A Cidade Como Um Jogo de Cartas

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● p.

49 – “No baralho comum, a variedade de combinações possíveis


A cidade entre os dois sistemas básicos de agrupamentos (números +
figuras & e naipes) permite que se armem os jogos. Dentro de
como um determinadas convenções (estratégias) são possíveis infinitas
jogo – composições (táticas)”.

A cidade ● conhecimento das regras + prática (se aprende a jogar jogando)


como um jogo
de cartas. ● bom jogador: transforma os trunfos a seu favor + saber a hora de
Carlos Nelson fazer uma jogada + usar os meios de que dispõe
Ferreira dos Santos
● p.50 - “para os estudiosos da sociedade um jogo como o de
cartas é um truque. Serve para representar, de forma suave
e sem maiores traumas, as maneiras de estabelecer alianças
e oposições, de enfrentar conflitos e preservar o conjunto
unido, respeitadas as diferenças e atribuído um papel a cada
um”.
● “O jogo escolhido utiliza leis e normas que determinam a
estrutura da partida. Arma-se, assim, uma espécie de
moldura que é a ‘verdade’ do jogo. Tudo o que ocorrer
dentro dela terá validade. Nas jogadas do buraco, por
exemplo, a estrutura se baseia em trincas (cartas de mesmo
número, não importando o naipe) ou em sequências (cartas
ordenadas do mesmo naipe). Há um limite mínimo para dar
partida (três cartas) e um critério de contagem de pontos
que estimula a que se usem tantas cartas quanto possível”.
● “O que acontece em uma cidade pode ser comparado ao jogo de
cartas. O jogo urbano se joga sobre um sítio determinado que é a
sua ‘mesa’. Aí se enfrentam parceiros que se enfrentam segundo
GOVERNO os grupos e filiações a que pertençam. Há os políticos, técnicos e
funcionários que representam o GOVERNO”
● “Existem as EMPRESAS que agem através de investimentos na
indústria, no comércio e nos serviços, com especial destaque para
EMPRESAS o capital ligado aos ramos imobiliário e da construção civil, cujas
ações têm reflexos diretos no meio urbano”.
● p.50-51 -“Por fim, entra a POPULAÇÃO, fragmentada nos mais
POPULAÇÃO diversos grupos (vizinhança, filiação política e religiosa, profissão,
parentesco, afinidades...)”.
● AGENTES do desenvolvimento urbano:

● O ideal é que dominem as regras

● Cidades: agentes federais, estaduais e municipais


● p. 51 – “Para que o jogo urbano dê certo é preciso
que todos conheçam bem as cartas do baralho que
Como atua cada está sendo usado e que sejam bem esclarecidas as
agente do jogo regras para arrumá-las”.
urbano
? ● “O governo dispõe de autoridade para fazer cumprir
a lei, os grupos de capital interessados têm recursos
financeiros, os grupos de população podem e devem
“Só pode haver jogo exercer pressões pelo que julgam ser o seu direito”.
limpo quando cada
um souber o que são
suas cartas, o ● O desequilíbrio ocorre quando apenas alguns têm
quanto valem e tiver acesso às normas e podem, portanto, alterá-las com
domínio sobre as exclusividade;
próprias jogadas” ● equilíbrio: conhecimento das regras + acesso ao
(p.51). processo de tomada de decisão
● “Quais são os naipes, os números e as figuras do jogo urbano? São
os elementos mais simples que fornecem a base da organização
do espaço. É o lote, unidade territorial mínima, que configura o
Quais são os domínio privado por excelência, servindo para abrigar uma família
ou conjunto de famílias. [...] Há outro tipo de lotes também, os
elementos do que servem para o comércio, indústria e serviços” (p.51).

jogo?
● Lote residenciais – moradia
● Lotes comerciais, de indústria e serviços – “casas temporárias”
● “Cerca de 70% da terra urbana é ocupada por propriedades
privadas ou áreas de acesso e domínio restrito. Dessas, 80% se
destinam a fins habitacionais. São variações dos lotes e seguem
seu espírito, os condomínios, conjuntos habitacionais e
superquadras”.

● p.52 – “O contraponto para as terras de uso particular e controlado


são as terras de uso público onde todos podem estar e circular sem
permissão especial. São os espaços e logradouros públicos”.

● espaços de uso coletivo mais comuns: ruas, largos, praças e


parques
● “As diversas formas de combinar os padrões de lotes (terras
privadas) e áreas públicas (ruas e demais espaços abertos)
configuram a estrutura urbana. Constituem o ‘jogo escolhido’ para
aquela cidade”.
“Jogo
escolhido” ● + pessoas dominando os princípios de articulação e conjugação
dos vários tipos de espaços e seus usos = + resultados positivos
● “A estrutura da cidade também é marcada pelos centros e pelas edificações ou
agrupamentos de edificações notáveis”.

● centro: área mais dinâmica da cidade

● “A noção de centralidade, mais do que espaço concreto, está na cabeça das


pessoas. Determinados lugares são vistos como, representados como sendo
mais centrais que outros. Onde a maioria das representações coincide aí é o
centro”.
Centro-centralidade
● “O centro é o lugar em que está a animação e a agitação, onde ocorrem
mudanças”.

● “A cada centro corresponde um território de influência que, quanto mais


extenso e afastado, mais é percebido como o contrário de tudo que o outro
espaço é ou tem. Centros pressupõe periferias e fronteiras”.

● fronteiras: abstração racional; úteis aos técnicos e encarregados das políticas


urbanas; artifícios para ajudar a agir; não tem existência própria; mudam;
● p.53 – “Quando as formações urbanas são pequenas, é fácil saber onde acabam. As fronteiras
não são complicadas e se referem a um único centro. Mas é só as cidades atingirem um certo
porte que as confusões começam. Formam-se ‘zonas cinzas’ que interrompem a ocupação
contínua do espaço”.

● cada equipamento em uma cidade transmite identidade para aquele espaço em que está
inserido

● “Conjuntos de lugares e dos edifícios que os ocupam dão uma conformação às cidades e
definem seus ritmos. Através deles se produzem e se mantêm memórias”.

● a cidade como um texto a ser lido

● “Quem está muito envolvido no que está acontecendo, acaba perdendo a noção de como as
coisas acontecem. [...] Quem está ali, acostumado a ver surgir lugares, ruas e prédios novos
todos os dias, na maior ‘normalidade’, fica meio anestesiado. Um belo dia descobre que o sítio
está irreconhecível: surgiram problemas fora de controle e foi ultrapassado o instante em que
ainda era viável intervir”.

● “Como só se vive no presente e ele é cada vez mais absorvente, é difícil entender que o espaço
urbano não é só o que está sendo. Cada lugar em uma cidade está carregado do que ali
aconteceu antes; é um símbolo do seu próprio passado. Mas é também um molde do que
poderá acontecer daí para a frente”.
● p.54 – “O exercício de viver no presente preparando o futuro não é espontâneo. Exige uma
disciplina que, se praticada, vai se tornando cada vez mais natural. É como uma ginástica”.

● todos os que habitam uma cidade devem conhecer seus padrões e estruturas de
funcionamento; “em conjunto formularão uma imagem coletiva”.

● “se forem seguidos os padrões que todo mundo conhece, a estrutura que todo mundo ‘projeta’,
o resultado será sempre uma soma com todas as chances de harmonia”.

● a imagem coletiva opera como uma referência básica

● p.55 – “A proposta de fazer de cada cidadão um urbanista parece ideia fantasiosa... Isso é um
assunto de quem tem muitos anos de escola, é especialista, conhecedor de desenho,
geometria, matemática, sociologias, economias... Na verdade, porém, quem vive, trabalha, se
desloca e usa de muitas formas um espaço urbano está contribuindo para refazê-lo sem parar”.

● - jogar com o mesmo baralho, regras diferentes


● - jogar com vários baralhos sem organizar as regras
● “O especialista (urbanista, engenheiro, arquiteto, planejador) tem de
assumir um novo papel, dentro de tal perspectiva. Ele é aquele que
segue a partida com interesse, procura esclarecer dúvidas e pontos
obscuros e funciona como mediador, aconselhando a atualização de
estatutos e modos de agir, à medida que verifique sua superação”
(p.55).

● Para que todos possam participar do jogo urbano o repertório básico


deve ser simples e acessível: assim, a lei corresponderá a hábitos e
comportamentos ao invés de apenas restrições impositivas

● Instituições particularmente importantes para informação e


treinamento: escola e igreja
● Instituições para as quais o assunto (jogo urbano) é obrigação:
Prefeitura e Câmara dos vereadores

● “O ideal seria fazer a população dominar as regras básicas de


conformação da sua cidade como se fossem as quatro operações
básicas de aritmética”.
Quem são os
jogadores
quando
levamos em
consideração
nossa
“mesa” em
particular?

Área de estudo de PUR – Zona Portuária do Rio de Janeiro


Fonte: m. ap – trabalho desenvolvido pelos alunos Bernardo Bazani, Alessandra Carius e
Maria Inês Pimentel
● Governo
Parceiros do ● Empresas
jogo urbano ● População
“Nos termos do artigo 41, o Plano Diretor é obrigatório para
cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os
instrumentos previstos no § 4º
Plano Diretor do art. 182 da Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional
ou nacional” (Saule Júnior et al, p.56).
“O Plano Diretor pode ser definido como um conjunto de princípios
e regras orientadoras da ação dos agentes que constroem e utilizam
o espaço urbano. O Plano Diretor parte de uma leitura da cidade
real, envolvendo temas e questões relativos aos aspectos urbanos,
sociais, econômicos e ambientais, que embasa a formulação de
hipóteses realistas sobre os opções de desenvolvimento e modelos
de territorialização. O objetivo do Plano Diretor não é resolver todos
os problemas da cidade, mas sim ser um instrumento para a
definição de uma estratégia para a intervenção imediata,
estabelecendo poucos e claros princípios de ação para o conjunto
dos agentes envolvidos na construção da cidade, servindo também
de base para a gestão pactuada da cidade” (Saule Júnior et al, p.30).
“Plano diretor é um documento que sintetiza e torna explícitos os
objetivos consensuados para o Município e estabelece princípios,
diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as
decisões dos atores envolvidos no processo de desenvolvimento
urbano convirjam, tanto quanto possível, na direção desses
objetivos” (SABOYA, 2008).
● “Através do estabelecimento de princípios, diretrizes e normas, o
plano deve fornecer orientações para as ações que, de alguma
maneira, influenciam no desenvolvimento urbano. Essas ações
podem ser desde a abertura de uma nova avenida, até a
construção de uma nova residência, ou a implantação de uma
estação de tratamento de esgoto, ou a reurbanização de uma
favela. Essas ações, no seu conjunto, definem o desenvolvimento
zoneamento da cidade, portanto é necessário que elas sejam orientadas
segundo uma estratégia mais ampla, para que todas possam
trabalhar (na medida do possível) em conjunto na direção dos
objetivos consensuados”.
● “O zoneamento é um instrumento importante nesse sentido, já
que impões limites às iniciativas privadas ou individuais, mas não
deve ser o único” (SABOYA, 2008).
Rio de Janeiro

Fonte: https://planodiretor-pcrj.hub.arcgis.com/pages/plano-diretor-atual
“A segunda audiência territorial para debater a
● Dispõe sobre a Política revisão do novo Plano Diretor (Projeto de Lei
Urbana e Ambiental do Complementar nº 44/2021) foi realizada nesta
segunda-feira (6/6), no Auditório do Instituto
Município, institui o Plano dos Arquitetos do Brasil – IAB-RJ, no
Diretor de Flamengo. O debate promovido pela
Desenvolvimento Urbano Comissão Especial do Plano Diretor, da
Câmara de Vereadores, teve como foco os
Sustentável do Município bairros da Zona Sul. Essa é a 19ª audiência
do Rio de Janeiro e dá do processo de revisão do Plano, das quais

LEI outras providências. nove foram realizadas pela Prefeitura no ano


passado.

COMPLEMENTAR A minuta do novo Plano Diretor traz avanços


em relação à Lei Complementar 111/2011. Ela
N.º 111 de 1º DE propõe a consolidação em poucas leis da
legislação urbana do Rio, ao incorporar em
fevereiro de 2011 seu texto a Lei de Uso e Ocupação do Solo
(LUOS) e a Lei de Parcelamento do Solo
(LPS). Segundo o projeto de lei, a proposta é
que a Zona Sul seja mantida como área
consolidada, com poucas mudanças de
O Plano parâmetros urbanísticos. Além disso, o
patrimônio, tanto cultural quanto ambiental, foi
Diretor do Rio
apontado como norteador do planejamento
está em para a região” (Prefeitura do Rio).
processo de
revisão.
● Art. 5º - O Plano Diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana
, é parte integrante do processo de planejamento do Município, orientando as ações dos
agentes públicos e privados e determinando as prioridades para aplicação dos recursos
orçamentários e investimentos.

§ 1º O Plano Diretor contém diretrizes e normas relativas a:

CAPÍTULO II - I - política municipal de desenvolvimento sustentável;


II - ordenamento territorial do Município;
DO PLANO III - ordenação do uso e ocupação das áreas urbanas;

DIRETOR IV - políticas públicas setoriais e seus programas;


V - instituição e aplicação de instrumentos legais;
VI - sistema municipal de planejamento e gestão;
VII - da participação pública efetiva e continuada, através dos Conselhos
Municipais, Conferências da Cidade, Audiências Públicas e da disponibilização ampla
de informações qualificadas sobre a Cidade; e
VIII - desenvolvimento urbano com base na política de planejamento e
desenvolvimento sustentável.
● Art. 6º - São objetivos do Plano Diretor da Cidade do Rio de
Janeiro definir as bases para o planejamento urbano e para o
controle do uso, da ocupação do solo e do desenvolvimento
urbano de modo a torná-lo sustentável, e estabelecer os meios
necessários à conservação e defesa do patrimônio coletivo, de
acordo com as diretrizes estabelecidas no art. 3°.
Art. 31. O Município fica subdividido em Macrozonas de Ocupação,
definidas a partir da avaliação de fatores espaciais, culturais econômicos,
sociais, ambientais e de infraestrutura urbana em função das grandes
áreas diferenciadas da Cidade, conforme estabelecido nos Anexos I e II.

§ 1º As áreas de restrição à ocupação urbana estão incluídas nas


macrozonas, respeitadas as suas características e os seus condicionantes.
CAPÍTULO II - § 2º O objetivo do macrozoneamento é estabelecer a referência territorial
básica para orientar o controle das densidades, da intensidade e da
DO expansão da ocupação urbana, na regulamentação e aplicação dos
MACROZONEAMENTO instrumentos da política urbana e indicar as prioridades na distribuição
dos investimentos públicos e privados.
§ 3º A implementação de planos, programas e projetos, o
estabelecimento de prioridades de intervenção, a aplicação dos
instrumentos da política urbana e a elaboração de normas observarão o
disposto para as Macrozonas de Ocupação e para áreas sujeitas à
intervenção.
A nova proposta
em análise prevê
a divisão em 7
macrozonas ao
invés das 4 atuais
“A região portuária, área central do Rio de Janeiro, foi abandonada
durante décadas pela Prefeitura Municipal. Esta região abriga vários
prédios públicos da União, do Estado e do Município que estão
vazios, ou seja, imóveis que não cumprem sua função social. Vários
desses imóveis foram ocupados por populações sem-teto, que hoje
estão ameaçadas em função do megaprojeto de reestruturação
A região urbana que se encontra em execução na região, o projeto Porto
Maravilha, que incide sobre uma área de 5 milhões de m².
portuária do Inicialmente, a zona portuária abrigaria alguns equipamentos para
as Olimpíadas de 2016, conforme definição estratégica do prefeito
Rio de Janeiro Eduardo Paes tentando viabilizar a Operação Urbana Consorciada
da Região do Porto, criada no final de 2009, por meio da qual vem
sido promovida a reordenação urbana da localidade. No início de
2014, com a consolidação da operação urbana, os equipamentos
olímpicos que inicialmente seriam instalados no Porto – Vilas de
Mídia e de Árbitros – foram transferidos para a Zona Oeste da
cidade”(COMITÊ, 2015, p.29).
“A Operação Urbana Consorciada da Área de Especial Interesse
Urbanístico da Região Portuária do Rio de Janeiro, criada por
meio da Lei Complementar nº 101 de 2009, abrange 5 milhões de
metros quadrados e está situada no coração do centro da cidade.
Associada a esta operação urbana, foi instituída a maior Parceria
Público-Privada (PPP) do Brasil, assinada entre a Companhia de
Consórcio Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro
(CDURP), empresa de capital misto criada pela prefeitura, e a
Porto concessionária vencedora da licitação pública, a Porto Novo S/A
(formada pela construtora OAS LTDA, Construtora Norberto
Maravilha Odebrecht Brasil S.A. e Carioca Christiani-Nielsen Engenharia
S.A.). A Porto Novo vai administrar, por regime de concessão
administrativa, os serviços e obras de revitalização, operação e
manutenção da Área de Especial Interesse Urbanístico da Região
do Porto do Rio de Janeiro por 15 anos” (COMITÊ, 2015, p.174,
grifo nosso).
● Modifica o Plano Diretor, autoriza o Poder Executivo a
instituir a Operação Urbana Consorciada da Região
do Porto do Rio e dá outras providências.

● Art. 1° Esta Lei Complementar institui a Operação Urbana


Consorciada - OUC da região do Porto do Rio de Janeiro,
LEI na Área de Especial Interesse Urbanístico – AEIU criada
COMPLEMENTAR nesta Lei Complementar, que compreende um conjunto
de intervenções coordenadas pelo Município e demais
Nº 101, DE 23 DE entidades da Administração Pública Municipal, com a
NOVEMBRO DE participação de proprietários, moradores, usuários e
investidores, com o objetivo de alcançar transformações
2009. urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização
ambiental de parte das Regiões Administrativas I, II, III e
VII, em consonância com os princípios e diretrizes da Lei
Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da
Cidade e do Plano Diretor Decenal da Cidade do Rio de I - Portuária
II - Centro
Janeiro. III - Rio Comprido
VII - São Cristóvão
● Art. 2° A Operação Urbana Consorciada tem por finalidade promover a reestruturação
urbana da AEIU, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos
espaços livres de uso público da região do Porto, visando à melhoria da qualidade de
vida de seus atuais e futuros moradores, e à sustentabilidade ambiental e
socioeconômica da região.
§ 1° Os seguintes princípios nortearão o planejamento, a execução e a fiscalização da
Operação Urbana Consorciada:
I - a priorização do transporte coletivo sobre o individual;
II - a valorização da paisagem urbana, do ambiente urbano e do patrimônio cultural
material e imaterial;
III - o atendimento econômico e social da população diretamente afetada pela
Operação;
IV - a promoção do adequado aproveitamento dos vazios urbanos ou terrenos
subutilizados ou ociosos;
V – a integração da área com a área central da Cidade e o estímulo ao uso residencial,
possibilitando melhor aproveitamento da estrutura urbana existente;
VI - transparência do processo decisório e controle com representação da sociedade
civil;
VII – o apoiamento da regularização fundiária urbana nos imóveis de interesse social.
● Art. 12. Ficam definidos novos parâmetros de uso e ocupação do
solo, específicos para a AEIU, compatíveis com o padrão de
ocupação a ser implantado pela Operação Urbana Consorciada.

Parágrafo único. Para definição dos parâmetros urbanísticos, a área


de abrangência da Operação Urbana Consorciada fica dividida em:

I - setores, delimitados e descritos nos Anexos IV e IV-A;


II - subsetores, delimitados e denominados nos Anexos V e V-A.
●ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO –AEIU e da área da
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto DO Rio
Taxa de
ocupação
“A Taxa de Ocupação (TO) é a relação
percentual entre a projeção da edificação
e a área do terreno. Ou seja, ela
representa a proporção do terreno sobre
o qual há edificação”.
Fonte: https://urbanidades.arq.br/2020/03/29/taxa-de-ocupacao-e-coeficiente-de-aproveitamento-v-2-0/
Coeficiente de
aproveitamento
“O Coeficiente (ou
Índice) de
Aproveitamento é a
relação entre a área total
construída em um
terreno e a área desse
Fonte: https://urbanidades.arq.br/2020/03/29/taxa-de-ocupacao-e-coeficiente-de-aproveitamento-v-2-0/
mesmo terreno”.
Exemplo

Fonte: https://urbanidades.arq.br/2020/03/29/taxa-de-ocupacao-e-coeficiente-de-aproveitamento-v-2-0/
● Art. 20. As edificações terão afastamento frontal mínimo e
obrigatório em relação ao alinhamento do lote de sete metros.
§ 1° Estão isentos de afastamentos frontal as edificações dos
subsetores A4, A5, B2, B3, B6, C5, D4, E4, F1, I1 e J1.
§ 2° As edificações do subsetor E1 estarão isentas do afastamento
frontal mínimo em relação ao alinhamento da Av. Presidente Vargas
desde que sejam projetadas galerias de pedestres com largura e
Afastamento altura de sete metros, obedecido o recuo em vigor.
● Art. 21. Os afastamentos laterais e de fundos exigidos em relação
às divisas do lote, aplicada a legislação pertinente, não serão
superiores a quinze metros, desde que a fachada não exceda a
quarenta metros.
Parágrafo único. Os afastamentos entre edificações no mesmo lote,
aplicada a legislação pertinente, não serão superiores a trinta
metros, desde que a fachada não exceda a quarenta metros.
● Art. 25. Para a aplicação da outorga onerosa do direito de construir
ficam estabelecidos os Coeficientes de Aproveitamento Básico –
CAB e os Coeficientes de Aproveitamento Máximo – CAM,
conforme o previsto no Anexo V-B desta Lei Complementar.
Parágrafo único. O CAB e o CAM estabelecidos no Anexo V-B desta
Lei Complementar, prevalecerão sobre os Índices de
outorga Aproveitamento de Terreno - IAT anteriormente estabelecidos pela
legislação pertinente, nas áreas onde estiver prevista sua utilização.
onerosa do
direito de
construir “A Outorga Onerosa do Direito de
Construir, também conhecida como
“solo criado”, refere-se à concessão
emitida pelo Município para que o
proprietário de um imóvel edifique
CEPACS: acima do limite estabelecido pelo
certificados coeficiente de aproveitamento básico,
um dos meios mediante contrapartida financeira a
de potencial ser prestada pelo beneficiário”
de pagamento
construtivo (SABOYA, 2008).
da outorga
onerosa
Outorga onerosa do
direito de
construir em área
de operação
urbana. Marrom:
potencial
adicional de
construção;
amarelo:
contrapartida

Fonte: http://www.vitruvius.com.b
r/revistas/read/arquitextos/18.211/
6826
● Art. 26. A permeabilidade do solo será garantida por percentual da
permeabilidade área do lote livre de pavimentação ou construção em qualquer
nível, inclusive subsolo, ou outro dispositivo que couber, a critério
do solo do órgão municipal responsável pela drenagem das águas pluviais.
● Art. 27. Os novos desmembramentos realizados nas áreas
descritas nos Anexos V e V-A não poderão resultar em lotes com
áreas inferiores a:
novos I - mil metros quadrados nos subsetores A3, A4, A5, B2, B3, B4, B6,
desmembramentos C5, D4, E1, E3, E4, F1, I1 e J1;
II - dois mil metros quadrados nos demais subsetores.
https://www.portomaravilha.com.br/uploads/revistas/e4a9a9faf91836f5c586225108b4431a.pdf

Novo sistema viário da região portuária do Rio de Janeiro


“A PPP garantirá a qualidade das obras e
dos serviços. Como ambos ficarão a cargo “A promoção da renovação urbana
do consórcio, este não irá ofertar nada que por meio de uma PPP (Parceria
Público-Privada) representa
lhe cause prejuízos na manutenção. No subordinação da gestão desses
contrato, existe uma série de dispositivos espaços urbanos . lógica do
que preservam o interesse público. É o mercado, tendo em vista que as
empresas gestoras passam a tomar
concessionário que financia as obras, decisões vinculadas . eficácia
permitindo ao município obter ganhos com econômica e maximização do lucro
a valorização da região”. Jorge Arraes - de seus investimentos, vinculados
valorização imobiliária e dos
presidente da Companhia de certificados de potencial construtivo
Desenvolvimento Urbano do Porto (CEPACS), como no caso do Porto
Maravilha” - trecho do Dossiê do
(CDURP) - 2010 Comitê Popular da Copa e
Olimpíadas do Rio de Janeiro
novembro de 2015
https://www.portomaravilha.com.br/uploads/revistas/e4a9a9faf91836f5c586225108b4431a.pd
f
Parte do Quadro Síntese do Número de Famílias Removidas ou Ameaçadas de Remoção, por comunidade, Cidade do Rio de Janeiro, 2015
Fonte: Dossiê do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro novembro de 2015 (p.36).

Remoções decorrente das obras voltadas à renovação


urbana da Área Portuária
Remoções “Ocupação Quilombo das Guerreiras (Av. Francisco Bicalho) –
Ocupada em outubro de 2006, reunia cerca de 50 famílias. O prédio
decorrentes pertencia à União (Companhia Docas) e estava há mais de 20 anos
vazio. No local pretende-se erguer as “Trump Towers Rio”, um
das obras megaempreendimento imobiliário internacional que prevê a
construção de cinco torres de até 50 andares, com início no segundo
voltadas à semestre de 2013. A União Federal publicou decreto, em 12/09/2013,
renovação autorizando que a área fosse declarada pela Prefeitura do Rio de
Janeiro como “de utilidade pública, para fins de desapropriação,
urbana da destinado à urbanização da área”, o que acelerou o processo de
remoção mesmo antes da conclusão do projeto destinado a
Área Portuária reassentar uma parte dos moradores” (COMITÊ, 2015, p.30-31).
“Trump
Towers Rio”

Imagem: Folha de São Paulo


Quilombo das
guerreiras

https://www.youtube.c
om/watch?time_contin
ue=91&v=q8cYHXxcmL
4&feature=emb_logo
● SABOYA, R. O que é o plano diretor? Disponível em:
https://urbanidades.arq.br/2008/06/13/o-que-e-plano-diretor/
● CARRIÇO, José Marques; FERRO, Andréia Leal Ferro. Outorga Onerosa do Direito de
Construir - Natureza jurídica e justiça social. Disponível em:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.211/6826
● SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. A cidade como um jogo de cartas. Niterói: EDUFF, 1988.
● SAULE JUNIOR et al. Estatuto da cidade: guia para implementação pelos municípios e
cidadãos. Disponível em:
https://polis.org.br/publicacoes/estatuto-da-cidade-guia-para-implementacao-pelos-municipio
s-e-cidadaos/

Referências ● PROJETO PORTO MARAVILHA. Disponível em:


https://www.portomaravilha.com.br/uploads/revistas/e4a9a9faf91836f5c586225108b4431a.pdf
+
● Olimpíada Rio 2016, os jogos da exclusão. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/07/1796404-por-que-o-maior-empreendimento-
de-trump-no-brasil-encalhou.shtml
● Guerreiras. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=91&v=q8cYHXxcmL4&feature=emb_logo
● LEI COMPLEMENTAR N.º 111 DE 1º DE fevereiro DE 2011
● LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2009.

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