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Uma nova ordem económica

Mundial

UFCD 6668

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UFCD 6668 – IEFP – Setúbal – Formador Paulo Esteves Baptista
Turma PAME 001 2021

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Índice
1. Enquadramento......................................................................................................5
2. Um olhar sobre o mundo na viragem do século e do milénio.................................6
3. A internacionalização do capital..............................................................................7
4. Interdependência económica e a globalização.......................................................7
5. Mundos, Regiões e Países divididos......................................................................9
6. Integração Económica e Assimetrias Regionais....................................................10
Causas e Correções:....................................................................................................10
7. AS ASSIMETRIAS REGIONAIS............................................................................10
8. As disparidades no interior da Comunidade Europeia...........................................11
9. CAUSAS DAS DISPARIDADES REGIONAIS.......................................................13
10. O papel da investigação e do desenvolvimento tecnológico nas regiões...........14
11. Causas das disparidades regionais e integração...............................................14
12. TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL.............................................16
13. A natureza do processo de desenvolvimento regional.......................................16
14. Processo convergente.......................................................................................18
15. Processo divergente..........................................................................................20
16. Algumas razões teóricas invocadas acerca do possível desenvolvimento de
desigualdades regionais...............................................................................................22
17. As disparidades regionais na União Europeia Políticas corretivas.....................23
18. Assimetria entre ricos (Norte) e pobres (sul) na era da globalização (1970 – à
atualidade)...................................................................................................................25
19. Desenvolvimento do Capitalismo......................................................................26
20. OTAN Os polos de poder na economia globalizada..........................................27
21. O fim da Guerra Fria e o mundo Unipolar.........................................................28
22. A Nova ordem económica internacional.............................................................29
23. Fim da Guerra Fria e consequências.................................................................32
24. A Nova Ordem Económica Mundial..................................................................32
25. A Europa dos cidadãos.....................................................................................34
26. - Subsidiariedade...............................................................................................35
27. Princípio da Atribuição e Principio da Proporcionalidade:..................................36
28. Bibliografia........................................................................................................43

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1. Enquadramento

Designação da Acão de Formação:


- Uma nova ordem económica mundial

Objetivos gerais:
Pretende-se aperfeiçoar os desempenhos individuais
proporcionando conhecimentos (saberes), melhorar a eficácia no
desempenho das suas funções, promover as competências dos
formandos e consequentemente motivá-los.
No final da formação, os formandos devem ter uma
consciência analítica e crítica, com base em acontecimentos e/ou
problemas do Mundo atual existentes na sociedade.

Objetivos específicos:
Competências a adquirir:
Pretende-se que cada formando/a, após esta formação esteja
apto/a a:
- Conhecer, globalmente, as interdependências que no mundo
contemporâneo conferem caráter mundial às relações económicas;
- Identificar grandes assimetrias ao nível do mundo, das regiões e
dos países;
- Identificar as causas económicas e políticas subjacentes à
situação internacional no final do século e do milénio;
- Reconhecer os efeitos económicos e sociais da globalização;
- Identificar os princípios sociais, de cidadania, de subsidiariedade
e de coesão defendidos pela Comunidade Europeia;
- Aumento da sua cultura geral sobre o mundo atual.

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2. Um olhar sobre o mundo na viragem do século e
do milénio

Com o fim da oposição entre o capitalismo e o socialismo, o mundo


defrontou-se com uma realidade marcada pela existência de um único
sistema político-económico:
O capitalismo é o sistema mundial desde o início da década de 90.
Exceto por Cuba, China e Coreia do Norte, que ainda apresentam as suas
economias fundamentadas no socialismo.
À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que
já vinham afetar as principais economias capitalistas desde a segunda metade
do séc. XX, resultando na chamada nova ordem mundial.
As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à
Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos
assumiram a supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA
fundamentava-se no segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão
monetário internacional, na capacidade de financiar a reconstrução dos
países destruídos com a guerra e na ampliação dos investimentos das
empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Durante a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento
económico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, a sua economia
estava dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo
capitalista.

» Aceleração económica e tecnológica


A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial
estabeleceu um novo padrão de desenvolvimento tecnológico, que levou à
modernização e à posterior automatização da indústria. Com a automatização
industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande
aumento e diversificação da produção.
O acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez
mais artificializado, principalmente naqueles países onde a ligação da ciência
à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão do meio técnico-
científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida
que tal expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em
praticamente todos os países.
Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a
automatização da indústria, a informatização dos escritórios e a rapidez nos
transportes e comunicações, as relações económicas também se aceleraram,
de modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento.
A competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda
mais, o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial,
principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União Europeia
e nos novos países industrializados originários do "mundo subdesenvolvido"
da Ásia.

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3. A internacionalização do capital

Produzir para o mercado com o objetivo de obter o lucro e,


consequentemente, a acumulação da riqueza, o capitalismo sempre tendeu à
internacionalização, ou seja, à incorporação do maior número possível de
povos ou nações a um espaço sob o seu domínio.
Para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos
salários conquistados pelos trabalhadores de seus países, as grandes
empresas industriais dos países desenvolvidos optaram pela estratégia, de
em vez de apenas continuarem a exportar os seus produtos, também produzi-
los, pois até então eram importadores dos produtos industrializados que
consumiam. Dessa maneira, diminuindo os custos, com a mão-de-obra mais
barata, com menos encargos sociais, incentivos fiscais etc., e, assim,
conseguiram manter, ou até aumentar os lucros.

4. Interdependência económica e a globalização

Nos anos 80, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes


corporações internacionais.
Com os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e comunicações,
permitiu-se que as grandes empresas adotassem um novo procedimento - a
estratégia global de fabricação - que consiste em decompor o processo
produtivo e dispersar suas etapas à escala mundial, com o objetivo de ter
menores custos operacionais.
A produção deixa de ser local para ser mundial, o que também ocorre com o
consumo, uma vez que os mesmos produtos são oferecidos à venda nos mais
diversos recantos do planeta. Os fluxos económicos intensificam-se sobretudo
promovidos pelas grandes empresas, agora chamadas de transnacionais. A
divisão internacional do trabalho fica subvertida, pois torna-se difícil identificar o
lugar em que determinado artigo industrial foi produzido.
Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo
atinge praticamente todo o planeta e intensifica-se a tal ponto que merece uma
denominação especial - globalização -, marcada basicamente pela
mundialização da produção, da circulação e do consumo, vale dizer, de todo o
ciclo de reprodução do capital. Nessas condições, a eliminação de barreiras
entre as nações torna-se uma necessidade, a fim de que o capital possa fluir
sem obstáculos. Daí o enfraquecimento do Estado, que perde poder face às
grandes empresas.
O "motor" da globalização é a competitividade. Visando à obtenção de
produtos competitivos no mercado, as grandes empresas financiam ou
promovem a pesquisa, que resulta num acelerado avanço tecnológico. Esse
avanço implica informatização de atividades e automatização da indústria,
incluindo até a robotização das fábricas. Em consequência, o desemprego
torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo.

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Embora a globalização seja mais intensa na economia, ela também
ocorre na informação, na cultura, na ciência, na política e no espaço. Não se
pode pensar, contudo, que a globalização tende a homogeneizar o espaço
mundial. Ao contrário, ela é seletiva. Assim, enquanto muitos lugares e grupos
de pessoas se globalizam, outros, ficam excluídos do processo. Por esse
motivo, a globalização tende a tornar o espaço mundial cada vez mais
heterogêneo. Além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de
riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um
deles, entre classes e segmentos sociais.

De qualquer modo, para se entender as profundas alterações causadas


pela globalização, é preciso ter reter alguns conceitos essenciais:

- FÁBRICA GLOBAL - A expressão indica que a produção e o consumo se


mundializaram de tal forma que cada etapa do processo produtivo é
desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as
possibilidades de lucro que oferece.

- ALDEIA GLOBAL - Essa expressão reflete a existência de uma comunidade


mundial integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação.
Com os diferentes sistemas de comunicação, uma pessoa pode acompanhar
os acontecimentos de qualquer parte do mundo no exato momento em que
ocorrem. Uma só imagem é transmitida para o mundo todo… O avanço
possibilitou a criação de uma opinião pública mundial. Nesse contexto de
massificação da informação é que surgiu a IINTERNET, uma rede mundial de
comunicação por computador que liga a quase totalidade dos países. Este
sistema permite a troca de informações, com a transferência de arquivos de
som, imagem e texto. É possível conversar por escrito ou de viva voz, mandar
fotos e até fazer compras em qualquer país conectado.

- ECONOMIA MUNDO - Ao se difundir mundialmente, as empresas


transnacionais romperam as fronteiras nacionais e estabeleceram uma
relação de interdependência económica com raízes muito profundas,
inaugurando a chamada economia mundo.

- No sistema globalizado, os conceitos de conceitos descritos


anteriormente envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns
dos outros, pois os governos nacionais não conseguem resolver
individualmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.
As novas questões relacionadas com a economia globalizada fazem parte de
um contexto mundial, refletem os grandes problemas internacionais, e as
soluções dependem de medidas que devem ser tomadas por um grande
conjunto de países.

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- PAÍSES EMERGENTES - Alguns países, mesmo que subdesenvolvidos,
são industrializados ou estão em fase de industrialização; por isso, oferecem
boas oportunidades para investimentos internacionais. Entre os países
emergentes destacam-se a China, a Rússia e o Brasil. Para os grandes
investidores, esse grupo representa um atraente mercado consumidor, devido
ao volume de sua população. Apesar disso, são países que oferecem grandes
riscos, se for considerada sua instabilidade económica ou política.
Os países emergentes tentam adequar-se aos padrões da economia global,
através, exemplarmente, dos seguintes critérios:

• Cultura compatível com o desenvolvimento capitalista;


• Governo que sabe controlar e administrar os seus gastos;
• Disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender
excessivamente de recursos externos;
• Estímulo às empresas nacionais para aprimorarem a sua produção;
• Custo da mão-de-obra adequado à competição internacional;
• Existência de investimentos para educar a população e reciclar os
trabalhadores.

5. Mundos, Regiões e Países divididos

Aos agentes da globalização – as grandes empresas internacionais –


interessa a eliminação das fronteiras nacionais, mais precisamente a remoção
de qualquer entrave à livre circulação do capital.
Por outro lado, ao Estado interessa defender a nacionalidade. Por
isso, embora enfraquecidos diante do poder do grande capital privado, os
Estados resistem à ideia de perda do poder político sobre o seu território.
Os resultados desse jogo de interesses face à acérrima competição
internacional é a formação de blocos, cada qual reunindo um conjunto de
países, em geral, vizinhos ou próximos territorialmente. Os blocos ou alianças,
constituídos por acordos ou tratados, representam pois uma forma
conciliatória de atender aos interesses tanto dos países quanto da economia
mundo.
A formação de blocos económicos significa uma forma de regionalização do
espaço mundial.

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6. Integração Económica e Assimetrias Regionais
Causas e Correções:
A partir da 2ª Guerra Mundial verificaram-se uma série de
transformações, nomeadamente de estruturas económicas, infraestruturas e
povoamento urbano. Refletiram os problemas espaciais e regionais que vão
dar origem a dificuldades. Neste contexto surgem as regiões subdesenvolvidas
- que por motivos estruturais estão inferiorizadas relativamente a outras.

Notam-se igualmente regiões em declínio - regiões que não tiveram


um grande desenvolvimento na 1ª revolução industrial e que se especializaram
em indústrias como o carvão e o aço, indústrias essas que entraram em
declínio, o facto de entrarem em declínio fez com que nessas regiões
aumentasse o desemprego.

Detetam-se também regiões congestionadas - fenómeno urbano, pautado


por um crescimento urbano desenfreado, que oneram indevidamente um
determinado local, estes locais são por si só geradores de desemprego.

Estes três tipos de regiões fez com que se despertasse para os


problemas de ordem regional.

Existem igualmente causas indiretas para compreender porque a análise


espacial e regional começou-se a desenvolver como consequência indireta de
toda a atividade de planeamento que se desenvolveu no Pós II guerra
mundial.
Assim, à medida que foram surgindo problemas que tinham a sua expressão
numa forma espacial acentuada, foi preciso equacionar soluções de origem
económica para os resolver.

7. AS ASSIMETRIAS REGIONAIS

As assimetrias regionais normalmente representam desigualdades na


taxa de crescimento da atividade económica e estão ligadas a diferentes
níveis de prosperidade económica e consequentemente a diferentes níveis de
desenvolvimento entre regiões de um mesmo país ou entre países, como é o
caso dos vários níveis de desenvolvimento económico que atingiram os
diversos Estados da União Europeia.
As assimetrias regionais refletem-se nos diferentes níveis de rendimento, nas
várias taxas de crescimento do produto interno e nas diversas taxas de
desemprego das várias regiões ou países.
Assim, podemos identificar regiões mais e outras menos desenvolvidas
portadoras de características tais como:

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- As mais desenvolvidas são os centros que demonstram uma maior
concentração populacional, de quadros técnicos, com maior nível de formação
e educação, uma concentração industrial, das instituições financeiras e
entidades governamentais;

- As regiões menos desenvolvidas ao contrário são periféricas e demonstram


um declínio populacional, um declínio da atividade industrial (fenómeno de
desindustrialização), falta de infraestruturas, falta de mão-de-obra qualificada,
e a que existe em média tem menor formação e educação que a das regiões
desenvolvidas, estas regiões geralmente mostram caraterísticas típicas de
subdesenvolvimento.

8. As disparidades no interior da Comunidade


Europeia

É bem conhecida a existência de disparidades consideráveis entre as


regiões da Comunidade no que respeita ao rendimento per capita,
produtividade, tendências de emprego e taxas de desemprego. O rendimento
per capita nas dez regiões mais desenvolvidas era em 1988, mais do triplo do
das dez regiões menos desenvolvidas. Além disso, a comparação
internacional indica que as disparidades na Comunidade têm uma amplitude
pelo menos duas vezes maior do que nos EUA. A redução ao longo do tempo
destas disparidades permanece enquanto elemento integrante para a criação
duma comunidade mais coesa.
O nível das disparidades em relação à produtividade desenvolveu-se,
de um modo geral, de forma semelhante ao dos rendimentos per capita.
Em 1984 teve início uma ligeira tendência para uma redução das
disparidades entre os Estados-membros, em virtude de um aumento da
produtividade em Portugal e na Irlanda. Esta tendência não continuou, para
além de 1987, aquando aos aumentos da taxa de crescimento económico se
associaram aumentos significativos no desemprego. A Grécia não participou
neste crescimento positivo da produtividade e, para além de ter o PIB per
capita mais baixo, possui também o mais baixo PIB por pessoa empregada da
comunidade.
Este facto é consequência de resultados macroeconómicos relativamente
medíocres, que se seguem a um declínio da taxa de investimento durante os
anos 80, apesar dos esforços substanciais e cada vez maiores da
Comunidade para apoiar este Estado-membro, desde a sua adesão.
--- Em resumo, dados recentes indicam uma estabilização da tendência
anterior para uma divergência crescente entre regiões e, no caso de alguns
Estados-membros e regiões, para uma leve tendência de convergência para a
média comunitária. As disparidades absolutas são de tal ordem que, mesmo
nos casos em que os progressos são percetíveis e partindo do princípio que
haverá uma continuação das recentes linhas de evolução positivas, a
convergência dos Estados- membros mais fracos e das regiões menos

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prósperas para uma média comunitária será um processo a muito longo
prazo.
Quanto às tendências de emprego de região para região, verifica-se
desde 1984 que o emprego no conjunto da comunidade tem aumentado e o
crescimento de cerca de 1,15% ao ano entre aquela data e 1990 teve como
consequência um aumento líquido de quase 9,5 milhões de postos de
trabalho. Este facto compensou largamente a perda líquida de cerca de 3,5
milhões de postos de trabalho, que se verificou após a recessão do início dos
anos 80.
A tendência favorável do emprego ao nível da Comunidade, sobretudo
durante a segunda metade dos anos 80, tendeu a ser largamente partilhada.
Assim, todos os Estados-membros registaram um crescimento do emprego
positivo entre 1985 e 1990, embora as taxas de crescimento variem
consideravelmente. No cômputo da década, só na Irlanda a recuperação em
matéria de emprego foi insuficiente para compensar as perdas sofridas nos
princípios dos anos 80.
Durante estes últimos anos têm sido particularmente encorajador o
crescimento sólido do emprego em certas zonas menos desenvolvidas do Sul
da Comunidade, como é o caso de Portugal. No Norte, o crescimento do
emprego, durante o mesmo período, foi relativamente forte no Reino Unido,
onde as regiões tradicionalmente industriais haviam sido gravemente afetadas
pela perda de empregos no início dos anos 80.
Em termos sectoriais, os anos 80 podem ser descritos em termos de
uma deslocação contínua do emprego da indústria para os serviços.
Quanto às disparidades na taxa de desemprego nos vários estados-
membros, pode considerar-se a suspensão de uma tendência anterior. Assim,
os relatórios periódicos anteriores realçaram a tendência ascendente geral e
as disparidades regionais cada vez maiores no que toca ao desemprego na
comunidade nos anos 70 e na primeira metade dos anos 80. Durante este
período, a taxa de desemprego na comunidade aumentou de 2% em 1970
para mais de 6% em 1980, apesar das taxas de crescimento económico
subirem regularmente na primeira metade da década, até atingirem quase
11% em 1985 e 1986. Desde 1986 que a taxa de desemprego na
Comunidade baixou gradualmente até atingir 8.3% em 1990. Esta reação algo
do desemprego e recuperação foi essencialmente um reflexo da pressão
ascendente de fatores demográficos na oferta de trabalho, juntamente com a
subida cíclica e geral das taxas de atividade, apoiadas pelo aumento contínuo
das taxas de atividade feminina.
As disparidades entre as regiões da Comunidade consideradas no seu
conjunto atingiram em 1986 um nível que se estabilizou até começar a baixar
em 1989 e 1990.
A interrupção da tendência ascendente que prevaleceu durante mais de 15
anos é o resultado líquido de um padrão de alterações um tanto complexo no
que diz respeito às disparidades ao longo do tempo, tanto entre Estados-
membros como no seu interior. As diferenças regionais nas taxas de
desemprego permanecem, apesar disso, substanciais, com regiões centrais

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com taxas inferiores a 3%, por um lado, e regiões em que a taxa excede os
15% por outro.
Um fator essencial para a estabilização e o posterior declínio da
tendência das disparidades de desemprego foi a queda gradual das taxas de
desemprego nalguns países da Comunidade, sobretudo no caso do Reino
Unido.

9. CAUSAS DAS DISPARIDADES REGIONAIS

As causas das disparidades regionais estão ligadas à localização


geográfica das regiões, mas essencialmente com problemas estruturais
económicos que enfrentam algumas regiões.
As regiões periféricas são dotadas de fracos recursos naturais, fracos
recursos humanos, técnicos e científicos, deficientes infraestruturas e estão
localizadas distantes dos centros produtivos e dos centros de consumo. Os
motivos económicos que explicam as disparidades regionais centram-se nas
diferentes estruturas produtivas e de procura. Nos diferentes níveis de
industrialização e de especialização, o distinto progresso tecnológico que
motiva a produtividade e competitividade leva à distinção entre as regiões.
O agravamento dos desequilíbrios regionais pode também ser
encarado como um resultado da localização da indústria no litoral em
detrimento do interior e da migração de pessoas do interior para o litoral, em
países como Portugal, dado aí existirem melhores condições climáticas e
infraestruturas.

»» As diferenças em dotações de infraestruturas e capital humano como


causa de disparidades regionais

É geralmente aceite que as diferenças em infraestruturas e capital


humano contribuem de forma significativa para as variações na
competitividade regional.
As regiões economicamente mais fortes e mais prósperas são em geral, mais
bem dotadas em ambos, ao passo que as regiões menos desenvolvidas têm
graves deficiências nestes fatores.
A criação de uma maior igualdade de oportunidades para todos os cidadãos e
empresas, onde quer que se situem, exige uma evolução no sentido da
redução do desnível na dotação de infraestruturas e capital humano.
Quanto às diferenças regionais em infraestruturas como causa de
assimetrias regionais, é de referir que estas infraestruturas compõem-se de
quatro elementos principais:

- Redes de transportes;
- Redes de energia;
- Ligações de telecomunicações

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- Redes de equipamentos no domínio do ambiente (por exemplo,
tratamento de resíduos e abastecimento de água).

O alargamento e melhoria das redes energéticas, bem como a melhoria


do acesso, nas regiões mais fracas, são essenciais para o incentivo de
atividades produtivas. O fornecimento de eletricidade ou gás natural de alta
qualidade permite que as empresas de todos os setores da economia regional
otimizem a sua escolha de equipamento. A diversificação energética ajuda a
melhorar a competitividade.
Assim, as causas da diferente competitividade entre regiões e
consequentemente as disparidades regionais depende não só, entre outros
fatores da dotação inicial de recursos naturais e infraestruturas materiais, mas
cada vez mais dos recursos humanos.
Sistemas educativos e de formação eficazes podem, por esse motivo, ter
importância no reforço das vantagens relativas.
A adaptação dos sistemas educativos e de formação às profundas
alterações estruturais é uma prioridade para reduzir as disparidades regionais.

10. O papel da investigação e do desenvolvimento


tecnológico nas regiões

Muitas das causas das disparidades no desenvolvimento económico


podem ser atribuídas a disparidades na produtividade e competitividade.
Embora não sejam os únicos fatores, a investigação e o desenvolvimento
tecnológico e, especificamente, a capacidade de inovar e valorizar,
especialmente em produtos e processos, são componentes vitais da
competitividade regional. Isto pode levar, em contrapartida, a um aumento da
produção regional através de um aumento do comércio inter-regional e
internacional. Produtos e processos novos ou aperfeiçoados, custos
inferiores, maior flexibilidade de produção, maior qualidade e resposta mais
rápida do mercado, são tudo formas em que a investigação e o
desenvolvimento tecnológico podem conferir uma vantagem relativa a
determinadas regiões.

11. Causas das disparidades regionais e integração

As desigualdades na repartição dos benefícios da Integração entre os


vários territórios pode, em certa medida, ser uma causa da não convergência
regional. Assim, o principal inconveniente que se pode apontar aos planos de
integração de territórios com graus de desenvolvimento económico diferentes é
o da desigual repartição dos benefícios desses planos entre os vários
territórios abrangidos. É possível sustentar, com base em experiências
históricas e em argumentos teóricos, que em tais casos a integração

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económica poderá beneficiar essencialmente os territórios já evoluídos,
acentuando a superioridade do seu nível de desenvolvimento económico
sobre os territórios mais atrasados, apontam para isto problemas, tais como
economias externas em que os países mais desenvolvidos estão em
vantagem, dificuldades competitivas dos países menos desenvolvidos e
tendências de aglomeração que se manifestam nos níveis de mão-de-obra e
de capital.
Assim, nenhum país, isoladamente pode ser considerado como tendo
uma economia bem integrada enquanto persistirem disparidades entre os
níveis de vida e de desenvolvimento das regiões que o constituem.

Esta afirmação mostra o duplo problema que muitas regiões menos


evoluídas se deparam: rendimentos mais baixos e taxas de crescimento da
produtividade inadequadas à diminuição das disparidades regionais.
Os rendimentos mais baixos, só por si, não dariam origem a preocupações se
uma taxa de crescimento mais alta existisse de forma a reduzir as disparidades
regionais.
Do mesmo modo, taxas de crescimento mais baixas que a média não seriam
consideradas indesejáveis se a região tivesse rendimentos per capita mais altos
que a média.
No que respeita às disparidades inter-regionais dos níveis de
rendimento, dois fatores determinantes deverão ser distinguidos:

- A baixa produtividade per capita em todas as indústrias da região e a


percentagem elevada na região de indústrias com baixa produtividade.

A importância do primeiro fator é realçada pelo facto de o verdadeiro


problema não ser a agricultura como tal, ou a ausência de indústrias, mas sim
a pobreza, o atraso ou uma agricultura pobre e uma atividade transformadora
pobre.
O segundo fator é salientado na análise das disparidades regionais e
pode significar que uma elevada percentagem nas variações dos rendimentos
per capita podem ser explicados pelas diferenças na distribuição da
população ativa por atividades.
As regiões com problemas de desenvolvimento podem ser
caracterizadas de uma forma geral pela atuação de dois fatores.

- Por um lado, predominam em tais regiões indústrias com baixa


produtividade;

- Por outro podem ser geralmente encontradas, em regiões atrasadas,


indústrias estagnadas ou ciclicamente instáveis com um potencial de
desenvolvimento baixo.

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De acordo com este raciocínio as disparidades nos níveis de
rendimento não podiam persistir se as regiões de baixo rendimento tivessem
taxas de crescimento da produtividade superiores à média.
No que respeita ao desemprego como causa de disparidades
regionais, e que se encontram extremamente ligadas as questões da
desigualdade, as migrações, mesmo o nível baixo da produção agrícola para
não citar outros aspetos sociais e até políticos.
Outras causas que determinam as disparidades regionais são os diferentes
níveis de inflação e défices da balança de pagamentos, verificados nos diversos
países.

12. TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Podemos tentar arrumar as teorias que de um modo ou de outro


abordam a problemática regional conforme os temas:

1) Saber qual a natureza que essas teorias veiculam em termos de


desenvolvimento regional.
Podem distinguir-se duas possibilidades:

- Desenvolvimento funcional (resposta clássica);

- Desenvolvimento territorial (resposta crítica).

2) Podemos ainda dividir as teorias no que toca à desigualdade de


desenvolvimento no espaço entre:

- As que afirmam que o processo de desenvolvimento regional tende a ser


convergente;

- As que afirmam que ele tende a ser divergente.

13. A natureza do processo de desenvolvimento


regional

» Desenvolvimento funcional - resposta clássica

Parte-se do princípio de que o espaço é uma superfície mais ou menos


neutra, caraterizável por um determinado coeficiente de fricção. Parte-se do
pressuposto de que os agentes têm um comportamento de maximização do
seu próprio interesse e fazendo jogar o mercado através de outra hipótese - a
perfeita mobilidade dos fatores, cada subespaço (região) vai tender a
especializar-se naquelas produções em que tenha algumas vantagens
comparativas - não importa que as especializações sejam diferentes. Basta

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mostrar que as forças de ajustamento acabam por implicar uma igualização
dos níveis de produção marginal. Isto é, vai-se chegar a uma divisão espacial
do trabalho que tem como fim a procura da eficiência máxima global. Este
grau ótimo (máxima eficiência) é obtido espontaneamente e permite, em
dinâmica, um desenvolvimento mais rápido.
Esta perspetiva tem guiado as opções políticas e económicas dos países
menos desenvolvidos que queiram atingir os níveis de bem-estar das regiões
mais ricas, as soluções práticas passam por duas coisas:

- Transferência tecnológica das regiões ricas para as pobres dada a perfeita


mobilidade de fatores e

- Adoção dos esquemas de produção e organização que caracterizam os


países mais ricos (procura de eficiência máxima).

Este modelo de desenvolvimento – que consiste em ver o


desenvolvimento como um conjunto de mutações quantitativas pressupõe
vários aspetos:

 Grande consumo de energia;

 Elevados custos de transporte;

 Grandes unidades de produção;

 Dependência cada vez maior em relação ao exterior.

Este modelo de importação pura de tecnologia veio a sofrer uma


grande contestação recentemente, mesmo pelos resultados que revelou:
Constata-se frequentemente que nas regiões e países dependentes em
relação às economias dominantes que pretendiam um desenvolvimento
através da importação de tecnologia, esta não resultava numa contribuição
para o aumento do bem-estar das populações, mas aumentava os
desequilíbrios externos.

Nesta conceção tradicional de desenvolvimento, a planificação era apenas um


apoio ao capital e recaía sobre uma integração acrescida das regiões, isto é,
a perda da sua especificidade. As zonas periféricas, tanto regiões como
estados, não eram mais do que quadros funcionais de ações das empresas.
Todas estas dúvidas sobre os benefícios para o crescimento levaram
os analistas a pensar que talvez não fosse a melhor maneira de abordar o
desenvolvimento local em termos da adoção pura e simples de um esquema
deste tipo. Surge então, outra forma de desenvolvimento com características
diferentes, que falaremos de seguida.

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» O desenvolvimento territorial - resposta crítica

Nesta abordagem o desenvolvimento é encarado como sendo


autocentrado ou endógeno, e o seu ponto de partida deixa de ser a procura
da maximização, em termos absolutos, das grandezas e passa a ser a noção
física da base geográfica que estamos a considerar - o território. É um padrão
local, pondo o valor nos recursos locais e com a participação da população,
deste modo, o desenvolvimento pode realmente responder às necessidades
da população. Isto implica que, à partida, se definam os objetivos para este
território. Por exemplo, as importações do território só fazem sentido quando
adaptadas aos esquemas de produção que nele vigorem.
Podemos ainda falar no próprio processo de desenvolvimento noutra
perspetiva, no qual se distinguem duas correntes:

- O processo de desenvolvimento regional tende a ser convergente ou

- O processo de desenvolvimento regional tende a ser divergente?

14. Processo convergente

A ideia do processo convergente é apanágio da escola neoclássica: os


desequilíbrios entre as regiões são transitórios; mesmo que exista qualquer
perturbação, a situação tende sempre para o equilíbrio - deixando atuar
completamente os mecanismos de mercado, todo o espaço nacional tende
para o equilíbrio. Para esta abordagem não existe o problema designado por
disparidades regionais, é sempre uma questão de curto prazo que se resolve
rapidamente.
Como exemplo, considerando duas regiões em que os fatores de
produção são remunerados de acordo com a sua produtividade marginal:
numa, a remuneração do capital é maior, noutra os salários são mais
elevados. A tendência seria a deslocação de capital e trabalho até se atingir o
equilíbrio.
A hipótese de mobilidade de fatores, a nível regional, joga um papel
fundamental nesta teoria e fará com que haja em pouco tempo uma
convergência das dinâmicas regionais. Não há custos nem prazos de
mobilização - o espaço reduz-se a um ponto, a localização é indiferente do
ponto de vista económico.
Segundo este grupo de opiniões protagonizada pela Escola Neoclássica, a
situação normal no espaço é uma situação de equilíbrio e, nesta perspetiva,
os desequilíbrios regionais são meros acidentes que tendem a desaparecer
rapidamente se e só se não houver nenhum impedimento ao livre jogo das
forças de mercado, ou seja, não haver nenhum obstáculo à mobilidade dos
fatores.
O exemplo habitual é o da existência de uma região rica (com salários
mais elevados e uma remuneração do fator capital mais baixa) e de uma região

19
pobre (salários mais baixos, devido ao excesso de oferta de mão-de-obra e
com uma remuneração do fator capital mais elevada). Se o livre jogo do
mercado atuar, haverá uma mobilidade dos fatores de produção e os
trabalhadores da região pobre irão para a região rica (o que baixará os salários
da região rica) e o capital acumulado na região rica vai tender a aplicar-se na
região mais pobre (já que. esta remunera melhor o fator capital).
De acordo com esta corrente as assimetrias regionais apenas existem no curto
prazo, e são temporárias e ultrapassáveis. As forças de mercado garantem a
convergência regional no longo prazo com a eliminação das disparidades
regionais. A convergência regional será o resultado da concorrência livre e da
perfeita mobilidade dos fatores de produção.
A livre circulação do capital e trabalho garante a equiparação das suas
remunerações - taxas de juro e salários, entre regiões e assim a eliminação das
assimetrias regionais.

A longo prazo, irá haver uma transferência dos recursos produtivos dos
centros para a periferia até que as remunerações se equiparem, garantindo
assim uma tendência para a convergência regional.
Contudo, esta corrente sofre de algumas limitações, visto existirem outros
fatores que determinam a mobilidade dos fatores de produção - capital e
trabalho, e não só as respetivas remunerações. Fatores entre outros, como a
distância, os custos de transporte, o nível de infraestruturas, fatores pessoais
e familiares, as deficiências da procura, que podem obstar à mobilidade
perfeita dos fatores de produção. Esta teoria não explica contudo, quais são
as forças da procura que provocam o retorno dos fatores de produção dos
centros para a periferia.
Os factos empíricos demonstram convergência apenas entre regiões
ou países mais desenvolvidos, e mesmo assim verifica-se que a convergência
é lenta e pouco significativa. As forças de convergência demonstram ser
fracas e incapazes de eliminarem as assimetrias regionais entre regiões ou
países menos e mais desenvolvidos.

20
15. Processo divergente

Neste tipo de análise, ao contrário dos neoclássicos, pensa-se que as


disparidades regionais não são tão temporárias nem tão efémeras. Supõe-se
que os desequilíbrios espaciais tendem, pelo menos a manter-se e, em certos
casos, a agravar-se. A mobilidade de fatores segundo esta análise faz-se
muito deficientemente e nem sempre provocando os efeitos que a teoria
neoclássica nos diz.
De acordo com esta abordagem as disparidades regionais são interpretadas
como sendo a consequência de vários fatores, os quais fazem com que as
disparidades tenham um caráter estável e difícil de ultrapassar.
Estas teorias pensam que o espaço é estruturado consoante o processo de
produção e as relações sociais que através dele se processam. A estrutura do
espaço não é modificável. O espaço é a manifestação última das relações
económicas e sociais que nele se manifestam.
Os fatores que estão subjacentes ao funcionamento da economia são:

- As diferenças existentes a nível espacial das


técnicas de produção;

- As diferenças existentes a nível espacial das


economias de escala.

Só modificando o modelo de produção e organização se pode modificar


o espaço porque ele é expressão disso.
Para este grupo de autores Keynesianos, os desequilíbrios regionais
tendem a manter-se e mesmo a agravar-se. Segundo esta corrente de
opiniões, as disparidades regionais não são fruto do mero acaso, mas sim
resultado do próprio funcionamento da economia.

O espaço não é apenas uma superfície neutra, uma vez que nele se
materializam as relações de produção. Não se pode esperar que se dê um
processo de crescimento económico, só por se ter exercido uma política de
crescimento, isto é, não atendendo a que o espaço não é todo igual. A
descontinuidade do espaço é uma consequência das relações económicas
que nele se materializam e que podem levar a um crescimento económico.
Portanto não é possível mudar as disparidades regionais sem mudar
as relações económicas existentes (não é o espaço que precisa ser mudado,
são as relações económicas).
A Teoria Keynesiana, confiante nas forças da procura, considera que
os pressupostos
Neoclássicos de livre concorrência e plena mobilidade dos fatores de
produção são pouco realistas. Não há mobilidade perfeita dos fatores capital e

21
trabalho ou há pouca mobilidade, o que não permite a equiparação das
remunerações, condição necessária dos neoclássicos para um
desenvolvimento regional equilibrado.
Desta forma os desequilíbrios regionais permanecem e não são temporários,
por isso a tendência, segundo esta corrente é a divergência regional e não a
convergência económica entre as regiões. As diferenças nas técnicas de
produção, as diferenças nas economias de escala e nos níveis de
produtividade e os obstáculos no funcionamento dos mercados que obstam à
concorrência perfeita, são alguns dos fatores cruciais que justificam a
divergência regional.
De acordo com estes autores o processo de desenvolvimento favorece
certas regiões através de um processo cumulativo explicado por Kaldor.
Segundo este autor regiões com uma estrutura prévia na indústria, no
comércio e nas infraestruturas atraem novas atividades e ainda regiões com
ganhos de produtividade superiores e vantagens comparativas num
determinado tipo de especialização, mantêm as suas características no longo
prazo e torna-se difícil para outras regiões competirem nas mesmas
atividades económicas. Desta forma regiões mais desenvolvidas continuam a
crescer mais enquanto as regiões deprimidas continuam em declínio. O
crescimento regional cria assim polos de desenvolvimento que possibilita o
crescimento de algumas regiões em detrimento de outras através da
transferência de recursos produtivos das zonas menos desenvolvidas para as
mais prósperas, originando assim assimetrias regionais, sendo deste modo os
problemas regionais a causa e o efeito de um crescimento regional
desequilibrado.
Coube a Nicholas Kaldor economista da Universidade de Cambridge no
entanto, apresentar uma versão mais desenvolvida da teoria chamando a
atenção para o facto de o aumento dos recursos ser fundamentalmente
autogerido, e determinado pela taxa em que o progresso técnico estiver
incorporado nos bens capitais, a qual por sua vez é essencialmente
determinada pela taxa de crescimento do produto. Dependendo o crescimento
do produto a longo prazo da taxa de crescimento da procura autónoma, sendo
num contexto regional o principal fator da procura autónoma a procura de
exportações, o que induz novo investimento na região.
Por sua vez o comportamento das exportações e da produção de uma
região depende de dois fatores:

- Taxa de crescimento da procura mundial de produtos da região;

- Movimento de salários e eficiência na região relativamente a outras regiões


produtivas.

22
16. Algumas razões teóricas invocadas acerca do
possível desenvolvimento de desigualdades
regionais.

Para melhor se compreenderem os motivos da tendência para a


formação de desequilíbrios económicos regionais, importa apresentar
algumas indicações acerca do conceito de círculos viciosos do
desenvolvimento.

A melhor maneira de explicar o que são círculos viciosos do desenvolvimento


consiste em apresentar de forma sumária alguns exemplos concretos.

a) Para que haja progresso económico numa região é necessário


que nela se realizem investimentos, por sua vez os investimentos só
podem ser feitos à custa de poupanças (a menos que se consiga capital
do exterior). Para se conseguir um nível razoável de poupança é preciso
que o nível de rendimento seja alto, pois quando uma região é muito
pobre o rendimento mal chega para satisfazer as necessidades
essenciais do consumo. Desta forma uma região pobre terá enormes
dificuldades em conseguir um crescimento rápido, a menos que consiga
auxílio do exterior, pois o nível de rendimento não permitirá a formação
de poupança necessária para grandes investimentos;

b) O desenvolvimento económico exige o emprego de grande


número de especialistas (cientistas, técnicos, etc.) e a existência de uma
mão-de-obra qualificada e bem treinada. Deste modo a realização de
grandes despesas com a educação e qualificação da mão-de-obra é uma
das exigências fundamentais de um processo de desenvolvimento
económico regional. Numa região rica pode conseguir-se sem
dificuldades um nível de educação satisfatório e à mão-de-obra não
faltarão oportunidades de se especializar. Mas numa região pobre
escasseiam as verbas para financiar um sistema educacional avançado
e a mão-de-obra não terá facilidade em se empregar em unidades
produtivas bem organizadas, onde possa adquirir um certo grau de
especialização profissional;

c) O tamanho do mercado é, como sabemos, uma condição


importante para que certos empreendimentos possam funcionar com
custos razoáveis. O baixo nível de rendimento dos territórios pouco
desenvolvidos implica que o respetivo mercado tenha fracas dimensões.
Assim, muitas produções que poderiam contribuir para erguer o nível de
bem-estar económico não são a princípio possíveis, e a melhoria desse
bem-estar torna-se mais difícil;
d) As regiões menos evoluídas oferecem poucas facilidades à instalação
de novas indústrias, por serem muito pobres em economias externas.

23
17. As disparidades regionais na União Europeia
Políticas corretivas

Quanto aos instrumentos da Comunidade de apoio às regiões-problema, são


de destacar entre outros os seguintes fundos:

- Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER)

- Fundo Social Europeu (FSE)

- Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola (FEOGA)

Estes Fundos foram submetidos em 1988, a uma reforma destinada a


torná-los mais operacionais e a dotá-los de meios financeiros acrescidos. Esta
reforma e o aumento da dotação dos fundos visavam uma maior eficácia na
aplicação das medidas, com vista ao mercado interno de 1993, previsto pelo
Ato Único, e ao reforço da coesão económica e social da Comunidade
Europeia, ou seja, à diminuição das disparidades entre as regiões e os grupos
sociais desenvolvidos e aqueles que são desfavorecidos. O Conselho
Europeu, no fim de 1992, e uma revisão da regulamentação, efetuada em
1993, precisaram e reforçaram, com vista à realização da União Económica e
Monetária, as ações desenvolvidas por estes instrumentos comunitários de
desenvolvimento

Estrutural, que desempenham, como complementa das políticas nacionais e


regionais, um importante papel na coesão económica e social da União. Além
disso, o mesmo Conselho Europeu criou um Fundo de Coesão a favor de
alguns Estados-Membros economicamente desfavorecidos: Espanha, Grécia,
Irlanda e Portugal.
Este instrumento, criado em 1993 e definitivamente estabelecido em 1994,
ajudou os Estados- Membros mais desfavorecidos a efetuarem com êxito a
sua transição para a UEM, permitindo-lhes, simultaneamente melhorar as
infraestruturas de transporte e a proteção ambiental e, consequentemente
conseguirem mais rapidamente uma maior convergência real.
Em 1993, foi também criado, no âmbito dos fundos estruturais, um
Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca (IFOP), destinado a conjugar
todos os recursos financeiros afetados às ações estruturais no domínio da
pesca e da aquicultura.
Os fundos estruturais da Comunidade apoiam-se em alguns princípios
complementares e indissociáveis, e comportam alguns objetivos de política
regional que cabe destacar:

- Desenvolvimento e ajustamento estrutural das regiões menos


desenvolvidas; - reconversão das regiões ou partes de regiões (incluindo as

24
bacias de emprego e as aglomerações urbanas) gravemente afetadas pelo
declínio industrial;

- Desenvolvimento das zonas rurais e, desde início de 1995, a


concentração das intervenções a favor das regiões nórdicas nos novos
Estados-Membros (Finlândia e Suécia).

Concluindo…

Depois de identificar as principais disparidades entre regiões do


mesmo país ou entre países, procedeu-se a uma abordagem de uma forma
relativamente exaustiva das razões que estão na sua origem. Analisaram-se
de seguida as principais teorias nesta matéria e propôs-se soluções para a
possível correção das assimetrias regionais, sendo certo que nenhuma teoria
que aborda a problemática do desenvolvimento regional, por si só consegue
dar resposta e propor soluções para a correção dos desequilíbrios regionais,
havendo que encontrar uma solução que contemple propostas das várias
teorias, que serão aplicadas consoante a região em estudo, duma forma
concertada, para desta forma haver maior hipótese de êxito da política de
desenvolvimento regional quer entre países quer entre regiões do mesmo
país.
A acrescentar a isto, está o facto de estudos recentes da Comunidade
atestarem que as assimetrias regionais aumentam com a recessão económica
e diminuem em períodos de expansão económica, havendo assim que dar
prioridade a políticas de crescimento económico, por forma a atenuar essas
assimetrias.
No que se refere às disparidades entre países, é de referir que os
Governos dos vários estados têm mais políticas para as corrigir, como seja a
política cambial e monetária, exceto os que integram a União Económica e
Monetária, com a moeda única, o que não acontece entre regiões do mesmo
estado, dado possuírem a mesma moeda.
O fenómeno do congestionamento regional é a prova de que as forças
de mercado são incapazes de efetuarem uma distribuição eficaz e eficiente
dos fatores produtivos, no aspeto da otimização, capaz de resolver as
assimetrias regionais, havendo assim que recorrer a políticas regionais
adequadas, que dependerão entre outros fatores do grau de integração do
país ou região em causa.

25
No caso concreto da União Europeia, a execução de uma política
regional comunitária exige alguns pontos de partida, tais como:

- Acordo quanto aos objetivos;

- Acordo quanto aos critérios ou aos indicadores que qualificam a região


como adequada para a atribuição de ajudas;

- Escolha dos instrumentos e a obtenção de recursos financeiros para


levar a efeito essa política regional.

Não deve contudo, ignorar-se que os princípios básicos da


Comunidade são à partida dificilmente conciliáveis com os objetivos da
política regional, princípios esses que passam por:

- Comércio livre

- Livre concorrência

- Mobilidade sem limitações.

18. Assimetria entre ricos (Norte) e pobres (sul) na era


da globalização (1970 – à atualidade)

Se, por um lado, vivemos hoje num mundo mais pequeno, onde é mais
fácil e rápido viajar, comunicar e aceder ao conhecimento, por outro lado, não
temos todo o mesmo acesso a estas vantagens e incorremos numa dualidade
crescente e perigosa entre Norte/Sul, Centro/Periferia, Incluídos/Excluídos,
numa lógica de dominação económica, social, política e cultural por parte dos
mais fortes e mais desenvolvidos. O desenvolvimento mais assimétrico entre
países é uma das características mais visíveis da globalização.

“A riqueza, o rendimento, os recursos e o consumo concentram-se nas


sociedades desenvolvidas, enquanto grande parte do mundo em vias de
desenvolvimento debate-se com a pobreza, a fome, as doenças e a dívida
externa” (Giddens, 2004).

26
19. Desenvolvimento do Capitalismo

A integração de economias regionais obtém-se pela aproximação das


políticas económicas e da pertinente legislação dos países que fazem parte
de uma aliança.
Vejamos cada etapa do processo:

» Primeira etapa: zona de livre comércio – criação de uma


zona em que as mercadorias provenientes dos países membros podem
circular livremente. Nessa zona, as tarifas alfandegárias são eliminadas
e há flexibilidade nos padrões de produção, controle sanitário e de
fronteiras.

» Segunda etapa: união aduaneira – além da zona de livre


comércio, essa etapa envolve a negociação de tarifas alfandegárias
comuns para o comércio realizado com outros países.

» Terceira etapa: mercado comum – engloba as duas fases


anteriores e acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços e
capitais.

» Quarta etapa: união monetária – essa fase pressupõe a


existência de um mercado comum em pleno funcionamento. Consiste
na coordenação das políticas económicas dos países membros e na
criação de um único banco central para emitir a moeda que será
utilizada por todos.

» Quinta etapa: união política – a união política engloba todas


as anteriores e envolve também a unificação das políticas de relações
internacionais, defesa, segurança interna e externa.

27
20. OTAN Os polos de poder na economia globalizada

Na nova ordem mundial, a bipolaridade representada por Estados


Unidos e União Soviética foram substituídas pela multipolaridade. Os polos de
poder econômico são União Europeia, Nafta e Apec; os de importância
secundária, Mercosul e Asean.
Apesar de a economia globalizada ser definida como multipolar, os principais
dados referentes ao desempenho económico internacional demonstram que
existem três grandes polos que lideram a Economia do mundo: o bloco
americano, o asiático e o europeu, que controlam mais de 80% dos
investimentos mundiais.
O bloco americano, liderado pelos Estados Unidos, realiza grande parte de
seus negócios na América Latina, sua tradicional área de influência: o bloco
asiático, liderado pelo Japão, faz mais de 50% de seus investimentos no leste
e no sudeste da Ásia: e a União europeia concentra dois terços de sua
atuação económica nos países do leste europeu.
Pode-se observar, portanto, que a economia globalizada é, na verdade,
tripolar. A influência econômica está nas mãos dos países que representam
as sete maiores economias do mundo:
Estados unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá. Por
sua vez, no interior desses países são principalmente as grandes empresas
transnacionais que têm condições de liderar o mercado internacional

28
21. O fim da Guerra Fria e o mundo Unipolar

Após 1945, a oposição entre socialismo e capitalismo foi levada ao


extremo, numa bipolarização política, ideológica e militar.

Etapas históricas:

Para combater o comunismo e a influência soviética, oficializando a


Guerra Fria, o secretário de Estado, George Marshall lançou o Plano
Marshall - um programa de investimentos e de recuperação econômica para
os países europeus em crise após a guerra.

Trecho do Documento do
Plano Marshall.

“Para promover a paz mundial e o bem-estar geral, as nações interessadas,


e a política externa dos Estados Unidos, econômica, financeira e outras,
farão os esforços necessários à manutenção no estrangeiro de condições
nas quais instituições livres podem sobreviver e com consistência a
manutenção da força e estabilidade dos Estados Unidos.”

Em 1948, com o revigoramento da Alemanha Ocidental, a União


Soviética impõe um bloqueio terrestre à cidade de Berlim. Em 1949, eram
instituídas as duas Alemanhas: a ocidental, República Federal da Alemanha,
e a oriental, República Democrática Alemã. Em 1961 foi construído o Muro de
Berlin, separando a cidade e tornando-se símbolo da Guerra Fria.

Em 1949, foi criado a Organização do Tratado do Atlântico Norte


(OTAN), uma aliança político-militar dos países ocidentais, composta
inicialmente pelos Estados Unidos e os países da Europa ocidental, opondo
Ocidente à União Soviética.

29
Em 1955, a União Soviética cria o Pacto de Varsóvia, que unia as
forças do bloco comunista, principalmente dos países da Europa oriental
(Albânia, Bulgária, Checoslováquia, Alemanha Oriental, Polônia, etc.).

O fim da Guerra Fria deu-se diante da queda do Muro de Berlim em


1989, e com o fim oficial da própria União Soviética, em 1991, pondo fim ao
bloco socialista.

22. A Nova ordem económica internacional

Com o fim do bloco socialista, instaurou-se uma nova ordem mundial


com a completa hegemonia da ordem capitalista. Esta passou a uma nova
etapa económica e produtiva liderada por grandes conglomerados
empresariais, possuidores de enormes volumes de capitais.
Passou-se à globalização do mercado, com a irradiação dos negócios
mundiais, estimulando a formação de blocos económicos, associações de
livre mercado que derrubaram antigas barreiras protecionistas, principalmente
a partir da década de 1990.
À frente dessas organizações está a NAFTA (North American Free
Trade Agreement – Acordo Norte-americano de Livre Comércio), sob a
liderança dos Estados Unidos e envolvendo o Canadá e o México, a UE
(União Europeia), tendo a economia alemã a mais forte, o bloco do
Pacífico, a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido,
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), sob comando do Japão
e o Mercosul (Mercado Comum do Sul), formado em 1991 por Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai.

Logotipo
do NAFTA

30
Países que
compõem o NAFTA

União Europeia

31
Logotipo do Bloco
do Pacífico

Logotipo do Mercosul.

A principal força do capitalismo coube ao G7 (Estados Unidos,


Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão), grupo dos
países ricos.
Acrescentou-se a limitação dos gastos governamentais, com a prevalência da
economia de mercado. A busca de um “Estado mínimo” para a não
intervenção na economia ocasionou a diminuição dos gastos públicos com
saúde, educação e outras políticas sociais. Com a nova lógica capitalista
ganhou força as privatizações, com a venda das empresas estatais de
diversos países.
Em meio à globalização económica, a nova ordem mundial passou a
gerar mais desigualdades socioeconômicas. De um lado, os países
capitalistas desenvolvidos dos três principais blocos económicos (NAFTA,
União Europeia e bloco do Pacífico). Do outro, os países subdesenvolvidos,
na sua maioria situados no hemisfério sul, com graves crises
socioeconómicas.

32
NOTA:

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas


estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética,
compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e
a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar,
tecnológica, económica, social e ideológica entre as duas nações e suas
zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta
entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha
nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de
armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra
Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo
reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos
Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".

23. Fim da Guerra Fria e consequências

A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas


soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de
1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas.
No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética
Gorbatchev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos
aliados. Com reformas económicas, acordos com os EUA e mudanças
políticas, o sistema foi-se enfraquecendo. Era o fim de um período de
embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos,
iria sendo implantado nos países socialistas.

24. A Nova Ordem Económica Mundial

O termo Nova Ordem Mundial tem sido empregado em vários


momentos da história para indicar um rompimento radical na forma e
conteúdo como estão organizadas as relações internacionais entre as
nações, com destaque para o equilíbrio de poder entre as potências
mundiais, ou seja, a paz e a coordenação entre os países mais
desenvolvidos militar e economicamente, exercendo em conjunto diretrizes
que estabelecerão o caminho seguido pelas outras sociedades menos
desenvolvidas.
A nova ordem mundial existente, pois, houve outras "novas ordens
mundiais" anteriores) caracteriza-se pela unipolaridade, o controle dos
destinos do mundo por uma única superpotência, sobrevivente da Guerra
Fria, os Estados Unidos, sendo este apoiado por potências menores porém
ainda influentes (Europa e Japão).
Acredita-se que o fenómeno da Globalização e da nova ordem mundial
são intercomunicáveis, cada um como causa e consequência do outro, pois

33
está-se a configurar um domínio do império norte-americano sobre a
economia de mercado ajudado pelo fenômeno chamado de "balcanização",
que consiste na fragmentação de vários antigos estados soberanos onde
predominava a convivência de várias etnias e culturas diferentes.
Tal fenómeno ajudaria na manutenção do predomínio económico e político
norte-americano, pois a soberania dos outros estados estariam a ser cada vez
mais limitadas, condicionadas, enfim, inibidas. Com isso, assume-se que
nesta nova ordem mundial, o estado nacional como conhecíamos até algumas
décadas atrás entra definitivamente em decadência.
Há também que se destacar não só a decadência da grande maioria dos
estados nacionais mas também das organizações internacionais. Tal
afirmação ficou evidente na decisão unilateral dos EUA em invadir o
Iraque, sem considerar antes o parecer da Organização das Nações
Unidas, literalmente passando por cima desta organização que deveria
primar pelo equilíbrio e respeito à soberania de todos os seus membros,
e além disso, primordialmente, preservar a paz e encontrar soluções
pacíficas como resolução de todo e qualquer conflito.

Mas, a pior face da nova ordem liga-se mesmo à falência do estado


nacional, que, sob um manto de respeito à cidadania e aos direitos
fundamentais do cidadão, cada vez mais torna a política interna dos países
inócua, afastando o povo dos assuntos políticos (basta ver no mundo todo a
abstenção cada vez maior em eleições nacionais, na maioria das
democracias). Assim, uma ditadura de discurso inócuo, liberal domina os
países democráticos, e submetem-nos à política de livre economia de
mercado orientada aos interesses da superpotência remanescente, os
Estados Unidos.
Os interesses das nações em si são assim preteridos, e o desemprego
e o fim da livre iniciativa no campo económico atingem patamares
assustadores.
O cidadão contemporâneo cada vez mais é pressionado pelo mercado
e tem vindo a perder, no mundo atual, os seus direitos à educação, saúde,
emprego, saneamento básico, enfim, serviços
Públicos de qualidade, para poder desfrutar dos mesmos só quando os pode
pagar devidamente.
» Na teoria das relações internacionais, o termo "Nova Ordem
Mundial" (NOM) tem sido utilizado para se referir a um novo período no
pensamento político e no equilíbrio mundial de poder, além de uma maior
centralização deste poder. Apesar das diversas interpretações deste termo,
ele é principalmente associado com o conceito de governança global.

34
25. A Europa dos cidadãos

A Europa dos cidadãos engloba vários aspetos e tem vindo a ser


construída de forma progressiva. Atualmente consagrada nos tratados, a
cidadania europeia complementa a cidadania nacional, sem a substituir. A
Carta dos Direitos Fundamentais, que com a entrada em vigor do Tratado de
Lisboa se tornou juridicamente vinculativa, reúne, num mesmo texto, todos os
direitos das pessoas em torno alguns princípios orientadores: dignidade
humana, liberdades fundamentais, igualdade entre as pessoas, solidariedade,
cidadania e justiça.

Princípios sociais:

- Cidadania

Inspirada na liberdade de circulação de pessoas prevista nos Tratados,


a ideia de instituir uma cidadania europeia dotada de direitos e deveres bem
definidos remonta à década de 1960. Na sequência dos trabalhos
preparatórios iniciados em meados da década de 1970, o Tratado da União
Europeia, adotado em Maastricht em 1992, atribui como objetivo à União «o
reforço da defesa dos direitos e dos interesses dos nacionais dos seus
Estados-Membros, mediante a instituição de uma cidadania da União».
Por analogia com a cidadania nacional, a cidadania da União Europeia
designa uma relação entre o cidadão e a União caracterizada por direitos, por
deveres e pela participação na vida política. Tal relação deve permitir eliminar
a discrepância existente devido ao facto de os cidadãos da União serem cada
vez mais afetados por medidas comunitárias, ao passo que o exercício dos
direitos e o cumprimento das obrigações, bem como a participação nos
processos democráticos, se processam quase exclusivamente a nível
nacional.
Paralelamente há que reforçar a proteção dos direitos e dos interesses dos
nacionais dos Estados- Membros / cidadãos da UE nas relações entre a
União e o resto do mundo.

»Definição:

Nos termos do disposto no artigo 9.º do TUE e no artigo 20.º do TFUE,


é cidadão da União qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um
Estado-Membro, sendo esta última definida com base na legislação nacional
desse Estado-Membro. A cidadania da União acresce à cidadania nacional,
mas não a substitui, e comporta um conjunto de direitos e deveres que vêm
associar-se aos que decorrem da qualidade de cidadão de um Estado-
Membro.

35
O estatuto de cidadão da União implica para
todos os cidadãos da União:
— O direito à livre circulação e o direito à permanência no
território dos Estados-Membros;

— O direito de eleger e ser eleito nas eleições para o Parlamento


Europeu e nas eleições municipais do Estado-Membro de residência,
nas mesmas condições que os nacionais desse Estado;

— O direito de, nos territórios de países terceiros (não membros da


União Europeia) em que o Estado-Membro de que são nacionais não se
encontre representado, beneficiar da proteção das autoridades
diplomáticas e consulares de outro Estado-Membro, nas condições
aplicáveis aos nacionais desse Estado;

— O direito de petição ao Parlamento Europeu e o direito de recorrer ao


Provedor de Justiça instituído pelo Parlamento Europeu a fim de
conhecer os casos de má administração na atuação das instituições e
dos órgãos comunitários;
— O direito de se dirigir por escrito a qualquer das instituições ou
órgãos da União numa das línguas dos Estados-Membros e de obter
uma resposta redigida na mesma língua;

— O direito de acesso aos documentos do Parlamento Europeu, do


Conselho e da Comissão, em determinadas condições.

26. - Subsidiariedade

O princípio da subsidiariedade é fundamental para o funcionamento da


União Europeia (UE) e, mais precisamente, para a tomada de decisão a nível
europeu. Permite, nomeadamente, determinar quando a UE é competente
para legislar e contribui para que as decisões sejam tomadas o mais perto
possível dos cidadãos.
O princípio da subsidiariedade está consagrado no artigo 5.o do
Tratado sobre o Funcionamento da UE. É apresentado juntamente com dois
outros princípios considerados essenciais para a tomada de decisão a nível
europeu: os princípios da atribuição e da proporcionalidade.

» Definição:

36
O princípio da subsidiariedade visa determinar o nível de intervenção
mais pertinente nos domínios de competências partilhadas entre a UE e os
países da UE. Pode ser uma ação a nível europeu, nacional ou local. Em todo
o caso, a UE só pode intervir se estiver em condições de agir de forma mais
eficaz do que os países da UE nos seus respetivos níveis nacional ou local.
Relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade
existem três critérios que visam confirmar ou não a oportunidade de uma
intervenção a nível da UE:

• A ação contém aspetos transnacionais que não podem ser


solucionados pelos países da EU (internamente)?

• Uma ação nacional ou a ausência de ação seriam contrárias às


exigências do Tratado
(comportamentos divergentes)?

• A ação a nível UE traduz-se em benefícios óbvios (vantagem para os


nacionais de um estado)?

O princípio da subsidiariedade visa igualmente aproximar a UE dos seus


cidadãos, assegurando que uma ação seja executada a nível europeu quando
necessário.

27. Princípio da Atribuição e Principio da


Proporcionalidade:

Segundo o princípio da atribuição a UE apenas dispõe das competências


que lhe são atribuídas nos Tratados Europeus não tendo discricionariedade
total.
A subsidiariedade e a proporcionalidade são princípios corolários do
princípio da atribuição.
Determinam em que medida a UE pode exercer as competências que lhe são
conferidas pelos Tratados. Em virtude do princípio da proporcionalidade, os
meios aplicados pela UE não podem exceder o necessário para concretizar os
objetivos fixados nos Tratados.

Por conseguinte, a UE só poderá intervir num domínio político se:

• Essa ação fizer parte das competências atribuídas à UE pelos


Tratados (princípio da atribuição);

37
• No âmbito das competências partilhadas com os países da UE, o nível
da UE for o mais pertinente para alcançar os objetivos fixados nos
Tratados (princípio da subsidiariedade);

• O conteúdo e a forma da ação não excederem o necessário para


alcançar os objetivos fixados nos Tratados (princípio da
proporcionalidade).

» Controlo do Princípio da Subsidiariedade:

Os mecanismos de controlo do princípio da subsidiariedade são


organizados por um Protocolo (introduzido pelo Tratado de Amesterdão)
relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade.
Antes de mais prevê a observância de determinadas obrigações durante a
própria elaboração dos projetos legislativos. Assim, antes de propor um ato
legislativo, a Comissão Europeia deve elaborar um Livro Verde. Os Livros
Verdes consistem em consultas amplas e permitem à Comissão recolher o
parecer das instituições nacionais e locais e da sociedade civil sobre a
oportunidade de uma proposta legislativa, nomeadamente no que se refere ao
princípio da subsidiariedade.
O protocolo acrescenta ainda a obrigação da Comissão fazer acompanhar os
projetos dos atos legislativos de uma ficha que demonstre a observância dos
princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade.
O Tratado de Lisboa inova ao associar plenamente os parlamentos
nacionais ao controlo do princípio da subsidiariedade. Com efeito, os
parlamentos nacionais exercem um duplo controlo:

• Têm um direito de oposição aquando da elaboração dos projetos


legislativos. Podem, assim, devolver uma proposta legislativa à
Comissão se considerarem que o princípio da subsidiariedade não foi
observado;

• Através do respetivo país da UE podem contestar um ato legislativo


perante o Tribunal de Justiça da UE quando considerarem que o princípio
da subsidiariedade não foi observado.

O Tratado de Lisboa associa igualmente o Comité das Regiões ao controlo


do princípio da subsidiariedade. Á semelhança dos parlamentos nacionais, o
Comité também pode contestar perante o Tribunal de Justiça da UE um ato
legislativo que não observe o princípio da subsidiariedade.

- Coesão

Na atual União Europeia existe, e desde sempre, grandes disparidades


territoriais e demográficas, que constituem potenciais entraves à integração e
ao desenvolvimento na Europa. Este princípio concretiza-se na necessidade

38
de a União Europeia promover um desenvolvimento harmonioso procedendo
ao fortalecimento da sua coesão económica, social e territorial. A UE
pretende, nomeadamente, reduzir as disparidades entre os níveis de
desenvolvimento das diversas regiões. Entre as regiões em causa, é
consagrada especial atenção às zonas rurais, às zonas afetadas pela
transição industrial e às regiões com limitações naturais ou demográficas
graves e permanentes, tais como as regiões com menor densidade
populacional e as regiões insulares, transfronteiriças e de montanha.

Existem três vertentes da coesão:

- Económica

- Social

- Territorial

Um dos principais objetivos da UE consiste no reforço da sua coesão


económica, social e territorial. Uma parte considerável das suas atividades e
do seu orçamento é consagrada à redução das disparidades entre as regiões,
nomeadamente as zonas rurais, as zonas afetadas pela transição industrial e
as regiões com limitações naturais ou demográficas graves e permanentes.

A UE apoia a consecução destes objetivos através do seguinte:

• Da coordenação das políticas económicas;

• Da implementação das políticas da EU;

• Da utilização dos Fundos Estruturais (FEOGA (Fundo Europeu de


Orientação e de Garantia Agrícola); FSE (Fundo Social Europeu);
FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), do Banco
Europeu de Investimento e de outros Instrumentos Financeiros atuais
(por exemplo, o Fundo de Coesão).

A fim de garantir uma utilização eficiente dos fundos estruturais, devem ser
respeitados os seguintes princípios:

• Organização dos fundos por objetivos e por regiões;

• Parceria entre a Comissão, os Estados-Membros e as autoridades


regionais no contexto da planificação, da implementação e do
acompanhamento da sua utilização;

39
• Programação das intervenções;

• Adicional idade das contribuições da UE e nacionais.

A dotação de recursos financeiros da União destinada à política de coesão


centra-se em dois objetivos fundamentais:

• O investimento no crescimento e no emprego, com vista a consolidar o


mercado laboral e as economias regionais;

• A cooperação territorial europeia, para apoiar a coesão da UE através


da cooperação ao nível transfronteiriço, transnacional e inter-regional.

40
ANEXO

Guerra fria
História da Guerra Fria, corrida armamentista, definição, OTAN e Pacto de
Varsóvia, guerras, corrida espacial, Plano Marshall, Queda do Muro de
Berlim, "Cortina de Ferro", características, conflitos, causas e consequências

Introdução - o que foi e definição

A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os
Estados Unidos e a Uniões Soviética vão disputar a hegemonia política,
económica e militar no mundo.

A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia


planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de
democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a
expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema
democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940
até 1989, estas duas potências tentaram implantar noutros países os seus
sistemas políticos e económicos.

A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que


aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar
declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes
dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um
conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da
vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em
outros países como, por exemplo, na Coreia e no Vietnam.

Paz Armada

Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a


existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida
armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos
países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas
potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo.

Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os
interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado
do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos
e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental.
O Pacto de Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia
militarmente os países socialistas. Alguns países membros da OTAN: Estados
Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia,
Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Áustria e Grécia.

41
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia: URSS, Cuba, China, Coreia do
Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Checoslováquia e Polônia.

Corrida Espacial

EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos
avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos
nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com
o objetivo de mostrar ao mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de
1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo
a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo conseguiu
acompanhar pela televisão a chegada do homem à lua, com a missão
espacial norte-americana.

Caça às Bruxas

Os EUA lideraram uma forte política de combate ao comunismo em seu


território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as
propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma
campanha valorizando o "americana way of life". Vários cidadãos americanos
foram presos ou marginalizados por defenderem ideias próximas ao
socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph
McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também
chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o
socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.

Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus


integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não
seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por
exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e
espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem
norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários do KGB faziam
os serviços secretos soviéticos.

42
A divisão da Alemanha

Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de


ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da
Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e,
portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn
(parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade de
Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra: URSS, EUA,
França e Inglaterra. Em 1961 foi levantado o Muro de Berlim, para dividir a
cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista.

"Cortina de Ferro"

Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britânico) fez um famoso


discurso nos Estados Unidos, usando a expressão "Cortina de Ferro" para se
referir à influência da União Soviética sobre os países socialistas do leste
europeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda Guerra Mundial,
a URSS tinha-se tornado a grande inimiga dos valores ocidentais
(democracia e liberdade, principalmente).

Plano Marshall e COMECON

As duas potências desenvolveram planos para desenvolver


economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA
colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda económica,
principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas
afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela
URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países
socialistas.

Envolvimentos Indiretos

Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coreia foi palco de


um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista
ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista
em todo seu território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio militar dos
Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina,
em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob
influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do Sul
manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietnam: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a
intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar
de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados
vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país.

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Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA
saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma
vergonhosa em 1975. O Vietnam passou a ser socialista.

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28. Bibliografia

- Ferreira, Eduardo de Sousa; Integração Económica, 1983, Edições 70.

- Lopes, J. Silva; Introdução à Teoria da Integração Económica, Instituto Superior de


C. Sociais e Política Ultramarina, 1964.

- Lopes, A. Simões; Desenvolvimento Regional, 1987, Fundação Calouste Gulbenkian.


-Forma-te Formadora Marta Bessa
- Adaptação e atualização formador Paulo Esteves Baptista IEFP Setúbal 2020.

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