2014 - Cossa, Leovigildo Fernando

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UNIVER

ERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE
EAAGRONOMIA E ENGENHARIA FLOREST
STAL
DEPARTAM
MENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Curso d
de Licenciatura em Engenharia Florestal

Projecto Final

Tema:

Determinação do Valorr F
Financeiro dos Produtos Florestais Mad
adeireiros da
flore
resta comunitária de Nhambita

Autor:

Leovigildo Fernando Cossa

Supervisor:

Doutor Eng. Mário Paulo Falcão

Maputo, Fevereiro 2014


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho:

Aos meus pais Fernando Samuel Cossa e Joana Marcelina Caetano Pereira, que fizeram tudo
para que o meu sonho se tornasse realidade, por isso fico feliz em tê-los como pais;

Aos meus tios Humberto Pereira, Justino Pereira Júnior, Sandra Pereira, Dulce Pereira, Celsa
Pereira, Gertrudes Pereira, Ângela Pereira e dos meus avos Justino pereira (que Deus o tenha) e
Gertrudes da Costa Xavier que tanto estiveram envolvidos na minha caminhada desde da escola
primária ate hoje a me darem forcas para que isso torna-se realizado;

A minha primeira professora Genoveva Gravata por ter transmitido os primeiros conhecimentos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Fernando Cossa e Joana Pereira e aos meus irmãos Lina, Marzito e
Leonel, pelo contínuo apoio, amor e por toda confiança que depositaram em mim.

A minha madrasta Catarina Pajume, agradeço pela enorme colaboração durante os meus estudos.

Sem esquecer a colaboração que me foi prestada pelos meus avos Justino Pereira (Deus que o
tenha) e Gertrudes da Costa Xavier, tios e tias, Celsa pereira, Dulce pereira, Gertrudes pereira,
Justino Júnior, Sandra Pereira, Humberto Pereira e Ângela Pereira, durante a minha educação da
primária ate a formação superior.

Agradeço ao meu supervisor Doutor Engenheiro Mário Falcão pelo constante apoio durante a
elaboração deste trabalho e a Sidónia pela aquisição de dados no relatório de inventário.

Agradecimento especial vai aos meus grandes amigos Nelson Guardanapo, Gil Cambule, Aires
Gaspar, Sérgio de Deus, Miguel Boné, Goba, Wild, Eugénio Doce, Fátima (namorada), pela
força e companhia, para eles desejo-lhes sucessos.

Aos meus colegas do curso de Engenharia Florestal-UEM Nelson Rafael, Milton, Cinco Reis,
Zaina, Celma, Aires, Miguel, Ngulele, Agnério, Faruk, Ivan, Juizo, Hermenegildo, Sérgio De
deus (amigo da faculdade), Leonardo, Zélia Malate, Ângelo.

A todos que fazem parte do DEF, professores e técnicos nomeadamente Dr Bila, Dr Macanza,
Eng. Agnelo, Eng. Tarquinio, Dr Egas entre outros e aos técnicos Sr Paulo, Sr Martinho, Sr
Manhique, dona Raulina, dona Cândida e os demais vai um muito obrigado.

Aos meus colegas da residência 5 Boma, Gil, Idalecio, Jussa, da residência 2 Dário, Machavane,
Cinito, Cumaio, Samire e todos do decimo piso da residência 5 muito obrigado pela forca que me
deram.

Àqueles a quem eu devo agradecer, mas que, por lapso não estão aqui mencionados neste
trabalho.

MUITO OBRIGADO

QUE DEUS VOS ABENÇOE RICAMENTE


ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Corte anual admissível das espécies arbóreas com dap≥20 na concessão da floresta
comunitária de Nhambita. .............................................................................................. 24
Tabela 2: Analise da estrutura horizontal da floresta comunitária de Nhambita, das espécies que
possuem valor madeireiro comercial dentro das 29 espécies existentes na floresta
comunitária de Nhambita, distrito de Gorongoza, província de Sofala, árvores com
DAP≥20. ........................................................................................................................ 27
Tabela 3: taxas de exploração de cada qualidade de espécies ..................................................... 28
Tabela 4: custos de produção da madeira .................................................................................... 28
Tabela 5: Receitas anuais por cada espécie na concessão da floresta comunitária de Nhambita 29

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1:Volume comercial por tipo florestal da floresta de Nhambita DAP≥20. ....................... 35
Anexo 2:Receitas anuais dos produtos madeireiros e os Preços do mercado de cada espécie .... 36
Anexo 3: Valor Financeiro dos recursos florestais madeireiros, a uma taxa de desconto de 15%.
....................................................................................................................................................... 37
Anexo 4: Análise de sensibilidade: variação na taxa de desconto em 20%. ................................ 39
Anexo 5: Análise de sensibilidade: variação da taxa de desconto de 25%. ................................. 42
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1

1.1. Problema e Justificação do Estudo ............................................................................................... 2

1.2. Objectivos ..................................................................................................................................... 3

Geral ...................................................................................................................................................... 3

Específicos ............................................................................................................................................. 3

1.3. Pressupostos: ................................................................................................................................ 4

2. REVISÃO BILIOGRÁFICA ......................................................................................................................... 5

2.1. Produção Sustentável ................................................................................................................... 5

2.2. Corte anual admissível (CAA) ........................................................................................................ 5

2.3. Determinação do corte anual admissível na floresta natural ....................................................... 6

2.4. Crescimento da Floresta ............................................................................................................... 7

2.5. Ciclo de corte ................................................................................................................................ 8

2.6. Caracterização da Floresta ............................................................................................................ 8

2.7. Exploração Florestal e Regimes de Exploração Florestal .............................................................. 9

2.8. Análise Financeira de Investimentos Florestais .......................................................................... 11

2.8.1. Payback ............................................................................................................................... 11

2.8.2. Escolha da taxa de desconto ............................................................................................... 11

2.8.3. Razão benefício – custo ...................................................................................................... 12

2.8.4. Taxa interna de retorno (TIR) .............................................................................................. 12

2.8.5. Valor Actual Líquido ............................................................................................................ 13

2.9. Análise de Sensibilidade.............................................................................................................. 14

3. METODOLOGIA ................................................................................................................................... 15

3.1. Descrição da área de estudo ....................................................................................................... 15

3.1.1. Localização e acesso............................................................................................................ 15


Clima ................................................................................................................................................... 16

3.1.2. Topografia, geologia e recursos hídricos ............................................................................ 16

3.1.3. Fauna ................................................................................................................................... 16

3.1.4. Actividades sócio-económicas da população...................................................................... 17

3.1.5. Terra e disponibilidade de recursos naturais ...................................................................... 17

3.2. Recolha de dados ........................................................................................................................ 18

3.2.1. Amostragem utilizado no inventário .................................................................................. 18

3.3. Análise de dados ......................................................................................................................... 19

3.3.1. Determinação do corte anual admissível............................................................................ 19

3.3.2. Regeneração natural ........................................................................................................... 20

3.3.3. Quantificação dos recursos madeireiros existentes ........................................................... 20

3.3.4. Característica floristica............................................................................................................ 20

Abundância ......................................................................................................................................... 20

Dominância ......................................................................................................................................... 20

Frequência .......................................................................................................................................... 21

Índice de Valor de Importância (IVI) ................................................................................................... 21

3.3.5. Determinação do valor financeiro .......................................................................................... 21

Levantamento dos custos ................................................................................................................... 21

Levantamento das receitas ................................................................................................................. 22

Selecção do Critério ............................................................................................................................ 22

Valor actual líquido ............................................................................................................................. 23

3.4. Análise de sensibilidade .............................................................................................................. 23

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................. 24

4.1. Quantificação dos recursos existentes na floresta comunitária da Nhambita ........................... 24

4.2. Caracterização florística .............................................................................................................. 25


4.2.1. Abundância, Frequência, Dominância e IVI da floresta de Nhambita ................................ 25

4.3. Valor Financeiro .......................................................................................................................... 27

4.4. Análise de sensibilidade .............................................................................................................. 29

5. CONCLUSÕES....................................................................................................................................... 30

5.1. Recomendações ............................................................................................................................... 31

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ............................................................................................................... 32

7. Anexos ................................................................................................................................................. 35
LISTA DE ABREVIATURA

ITTO- International Tropical Timber Organization

FAO- Fundo das Nações Unidas para a Agricultura


DNTF- Direcção Nacional de Terras e Florestas
LF2- Floresta de baixa altitude medianamente fechada

LF3- Floresta de baixa altitude aberta

WG- Matagal

DAP- diâmetro altura do peito

EXP- exploração

DNFFB- Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia

MICOA- Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

T- pradaria arborizada

S- vegetação arbustiva

A-área de agricultura familiar


Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

1. INTRODUÇÃO

Moçambique é um país subtropical que se estende por 78.409.000 ha no sudeste da África, onde
há grande variação na precipitação média anual. Embora haja algumas áreas restritas que
recebem menos de 400 mm de chuva, em grande parte do país ocorrem precipitações entre 1.000
e 1.200 mm anuais que possibilitam o desenvolvimento da silvicultura intensiva com espécies de
rápido crescimento. Aproximadamente 30,6 milhões de hectares consideradas áreas florestais em
Moçambique (FAO, 2005), mais de 7 milhões foram mapeados como potenciais para
reflorestamento com espécies de rápido crescimento e representam uma grande oportunidade
para o desenvolvimento da economia florestal do país.

Considerando-se que o inventário florestal é hoje uma actividade que visa obter informações
qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em uma área pré-especificada,
torna-se imprescindível o uso de métodos de amostragem, embora não haja uma classificação
completa e diversificada de uso e aplicação em uma dada população (Péllico netto; Brena, 1997).

Com a constatação de que o Estado, sozinho, não pode garantir a conservação e o uso racional
dos recursos florestais e faunísticos, a nova Lei de Florestas e Fauna Bravia introduziu nova
abordagem na gestão de florestas e da fauna bravia, que procura envolver e responsabilizar todos
intervenientes no sector na gestão destes recursos. Nesse sentido, as comunidades locais, o sector
privado, organizações e associações de operadores e intervenientes no sector florestal, são
encorajados a formar parcerias com o Estado, com vista a seu envolvimento e participação
activa, não apenas na exploração e utilização destes recursos, mas também na fiscalização,
controle e monitoria das actividades de exploração, maneio e conservação dos recursos florestais
e faunísticos.
Uso racional e sustentado dos produtos florestais é garantir que a remoção destes não exceda a
sua taxa de substituição de modo que a geração futura usufrua também do mesmo. E isso é
fornecido pela regulação da floresta que é uma prática de cálculo e controlo de quantidades da
madeira extraída da floresta por ano. Quando se trata do produto principal, exploração da
madeira, a regulação da floresta é frequentemente definida pelo corte anual admissível (Higman
et al., 1999).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Note-se que nas actividades de exploração ilegal de madeiras há envolvimento comunitário


(membros isolados da comunidade) que abatem as árvores e vendem para os transportadores que
recolhem os troncos da floresta para o porto. Todavia, a introdução do regime de exploração por
concessão florestal e o regime de gestão comunitária promovem um maneio sustentado de
florestas orientadas para o desenvolvimento das comunidades locais, contribuindo assim, para a
redução da pobreza rural e crescimento da economia nacional (MICOA 2008).

1.1. Problema e Justificação do Estudo

Com a existência de muitos casos de exploração florestal ilegal, massiva para fins comerciais e
na falta do conhecimento da valorização financeira do recurso florestal madeireiro por parte da
comunidade local, faz com que a floresta perca os seus valores. A fraca fiscalização por parte dos
serviços provinciais de florestais e fauna bravia e a não existência de outros concessionários em
áreas circunvizinhas faz com a floresta comunitária se degrada, portanto, Duerr (1993) afirma
que por todo o mundo, o interesse renovado pela cultura florestal e pela utilização dos produtos
florestais exige que se reconsiderem com a maior atenção os aspectos económicos da actividade
florestal. De acordo com a DNFFB (1995), a lenha, os materiais de construção tradicional e a
madeira serrada, representam o grosso da demanda de produtos florestais em Moçambique,
estimando-se em cerca de 15 milhões de metros cúbicos por ano o total de consumo. Enquanto
para a agricultura itinerante, Macucule (1997) estima que cerca de 70% das perdas florestais é
causada por esta actividade. A gestão de recurso exige uma abordagem abrangente no que diz
respeito ao valor do recurso, as inteirações sociais, económicas e ecológicas aos factores de
manutenção e produtividade, visto que o interesse crescente pela utilização dos produtos
florestais requer que se considere os aspectos económicos da actividade florestal, bem como a
valorização económica das florestas tem reflexos positivos na economia e nos produtos florestais
Lamprecht (1990).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

A floresta desde sempre constituiu fonte de riqueza tendo em conta a importância socio-
económica e ambiental, particularmente num país como Moçambique, onde a maioria da
população vive em áreas rurais e depende da floresta para fins habitacionais, alimentares,
culturais, religiosos e medicinais.

Com o presente trabalho fará com que as comunidades tenham ideia da importância do
conhecimento do valor financeiro dos recursos florestais madeireiros, para o desenvolvimento
económico dentro da comunidade e permitira ter uma visão do quanto se ganha pela extracção da
madeira para fins comerciais e, dada a existência de muitas espécies madeireiras que ainda não
tem valor no mercado, pode estimular estudos com vista a valorizar essas espécies para aumentar
as receitas, bem como incentivar o uso múltiplo das florestas de forma sustentável.

1.2. Objectivos

Geral
Determinar o valor financeiro da floresta comunitária de Nhambita.

Específicos
Quantificar os recursos madeireiros existentes;

Caracterizar a estrutura horizontal e vertical da floresta;

Determinar o valor financeiro da floresta com base nos preços de mercado.

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

1.3. Pressupostos:

O presente estudo será elaborado com base nos seguintes pressupostos:


Todos custos e receitas das actividades são calculados na base dos preços de mercado
nacional do ano 2014;
O valor da terra é igual a zero, isto porque em Moçambique segundo o MADER (2004)
no seu artigo 29 capitulo VII da lei de terras, o uso e aproveitamento da terra são
gratuitos quando se destina as comunidades locais e pessoas singulares que as integram;
Todos os custos, taxa de desconto e outras variáveis são assumidos como valores
constantes ao longo do período de rotação.

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

2. REVISÃO BILIOGRÁFICA

2.1. Produção Sustentável

Quando se fala de produção sustentável de um recurso florestal pressupõe uma exploração desse
bem sem prejuízo do equilíbrio duradoiro da floresta. ITTO (2001) define o maneio florestal
sustentável como o processo de gestão duma floresta para atingir objectivos específicos de
maneio em relação a produção de um fluxo contínuo de produtos e serviços sem a redução dos
seus valores inerentes e a produtividade futura e sem efeitos negativos no maneio ambiental
social e físico.

Regulação do rendimento é a prática do cálculo e controlo das quantidades dos produtos


florestais removidos da floresta cada ano para garantir que a taxa de remoção não exceda a taxa
de reposição. Se o principal produto a ser explorado for a madeira, a regulação do rendimento é
geralmente definida pelo corte anual admissível (CAA) (Higman et al., 1999).

2.2. Corte anual admissível (CAA)

O corte anual admissível (CAA) é o valor máximo que uma empresa florestal pode explorar num
dado ano dentro da concessão florestal. Este valor é estimado em função da capacidade de
exploração, transporte e transformação da empresa e da produtividade da floresta.
Segundo Higman et al. (1999) e citado pelo Nhamirre (2006) o CAA pode ser baseado no
volume da madeira para se explorar anualmente (o volume é fixo mas a área da terra pode variar
de ano para ano, dependendo da quantidade da madeira em pé e da distribuição das espécies
madeireiras) ou na área de terra para ser explorado anualmente (a área é fixa mas o volume pode
flutuar).

O CAA que é o volume da madeira disponível dividido pelo número de anos requeridos até a
próxima exploração, permite atribuir quotas de corte entre os diversos madeireiros, tal como
definido na lei.

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

2.3. Determinação do corte anual admissível na floresta natural

Embora os princípios sejam similares, o cálculo de CAA é ligeiramente diferente para os


sistemas de floresta natural e plantações.

De acordo com Higman et al. (1999), o cálculo do CAA numa floresta nativa precisa de muitas
informações referentes a esta floresta, como:

Quantidade e qualidade do recurso existente – incluindo composição em espécies,


volume e sua distribuição por classe diamétrica. Idealmente esta informação é obtida
através dos inventários.

A taxa de crescimento da floresta, para espécies particulares e intensidade de exploração,


depois da exploração. Idealmente esta informação é obtida do crescimento e/ou de
parcelas de crescimento.

A área total de produção.

Os níveis de exploração ou extracção que já foram removidos da floresta.

Regeneração natural e os efeitos ecológicos da exploração. Esta informação pode ser


obtida através da monitoria a longo-prazo e pesquisa usando parcelas de amostragem.

Existem na literatura, várias fórmulas para o cálculo do corte anual admissível, sendo
uma dela foi usada no plano de maneio da ITM:

V1 × SP1 × f p1 V2 × SP2 × f 2 V3 × SP3 × f 3


CAA = + +
n n n

Onde:

CAA = Corte admissível anual (m3/ano);

SP1 = Área florestal produtiva do tipo florestal LF2 (ha);

SP2 = Área florestal produtiva do tipo florestal LF3 (ha);

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

SP3 = Área florestal produtiva do tipo florestal WG (ha)

V1 = Volume comercial em pé (m3/ha)

V2 = Volume comercial em pé (m3/ha)

V3 = Volume comercial em pé (m3/ha)

n = Ciclo de corte (número de anos)

f1= Factor de segurança para garantir regeneração florestal de espécies comerciais (0,7).

(1 = para tipo florestal LF2; 2 = para tipo florestal LF3, 3 = para tipo florestal WG).

O factor de segurança representa a quantidade de árvores adultas que não serão exploradas com
vista a servirem de produtoras de sementes para garantir a regeneração natural. Para espécies
comerciais com menor abundância utilizou-se 30% como factor de segurança e 20% para outras
espécies mais comuns. Nenhuma espécie considerada como rara no relatório do inventário foi
incluída como explorável.

2.4. Crescimento da Floresta

Crescimento de uma planta é o aumento do tamanho ao longo do tempo (Louman et al., 2001), e
a formação de novos órgãos (GTZ, 1986). O crescimento é expresso em termos de diâmetro,
altura, área basal ou volume (Louman et al., 2001).

Com cerca de 784 755 km² de superfície, Moçambique conta com 620 000 km2 de floresta
natural e outra vegetação lenhosa (78% da superfície total) e uma taxa de crescimento anual que
varia entre 0,5 a 1,5 m³/ha/ano. As florestas de miombo cobrem 67% estendendo-se na zona
climática húmida desde o rio Limpopo para o Norte. Os restantes 33% são dominados pela
floresta de Mopane na zona climática árida e semi-árida do sul do rio Save (Marzoli, 2007).

Os valores de crescimento de florestas nativas em África variam bastante em função das


condições edafo-climáticos das áreas (Miombo consultores, 2005).

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

2.5. Ciclo de corte

Ciclo de corte é o período, em anos, entre dois cortes sucessivos na mesma área. Quando a
exploração é selectiva com base num diâmetro mínimo de corte, o ciclo de corte pode ser mais
curto que quando se faz um corte raso. O ciclo de corte estima-se em função do stock de volume
comercial da floresta, o crescimento da floresta, o diâmetro mínimo de corte e a capacidade de
exploração da empresa. O ciclo de corte, geralmente é igual ao número de compartimentos da
área de produção florestal (Sitoé e al., 2008).

CC= IClasse (mm) /CresDiam (mm/ano)

CC- ciclo de corte

Iclasse -Intervalo de classe diamétrica

Cresdiam.- Crescimento diamétrico

2.6. Caracterização da Floresta

A estrutura e composição duma floresta determinam as características peciliares que as


diferenciam das outras formações vegetais. A estrutura de uma floresta é definida pela
combinação de estrutura vertical (variação da vegetação ao longo da altura incluindo a
regeneração) e pela estrutura horizontal (variação da vegetação na horizontal) sobre uma
determinada área (Sitoé, 1995).

O levantamento e caracterização da estrutura duma floresta permitem uma programação das


actividades silviculturas, melhor gestão técnica e económica das florestas, facilitando assim o
uso racional e sustentado da florestal (Hosokawa, 1986).

Hosokawa (1986) verificou que a estrutura diamétrica deveria quantificar a participação de cada
espécie em relação as outras e indicar a forma de distribuição espacial de cada espécie através da
determinação de índices de abundância, dominância e de frequência (absoluta e relativa).

A estrutura horizontal da floresta dá a composição de espécies da floresta e é caracterizada por


abundância, dominância e frequência (Hosokawa, 1986).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Abundância absoluta, corresponde ao total de árvores da mesma espécie em um hectare. Em


contrapartida abundância relativa determina a contribuição percentual da espécie do total de

espécies encontradas em um hectare (Cain, 1959).

Segundo Lamprechet, (1990) considera a dominância como a soma de todas as projecções


horizontais das copas das arvores pertencentes á mesma espécie. A dominância pode ser absoluta
ou relativa.

Dominância absoluta é o somatório das áreas basais das árvores da mesma espécie, enquanto a
dominância relativa é a participação percentual do somatório das áreas basais de cada espécie em
relação a área basal de todas as espécies juntas (Finol, 1971).

Frequência exprime a regularidade da distribuição das espécies no terreno, isto é, presença ou


ausência da espécie na (s) parcela (s) de amostragem, pode ser absoluta ou relativa.

Frequência absoluta dá o total de amostra na qual a espécie ocorreu, enquanto frequência relativa
indica a participação de cada espécie no total das amostras definidas para o levantamento do
campo (Lamprechet, 1990).

A análise da estrutura vertical pode dar pelo menos um indício sobre que estagio sucessional se
encontra a floresta. É dessa analise que se pode ter uma ideia sobre quais as espécies que são
promissoras para comparar a dinâmica (crescimento) das espécies e a analise da regeneração
natural (Hosokawa, 1986).

O estudo da regeneração na caracterização de uma floresta é importante uma vez que permite
estimar o estado futuro da floresta (Geldenhuys, 1993).

2.7. Exploração Florestal e Regimes de Exploração Florestal

Exploração florestal é o conjunto de medidas ou operações ligadas `a extracção dos produtos


florestais para satisfazer as necessidades do homem, de acordo com as normas técnicas de
produção e conservação do património florestal (lei 10/99).

Mas segundo VALVERDE (1995), a exploração florestal consiste em um conjunto de operações


desde o preparo das árvores para o abate, ate o transporte para o local de uso final.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Existe 3 tipos de regime de exploração de recursos florestais em Moçambique de acordo com a


Lei de florestas e fauna bravia 10/99, que são: regime de exploração por concessão florestal, por
licença simples e exploração para o consumo próprio.

Concessão florestal uma área de domínio público, delimitada, concedida a um determinado


operador através do contrato de concessão, destinada à exploração florestal para o abastecimento
da indústria, mediante um plano de maneio previamente aprovado (DNFFB 1999). Esta definição
implica a existência de uma área devidamente delimitada, onde existem recursos florestais em
quantidades e qualidades conhecidas. Esta área deve ser capaz de produzir madeira e outros
produtos florestais necessários para a indústria. Por outro lado, a definição implica a existência
de um operador (o concessionário) interessado e capaz de aplicar um certo plano de maneio que
lhe permita explorar de maneira contínua a floresta. O contrato de concessão florestal possui uma
duração máxima de cinquenta anos renováveis.
Licença simples é, atribuída às pessoas singulares moçambicanas, às pessoas colectivas
constituídas, exclusivamente, por cidadãos moçambicanos, e às comunidades locais que queiram
explorar os recursos florestais para fins comerciais, industriais e energéticos. A licença simples é
válida por um ano, renovável, sendo permitido extrair um volume anual máximo de 500 metros
cúbicos, ou equivalente, independentemente das espécies; e
Exploração para o consumo próprio o que quer dizer a comunidade local tem direito de explorar
os recursos existentes na floresta comunitária para o seu auto sustento, fazendo assim com que as
comunidades façam o uso dos recursos que os rodeia.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

2.8. Análise Financeira de Investimentos Florestais

O investimento é objecto de muitos estudos devido sua importância nas decisões financeiras.
Para Dixit e Pindyck (1994), investimento é o acto de se incorrer em gastos imediatos na
expectativa de se obter futuros benefícios. Deste modo, a tomada de decisão em investimentos
deve ser criteriosa no momento da análise dos projectos.
De acordo com Bruni et al. (1998), a análise de projectos de investimento, normalmente, envolve
um conjunto de técnicas que buscam estabelecer parâmetros de sua viabilidade, que
comummente são expressos pelo Payback (prazo de retorno do investimento inicial), pela Taxa
Interna de Retorno (TIR) ou pelo Valor Actual Líquido (VAL, resultado dos fluxos de caixas,
descontados a data zero pelo custo de capital do projecto e subtraído do investimento inicial).

2.8.1. Payback
O Payback é uma das técnicas para a obtenção de parâmetros que envolvem a análise de
projectos. De uma forma genérica, conforme Ross et al. (2000), o período de payback é o tempo
necessário para recuperar o investimento inicial. Podendo, de acordo com Bruni et al. (1998), ser
simples (sem considerar o custo de capital, valor do dinheiro no tempo) ou descontado
(considerando o valor do dinheiro no tempo).

2.8.2. Escolha da taxa de desconto


Gregory (1987) define juros como o preço do dinheiro, ressaltando que este preço varia não só
com a quantidade, mas também com o tempo em que é retido ou com a probabilidade de perda
(risco). Acrescenta ainda que os juros podem ser definidos como a taxa de crescimento do
capital.
Conhecer a taxa de desconto é fundamental para qualquer sector interessado em melhorar sua
eficiência económica (Contador, 1981). No entanto, há sempre grande dificuldade em determiná-
la, uma vez que ela varia de acordo com as características do projecto, da empresa, da conjuntura
económica, entre outras. Dentre os factores que podem interferir na determinação da taxa de
juros, destacam-se o risco e a incerteza, a inflação, a duração do projecto ou horizonte de
planeamento, a preferência por liquidez ou taxa preferencial de tempo, a produtividade do capital
e a posição particular do investidor (Lima Jr., Rezende e Oliveira, 1997).

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

A magnitude da taxa de desconto depende da posição particular do investidor, merecendo as


seguintes análises: se o investimento é feito via empréstimo, logo a taxa de juros do investimento
terá de ser mais elevada que a taxa de empréstimo, em decorrência da pretensão lucrativa e do
risco do investimento. No caso de o investimento ser implementado com capital próprio, a taxa
de juros do investimento deverá se equiparar a taxas de juros de projectos alternativos sujeitos ao
mesmo grau de risco; o investimento requer capital próprio e empréstimos, neste caso,
consideram-se os determinantes anteriores (Alves, 1966).

Nos investimentos florestais caracterizados pelo longo prazo e grandeza dos investimentos, os
efeitos das taxas de desconto sobre os itens de custos e receitas necessitam de criteriosa análise,
pois de sua magnitude dependerá a duração da rotação (Gaffney, 1960).

2.8.3. Razão benefício – custo

A razão benefício – custo de um projecto (B/C) é o valor actual dos benefícios ou receitas,
dividido pelo valor actual dos custos para uma dada taxa de desconto, sendo também chamada
índice de lucratividade e calcula-se usando a fórmula (Klemperer, 1996):

n
Bt
∑ (1 + i)
t =0
t
B/C = n
Ct
∑ (1 + i)
t =0
t

Onde:

Bt = Benefícios no ano t

Ct = Custos no ano t

Os outros símbolos tem o mesmo significado que os da equação do VAL.

2.8.4. Taxa interna de retorno (TIR)


TIR é a taxa para o qual o valor actual líquido é igual a zero. Pode-se dizer que a TIR é a taxa
mais elevada a que o investidor pode contrair um empréstimo para financiar um investimento

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


12
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

sem perder dinheiro, ou a taxa máxima que o investidor deve pagar para não perder dinheiro. Na
prática, calcula-se TIR por processos interactivos, determinando por tentativas dois valores
actuais líquidos, respectivamente positivo e negativo, correspondentes a dois valores de “i” tão
próximos quanto possível, sendo o valor de i é finalmente determinado por interpolação. Quanto
maior for a taxa i menor é o valor actual liquido (Barros, 2002).
n
Ct
∑ (1 + i*) t
=0
t =0

TIR > custo de capital: aceita-se o projecto

TIR < custo de capital: rejeita-se o projecto

2.8.5. Valor Actual Líquido


De acordo com a maioria das literaturas publicadas em finanças o Valor Actual Líquido
(simplesmente VAL ) é o principal método de avaliação de projectos. Pois representa, segundo
Bruni et al. (1998), a diferença entre os Fluxos de Caixa futuros trazidos a valor presente pelo
custo de oportunidade do capital e o investimento inicial. Se positivo deve ser aceito.
A existência de VAL positivo é definida como o critério básico de aceitação ou rejeição de
determinado projecto e a ordenação de VAL é o critério de escolha entre diversas alternativas
de investimento.
Segundo Lapponi (1996), O VAL é a soma algébrica dos valores descontados, a uma
determinada taxa de juros, dos fluxos de caixa a ele associado VAL positivo indica que o capital
investido poderá ser recuperado, remunerado na taxa de juros que mede o custo de capital do
projecto, que gerará um ganho extra, na data zero, igual ao VAL.
n
Ct
VAL = ∑
t = 0 (1 + i )
t

Onde:

VAL = Valor actual líquido;

Ct = fluxo de caixa líquido no ano t;

n = duração do projecto (rotação);

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

i = taxa real de desconto (livre de inflação).

Em que:

VAL > 0: aceita-se o projecto

VAL < 0: rejeita-se o projecto

2.9. Análise de Sensibilidade

Dentre todas as técnicas disponíveis para análise de risco e incerteza associadas a projectos de
investimentos, a mais utilizada, são a análise de sensibilidade. Esta técnica, de valor prático
indiscutível, permite medir o efeito produzido na rentabilidade do investimento, ao se fazer
variar os dados de entrada. Quando uma pequena variação no parâmetro altera drasticamente a
rentabilidade de um projecto, pode-se dizer que o projecto é muito sensível a este parâmetro e
poderá ser interessante concentrar esforços para obter dados menos incertos, ou seja, quando
uma pequena mudança no valor de uma estimativa resulta em mudanças na escolha da alternativa
ou rejeição de um projecto, diz-se que a decisão é sensível àquela estimativa (Hirschfeld, 1992).
Em outras palavras, segundo Ross et al. (2000), a Análise de Sensibilidade é uma investigação
sobre o que acontece ao VAL quando apenas uma das variáveis é alterada. A ideia básica de uma
análise de sensibilidade é congelar todas as variáveis, excepto uma, e então verificar quão
sensível é a estimativa de VAL à mudança de valores dessa variável. Embora seja simples, esta
análise representa uma tentativa de consideração do risco no projecto. A análise de sensibilidade
também é útil para indicar onde erros de previsão causarão os maiores danos.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


14
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

3. METODOLOGIA

3.1. Descrição da área de estudo

3.1.1. Localização e acesso

A Localidade de Nhambita Localiza-se no limite sudoeste do Parque Nacional da Gorongosa


entre as coordenadas 18 º 49 '30 "- 19 º 04' 00" Sul e 34 º 02 '00-34 º 17 30 Leste, a cerca de 60
quilómetros da Vila da Gorongosa na Província de Sofala, zona centro do País. A área é
atravessada a Sul-Norte pela estrada nacional (EN-1) e Leste-Oeste pela ER-418, uma estrada
rural que serve de acesso ao portão oeste do Parque Nacional da Gorongosa (Zolho, 2005).

Segundo Zolho (2005), o regulado de Nhambita está localizado no Posto Administrativo de


Goongoza, distrito do mesmo nome, na provincia de Sofala. A área inventariada cobre uma
superfície de 48596 ha (area de floresta produtiva é de 30.000,00 ha).

Nhambita Community Land

Figura1: Localizacao da area inventariada (Fonte: Zolho, 2005).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Clima
O clima na região do regulado de Nhambita é tropical húmido com duas estações (seca e
chuvosa). A estação chuvosa ocorre entre Novembro e Abril, durante o verão. Em média a
pluviosidade média anual acumulada atinge aproximadamente 1000 à 1200 mm. Os meses de
menor ocorrência de chuvas são Agosto e Setembro.

As temperaturas médias anuais estão na ordem dos 23 graus centígrados, embora se registe picos
com as máximas entre os meses de Janeiro e Fevereiro e as mínimas entre os meses Junho e
Julho. A humidade média relativa é de 68% em Outubro e 75% em Março. A evapotranspiração
média é de cerca de 1300 mm ao ano.

3.1.2. Topografia, geologia e recursos hídricos

Os solos da área de Nhambita estão localizados na plataforma de Bárue e os solos são de génese
de granitos e basálticos. A superfície é de um modo geral ondulada podendo atingir em alguns
casos elevações de 400 m.

A area possui pequenos riachos temporaries e dois rios permanentes Pungué e Vunduzi.

3.1.3. Fauna
Durante o trabalho de inventario florestal, fizeram-se algumas entrevistas informais e abertas a
vários trabalhadores locais da Envirotrade e, a alguns membros das comunidades locais sobre a
ocorrência de fauna bravia no passado e actualmente. Destas entrevistas constatou-se que a área
possui condições topografias e edafo-climáticas óptimas para a existência de fauna bravia e há
registo de grandes quantidades de herbívoros na área.

Das entrevistas constatou-se a ocorrência de cabritos do mato, macacos, porcos selvagens,


ratazanas, jibóias, varias espécies cobras e, aves diversas (piriquitos, codornizes, perdizes, alguns
beija-flores, pardais, andorinhas, garças, gaios, vários pássaros insectisivoros, galinhas do mato,
rolas, corvos, milhafres, patos de agua, galinholas, pica-peixe, etc.).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

3.1.4. Actividades sócio-económicas da população


A população de Nhambita dedica-se a pratica de agricultura de subsistência, produção e
comercialização de carvão, comercialização de lenha, criação de animais de pequeno porte, caça,
pesca, e pequeno negócio

3.1.5. Terra e disponibilidade de recursos naturais


Tomando como base a Lei de Terras que permite que as comunidades podem tomar as terras de
seus antepassados e gerir seus recursos para benefício da comunidade através de um plano de
gestão previamente aprovado pelo Governo, foi legalizado em 2003 a floresta comunitária de
Nhambita (Zolho, 2005).

O sistema de uso e aproveitamento da terra é composta por três tipos principais: (1) área
protegida, (2) zona tampão e (3) terras das comunidades.

A terra das comunidades dentro ou fora da zona tampão é a terra legalizada sob a lei de Terras nº
19/97 e deve ser administrada em beneficio de todos membros da comunidade organizada em
associação. As principais actividades de uso e aproveitamento da terra são: agricultura de
subsistência (praticado por quase todas as famílias), produção de carvão vegetal e colecta de
lenha, criação de gado, pesca, caça e comércio em pequena escala.

As espécies madeireiras encontradas na área são as seguintes: Combretum imberbe, Dalbergia


melanoxylon, Diospyros mespiliformis, Afzelia quanzensis, Albizia versicolor, Cordyla africana,
Erythrophleum suavelens, Khaya nyasica, Millettia stuhlmannii, Pterocarpus angolensis, Acacia
robusta, Acacia sieberiana, Albizia adianthifolia, Amblygonocarpus obtusangulos, Brachsytegia
boehemii, Brachystegia spiciformis, Burkea africana, Julbernadia globiflora, Sclerocarya
birrea, Sterculia appendiculata, Sterculia quinqueloba, Acacia nigrescens, Erythrophleum
africanum, Kigelia africana, Piliostigma thonningii, Pseudolachnostylis maprouuneifolia,
Terminalia sericea, Vitex doniana, e Xeroderis stuhlmannii. Nenhuma destas espécies foi
considerada como rara.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


17
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

3.2. Recolha de dados

Para a realização do presente estudo, foi realizado um inventário de modo a determinar os


volumes comercias e as características floristicas como abundância, dominância e frequência
para cada espécie existente na floresta comunitária de Nhambita. As informações sobre os custos
incluem: custos do inventário, custo de planos de maneio, maneio florestal, exploração, preços
de mercados de cada espécie e custos das outras actividades, estas informações foram fornecidos
por fontes secundárias e consultados, para além de existir alguns estudos similares a este.

3.2.1. Amostragem utilizado no inventário


O inventário foi realizado utilizando amostragem aleatória de aglomerados proporcional ao tipo
de cobertura florestal existente na área (LF2, LF3, WG, T, A e S). Esta metodologia é utilizada
na maior parte dos inventários florestais de Moçambique.
Utilizou-se parcelas rectangulares de 100X20 metros e mediu-se todas as árvores com DAP
maior ou igual a 20 cm. Dentro do rectângulo, instalou-se sub-parcelas de 20X20 metros para se
medir toda a regeneração de espécies arbóreas com diâmetros de 10 a 19 cm e contou-se toda a
regeneração de espécies arbóreas diâmetro inferior a 10 cm.
Em termos práticos, utilizou-se uma grelha com coordenadas geográficas e sobrepôs-se esta
grelha ao esboço da área da floresta comunitária. Na grelha, cada ponto obtido pela intersecção
entre a linha da latitude e a da longitude representou uma potencial parcela. Em cada potencial
parcela foi identificado o tipo de floresta. Ainda no terreno, após a identificação das parcelas
com ajuda de um GPS, identificou-se o tipo de vegetação florestal segundo a classificação de
Saket (1994).

Com os dados de campo calculou-se os volumes por hectare e por espécie. Os cálculos para os
tipos florestais, LF2, LF3, S, T, A e WG foram feitos em conjunto e para cada tipo de floresta.
Foi determinada estrutura horizontal e análise estatística.

Para o cálculo dos volumes usou-se as seguintes fórmulas:

V=g*h*ff e V / ha = ∑ Voli
n /a

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Onde:

V: volume da árvore (m3)

g: área basal (m2)

h: altura da árvore (m)

ff= Factor de forma (0.693)

O factor de forma utilizado nos cálculos não foi determinado com base em estudos da floresta
nacional.

V/ha = Volume por hectare

Vol in = Volume individual das árvores amostra

a = área da amostra

3.3. Análise de dados

3.3.1. Determinação do corte anual admissível


O corte anual admissível (CAA) é o volume máximo de madeira que uma empresa florestal pode
explorar num dado ano dentro da florestal. Este valor é estimado em do volume comercial por
cada espécie e o ciclo de corte.
Ciclo de corte é o período, em anos, entre dois cortes sucessivos na mesma área. Para este estudo
será utilizado um ciclo de corte de 20 anos, que tem sido geralmente recomendado pelo sector
florestal em Moçambique para florestas nativas.
Estimativa do corte anual admissível é dado por:
V1 × SP1 × f p1 V2 × SP2 × f 2 V3 × SP3 × f 3
CAA = + +
n n n
Os significados de cada símbolo são os mesmos com os estão acima já legendadas.
Com o trabalho do inventário florestal foi possível estimar o volume total e o comercial. O
volume comercial foi calculado com base na altura do fuste até a primeira bifurcação.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

3.3.2. Regeneração natural


Todas as espécies comerciais apresentaram regeneração natural (estabelecida e não estabelecida).
Considerou-se regeneração natural estabelecida aquela cujo diâmetro do caule varia de 10 a 20
cm e regeneração não estabelecida a que possui diâmetro inferior a 10 cm.

3.3.3. Quantificação dos recursos madeireiros existentes


Para quantificar os recursos madeireiros existentes primeiro determinou-se o volume médio por
hectare, de seguida multiplicou-se pela área total da floresta inventariada. A fórmula usada foi:

V(m3)= V(m3/há)*A

Onde:

V (m3) - volume total

V (m3/ha) - volume médio

A- área da floresta (ha)

3.3.4. Característica floristica

Para descrever a estrutura horizontal e composição florísticas da componente arbórea da floresta


comunitária de Nhambita foram usadas as seguintes fórmulas:

Abundância (N/ha):
Ab =ni/A

Ar=Ab/ΣAb*100%

Onde: Ab- Abundância absoluta da espécie i; Abr= Abundância relativa da espécie i; ni=
Número de indivíduos da espécie i e A= área total

Dominância (m2/ha):
Do = gi / ha

Dor=( gi / ha)/ (G/ ha)*100

gi = ¼ * (л*D2)

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Onde:

Do e Dor correspondem a dominância absoluta e relativa; gi -área basal da espécie i; ha –


hectare D- diâmetro

Frequência
F= Ui/Ut*100

Fr=F/ΣF*100

Onde:

F e Fr= frequência absoluta e relativa da i-ésima espécie respectivamente; Ui= número de


unidades amostrais em que a i-ésima espécie ocorre e Ut= número totais de unidades amostra.

Índice de Valor de Importância (IVI)


Para a análise da vegetação é importante encontrar um valor que permita dar uma visão mais
abrangente da estrutura ou que caracterize a importância de cada uma das espécies no
conglomerado total da floresta.
Um método para integrar os três índices parciais, (Abundância, Dominância e Freqüência),
acima mencionados, consiste em combiná-los numa expressão única e simples de forma a
abranger o aspecto estrutural em sua totalidade, pelo cálculo do Índice de Valor de Importância.
IVI = Ar + Fr+ Dor

3.3.5. Determinação do valor financeiro

Para determinar o valor financeiro é necessário conhecer todos os custos e receitas envolvidos no
processo, assim como a sua distribuição ao longo do tempo tendo em conta a taxa de desconto
aplicado.

Levantamento dos custos


O inventário florestal e o plano de maneio são realizados de cinco em cinco anos e custam
105000 Mt. A exploração será feita anualmente e incluirá o abate, desrame, empilhamento e
transporte. O abate, desrame e empilhamento custam 75 meticais/m3, o transporte para a margem
da estrada custa 75 meticais/m3 e o transporte para o mercado custa 186 meticais/m3 e a
concessão florestal da comunidade de Nhambita plantara cerca de 10 ha/ano.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

O transporte ao mercado custa 0.08/ton/Km. Sabendo que o mercado situa-se na cidade da Beira
que dista cerca de 140 km, o seu custo anual será dado por:

Ca = Cu * ρ * V * d

Cu=custo unitário (Mts/m3)

ρ = densidade média da madeira em toros (0,75 km/ m3)

d = distância entre Nhambita e cidade da Beira (km)

V= volume da madeira (corte anual admissível)

Levantamento das receitas


As receitas que seram usadas na realização deste estudo seram provenientes de venda anual de
madeira em toros e do reembolso de 15% do valor da taxa de exploração, que é o valor que o
estado paga ao concessionário pelo reflorestamento de acordo com a lei 10/99. O preço de venda
de madeira, no presente trabalho varia em função da classe a que a espécie pertence. Para a
madeira preciosa usou-se preço de 14.000,00 meticais por metro cúbico, para as espécies da 1ª e
a 2ª o preço é de 12 mil e 8.000,00 meticais por metros cúbicos respectivamente. A receita anual
proveniente da venda da madeira das espécies comerciais foi obtida através da fórmula:

n
Rt = ∑ Ps * Vs
s =1

Onde:

Rt = receita total

Ps = preço da madeira das espécies (Mts/m3)

Vs = volume de corte anual das espécies (m3/ano)

Selecção do Critério
O valor financeiro foi determinado com base nos critérios financeiros: valor actual líquido
(VAL). A taxa de desconto escolhida foi de 15% ao ano, livre de inflação, por ser uma das mais
utilizadas pelo sector florestal moçambicano actualmente.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


22
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Valor actual líquido


O valor actual líquido foi calculado com base na fórmula:

n
Ct
VAL = ∑
t = 0 (1 + i )
t

Onde:

VAL = Valor actual líquido;

Ct = receita líquida no ano t;

n = duração do projecto (ciclo de corte);

i = taxa de desconto (livre de inflação).

3.4. Análise de sensibilidade

A análise de sensibilidade será feita para verificar o que aconteceria ao valor financeiro dos
recursos florestais madeireiros caso os valores actuais da madeira se revelassem diferentes dos
valores esperados utilizados na análise e também para verificar o efeito da variação na taxa de
desconto. Para o efeito foram criadas duas possibilidades: diminuição da taxa de desconto em
20% e aumento da taxa de desconto em 25%. Para cada caso assumiu-se a condição steres
paribus, isto é, vai se manter o resto constante e calcula-se o valor financeiro.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


23
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Quantificação dos recursos existentes na floresta comunitária da Nhambita

A floresta comunitária de Nhambita possui Inhambita há seis tipos de unidades homogêneas de


vegetação, nomeadamente: LF2, LF3, WG, T, S e A. Todos estes tipos florestais mostraram
que possuem uma significante regeneração estabelecida, com excepção dos tipos T, S e A, 29
espécies arbóreas e arbustivas, destas 18 espécies são comercializáveis, tem um volume
comercial total de 44402.4 m3 (tabela 1 em anexo) e um corte anual admissível total destas
espécies comercializáveis de 771.7 m3/ano, como mostra a tabela 1.
Tabela 1: Corte anual admissível das espécies arbóreas com dap≥20 na concessão da floresta
comunitária de Nhambita
Qualidade Nome cientifico DMC* Volume comercial por tipo
(cm) florestal (m3/ha) CAA
LF2 LF3 WG (m3/compart./ano)
Preciosas Diospyros mespiliformis 50
Dalbergia melanoxylon 20 0.0001 0.0519 0.0000 5.5
1a Combretum imberbe 40
Albizia versicolor 40 0.0000 0.0711 0.0000 7.5
Khaya nyasica 50 0.0000 0.5578 2.0494 59.0
Cordyla Africana 40
Pterocarpus angolensis 40 0.1402 0.0873 0.0000 15.9
Millettia stuhlmannii 50
Afzelia quanzensis 50
2a Albizia adianthifolia 40
Amblygonocarpus obtusangulos 40 0.0000 0.0811 0.0000 8.6
Jubernadia globiflora 40 2.0224 0.7624 0.0001 176.4
40
Brachystegia boemii 1.7208 1.5521 0.8287 245.6
Sterculia appendiculata 50
Sterculia quinqueloba 40 0.1471 0.0000 0.0000 7.0
Sclerocarya caffra 50 0.2628 0.0961 0.0000 22.6
Brachystegia spiciformis 40 0.7631 0.8650 0.2382 127.6
Burkea Africana 40 0.5339 0.6692 1.1266 96.0
Total 771.7
Fonte: Relatório inventário florestal da concessão comunitário de Nhambita.

A maior parte da madeira que será explorada anualmente (245.6 m3/compart/ano) pertence a
espécie Brachystegia boemii este facto é normal neste tipo de floresta pois, de acordo com
Chidumayo (1997), o género arbóreo Brachystegia é que domina em florestas de miombo,
podendo aparecer isolado ou acompanhado pelos géneros Julbernardiae e Isoberliniae e ainda

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


24
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

uma ampla extensão de outras espécies arbóreas e plantas madeireiras. As espécies que estão na
terceira e quarta classe não foram incluídas nos cálculos porque essas espécies na sua maioria
não serem comercializáveis no mercado.

4.2. Caracterização florística

Com base no inventário florestal que foi realizado na floresta comunitária de Nhambita com um
erro relativo inferior a 20% (9,3%) a uma intensidade de amostragem de 2,8%, foram
encontradas 29 espécies arbóreas e arbustivas e destas so 18 espécies possuem valor madeireiro
comercial, nomeadamente: Combretum imberbe, Dalbergia melanoxylon, Diospyros
mespiliformis, Afzelia quanzensis, Albizia versicolor, Cordyla africana, Erythrophleum
suavelens, Khaya nyasica, Millettia stuhlmannii, Pterocarpus angolensis, Acacia robusta,
Acacia sieberiana, Albizia adianthifolia, Amblygonocarpus obtusangulos, Brachsytegia
boehemii, Brachystegia spiciformis, Burkea africana, Julbernadia globiflora, Sclerocarya
birrea, Sterculia appendiculata, Sterculia quinqueloba, Acacia nigrescens, Erythrophleum
africanum, Kigelia africana, Piliostigma thonningii, Pseudolachnostylis maprouuneifolia,
Terminalia sericea, Vitex doniana, e Xeroderis stuhlmannii.

Segundo o mesmo inventário foi medido o DAP, as alturas e forma de fuste de 2188 árvores com
DAP maior que 20 cm, 1124 plantas de regeneração estabelecida e 910 plantas de regeneração
não estabelecida. As árvores com DAP maior ou igual a 20 cm totalizaram um volume total
medido de 1555,0 m3, um volume comercial total medido de 474,2 m3 com base numa
intensidade de amostragem de 0,2%. A altura comercial média da floresta na concessão foi de
3,3 metros.

4.2.1. Abundância, Frequência, Dominância e IVI da floresta de Nhambita


Em termos de dominância relativo pode-se observar que Brachystegia boemii (21.5%) e
Jubernadia globiflora (8.9%) foram as que tiveram maior cobertura enquanto Combretum
imberbe e Cordyla africana tiveram menor cobertura com valores de dominância de 0.1% (tabela
3).

Como aconteceu na dominância relativa as espécies Brachystegia boemii e Jubernadia globiflora


tiveram maior cobertura, também em relação a frequência são as mais frequentes com 21.6% e

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


25
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

8.9% respectivamente e as espécie menos frequentes foram Combretum imberbe, Cordyla


africana, Albizia adianthifolia e Sterculia quinqueloba com 0.1%.

Em termos de abundância, as espécies mais representativas foram: Brachystegia boemii (27.5%),


Burkea africana (7.7%) e Jubernadia globiflora (4.4%). Enquanto isso especies como: Sterculia
quinquiloba (0.1%) e Albizia adianthifolia (0%) são as menos abundantes na floresta
comunitária de Nhambita (tabela 3).

Analisando a importância das espécies na floresta comunitária de Nhambita segundo o inventario


realizado, Brachystegia boemii (70.6%) foi a mais importante seguida de Jubernadia globiflora
(22.1%) e Burkea africana (20.7%). Albizia adianthifolia (0.2%), Sterculia quinquiloba (0.4%)
Cordyla africana (0.4%) e Combretum imberbe (0.4%) são as menos importantes, tem abaixo de
1% de IVI (tabela 3).

Segundo as informações colhidas no inventário diz que a área possui regeneração significativa
que precisa de ser manejada adequadamente para garantir a continuidade do povoamento.
Para Matteucci e Colma (1982) citados por Kanieski (2010), a frequência depende do tamanho
da unidade amostral e do número de indivíduos. Quanto maior o tamanho da unidade amostral,
bem como o número de indivíduos, maior será a frequência. Os mesmos referem ainda que o
padrão espacial das espécies também afecta a estimativa da frequência, considerando o mesmo
número de indivíduos, com o mesmo tamanho e número de unidades amostrais, as espécies com
distribuição uniforme apresentam uma frequência maior que as espécies com padrão agregado.
Nessas condições, quanto mais agregado é o padrão, menor é o resultado da frequência.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


26
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Tabela 2: Analise da estrutura horizontal da floresta comunitária de Nhambita, das espécies que
possuem valor madeireiro comercial dentro das 29 espécies existentes na floresta comunitária de
Nhambita, distrito de Gorongoza, província de Sofala, árvores com DAP≥20.
Nome cientifico g(m/ha/Sp) Do.R(%) F.Abs F.R(%) Ab(Arv/ha) Ab.R(%) IVI(%)
Diospyros mespiliformis 0.0648 2 31 1 0.8 1.8 4.7
Dalbergia melanoxylon 0.0241 0.6 23 1.1 0.2 0.5 2.1
Combretum imberbe 0.0034 0.1 3 0.1 0.1 0.2 0.4
Albizia versicolor 0.0568 1.3 33 1.5 0.8 1.9 4.7
Khaya nyasica 0.0946 2.2 14 0.6 0.4 0.8 3.6
Cordyla Africana 0.0046 0.1 3 0.1 0.1 0.2 0.4
Pterocarpus angolensis 0.1216 2.8 54 2.5 1 2.3 7.5
Millettia stuhlmannii 0.115 2.6 60 2.7 1.5 3.5 8.9
Afzelia quanzensis 0.0165 0.4 7 0.3 0.2 0.4 1.1
Albizia adianthifolia 0.0023 0.1 2 0.1 0 0 0.2
Amblygonocarpus obtusangulos 0.0175 0.4 7 0.3 0.2 0.4 1.1
Jubernadia globiflora 0.391 8.9 191 8.7 1.9 4.4 22.1
Brachystegia boemii 0.9416 21.5 473 21.6 11.8 27.5 70.6
Sterculia appendiculata 0.0375 0.9 18 0.8 0.2 0.4 2.1
Sterculia quinqueloba 0.0094 0.2 3 0.1 0 0.1 0.4
Sclerocarya caffra 0.0783 1.8 33 1.5 0.8 1.9 5.2
Brachystegia spiciformis 0.2874 6.6 102 4.7 1 2.4 13.6
Burkea Africana 0.2999 6.9 133 6.1 3.3 7.7 20.7
Fonte: Relatório de inventario florestal de Nhambita, Área basal(g), Dominância relativa(Do.R), Frequência
absoluta(F.Abs), Frequência relativa (F.R), Abundância (Ab), Abundância relativa(Ab.R) e índice de valor de
importância(IVI).

4.3. Valor Financeiro

A tabela 4 abaixo mostra os custos envolvidos na extracção da madeira comercializável na


concessão comunitária de Nhambita, sendo o custo de exploração (abate, empilhamento, desrame
e transportes) é de 259,291.20 mt/ano. O concessionário pagara ao estado um valor anual de
823,900.00 mt referente a taxa de exploração.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


27
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Tabela 3: taxas de exploração de cada qualidade de espécies


Taxa de
Taxas Totais CAA exploração
3 3
Qualidades (Mt/m ) (m /ano) (Mt/ano)
Preciosa 3000 5.5 16500
1a classe 1500 82.4 123600
a
2 classe 1000 683.8 683800
Total 823900

Tabela 4: custos de produção da madeira


Ano de
Item ocorrência Custos (Mt)
Inventário florestal e plano de maneio 0;5;10;15;20 105000
Exploração (abate, empilhamento, desrame e
transportes) Anual 259291.2
Taxa de exploração Anual 823900

Tendo em conta os cálculos feitos nem todas espécies madeireiras comerciais entraram na
estimativa das quantidades dos recursos existentes nesta floresta de Nhambita, visto que estas
não serem comercializáveis segundo o estudo do mercado, logo constitui uma limitação em obter
os seus preços do mercado.

A maior parte das receitas para esta floresta sairão da espécie Brachystegia boemii que contribui
com 1.964.800 Mt/ano, e a concessão da floresta comunitária de Nhambita terá como receita
anual de 6.536.200 Mt/ano, (tabela 5).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


28
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Tabela 5: Receitas anuais por cada espécie na concessão da floresta comunitária de Nhambita
DMC Preços CAA Receitas
Nome científico (cm) (Mt/m3) (m3/ano) (Mt/ano)
Diospyros mespiliformis 50 14000 0 0
Dalbergia melanoxylon 20 14000 5.5 77000
Combretum imberbe 40 12000 0 0
Albizia versicolor 40 12000 7.5 90000
Khaya nyasica 50 12000 59 708000
Cordyla africana 40 12000 0 0
Pterocarpus angolensis 40 12000 15.9 190800
Millettia stuhlmannii 50 12000 0 0
Afzelia quanzensis 50 12000 0 0
Albizia adianthifolia 40 8000 0 0
Amblygonocarpus
40 8000 8.6 68800
obtusângulos
Jubernadia globiflora 40 8000 176.4 1411200
Brachystegia boemii 40 8000 245.6 1964800
Sterculia appendiculata 50 8000 0 0
Sterculia quinqueloba 40 8000 7 56000
Sclerocarya caffra 50 8000 22.6 180800
40
Brachystegia spiciformis 8000 127.6 1020800
Burkea africana 40 8000 96 768000
Total 6536200
A exploração sustentável das espécies madeireiras comercializáveis na concessão de Nhambita
gerará dentro dos 20 anos, a uma taxa de desconto de 15%, um valor financeiro de 33305819.81
meticais (tabela 4 no anexo).

4.4. Análise de sensibilidade

A tabela 5 no anexo mostra a análise de sensibilidade do VAL a uma alteração de 20% na taxa
de desconto, se a taxa de desconto fosse de 20% mantendo constantes os valores considerados o
VAL seria 25912936.31 meticais, e se a taxa de desconto aumentar para 25% o VAL seria
21039896.2 meticais (tabela 6 no anexo).

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


29
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

5. CONCLUSÕES

Conclui-se que:

A floresta comunitária de Nhambita possui seis tipos florestais, nomeadamente:


LF2, LF3, WG, T, S e A. Todos estes tipos florestais mostraram que possuem
uma significante regeneração estabelecida, com a excepção dos tipos florestais T,
S e A.
Possui 29 espécies arbóreas e arbustivas, destas 18 espécies são comercializáveis,
e tem volume comercial total de 44402.4 m3, com um corte anual admissível total
de 771.7 m3/ano.
As espécies com maior Abundância, Frequência, Dominância e IVI da floresta de
Nhambita são Brachystegia boemii e Jubernadia globiflora.
O valor financeiro dos recursos florestais madeireiros da concessão comunitária
de Nhmabita no período de rotação será de 33,305,819.81 meticais.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


30
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

5.1. Recomendações

Desenvolver estudos dessa natureza em outras regiões de ocorrência dos tipos florestais
existentes nesta floresta comunitária, visando a comparação dos resultados;
Fazer analise financeira desta área de estudo usando um outro método de analise
económico no calculo de valor financeiro com a mesma taxa de desconto, para ver qual
desses métodos é mais preciso;
Sensibilizar a comunidade sobre a importância económica que a floresta tem.

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


31
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

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Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


34
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

7. Anexos

Anexo 1:volume comercial por tipo florestal da floresta de Nhambita DAP≥20.


Qualidade Nome cientifico DMC*
Volume comercial por tipo
(cm)
florestal (m3/ha)
Volume
LF2 LF3 WG Total
Preciosas Diospyros mespiliformis 50 0 0 0 0
Dalbergia melanoxylon 20 0.0001 0.0519 0 1097.9
a
1 Combretum imberbe 40 0 0 0 0
Albizia versicolor 40 0 0.0711 0 1503.9
Khaya nyasica 50 0 0.5578 2.0494 11791.7
Cordyla africana 40 0 0 0 0
Pterocarpus angolensis 40 0.1402 0.0873 0 3172.8
Millettia stuhlmannii 50 0 0 0 0
Afzelia quanzensis 50 0 0 0 0
2a Albizia adianthifolia 40 0 0 0 0
Amblygonocarpus 40
obtusangulos 0 0.0811 0 1714.4
Jubernadia globiflora 40 2.0224 0.7624 0.0001 35281.7
Brachystegia boemii 40 1.7208 1.5521 0.8287 49116.2
Sterculia appendiculata 50 0 0 0 0
Sterculia quinqueloba 40 0.1471 0 0 1394.3
Sclerocarya caffra 50 0.2628 0.0961 0 4520.8
Brachystegia spiciformis 40 0.7631 0.865 0.2382 25515.8
Burkea africana 40 0.5339 0.6692 1.1266 19206.6
Total 2.0 1.5 2.0 44402.4

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Anexo 2:Receitas anuais dos produtos madeireiros e os Preços do mercado de cada espécie
Nome científico DMC(cm) Preços(Mt/m3) CAA(m3/ano) Receitas(Mt/ano)
Diospyros mespiliformis 50 14000 0 0
Dalbergia melanoxylon 20 14000 5.5 77000
Combretum imberbe 40 12000 0 0
Albizia versicolor 40 12000 7.5 90000
Khaya nyasica 50 12000 59 708000
Cordyla africana 40 12000 0 0
Pterocarpus angolensis 40 12000 15.9 190800
Millettia stuhlmannii 50 12000 0 0
Afzelia quanzensis 50 12000 0 0
Albizia adianthifolia 40 8000 0 0
Amblygonocarpus
40 8000 8.6 68800
obtusângulos
Jubernadia globiflora 40 8000 176.4 1411200
Brachystegia boemii 40 8000 245.6 1964800
Sterculia appendiculata 50 8000 0 0
Sterculia quinqueloba 40 8000 7 56000
Sclerocarya caffra 50 8000 22.6 180800
40
Brachystegia spiciformis 8000 127.6 1020800
Burkea africana 40 8000 96 768000
Total 6536200

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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Anexo 3: Valor Financeiro dos recursos florestais madeireiros, a uma taxa de desconto de 15%.

Receitas
Receitas liquidas Val.
Ano Actividades Custos (Mts) (Mts) (Mts) Descontado(15%)
Inventário e plano
0 de maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Exploração 0.00 0.00 0.00
Taxa de exploração 0.00 0.00 0.00
Venda 0.00 0.00 0.00
0 105,000.00 0.00 -105,000.00 -105000
1 Exploração 259,291.20 0.00 -259,291.20
taxa de expl 823,900.00 0.00 -823,900.00
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
1 1,083,191.20 6,536,200.00 5,453,008.80 4741746.783
-
2 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
2 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 4035730.662
-
3 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
3 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 3509331.01
-
4 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
4 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 3051592.183
Inventário, plano de
5 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
5 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 2601354.863
-
6 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
6 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 2307442.104
-
7 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
7 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 2006471.395

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


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Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

-
8 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
8 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1744757.735
-
9 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
Venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
9 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1517180.639
Inventário, plano de
10 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
10 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 1293333.118
-
11 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
11 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1147206.532
-
12 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
12 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 997570.8976
-
13 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
13 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 867452.9544
-
14 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
14 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 754306.9169
Inventário, plano de
15 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
15 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 643015.1372
-
16 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
16 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 570364.3984
-
17 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


38
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

17 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 495969.0421


-
18 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
18 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 431277.4279
-
19 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
19 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 375023.8504
Inventário, plano de
20 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
20 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 319692.1667
Val
(15%) 33305819.81

Anexo 4: Análise de sensibilidade: variação na taxa de desconto em 20%.


Receitas
Receitas liquidas Val.
Ano Actividades Custos (Mts) (Mts) (Mts) Descontado(20%)
Inventário e plano de
0 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Exploração 0.00 0.00 0.00
Taxa de exploração 0.00 0.00 0.00
venda 0.00 0.00 0.00
0 105,000.00 0.00 -105,000.00 -105000
1 Exploração 259,291.20 0.00 -259,291.20
taxa de expl 823,900.00 0.00 -823,900.00
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
1 1,083,191.20 6,536,200.00 5,453,008.80 4544174
-
2 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
2 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 3706426.25
3 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


39
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
3 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 3088688.542
-
4 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
4 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 2573907.118
Inventário,plano de
5 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
5 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 2102725.453
-
6 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
6 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1787435.499
-
7 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
7 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1489529.582
-
8 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
8 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1241274.652
-
9 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
9 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1034395.543
10 Inventário,plano de 105,000.00 0.00 -105,000.00

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


40
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

maneio
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
10 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 845038.1998
-
11 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
11 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 718330.2383
-
12 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
12 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 598608.5319
-
13 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
13 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 498840.4433
-
14 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
14 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 415700.3694
Inventário,plano de
15 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
15 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 339601.9
-
16 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


41
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

16 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 288680.8121


-
17 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
17 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 240567.3434
-
18 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
18 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 200472.7862
-
19 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
19 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 167060.6551
Inventário,plano de
20 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
-
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
20 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 136478.387
Val
(20%) 25912936.31

Anexo 5: Análise de sensibilidade: variação da taxa de desconto de 25%.


Receitas Receitas Val.
Ano Actividades Custos (Mts) (Mts) liquidas (Mts) Descontado(25%)
Inventário e plano de
0 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Exploração 0.00 0.00 0.00
Taxa de exploração 0.00 0.00 0.00
venda 0.00 0.00 0.00
0 105,000.00 0.00 -105,000.00 -105000

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


42
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

1 Exploração 259,291.20 0.00 -259,291.20


taxa de expl 823,900.00 0.00 -823,900.00
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
1 1,083,191.20 6,536,200.00 5,453,008.80 4362407.04
2 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
2 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 3415842.432
3 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
3 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 2732673.946
4 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
4 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 2186139.156
Inventário,plano de
5 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
5 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 1714504.925
6 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
6 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1399129.06
7 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
7 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 1119303.248
8 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
8 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 895442.5985
9 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
9 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 716354.0788

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


43
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

Inventário,plano de
10 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
10 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 561808.9739
11 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
11 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 458466.6104
12 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
12 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 366773.2883
13 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
13 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 293418.6307
14 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
14 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 234734.9045
Inventário,plano de
15 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
15 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 184093.5646
16 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
16 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 150230.3389
17 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
17 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 120184.2711
18 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


44
Determinação do Valor Financeiro da Floresta Comunitária de Nhambita

18 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 96147.4169


19 Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
19 1,198,946.20 6,536,200.00 5,337,253.80 76917.93352
Inventário,plano de
20 maneio 105,000.00 0.00 -105,000.00
Expl., taxa de expl. 1,198,946.20 0.00 -1,198,946.20
venda 0.00 6,536,200.00 6,536,200.00
20 1,303,946.20 6,536,200.00 5,232,253.80 60323.77924
Val
(25%) 21039896.2

Leovigildo Fernando Cossa Projecto Final


45

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