Aula 3

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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

INFILTRAÇÃO E ARMAZENAMENTO NO
SOLO

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1 - Compreender o processo de escoamento das águas;

2 - Conhecer o processo de infiltração do solo.

1 Introdução
Nesta aula, veremos como ocorre o processo de escoamento da água. Veremos em quais tipos de solos a água

consegue penetrar e como esta se comporta nos diferentes tipos de solo e ambiente. Também, veremos quais

fatores permitem que seja criando os lençóis subterrâneos, grandes depósitos de água e para onde esses podem

seguir.

Fonte: http://www.explicatorium.com/CFQ7-O-ciclo-da-agua.php

2 Infiltração do solo
A infiltração é o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo, movendo-se para baixo

através dos espaços vazios pela ação da gravidade, até atingir uma camada impermeável, formando um lençol d’

água.

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A infiltração de água no solo é importante para o crescimento da vegetação, para o abastecimento dos aquíferos,

para armazenar a água que mantém o fluxo nos rios durante as estiagens, para reduzir o escoamento superficial,

reduzir as cheias e diminuir a erosão.

A água infiltrada no solo preenche os poros, originalmente ocupados pelo ar. O solo, na verdade, é uma mistura

de materiais sólidos, líquidos e gasosos, na qual também encontramos organismos vivos, tais como bactérias,

fungos, raízes, insetos e vermes e matéria orgânica, especialmente nas camadas mais próximas da superfície.

Cerca de 50% do solo é composto de material sólido, enquanto o restante são poros que podem ser ocupados por

água ou pelo ar, em proporções variáveis. A parte sólida mineral do solo normalmente é analisada do ponto de

vista do diâmetro das partículas, sendo classificadas em argila, silte, areia fina, areia grossa, e cascalhos ou

seixos.

Geralmente, os solos são formados por misturas de materiais das diferentes classes. As características do solo e a

forma com que a água se movimenta e é armazenada no solo dependem do tipo de partículas encontradas na sua

composição. Quando um solo tem seus poros completamente ocupados por água, diz se que está saturado.

Ao contrário, quando este completamente seco, seus poros estão completamente ocupados por ar.

3 O Processo
A água da chuva pode ter vários destinos, após atingir a superfície da Terra. Inicialmente, uma parte se infiltra.

Quando o solo atinge seu ponto de saturação, ficando encharcado, a água passa a escorrer sobre a superfície em

direção aos vales.

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Dependendo da temperatura ambiente, uma parte da chuva volta à atmosfera na forma de vapor. Em países

frios, ou em grandes altitudes, a água se acumula na superfície na forma de neve ou gelo, ali podendo ficar por

muito tempo. A parcela da água que se infiltra vai dar origem à água subterrânea.

A água que se infiltra está submetida a duas forças fundamentais: a gravidade e a força de adesão de suas

moléculas às superfícies das partículas do solo (força de capilaridade).

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Pequenas quantidades de água no solo tendem a se distribuir uniformemente pela superfície das partículas. A

força de adesão é mais forte do que a força da gravidade que age sobre esta água. Como consequência, ela ficará

retida, quase imóvel, não atingindo zonas mais profundas.

Chuvas finas e passageiras fornecem somente água suficiente para repor esta umidade do solo. Para que haja

infiltração até a zona saturada, é necessário primeiro satisfazer esta necessidade da força capilar.

Vários fatores podem influenciar o processo de infiltração. Dentre os principais, citamos a geologia do solo, onde

sua granulometria condiciona a sua permeabilidade. Quanto mais fino for o solo, menor será a infiltração.

O impacto da gota de chuva sobre o solo desnudo (A) causa a fragmentação e formação de pequenas partículas

(B) que bloqueia os poros e formam uma superfície selada (C). A água que escorre carrega partículas de solo que

são depositadas nas partes baixas onde a velocidade da água é reduzida (D).

A ocupação do solo- quanto aos processos de urbanização e devastação da vegetação, que diminuem

drasticamente a quantidade de água infiltrada, ocorrendo o contrário com a aplicação de técnicas adequadas de

terraceamento e manejo do solo. A topografia do solo- em que declives acentuados favorecem o escoamento

superficial direto, diminuindo a oportunidade de infiltração.

As depressões- que provocam a retenção da água diminuindo a quantidade de escoamento superficial direto. A

água retida pode infiltrar no solo ou evaporar. E a umidade do solo, onde quanto mais saturado estiver o solo,

menor será a infiltração.

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4 Escoamento de água superficial
Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante seja a do escoamento superficial, que trata da

ocorrência e transporte da água na superfície terrestre, pois, se trata do aproveitamento da água superficial e da

proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento.

O escoamento superficial abrange, tanto o excesso de precipitação que ocorre logo após uma chuva intensa e se

desloca livremente pela superfície do terreno, como o escoamento de um rio, que pode ser alimentado pelo

excesso de precipitação e pelas águas subterrâneas.

Os fatores que podem influenciar esse processo são de natureza climática, relacionados à precipitação, ou de

natureza fisiográfica, ligados às características físicas da bacia.

Dentre os fatores climáticos, destacam-se a intensidade e a duração da precipitação. Quanto maior a intensidade,

mais rápido o solo atinge a sua capacidade de infiltração, provocando um excesso de precipitação que escoará

superficialmente. A duração também é diretamente proporcional ao escoamento, pois, para chuvas de

intensidade constante, haverá maior oportunidade de escoamento quanto maior for a duração.

Outro fator climático é o da precipitação antecedente, pois, uma precipitação que ocorre quando o solo está

úmido devido a uma chuva anterior, terá maior facilidade de escoamento.

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Dentre os fatores fisiográficos, temos a área, a forma, a permeabilidade e a capacidade de infiltração e a

topografia da bacia. A influência da área é clara, pois sua extensão está relacionada à maior ou menor quantidade

de água que ela pode captar.

A permeabilidade do solo influi diretamente na capacidade de infiltração, já que quanto mais permeável for o

solo, maior será a quantidade de água que ele pode absorver, diminuindo a ocorrência de excesso de

precipitação.

Tem-se, também, outros fatores importantes, como as obras hidráulicas construídas nas bacias, tal como uma

barragem, por exemplo, que, acumulando a água em um reservatório, reduz as vazões máximas do escoamento

superficial e retarda a sua propagação.

Quando não é permitido que a água da chuva penetre no solo, seja devido a sua alta densidade ou pela saturação

de água já existente naquele solo, ela percorre a superfície do terreno no movimento chamado de escoamento

superficial, que se concentra em sulcos, cuja reunião dá lugar aos cursos de água. A parte restante infiltra-se, isto

é, penetra no interior do solo, subdividindo-se numa parcela que se acumula na sua parte superior e pode voltar

à atmosfera por evapotranspiração e em outra, que caminha em profundidade até atingir os aquíferos e vai

constituir o escoamento subterrâneo.

O escoamento superficial constitui uma resposta rápida à precipitação e cessa pouco tempo depois dela. Por seu

turno, o escoamento subterrâneo, em especial quando se dá através de meios porosos, ocorre com grande

lentidão e continua a alimentar os cursos de água longo tempo após ter terminado a precipitação que o originou.

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5 Armazenamento subterrâneo
Considera-se água subterrânea toda água que ocupa os espaços vazios de um aquífero. Os aquíferos são

formações ou grupo de formações geológicas. São rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de cedê-

la. Esses reservatórios móveis, aos poucos, abastecem rios e poços artesianos. Podem ser utilizadas pelo homem

como fonte de água para consumo. Tal como ocorre com as águas superficiais, demandam cuidados para evitar a

sua contaminação.

Mas nem toda água que está embaixo da terra é considerada como água subterrânea por haver uma distinção

daquela que ocupa o lençol freático, que é chamada de água de solo e tem maior interesse para a agronomia e

botânica.

O Lençol Freático é a superfície que delimita a zona de saturação da zona de aeração, abaixo da qual a água

subterrânea preenche todos os espaços porosos e permeáveis das rochas ou dos solos ou, ainda, de ambos ao

mesmo tempo.

Um maciço rochoso ou um solo argiloso podem servir de leito para as águas subterrâneas, pois, permitem que

ela se acumule e elimine todos os espaços vazios do solo.

Em geral, as águas subterrâneas são armazenadas ou em rochas sedimentares porosas e permeáveis, ou em

rochas não-porosas, mas fraturadas. Nesse último caso, as fraturas geram um efeito físico similar ao da

permeabilidade. Um caso menos frequente é o das rochas calcárias, nas quais até mesmo a baixa acidez das

águas da chuva é capaz de abrir verdadeiros túneis, por onde flui a água subterrânea.

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O uso crescente pela indústria, agricultura e consumo humano ameaça os aquíferos e coloca este assunto na

agenda ambiental global. Uma das maiores reservas de águas subterrâneas do mundo é o famoso Aquífero

Guarani, que ocupa o subsolo do nordeste da Argentina, centro-sudoeste do Brasil, noroeste do Uruguai e

sudeste do Paraguai (ver aula 1).

Saiba mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
online utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula vamos estudar os assuntos seguintes:
• Processo de escoamento pluvial no meio urbano;
• O despejo de resíduos nos rios e córregos;
• A dinâmica das enchentes em meio urbano.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Processo de escoamento pluvial no meio urbano;
• O despejo de resíduos nos rios e córregos;
• A dinâmica das enchentes em meio urbano.

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