Consultoria Fiscal
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Renting/Aluguer de viaturas - custo de aquisição a considerar no cálculo
dos gastos não aceites fiscalmente de encargos com a aluguer mensal das
viaturas
Apurando-se o limite máximo aceite fiscalmente o total dos gastos do ano referente ao
aluguer mensal que exceder o limite não será aceite.
No caso de contratos de aluguer superiores a 3 meses ou inferiores a 3 meses renováveis, o
montante a ter em conta para a determinação da referida limitação fiscal deverá ser apenas a
amortização financeira incluída na renda do renting. Os restantes encargos associados com o
renting, como os juros implícitos na renda, manutenções, seguros, impostos, etc., serão
aceites integralmente como gastos fiscais.
Os limites mencionados na alínea e) do n.º 1 do artigo 34º do CIRC foram definidos pela
portaria 467/2010, alterada pela lei n.º 82 D/2014 que estipula que não são aceites como
gastos as depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte
correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente a:
· € 29.927,87, para veículos adquiridos em períodos anteriores a 1 de janeiro de 2010;
· € 40.000 para veículos adquiridos durante o exercício de 2010;
· € 30.000 para veículos adquiridos durante o exercício de 2011 (relativamente
a veículos movidos exclusivamente a energia elétrica o limite a considerar é de € 45.000);
· € 25.000 para veículos adquiridos nos períodos de tributação que se iniciem em 1 de
janeiro de 2012 ou após essa data (relativamente a veículos movidos exclusivamente a
energia elétrica o limite a considerar é de € 50.000).
Para viaturas adquiridas em períodos de tributação que se iniciem em 1 de janeiro de 2015
ou após essa data, são aplicáveis os seguintes limites:
· € 62.500, para veículos movidos exclusivamente a energia elétrica;
· € 50.000, para veículos híbridos plug-in;
· € 37.500, para veículos movidos a GPL ou GNV
Ajudas de custo
As ajudas de custo têm como pressuposto a compensação de despesas (alimentação e
alojamento) do trabalhador, gerente, sócio gerente ou administrador em resultado de
deslocações do seu local de trabalho habitual, efetuadas ao serviço da empresa.
Não há legislação aplicável, em matéria de ajudas de custo atribuídas aos trabalhadores do
setor privado. Tem vindo a ser aplicado o regime para as deslocações ao serviço dos
trabalhadores da função pública regulado pelo Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de abril,
(deslocações em serviço no território nacional) e o Decreto-Lei n.º 192/95, de 28 de
julho (deslocações ao estrangeiro). Segundo a Circular n.º 12/91, de 29 de abril os limites
que não estão sujeitos a tributação para o setor privado são os mesmos que se aplicam para
o setor público.
Só deverão ser pagas ajudas de custo quando os trabalhadores se deslocam do local de
trabalho efetivamente contratualizado e acordado. Se um trabalhador, ou gerente tiver
sido contratado para trabalhar numa determinada localidade num país no estrangeiro, não
pode considerar-se existir deslocação do local de trabalho pela sua realização nessa
localidade desse país e não deverão ser pagas ajudas de custo. O valor pago de remuneração
já deverá compensar a realização do trabalho no estrangeiro.
Só há direito ao abono de ajudas de custo nas deslocações diárias que se realizem para
além de 20 km do domicílio necessário e nas deslocações por dias sucessivos que se
realizem para além de 50 km do mesmo domicílio.
As ajudas de custo devem constar no recibo de vencimento com indicação da parte não
sujeita a IRS e devem constar na declaração mensal de remunerações.
A Lei n.º 66-B/2012, de 31 de Dezembro, que aprovou o Orçamento do Estado para 2013,
alterou os valores das ajudas de custo, os quais, nos termos do n.º 14 do artigo 2.º do
Código do IRS, servem de referência para a determinação dos limites não sujeitos a IRS e a
contribuições para a segurança social (TSU), que são os seguintes:
Deslocações no país (continente e ilhas)
Administradores e gerentes 69,19 euros
Outros trabalhadores 50,20 euros
Deslocações no estrangeiro
Administradores e gerentes 100,24 euros
Outros trabalhadores 89,35 euros
As ajudas de custo não podem ser atribuídas para além de 90 dias seguidos de deslocação,
podendo em casos excecionais ser prorrogado até 90 dias.
Ajudas de custo no Estrangeiro:
Nos termos do n.º 1 do artigo 2.º do referido Decreto-Lei n.º 192/95, o trabalhador, gerente,
ou administrador que se desloque ao estrangeiro tem direito a optar por uma das seguintes
alternativas:
a) Receber a ajuda de custo diária por inteiro e em todos os dias da deslocação, de
acordo com a tabela em vigor; Ou
b) Receber o montante do alojamento em estabelecimento de três estrelas ou
equivalente e ainda o valor correspondente a 70% da ajuda de custo diária.
Por cada refeição que esteja incluída na deslocação, deduz-se ao montante da ajuda de
custo o valor correspondente a 30% até ao limite mínimo de 20%.. Se um trabalhador
optar pela alternativa b) e tiver ambas as refeições pagas pela entidade patronal resultaria
70% - 30% - 30% = 10%. Porém, segundo o n.º 5 do artigo 2.º do Decreto-Lei o mínimo a
pagar será sempre de 20%. Logo, ainda que o colaborador opte por ser ressarcido da
despesa efetiva do alojamento e não pague as refeições, receberá sempre o montante
equivalente a 20% da totalidade da ajuda de custo relativa a esse dia.
De acordo com a alínea h) do n.º 1 do art.º 23-A do CIRC não são dedutíveis para
efeitos da determinação do lucro tributável: ”As ajudas de custo e os encargos com
compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da
entidade patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer título, sempre que a
entidade patronal não possua, por cada pagamento efetuado, um mapa através do
qual seja possível efetuar o controlo das deslocações a que se referem aqueles encargos,
designadamente os respetivos locais, tempo de permanência, objetivo e, no caso de
deslocação em viatura própria do trabalhador, identificação da viatura e do respetivo
proprietário, bem como o número de quilómetros percorridos, exceto na parte em que haja
lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário;
Nos termos do n.º 9 do artigo 88.º do Código do IRC: “São ainda tributados
autonomamente, à taxa de 5 %, os encargos efetuados ou suportados relativos a ajudas
de custo e à compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da
entidade patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer título, exceto na parte
em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário.
Gastos não aceites fiscalmente - Artigo 23.º-A CIRC
- Os impostos, taxas e outros tributos que incidam sobre terceiros que o sujeito passivo
não esteja legalmente obrigado a suportar;
- Os encargos com combustíveis na parte em que o sujeito passivo não faça prova de
que os mesmos respeitam a bens pertencentes ao seu ativo ou por ele utilizados em
regime de locação e de que não são ultrapassados os consumos normais;