Mandela

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Escola Secundária Infanta Dona Maria

A vida de Nelson Mandela

Trabalho realizado por Filipe Dias de Souza


N°9, turma 9C
Disciplina de História.
Rolihlahla Dalibhunga Mandela nasceu em Mvezo, no dia 18 de julho
de 1918.
Aos dois anos, o pai fica desapossado das terras que tinha por desafiar a
administração colonial, e toda a família muda-se para uma casa numa
pequena vila rural, cujo nome era Qunu.
Mandela passou a sua infância e onde pediu para ser sepultado.
Em 1925 entrou para a escola primária, onde recebeu da professora o
nome de Nelson, em homenagem ao Almirante Horatio Nelson.
Era costume dar a todas as crianças nomes cristãos.
O seu nome passa a ser Nelson Rolihlahla Mandela.
Com nove anos de idade, já depois da morte do seu pai, Mandela foi
levado para a vila real, onde ficou aos cuidados do regente do povo
Tambu. Após terminar a sua formação elementar, entrou na escola
preparatória Clarkebury Boarding Institute, um colégio exclusivo para
negros, onde estudou a cultura ocidental. Em seguida, entrou no Colégio
Healdtown, onde era interno.
No ano de 1939, Mandela ingressou no curso de Direito na
Universidade de Fort Hare. Esta foi a primeira Universidade da África
do Sul que disponibilizava cursos para negros.
Foi obrigado a abandonar o curso, devido a envolver-se em protestos
estudantis contra o racismo e desigualdade que existiam na
Universidade.
Mudou-se para Joanesburgo, onde encontrou o regime de terror que era
imposto aos negros.
Em 1943, concluiu o bacharelado em Artes pela Universidade da África
do Sul
Começa a contactar com o ANC (Congresso Nacional Africano),
movimento de libertação nacional da África do Sul que tinha sido em
1923 com base no movimento fundado em 1912 com o nome South
African Native National Congress (SANNC), e acaba a Licenciatura em
Direito na UNISA (Universidade da África do Sul).
Dois anos depois, Mandela junta-se formalmente ao ANC e torna-se um
dos fundadores da Liga Juvenil do partido, juntamente com outros
importantes homens como Oliver Tambo e Walter Sisulu.
Em 1944 casou-se com Evelyn Mase, mas o casal não resiste às
frequentes ausências de Mandela devido crescente envolvimento na
luta, e divorcia-se em 1958.
Mandela teve quatro filhos com Evelyn, mas apenas a mais nova,
nascida em 1954, ainda é viva e a quem o casal dá o nome de
Makawize, em memória da filha Makawize que morrera em 1947 ainda
bebé.
Os dois filhos, de nomes Thembekile e Makgatho, morreram já adultos.
O primeiro devido a um acidente de carro, em 1969, a quem Mandela
não recebe autorização para assistir ao funeral, por estar na prisão, e o
segundo em 2005, vítima de sida.
Em 1952 abre o primeiro escritório de advogados negros na África do
Sul, juntamente com Oliver Tambo, que tal como Mandela é uma figura
central do ANC e que foi presidente do partido entre 1967 e 1991.
Devido ao aumento das tensões e ao crescente envolvimento na luta
anti-apartheid os dois homens acabam por se afastar da advocacia,
forçados ao exílio, no caso de Tambo, ou à clandestinidade, no caso de
Mandela. 
O seu escritório Chancellor House, em Joanesburgo é vandalizado e
queimado no ano de 1960, no mesmo ano em que o ANC é banido e o
estado de emergência é implantado na África do Sul.
No funeral de Tambo em 1993, Mandela descreve-o como “um
gigante”, um colosso”, “uma mente cujos pensamentos abriram as
portas para a liberdade”, “um coração cujos sonhos deram esperança aos
desprezados” e “uma voz suave” que “abalou os tronos dos tiranos”.
Em 1958 casa-se com Nomzamo Winnie Madizikela, enfermeira,
política e activista sul-africana, que passa a usar o nome de Winnie
Mandela.
Mandela tinha quase 40 anos e Winnie 22.
Com Winnie, Mandela teve duas filhas: Zenani, que nasce em 1959, e
Zindzi em 1960.
É Winnie que o acompanha na saída da prisão, depois de vários anos em
que o visitou e apoiou, e manteve uma intensa correspondência em que
ambos partilham os sentimentos e também as opções e conselhos
políticos.
Winnie apresentava tendência para atos violento na luta contra o
apartheid.
Em 1991, Winnie é condenada pelo rapto de quatro jovens de quem se
suspeitava serem informadores da polícia, e o seu guarda-costas é
acusado da morte de um deles (Stompie Moeketsi).
A 21 de março de 1960, a polícia sul-africana mata 69 pessoas de entre
os manifestantes que protestavam contra novas leis do regime
segregacionista no Soweto.
Mandela é um dos milhares de pessoas, nomeadamente diversos líderes
negros, presos após o incidente.
Em 1961 entra na clandestinidade, tomando o nome de David
Motsamayil, e cria o MK (Umkhonto we Sizwe – A Lança da Nação),
de que foi primeiro comandante-chefe e que permite ao ANC passar à
luta armada.
Passa vários anos na clandestinidade até ser preso, tornando-se numa
figura muito conhecida, mas invisível.
No dia em que foi libertado, muitos sul-africanos, principalmente os
mais jovens, nunca tinham visto o herói do ANC.
Em 1962 deixa o país com objetivo de receber treino militar e recolher
apoios externos para o ANC. O movimento tinha sido banido dois anos
antes quando também foi instaurado o estado de emergência.
Quando regressa, é preso por incitamento ao ódio e por sair ilegalmente
da África do Sul. “Os meios que são utilizados pelos oprimidos para
avançar com a sua luta são determinados pelo próprio opressor. (…) se
o opressor recorre à força o oprimido retaliará recorrendo também à
força. Era esse o meu argumento”, afirma de modo a justificar a posição
em defesa do uso de armas na luta.
Em 1964 é acusado de sabotagem e condenado a prisão perpétua no
Julgamento de Rivonia, juntamente com sete outros destacados
activistas, já após ter sido preso em 1962 por deixar o país
clandestinamente. Os oito condenados são levados para a cadeia de
máxima segurança de Robben Island ao largo da Cidade do Cabo. Antes
do julgamento, enfrentavam a possibilidade de pena de morte. No
tribunal, em sua própria defesa, Mandela pronuncia o célebre discurso
Speech from the dock em que diz: “O ideal de uma sociedade
democrática e livre é um ideal para cuja concretização espero viver.
Mas se for necessário é um ideal pelo qual estou disposto a morrer.”
Em 1982 é transferido para a prisão de alta segurança de Pollsmoor
onde vai ficar seis anos. Aí é colocado sozinho numa cela e inicia
contactos com o Governo. Devido a essa sua opção política, escreve em
1998. “O ANC nunca se afastou do princípio de que a libertação do
nosso país acabaria por se tornar uma realidade através do diálogo e da
negociação. No entanto, iniciei os contactos com o Governo sem dizer
nada aos meus camaradas de prisão.” Em dezembro de 1988, depois de
ser diagnosticado com uma tuberculose, é transferido para a prisão de
Victor Verster na Cidade do Cabo onde fica os últimos 14 meses até à
libertação em fevereiro de 1990. Passa a estar numa casa, no recinto
prisional, e não numa cela.
Em 1985, ainda em Pollsmoor, rejeita a oferta de P. W. Botha –
Presidente da África do Sul entre os anos de 1978 e 1989 – de o libertar
se ele renunciar à violência. Só viria a aceitar a libertação se todos os
outros presos políticos também o forem e se o ANC for legalizado, o
que aconteceu cinco anos depois. “A vossa liberdade e a minha
liberdade são inseparáveis”, dizia Mandela. Este não queria sair da
prisão para viver nas mesmas circunstâncias em que vivia quando tinha
sido preso, quase 20 anos antes. Com a chegada à presidência de F.W.
De Klerk, no fim de 1989, começa-se a observar uma saída política, que
acontece com o anúncio, a 2 de fevereiro de 1990, da libertação de
Mandela sem condições e marcada para dia 11. De Klerk, que fica na
liderança do Partido Nacional até 1997, deixa a chefia do Estado em
1994, abrindo caminho para as primeiras eleições livres e aquelas que
dão a vitória a Mandela e ao ANC.
É libertado no dia 11 de fevereiro de 1990 da prisão de Victor Verster
perto da Cidade do Cabo. No discurso que faz nesse mesmo dia, dirige-
se aos amigos, camaradas e companheiros sul-africanos a quem diz estar
em frente deles “não como um profeta, mas como um humilde servidor
do povo”. E agradece aos “milhões de compatriotas” e a “todos aqueles
que em todos os cantos do mundo se mobilizaram de forma incansável a
favor da [sua] libertação”. No dia seguinte, dá uma conferência de
imprensa na residência do arcebispo Desmond Tutu, e diz que o que
mais o surpreendeu, no dia da sua libertação, foi ver tantos brancos,
juntos nas ruas com os negros, a festejar a sua saída da prisão. Estava
“absolutamente surpreendido” por perceber que tantos sul-africanos se
identificavam com o que estava a acontecer na África do Sul, um novo
país que nascia e onde, dizia Mandela, existia lugar para todos.
Em 1993 recebe o Nobel da Paz junto com o Presidente sul-africano
Frederik Willem De Klerk. No discurso de atribuição do prémio, o
presidente do comité do Nobel elogia o “brilhante contributo” dos dois
líderes para a paz e “os resultados espantosos” alcançados “com a
política de paz e reconciliação” de ambos. Apesar das diferenças que os
separavam, cada um num ponto de partida diferente, “um do lado dos
opressores e o outro do lado dos oprimidos”, tinham tomado “iniciativas
para parar o ciclo vicioso da violência [na África do Sul]”, realça o
presidente do comité. Mas avisa que, depois da “oportunidade dada à
paz” por Mandela e De Klerk, “só o tempo dirá se a paz irá prevalecer”.
Em 1994 vota pela primeira vez na vida, aos 75 anos, nas primeiras
eleições livres no país, a 27 de Abril (no segundo dia dos quatro
previstos para a votação) e é eleito primeiro Presidente negro pelo
Parlamento onde o ANC conquista uma grande maioria. Apesar das
ameaças de violência, as eleições realizam-se num clima globalmente
pacífico. No discurso de tomada de posse a 10 de maio menciona a
“recém-nascida liberdade” e diz que “uma sociedade de que toda a
humanidade se orgulhará” nasceu “da experiência de um desastre
humanitário que durou tempo de mais”.
Em 1998 casa-se no dia do seu 80º aniversário com a moçambicana
Graça Machel, viúva do ex-Presidente de Moçambique, Samora
Machel, na presença da família, pouco mais de uma dezena de amigos e
um fotógrafo. A cerimónia é realizada na sua nova casa de Houghton,
Joanesburgo, e o casal parte depois em lua-de-mel para a Argentina e
Brasil. Desde a entrada de Mandela no hospital a 8 de junho, Graça
Machel quase não foi vista fora do hospital onde estava o marido,
mantendo-se sempre a seu lado, pelo menos nas primeiras seis semanas.
Numa intervenção rara e a propósito dessa permanência no hospital,
Graça Machel disse: “Mais uma vez, o melhor presente que Mandela
deu ao país foi o da unidade.”
Em 1999 deixa a presidência do país no fim do primeiro mandato como
Presidente, já depois de em 1997 deixar a liderança do ANC que
assumia desde 1991. O seu vice-presidente Thabo Mbeki é eleito para a
chefia do partido e para as eleições de 1999, sendo eleito Presidente.
Mandela tem por objetivo dar espaço a uma nova geração de líderes e
enviar uma mensagem clara aos Presidentes que se mantêm no poder
em África. Continua a sua atividade através da Fundação Nelson
Mandela que é a forma de o líder continuar a sua contribuição para uma
sociedade justa. Na despedida do cargo de Presidente, diz: “Nós, sul-
africanos não podemos esquecer o passado terrível para melhor
podermos lidar com ele, perdoando onde o perdão seja necessário, mas
não esquecendo.”
Em 2004, após deixar a política, anuncia o fim da sua participação
frequente em atos públicos. Pretende com isto passar mais tempo com a
família e ter uma vida mais tranquila. Torna-se célebre a sua brincadeira
com os jornalistas, a quem diz: “Não me telefonem. Eu telefono-vos.” A
sua figura continua, porém, a ser uma importante referência na África
do Sul e no mundo. Em 2007, funda os Anciãos, organização
internacional que reúne ex-governantes e figuras mundialmente
respeitadas como Jimmy Carter, Desmond Tutu, Kofi Annan, Mary
Robinson, Graça Machel, Martti Ahtisaari e Fernando Henrique
Cardoso, entre outros. Em 2009, apoia publicamente o ANC de Jacob
Zuma, que sucede a Thabo Mbeki como líder do partido.
Em 2005 publica a autobiografia “Long Walk To Freedom” - (Um
Longo Caminho para a Liberdade) - traduzida depois para dezenas de
línguas. Começou a escrevê-la em segredo em 1974 na prisão de
Robben Island, terminando-a já depois de ser libertado. É um livro
“com uma longa história”, escreve na página de agradecimentos, um
livro que dedica aos seis filhos, aos 21 netos e três bisnetos e a todos os
amigos, camaradas e compatriotas sul-africanos. O livro inspirou um
filme a ser lançado em 2013, realizado por Justin Chadwick e que tem,
no papel de Mandela, o actor Idris Elba.
Discursa no Hyde Park, em Londres, onde comemora o seu 90.º
aniversário, num grande evento que junta dezenas de músicos e artistas,
e pede às gerações futuras que continuem a lutar pela justiça social.
“Mesmo celebrando, deixem-me lembrar-vos que o nosso trabalho está
longe de estar completo. O nosso trabalho é liberdade para todos”, diz.
Este grande concerto é inspirado noutro a favor da sua libertação que,
20 anos antes, com o lema Free Mandela (Libertem Mandela), juntou
em junho de 1988 músicos e artistas no estádio de Wembley, em
Londres, e foi visto por 600 milhões de pessoas em todo o mundo.
Aparece pela última vez, num ato público, na cerimónia de
encerramento do Mundial de Futebol no Estádio de Joanesburgo, ao
lado de Graça Machel. Sorri e acena para as bancadas e a multidão
levanta-se para o receber com grande entusiasmo, antes da final
Espanha-Holanda. Fotografias e vídeos de Mandela são publicados
depois disso em diversas ocasiões, mas este momento no encerramento
do Mundial tem um forte significado, que a imprensa atribui ao facto de
Mandela, fundador da jovem democracia, estar presente neste evento
que simboliza uma importante etapa do crescimento da África do Sul.
Nelson Mandela faleceu em Joanesburgo, África do Sul, no dia 5 de
dezembro de 2013.
Webgrafia
https://www.ebiografia.com/nelson_mandela/

https://acervo.publico.pt/mundo/a-vida-de-nelson-mandela#/19

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