Cartilha Reabilita Sepse
Cartilha Reabilita Sepse
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ÍNDICE
O que é sepse? 3
Reabilitação pós-sepse 4
Reabilitação física pós-sepse 5
Reabilitação da saúde emocional pós-sepse 6
Reabilitação da memória e saúde cognitiva pós-sepse 7
Reabilitação nutricional pós-sepse 8
Reabilitação da deglutição e da comunicação pós-sepse 9
Organização com os medicamentos após a alta hospitalar 11
Cuidados com a pele e prevenção de úlceras por pressão 11
Cuidados com o paciente frágil durante o banho 12
Prevenção de quedas 13
Cuidados com a higiene bucal pós-sepse 13
Suporte social ao paciente pós-sepse 15
Referências: site reabilita sepse 16
Dia Mundial da Sepse 2022 www.reabilitasepse.com.br - 03
O que é sepse?
Sepse é uma resposta inadequada do nosso organismo à presença de uma
infecção que está em um determinado lugar (pulmões, rins, abdômen etc.) e que
“ataca” os nossos próprios órgãos e tecidos, levando a um mau funcionamento
desses órgãos. Essa infecção pode ser bacteriana, que é o mais comum, mas
também pode ser ocasionada por fungos, vírus ou protozoários. Quando uma
bactéria, um fungo ou um vírus nos ataca e entra no nosso organismo, o nosso
sistema imune reage contra aquele agente infeccioso. Se esta reação acontece de
forma adequada, conseguimos combater a infecção e ficamos bem. Entretanto, por
alguma razão não muito clara (genética, fisiologia ou o tipo de agente agressor), o
organismo reage mal àquela infecção. Ao invés de só combater o agente agressor,
o sistema imune passa também a agredir o próprio organismo. Em consequência,
alguns órgãos não funcionam de forma adequada.
Reabilitação pós-sepse
Nas últimas décadas, a taxa de mortalidade intra-hospitalar relacionada à
sepse vem decaindo em virtude de um melhor conhecimento da condição e da
melhoria da qualidade assistencial.
Os tratamentos empregados para os casos na fase aguda da sepse têm
melhorado, e cada vez mais pacientes recebem alta vivos do hospital após um
episódio de sepse. Entretanto, para uma grande parcela dos sobreviventes de
sepse, receber alta do hospital é apenas o primeiro passo de uma longa jornada de
reabilitação, uma vez que sequelas físicas, cognitivas e de saúde mental são muito
prevalentes e podem causar um grande impacto na qualidade de vida, como
dificuldade de retorno ao trabalho e estudos, estresse financeiro para o núcleo
familiar, além de importante impacto na saúde mental, tanto de pacientes, como de
familiares, que estão junto ao paciente e envolvidos no cuidado.
Existem diversos fatores que explicam essa associação entre sepse e
sequelas em longo prazo:
- Gravidade da infecção;
- Fatores associados à saúde do indivíduo antes da doença;
- Fatores relacionados aos tratamentos utilizados para salvar a vida do indivíduo na
fase aguda;
- Reabilitação.
Grande parte das sequelas após a sepse são reversíveis, desde que haja
uma correta identificação, estabelecimento de um plano de reabilitação e de
engajamento, tanto do paciente como dos familiares. Para isso, é necessário que o
paciente acometido por sepse passe por uma avaliação de um profissional da saúde,
que faça um diagnóstico de quais são as incapacidades que estão prejudicando a
sua vida para que se possa estabelecer um plano de reabilitação.
Possíveis Sequelas
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- Alterações cognitivas;
- Alterações de memória ou de velocidade de processamento do pensamento;
- Alterações de atenção;
- Alterações relacionadas à velocidade dos processos mentais;
- Alterações de funções executivas: dificuldade no planejamento, organização e
resolução de problemas do dia a dia.
Alguns indivíduos podem ter uma dependência muito pequena e, portanto,
conseguirão manter o funcionamento global de sua vida, de uma maneira
relativamente normal ou muito próximo ao normal. Outras pessoas, infelizmente,
terão maiores dificuldades na realização de atividades da vida diária e,
consequentemente, terão uma dependência maior de familiares ou de cuidadores.
De maneira geral, as alterações de cognição e de memória são mais intensas e
frequentes após a alta hospitalar do paciente.
Alguns fatores determinam se o paciente terá maior ou menor risco de um
quadro de alterações persistente ou passageiro, com retorno às atividades usuais de
maneira mais rápida e/ou completa. Vários aspectos relacionados ao próprio
tratamento da sepse interferem nesse risco, como por exemplo: o tempo de
internação hospitalar, necessidade de internação em uma Unidade de Terapia
Intensiva e submissão à ventilação mecânica, além de alguns tipos de medicações
utilizadas durante o tratamento de suporte do paciente.
Existem algumas estratégias que, se aplicadas de forma conjunta, podem
atenuar os efeitos das alterações cognitivas na qualidade de vida dos pacientes,
como a prática de exercícios físicos e cognitivos.
Doenças concomitantes como Alzheimer, demência vascular, doença de
Parkinson, diabetes (e outras alterações clínicas) podem impactar no funcionamento
cerebral e, consequentemente, no funcionamento de cognição e memória. Dessa
forma, o tratamento adequado de outras doenças concorrentes pode aliviar ou até
mesmo reverter por completo alterações de cognição e memória, que supostamente
eram secundárias única e exclusivamente ao episódio de sepse.
Em indivíduos onde não se consegue por completo aliviar essas alterações,
existem alguns artifícios tanto ambientais, quanto tecnológicos que podem aliviar as
dificuldades do dia a dia:
- Adaptação de smartphones;
- Agenda de afazeres diário;
receber todo o aporte nutricional por uma via enteral, que nada mais é do que a
administração de alimentos convertidos na forma líquida e infundido diretamente no
estômago ou intestino, por sonda ou gastrostomia. Essa terapia nutricional enteral
pode ser temporária ou definitiva e deverá ser acompanhada pelo nutricionista
responsável pelo cuidado deste paciente.
Reabilitação da deglutição e
comunicação pós-sepse
A fonoaudiologia tem um papel fundamental na reabilitação do paciente
pós-sepse, uma vez que as principais alterações fonoaudiológicas estão
relacionadas à deglutição (capacidade, ou não, de engolir) e à comunicação (voz,
linguagem e memória).
As alterações de deglutição podem levar à alteração respiratória, gerando
uma pneumonia e, nas situações mais graves, ocasionar até outro quadro de sepse.
A alteração na deglutição pode se ocasionada, também, por várias causas:
- Neurológicas;
- Enfraquecimento da musculatura da mastigação e deglutição;
- Hábitos inadequados de alimentação;
- Após um quadro de sepse, que pode trazer como consequência um ou mais desses
fatores anteriores.
Após a alta hospitalar, o paciente que passou por um quadro de sepse e tem
que se alimentar por sonda ou gastrostomia, é importante manter a indicação do
profissional que fez tal orientação, seja médico, fonoaudiólogo ou nutricionista.
O profissional de fonoaudiologia é importante tanto para iniciar a
reintrodução dos alimentos, como para rastrear alterações de deglutição e possíveis
disfagias.
Até que essa avaliação possa ser realizada, existem algumas maneiras de
evitar ou amenizar o impacto das alterações na deglutição:
- Se alimente sempre sentado;
- Se fizer uso de prótese dentária, certifique-se de que ela está bem fixada;
- Evitar distrações na hora de se alimentar;
- Mastigar bem, de ambos os lados, sem pressa;
- Comer em pequenas quantidades;
- Em caso de engasgo, não comer outro alimento ou tomar água por cima. O
paciente deve respirar fundo, se acalmar e, se não houver melhora ou começar a
sentir falta de ar, um serviço de atendimento médico deve ser procurado
imediatamente;
- Não se alimentar com sono, nem ofertar alimentos para alguém sonolento;
- Ao final de cada refeição, permanecer pelo menos 40 minutos sentado (a) para que
não se tenha refluxo;
- Escovar os dentes e a língua após as refeições.
Possíveis Sequelas
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Prevenção de quedas:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Acesse:
www.reabilitasepse.com.br