou:
2 3 2 |1 → 2 3 2|1 2 3 2|1
→
[0 5 10|5] 𝐿2 → 4𝐿2 [0 20 40|20] 𝐿 → 𝐿 − 𝐿 [0 20 40|20]
3 3 2
0 4 8 |6 𝐿3 → 5𝐿3 0 20 40|30 0 0 0 |10
Ou:
2 3 2 |1 → 2 3 2|1
[0 5 10|5] 𝐿 → 5𝐿 − 4𝐿 [0 5 10| 5 ]
3 3 2
0 4 8 |6 0 0 0 |10
2𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1 𝑥 + 3𝑦 + 2𝑧 = 1
{ 0𝑥 + 𝑦 + 2𝑧 = 1 ou simplesmente { 𝑦 + 2𝑧 = 1
0𝑥 + 0𝑦 + 0𝑧 = 2 0=2
A última equação é 0=2 que é uma proposição falsa e, portanto, o sistema é impossível.
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https://www.youtube.com/watch?v=1pYSxyz7n9U
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EXEMPLO 27
−𝑥 + 𝑦 + 𝑘𝑧 = 1
{ 2𝑥 + 𝑘𝑦 − 2𝑘𝑧 = 𝑘 , 𝑘 ∈ ℝ.
−𝑘𝑥 + 𝑘𝑦 + 𝑧 = −1 + 2𝑘
−1 1 𝑘 | 1
[𝐴|𝐵] = [ 2 𝑘 −2𝑘| 𝑘 ]
−𝑘 𝑘 1 |−1 + 2𝑘
−1 1 𝑘 | 1 → −1 1 𝑘| 1
[2 𝑘 −2𝑘 | 𝑘 ] 𝐿 → 𝐿 + 2𝐿 [ 0 𝑘+2 |
0 𝑘+2 ]
2 2 1
−𝑘 𝑘 1 |−1 + 2𝑘 −𝑘 𝑘 1|−1 + 2𝑘
→ −1 1 𝑘 | 1
𝐿3 → 𝐿3 − 𝑘𝐿1 [ 0 𝑘 + 2 0 | 𝑘+2 ]
0 0 1 − 𝑘 2 |−1 + 𝑘
Observando a última forma desta matriz, temos que o valor da entrada 22 da linha 2 vai
depender do valor a atribuir ao parâmetro 𝑘. Tal entrada pode ser nula, mas também
pode ser não-nula. Então perante esta dualidade, vamos ter de considerar dois casos, a
saber:
Caso 1: 𝑘 + 2 = 0 ⇔ 𝑘 = −2
−1 1 −2| 1
[𝐴|𝐵] = [ 0 0 0|0]
0 0 −3|−3
−1 1 −2| 1 → −1 1 −2| 1
[𝐴|𝐵] = [ 0 0 0 0 ] 𝐿 ⟷ 𝐿 [ 0 0 −3|−3]
|
2 3
0 0 −3|−3 0 0 0|0
Caso 2: 𝑘 + 2 ≠ 0 ⇔ 𝑘 ≠ −2
−1 1 𝑘 | 1
[ 0 𝑘+2 0 | 𝑘+2 ]
0 0 1 − 𝑘 2 |−1 + 𝑘
Observando a linha 3 da matriz, temos que a entrada 33 depende dos valores a atribuir
ao parâmetro 𝑘. Novamente vamos considerar dentro deste caso, dois subcasos, a
saber:
Caso 2.1: 1 − 𝑘 2 = 0 ⇔ 𝑘 = 1 ∨ 𝑘 = −1
−1 1 −1| 1
[0 1 0|1]
0 0 0 |−2
Então observamos que car(𝐴|𝐵)= 3 e car(𝐴)=2. Como car(𝐴|𝐵) ≠car(𝐴), então o sistema
é impossível.
Caso 2.2: 1 − 𝑘 2 ≠ 0 ⇔ 𝑘 ≠ 1 ∧ 𝑘 ≠ −1
−1 1 𝑘 | 1
[ 0 𝑘+2 0 | 𝑘+2 ]
0 0 1 − 𝑘 2 |−1 + 𝑘
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https://www.youtube.com/watch?v=s958ELGm2ps
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De uma forma mais simples, este algoritmo consiste em formar uma matriz constituída
por duas matrizes, designadamente, [𝐴 | 𝐼𝑛 ], sendo 𝐴 uma matriz quadrada dada e para
a qual pretendemos saber se tem (ou não) inversa e, em caso afirmativo, calcular a sua
matriz inversa 𝐴−1 . O algoritmo terminará quando, ao efetuarmos operações
elementares necessárias, conseguirmos chegar a uma matriz do tipo [𝐼𝑛 |𝐴−1 ]. Assim, a
matriz que encontrarmos do lado direito será a matriz inversa da matriz 𝐴 inicial que
pretendíamos encontrar. Assim, à esquerda colocamos as entradas da matriz quadrada
𝐴 e à direita as entradas da matriz identidade da mesma ordem da matriz 𝐴. Estas
entradas serão separadas por um traço vertical.
EXEMPLO 28
1 2 2|1 0 0
[𝐴 | 𝐼3 ] = [1 −1 0|0 1 0].
2 −2 4|0 0 1
A seguir devemos colocar a matriz que está do lado esquerdo na forma em escada de
linhas só usando operações elementares com linhas e nunca operações com colunas.
Notem que agora as linhas são as entradas das duas matrizes que estão na mesma linha.
Vamos então continuar com o nosso exemplo de cima. Temos, então:
1 2 2|1 0 0 → 1 2 2| 1 0 0
[𝐴 | 𝐼3 ] = [1 |
−1 0 0 1 0] 𝐿 → 𝐿 − 2𝐿 [1 −1 0| 0 1 0]
3 3 1
2 −2 4|0 0 1 0 −6 0|−2 0 1
→ 1 2 2|1 0 0 → 1 2 2|1 0 0
𝐿2 → 𝐿2 − 𝐿1 [0 −3 −2|−1 1 0] 𝐿3 → 𝐿3 − 2𝐿2 [0 −3 −2|−1 1 0].
0 −6 0 |−2 0 1 0 0 4 | 0 −2 1
1 2 2|1 0 0 → 1 2 2| 1 0 0
[0 −3 −2|−1 1 0] 𝐿 → 2𝐿 + 𝐿 [0 −6 0|−2 0 1]
2 2 3
0 0 4 | 0 −2 1 0 0 4| 0 −2 1
→ 2 4 0| 2 2 −1
[ |
𝐿1 → 2𝐿1 − 𝐿3 0 −6 0 −2 0 1 ].
0 0 4| 0 −2 1
Como podem então reparar acabamos de colocar zeros na última coluna da matriz do
lado esquerdo (com exceção da entrada 4) usando sempre a última linha da matriz,
como pretendíamos. O passo seguinte deste algoritmo consiste em colocar zero agora
na segunda coluna da matriz da esquerda (com exceção da entrada −6) usando sempre
a segunda linha da matriz. Então, retomando mais uma vez o nosso exemplo, temos:
2 4 0| 2 2 −1 → 12 0 0| 4 12 −2
[0 −6 0|−2 0 1 ] 𝐿 → 6𝐿 + 4𝐿 [ 0 −6 0|−2 0 1 ],
1 1 2
0 0 4| 0 −2 1 0 0 4| 0 −2 1
concluindo assim esta nova etapa. Finalmente, o nosso objetivo é colocar a matriz 𝐼3 do
lado esquerdo e, para isso, falta apenas passar as entradas 12, −6 e 4 da matriz à
esquerda para 1, 1 e 1, respetivamente. Então no nosso caso, temos:
12 0 0| 4 12 −2 → 1 0 0|4/12 12/12 −2/12
[0 |
−6 0 −2 0 1 ] 𝐿 → 1/12𝐿 [0 −6 0| −2 0 1 ]
1 1
0 0 4| 0 −2 1 0 0 4| 0 −2 1
Então terminamos com a apresentação da matriz inversa de 𝐴 que, neste caso, é dada
por:
1/3 1 −1/6
𝐴−1 = [1/3 0 −1/6].
0 −1/2 1/4
Para se verificar que esta é realmente a matriz inversa de 𝐴, basta efetuar-se o produto
entre as matrizes 𝐴 e 𝐴−1 e verificar que o resultado é a matriz identidade 𝐼3 , ou seja,
𝐴𝐴−1 = 𝐴−1 𝐴 = 𝐼3 . Façam estes produtos matriciais e podem acreditar que em ambos
os casos o resultado é sempre o pretendido.
4. Capítulo - Determinantes
4.1. Determinante de uma matriz (quadrada) e alguns dos métodos para o seu
cálculo
Dada uma qualquer matriz 𝐴 quadrada é possível calcular o seu determinante,
denotado por 𝒅𝒆𝒕(𝑨) ou |𝑨|.
O determinante de uma qualquer matriz quadrada é único, o que significa que, qualquer
que seja o método utilizado para o calcular, o resultado é sempre o mesmo.
EXEMPLO 29
2 2
Se 𝐶 = (3), então |𝐶| = 3; se 𝐷 = (𝑎 + 𝑏), então |𝐷| = 𝑎 + 𝑏.
𝑎11 𝑎12
Matrizes Quadradas 2x2: Se 𝐴 = (𝑎 𝑎22 ), então
21
𝑎11 𝑎12
|𝐴| = |𝑎 𝑎22 | = 𝑎11 𝑎22 − 𝑎21 𝑎12,
21
EXEMPLO 30
2 5
Se 𝐴 = ( ), então |𝐴| = (2 × 8) − ((−1) × 5) = 16 − (−5) = 16 + 5 = 21;
−1 8
1 −5
Se 𝐵 = ( ), então |𝐵| = (1 × 6) − ((−4) × (−5)) = 6 − 20 = −14;
−4 6
1 5
Se 𝐶 = ( ), então |𝐶| = (1 × 6) − (𝑎 × 5) = 6 − 5𝑎.
𝑎 6
estando indicado a vermelho as três primeiras parcelas e a azul as três últimas parcelas
da fórmula (*). Os produtos indicados a vermelho é para serem somados e de seguida
devemos subtrair a este resultado, os produtos indicados a azul. Também se pode optar
pela “técnica” de acrescentar à direita da matriz as suas duas primeiras colunas como se
indica na figura seguinte
estando, mais uma vez, indicado a vermelho as três primeiras parcelas e a azul as três
últimas parcelas da fórmula (*). Os produtos indicados a vermelho é para serem
somados e de seguida devemos subtrair a este resultado, os produtos indicados a azul.
EXEMPLO 31
4
Imagem retirada de https://www.gratispng.com/png-mc6t4d/ no dia 28 de março de 2020.
5
Imagem retirada de https://brasilescola.uol.com.br/matematica/regra-sarrus.htm no dia 28 de março
de 2020.
1 5 2
Se 𝐴 = [1 −1 0], então |𝐴| = (1 × (−1) × 4 ) + (5 × 0 × 0) + (1 × (−2) × 2) −
0 −2 4
(0 × (−1) × 2) − ((−2) × 0 × 1) − (1 × 5 × 4) = (−4) + (0) + (−4) − (0) −
(0) − (20) = −28.
Também podemos calcular o determinante desta matriz usando uma das “técnicas”
apresentadas na Figura 2 ou a da Figura 3 e chegaremos, naturalmente, ao mesmo
resultado. Assim temos, usando a da Figura 2, temos
1 5 2
1 −1 0
0 −2 4
1 5 2
1 −1 0
|𝐴| = (1 × (−1) × 4 ) + (1 × (−2) × 2) + (0 × 5 × 0) − (0 × (−1) × 2) −
((−2) × 0 × 1) − (1 × 5 × 4)
1 5 2. 1 5
1 −1 0 . 1 −1 |𝐴| = (1 × (−1) × 4 ) + (5 × 0 × 0) + (2 × 1 × (−2)) −
0 −2 4 . 0 −2
(2 × (−1) × 0) − (1 × 0 × (−2)) − (5 × 1 × 4)
Nunca é demais referir que este método (Regra de Sarrus ou Regra da triangulação) só
se aplica ao cálculo do determinante de matrizes 3 × 3.
Propriedade 19: Se uma matriz quadrada 𝐴 tiver pelo menos uma linha (ou uma coluna)
com entradas todas iguais a zero, então |𝐴| = 0;
Propriedade 20: Se uma matriz quadrada 𝐴 tiver pelo menos duas linhas (ou duas
colunas) iguais, então |𝐴| = 0;
Propriedade 22: |𝐴𝐵| = |𝐴||𝐵|, para quaisquer matrizes quadradas da mesma ordem;
Propriedade 23: |𝛼𝐴| = 𝛼 𝑛 |𝐴|, sendo 𝛼 um qualquer escalar (número real ou número
complexo) e 𝐴 uma matriz quadrada de ordem 𝑛 × 𝑛;
1
Propriedade 24: |𝐴−1 | = |𝐴|, sendo 𝐴 uma matriz quadrada invertível;
Propriedade 27: O determinante de uma matriz triangular superior (ou inferior) é igual
ao produto dos elementos da sua diagonal principal;
Propriedade 28: Sempre que se efetua uma troca de linhas (ou de colunas) numa matriz
quadrada 𝐴, o determinante da matriz resultante 𝐵 desta operação elementar muda de
sinal, ou seja, |𝐵| = −|𝐴|;
Propriedade 29: Sempre que se multiplicam as entradas de uma linha (ou de uma
coluna) de uma matriz quadrada 𝐴 por um escalar 𝛼 ≠ 0, então o determinante da
matriz resultante 𝐵 desta operação elementar é dado por |𝐵| = 𝛼|𝐴|,
1
equivalentemente, |𝐴| = 𝛼 |𝐵|;
Propriedade 30: Sempre que se substituem as entradas de uma linha (ou de uma coluna)
de uma matriz quadrada 𝐴 pela soma delas com as entradas de uma outra linha (ou
coluna) multiplicadas por um escalar 𝛼 ≠ 0, então o determinante da matriz resultante
𝐵 desta operação elementar é dado por |𝐵| = |𝐴|.
Reparem que com as operações elementares que se podem fazer com as linhas e/ou as
colunas de uma matriz quadrada 𝐴 é possível colocar a matriz na forma em escada de
linhas (ou de colunas); ao processo que leva uma dada matriz 𝐴 à sua forma em escada
de linhas (ou de colunas) dá-se o nome de condensação da matriz 𝐴.
Então um outro método que permite o cálculo do determinante de uma matriz
quadrada 𝐴 qualquer é efetuar a sua condensação e aplicar as propriedades dos
determinantes mais adequadas. Vejamos o mesmo exemplo dado no caso da matriz 𝐴
de ordem 3 × 3 mencionada anteriormente. Vamos desta vez calcular o seu
determinante colocando a matriz em escada só usando operações com linhas e tendo
em atenção algumas das propriedades dos determinantes que referiremos
adequadamente. Temos então:
1 5 2 = 1 5 2 =
𝟏 1 5 2
|𝐴| = |1 −1 0| 𝐿2 → 𝐿2 − 𝐿1 |0 −6 −2| 𝐿3 → 𝟔𝐿3 − 2𝐿2 |0 −6 −2|
0 −2 4 𝑃𝑟𝑜𝑝. 12 0 −2 4 𝑃𝑟𝑜𝑝. 12 𝑒 11 𝟔 0 0 28
= 𝟏
𝑃𝑟𝑜𝑝. 9 (1 × (−6) × 28),
𝟔
o que permite concluir, mais uma vez que |𝐴| = −28, como aliás já tínhamos visto
antes. Na primeira operação elementar que se efetuou utilizou-se a Propriedade 30 pois
substituímos as entradas da linha 2 pela soma das suas entradas com as entradas da
linha 1 multiplicada por -1; no segundo passo, substituímos as entradas da linha 3 pela
multiplicação delas por 6 (Propriedade 29) e de seguida somamos as entradas da linha
2 multiplicadas por 2 (Propriedade 30); finalmente usamos a Propriedade 27 pois a
matriz está na forma triangular superior e assim o determinante é igual ao produto dos
1
elementos da sua diagonal principal, não esquecendo o fator 6 nesse produto.
EXEMPLO 32
0 5 −2
Vamos calcular o determinante da matriz 𝐴 = [−5 0 1 ] por dois métodos:
2 −1 0
1. Regra de Sarrus
2. Condensação da matriz
|𝐴| =
0 5 −2 = 2 −1 0 = 2 −1 0
𝟏
|−5 0 1 | 𝐿3 ⟷ 𝐿1 (−1) |−5 0 1 | 𝐿2 → 𝟐𝐿 2 + 5𝐿1 (−1) |0 −5 2 | =
𝟐
2 −1 0 𝑃𝑟𝑜𝑝. 28 0 5 −2 𝑃𝑟𝑜𝑝. 30 𝑒 29 0 5 −2
= 2 −1 0 =
𝐿3 → 𝐿3 + 𝐿2 (−1) 𝟏 |0 −5 𝟏
2| 𝑃𝑟𝑜𝑝. 27 𝑜𝑢 19 (−1) 𝟐 × 0,
𝟐
𝑃𝑟𝑜𝑝. 30 0 0 0
EXEMPLO 33
2 −1 0 0 = 2 −1 0 0 =
|𝐴| = |0 2 1 1| 𝐿3 → 𝟐𝐿3 − 𝐿 |0 2 1 1 | 𝐿4 → 𝟐𝐿4 − 3𝐿1
𝟏 𝟏
×
1 3 1 5 𝑃𝑟𝑜𝑝. 29 𝑒 30 1 𝟐 0 7 2 10 𝑃𝑟𝑜𝑝. 29 𝑒 30 𝟐
3 1 −2 2 3 1 −2 2
2 −1 0 0 =
𝟏 0 2 1 1 | = 𝐿3 → 𝟐𝐿3 − 7𝐿2 𝟏 × 𝟏 ×
|
𝟐 0 7 2 10 𝟐 𝟐
𝑃𝑟𝑜𝑝. 29 𝑒 30
0 5 −4 4
2 −1 0 0 =
𝟏 0 2 1 1 | 𝐿4 → 𝟐𝐿3 − 5𝐿2 𝟏 × 𝟏 × 𝟏 ×
|
𝟐 0 0 −3 13 𝑃𝑟𝑜𝑝. 29 𝑒 30 𝟐 𝟐 𝟐
0 5 −4 4
2 −1 0 0 =
𝟏 0 2 1 1 | 𝐿4 → 𝟑𝐿4 − 13𝐿3 𝟏 × 𝟏 × 𝟏 × 𝟏 ×
|
𝟐 0 0 −3 13 𝑃𝑟𝑜𝑝. 29 𝑒 30 𝟐 𝟐 𝟐 𝟐
0 0 −13 3
2 −1 0 0
𝟏 0 2 1 1| = 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
| 𝑃𝑟𝑜𝑝. 27 × 𝟐 × 𝟐 × 𝟐 × 𝟑 × (2 × 2 × (−3) × (−160)),
𝟑 0 0 −3 13 𝟐
0 0 0 − 160
160 80
o que permite concluir que |𝐴| = = = 40.
4 2
Finalmente, o determinante de uma matriz quadrada tem uma aplicação interessante:
permite verificar se a matriz é ou não uma matriz invertível. Assim, temos também que:
Então para o penúltimo exemplo aqui referido, podemos concluir que a matriz 𝐴 não é
invertível, porque o seu determinante é igual a zero, enquanto no último exemplo, a
matriz 𝐴 já é uma matriz invertível.
_______________________________________________________________________
Sugestão de trabalho: Podem resolver os exercícios 57, 58 (página 26), 59, 60, 61, 62, 63
(página 27), 70 (página 29), 73 c) (página 30), 91 (página 34), 114 b) i) (página 39) da
Sebenta para consolidação deste conteúdo programático.
Podem aceder ao Youtube para visualizar vídeos relacionados com os temas já lecionados,
como, por exemplo:
https://www.youtube.com/watch?v=XaZZNxj26qU
https://www.youtube.com/watch?v=7aPCUiodIws
https://www.youtube.com/watch?v=C5ixUlaERPs
https://www.youtube.com/watch?v=qCYvugOqQAo
https://www.youtube.com/watch?v=yNnSA9jQfUI
https://www.youtube.com/watch?v=2qvfS9jZtfE
https://academiaaberta.pt/mod/book/view.php?id=4654
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Seguidamente, começamos por introduzir um novo método (Regra de Laplace) que tem
por objetivo permitir o cálculo do determinante de uma qualquer matriz quadrada e,
posteriormente, vamos introduzir um outro método que permite encontrar a matriz
inversa de uma matriz invertível, método que usa a matriz adjunta clássica da matriz
invertível considerada e respetivo determinante. Por fim, apresentaremos uma regra
(Regra de Cramer) que permite resolver um tipo de sistemas de equações lineares
usando determinantes.
Dada uma matriz quadrada 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑖,𝑗=1,2,…,𝑛 de ordem 𝑛, chama-se cofator da entrada
onde 𝐴𝑖𝑗 é o menor complementar da entrada 𝑎𝑖𝑗 que não é mais do que a matriz que
resulta da matriz 𝐴 retirando-lhe a linha 𝑖 e a coluna 𝑗.
Vamos então apresentar dois exemplos para que possam perceber melhor o que foi
mencionado antes.
EXEMPLO 34
2 5
Se 𝐴 = ( ), então vamos calcular o cofator 𝑐12, ou seja, 𝑐12 = (−1)1+2 |𝐴12 | =
−1 8
(−1)|−1| = 1. Se pretendêssemos calcular o cofator 𝑐22 procederíamos do mesmo
modo, isto é, 𝑐22 = (−1)2+2 |𝐴22 | = (+1)|2| = 2.
EXEMPLO 35
1 5 2
Se 𝐴 = [1 −1 0], então vamos calcular o cofator 𝑐13, ou seja, 𝑐13 =
0 −2 4
(−1)1+3 |𝐴13 | = (+1) |1 −1|. Calculando, obtemos, neste caso, 𝑐13 = (+1) × (1 ×
0 −2
(−2) − 0 × (−1)) = (+1) × (−2) = −2.
1 2
𝑐22 = (−1)2+2 |𝐴22 | = (+1) | | = 4.
0 4
2. Regra de Laplace
Esta regra (método) tem como objetivo calcular o determinante de uma qualquer matriz
quadrada. Então para se usar a regra de Laplace (ou também muitas vezes chamada de
Teorema de Laplace) quando se pretender calcular o determinante de uma matriz 𝐴
quadrada de ordem 𝑛 devemos proceder do seguinte modo:
2’) Suponhamos que foi escolhida a coluna 𝑗. Então usando a regra de Laplace,
neste caso, obtemos:
Vamos então apresentar mais dois exemplos para que possam perceber melhor como
calcular o determinante de uma matriz quadrada qualquer usando a regra de Laplace.
EXEMPLO 36
1 5 2
Se 𝐴 = [1 −1 0], então vamos calcular o determinante desta matriz usando a regra
0 −2 4
de Laplace. Então de acordo com o que foi mencionado anteriormente terei de escolher
uma linha ou uma coluna. Suponhamos que escolho por exemplo a linha 3. Então feita
esta escolha, temos que primeiro calcular todos os cofatores de todas as entradas da
linha 3, ou seja, temos de calcular os cofatores 𝑐31 , 𝑐32 e 𝑐33 . Então usando a definição
de cofator de uma entrada dada no ponto 1. Obtemos:
5 2
𝑐31 = (−1)3+1 |𝐴31 | = (+1) | |=2
−1 0
1 2
𝑐32 = (−1)3+2 |𝐴32 | = (−1) | |=2
1 0
1 5
𝑐33 = (−1)3+3 |𝐴33 | = (+1) | | = −6
1 −1
e, portanto, |𝐴| = −28. Repara que uma das entradas da linha 3 da matriz (linha que foi
a escolhida) é nula, o que significa que não era preciso estar a calcular o cofator
correspondente a essa entrada que é a entrada 𝑎31 e o cofator 𝑐31 . Então o ideal, nesta
regra, é escolher a linha ou a coluna que tenha maior número de entradas nulas para
pouparmos tempo e cálculo, pois só precisamos de calcular os cofatores
correspondentes às entradas não nulas da linha ou da coluna escolhida. Se nenhuma
linha ou coluna tiver entradas nulas, nós podemos colocar zeros em determinadas
entradas por meio das operações elementares com linhas e colunas de que já tratamos
aquando da forma em escada de uma matriz. Vou exemplificar o que acabei de dizer
com a mesma matriz 𝐴. Reparem vou colocar zeros na primeira coluna de 𝐴 deixando
apenas uma entrada não nula nessa coluna:
1 5 2 → 1 5 2
𝐴 = [1 −1 0] 𝐿 → 𝐿 − 𝐿 [0 −6 −2]
2 2 1
0 −2 4 0 −2 4
A partir daqui, vou então escolher a coluna 1, pois é a que tem maior número de
entradas nulas e vou aplicar a regra de Laplace para o cálculo do determinante da matriz
𝐴 escolhendo então a coluna 1. Ora bem, como só a entrada 𝑎11 = 1 é diferente de zero
nesta coluna, só preciso de calcular o cofator que lhe corresponde, ou seja, o cofator
𝑐11.
−6 −2
Assim, obtemos 𝑐11 = (−1)1+1 | |=(+1) × (((−6) × 4) − ((−2) × (−2))) =
−2 4
(−24) − 4 = −28. Então pela regra de Laplace, escolhendo a coluna 1, vem:
Vamos agora considerar a linha 2. Como nesta linha já existe uma entrada nula, vamos
tentar colocar mais uma entrada nula nessa linha para depois calcularmos o
determinante da matriz 𝐴 usando essa linha. Então temos:
1 5 2 → 1 6 2
𝐴 = [1 −1 0] 𝐶 → 𝐶 + 𝐶 [1 0 0]
2 2 1
0 −2 4 0 −2 4
A partir daqui, vou então escolher a linha 2, pois é a que tem maior número de entradas
nulas e vou aplicar a regra de Laplace para o cálculo do determinante da matriz 𝐴
escolhendo então a linha 2. Ora bem, como só a entrada 𝑎21 = 1 é diferente de zero
nesta linha, só preciso de calcular o cofator que lhe corresponde, ou seja, o cofator 𝑐21 .
6 2
Assim, obtemos 𝑐21 = (−1)2+1 | |=(−1) × ((6 × 4) − ((−2) × 2)) = (−1) ×
−2 4
(24 − (−4)) = −28. Então pela regra de Laplace, escolhendo a linha 2, vem:
Conclusão importante: Escolhemos uma coluna ou uma linha (se possível a que tiver
maior número de zeros nas suas entradas) e calculamos o determinante da matriz pela
regra de Laplace de acordo com os cofatores das entradas da coluna ou da linha
escolhida. Caso queiramos colocar mais zeros ao longo de uma linha ou de uma coluna,
deveremos usar as operações elementares com linhas e/ou com colunas que já
conhecemos e colocamos os zeros nas entradas que quisermos. Depois resta escolher a
linha ou a coluna que tem maior número de zeros e usar a Regra de Laplace de acordo
com a linha ou coluna que foi escolhida.
EXEMPLO 37
0 3 2 0
Se 𝐴 = [0 2 1 0], uma matriz 4x4, então vamos calcular o determinante desta
2 1 10 0
3 −1 15 5
matriz usando a regra de Laplace. Então de acordo com o que foi mencionado
anteriormente terei de escolher uma linha ou uma coluna. Observando as linhas e as
colunas da matriz reparamos que é melhor (para não ser preciso determinar mais
cofatores) escolher a linha 1 ou a 2 (tem duas entradas nulas), mas se observarmos as
colunas da matriz, será muito melhor escolher a coluna 4 que tem três entradas nulas e
assim precisamos de calcular apenas um cofator. Então escolhendo a coluna 4, teremos
de calcular o cofator 𝑐44 que corresponde à entrada 𝑎44 . Assim,
0 3 2
𝑐44 = (−1)4+4 |0 2 1 |
2 1 10
sendo agora necessário calcular o determinante da matriz 3x3 que aparece no cofator.
Para determinantes de matrizes 3x3 já conhecemos a regra de Sarrus (dada na última
aula) ou também se pode usar a regra de Laplace escolhendo uma linha ou uma coluna
dessa matriz 3x3. Como estamos a abordar a regra de Laplace vamos escolher nessa
matriz 3x3 a coluna 1 que tem duas entradas nulas:
0 3 2
4+4 3 2
𝑐44 = (−1) |0 2 1 | = (−1)8 × 2 × (−1)3+1 | |
2 1
2 1 10
= 1 × 2 × 1 × ((3 × 1) − (2 × 2)) = 2 × (−1) = −2
Dada uma qualquer matriz 𝐴 quadrada é possível calcular uma nova matriz que se
representa por 𝑎𝑑𝑗(𝐴) e que se chama matriz adjunta da matriz 𝐴.
Dada uma matriz quadrada 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑖,𝑗=1,2,…,𝑛 de ordem 𝑛, chama-se matriz adjunta de
onde 𝑐𝑖𝑗 = (−1)𝑖+𝑗 |𝐴𝑖𝑗 | é o cofator da entrada 𝑎𝑖𝑗 e 𝐴𝑖𝑗 é o menor complementar da
entrada 𝑎𝑖𝑗 que não é mais do que a matriz que resulta da matriz 𝐴 retirando-lhe a linha
𝑖 e a coluna 𝑗.
Nota importante: Reparem que a matriz 𝑎𝑑𝑗(𝐴) não é mais do que a transposta da
matriz de todos os cofatores das entradas da matriz 𝐴, ou seja,
Vamos então apresentar dois exemplos para que possam perceber melhor o que foi
mencionado antes.
EXEMPLO 38
2 5
Se 𝐴 = ( ), então vamos calcular a matriz 𝑎𝑑𝑗(𝐴). Para isso precisamos de
−1 8
calcular todos os cofatores de todas as entradas da matriz 𝐴. Então temos de calcular 4
cofatores e obtemos, neste caso, o seguinte:
Reparem que, tal como foi referido anteriormente, os cofatores das entradas da linha 1
de 𝐴 foram colocados na coluna 1 da matriz adjunta de 𝐴 e os cofatores das entradas da
linha 2 de 𝐴 foram colocados na coluna 2 da matriz adjunta de 𝐴.
EXEMPLO 39
1 5 2
Se 𝐴 = [1 −1 0], então vamos calcular a matriz 𝑎𝑑𝑗(𝐴). Para isso precisamos de
0 −2 4
calcular todos os cofatores de todas as entradas da matriz 𝐴. Então temos de calcular 9
cofatores e obtemos, neste caso, o seguinte:
−1 0
𝑐11 = (−1)1+1 |𝐴11 | = (+1) | | = (+1) × ((−1) × 4)) = (+1) × (−4) = −4
−2 4
1 0
𝑐12 = (−1)1+2 |𝐴12 | = (−1) | | = (−1) × (1 × 4) = −4
0 4
1 −1
𝑐13 = (−1)1+3 |𝐴13 | = (+1) | | = (+1) × (1 × (−2)) = −2
0 −2
⚫ COFATORES DAS ENTRADAS DA LINHA 2:
5 2
𝑐21 = (−1)2+1 |𝐴21 | = (−1) | | = (−1) × ((5 × 4) − (−2) × 2))
−2 4
= (−1) × (20 + 4) = −24
1 2
𝑐22 = (−1)2+2 |𝐴22 | = (+1) | | = (+1) × (1 × 4) = 4
0 4
1 5
𝑐23 = (−1)2+3 |𝐴23 | = (−1) | | = (−1) × (1 × (−2)) = (−1) × (−2) = 2
0 −2
5 2
𝑐31 = (−1)3+1 |𝐴31 | = (+1) | | = (+1) × ((5 × 0) − (−1) × 2))
−1 0
= (+1) × (0 + 2) = 2
1 2
𝑐32 = (−1)3+2 |𝐴32 | = (−1) | | = (−1) × (−2) = 2
1 0
1 5
𝑐33 = (−1)3+3 |𝐴33 | = (+1) | | = (+1) × (1 × (−1) − (1 × 5))
1 −1
= (+1) × (−1 − 5) = −6
Mais uma vez, reparem que, tal como foi referido anteriormente, os cofatores das
entradas da linha 1 de 𝐴 foram colocados na coluna 1 da matriz adjunta de 𝐴, os
cofatores das entradas da linha 2 de 𝐴 foram colocados na coluna 2 da matriz adjunta
de 𝐴 e os cofatores das entradas da linha 3 de 𝐴 foram colocados na coluna 3 da matriz
adjunta de 𝐴 .
Esta regra (método) tem como objetivo calcular a matriz inversa de uma qualquer matriz
quadrada invertível 𝐴 usando a sua matriz adjunta e o seu determinante. Então para se
usar a regra (ou método) devemos proceder do seguinte modo:
5) Usar a fórmula seguinte que utiliza os dados das fases 1) e 4) que é dada por:
1
𝐴−1 = |𝐴| × 𝑎𝑑𝑗(𝐴) (***)
e assim feitos os cálculos respetivos temos como resultado a matriz inversa de 𝐴 que é
a matriz 𝐴−1 .
Vamos então apresentar mais dois exemplos para que possam perceber melhor como
calcular a inversa 𝐴−1 de uma matriz 𝐴 usando esta fórmula. Temos então:
EXEMPLO 40
1 5 2
Se 𝐴 = [1 −1 1], então vamos calcular o determinante desta matriz usando a regra
1 −2 4
de Laplace para recordarmos esta regra. Então terei de escolher uma linha ou uma
coluna. Suponhamos que escolho a linha 3. Então feita esta escolha, temos que primeiro
calcular todos os cofatores de todas as entradas da linha 3, ou seja, temos de calcular os
cofatores 𝑐31 , 𝑐32 e 𝑐33 . Então usando a definição de cofator de uma entrada, obtemos:
5 2
𝑐31 = (−1)3+1 |𝐴31 | = (+1) | | = (+1) × ((5 × 1) − ((−1) × 2))
−1 1
= (+1) × (5 + 2) = 7
1 2
𝑐32 = (−1)3+2 |𝐴32 | = (−1) | | = (−1) × ((1 × 1) − (1 × 2)) = (−1) × (−1)
1 1
=1
1 5
𝑐33 = (−1)3+3 |𝐴33 | = (+1) | | = (+1) × ((1 × (−1) − (1 × 5))
1 −1
= (+1) × (−1 − 5) = −6
e, portanto, |𝐴| = −19. Como |𝐴| ≠ 0 significa que a matriz 𝐴 é uma matriz invertível
e, portanto, existe a sua matriz inversa 𝐴−1 que vamos calcular a seguir. Para usarmos a
fórmula acima referida, precisamos de calcular a matriz adjunta de 𝐴. Vamos então
calcular os restantes 6 cofatores, uma vez que já temos os outros 3 cofatores calculados
antes aquando da determinação do |𝐴|. Os cofatores que foram calculados acima são
os cofatores das entradas da linha 3 da matriz 𝐴. Então para as restantes linhas, temos:
−1 1
𝑐11 = (−1)1+1 |𝐴11 | = (+1) | | = (+1) × ((−1) × 4) − ((−2) × 1))
−2 4
= (+1) × (−4 + 2) = −2
1 1
𝑐12 = (−1)1+2 |𝐴32 | = (−1) | | = (−1) × ((1 × 4) − (1 × 1)) = (−1) × (4 − 1)
1 4
= −3
1 −1
𝑐13 = (−1)1+3 |𝐴13 | = (+1) | | = (+1) × ((1 × (−2)) − (1 × (−1))
1 −2
= (+1) × (−2 + 1) = −1
5 2
𝑐21 = (−1)2+1 |𝐴21 | = (−1) | | = (−1) × ((5 × 4) − ((−2) × 2))
−2 4
= (−1) × (20 + 4) = −24
1 2
𝑐22 = (−1)2+2 |𝐴22 | = (+1) | | = (+1) × ((1 × 4) − (1 × 2)) = 4 − 2 = 2
1 4
1 5
𝑐23 = (−1)2+3 |𝐴23 | = (−1) | | = (−1) × ((1 × (−2)) − (1 × 5))
1 −2
= (−1) × (−2 − 5) = 7
Agora, tal como foi referido anteriormente, os cofatores das entradas da linha 1 de 𝐴
serão colocados na coluna 1 da matriz adjunta de 𝐴, os cofatores das entradas da linha
2 de 𝐴 serão colocados na coluna 2 da matriz adjunta de 𝐴 e os cofatores das entradas
da linha 3 de 𝐴 serão colocados na coluna 3 da matriz adjunta de 𝐴 . Logo
Tendo já todos os dados necessários para utilizar na fórmula (***), obtemos finalmente
o que pretendíamos, ou seja,
2 24 7
− 19
−2 −24 7 19 19
−1 1 1 3 2 1
𝐴 = |𝐴|
× 𝑎𝑑𝑗(𝐴) = −19 × (−3 2 1 )= − 19 − 19 .
19
−1 7 −6 1 7 6
− 19
(19 19 )
Agora para verificarmos se este resultado está correto, bastaria multiplicar esta matriz
pela matriz original 𝐴 e, não havendo erros, o resultado do produto referido seria a
matriz identidade 𝐼3 .
EXEMPLO 41
1 2
Se 𝐴 = [ ], uma matriz 2x2, então vamos calcular o determinante desta matriz,
3 1
obtendo-se |𝐴| = (1 × 1) − (3 × 2) = 1 − 6 = −5 ≠ 0. Logo a matriz 𝐴 é invertível e
vamos então calcular a sua matriz inversa usando a matriz adjunta. Calculemos primeiro
todos os cofatores das entradas da matriz 𝐴:
1 2
1 1 1 −2 −
𝐴−1 = × 𝑎𝑑𝑗(𝐴) = −5 × ( ) = ( 35 5
1).
|𝐴| −3 1 −5
5
Neste caso para verificarmos se este resultado está correto, bastaria multiplicar esta
matriz pela matriz original 𝐴 e, não havendo erros, o resultado do produto referido seria
a matriz identidade 𝐼2 .
Vejamos como a matriz 𝐴−1 se pode usar nessa resolução. Consideremos um sistema de
equações lineares do tipo 𝐴𝑋 = 𝐵, onde 𝐴 é a matriz simples do sistema (matriz cujas
entradas são os coeficientes das incógnitas do sistema), 𝐵 a matriz coluna dos termos
independentes do sistema e 𝑋 a matriz coluna das incógnitas do sistema. Suponhamos
que o número de equações do sistema é igual ao número de incógnitas. Logo a matriz 𝐴
é uma matriz quadrada e, portanto, estamos em condições de tentar ver se essa matriz
é ou não uma matriz invertível. Se for invertível então o sistema será possível e
determinado e a sua inversa vai permitir resolvê-lo, pois
e temos assim calculada a solução 𝑋 que nos dá em cada linha o valor de cada incógnita
do sistema.
Vamos então apresentar dois exemplos para que possam perceber melhor o que foi
mencionado antes.
EXEMPLO 42
2𝑥 + 5𝑦 = 1
{
−𝑥 + 8𝑦 = 0
Ora como podem verificar, trata-se de um sistema com duas equações e duas incógnitas,
2 5
ou seja, a matriz simples do sistema é a matriz quadrada 𝐴 = ( ), a matriz dos
−1 8
1
termos independentes é a matriz 𝐵 = ( ) e a matriz coluna das incógnitas é a matriz
0
𝑥
𝑋 = (𝑦), incógnitas cuja ordem é a que aparece na primeira equação do sistema.
Como o sistema tem tantas equações quantas as incógnitas permitindo assim que a
matriz simples do sistema seja quadrada, vamos começar por ver se a matriz 𝐴 é ou não
invertível. Então podemos usar qualquer um dos processos recordados em 1. e 2. acima
referidos. Suponhamos que vou usar o processo 2. Então obtemos
Assim sendo, podemos concluir que a matriz 𝐴 é uma matriz invertível porque det(𝐴) ≠
0. Logo existe a sua matriz inversa 𝐴−1 que vamos usar para determinar os valores das
incógnitas 𝑥 e 𝑦. Usando um dos métodos para o cálculo da inversa de uma matriz
invertível já referidos em aulas teóricas anteriores, temos que, usando a adjunta de 𝐴
8 5
1 1 8 −5 − 21
Logo 𝐴−1 = × 𝑎𝑑𝑗(𝐴) = × ( ) = (21
1 2 ).
|𝐴| 21 1 2
21 21
8 5 8
1 − 21 1
𝑋 = 𝐴−1 𝐵 = 𝐴−1 ( ) = (21
1 2 ) × ( ) = (21
1 ).
0 0
21 21 21
8 1
Então podemos concluir que a solução do sistema é 𝑥 = 21 e 𝑦 = 21.
EXEMPLO 43
𝑥 + 5𝑦 + 2𝑧 = 0
{ 𝑥−𝑦 =1
−2𝑦 + 4𝑧 = −1
Ora como podem verificar, trata-se de um sistema com três equações e três incógnitas,
1 5 2
ou seja, a matriz simples do sistema é a matriz quadrada 𝐴 = (1 −1 0), a matriz
0 −2 4
0
dos termos independentes é a matriz 𝐵 = ( 1 ) e a matriz coluna das incógnitas é a
−1
𝑥
matriz 𝑋 = (𝑦), incógnitas cuja ordem é a que aparece na primeira equação do sistema.
𝑧
Como o sistema tem tantas equações quantas as incógnitas permitindo assim que a
matriz simples do sistema seja quadrada, vamos começar por ver se a matriz 𝐴 é ou não
invertível. Então podemos usar qualquer um dos processos recordados em 1. e 2. Acima
referidos. Suponhamos que vou usar o processo 2. Então obtemos
1 5 2
|𝐴| = |1 −1 0| = −4 + 0 − 4 − (0 + 0 + 20) = −8 − 20 = −28.
0 −2 4
Assim sendo, podemos concluir que a matriz 𝐴 é uma matriz invertível porque det(𝐴) ≠
0. Logo existe a sua matriz inversa 𝐴−1 que a vamos usar para determinar os valores das
incógnitas 𝑥, 𝑦 e 𝑧. Usando um dos métodos para o cálculo da inversa de uma matriz
invertível já referidos em aulas teóricas anteriores, temos que, usando a adjunta de 𝐴
que
−1 0
𝑐11 = (−1)1+1 |𝐴11 | = (+1) | | = (+1) × ((−1) × 4)) = (+1) × (−4) = −4
−2 4
1 0
𝑐12 = (−1)1+2 |𝐴12 | = (−1) | | = (−1) × (1 × 4) = −4
0 4
1 −1
𝑐13 = (−1)1+3 |𝐴13 | = (+1) | | = (+1) × (1 × (−2)) = −2
0 −2
5 2
𝑐21 = (−1)2+1 |𝐴21 | = (−1) | | = (−1) × ((5 × 4) − (−2) × 2))
−2 4
= (−1) × (20 + 4) = −24
1 2
𝑐22 = (−1)2+2 |𝐴22 | = (+1) | | = (+1) × (1 × 4) = 4
0 4
1 5
𝑐23 = (−1)2+3 |𝐴23 | = (−1) | | = (−1) × (1 × (−2)) = (−1) × (−2) = 2
0 −2
1 2
𝑐32 = (−1)3+2 |𝐴32 | = (−1) | | = (−1) × (−2) = 2
1 0
1 5
𝑐33 = (−1)3+3 |𝐴33 | = (+1) | | = (+1) × (1 × (−1) − (1 × 5))
1 −1
= (+1) × (−1 − 5) = −6
−4 −24 2 −4 −24 2
1 1 1
Logo 𝐴−1 = |𝐴| × 𝑎𝑑𝑗(𝐴) = −28 × (−4 4 2 ) = − 28 × (−4 4 2 )=
−2 2 −6 −2 2 −6
4 24 2
− 28
28 28
4 4 2
− 28 − 28 .
28
2 2 6
− 28
(28 28 )
4 24 2 26 13
− 28
0 28 28 0 28 14
−1 −1 4 4 2 2 1
𝑋=𝐴 𝐵=𝐴 ( 1 )= − 28 − 28 ×( 1 )= − 28 = − 14 .
28
−1 2 2 6 −1 8 2
− 28 − 28 −7
(28 28 ) ( ) ( )
13 1 2
Então podemos concluir que a solução do sistema é 𝑥 = 14 , 𝑦 = − 14 e 𝑧 = − 7.
Vamos agora introduzir uma regra que permite também resolver sistemas deste tipo
(sistemas possíveis determinados) usando apenas determinantes para o cálculo
individual de cada incógnita.
Então de acordo com esta definição, podemos de imediato concluir que os sistemas
apresentados nos exemplos 42 e 43 são sistemas de Cramer já que as respetivas
matrizes simples são ambas invertíveis.
Vamos então agora introduzir a regra de Cramer que é usada exatamente para a
resolução de sistemas de Cramer (nome que se dá agora aos sistemas que são possíveis
e determinados).
det(𝐴𝑖 )
𝑥𝑖 = (**)
det(𝐴)
Em resumo um sistema de Cramer tem uma única solução, sendo o valor de cada
incógnita dado por uma fração que tem no denominador o determinante da matriz
simples do sistema, e, no numerador, o determinante da matriz que se obtém da matriz
simples do sistema substituindo os coeficientes da incógnita considerada pelos termos
independentes que figuram nas equações correspondentes.
Vamos então apresentar um exemplo para que melhor percebam o que foi apresentado
antes.
EXEMPLO 44
2𝑥 + 3𝑦 + 4𝑧 = 53
{ 3𝑥 + 5𝑦 − 4𝑧 = 2
4𝑥 + 7𝑦 − 2𝑧 = 31
Trata-se de um sistema com três equações e três incógnitas que são 𝑥, 𝑦 e 𝑧. Calculemos
o determinante da matriz simples do sistema:
- O determinante de 𝐴 é:
2 3 4
|𝐴| = |3 5 −4| = (−20) + (−48) + 84 − (80 + (−56) + (−18))
4 7 −2
= −68 + 84 − (24 − 18) = 16 − 6 = 10
- O determinante de 𝐴1 é:
53 3 4
|𝐴1 | = | 2 5 −4| = (−530) + (−372) + 56 − (620 + (−1484) + (−12))
31 7 −2
= −846 − (−876) = 30
- O determinante de 𝐴2 é:
2 53 4
|𝐴2 | = |3 2 −4| = (−8) + (−848) + 372 − (32 + (−248) + (−318))
4 31 −2
= −484 − (−534) = 50
- O determinante de 𝐴3 é:
2 3 53
|𝐴3 | = |3 5 2 | = 310 + 1113 + 24 − (1060 + 28 + 279) = 1447 − 1367
4 7 31
= 80
Logo usando a fórmula (**) para cada uma das três incógnitas obtemos:
det(𝐴1 ) 30
𝑥= = =3
det(𝐴) 10
det(𝐴2 ) 50
𝑦= = =5
det(𝐴) 10
det(𝐴3 ) 80
𝑧= = =8
det(𝐴) 10
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Podem aceder ao Youtube para visualizar vídeos relacionados com os temas desta
semana, como, por exemplo:
https://www.youtube.com/watch?v=726AOpEEXrw
https://www.youtube.com/watch?v=RhNEjyQUAF4
https://www.youtube.com/watch?v=9SlbSZqKYz8
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Definição: Seja 𝐾 um corpo arbitrário. Um conjunto não vazio 𝐸, (não importa agora de
que natureza são os seus elementos), é um espaço vetorial se lhe estão associadas duas
operações, uma operação binária chamada de adição de elementos de 𝐸 e uma
operação unária chamada de multiplicação escalar de multiplicação de escalares por
elementos de 𝐸, satisfazendo os seguintes axiomas:
Para nós tem particular interesse o caso em que 𝐾 é o corpo ℝ dos números reais e
nessa altura dizemos que estamos perante um espaço vetorial real. Caso 𝐾 seja o corpo
ℂ dos números complexos, diremos que estamos perante um espaço vetorial complexo.
EXEMPLO 45
Consideremos o espaço vetorial real 𝐸 = ℝ. Então aqui os vetores são os números reais.
A adição é a adição de números reais e a multiplicação escalar é a multiplicação usual
de números reais. Uma representação gráfica deste espaço vetorial e alguns dos seus
elementos pode ser visualizada na figura seguinte:
EXEMPLO 46
6
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=reta+real&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALeKk01FslVQaD3IY
e271iodOoTUCNTGwA:1589066817417&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwisr7SZ96fpAhUJ1
BoKHcPTC8AQ_AUoAXoECBAQAw&biw=1600&bih=740#imgrc=4S1iFk_U3JgRdM no dia 14 de novembro
de 2020.
Consideremos o espaço vetorial 𝐸 = ℝ2 = {𝑣 = (𝑎, 𝑏): 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ}. Então aqui os
vetores são pares de números reais. Uma representação gráfica deste espaço vetorial e
alguns dos seus elementos pode ser visualizada na figura seguinte:
EXEMPLO 47
7
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=O+plano+cartesiano&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALeKk03I
R3tEFbCmmydsYF8B7W10n_xvHA:1589067511388&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiC8Kj
k-afpAhXIxIUKHQi2BFsQ_AUoAXoECBIQAw&biw=1600&bih=740#imgrc=yXMnn01Klk406M no dia 14 de
novembro de 2020.
Consideremos o espaço vetorial 𝐸 = ℝ3 = {𝑣 = (𝑎, 𝑏, 𝑐): 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ}. Então aqui os
vetores são ternos de números reais. Uma representação gráfica deste espaço vetorial
e alguns dos seus elementos pode ser visualizada na figura seguinte:
𝑣1 + 𝑣2 = (𝑎1 + 𝑎2 , 𝑏1 + 𝑏2 , 𝑐1 + 𝑐2 )
8
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=O+espa%C3%A7o+tridimensional&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sx
srf=ALeKk018tmfHjmaLA90IKlpYLYOPxQzVuQ:1589068302533&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ah
UKEwiS0Mjd_KfpAhVfD2MBHWybBLoQ_AUoAXoECA8QAw&biw=1600&bih=740#imgrc=FoX5OQgrBpfg
AM no dia 14 de novembro de 2020.
Generalizando, podemos então definir vários espaços vetoriais reais deste tipo,
considerando 𝐸 = ℝ𝑛 , para qualquer número natural 𝑛. Nestes espaços vetoriais a
adição e a multiplicação escalar são então definidas do seguinte modo:
Sempre que se fala de vetor, vai a partir de agora significar um elemento de um espaço
vetorial, que no nosso caso será um elemento de ℝ𝑛 , pois só trabalharemos com
espaços vetoriais deste tipo. Vamos de seguida dar a definição de vetor combinação
linear de um conjunto de vetores dado.
𝑣 = 𝛼1 𝑣1 + 𝛼2 𝑣2 + ⋯ + 𝛼𝑛 𝑣𝑛
onde 𝛼𝑖 , 𝑖 = 1,2, … , 𝑛 são escalares, tem o nome de vetor combinação linear dos
vetores 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 .
EXEMPLO 48
Verifique se o vetor 𝑣 = (1, 2) é ou não combinação linear dos vetores de ℝ2 dados por
𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1).
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 = 1
{
3𝛼1 + 𝛼2 = 2
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (1, 2) é combinação linear dos vetores 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (1, 1).
EXEMPLO 49
Verifique se o vetor 𝑣 = (1, 2) é ou não combinação linear dos vetores de ℝ2 dados por
𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6).
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
0=1
{
3𝛼1 + 6𝛼2 = 2
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (1, 2) não é combinação linear dos vetores
𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6).
EXEMPLO 50
Verifique se o vetor 𝑣 = (1, 2) é ou não combinação linear dos vetores de ℝ2 dados por
𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1).
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e três incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 + 2𝛼3 = 1
{
3𝛼1 + 𝛼2 − 𝛼3 = 2
livre do sistema.
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (1, 2) é combinação linear dos vetores 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1), mesmo sendo um sistema com uma infinidade de
soluções, ou seja, um sistema possível indeterminado.
NOTA IMPORTANTE: Reparemos nas matrizes ampliadas dos sistemas de equações lineares
anteriormente considerados. Para o primeiro exemplo (ver EXEMPLO 48), a matriz ampliada do
0 1⋮ 1
sistema é a seguinte [𝐴 | 𝐵] = [ ]. Repara que as colunas da matriz 𝐴 são exatamente os
3 1⋮2
vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) considerados e a coluna dos termos independentes é formada
pelas componentes do vetor 𝑣 = (1, 2), em relação ao qual pretendemos verificar se ele é ou
não combinação linear dos vetores 𝑣1 e 𝑣2 .
O mesmo se passa com o caso do segundo exemplo (ver EXEMPLO 49). Temos a matriz ampliada
⋮
[𝐴 | 𝐵] = [0 0 1], onde as colunas de A são os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6) e a coluna 𝐵 é
3 6⋮2
constituída pelo vetor 𝑣 = (1, 2).
Também relativamente ao terceiro exemplo (ver EXEMPLO 50), temos a matriz ampliada
⋮
[𝐴 | 𝐵] = [0 1 2 1 ], onde as colunas de A são os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 =
3 1 −1 ⋮ 2
(2, −1) e a coluna B é constituída pelo vetor 𝑣 = (1, 2).
___________________________________________
𝛼1 𝑣1 + 𝛼2 𝑣2 + ⋯ + 𝛼𝑛 𝑣𝑛 = 0𝐸 ⟹ 𝛼𝑖 = 0, para 𝑖 = 1, 2, … , 𝑛 (*)
EXEMPLO 51
Diga se os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) são ou não linearmente independentes. Para
resolvemos este problema e encontrarmos uma resposta, teremos de verificar se é ou
não verdadeira a implicação acima referida (*).
Então temos:
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 = 0
{
3𝛼1 + 𝛼2 = 0
EXEMPLO 52
Diga se os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6) são ou não linearmente independentes. Para
resolvemos este problema e encontrarmos uma resposta, teremos de verificar se é ou
não verdadeira a implicação acima referida (*).
Então temos:
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
0=0
{
3𝛼1 + 6𝛼2 = 0
EXEMPLO 53
Então temos:
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de três equações e duas incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 = 0
{ 3𝛼1 + 𝛼2 = 0
2𝛼1 + 𝛼2 = 0
O mesmo se passa com o caso do segundo exemplo (ver EXEMPLO 52). Temos a matriz
0 0⋮ 0
ampliada [𝐴 | 𝐵] = [ ], onde as colunas de A são os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 =
3 6⋮0
(0, 6) e a coluna 𝐵 é o vetor nulo (0, 0).
Também no terceiro exemplo (ver EXEMPLO 53) a matriz ampliada é dada por [𝐴 | 𝐵] =
0 1⋮0
[3 1⋮0], sendo as colunas de A exatamente iguais às componentes dos vetores
2 1⋮0
considerados no exemplo 9 e a coluna B é constituída pelo vetor nulo de ℝ3 .
_____________________________
𝐸 =< 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 >
Vamos dar alguns exemplos para verificar se determinados vetores são ou não
geradores do espaço vetorial dado.
EXEMPLO 54
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 = 𝑎
{3𝛼 + 𝛼 = 𝑏
1 2
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) é combinação linear dos vetores 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (1, 1), sejam quais forem os valores que 𝑎 e 𝑏 venham a tomar. Logo
concluímos que os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) são geradores do espaço vetorial ℝ2 .
Podemos então escrever que ℝ2 =< 𝑣1 , 𝑣2 >.
EXEMPLO 55
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
0=𝑎
{
3𝛼1 + 6𝛼2 = 𝑏
Resolvendo este sistema concluímos que se trata de um sistema possível só para alguns
casos, que é o caso em que 𝑎 = 0. Mas o espaço vetorial ℝ2 tem vetores cuja primeira
componente não é igual a zero. Então nem todo o vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) de ℝ2 se pode
escrever como combinação linear dos vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6). Por exemplo, o
vetor 𝑣 = (1, 2) não se pode escrever como combinação linear dos vetores
considerados. Então concluímos que os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6) não são
geradores de ℝ2 .
EXEMPLO 56
Verifique se os vetores de ℝ2 dados por 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1) são ou
não geradores de ℝ2 .
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e três incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 + 2𝛼3 = 𝑎
{
3𝛼1 + 𝛼2 − 𝛼3 = 𝑏
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) é combinação linear dos vetores 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1), mesmo sendo um sistema com uma infinidade de
soluções, ou seja, um sistema possível indeterminado. O sistema é sempre possível
sejam quais forem os valores que 𝑎 e 𝑏 venham a tomar. Logo concluímos que os vetores
𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1) são geradores do espaço vetorial ℝ2 . Podemos
então escrever que
ℝ2 =< 𝑣1 , 𝑣2 , 𝑣3 >.
EXEMPLO 57
𝛼1 = 𝑎
{3𝛼 = 𝑏
1
_____________________________________________________________________________
O mesmo se passa com o caso do segundo exemplo (ver EXEMPLO 55). Temos a matriz
0 0⋮ 𝑎
ampliada [𝐴 | 𝐵] = [ ], onde as colunas de A são os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 =
3 6⋮𝑏
(0, 6) e a coluna 𝐵 é constituída pelo vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) quaisquer que sejam os valores
de 𝑎 e de 𝑏.
Também relativamente ao terceiro exemplo (ver EXEMPLO 56), temos a matriz ampliada
⋮𝑎
[𝐴 | 𝐵] = [0 1 2 ], onde as colunas de A são os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1)
3 1 −1 ⋮ 𝑏
e 𝑣3 = (2, −1) e a coluna B é constituída pelo vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) quaisquer que sejam os
valores de 𝑎 e de 𝑏.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
1- 𝑣1 , 𝑣2 , …, 𝑣𝑛 são geradores de 𝐸
2- 𝑣1 , 𝑣2 , …, 𝑣𝑛 são linearmente independentes em 𝐸
EXEMPLO 58
Diga se os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) são ou não uma base de ℝ2 . Para resolvemos
este problema e encontrarmos uma resposta, teremos de verificar se os vetores são ou
não geradores de ℝ2 e também se são ou não linearmente independentes. Comecemos
por ver se são ou não linearmente independentes.
Então temos:
0 1⋮ 0 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 3 1⋮ 0
[𝐴 | 𝐵] = [ ] 𝐿 ⟷ 𝐿2 [ ],
3 1⋮0 1 0 1⋮0
EXEMPLO 59
Diga se os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6) são ou não uma base de ℝ2 . Para resolvemos
este problema e encontrarmos uma resposta, teremos de verificar se os vetores são ou
não geradores de ℝ2 e também se são ou não linearmente independentes. Comecemos
por ver se são ou não linearmente independentes.
Então temos:
⋮ 3 6⋮ 0
[𝐴 | 𝐵] = [0 0 0] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿1 ⟷ 𝐿2 [ ],
3 6⋮0 0 0⋮0
ou seja, car(𝐴) = car(𝐴|𝐵) = 1 ≠ n.º de incógnitas do sistema que é dois, pelo que se
trata de um sistema possível indeterminado, portanto, existe uma infinidade de
soluções que não permite afirmar que a única solução seja apenas 𝛼1 e 𝛼2 nulos. Assim
concluímos que nem todos os escalares são nulos e, por conseguinte, os vetores são
linearmente dependentes. Logo já não precisamos de ir verificar se são ou não
geradores de ℝ2 , pois já falharam uma das duas condições para serem uma base de um
espaço vetorial. Conclusão final, os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (0, 6) não constituem uma
base de ℝ2 . Mas de qualquer modo fica registada a informação de que os vetores 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (0, 6) não são geradores de ℝ2 (Como vimos no EXEMPLO 55).
EXEMPLO 60
Diga se os vetores 𝑣1 = (0, 3, 2), 𝑣2 = (1, 1, 1) são ou não uma base de ℝ3 . Para
resolvemos este problema e encontrarmos uma resposta, teremos de verificar se os
vetores são ou não geradores de ℝ3 e também se são ou não linearmente
independentes. Comecemos por ver se são ou não linearmente independentes.
Então temos:
[𝐴 | 𝐵] =
0 1⋮0 2 1⋮0 2 1 ⋮0 2 1 ⋮0
𝐿1 ⟷ 𝐿3 [3 1⋮0] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
[3 1⋮0] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐿2 = 2𝐿2 − 3𝐿1 [0 −1⋮0] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 = 𝐿3 + 𝐿2 [0 −1⋮0],
2 1⋮0 0 1⋮0 0 1 ⋮0 0 0 ⋮0
ou seja, car(𝐴) = car(𝐴|𝐵) = 2 = n.º de incógnitas do sistema, pelo que se trata de um
sistema possível determinado, portanto, uma única solução que não é mais do que
𝛼1 = 0 e 𝛼2 = 0. Assim concluímos que todos os escalares são nulos e, por conseguinte,
os vetores são linearmente independentes.
0 1⋮𝑎 2 1⋮ 𝑐 2 1⋮ 𝑐
[𝐴 | 𝐵] = [3 1⋮𝑏 ] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿1 ⟷ 𝐿3 [3 1⋮ ] 𝐿2 = 2𝐿2 − 3𝐿1 [0 −1⋮2𝑏 − 3𝑐 ]
𝑏
2 1⋮ 𝑐 0 1⋮𝑎 0 1⋮ 𝑎
2 1⋮ 𝑐
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 = 𝐿3 + 𝐿2 [0 −1⋮ 2𝑏 − 3𝑐 ],
0 0 ⋮𝑎 + 2𝑏 − 3𝑐
EXEMPLO 61
Verifique se os vetores de ℝ2 dados por 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1) são ou
não uma base de ℝ2 . Para resolvemos este problema e encontrarmos uma resposta,
teremos de verificar se os vetores são ou não geradores de ℝ2 e também se são ou não
linearmente independentes. Comecemos por ver se são ou não geradores. O exemplo
56 mostra que estes vetores são geradores de ℝ2 . Falta então verificar se eles são ou
não linearmente independentes. Temos:
⋮ 3 1 −1 ⋮ 0
[𝐴 | 𝐵] = [0 1 2 0 ] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿 ⟷ 𝐿2 [ ],
3 1 −1 ⋮ 0 1 0 1 2 ⋮0
ou seja, car(𝐴) = car(𝐴|𝐵) = 2 ≠ n.º de incógnitas do sistema que é 3, pelo que se trata
de um sistema possível indeterminado, sendo a solução dada por 𝛼1 = −𝛼3 e 𝛼2 =
−2𝛼3 , com 𝛼3 a variável livre do sistema. Então os vetores são linearmente
dependentes. Portanto, os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e 𝑣3 = (2, −1) não
constituem uma base de ℝ2 . Mas, gostaríamos de registar que estes vetores são
geradores de ℝ2 (ver o EXEMPLO 56).
________________________________
Então desta proposição e atendendo ao EXEMPLO 58, podemos desde já concluir que
qualquer base do espaço vetorial ℝ2 tem exatamente 2 vetores e a dimensão de ℝ2 é
igual a 2. A notação que vamos usar será dimℝ2 =2.
Por exemplo em ℝ2 , a base canónica é dada por 𝑏 = ((1, 0), (0, 1)); em ℝ3 , temos para
base canónica a base formada pelos vetores 𝑏 = ((1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)) e assim
sucessivamente. Também podemos afirmar que dimℝ2 =2 e dimℝ3 =3.
Ainda relativamente a estes conceitos abordados até agora, temos mais um resultado
importante:
2- 𝑣1 , 𝑣2 , …, 𝑣𝑛 são geradores de 𝐸;
Então para mostrarmos que determinados 𝑛 vetores são ou não uma base de um espaço
vetorial de dimensão 𝑛, bastará então verificarmos se é ou não verdadeira ou a condição
2 ou a condição 3 da proposição anterior.
_____________________________________________________________________________
Sugestão de trabalho: Podem resolver o exercício 11 (página 47), os exercícios 13, 14,
15, 16 (página 48), os exercícios 27, 28, 29, 30 (página 50), os exercícios 34, 35, 38 b)
(página 51), o exercício 39 (página 52), os exercícios 47, 48, 51 a) (página 53), os
exercícios 53, 54, 55, 56, 57 a), b), c), d) (página 54), os exercícios 60, 61 (página 55), o
exercício 68 (página 56), o exercício 73 (página 57), os exercícios 84, 86 (página 59) da
Sebenta para consolidação destes conteúdos programáticos.
_____________________________________________________________________________
Então temos:
𝑣 = 𝛼1 𝑣1 + 𝛼2 𝑣2 + ⋯ + 𝛼𝑛 𝑣𝑛 .
Sendo b uma base essas coordenadas existem sempre e são únicas. (O sistema
correspondente a essa igualdade será sempre possível e determinado)
É usual indicar as coordenadas de um vetor em relação a uma base como sendo uma
matriz coluna, ou seja,
𝛼1
𝑋𝑏𝑣 =[ ⋮ ]
𝛼𝑛
EXEMPLO 62
Considere o espaço vetorial ℝ2 e uma sua base dada por 𝑏 = {𝑣1 , 𝑣2 }. onde 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e consideremos o vetor 𝑣 = (1,2) de ℝ2 . Determine as coordenadas
de 𝑣 em relação à base 𝑏.
Então temos de ir escrever o vetor 𝑣 de ℝ2 como combinação linear dos vetores dados
da base 𝑏. Assim temos:
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
𝛼2 = 1
{
3𝛼1 + 𝛼2 = 2
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (1, 2) é combinação linear dos vetores 𝑣1 =
(0, 3), 𝑣2 = (1, 1) e as suas coordenadas são representadas pela matriz coluna 𝑋𝑏𝑣 =
1
𝛼1
[𝛼 ] = [ 3 ].
2 1
EXEMPLO 63
Considere o espaço vetorial ℝ2 e uma sua base dada por 𝑏′ = {𝑢1 , 𝑢2 }. onde 𝑢1 =
(1, 3), 𝑢2 = (1, 1) e consideremos o mesmo vetor 𝑣 = (1,2) de ℝ2 dado no exemplo 1.
Determine agora as coordenadas desse mesmo vetor 𝑣 mas agora em relação à base 𝑏′.
Então temos de escrever o vetor 𝑣 de ℝ2 como combinação linear dos vetores dados
da base 𝑏′. Assim temos:
Agora dois vetores são iguais se as componentes forem iguais. Então vamos ter de
resolver um sistema de duas equações e duas incógnitas que é o seguinte:
𝛼1 + 𝛼2 = 1
{
3𝛼1 + 𝛼2 = 2
Então mostramos assim que o vetor 𝑣 = (1, 2) é combinação linear dos vetores 𝑢1 =
𝑣
(1, 3), 𝑢2 = (1, 1) e as suas coordenadas são representadas pela matriz coluna 𝑋𝑏′ =
1
𝛼1
[𝛼 ] = [21].
2
2
_____________________________________________________________________________
Além disso reparemos ainda nas matrizes ampliadas dos sistemas de equações lineares
anteriormente considerados. Para o primeiro exemplo (ver EXEMPLO 62), a matriz
0 1⋮ 1
ampliada do sistema é a seguinte [𝐴 | 𝐵] = [ ]. Repare que as colunas da matriz
3 1⋮2
𝐴 são exatamente os vetores 𝑣1 = (0, 3), 𝑣2 = (1, 1) da base considerada e a coluna
dos termos independentes é formada pelo vetor 𝑣 do espaço vetorial que estamos a
considerar e em relação ao qual pretendemos calcular as respetivas coordenadas em
relação à base formada por 𝑣1 e por 𝑣2 .
O mesmo se passa com o caso do segundo exemplo (ver EXEMPLO 63). Temos a matriz
1 1⋮ 1
ampliada [𝐴 | 𝐵] = [ ], onde as colunas de A são os vetores 𝑢1 = (1, 3), 𝑢2 =
3 1⋮2
(1, 1) e a coluna 𝐵 é o vetor 𝑣.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
1- 𝑆 é um conjunto não vazio, isto é, temos a garantia que 𝑆 tem, pelo menos, um
elemento;
É fácil verificar que os vetores que pertencem a 𝑆 estão no eixo dos 𝑦 e que os vetores
que pertencem a 𝑇 estão no eixo dos 𝑥. Ora ambos os subconjuntos dados verificam as
três condições de subespaço vetorial registadas na definição 1. Por exemplo o vetor
(0,0) pertence a ambos, o que mostra que tanto 𝑆 como 𝑇 são conjuntos não vazios.
Também é fácil verificar que se somarmos dois quaisquer vetores de 𝑆 resulta ainda um
vetor que pertence na mesma a 𝑆, o que mostra que 𝑆 é fechado para a adição.
Finalmente a multiplicação de qualquer escalar por qualquer vetor de 𝑆 origina ainda
um vetor que pertence a 𝑆. Logo 𝑆 é um subespaço de ℝ2 . De modo análogo se conclui
que também 𝑇 é um subespaço vetorial de ℝ2 .
EXEMPLO 65
Então relativamente aos conjuntos 𝑆 e 𝑇 dados no EXEMPLO 62, a sua reunião é dada
pelo conjunto
9
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=eixos+coordenados+x+e+y&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=AL
eKk02uzRwOpH-iZIO7QlR4MRgx-
Efd3A:1590854607395&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjh_Iye-
9vpAhXeAmMBHeG8A2YQ_AUoAXoECAwQAw&biw=1600&bih=789#imgrc=ODRfEKO-
r2tq8M&imgdii=zZaRBC6rGhRpLM em 30 de maio de 2020.
Quanto à interseção de 𝑆 com 𝑇, ela não é mais do que o conjunto
Então relativamente aos conjuntos 𝑆 e 𝑇 dados no EXEMPLO 62, a sua interseção é dada
pelo conjunto
= {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 : 𝑥 = 0 𝑒 𝑦 = 0}
= {(0, 0)}
𝑆+𝑇
= {𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑜𝑏𝑡ê𝑚 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑆 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑇}
Então relativamente aos conjuntos 𝑆 e 𝑇 dados no EXEMPLO 62, a sua soma é dada pelo
conjunto
10
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=+a+origem+dos+eixos+coordenados+x+e+y&tbm=isch&ved=2ahUK
EwjSq8-f-9vpAhUS_IUKHQXwDrAQ2-
cCegQIABAA&oq=+a+origem+dos+eixos+coordenados+x+e+y&gs_lcp=CgNpbWcQDDoECAAQHlCz-
QxYkpkNYOGnDWgAcAB4AIABVYgB3giSAQIxNJgBAKABAaoBC2d3cy13aXotaW1n&sclient=img&ei=0oPSX
tL6IpL4lwSF4LuACw&bih=789&biw=1600&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876#imgrc=t41n4yu9_KgGeM em
30 de maio de 2020.
𝑆+𝑇 =
{𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑜𝑏𝑡ê𝑚 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑆 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑇}
=ℝ2
11
Imagem retirada de
https://www.google.com/search?q=O+plano+cartesiano&rlz=1C1GCEA_enPT876PT876&sxsrf=ALeKk03I
R3tEFbCmmydsYF8B7W10n_xvHA:1589067511388&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiC8Kj
k-afpAhXIxIUKHQi2BFsQ_AUoAXoECBIQAw&biw=1600&bih=740#imgrc=yXMnn01Klk406M no dia 10 de
maio de 2020.
5- dim( 𝑆 + 𝑇) = dim(𝑆) + dim(𝑇) − dim( 𝑆 ∩ 𝑇). (também é conhecida por ser
a equação das dimensões)
_____________________________________________________________________________
EXEMPLO 66
Então os elementos de 𝑆 são os pontos que estão no eixo dos 𝑦 e os elementos de 𝑇 são
os pontos que estão no eixo dos 𝑥 como já tinha sido referido no exemplo 1. Ora
considerando os vetores 𝑣1 = (0, 2) e 𝑣2 = (1, 0), acontece que 𝑣1 está em 𝑆 e que 𝑣2
está em 𝑇. Então tanto 𝑣1 como 𝑣2 estão em 𝑆 ∪ 𝑇 . No entanto, o vetor 𝑣1 + 𝑣2 =
(1, 2) não está em 𝑆 ∪ 𝑇, porque nem está em 𝑆 nem está em 𝑇. Este exemplo mostra
que 𝑆 ∪ 𝑇 não é fechado para a adição e, portanto, não é um subespaço vetorial de ℝ2 .
Muitos outros exemplos se poderiam dar para mostrar que a reunião de dois subespaços
vetoriais do mesmo espaço vetorial nem sempre é um subespaço vetorial.
_____________________________________________________________________________
De seguida vamos abordar como calcular uma base da interseção de dois subespaços
vetoriais do mesmo espaço vetorial. Recordemos que base é um conjunto de vetores
que são geradores e linearmente independentes. O cálculo da interseção de dois
subespaços vetoriais reduz-se à resolução de um sistema de equações lineares cujas
equações são as condições a que devem satisfazer os elementos de cada um dos
subespaços vetoriais considerados. Então dados dois subespaços vetoriais 𝑆 e 𝑇 de um
mesmo espaço vetorial 𝐸, para calcular o subespaço 𝑆 ∩ 𝑇 temos de resolver um
sistema de equações do tipo
Vamos apresentar três exemplos para mostrar como se calcula a sua interseção. O
primeiro exemplo que vamos apresentar é um caso especial em que a base é vazia e a
dimensão do subespaço interseção é igual a zero. Quanto aos outros exemplos, já esta
situação não vai acontecer.
EXEMPLO 67
EXEMPLO 68
𝑥+𝑦+𝑧 =0
{ 2𝑧 = 0
2𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 0
1 1 1 ⋮0 1 1 1 ⋮0
[0 0 2⋮0] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 → 𝐿3 − 2𝐿1 [0 0 2⋮0],
2 2 2⋮0 0 0 0⋮0
ou seja,
EXEMPLO 69
𝑆 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 : 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 0 } e 𝑇 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ3 : 2𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 0 }.
𝑥+𝑦+𝑧 = 0
{
2𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 0
1 1 1 ⋮ 0 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 1 1 1 ⋮0
[ ] 𝐿 → 𝐿2 − 2𝐿1 [ ],
2 2 2 ⋮0 2 0 0 0 ⋮0
ou seja,
Logo qualquer vetor de 𝑆 ∩ 𝑇 se escreve como combinação linear dos vetores (−1,1,0)
e (−1, 0,1), ou seja, estes vetores são geradores de 𝑆 ∩ 𝑇. Falta verificar se estes vetores
são linearmente independentes para serem uma base de 𝑆 ∩ 𝑇. Temos então de ver se
os vetores são linearmente independentes:
_____________________________________________________________________________
De seguida vamos abordar como calcular uma base da soma de dois subespaços
vetoriais do mesmo espaço vetorial. Recordemos que base é um conjunto de vetores
que são geradores e linearmente independentes.
𝑆 + 𝑇 = 〈𝑈 ∪ 𝑉〉.
𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑆
𝐴=( )
𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑇
Vamos apresentar três exemplos para mostrar como se calcula a sua soma.
EXEMPLO 70
Geradores de 𝑆: (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑆 ⇔ (−𝑦, 𝑦) = 𝑦(−1, 1), com 𝑦 uma variável livre; então
concluímos que o vetor (−1, 1) é um gerador de 𝑆 e podemos escrever 𝑆 =< (−1, 1) >.
Geradores de 𝑇: (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑇 ⇔ (−5𝑦, 𝑦) = 𝑦(−5, 1), com 𝑦 uma variável livre; então
concluímos que o vetor (−5, 1) é um gerador de 𝑆 e podemos escrever 𝑇 =<
(−5, 1) >.
Agora que já temos os geradores dos dois subespaços vetoriais, vamos formar a matriz
seguinte:
−1 1
𝐴=( ),
−5 1
cujas linhas de 𝐴 são os geradores dos subespaços vetoriais considerados. Vamos então
colocar a matriz na forma em escada de linhas e obtemos então neste caso que:
−1 1 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ −1 1
𝐴=( ) 𝐿 → 𝐿2 − 5𝐿1 ( ),
−5 1 2 0 −4
EXEMPLO 71
Agora que já temos os geradores dos dois subespaços vetoriais, vamos formar a matriz
seguinte:
1 1 0
𝐴 = (−3 0 1),
−6 0 2
1 1 0 1 1 0 1 1 0
𝐴 = (−3 0 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
1) 𝐿2 → 𝐿2 + 3𝐿1 ( 0 3 1) 𝐿3 → 𝐿3 + 6𝐿1 (0 3 1)
−6 0 2 −6 0 2 0 6 2
1 1 0
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 → 𝐿3 − 2𝐿2 (0 3 1),
0 0 0
EXEMPLO 72
Para calcularmos a soma, como já temos os geradores dos dois subespaços vetoriais,
vamos formar a seguinte matriz:
−6 0
𝐴 = [−1 0],
3 0
cujas linhas de 𝐴 são os geradores dos subespaços vetoriais considerados, a primeira
linha é o gerador de 𝑆 e as duas últimas linhas são os geradores de 𝑇. Vamos então
colocar a matriz na forma em escada de linhas e obtemos então neste caso que:
−6 0 −6 0 −6 0
𝐴 = [−1 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
0] 𝐿2 → 6𝐿2 − 𝐿1 [ 0 0] 𝐿3 → 2𝐿3 + 𝐿1 [ 0 0],
3 0 3 0 0 0
o que significa que car(A)=1=dim(𝑆 + 𝑇) e o gerador para 𝑆 + 𝑇 poderá ser o vetor que
constitui a primeira linha da matriz na forma em escada, ou a primeira linha de A que
neste caso são coincidentes. Podemos então concluir que 𝑏 = ((−6,0)) é uma base de
𝑆 + 𝑇. Podemos então concluir que 𝑆 + 𝑇=<(−6,0) >.
_____________________________________________________________________________
Os subespaços vetoriais dos EXEMPLOS 64 e 65 estão em soma direta, uma vez que a
sua interseção é igual ao subespaço nulo.
_____________________________________________________________________________
Sugestão de trabalho: Podem resolver os exercícios 10 (página 47), 18, 19, 20, 22, 23
(página 49), 24, 25, 26 (página 50), 36, 37 (página 51), 40, 41, 42 (página 52), 44 (página
53), 64 (página 55), 65, 69 (página 56), 72, 74 (página 57) e 75, 77, 80 (página 58) da
Sebenta para consolidação deste conteúdo programático.
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EXEMPLO 73
𝑓(𝑣 + 𝑣 ′ ) = 𝑓(𝑎 + 𝑐, 𝑏 + 𝑑) = (𝑎 + 𝑐 + 𝑏 + 𝑑, 0) = (𝑎 + 𝑏, 0) + (𝑐 + 𝑑, 0) =
𝑓(𝑣) + 𝑓(𝑣´),
𝑓(𝛼𝑣) = 𝑓(𝛼(𝑎, 𝑏)) = 𝑓(𝛼𝑎, 𝛼𝑏) = (𝛼𝑎 + 𝛼𝑏, 0) = 𝛼(𝑎 + 𝑏, 0) = 𝛼𝑓(𝑎, 𝑏) = 𝛼𝑓(𝑣),
o que mostra que 𝑓 preserva a multiplicação escalar. Logo como são verdadeiras as duas
condições da Definição 1, concluímos que 𝑓 é uma aplicação linear ou um morfismo.
EXEMPLO 74
o que mostra que 𝑓 não preserva a adição. Consideremos para 𝑣 = (1,2) e 𝑣 ′ = (−1,5)
de ℝ2 . Então temos:
o que mostra que 𝑓 não preserva a adição, pois 𝑓(𝑣 + 𝑣 ′ ) = (7, 3) ≠ (7,6) = 𝑓(𝑣) +
𝑓(𝑣´).
Notemos que a condição 2 da Definição anterior também não é válida para qualquer
escalar 𝛼 e para qualquer vetor 𝑣 = (𝑎, 𝑏) de ℝ2 . Mas mesmo que fosse, como falha a
condição 1 já não é aplicação linear.
_____________________________________________
Muitos outros exemplos se poderiam dar para verificar se uma dada aplicação é ou não
uma aplicação linear, mas tais exemplos/exercícios serão tratados nas aulas práticas
correspondentes.
_____________________________________________________________________________
𝛼1
𝑓(𝑣 )
𝑓(𝑣1 ) = 𝛼1 𝑢1 + 𝛼2 𝑢2 + ⋯ + 𝛼𝑚 𝑢𝑚 , o que permite calcular 𝑋𝑏2 1 = [ ⋮ ], que não é
𝛼𝑚
mais do que a primeira coluna da matriz 𝐴;
𝛽1
𝑓(𝑣2 )
𝑓(𝑣2 ) = 𝛽1 𝑢1 + 𝛽2 𝑢2 + ⋯ + 𝛽𝑚 𝑢𝑚 , o que permite calcular 𝑋𝑏2 = [ ⋮ ], que não é
𝛽𝑚
mais do que a segunda coluna da matriz 𝐴;
⋮
𝛾1
𝑓(𝑣 )
𝑓(𝑣𝑛 ) = 𝛾1 𝑢1 + 𝛾2 𝑢2 + ⋯ + 𝛾𝑚 𝑢𝑚 , o que permite calcular 𝑋𝑏2 𝑛 = [ ⋮ ], que não é
𝛾𝑚
mais do que a coluna 𝑛 da matriz 𝐴;
Vamos dar alguns exemplos para calcular a matriz de uma aplicação linear em relação a
um par de bases (base do conjunto de partida e base do conjunto de chegada).
EXEMPLO 75
𝑓(𝑣2 ) 𝛽1
mais do que a primeira coluna da matriz 𝐴; e ainda 𝑋𝑏2 =[ ], que não é mais
𝛽2
do que a segunda coluna da matriz 𝐴; neste caso a matriz 𝐴 terá duas linhas e
duas colunas. Calculemos então a primeira coluna e temos:
3⋮ 3 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ −1 3 ⋮ 3
[𝐴 | 𝐵] = [−1 ] 𝐿 = 𝐿2 + 3𝐿1 [ ]
3 2⋮0 2 0 11 ⋮ 9
6
e, portanto, resolvendo o sistema, a solução encontrada é a seguinte 𝛼1 = − 11 e 𝛼2 =
6
9 (3,0) 𝛼1 −
, ou seja, 𝑋𝑏2 = [𝛼 ] = [ 11
9 ], que constitui a primeira coluna da matriz 𝐴;
11 2
11
⋮ −1 3 ⋮ 5
[𝐴 | 𝐵] = [−1 3 5] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿2 = 𝐿2 + 3𝐿1 [ ]
3 2⋮0 0 11 ⋮ 15
10
e, portanto, resolvendo o sistema, a solução encontrada é a seguinte 𝛽1 = − 11 e 𝛽2 =
10
15 (5,0) 𝛽 − 11
, ou seja, 𝑋𝑏2 = [ 1 ] = [ 15 ], que constitui a segunda coluna da matriz 𝐴;
11 𝛽2
11
6 10
− − 11
𝐴 = 𝑚(𝑓)𝑟𝑒𝑙(𝑏1 , 𝑏2 ) = [ 11
9 15].
11 11
EXEMPLO 76
[𝐴 | 𝐵]
−1 3 0 ⋮3 −1 3 0⋮3 −1 3 0⋮ 3
=[ 3 0 1⋮0] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿2 = 𝐿2 + 3𝐿1 [ 0 9 1⋮9] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 = 9𝐿3 − 2𝐿2 [ 0 9 1⋮ 9 ]
0 2 1 ⋮4 0 2 1⋮4 0 0 7⋮18
6 5
e, portanto, resolvendo o sistema, a solução encontrada é a seguinte 𝛼1 = − 7 , 𝛼2 = 7
6
−7
𝛼1
18 (3,0,4) 5
e 𝛼3 = , ou seja, 𝑋𝑏2 𝛼
= [ 2] = , que constitui a primeira coluna da matriz 𝐴;
7 7
𝛼3 18
[ 7 ]
[𝐴 | 𝐵]
−1 3 0⋮ 5 −1 3 0⋮ 5 −1 3 0⋮ 5
=[ 3 0 1⋮ 0 ] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿2 = 𝐿2 + 3𝐿1 [ 0 9 1⋮15] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿3 = 9𝐿3 − 2𝐿2 [ 0 9 1⋮15]
0 2 1⋮10 0 2 1⋮10 0 0 7⋮60
20 5
e, portanto, resolvendo o sistema, a solução encontrada é a seguinte 𝛽1 = − , 𝛽2 = 7
7
20
−
𝛽1 7
60 (5,0,10) 5
e 𝛽3 = , ou seja, 𝑋𝑏2 = [𝛽2 ] = 7
, que constitui a segunda coluna da matriz
7
𝛽3 60
[ 7 ]
𝐴;
_____________________________________________
Muitos outros exemplos se poderiam dar para calcular a matriz de uma aplicação linear
em relação a um par de bases, mas tais exemplos/exercícios serão tratados nas aulas
práticas correspondentes.
_____________________________________________________________________________
Como tanto o núcleo como a imagem de uma aplicação linear constituem subespaço
vetoriais então podemos calcular a sua dimensão e também uma sua base. A próxima
proposição poderá ajudar nesse cálculo.
EXEMPLO 77
𝑥+𝑦 =0 𝑥 = −𝑦
{ ⇔ {𝑦 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒
0=0
A solução deste sistema é o subespaço núcleo que pretendemos calcular. Assim temos:
Então (−1, 1) é um gerador do 𝑁𝑢𝑐𝑓 e como é um único vetor não nulo, ele é
linearmente independente e como tal constitui uma base para o subespaço núcleo de
𝑓. Então 𝑁𝑢𝑐𝑓 =< (−1,1) > e dim 𝑁𝑢𝑐𝑓 = 1.
Vamos agora calcular a dimensão e uma base para o subespaço imagem de 𝑓. Usando a
Proposição 9 já podemos saber a dimensão da Imagem de 𝑓, pois já calculamos a
dimensão do núcleo de 𝑓. Então usando o item 3 da Proposição 9, obtemos que
dim(𝐼𝑚𝑓 )=dim(ℝ2 ) − dim(𝑁𝑢𝑐𝑓 ) ⟺ dim(𝐼𝑚𝑓 ) = 2 − 1 ⟺ dim(𝐼𝑚𝑓 ) = 1. Então já
sabemos que uma base para a Imagem de 𝑓 terá apenas um vetor. Calculemos então os
geradores de Imagem de 𝑓. Temos
Ora como os potenciais geradores que encontramos são iguais, temos apenas um
gerador que é o vetor (1,0), ou seja, 𝐼𝑚𝑓 =< (1,0) >. Este único gerador é um vetor
linearmente independente e, portanto, constitui uma base para a Imagem de 𝑓.
EXEMPLO 78
Vamos calcular o respetivo núcleo e a respetiva imagem. Comecemos desta vez pela
Imagem de 𝑓. Temos então:
1 0 0 ⟶ 1 0 0
𝐴=( )𝐿 = 𝐿 − 𝐿 ( ).
1 0 2 2 2 1 0 0 2
Então car(𝐴)=2=dim(𝐼𝑚𝑓 ) e uma base para a imagem podem ser as duas linhas de 𝐴 ou
as duas linhas da matriz na forma em escada. Então 𝐼𝑚𝑓 =< (1,0,0); (1,0,2) >.
Para agora sabermos já qual é a dimensão do núcleo de 𝑓, vamos mais uma vez usar o
item 3 da Proposição 9 e temos que dim(𝑁𝑢𝑐𝑓 )=dim(ℝ2 ) − dim(𝐼𝑚𝑓 ) ⟺
dim(𝑁𝑢𝑐𝑓 ) = 2 − 2 ⟺ dim(𝑁𝑢𝑐𝑓 ) = 0. Então nem precisamos de efetuar mais
nenhum cálculo, pois se dim(𝑁𝑢𝑐𝑓 ) = 0 então significa que o núcleo de 𝑓 é constituído
apenas pelo vetor nulo do conjunto de partida que neste caso é ℝ2 . Então 𝑁𝑢𝑐𝑓 =
{(0,0)}.
𝑥+𝑦 =0 𝑥=0
{ ⟺{
2𝑦 = 0 𝑦=0
A solução deste sistema é o subespaço núcleo que pretendemos calcular. Assim temos
𝑁𝑢𝑐𝑓 = {(0,0)}. Então dim 𝑁𝑢𝑐𝑓 = 0 e dizemos que a base é vazia.
_____________________________________________________________________________
2- 𝐼𝑚𝑓 = 𝐸′ se e só se 𝑓 é epimorfismo;
4- dim(𝑁𝑢𝑐𝑓 ) = 0 se e só se 𝑓 é monomorfismo.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Então comecemos pela definição formal de matriz de mudança de base num dado
espaço vetorial:
Definição: Dado um espaço vetorial 𝐸 de dimensão finita 𝑛 e dadas duas suas bases
distintas, 𝑏1 = {𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 } e 𝑏2 = {𝑢1 , 𝑢2 , … , 𝑢𝑛 }, dizemos que 𝑃𝑏1 ⟶𝑏2 =
𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛
[ ⋮ ⋱ ⋮ ] é a matriz de mudança da base 𝒃𝟏 para a base 𝒃𝟐 (ou matriz de
𝑎𝑛1 𝑎𝑛2 ⋯ 𝑎𝑛𝑛
passagem da base 𝑏1 para a base 𝑏2 ) se a primeira coluna da matriz 𝑃𝑏1 ⟶𝑏2 for
constituída pelas coordenadas do vetor 𝑣1 na base 𝑏2 , se a segunda coluna da matriz
𝑃𝑏1 ⟶𝑏2 for constituída pelas coordenadas do vetor 𝑣2 na base 𝑏2 , se a terceira coluna
da matriz 𝑃𝑏1 ⟶𝑏2 for constituída pelas coordenadas do vetor 𝑣3 na base 𝑏2 , e assim
sucessivamente.
Vamos dar alguns exemplos para calcular a matriz de mudança de uma base para outra
base de um dado espaço vetorial.
EXEMPLO 79
1⋮ 0 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 1 1 ⋮ 0
[𝐴 | 𝐵] = [1 ] 𝐿 = 𝐿2 − 3𝐿1 [ ]
3 1⋮3 2 0 −2 ⋮ 3
3 3 𝑣 𝛼1
e, portanto, a solução encontrada é a seguinte 𝛼1 = 2 e 𝛼2 = − 2, ou seja, 𝑋𝑏′1 = [𝛼 ] =
2
3
2
[ 3].
−2
1⋮ 1 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ 1 1⋮ 1
[𝐴 | 𝐵] = [1 ] 𝐿 = 𝐿2 − 3𝐿1 [ ]
3 1⋮1 2 0 −2 ⋮ −2
𝑣 𝛼1
e, portanto, a solução encontrada é a seguinte 𝛼1 = 0 e 𝛼2 = 1, ou seja, 𝑋𝑏′2 = [𝛼 ] =
2
0
[ ].
1
Então já temos todos os elementos necessários para formar a matriz de mudança de
base pretendida e neste caso vem:
3
0
2
𝑃𝑏⟶𝑏′ = [ 3 ].
−2 1
EXEMPLO 80
⋮ 3 1⋮ 3
[𝐴 | 𝐵] = [0 1 1] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿1 ⟷ 𝐿2 [ ]
3 1⋮3 0 1⋮1
2 𝑣 𝛼1
e, portanto, a solução encontrada é a seguinte 𝛼1 = 3 e 𝛼2 = 1, ou seja, 𝑋𝑏′1 = [𝛼 ] =
2
2
[ 3 ].
1
⋮ 3 1⋮ 1
[𝐴 | 𝐵] = [0 1 1] ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐿1 ⟷ 𝐿2 [ ]
3 1⋮1 0 1⋮1
𝑣 𝛼1
e, portanto, a solução encontrada é a seguinte 𝛼1 = 0 e 𝛼2 = 1, ou seja, 𝑋𝑏′2 = [𝛼 ] =
2
0
[ ].
1
2
0
𝑄𝑏′⟶𝑏 = [ 3 ].
1 1
_____________________________________________________________________________
NOTA IMPORTANTE: Façamos o produto das duas matrizes de mudança de base
3
0 2
0
2
encontradas nos exemplos 79 e 80, ou seja, 𝑃𝑏⟶𝑏′ × 𝑄𝑏′⟶𝑏 = [ 3 ] × [3 ]=
−2 1 1 1
3
1 0
2
0 0 1 0
[ ] = 𝐼2 e 𝑄𝑏′⟶𝑏 × 𝑃𝑏⟶𝑏′ = [ 3 ] × [ 23 ]=[ ] = 𝐼2 . Mais ainda vamos
0 1 1 1 −2 1 0 1
3 1 1
0 1 2
0
1
2 2
𝑃𝑏⟶𝑏′ × 𝑋𝑏𝑣 =[ 3
𝑣 𝑣
] × [ 3 ] = [1] = 𝑋𝑏′ e 𝑄𝑏′⟶𝑏 × 𝑋𝑏′ = [ 3 ] × [21] = [ 3 ] = 𝑋𝑏𝑣
−2 1 1 1 1 1
2 2
_____________________________________________________________________________
Proposição 11: Seja 𝐸 um dado espaço vetorial de dimensão finita 𝑛 e duas suas bases
distintas, 𝑏 = {𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 } e 𝑏′ = {𝑢1 , 𝑢2 , … , 𝑢𝑛 }. Sejam 𝑃𝑏⟶𝑏′ e 𝑄𝑏′⟶𝑏 as matrizes
de mudança da base 𝑏 para a base 𝑏′ e a de mudança da base 𝑏′ para a base 𝑏
respetivamente. Sejam 𝑋𝑏𝑣 e 𝑋𝑏′
𝑣
as matrizes coluna que representam as coordenadas de
um dado vetor 𝑣 em relação às bases 𝑏 e 𝑏′ respetivamente. Então as seguintes
afirmações são verdadeiras:
_____________________________________________________________________________
Os próximos conceitos que vão ser introduzidos estão relacionados com o cálculo de
determinantes e ainda com a resolução de sistemas homogéneos. Terão uma grande
importância para a diagonalização de matrizes que será abordado na próxima aula
teórica. Tais conceitos são conhecidos por valores próprios (ou autovalores) e vetores
próprios (ou autovetores) que estão associados a cada um dos valores próprios da
matriz quadrada, caso existam.
|𝐴 − 𝑥𝐼𝑛 |.
EXEMPLO 81
2 1 1 1 5 −1
0 −1
Considere as matrizes 𝐴 = ( ), 𝐵 = [2 3 2] e 𝐶 = [ 0 −2 1 ].
1 0
3 3 4 −4 0 3
Calculemos o polinómio característico de cada uma destas matrizes. Assim temos:
|𝐴 − 𝑥𝐼2 | = |−𝑥 −1
| = 𝑥 2 + 1,
1 −𝑥
2−𝑥 1 1
|𝐵 − 𝑥𝐼3 | = | 2 3−𝑥 2 | = −(𝑥 − 1)2 (𝑥 − 7) = −𝑥 3 + 9𝑥 2 − 15𝑥 + 7
3 3 4−𝑥
1−𝑥 5 −1
|𝐶 − 𝑥𝐼3 | = | 0 −2 − 𝑥 1 | = (3 − 𝑥)(𝑥 − 2)(𝑥 + 3) = −𝑥 3 + 2𝑥 2 + 9𝑥 −
−4 0 3−𝑥
18.
Repara que a matriz 𝐴 é de ordem 2 e, portanto, o seu polinómio característico é de
grau 2. O coeficiente do termo de grau 2 é 1 = (−1)2 e o termo de grau zero é 1 =
𝑑𝑒𝑡(𝐴). De modo análogo, em relação à matriz 𝐵, sendo uma matriz de ordem 3, o seu
polinómio característico é de grau 3, o coeficiente do termo de grau 3 é −1 = (−1)3 e
o termo de grau zero é igual a 7 = 𝑑𝑒𝑡(𝐵). Também para a matriz 𝐶, temos que −1 =
(−1)3 é o valor do coeficiente do termo de grau 3 e −18 = 𝑑𝑒𝑡(𝐶) é o coeficiente do
termo de grau zero.
|𝐴 − 𝜆𝐼𝑛 | = 0.
Repare que 𝜆 não é mais do que uma raiz do polinómio característico da matriz 𝐴. Ao
conjunto dos valores próprios de uma matriz quadrada 𝐴 dá-se o nome de espetro de 𝐴
e vamos representar esse conjunto por 𝑒𝑠𝑝(𝐴).
EXEMPLO 82
Para a matriz 𝐴:
Para a matriz 𝐵:
Para a matriz 𝐶:
- A matriz 𝐵 tem dois valores próprios que são 1 e 7, ou seja, 𝑒𝑠𝑝(𝐵)={1, 7};
- A matriz 𝐶 tem três valores próprios que são −3, 2 e 3, ou seja, 𝑒𝑠𝑝(𝐶)={−3, 2, 3}.
_____________________________________________________________________________
Nota Importante:
Analisando o EXEMPLO 82, podemos desde já concluir neste contexto que para uma
qualquer matriz quadrada de ordem 𝑛, pode acontecer uma das seguintes situações:
- ou tem menos do que 𝑛 valores próprios, podendo haver neste caso repetição dos
valores próprios, ou seja, as raízes do polinómio característico não são todas raízes
simples.
𝑑
|𝐴 − 𝑥𝐼𝑛 | = (−1)𝑛 (𝑥 − 𝜆1 )𝑎 (𝑥 − 𝜆2 )𝑏 (𝑥 − 𝜆3 )𝑐 … (𝑥 − 𝜆𝑝 ) ,
𝑚𝑎 (𝜆1 ) = 𝑎
𝑚𝑎 (𝜆2 ) = 𝑏
𝑚𝑎 (𝜆3 ) = 𝑐
.
.
𝑚𝑎 (𝜆𝑝 ) = 𝑑
Voltando a nossa atenção para o EXEMPLO 82, então podemos concluir que os valores
próprios 1 e 7 da matriz 𝐵 têm multiplicidades algébricas dadas por 2 e 1,
respetivamente e escrevemos 𝑚𝑎 (1) = 2 e 𝑚𝑎 (7) = 1. Já relativamente à matriz 𝐶,
temos que para os seus três valores próprios, temos que 𝑚𝑎 (−3) = 1, 𝑚𝑎 (2) = 1 e
𝑚𝑎 (3) = 1, uma vez que as raízes do seu polinómio característico são todas elas raízes
simples.
________________________________________________________________________
A seguir vamos apresentar a definição de vetor próprio de uma dada matriz quadrada
associado a um dado valor próprio dessa matriz.
Definição: Dada uma matriz quadrada 𝐴 de ordem 𝑛 e seja 𝜆 um seu valor próprio.
Chama-se vetor próprio (ou autovetor) de 𝐴 associado ao valor próprio 𝜆 ao vetor 𝑣 não
nulo que é solução do seguinte sistema homogéneo:
(𝐴 − 𝜆𝐼𝑛 )𝑣 = 0.
Este sistema homogéneo pela definição de valor próprio será sempre possível
indeterminado. Vamos representar o conjunto dos vetores próprios de uma dada matriz
quadrada 𝐴 de ordem 𝑛 associados a um dado valor próprio 𝜆 por
EXEMPLO 83
Considere as matrizes 𝐵 e 𝐶 dadas nos exemplos anteriores. Para estas matrizes vamos
calcular os seus vetores próprios associados a cada um dos valores próprios. Temos:
Para a matriz 𝐵:
Para 𝜆 = 1:
2 1 1 1 0 0 𝑎 0
(𝐵 − 𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([2 3 2] − [0 1 0]) (𝑏 ) = (0), o que vai origem a um
3 3 4 0 0 1 𝑐 0
sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente igual
ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste caso o seguinte
sistema de equações lineares:
𝑎+𝑏+𝑐 =0
{2𝑎 + 2𝑏 + 2𝑐 = 0
3𝑎 + 3𝑏 + 3𝑐 = 0
1 1 1|0 → 1 1 1|0
[𝐵|0] = [2 2 2|0] 𝐿2 → 𝐿2 − 2𝐿1 [0 0 0|0], dando origem a que {𝑎 + 𝑏 + 𝑐 =
3 3 3|0 𝐿3 → 𝐿3 − 3𝐿1 0 0 0|0
𝑎 = −𝑏 − 𝑐
0⟺{ 𝑏∈ℝ .
𝑐∈ℝ
Para 𝜆 = 7:
2 1 1 1 0 0 𝑎 0
(𝐵 − 7𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([2 3 2] − 7 [0 1 0]) (𝑏 ) = (0), o que vai origem a um
3 3 4 0 0 1 𝑐 0
sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente igual
ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste caso o seguinte
sistema de equações lineares:
−5𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 0
{2𝑎 − 4𝑏 + 2𝑐 = 0
3𝑎 + 3𝑏 − 3𝑐 = 0
seja,
1 2
𝑉𝐵 (7) = {𝑣 ∈ ℝ3 : (𝐵 − 7𝐼3 )𝑣 = 0} \{(0, 0, 0)}={(3 𝑐, 3 𝑐, 𝑐 ) : 𝑐 não nulo}
_________________________________________________
Para a matriz 𝐶:
Para 𝜆 = −3:
1 5 −1 1 0 0 𝑎 0
(𝐶 + 3𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([ 0 −2 1 ] + 3 [0 𝑏
1 0]) ( ) = (0), o que vai origem a
−4 0 3 0 0 1 𝑐 0
um sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente
igual ao conjunto de vetores próprios procurados.
4𝑎 + 5𝑏 − 𝑐 = 0
{ 𝑏+𝑐 =0
−4𝑎 + 6𝑐 = 0
3
𝑉𝐶 (−3) = {𝑣 ∈ ℝ3 : (𝐶 + 3𝐼3 )𝑣 = 0} \{(0, 0, 0)}={(2 𝑐, −𝑐, 𝑐) : 𝑐 não nulo}
Para 𝜆 = 2:
1 5 −1 1 0 0 𝑎 0
(𝐶 − 2𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([ 0 −2 1 ] − 2 [0 1 0]) (𝑏 ) = (0), o que vai origem a
−4 0 3 0 0 1 𝑐 0
um sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente
igual ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste caso o seguinte
sistema de equações lineares:
−𝑎 + 5𝑏 − 𝑐 = 0
{ −4𝑏 + 𝑐 = 0
−4𝑎 + 𝑐 = 0
[𝐶|0] =
−1 5 −1|0 → −1 5 −1|0 → −1 5 −1|0
|
[ 0 −4 1 0] 𝐿 → 𝐿 − 4𝐿 [ 0 −4 1 0] 𝐿 → 𝐿 − 5𝐿 [ 0 −4 1 |0]
|
3 3 1 3 3 2
−4 0 1 |0 0 −20 5 |0 0 0 0 |0
, dando origem a que
𝑎=𝑏
−𝑎 + 5𝑏 − 𝑐 = 0
{ ⟺ {𝑐 = 4𝑏 . Então os vetores próprios da matriz 𝐶 associados ao
−4𝑏 + 𝑐 = 0
𝑏∈ℝ
valor próprio 𝜆 = 2 são do tipo 𝑣 = (𝑏, 4𝑏, 𝑏), com 𝑏 ∈ ℝ\{0}, isto é,
Para 𝜆 = 3:
1 5 −1 1 0 0 𝑎 0
(𝐶 − 3𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([ 0 −2 1 ] − 3 [0 1 0]) (𝑏 ) = (0), o que vai origem a
−4 0 3 0 0 1 𝑐 0
um sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente
igual ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste caso o seguinte
sistema de equações lineares:
−2𝑎 + 5𝑏 − 𝑐 = 0 𝑎=0
𝑎=0
{ −5𝑏 + 𝑐 = 0 , dando origem a que { ⟺ {𝑐 = 5𝑏 . Então os vetores
𝑐 = 5𝑏
0=0 𝑏∈ℝ
próprios da matriz 𝐶 associados ao valor próprio 𝜆 = 3 são 𝑣 = (0, 5𝑏, 𝑏), com 𝑏 ∈
ℝ\{0} e, portanto,
sendo 𝐴 uma matriz quadrada de ordem 𝑛, 𝐸 o espaço vetorial que está a ser
considerado e 0𝐸 o vetor nulo do espaço vetorial 𝐸.
_____________________________________________________________________________
Nota importante:
_____________________________________________________________________________
Vamos a seguir novamente ter atenção aos exemplos anteriores e vamos calcular as
multiplicidades geométricas dos valores próprios das matrizes 𝐵 e 𝐶.
EXEMPLO 84
Considere as matrizes 𝐵 e 𝐶 dadas nos exemplos anteriores. Para estas matrizes vamos
calcular os seus subespaços próprios associados a cada um dos valores próprios e depois
vamos indicar as respetivas multiplicidades geométricas. Temos:
Para a matriz 𝐵:
Para 𝜆 = 1:
que nos permite concluir que 𝑆𝐵 (1) =< (−1,1,0), (−1,0,1) >. É fácil ver que estes
geradores são linearmente independentes e que, portanto, constituem uma base para
o subespaço próprio 𝑆𝐵 (1). Então concluímos que dim(𝑆𝐵 (1)) = 2, ou seja, 𝑚𝑔 (1) =
2.
Para 𝜆 = 7:
1 2
𝑆𝐵 (7) = {𝑣 ∈ ℝ3 : (𝐵 − 7𝐼3 )𝑣 = 0} = {(3 𝑐, 3 𝑐, 𝑐) : 𝑐 ∈ ℝ},
1 2
que nos permite concluir que 𝑆𝐵 (7) =< (3 , 3 , 1) >. É fácil ver que este gerador, não
sendo nulo e como é único, é linearmente independente e que, portanto, constitui uma
base para o subespaço próprio 𝑆𝐵 (7). Então concluímos que dim(𝑆𝐵 (7)) = 1, ou seja,
𝑚𝑔 (7) = 1.
_________________________________________________
Para a matriz 𝐶:
Para 𝜆 = −3:
3
𝑆𝐶 (−3) = {𝑣 ∈ ℝ3 : (𝐶 + 3𝐼3 )𝑣 = 0} = {(2 𝑐, −𝑐, 𝑐) : 𝑐 ∈ ℝ},
3
que nos permite concluir que 𝑆𝐶 (−3) =< (2 , −1,1) >. É fácil ver que este gerador, não
sendo nulo e como é único, é linearmente independente e que, portanto, constitui uma
base para o subespaço próprio 𝑆𝐶 (−3). Então concluímos que dim(𝑆𝐶 (−3)) = 1, ou
seja, 𝑚𝑔 (−3) = 1.
Para 𝜆 = 2:
que nos permite concluir que 𝑆𝐶 (2) =< (1,4,1) >. É fácil ver que este gerador, não
sendo nulo e como é único, é linearmente independente e que, portanto, constitui uma
base para o subespaço próprio 𝑆𝐶 (2). Então concluímos que dim(𝑆𝐶 (2)) = 1, ou seja,
𝑚𝑔 (2) = 1.
Para 𝜆 = 3:
que nos permite concluir que 𝑆𝐶 (3) =< (0,5,1) >. É fácil ver que este gerador, não
sendo nulo e como é único, é linearmente independente e que, portanto, constitui uma
base para o subespaço próprio 𝑆𝐶 (3). Então concluímos que dim(𝑆𝐶 (3)) = 1, ou seja,
𝑚𝑔 (3) = 1.
_____________________________________________________________________________
EXEMPLO 85
1 0
Considere a matriz 𝐴 dada por 𝐴 = ( ). Calculemos os seus valores próprios e as
1 1
multiplicidades algébricas e geométricas. Temos:
Valores próprios de 𝐴:
|𝐴 − 𝜆𝐼2 | = 0 ⇔ (1 − 𝜆)2 = 0 ⟺ 𝜆 = 1
A matriz 𝐴 tem um único valor próprio cuja 𝑚𝑎 (1) = 2, que é o expoente que aparece
no polinómio característico de 𝐴 já na sua forma fatorizada (com um único fator
associado a 𝜆 = 1).
1 0 1 0 𝑎 0 0 0 𝑎 0 𝑎=0
(( )−( )) ( ) = ( ) ⟺ ( )( ) = ( ) ⟺ { ,
1 1 0 1 𝑏 0 1 0 𝑏 0 𝑏∈ℝ
ou seja,
É fácil ver que este gerador, não sendo nulo e como é único, é linearmente
independente e que, portanto, constitui uma base para o subespaço próprio 𝑆𝐴 (1).
Então concluímos que dim(𝑆𝐴 (1)) = 1, ou seja, 𝑚𝑔 (1) = 1.
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Sugestão de trabalho: Podem resolver os exercícios 88, 89, 90 (página 60), os exercícios
91, 92, 94 (página 61), o exercício 95 (página 62), os exercícios 122, 123, 124, 125 (página
41), os exercícios 126, 127, 128 (página 42), os exercícios 132, 134, 135, 137 (página 43),
os exercícios 139, 140 (página 44) da Sebenta para consolidação destes conteúdos
programáticos.
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𝑩 = 𝑷−𝟏 𝑨𝑷
1) det(𝐴) = det(𝐵);
2) 𝐴 é invertível se e só se 𝐵 é invertível;
Vamos de seguida apresentar alguns exemplos de matrizes que são (ou não são)
semelhantes.
EXEMPLO 86
1 1 2 1 3 1 1 2
Considere as matrizes 𝐴 = ( ), 𝐵 = ( ), 𝐶 = ( ) e 𝐷=( ).
−1 4 1 3 −6 −2 1 0
Quais serão semelhantes?
𝑥 𝑦
Seja 𝑃 = ( ) a tal matriz invertível que procuramos. Notemos que
𝑧 𝑡
𝑥 𝑦 2 1 1 1 𝑥 𝑦
𝐵 = 𝑃−1 𝐴𝑃 ⟺ 𝑃𝐵 = 𝐴𝑃 ⟺ ( )( )=( )( )⟺
𝑧 𝑡 1 3 −1 4 𝑧 𝑡
2𝑥 + 𝑦 𝑥 + 3𝑦 𝑥+𝑧 𝑦+𝑡
( )=( ),
2𝑧 + 𝑡 𝑧 + 3𝑡 −𝑥 + 4𝑧 −𝑦 + 4𝑡
−𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0
−𝑥 − 2𝑦 + 𝑡 = 0
{
−𝑥 + 2𝑧 − 𝑡 = 0
−𝑦 − 𝑧 + 𝑡 = 0
𝑥 = −𝑦 + 𝑧
𝑡 =𝑦+𝑧
{ .
𝑦∈ℝ
𝑧∈ℝ
Uma vez que queremos uma matriz 𝑃 invertível, então numa solução que vamos
escolher não podemos considerar 𝑦 = 𝑧 = 0, pois se assim fosse vinha também que 𝑥 =
𝑡 = 0 e a matriz 𝑃 escolhida não era invertível. Assim, por exemplo, vamos escolher 𝑦 =
1 e 𝑧 = 1, pelo que, temos então que 𝑥 = 0 e 𝑡 = 2. Então para estes valores escolhidos
0 1
por nós, a nossa matriz 𝑃 é igual a 𝑃 = ( ) que é invertível, pois det(𝑃) = −1 ≠ 0.
1 2
Usando agora um dos métodos já conhecidos para o cálculo da matriz inversa de 𝑃,
−2 1
obtemos que 𝑃 −1 = ( ). Verifiquemos então que as matrizes 𝐴 e 𝐵 são
1 0
semelhantes. Temos
−2 1 1 1 0 1 −3 2 0 1 2 1
𝑃−1 𝐴𝑃 = ( )( )( )=( )( )=( )=𝐵
1 0 −1 4 1 2 1 1 1 2 1 3
_____________________________________________________________________________
Definição: Uma matriz quadrada 𝐴 de ordem 𝑛 diz-se uma matriz diagonalizável se ela
for semelhante a uma matriz diagonal 𝐷 da mesma ordem da matriz 𝐴.
Reparemos que a matriz 𝐴 é semelhante a uma matriz diagonal 𝐷 se existir uma matriz
invertível 𝑃 da mesma ordem das anteriores tal que a seguinte igualdade é verdadeira
𝑫 = 𝑷−𝟏 𝑨𝑷
Caso esta igualdade seja verdadeira, a matriz invertível 𝑃 tem o nome de matriz
diagonalizante.
Uma matriz quadrada 𝐴 a ser diagonalizável, a matriz diagonal 𝐷 semelhante a ela não
é mais do que a matriz cujas entradas da diagonal principal são os valores próprios de
𝐴, repetidos tantas vezes na diagonal principal consoante for a sua multiplicidade
algébrica.
EXEMPLO 87
1 1
Considere a matriz 𝐴 = ( ) do exemplo anterior. Será 𝐴 uma matriz
−1 4
diagonalizável? Vamos considerar a matriz diagonal 𝐷 cujas entradas da diagonal
principal são os valores próprios de 𝐴 repetidos na diagonal tantas vezes consoante for
a sua multiplicidade geométrica. Temos então
1) Calculemos os valores próprios de 𝐴
5 ± √5
|𝐴 − 𝑥𝐼2 | = 0 ⟺ 𝑥 =
2
5−√5 5+√5
Então a matriz 𝐴 tem dois valores próprios distintos que são 𝑥1 = e 𝑥2 = .
2 2
5−√5 5+√5
Portanto, 𝑚𝑎 ( ) = 1 e também 𝑚𝑎 ( ) = 1.
2 2
5−√5
0
2
𝐷=( ).
5+√5
0 2
Vamos agora tentar encontrar uma matriz invertível 𝑃 da mesma ordem das anteriores
tal que a seguinte igualdade é verdadeira
𝐷 = 𝑃 −1 𝐴𝑃
Então para tal e relacionados com os dados que temos, vamos calcular os subespaços
próprios da matriz 𝐴 associados a cada um dos valores próprios de 𝐴. Assim temos:
5−√5
→Para 𝑥1 = :
2
5−√5
5−√5 1 1 0 𝑎 0
(𝐴 − 𝐼2 ) 𝑣 = 0 ⟺ (( )−( 2 )) ( ) = ( ) ⟺
2 −1 4 5−√5 𝑏 0
0 2
−3+√5
1 𝑎 0
2
( ) ( ) = ( ),
3+√5 𝑏 0
−1 2
o que vai origem a um sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula
é exatamente igual ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste
caso o seguinte sistema de equações lineares:
−3 + √5
( )𝑎 + 𝑏 = 0
2
3 + √5
−𝑎 + ( )𝑏 = 0
{ 2
−3+√5
1 ⋮0 ⟶ −3+√5 ⋮
[𝐴 −
5−√5
𝐼2 |0] = [ 2
⋮ ] 𝐿 = −3+√5 𝐿 + 𝐿 [ 2 1⋮0], dando origem a
3+√5 0
0⋮0
2 2 2 1
−1 ⋮ 2 0
2
3−√5
) 𝑎 + 𝑏 = 0 ⟺ {𝑏 = ( 2 ) 𝑎. Então os vetores próprios da matriz 𝐴
−3+√5
que {( 2
𝑎∈ℝ
5−√5 3−√5
associados ao valor próprio 𝑥1 = são 𝑣 = (𝑎, ( ) 𝑎 ), com 𝑎 ∈ ℝ\{0}, ou seja,
2 2
5+√5
→Para 𝑥2 = :
2
5+√5
5+√5 1 1 0 𝑎 0
(𝐴 − 𝐼2 ) 𝑣 = 0 ⟺ (( )−( 2 )) ( ) = ( ) ⟺
2 −1 4 5+√5 𝑏 0
0 2
−3−√5
1 𝑎 0
2
( ) ( ) = ( ),
3−√5 𝑏 0
−1 2
o que vai origem a um sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula
é exatamente igual ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste
caso o seguinte sistema de equações lineares:
−3 − √5
( )𝑎 + 𝑏 = 0
2
3 − √5
−𝑎 + ( )𝑏 = 0
{ 2
5−√5
→Para 𝑥1 = :
2
5 − √5 5 − √5 3 − √5
𝑆𝐴 ( ) = {𝑣 ∈ ℝ2 : (𝐴 − 𝐼3 ) 𝑣 = 0} = {(𝑎, ( ) 𝑎 ) : 𝑎 ∈ ℝ} =
2 2 2
3 − √5
< (1, )>
2
5+√5
→Para 𝑥2 = :
2
5 + √5 5 + √5 3 + √5
𝑆𝐴 ( ) = {𝑣 ∈ ℝ2 : (𝐴 − 𝐼3 ) 𝑣 = 0} = {(𝑎, ( ) 𝑎 ) : 𝑎 ∈ ℝ} =
2 2 2
3 + √5
< (1, )>
2
Vamos então considerar para a matriz 𝑃 que andamos à procura a matriz cujas colunas
são exatamente os vetores das bases que encontramos para os subespaços próprios
anteriormente calculados. Assim consideremos para matriz 𝑃 a seguinte matriz 𝑃 =
1 1
(3−√5 3+√5). É óbvio que esta matriz é invertível, pois 𝑑𝑒𝑡(𝑃) = √5 ≠ 0. Calculemos
2 2
então a sua matriz inversa por um dos métodos já conhecidos. É fácil verificar que 𝑃−1 =
3+√5 1
−
2√5 √5
( ). Vamos então ver se a igualdade pretendida é verdadeira. Temos então
−3+√5 1
2√5 √5
neste caso:
3 + √5 1
− 1 1
𝑃−1 𝐴𝑃 =
2√5 √5 ( 1 1) (3 − √5 3 + √5)
−3 + √5 1 −1 4
2 2
( 2√5 √5 )
−10 + 10√5 5 − √5
0 0
4√5 2
= = =𝐷
10 + 10√5 5 + √5
0 0
( 4√5 ) ( 2 )
−3+√5 1 5+√5
2√5 1 1 1 1 0
√5 2
( )( ) (3+√5 3−√5) =( ). Como se pode ver, os
3+√5
−
1 −1 4 2 2 0
5−√5
2√5 √5 2
valores próprios de 𝐴 aparecem na diagonal principal pela ordem inversa da que foi
considerada anteriormente na primeira escolha da base que efetuamos. Outra
observação é que as multiplicidades geométricas dos valores próprios de 𝐴 são iguais e
5−√5 5+√5
dadas por 𝑚𝑔 ( ) = 𝑚𝑔 ( ) = 1 e a soma destas multiplicidades geométricas é
2 2
_____________________________________________________________________________
2−𝑥 1 1
|𝐵 − 𝑥𝐼3 | = | 2 3−𝑥 2 | = −(𝑥 − 1)2 (𝑥 − 7) = −𝑥 3 + 9𝑥 2 − 15𝑥 + 7
3 3 4−𝑥
- A matriz 𝐵 tem dois valores próprios que são 1 e 7, ou seja, 𝑒𝑠𝑝(𝐵)={1, 7}; além
disso, o valor próprio 1 é uma raiz dupla e o valor próprio 7 é uma raiz simples do
polinómio característico de 𝐵. Portanto, 𝑚𝑎 (1) = 2 e 𝑚𝑎 (7) = 1.
1 0 0
𝐷 = [0 1 0]
0 0 7
Vamos agora tentar encontrar uma matriz invertível 𝑃 da mesma ordem das anteriores
tal que a seguinte igualdade é verdadeira
𝐷 = 𝑃 −1 𝐵𝑃
Então para tal e relacionados com os dados que temos, vamos calcular os subespaços
próprios da matriz 𝐵 associados a cada um dos valores próprios de 𝐵. Assim temos:
→Para 𝑥1 = 1:
2 1 1 1 0 0 𝑎 0
(𝐵 − 𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([2 3 2] − [0 1 0]) (𝑏 ) = (0), o que vai origem a um
3 3 4 0 0 1 𝑐 0
sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente igual
ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste caso o seguinte
sistema de equações lineares:
𝑎+𝑏+𝑐 =0
{2𝑎 + 2𝑏 + 2𝑐 = 0
3𝑎 + 3𝑏 + 3𝑐 = 0
1 1 1|0 → 1 1 1|0
[𝐵|0] = [2 2 2|0] 𝐿2 → 𝐿2 − 2𝐿1 [0 0 0|0], dando origem a que {𝑎 + 𝑏 + 𝑐 =
3 3 3|0 𝐿3 → 𝐿3 − 3𝐿1 0 0 0|0
𝑎 = −𝑏 − 𝑐
0⟺{ 𝑏∈ℝ .
𝑐∈ℝ
→Para 𝑥2 = 7:
2 1 1 1 0 0 𝑎 0
(𝐵 − 7𝐼3 )𝑣 = 0 ⟺ ([2 3 2] − 7 [0 1 0]) (𝑏 ) = (0), o que vai origem a um
3 3 4 0 0 1 𝑐 0
sistema homogéneo de equações lineares e cuja solução não nula é exatamente igual
ao conjunto de vetores próprios procurados. Então obtemos neste caso o seguinte
sistema de equações lineares:
−5𝑎 + 𝑏 + 𝑐 = 0
{2𝑎 − 4𝑏 + 2𝑐 = 0
3𝑎 + 3𝑏 − 3𝑐 = 0
seja,
1 2
𝑉𝐵 (7) = {𝑣 ∈ ℝ3 : (𝐵 − 7𝐼3 )𝑣 = 0} \{(0, 0, 0)}={(3 𝑐, 3 𝑐, 𝑐 ) : 𝑐 não nulo}
→Para 𝑥1 = 1:
que nos permite concluir que 𝑆𝐵 (1) =< (−1,1,0), (−1,0,1) >. É fácil ver que estes
geradores são linearmente independentes e que, portanto, constituem uma base para
o subespaço próprio 𝑆𝐵 (1).
→Para 𝑥2 = 7:
1 2
𝑆𝐵 (7) = {𝑣 ∈ ℝ3 : (𝐵 − 7𝐼3 )𝑣 = 0} = {(3 𝑐, 3 𝑐, 𝑐) : 𝑐 ∈ ℝ},
1 2
que nos permite concluir que 𝑆𝐵 (7) =< (3 , 3 , 1) >. É fácil ver que este gerador, não
sendo nulo e como é único, é linearmente independente e que, portanto, constitui uma
base para o subespaço próprio 𝑆𝐵 (7).
Vamos então considerar para a matriz 𝑃 que andamos à procura a matriz cujas colunas
são exatamente os vetores das bases que encontramos para os subespaços próprios
anteriormente calculados. Assim consideremos para matriz 𝑃 a seguinte matriz 𝑃 =
1
−1 −1 3
[1 0 3 ], em que as duas primeiras colunas são os vetores da base de 𝑆𝐵 (1) e a
2
0 1 1
outra coluna é o vetor da base de 𝑆𝐵 (7). É óbvio que esta matriz é invertível, pois
𝑑𝑒𝑡(𝑃) = 2 ≠ 0. Calculemos então a sua matriz inversa por um dos métodos já
1 2 1
−3 −3
3
−1 1 1 1
conhecidos. É fácil verificar que 𝑃 = −2 −2 2
. Vamos então ver se a igualdade
1 1 1
[ 2 2 2 ]
pretendida é verdadeira. Temos então neste caso:
1 2 1
−3 −3 1
3 2 1 1 −1 −1 3
1 1 1
𝑃−1 𝐵𝑃 = − 2 − 2 2
[2 3 2] [ 1 0 3] =
2
1 1 1 3 3 4
[ 2 2 2 ] 0 1 1
1 2 1
−3 − 3 −1 −1 7
3 1 0 0
1 1 1 3
−2 −2 [1 0
14] = [0 1 0] = 𝐷.
2
1 1 1 3 0 0 7
[ 2 2 2 ]
0 1 7
1 1 1 1
−1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1
3 3 3 3
𝑃1 = [ 1 2
0 ], 𝑃2 = [ 2
1 0 ], 𝑃3 = [ 0
2 ],
−1 4 𝑃 = [ 2
0 1 ]e
3 3 3 3
0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0
1
−1 −1 3
𝑃5 = [ 0 1 3 ].
2
1 0 1
_____________________________________________________________________________
EXEMPLO 89
1 0
Considere a matriz 𝐶 dada por 𝐶 = ( ). Verifiquemos se esta matriz é ou não
1 1
diagonalizável. Calculemos primeiro os seus valores próprios e as multiplicidades
algébricas e geométricas. Temos:
Valores próprios de 𝐶:
|𝐶 − 𝑥𝐼2 | = 0 ⇔ (1 − 𝑥)2 = 0 ⟺ 𝑥 = 1 ∨ 𝑥 = 1
A matriz 𝐶 tem um único valor próprio cuja 𝑚𝑎 (1) = 2, que é o expoente que aparece
no polinómio característico de 𝐶 já na sua forma fatorizada (com um único fator
associado a 𝑥 = 1).
1 0 1 0 𝑎 0 0 0 𝑎 0 𝑎=0
(( )−( )) ( ) = ( ) ⟺ ( )( ) = ( ) ⟺ { ,
1 1 0 1 𝑏 0 1 0 𝑏 0 𝑏∈ℝ
ou seja,
Como reparam, neste caso, só podemos escolher um vetor para a base do subespaço
próprio associado ao único valor próprio da matriz considerada. Ora se tentarmos
construir uma matriz 𝑃 invertível como é o nosso objetivo, não conseguimos fazê-lo,
pois com a base de 𝑆𝐶 (1) só tenho uma coluna dessa matriz e, portanto, não é quadrada
e, por conseguinte, não é invertível. Assim concluímos que a matriz 𝐶 não é
diagonalizável, isto é, 𝐶 não é semelhante à matriz diagonal 𝐷 = 𝐼2 .
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A seguir vamos apresentar um resultado que nos ajudará a responder à questão que
norteou esta aula:
NOTA IMPORTANTE: Como sabem qualquer matriz representa uma aplicação linear em
relação a um par de bases, pelo que, por vezes, em vez de questionarmos se uma dada
matriz é ou não diagonalizável, podemos questionar se a aplicação linear que ela
representa é ou não diagonalizável.
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