UFCD6668 Manual

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UFCD 6668 - Um olhar sobre o mundo na viragem do século e do milénio

Com o fim da oposição entre o capitalismo e o socialismo, o mundo defrontou-se com


uma realidade marcada pela existência de um único sistema político-económico: o
capitalismo. O capitalismo é o sistema mundial desde o início da década de 90.
Exceto por Cuba, China e Coreia do Norte, que ainda apresentam as suas economias
fundamentadas no sistema socialista. .
À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já
vinham afetar as principais economias capitalistas desde a segunda metade do séc. XX,
resultando na chamada nova ordem mundial.
As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda
Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do
sistema capitalista. A supremacia dos EUA fundamentava-se no segredo da arma
nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de
financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos
investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Durante a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento
económico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, a sua economia estava
dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista.

Aceleração económica e tecnológica

A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial estabeleceu um novo


padrão de desenvolvimento tecnológico, que levou à modernização e à posterior
automatização da indústria. Com a automatização industrial, aceleraram-se os
processos de fabricação, o que permitiu grande aumento e diversificação da produção.
O acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez mais
artificializado, principalmente naqueles países onde a ligação da ciência à técnica era
maior. A retração do meio natural e a expansão do meio técnico-científico mostraram-
se como uma faceta do processo em curso, na medida que tal expansão foi assumida
como modelo de desenvolvimento em praticamente todos os países.
Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da
indústria, a informatização dos escritórios e a rapidez nos transportes e comunicações,

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as relações económicas também se aceleraram, de modo que o capitalismo ingressou
numa fase de grande desenvolvimento. A competição por mercados consumidores,
por sua vez, estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o aumento da produção
industrial, principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União Europeia
e nos novos países industrializados originários do "mundo subdesenvolvido" da Asia.

A internacionalização do capital

Produzir para o mercado com o objetivo de obter o lucro e, consequentemente, a


acumulação da riqueza, o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja, à
incorporação do maior número possível de povos ou nações a um espaço sob o seu
domínio.
Para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos salários
conquistados pelos trabalhadores de seus países, as grandes empresas industriais dos
países desenvolvidos optaram pela estratégia de, em vez de apenas continuarem a
exportar os seus produtos, também produzi-los pois até então eram importadores dos
produtos industrializados que consumiam. Dessa maneira, diminuindo os custos, com
a mão-de-obra mais barata, com menos encargos sociais, incentivos fiscais etc., e,
assim, conseguiram manter, ou até aumentar os lucros.

Interdependência económica e a globalização

Nos anos 80, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes corporações
internacionais. Com os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e
comunicações, permitiu-se que as grandes empresas adotassem um novo
procedimento - a estratégia global de fabricação - que consiste em decompor o
processo produtivo e dispersar suas etapas à escala mundial, com o objetivo de ter
menores custos operacionais. A produção deixa de ser local para ser mundial, o que
também ocorre com o consumo, uma vez que os mesmos produtos são oferecidos à
venda nos mais diversos recantos do planeta. Os fluxos económicos intensificam-se
sobretudo promovidos pelas grandes empresas, agora chamadas de transnacionais. A
divisão internacional do trabalho fica subvertida, pois torna-se difícil identificar o lugar
em que determinado artigo industrial foi produzido.

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Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge
praticamente todo o planeta e intensifica-se a tal ponto que merece uma
denominação especial - globalização -, marcada basicamente pela mundialização da
produção, da circulação e do consumo, vale dizer, de todo o ciclo de reprodução do
capital. Nessas condições, a eliminação de barreiras entre as nações torna-se uma
necessidade, a fim de que o capital possa fluir sem obstáculos. Daí o enfraquecimento
do Estado, que perde poder face às grandes empresas.

O "motor" da globalização é a competitividade. Visando à obtenção de produtos


competitivos no mercado, as grandes empresas financiam ou promovem a pesquisa,
que resulta num acelerado avanço tecnológico. Esse avanço implica informatização de
atividades e automatização da indústria, incluindo até a robotização das fábricas. Em
consequência, o desemprego torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo.

Embora a globalização seja mais intensa na economia, ela também ocorre na


informação, na cultura, na ciência, na política e no espaço. Não se pode pensar,
contudo, que a globalização tende a homogeneizar o espaço mundial. Ao contrário, ela
é seletiva. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se globalizam, outros,
ficam excluídos do processo. Por esse motivo, a globalização tende a tornar o espaço
mundial cada vez mais heterogéneo. Além disso, ela tem provocado uma imensa
concentração de riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada
um deles, entre classes e segmentos sociais.

De qualquer modo, para se entender as profundas alterações causadas pela


globalização, é preciso ter de reter alguns conceitos essenciais:

- FÁBRICA GLOBAL - A expressão indica que a produção e o consumo se mundializaram


de tal forma que cada etapa do processo produtivo é desenvolvida em um país
diferente, de acordo com as vantagens e as possibilidades de lucro que oferece.

- ALDEIA GLOBAL - Essa expressão reflete a existência de uma comunidade mundial


integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação. Com os diferentes
sistemas de comunicação, uma pessoa pode acompanhar os acontecimentos de
qualquer parte do mundo no exato momento em que ocorrem. Uma só imagem é
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- PAÍSES EMERGENTES - Alguns países, mesmo que subdesenvolvidos, são transmitida
para o mundo todo... O avanço possibilitou a criação de uma opinião pública mundial.
Nesse contexto de massificação da informação é que surgiu a IINTERNET, uma rede
mundial de comunicação por computador que liga a quase totalidade dos países. Este
sistema permite a troca de informações, com a transferência de arquivos de som,
imagem e texto. É possível conversar por escrito ou de viva voz, mandar fotos e até
fazer compras em qualquer país conectado.

- ECONOMIA MUNDO - Ao se difundir mundialmente, as empresas transnacionais


romperam as fronteiras nacionais e estabeleceram uma relação de interdependência
económica com raízes muito profundas, inaugurando a chamada economia mundo.

No sistema globalizado, os conceitos de conceitos descritos anteriormente envolvem a


interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos
nacionais não conseguem resolver individualmente seus principais problemas
económicos, sociais ou ambientais. As novas questões relacionadas com a economia
globalizada fazem parte de um contexto mundial, refletem os grandes problemas
internacionais, e as soluções dependem de medidas que devem ser tomadas por um
grande conjunto de países industrializados ou estão em fase de industrialização; por
isso, oferecem boas oportunidades para investimentos internacionais. Entre os países
emergentes destacam-se a China, a Rússia e o Brasil. Para os grandes investidores, esse
grupo representa um atraente mercado consumidor, devido ao volume de sua
população. Apesar disso, são países que oferecem grandes riscos, se for considerada
sua instabilidade económica ou política.

Os países emergentes tentam adequar-se aos padrões da economia global, através,


exemplarmente, dos seguintes critérios:

 Cultura compatível com o desenvolvimento capitalista;


 Governo que sabe controlar e administrar os seus gastos;
 Disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender
excessivamente de recursos externos;
 Estimulo às empresas nacionais para aprimorarem a sua produção;

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 Custo da mão-de-obra adequado à competição internacional;
 Existência de investimentos para educar a população e reciclar os
trabalhadores.
 Mundos, Regiões e Países divididos

Aos agentes da globalização – as grandes empresas internacionais – interessa a


eliminação das fronteiras nacionais, mais precisamente a remoção de qualquer
entrave à livre circulação do capital.

Por outro lado, ao Estado interessa defender a nacionalidade. Por isso, embora
enfraquecidos diante do poder do grande capital privado, os Estados resistem à ideia
de perda do poder político sobre o seu território.

Os resultados desse jogo de interesses face à acirrada competição internacional é a


formação de blocos, cada qual reunindo um conjunto de países, em geral, vizinhos ou
próximos territorialmente. Os blocos ou alianças, constituídos por acordos ou tratados,
representam, pois, uma forma conciliatória de atender aos interesses tanto dos países
quanto da economia mundo.
A formação de blocos económicos significa uma forma de regionalização do espaço
mundial.

Integração Económica e Assimetrias Regionais: Causas e Correções

A partir da 2a Guerra Mundial verificaram-se uma série de transformações,


nomeadamente de estruturas económicas, infraestruturas e povoamento urbano.
Refletiram os problemas espaciais e regionais que vão dar origem a dificuldades. Neste
contexto surgem as regiões subdesenvolvidas - que por motivos estruturais estão
inferiorizadas relativamente a outras.

Notam-se igualmente regiões em declínio - regiões que não tiveram um grande


desenvolvimento na 1a revolução industrial e que se especializaram em indústrias
como o carvão e o aço, indústrias essas que entraram em declínio, o facto de entrarem
em declínio fez com que nessas regiões aumentasse o desemprego.

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Detetam-se também regiões congestionadas - fenómeno urbano, pautado por um
crescimento urbano desenfreado, que oneram indevidamente um determinado local,
estes locais são por si só geradores de desemprego.

Estes três tipos de regiões fez com que se despertasse para os problemas de ordem
regional.

Existem igualmente causas indiretas para compreender porque a análise espacial e


regional começou-se a desenvolver como consequência indireta de toda a actividade
de planeamento que se desenvolveu no Pós II guerra mundial.
Assim, à medida que foram surgindo problemas que tinham a sua expressão numa
forma espacial acentuada, foi preciso equacionar soluções de origem económica para
os resolver.

AS ASSIMETRIAS REGIONAIS

As assimetrias regionais normalmente representam desigualdades na taxa de


crescimento da atividade económica e estão ligadas a diferentes níveis de
prosperidade económica e consequentemente a diferentes níveis de desenvolvimento
entre regiões de um mesmo país ou entre países, como é o caso dos vários níveis de
desenvolvimento económico que atingiram os diversos Estados da União Europeia.
As assimetrias regionais refletem-se nos diferentes níveis de rendimento, nas várias
taxas de crescimento do produto interno e nas diversas taxas de desemprego das
várias regiões ou países.

Assim, podemos identificar regiões mais e outras menos desenvolvidas portadoras de


características tais como:

- as mais desenvolvidas são os centros que demonstram uma maior concentração


populacional, de quadros técnicos, com maior nível de formação e educação, uma
concentração industrial, das instituições financeiras e entidades governamentais;

- as regiões menos desenvolvidas ao contrário são periféricas e demonstram um


declínio populacional, um declínio da atividade industrial (fenómeno de

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desindustrialização), falta de infraestruturas, falta de mão-de-obra qualificada, e a que
existe em média tem menor formação e educação que a das regiões desenvolvidas,
estas regiões geralmente mostram caraterísticas típicas de subdesenvolvimento.

As disparidades no interior da Comunidade Europeia

É bem conhecida a existência de disparidades consideráveis entre as regiões da


Comunidade no que respeita ao rendimento per capita, produtividade, tendências de
emprego e taxas de desemprego. O rendimento per capita nas dez regiões mais
desenvolvidas era em 1988, mais do triplo do das dez regiões menos desenvolvidas.
Além disso, a comparação internacional indica que as disparidades na Comunidade
têm uma amplitude pelo menos duas vezes maior do que nos EUA. A redução ao longo
do tempo destas disparidades permanece enquanto elemento integrante para a
criação duma comunidade mais coesa.

O nível das disparidades em relação à produtividade desenvolveu-se, de um modo


geral, de forma semelhante ao dos rendimentos per capita. Em 1984 teve início uma
ligeira tendência para uma redução das disparidades entre os Estados-membros, em
virtude de um aumento da produtividade em Portugal e na Irlanda. Esta tendência não
continuou, para além de 1987, aquando aos aumentos da taxa de crescimento
económico se associaram aumentos significativos no desemprego. A Grécia não
participou neste crescimento positivo da produtividade e, para além de ter o PIB per
capita mais baixo, possui também o mais baixo PIB por pessoa empregada da
comunidade. Este facto é consequência de resultados macroeconómicos relativamente
medíocres, que se seguem a um declínio da taxa de investimento durante os anos 80,
apesar dos esforços substanciais e cada vez maiores da Comunidade para apoiar este
Estado-membro, desde a sua adesão.

Em resumo, dados recentes indicam uma estabilização da tendência anterior para uma
divergência crescente entre regiões e, no caso de alguns Estados-membros e regiões,
para uma leve tendência de convergência para a média comunitária. As disparidades
absolutas são de tal ordem que, mesmo nos casos em que os progressos são
percetíveis e partindo do princípio que haverá uma continuação das recentes linhas de

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evolução positivas, a convergência dos Estados- membros mais fracos e das regiões
menos prósperas para uma média comunitária será um processo a muito longo prazo.

Quanto às tendências de emprego de região para região, verifica-se desde 1984 que o
emprego no conjunto da comunidade tem aumentado e o crescimento de cerca de
1,15% ao ano entre aquela data e 1990 teve como consequência um aumento líquido
de quase 9,5 milhões de postos de trabalho. Este facto compensou largamente a perda
líquida de cerca de 3,5 milhões de postos de trabalho, que se verificou após a recessão
do início dos anos 80.

A tendência favorável do emprego ao nível da Comunidade, sobretudo durante a


segunda metade dos anos 80, tendeu a ser largamente partilhada. Assim, todos os
Estados-membros registaram um crescimento do emprego positivo entre 1985 e 1990,
embora as taxas de crescimento variem consideravelmente. No cômputo da década,
só na Irlanda a recuperação em matéria de emprego foi insuficiente para compensar as
perdas sofridas nos princípios dos anos 80.

Durante estes últimos anos têm sido particularmente encorajador o crescimento sólido
do emprego em certas zonas menos desenvolvidas do Sul da Comunidade, como é o
caso de Portugal. No Norte, o crescimento do emprego, durante o mesmo período, foi
relativamente forte no Reino Unido, onde as regiões tradicionalmente industriais
haviam sido gravemente afetadas pela perda de empregos no início dos anos 80.

Em termos sectoriais, os anos 80 podem ser descritos em termos de uma deslocação


contínua do emprego da indústria para os serviços.

Quanto às disparidades na taxa de desemprego nos vários estados-membros, pode


considerar-se a suspensão de uma tendência anterior. Assim, os relatórios periódicos
anteriores realçaram a tendência ascendente geral e as disparidades regionais cada
vez maiores no que toca ao desemprego na comunidade nos anos 70 e na primeira
metade dos anos 80. Durante este período, a taxa de desemprego na comunidade
aumentou de 2% em 1970 para mais de 6% em 1980, apesar das taxas de crescimento
económico subirem regularmente na primeira metade da década, até atingirem quase
11% em 1985 e 1986. Desde 1986 que a taxa de desemprego na Comunidade baixou
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gradualmente até atingir 8.3% em 1990. Esta reação algo do desemprego e
recuperação foi essencialmente um reflexo da pressão ascendente de fatores
demográficos na oferta de trabalho, juntamente com a subida cíclica e geral das taxas
de atividade, apoiadas pelo aumento contínuo das taxas de actividade feminina.

As disparidades entre as regiões da Comunidade consideradas no seu conjunto


atingiram em 1986 um nível que se estabilizou até começar a baixar em 1989 e 1990.
A interrupção da tendência ascendente que prevaleceu durante mais de 15 anos é o
resultado líquido de um padrão de alterações um tanto complexo no que diz respeito
às disparidades ao longo do tempo, tanto entre Estados-membros como no seu
interior. As diferenças regionais nas taxas de desemprego permanecem, apesar disso,
substanciais, com regiões centrais com taxas inferiores a 3%, por um lado, e regiões
em que a taxa excede os 15% por outro.

Um fator essencial para a estabilização e o posterior declínio da tendência das


disparidades de desemprego foi a queda gradual das taxas de desemprego nalguns
países da Comunidade, sobretudo no caso do Reino Unido.

CAUSAS DAS DISPARIDADES REGIONAIS

As causas das disparidades regionais estão ligadas à localização geográfica das regiões,
mas essencialmente com problemas estruturais económicos que enfrentam algumas
regiões. As regiões periféricas são dotadas de fracos recursos naturais, fracos recursos
humanos, técnicos e científicos, deficientes infraestruturas e estão localizadas
distantes dos centros produtivos e dos centros de consumo. Os motivos económicos
que explicam as disparidades regionais centram-se nas diferentes estruturas
produtivas e de procura. Nos diferentes níveis de industrialização e de especialização,
o distinto progresso tecnológico que motiva a produtividade e competitividade leva à
distinção entre as regiões.

O agravamento dos desequilíbrios regionais pode também ser encarado como um


resultado da localização da indústria no litoral em detrimento do interior e da
migração de pessoas do interior para o litoral, em países como Portugal, dado aí
existirem melhores condições climáticas e infraestruturas.
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As diferenças em dotações de infraestruturas e capital humano como causa de
disparidades regionais

É geralmente aceite que as diferenças em infraestruturas e capital humano contribuem


de forma significativa para as variações na competitividade regional.
As regiões economicamente mais fortes e mais prósperas são em geral, mais bem
dotadas em ambos, ao passo que as regiões menos desenvolvidas têm graves
deficiências nestes fatores. A criação de uma maior igualdade de oportunidades para
todos os cidadãos e empresas, onde quer que se situem, exige uma evolução no
sentido da redução do desnível na dotação de infraestruturas e capital humano.

Quanto às diferenças regionais em infraestruturas como causa de assimetrias


regionais, é de referir que estas infraestruturas compõem-se de quatro elementos
principais:

 Redes de energia;
 Ligações de telecomunicações
 Redes de equipamentos no domínio do ambiente (por exemplo, tratamento de
resíduos e abastecimento de água).

O alargamento e melhoria das redes energéticas, bem como a melhoria do acesso, nas
regiões mais fracas, são essenciais para o incentivo de atividades produtivas. O
fornecimento de eletricidade ou gás natural de alta qualidade permite que as
empresas de todos os setores da economia regional otimizem a sua escolha de
equipamento. A diversificação energética ajuda a melhorar a competitividade.

Assim, as causas da diferente competitividade entre regiões e consequentemente as


disparidades regionais depende não só, entre outros fatores da dotação inicial de
recursos naturais e infraestruturas materiais, mas cada vez mais dos recursos
humanos. Sistemas educativos e de formação eficazes podem, por esse motivo, ter
importância no reforço das vantagens relativas.

A adaptação dos sistemas educativos e de formação às profundas alterações


estruturais é uma prioridade para reduzir as disparidades regionais.

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O papel da investigação e do desenvolvimento tecnológico nas regiões

Muitas das causas das disparidades no desenvolvimento económico podem ser


atribuídas a disparidades na produtividade e competitividade. Embora não sejam os
únicos fatores, a investigação e o desenvolvimento tecnológico e, especificamente, a
capacidade de inovar e valorizar, especialmente em produtos e processos, são
componentes vitais da competitividade regional. Isto pode levar, em contrapartida, a
um aumento da produção regional através de um aumento do comércio inter-regional
e internacional. Produtos e processos novos ou aperfeiçoados, custos inferiores, maior
flexibilidade de produção, maior qualidade e resposta mais rápida do mercado, são
tudo formas em que a investigação e o desenvolvimento tecnológico podem conferir
uma vantagem relativa a determinadas regiões.

Causas das disparidades regionais e integração

As desigualdades na repartição dos benefícios da Integração entre os vários territórios


pode, em certa medida, ser uma causa da não convergência regional. Assim, o
principal inconveniente que se pode apontar aos planos de integração de territórios
com graus de desenvolvimento económico diferentes é o da desigual repartição dos
benefícios desses planos entre os vários territórios abrangidos. É possível sustentar,
com base em experiências históricas e em argumentos teóricos, que em tais casos a
integração económica poderá beneficiar essencialmente os territórios já evoluídos,
acentuando a superioridade do seu nível de desenvolvimento económico sobre os
territórios mais atrasados, apontam para isto problemas, tais como economias
externas em que os países mais desenvolvidos estão em vantagem, dificuldades
competitivas dos países menos desenvolvidos e tendências de aglomeração que se
manifestam nos níveis de mão-de-obra e de capital.

Assim, nenhum país, isoladamente pode ser considerado como tendo uma economia
bem integrada enquanto persistirem disparidades entre os níveis de vida e de
desenvolvimento das regiões que o constituem.

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Esta afirmação mostra o duplo problema que muitas regiões menos evoluídas se
deparam: rendimentos mais baixos e taxas de crescimento da produtividade
inadequadas à diminuição das disparidades regionais.

Os rendimentos mais baixos, só por si, não dariam origem a preocupações se uma taxa
de crescimento mais alta existisse de forma a reduzir as disparidades regionais. Do
mesmo modo, taxas de crescimento mais baixas que a média não seriam consideradas
indesejáveis se a região tivesse rendimentos per capita mais altos que a média.

No que respeita às disparidades inter-regionais dos níveis de rendimento, dois fatores
determinantes deverão ser distinguidos:

 a baixa produtividade per capita em todas as indústrias da região e


 a percentagem elevada na região de indústrias com baixa produtividade.

A importância do primeiro fator é realçada pelo facto de o verdadeiro problema não


ser a agricultura como tal, ou a ausência de indústrias, mas sim a pobreza, o atraso ou
uma agricultura pobre e uma atividade transformadora pobre.

O segundo fator é salientado na análise das disparidades regionais e pode significar


que uma elevada percentagem nas variações dos rendimentos per capita podem ser
explicados pelas diferenças na distribuição da população ativa por atividades.

As regiões com problemas de desenvolvimento podem ser caracterizadas de uma


forma geral pela atuação de 2 fatores:

- Por um lado, predominam em tais regiões indústrias com baixa produtividade;

- Por outro podem ser geralmente encontradas, em regiões atrasadas, indústrias


estagnadas ou ciclicamente instáveis com um potencial de desenvolvimento baixo.

De acordo com este raciocínio as disparidades nos níveis de rendimento não podiam
persistir se as regiões de baixo rendimento tivessem taxas de crescimento da
produtividade superiores à média.

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No que respeita ao desemprego como causa de disparidades regionais, e que se
encontram extremamente ligadas as questões da desigualdade, as migrações, mesmo
o nível baixo da produção agrícola para não citar outros aspetos sociais e até políticos.

Outras causas que determinam as disparidades regionais são os diferentes níveis de


inflação e défices da balança de pagamentos, verificados nos diversos países.

As disparidades regionais na União Europeia: Políticas corretivas

Quanto aos instrumentos da Comunidade de apoio às regiões-problema, são de


destacar entre outros os seguintes fundos:

- Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)


- Fundo Social Europeu (FSE)
- Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola (FEOGA)

Estes Fundos foram submetidos em 1988, a uma reforma destinada a torná-los mais
operacionais e a dotá-los de meios financeiros acrescidos. Esta reforma e o aumento
da dotação dos fundos visavam uma maior eficácia na aplicação das medidas, com
vista ao mercado interno de 1993, previsto pelo Ato Único, e ao reforço da coesão
económica e social da Comunidade Europeia, ou seja, à diminuição das disparidades
entre as regiões e os grupos sociais desenvolvidos e aqueles que são desfavorecidos. O
Conselho Europeu, no fim de 1992, e uma revisão da regulamentação, efetuada em
1993, precisaram e reforçaram, com vista à realização da União Económica e
Monetária, as ações desenvolvidas por estes instrumentos comunitários de
desenvolvimento estrutural, que desempenham, como complemento das políticas
nacionais e regionais, um importante papel na coesão económica e social da União.
Além disso, o mesmo Conselho Europeu criou um Fundo de Coesão a favor de alguns
Estados-Membros economicamente desfavorecidos: Espanha, Grécia, Irlanda e
Portugal.

Este instrumento, criado em 1993 e definitivamente estabelecido em 1994, ajudou os


Estados- Membros mais desfavorecidos a efetuarem com êxito a sua transição para a
UEM, permitindo-lhes, simultaneamente melhorar as infraestruturas de transporte e a

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proteção ambiental e, consequentemente conseguirem mais rapidamente uma maior
convergência real.

Em 1993, foi também criado, no âmbito dos fundos estruturais, um Instrumento


Financeiro de Orientação da Pesca (IFOP), destinado a conjugar todos os recursos
financeiros afetados às ações estruturais no domínio da pesca e da aquicultura.
Os fundos estruturais da Comunidade apoiam-se em alguns princípios
complementares e indissociáveis, e comportam alguns objetivos de política regional
que cabe destacar:

- desenvolvimento e ajustamento estrutural das regiões menos desenvolvidas; -


reconversão das regiões ou partes de regiões (incluindo as bacias de emprego e as
aglomerações urbanas) gravemente afetadas pelo declínio industrial;

- desenvolvimento das zonas rurais e, desde início de 1995, a concentração das


intervenções a favor das regiões nórdicas nos novos Estados-Membros (Finlândia e
Suécia).

Concluindo...

Depois de identificar as principais disparidades entre regiões do mesmo país ou entre


países, procedeu-se a uma abordagem de uma forma relativamente exaustiva das
razões que estão na sua origem. Analisaram-se de seguida as principais teorias nesta
matéria e propôs-se soluções para a possível correção das assimetrias regionais, sendo
certo que nenhuma teoria que aborda a problemática do desenvolvimento regional,
por si só consegue dar resposta e propor soluções para a correção dos desequilíbrios
regionais, havendo que encontrar uma solução que contemple propostas das várias
teorias, que serão aplicadas consoante a região em estudo, duma forma concertada,
para desta forma haver maior hipótese de êxito da política de desenvolvimento
regional quer entre países quer entre regiões do mesmo país.

A acrescentar a isto, está o facto de estudos recentes da Comunidade atestarem que


as assimetrias regionais aumentam com a recessão económica e diminuem em

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períodos de expansão económica, havendo assim que dar prioridade a políticas de
crescimento económico, por forma a atenuar essas assimetrias.

No que se refere às disparidades entre países, é de referir que os Governos dos vários
estados têm mais políticas para as corrigir, como seja a política cambial e monetária,
exceto os que integram a União Económica e Monetária, com a moeda única, o que
não acontece entre regiões do mesmo estado, dado possuírem a mesma moeda.

O fenómeno do congestionamento regional é a prova de que as forças de mercado são


incapazes de efetuarem uma distribuição eficaz e eficiente dos fatores produtivos, no
aspeto da otimização, capaz de resolver as assimetrias regionais, havendo assim que
recorrer a políticas regionais adequadas, que dependerão entre outros fatores do grau
de integração do país ou região em causa.

No caso concreto da União Europeia, a execução de uma política regional comunitária


exige alguns pontos de partida, tais como:

 acordo quanto aos objetivos;


 acordo quanto aos critérios ou aos indicadores que qualificam a região como
adequada para a atribuição de ajudas;
 escolha dos instrumentos e a obtenção de recursos financeiros para levar a
efeito essa política regional.

Não deve contudo, ignorar-se que os princípios básicos da Comunidade são à partida
dificilmente conciliáveis com os objetivos da política regional, princípios esses que
passam por:

 Comércio livre
 Livre concorrência
 Mobilidade sem limitações.

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Desenvolvimento do Capitalismo

A integração de economias regionais obtém-se pela aproximação das políticas


económicas e da pertinente legislação dos países que fazem parte de uma aliança.
Vejamos cada etapa do processo:

1. Primeira etapa: zona de livre comércio – criação de uma zona em que as


mercadorias provenientes dos países membros podem circular livremente.
Nessa zona, as tarifas alfandegárias são eliminadas e há flexibilidade nos
padrões de produção, controle sanitário e de fronteiras.
2. Segunda etapa: união aduaneira – além da zona de livre comércio, essa etapa
envolve a negociação de tarifas alfandegárias comuns para o comércio
realizado com outros países.
3. Terceira etapa: mercado comum – engloba as duas fases anteriores e
acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e capitais.
4. Quarta etapa: união monetária – essa fase pressupõe a existência de um
mercado comum em pleno funcionamento. Consiste na coordenação das
políticas económicas dos países membros e na criação de um único banco
central para emitir a moeda que será utilizada por todos.
5. Quinta etapa: união política – a união política engloba todas as anteriores e
envolve também a unificação das políticas de relações internacionais, defesa,
segurança interna e externa.

Os polos de poder na economia globalizada

Na nova ordem mundial, a bipolaridade representada por Estados Unidos e União


Soviética foram substituídas pela multipolaridade. Os polos de poder econômico são
União Europeia, Nafta e Apec; os de importância secundária, Mercosul e Asean.
Apesar de a economia globalizada ser definida como multipolar, os principais dados

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referentes ao desempenho económico internacional demonstram que existem três
grandes polos que lideram a economia do mundo: o bloco americano, o asiático e o
europeu, que controlam mais de 80% dos investimentos mundiais.
O bloco americano, liderado pelos Estados Unidos, realiza grande parte de seus
negócios na América Latina, sua tradicional área de influência: o bloco asiático,
liderado pelo Japão, faz mais de 50% de seus investimentos no leste e no sudeste da
Ásia: e a União europeia concentra dois terços de sua atuação económica nos países
do leste europeu.

Pode-se observar, portanto, que a economia globalizada é, na verdade, tripolar. A


influência econômica está nas mãos dos países que representam as sete maiores
economias do mundo: Estados unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e
Canadá. Por sua vez, no interior desses países são principalmente as grandes empresas
transnacionais que têm condições de liderar o mercado internacional

O fim da Guerra Fria e o mundo Unipolar

Após 1945, a oposição entre socialismo e capitalismo foi levada ao extremo, numa
bipolarização política, ideológica e militar.

Etapas históricas:

Para combater o comunismo e a influência soviética, oficializando a Guerra Fria, o


secretário de Estado, George Marshall lançou o Plano Marshall - um programa de
investimentos e de recuperação econômica para os países europeus em crise após a
guerra.

“Para promover a paz mundial e o bem-estar geral, as nações interessadas, e a política


externa dos Estados Unidos, económica, financeira e outras, farão os esforços
necessários à manutenção no estrangeiro de condições nas quais instituições livres
podem sobreviver e com consistência a manutenção da força e estabilidade dos
Estados Unidos.”

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Em 1948, com o revigoramento da Alemanha Ocidental, a União Soviética impõe um
bloqueio terrestre à cidade de Berlim. Em 1949, eram instituídas as duas Alemanhas: a
ocidental, República Federal da Alemanha, e a oriental, República Democrática Alemã.
Em 1961 foi construído o Muro de Berlin, separando a cidade e tornando-se símbolo
da Guerra Fria.

Em 1949, foi criado a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança
político-militar dos países ocidentais, composta inicialmente pelos Estados Unidos e os
países da Europa ocidental, opondo Ocidente à União Soviética.

Em 1955, a União Soviética cria o Pacto de Varsóvia, que unia as forças do bloco
comunista, principalmente dos países da Europa oriental (Albânia, Bulgária,
Checoslováquia, Alemanha Oriental, Polónia, etc.).

O fim da Guerra Fria deu-se diante da queda do Muro de Berlim em 1989, e com o fim
oficial da própria União Soviética, em 1991, pondo fim ao bloco socialista.

A Nova ordem económica internacional

Com o fim do bloco socialista, instaurou-se uma nova ordem mundial com a completa
hegemonia da ordem capitalista. Esta passou a uma nova etapa económica e produtiva
liderada por grandes conglomerados empresariais, possuidores de enormes volumes
de capitais.

Passou-se à globalização do mercado, com a irradiação dos negócios mundiais,


estimulando a formação de blocos económicos, associações de livre mercado que
derrubaram antigas barreiras protecionistas, principalmente a partir da década de
1990.

À frente dessas organizações está a NAFTA (North American Free Trade Agreement –
Acordo Norte-americano de Livre Comércio), sob a liderança dos Estados Unidos e
envolvendo o Canadá e o México, a UE (União Europeia), tendo a economia alemã a
mais forte, o bloco do Pacífico, a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido,
18
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), sob comando do Japão e o Mercosul
(Mercado Comum do Sul), formado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

A principal força do capitalismo coube ao G7 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha,


Reino Unido, França, Itália e Japão), grupo dos países ricos.
Acrescentou-se a limitação dos gastos governamentais, com a prevalência da
economia de mercado. A busca de um “Estado mínimo” para a não intervenção na
economia ocasionou a diminuição dos gastos públicos com saúde, educação e outras
políticas sociais. Com a nova lógica capitalista ganhou força as privatizações, com a
venda das empresas estatais de diversos países.

Em meio à globalização económica, a nova ordem mundial passou a gerar mais


desigualdades socioeconômicas. De um lado, os países capitalistas desenvolvidos dos
três principais blocos económicos (NAFTA, União Europeia e bloco do Pacífico). Do
outro, os países subdesenvolvidos, na sua maioria situados no hemisfério sul, com
graves crises socioeconómicas.

NOTA:

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e


conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o
período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, económica, social
e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque
não houve uma guerra direta entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da
vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande
arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra
Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos
anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan chamado
de "Guerra nas Estrelas”

Fim da Guerra Fria e consequências

19
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram
por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de
Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então
presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo
naquele país e nos aliados. Com reformas económicas, acordos com os EUA e
mudanças políticas, o sistema foi-se enfraquecendo. Era o fim de um período de
embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria
sendo implantado nos países socialistas.

A Nova Ordem Económica Mundial

O termo Nova Ordem Mundial tem sido empregado em vários momentos da história
para indicar um rompimento radical na forma e conteúdo como estão organizadas as
relações internacionais entre as nações, com destaque para o equilíbrio de poder entre
as potências mundiais, ou seja, a paz e a coordenação entre os países mais
desenvolvidos militar e economicamente, exercendo em conjunto diretrizes que
estabelecerão o caminho seguido pelas outras sociedades menos desenvolvidas.

A nova ordem mundial existente, pois, houve outras "novas ordens mundiais"
anteriores) caracteriza-se pela unipolaridade, o controle dos destinos do mundo por
uma única superpotência, sobrevivente da Guerra Fria, os Estados Unidos, sendo este
apoiado por potências menores porém ainda influentes (Europa e Japão).

Acredita-se que o fenómeno da Globalizaçao e da nova ordem mundial são


intercomunicáveis, cada um como causa e consequência do outro, pois está-se a
configurar um domínio do império norte-americano sobre a economia de mercado
ajudado pelo fenômeno chamado de "balcanização", que consiste na fragmentação de
vários antigos estados soberanos onde predominava a convivência de várias etnias e
culturas diferentes.

Tal fenómeno ajudaria na manutenção do predomínio económico e político norte-


americano, pois a soberania dos outros estados estariam a ser cada vez mais limitadas,

20
condicionadas, enfim, inibidas. Com isso, assume-se que nesta nova ordem mundial, o
estado nacional como conhecíamos até algumas décadas atrás entra definitivamente
em decadência.

Há também que se destacar não só a decadência da grande maioria dos estados
nacionais mas também das organizações internacionais. Tal afirmação ficou evidente
na decisão unilateral dos EUA em invadir o Iraque, sem considerar antes o parecer da
Organização das Nações Unidas, literalmente passando por cima desta organização
que deveria primar pelo equilíbrio e respeito à soberania de todos os seus membros, e
além disso, primordialmente, preservar a paz e encontrar soluções pacíficas como
resolução de todo e qualquer conflito.

Mas, a pior face da nova ordem liga-se mesmo à falência do estado nacional, que, sob
um manto de respeito à cidadania e aos direitos fundamentais do cidadão, cada vez
mais torna a política interna dos países inócua, afastando o povo dos assuntos políticos
(basta ver no mundo todo a abstenção cada vez maior em eleições nacionais, na
maioria das democracias). Assim, uma ditadura de discurso inócuo, liberal domina os
países democráticos, e submetem-nos à política de livre economia de mercado
orientada aos interesses da superpotência remanescente, os Estados Unidos.

Os interesses das nações em si são assim preteridos, e o desemprego e o fim da livre


iniciativa no campo económico atingem patamares assustadores.

O cidadão contemporâneo cada vez mais é pressionado pelo mercado e tem vindo a
perder, no mundo atual, os seus direitos à educação, saúde, emprego, saneamento
básico, enfim, serviços públicos de qualidade, para poder desfrutar dos mesmos só
quando os pode pagar devidamente.

» Na teoria das relações internacionais, o termo "Nova Ordem Mundial" (NOM) tem
sido utilizado para se referir a um novo período no pensamento político e no equilíbrio
mundial de poder, além de uma maior centralização deste poder. Apesar das diversas
interpretações deste termo, ele é principalmente associado com o conceito de
governança global.

21
A Europa dos cidadãos

A Europa dos cidadãos engloba vários aspetos e tem vindo a ser construída de forma
progressiva. Atualmente consagrada nos tratados, a cidadania europeia complementa
a cidadania nacional, sem a substituir. A Carta dos Direitos Fundamentais, que com a
entrada em vigor do Tratado de Lisboa se tornou juridicamente vinculativa, reúne,
num mesmo texto, todos os direitos das pessoas em torno alguns princípios
orientadores: dignidade humana, liberdades fundamentais, igualdade entre as
pessoas, solidariedade, cidadania e justiça.

Princípios sociais:

- Cidadania

Inspirada na liberdade de circulação de pessoas prevista nos Tratados, a ideia de


instituir uma cidadania europeia dotada de direitos e deveres bem definidos remonta à
década de 1960. Na sequência dos trabalhos preparatórios iniciados em meados da
década de 1970, o Tratado da União Europeia, adotado em Maastricht em 1992,
atribui como objetivo à União «o reforço da defesa dos direitos e dos interesses dos
nacionais dos seus Estados-Membros, mediante a instituição de uma cidadania da
União».

Por analogia com a cidadania nacional, a cidadania da União Europeia designa uma
relação entre o cidadão e a União caracterizada por direitos, por deveres e pela
participação na vida política. Tal relação deve permitir eliminar a discrepância
existente devido ao facto de os cidadãos da União serem cada vez mais afetados por
medidas comunitárias, ao passo que o exercício dos direitos e o cumprimento das
obrigações, bem como a participação nos processos democráticos, se processam quase
exclusivamente a nível nacional.
Paralelamente há que reforçar a proteção dos direitos e dos interesses dos nacionais
dos Estados- Membros / cidadãos da UE nas relações entre a União e o resto do
mundo.

22
O estatuto de cidadão da União implica para todos os cidadãos da União:
— O direito à livre circulação e o direito à permanência no território dos Estados-
Membros;

— O direito de eleger e ser eleito nas eleições para o Parlamento Europeu e nas
eleições municipais do Estado-Membro de residência, nas mesmas condições que os
nacionais desse Estado;

— O direito de, nos territórios de países terceiros (não membros da União Europeia)
em que o Estado-Membro de que são nacionais não se encontre representado,
beneficiar da proteção das autoridades diplomáticas e consulares de outro Estado-
Membro, nas condições aplicáveis aos nacionais desse Estado;

— O direito de petição ao Parlamento Europeu e o direito de recorrer ao Provedor de


Justiça instituído pelo Parlamento Europeu a fim de conhecer os casos de má
administração na atuação das instituições e dos órgãos comunitários;

— O direito de se dirigir por escrito a qualquer das instituições ou órgãos da União


numa das línguas dos Estados-Membros e de obter uma resposta redigida na mesma
língua;

— O direito de acesso aos documentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da


Comissão, em determinadas condições.

- Subsidiariedade

O princípio da subsidiariedade é fundamental para o funcionamento da União


Europeia (UE) e, mais precisamente, para a tomada de decisão a nível europeu.
Permite, nomeadamente, determinar quando a UE é competente para legislar e
contribui para que as decisões sejam tomadas o mais perto possível dos cidadãos.

O princípio da subsidiariedade está consagrado no artigo 5.o do Tratado sobre o


Funcionamento da UE. É apresentado juntamente com dois outros princípios

23
considerados essenciais para a tomada de decisão a nível europeu: os princípios da
atribuição e da proporcionalidade.

O princípio da subsidiariedade visa determinar o nível de intervenção mais pertinente


nos domínios de competências partilhadas entre a UE e os países da UE. Pode ser uma
ação a nível europeu, nacional ou local. Em todo o caso, a UE só pode intervir se
estiver em condições de agir de forma mais eficaz do que os países da UE nos seus
respetivos níveis nacional ou local.
Relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade existem
três critérios que visam confirmar ou não a oportunidade de uma intervenção a nível
da UE:

 a ação contém aspetos transnacionais que não podem ser solucionados pelos
países da EU (internamente)?
 uma ação nacional ou a ausência de ação seriam contrárias às exigências do
Tratado (comportamentos divergentes)?
 a ação a nível UE traduz-se em benefícios óbvios (vantagem para os nacionais
de um estado)?

O princípio da subsidiariedade visa igualmente aproximar a UE dos seus cidadãos,


assegurando que uma ação seja executada a nível europeu quando necessário.

Princípio da Atribuição e Principio da Proporcionalidade

Segundo o princípio da atribuição a UE apenas dispõe das competências que lhe são
atribuídas nos Tratados Europeus não tendo discricionariedade total.

A subsidiariedade e a proporcionalidade são princípios corolários do princípio da


atribuição. Determinam em que medida a UE pode exercer as competências que lhe
são conferidas pelos Tratados. Em virtude do princípio da proporcionalidade, os meios
aplicados pela UE não podem exceder o necessário para concretizar os objetivos
fixados nos Tratados.

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Por conseguinte, a UE só poderá intervir num domínio político se:

 essa ação fizer parte das competências atribuídas à UE pelos Tratados


(princípio da atribuição);
 no âmbito das competências partilhadas com os países da UE, o nível da UE for
o mais pertinente para alcançar os objetivos fixados nos Tratados (princípio da
subsidiariedade);
 o conteúdo e a forma da ação não excederem o necessário para alcançar os
objetivos fixados nos Tratados (princípio da proporcionalidade).

Controlo do Princípio da Subsidiariedade:

Os mecanismos de controlo do princípio da subsidiariedade são organizados por um


Protocolo (introduzido pelo Tratado de Amesterdão) relativo à aplicação dos princípios
da subsidiariedade e da proporcionalidade.

Antes de mais prevê a observância de determinadas obrigações durante a própria


elaboração dos projetos legislativos. Assim, antes de propor um ato legislativo, a
Comissão Europeia deve elaborar um Livro Verde. Os Livros Verdes consistem em
consultas amplas e permitem à Comissão recolher o parecer das instituições nacionais
e locais e da sociedade civil sobre a oportunidade de uma proposta legislativa,
nomeadamente no que se refere ao princípio da subsidiariedade.
O protocolo acrescenta ainda a obrigação da Comissão fazer acompanhar os projetos
dos atos legislativos de uma ficha que demonstre a observância dos princípios da
subsidiariedade e da proporcionalidade.

O Tratado de Lisboa inova ao associar plenamente os parlamentos nacionais ao


controlo do princípio da subsidiariedade. Com efeito, os parlamentos nacionais
exercem um duplo controlo:

• têm um direito de oposição aquando da elaboração dos projetos legislativos. Podem,


assim, devolver uma proposta legislativa à Comissão se considerarem que o princípio
da subsidiariedade não foi observado;

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O Tratado de Lisboa associa igualmente o Comité das Regiões ao controlo do princípio
da subsidiariedade. Á semelhança dos parlamentos nacionais, o Comité também pode
contestar perante o Tribunal de Justiça da UE um ato legislativo que não observe o
princípio da subsidiariedade.

- Coesão

Na atual União Europeia existe, e desde sempre, grandes disparidades territoriais e


demográficas, que constituem potenciais entraves à integração e ao desenvolvimento
na Europa. Este princípio concretiza-se na necessidade de a União Europeia promover
um desenvolvimento harmonioso procedendo ao fortalecimento da sua coesão
económica, social e territorial. A UE pretende, nomeadamente, reduzir as disparidades
entre os níveis de desenvolvimento das diversas regiões. Entre as regiões em causa, é
consagrada especial atenção às zonas rurais, às zonas afetadas pela transição industrial
e às regiões com limitações naturais ou demográficas graves e permanentes, tais como
as regiões com menor densidade populacional e as regiões insulares, transfronteiriças
e de montanha.

Existem 3 vertentes da coesão:

1. económica
2. social
3. territorial

Um dos principais objetivos da UE consiste no reforço da sua coesão económica, social


e territorial. Uma parte considerável das suas atividades e do seu orçamento é
consagrada à redução das disparidades entre as regiões, nomeadamente as zonas
rurais, as zonas afetadas pela transição industrial e as regiões com limitações naturais
ou demográficas graves e permanentes.

A UE apoia a consecução destes objetivos através do seguinte:

 da coordenação das políticas económicas;


 da implementação das políticas da EU;

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 da utilização dos Fundos Estruturais (FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e
de Garantia Agrícola); FSE (Fundo Social Europeu); FEDER (Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional), do Banco Europeu de Investimento e de outros
Instrumentos Financeiros atuais (por exemplo, o Fundo de Coesão).

A fim de garantir uma utilização eficiente dos fundos estruturais, devem ser
respeitados os seguintes princípios:

 organização dos fundos por objetivos e por regiões;


 parceria entre a Comissão, os Estados-Membros e as autoridades regionais
no contexto da planificação, da implementação e do acompanhamento da
sua utilização;
 programação das intervenções; adicionalidade das contribuições da UE e
nacionais.

A dotação de recursos financeiros da União destinada à política de coesão centra-se


em dois objetivos fundamentais:

 o investimento no crescimento e no emprego, com vista a consolidar o


mercado laboral e as economias regionais;
 a cooperação territorial europeia, para apoiar a coesão da UE através da
cooperação ao nível transfronteiriço, transnacional e inter-regional.

Guerra Fria
História da Guerra Fria, corrida armamentista, definição, OTAN e Pacto de Varsóvia,
guerras, corrida espacial, Plano Marshall, Queda do Muro de Berlim, "Cortina de
Ferro", características, conflitos, causas e consequências

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Introdução - o que foi e definição

A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e
a União Soviética vão disputar a hegemonia política, económica e militar no mundo.

A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada,


partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os
Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista,
baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na
segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram
implantar noutros países os seus sistemas políticos e económicos.

A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no


campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados
Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas
de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e,
provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando
conflitos em outros países como, por exemplo, na Coreia e no Vietnã.

Paz Armada

Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz
Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando
exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse
um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o
medo do ataque inimigo.

Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os
interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado do
Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha
suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de
Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países

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socialistas. Alguns países membros da OTAN: Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra,
Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Áustria e
Grécia.

Alguns países membros do Pacto de Varsóvia: URSS, Cuba, China, Coreia do Norte,
Roménia, Alemanha Oriental, Albânia, Checoslováquia e Polónia.

Corrida Espacial

EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços
espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso
ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar ao
mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete
Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois,
em 1969, o mundo todo conseguiu acompanhar pela televisão a chegada do homem à
lua, com a missão espacial norte-americana.

Caça às Bruxas

Os EUA lideraram uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no


mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as
histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of
life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem
ideias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano
Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava
aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que
havia de mau no planeta.

Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam,
prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo
governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de
investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a
espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários do KGB
faziam os serviços secretos soviéticos.

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A divisão da Alemanha

Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os
países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim,
ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da
Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países
capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a
guerra: URSS, EUA, França e Inglaterra. Em 1961 foi levantado o Muro de Berlim, para
dividir a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista.

"Cortina de Ferro"

Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britânico) fez um famoso discurso nos
Estados Unidos, usando a expressão "Cortina de Ferro" para se referir à influência da
União Soviética sobre os países socialistas do leste europeu. Churchill defendia a ideia
de que, após a Segunda Guerra Mundial, a URSS tinha-se tornado a grande inimiga dos
valores ocidentais (democracia e liberdade, principalmente).

Plano Marshall e COMECON

As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países


membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall,
oferecendo ajuda económica, principalmente através de empréstimos, para
reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o
COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo
entre os países socialistas.

Envolvimentos Indiretos

Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coreia foi palco de um conflito
armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coreia
sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da
Coreia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A
guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A

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Coreia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a
Coreia do Sul manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietname: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a
intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo
aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues
(apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre
civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que
abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietname passou
a ser socialista.

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