A Caracterização Do Discurso Acadêmico Baseada Na Convergência Da Lingüística Textual Com A Análise Do Discurso

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A CARACTERIZAO DO DISCURSO ACADMICO BASEADA NA CONVERGNCIA DA LINGSTICA TEXTUAL COM A ANLISE DO DISCURSO Cludia Ramos CARIOCA (Universidade Federal

do Cear)
ABSTRACT: This study is part of an in-progress doctoral research on the phenomenon of evidentiality in acadamic graduation texts produced in contemporary Brazilian Portuguese, namely final-course papers - or monographs, dissertations, and theses. Our goal is to report on an attempt at characterizing academic speech, based on Neves (2006) funcionalist perspective of a convergente approach to textual linguistics as defined by Koch (2004), and discourse analysis based on research by Maingueneau (1997) and Authier-Revuz (2004). The corpus consisted of final-course papers, or monographs, dissertations, and theses found online. The importance of this research lies on the contribution it makes to genre studies, concerning their pragmaticdiscursivo scope, by helping on the constitution of such studies and on the definition of their production guidelines. Additionally, this reasearch may help promoting the revision and rewriting of scientific methodology and/or scientific writing manuals, as long as academic discourse is specifically concerned. KEYWORDS: academic discourse; textual linguistics; discourse analysis; scientific methodology; scientific writing; scientific communication.

1. Introduo Os textos so os gerenciadores da humanidade. Tal afirmao advm do postulado kochiano:


Os textos, como formas de cognio social, permitem ao homem organizar cognitivamente o mundo. E em razo dessa capacidade que so tambm excelentes meios de intercomunicao, bem como de produo, preservao e transmisso do saber. Determinados aspectos de nossa realidade social s so criados por meio da representao dessa realidade e s assim adquirem validade e relevncia social, de tal modo que os textos no apenas tornam o conhecimento visvel, mas, na realidade, sociocognitivamente existente. A revoluo e evoluo do conhecimento necessita e exige (sic), permanentemente, formas de representao notoriamente novas e eficientes (KOCH, 2002, p. 157).

Com base nisso, discute-se a forma representativa do discurso acadmico em sua constituio convencional, levando-se em considerao a argumentatividade que norteia todo o processo discursivo. A efetivao da comunicao acadmica est firmada nos parmetros normatizados por sua comunidade discursiva no que diz respeito produo de gneros textuais e produo da linguagem prpria convencionada para seu domnio. Quanto produo de gneros, Bezerra (2006, p. 62) prope que:
O ambiente acadmico em geral, como um dos muitos domnios da atividade humana, evidentemente abrange e produz incontveis gneros, localizveis dentro de conjuntos de gneros, que por sua vez se integraro a sistemas de gneros e sistemas de atividades. Basta considerar, por exemplo, o conjunto de gneros que um estudante de graduao dever produzir at chegar concluso de seu curso. Ou nos variados gneros que um professor produz no cumprimento das diversas responsabilidades impostas por sua vida profissional e acadmica. [...] fcil perceber a inviabilidade de se tentar descrever, no mbito de uma pesquisa como esta, todos os gneros, conjuntos de gneros e sistemas de gneros produzidos no ambiente acadmico.

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Devido a essa inviabilidade, a redao acadmica tomada como objeto de pesquisa no em sua totalidade, mas em observncia de sua tipologia que composta dos mais diversos gneros acadmicos, como por exemplo: resumos, resenhas, ensaios, relatrios, artigos cientficos, informes cientficos, monografias, dissertaes, teses; dentre outros. Isto se observa nas pesquisas mais recentes (2004 a 2006)1 do SubGrupo de Trabalho Teorias de Gnero (Genre) em Prticas Sociais pertencente ANPOL aqui no Brasil, como tambm nos estudos internacionais, caso de Swales (1990), Ivanic e Simpson (1992), Swales e Feak (1994), Bhatia (1997), Johns (1997), Slager-Meyer (1999), Ivanic (1998), Candlin (2000), Hyland (2000), AsKehave e Swales (2001), afora inmeros trabalhos no prelo. Estes trabalhos se preocuparam em caracterizar a formatao e os elementos constituintes internos a esta formatao, preocupao prpria dos analistas textuais, todavia no explicitaram o modo de dizer, a maneira como o que dito foi dito, ou ainda a forma como a redao cientfica se expressa atravs dos vocbulos de uma lngua, preocupao esta que perpassa o domnio dos analistas do discurso, apesar de inmeros trabalhos na AD estarem voltados para a problemtica da auto-afirmao na Academia em relao ao poder intelectual que a linguagem cientfica proporciona. Existem inmeros manuais de metodologia cientfica que especificam a formatao, como por exemplo, de uma monografia, elencando as partes componentes tpicas deste trabalho acadmico: elementos pr-textuais, elementos textuais, elementos ps-textuais, etc.; porm, ao tratar do discurso propriamente, chamam-no de estilo, conforme Gil (2002, p. 164-165) observa em sua pesquisa de elaborao de projetos de pesquisa: Os projetos de pesquisa so elaborados com a finalidade de serem lidos por professores pesquisadores incumbidos de analisar suas qualidades e limitaes. Espera-se, portanto, que seu estilo seja adequado a esses propsitos; ou chamam-no de redao, como propem Marconi e Lakatos (2003, p. 250): A linguagem cientfica deve, portanto, ser a mais didtica possvel. Requer linguagem perfeita em relao s regras gramaticais, evitando no s o vocabulrio popular, vulgar, mas tambm o pomposo. Se uma das finalidades a objetividade, o trabalho cientfico deve ter carter impessoal. Tais regras foram estabelecidas ao longo da relao da humanidade com a cincia, ou melhor, na constituio da comunidade discursiva acadmica, embasadas pelo argumento de Maingueneau (1997, p. 57) de que o discurso produzido por um pesquisador no resultaria apenas de um desejo de saber, mas viria em troca da notoriedade existente no interior do meio cientfico visado. Em visto disso, tenho como objetivo para esta pesquisa explicitar uma tentativa de caracterizao do discurso acadmico, tendo como base a orientao funcionalista definida por Neves (2006, p. 13) que estabelece:
Numa viso da lngua em uso, a avaliao deve ser tentada no domnio discursivo, o que nada mais representa do que levar adiante as propostas bsicas de uma gramtica funcional, que prev que a interao verbal uma atividade estruturada (com regras, normas e convenes), mas tambm uma atividade cooperativa, e, desse modo, ativam-se, na linguagem (que sempre uma interao), dois sistemas de regras: as que regem a constituio das expresses lingsticas (regras sintticas, semnticas, morfolgicas e pragmticas) e as que regem o modelo de interao verbal no qual as expresses so usadas (regras pragmticas).

A partir deste modelo funcional explicitam-se os pontos de convergncia entre a Lingstica Textual, fundamentada nas pesquisas de Koch (2004, 2002a, 2002b e 1997), e a
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Disponvel em: http://www3.intercorp.com.br/mmarta/trabalhos_membros.html.

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Anlise do Discurso, fundamentada nas pesquisas de Authier-Revuz (2004, 1999, 1998 e 1990) e Maingueneau (1997). Para essa verificao fiz uso de parte do corpus constitudo para a pesquisa de tese em andamento sobre a Evidencialidade nos textos acadmicos de grau do portugus brasileiro contemporneo a monografia, a dissertao e a tese , o qual abriga monografias, dissertaes e teses coletadas na internet, no qual tentei formular interpretaes e apresentar algumas diretrizes que norteiam e especificam o discurso acadmico. Sua relevncia est no fato de poder contribuir para os estudos de gnero no mbito pragmtico-discursivo quanto sua constituio, definindo as diretrizes que nortearo a sua produo, como tambm propiciar uma reformulao dos manuais de metodologia cientfica e/ou redao cientfica, no que se refere especificidade da linguagem acadmica. 2. A constituio do discurso acadmico O discurso acadmico ou cientfico a forma de apresentao da linguagem que circula na comunidade cientfica em todo o mundo. Sua formulao depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva sobre um objeto, que metodologicamente analisado luz de uma teoria. A averiguao do que foi analisado expresso em um gnero textual para divulgao da referida pesquisa. A comprovao ou refutao do que foi escrito dar-se- por meio da aceitabilidade do pblico que compe a comunidade especfica, consoante afirma Guimares (2001, p. 66):
O discurso cientfico, pois, no s carece das funes argumentativas uma vez centrado numa tomada de posio mas tambm de aceitabilidade por parte da comunidade cientfica na qual ele est inserido; os mtodos e os padres cientficos so mantidos por essa comunidade cientfica. O pblico ao qual so endereadas as publicaes cientficas no passivo, visto que esto sob seu controle a matria e a substncia das comunicaes que recebe.

A estrutura global de enunciao do discurso acadmico est fundamentada nas convenes institudas h dcadas pela comunidade cientfica, com caractersticas bastante especficas e conservadoras que especificam os seguintes atributos: impessoalidade, objetividade, clareza, preciso, coerncia, conciso e simplicidade. Estes requisitos muitas vezes no so seguidos, como por exemplo, comum que as pessoas no escrevam de forma simples, pois escrevem mais para impressionar do que para expressar, tornando-se verborrgicas. Tornam, ento, o discurso prolixo ou confuso. A concepo do discurso acadmico embasada erradamente na sistematizao da homogeneidade, por isso mesmo tido como monolgico por Bakhtin, por causa da suposio da no explicitude de marcas que caracterizam a heterogeneidade enunciativa. Taschetto (2003) argumenta que:
O texto de carter cientfico costuma ser entendido como um texto sem permisso de uso de recursos tanto argumentativos/ persuasivos como de retrica/ estilo. Deve ser um texto fechado, seguindo normas preestabelecidas, acordadas na e pela comunidade cientfica, sob pena de (n)dela ver-se excludo. Um ritual que determina propriedades singulares e papis estabelecidos a priori para os sujeitos. O pesquisador, enquanto autor de um texto que se pretende cientfico, deve estar completamente ausente como sujeito produtor de seu discurso.

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Entretanto, observo o discurso acadmico como sendo dialgico e aquele que abriga tanto o discurso cientfico como o discurso de divulgao cientfica, conforme a distino feita por Auhtier-Revuz (1998). Apesar de no concordar com a autora quando ela estabelece que este apenas uma reformulao daquele, porque entendo que h a produo de um discurso outro, a saber nos termos propostos por Martins (2006):
Proponho, ento, que o DDC no deva ser considerado um processo de reformulao em que se produz um discurso segundo a partir de um discurso fonte, mas sim como um discurso outro, resultante do confronto entre o discurso cientfico e o discurso dos no cientistas. Um argumento em favor disto considerarmos o DDC como um discurso no qual se produz um efeito-autor2, na medida em que h um acontecimento discursivo que, pondo em confronto formaes discursivas distintas (DC/DNC) inaugura, assim, um novo sentido atravs do estabelecimento de uma nova FD dominante (DDC).

Um exemplo claro disso o livro Para Compreender Saussure, no qual Castelar de Carvalho funciona como o divulgador dos postulados saussurianos. Logo, tal sujeito aquele capaz de trocar a cincia em midos, usando recursos vrios atravs de uma estrutura discursiva, em que esto em jogo certos processos enunciativamente marcados (MARTINS, 2006). Parfrases, descries, sinonmias, so exemplos dos recursos utilizados para fazer a aproximao do discurso da cincia (DC) com o do senso-comum(DNC) sem haver nenhum tipo de substituio, tencionando a produo do discurso de divulgao cientfica (DDC), mais conhecido como discurso de vulgarizao cientfica. Authier-Revuz (1999) postula uma identificao da heterogeneidade mostrada marcada no discurso de divulgao cientfica em dois nveis: a) na estrutura enunciativa; b) no fio do discurso. No primeiro nvel, o da estrutura enunciativa, a autora verifica uma duplicidade na estrutura do enunciado: a) o discurso cientfico (D1) configurado extensamente sob a forma de discurso relatado indireto (O Senhor X afirma que...) e direto (citao direta das palavras do outro), assegurando a autoridade do que est sendo dito; b) o discurso de divulgao cientfica (D2) projetando uma ancoragem temporal muito marcada (atualmente; nos ltimos anos; etc.) e designando os interlocutores, divulgador e leitor, em relao ao ato de comunicao que os une (julgamos ser isto importante; mostro-lhes; etc.). O fio discursivo, que o segundo nvel, apresenta uma dialogicidade representada por meio de duas estruturas principais: a) a justaposio de dois discursos por numerosas formas de estabelecimento de equivalncia: A, ou seja, B; A, em outras palavras B; A significando, batizado de B; A ou B; b) o distanciamento metalingstico alternativamente de um e de outro discurso, designado pelo itlico, pelas aspas, parnteses, etc., como exterior, inapropriado. Desse modo, fica claro que o discurso acadmico uma construo perpassada pela heterogeneidade e que sua constituio alicerada por um sujeito que ora se mostra ora se esconde, fazendo uso das estratgias discursivas prprias de tal discurso, para expressar aquilo em que acredita e que intenta fazer verdadeiro para outros. Portanto, esta afirmao questiona dois dos atributos citados anteriormente: a impessoalidade e a objetividade, convencionados como marcos do discurso acadmico e aceitos sem nenhuma refutao pelos membros pertencentes comunidade cientfica, salvo raras excees como a pesquisa de Coracini (1991) que foi motivada pela atitude passiva dos alunos diante dos textos estudados, que desabafa:

Conceito discutido mais adiante.

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Raramente questionavam os contedos, as concluses, a metodologia, o objeto de estudo... No se davam conta do efeito de camuflagem enunciativa, porque no questionavam nem o contedo nem a forma: habituados que estavam, por exemplo, ao carter de iseno e distanciamento do sujeito, revelado no texto pela no-explicitao do agente pesquisador e enunciador [...] (p. 19).

Ao intentar o crdito na sua verdade, o sujeito-pesquisador utiliza uma escolha que, no dizer de Possenti (1993, p. 156) baseado em Granger (1968), advm da multiplicidade das estruturas possveis, desde que ele no esquea os projetos abordados, os devaneios, as heresias cientficas, em suma, o trabalho concreto dos cientistas, ou seja, caracterizando a individuao do sujeito a subjetividade atravs de suas escolhas com o cuidado de no afastar-se das normas da comunidade discursiva a que pertence ou quer pertencer. Isto me leva a considerar, assim como Kuhn (1970, apud CORACINI, 1991, pp. 3132), o discurso da cincia como eminentemente argumentativo, uma vez que tem por objetivo convencer, angariar adeptos dentre os seus provveis leitores, membros da mesma comunidade, com a pretenso de orientar os enunciados que produzimos no sentido de determinadas concluses (com excluso de outras), consoante afirma Koch (1997, p. 29). Este carter argumentativo imprime no discurso acadmico uma certa subjetividade e parcialidade do pesquisador na escolha dos elementos lingsticos que comporo os seus escritos na tentativa de persuadir o leitor da veracidade dos fatos explicitados, da a necessidade de se fazer uma caracterizao do discurso acadmico baseada na convergncia, na integrao, da Lingstica Textual com a Anlise do Discurso para dar conta da interrelao estabelecida entre os gneros textuais, os mecanismos de construo textual, os aspectos scio-histrico-ideolgicos e a intencionalidade do autor. 2.1. A caracterizao do discurso acadmico baseada na convergncia da lingstica textual com a anlise do discurso O discurso acadmico se caracteriza pela utilizao sistemtica de estratgias textualdiscursivas de construo de sentido envolvendo citaes e parfrases em sua constituio, como tambm pelo usufruto da argumentatividade para a demonstrao e validao de teses (idias) em gneros textuais que configuram partes distintas dos textos acadmicos, tais como: pressupostos tericos, procedimentos metodolgicos, bibliografia, introduo, resultados das anlises, resumo ou abstract, ndice, sumrio, concluses, quadro terico, reviso da literatura, consideraes finais, discusso dos resultados, introduo, anexos, referncias bibliogrficas, fundamentao terica, objetivos, etc. Esta caracterizao possibilitada pela convergncia de duas grandes reas da Lingstica, a saber, a Lingstica Textual expressa na intertextualidade e a Anlise do Discurso manifesta na interdiscursividade, ambas manifestas pela heterogeneidade enunciativa. Koch (2004, pp. 145-146) define a intertextualidade como a presena do outro naquilo que dizemos ou escrevemos, que, em stricto lato, se confunde com a polifonia e constitutiva de todo e qualquer discurso, e, em stricto sensu, menor do que a polifonia e ocorre quando, em um texto, est inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memria social de uma coletividade ou da memria discursiva [...] dos interlocutores. Tal concepo tem por base o postulado de Barthes (1974, apud BENTES, 2001, p. 269): [...] todo texto um intertexto; outros textos esto presentes nele, em nveis variveis, sob formas mais ou menos reconhecveis.

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A intertextualidade pode ser explcita ou implcita, consoante prope Cardoso (2003, p. 61):
A intertextualidade explcita quando feita a citao da fonte do intertexto (discurso relatado, citaes de referncias, resumos, tradues, etc.), sendo implcita quando cabe ao interlocutor recuperar a fonte na memria para construir o sentido do texto ( o caso das aluses, da pardia, certas parfrases, certos casos de ironia).

A autora ainda considera o contraste entre as diferentes formas de relatar uma mesma enunciao e afirma que:
Entre o discurso citado e o que cita produz-se um distanciamento que constitui um fenmeno de grande interesse para a anlise do discurso. Uma questo importante a razo de um locutor introduzir uma citao de outro no seu discurso. O distanciamento entre o discurso citado e o que cita normalmente ambguo: pode-se dizer que o que eu digo verdade porque no sou eu quem o digo, como tambm o contrrio. Ao mesmo tempo que o locutor citado um no-eu em relao ao locutor que cita, ele constitui tambm uma autoridade que protege o discurso do locutor responsvel.

A atenuao da responsabilidade do produtor textual com o que dito e o discurso de autoridade para imprimir um carter de cientificidade maior ao que diz, expressam escolhas feitas pelo prprio autor para persuadir o leitor da veracidade de suas teses (idias). Ratifica essa afirmao a proposio feita por Orlandi (1987, p. 13) de que no h discurso sem sujeito nem sujeito sem ideologia, logo a noo de subjetividade emerge, assim como cai por terra a noo de imparcialidade. Desse modo, Arajo (2006) conclui que:
Assim, na escrita acadmica, as escolhas e prticas discursivas dependem das relaes entre participantes e do posicionamento do escritor, que em parte influenciado por prticas sociais de sua rea disciplinar. Tais prticas so socialmente definidas pela comunidade discursiva, que detm conhecimento especializado para estruturar e comunicar um gnero acadmico e para reconhecer e legitimar tais usos por seus pares. O uso de tais formas ajuda a revelar para o leitor a atitude do escritor, o aparente compromisso com as informaes apresentadas e o grau de envolvimento com o leitor, que funcionam como elementos de influncia e persuaso no texto. Os sentidos no texto so, dessa forma, socialmente mediados e influenciados pelas comunidades s quais os escritores e leitores pertencem.

O texto citado revela a influncia da comunidade discursiva como a mola mestra que gerencia os dizeres e as formas dos dizeres do autor-pesquisador, por isso os gneros no podem ser analisados isolados de sua dimenso social, sem mostrar como eles so moldados pelas relaes de poder e ideologia (ARAJO, 2004, p. 24). Na pesquisa de Figueiredo e Bonini (2006) a proposta de Swales (1998) utilizada para explicitar as relaes entre membros antigos e novos dentro de uma comunidade discursiva, observando o aspecto da admisso dos novatos na comunidade em questo, o que se d em face do ajuste do novato pelas normas regentes, como tambm observa que os membros antigos j so possuidores de uma autonomia que chega at a romper com estas normas. Tais estudiosos aceitam que:
H comunidades discursivas que possuem gneros, no sentido em que impem aos gneros suas normas, convenes e ideologias, e outras que so possudas pelo gnero, na medida em que os membros da comunidade procuram reproduzir os gneros tal como os receberam da tradio e da ideologia da

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comunidade. Sendo partidrios da crena de que h uma relao bidirecional entre linguagem e prticas sociais, cremos que ambos os fenmenos apontados por Swales ocorrem em comunidades discursivas como a acadmica. Os membros seniores da comunidade criam e alteram gneros, e imprimem nesses gneros as ideologias, normas e convenes de seu grupo social. Por outro lado, os membros aprendizes, ou juniores, da comunidade tendem a utilizar os gneros sancionados de forma tradicional, reproduzindo padres lingsticos, retricos, discursivos e ideolgicos. Essa reproduo de gneros funciona como uma forma de ingresso comunidade.

Toda a tradio discursiva da Academia est relacionada com a exacerbao cientfica e a forma como a cientificidade deve ser veiculada, assim como estabelecido por Kabatek (2006): O trao definidor das TD3 , ento, a relao de um texto em um momento determinado da histria com outro texto anterior: uma relao temporal com repetio de algo. Da a vasta utilizao da citao e da parfrase como recurso discursivo. Authier-Revuz (2004, p. 13) postula a existncia da heterogeneidade4 como forma marcada da conotao autonmica, que diz respeito utilizao, pelo locutor, de palavras inscritas e explicitamente mostradas no fio do discurso sem que haja qualquer tipo de ruptura sinttica e acrescenta que sua figura normal de usurio das palavras desdobrada, [...], em uma outra figura, a do observador das palavras utilizadas; e o fragmento assim designado marcado por aspas, por itlico, [...] e/ou por alguma forma de comentrio recebe, em relao ao resto do discurso, um estatuto outro. E dessa forma que a citao circunscrita no discurso acadmico: por meio de aspas, itlico, alguma forma de comentrio. Vale ressaltar que o estatuto das palavras aspeadas (ou em itlico) assume trs diferentes aspectos. Em primeiro lugar a citao pode ser atribuda a um outro espao enunciativo cuja responsabilidade o locutor no que assumir, a um espao enunciativo exterior, logo se refere a uma outra formao discursiva, ao discurso de outrem, conforme Bakhtin (2004, p. 144): O discurso citado visto pelo falante como a enunciao de uma outra pessoa, completamente independente na origem, dotada de uma construo completa, e situada fora do contexto narrativo. J em segundo lugar, tais aspas questionam o carter totalmente apropriado da palavra ou expresso e mostram o limite que uma formao discursiva estabelece entre ela e seu exterior, ou melhor, nas palavras de Maingueneau (1997, p. 90): uma formao discursiva se estabelece entre estes dois limites, a saber, um discurso totalmente entre aspas, do qual nada assumido, e um discurso sem aspas que pretenderia no estabelecer relao com o exterior. Por outro lado, em terceiro lugar, a citao revela um aspecto de autoridade acerca do que dito, pois revela um enunciado j aceito pela coletividade e tido como referncia, logo ao utilizar tal recurso para ratificar seus argumentos, o autor provoca no leitor um sentimento de respeito pela informao que est sendo veiculada, j que ela, supostamente, est fundamentada na citao de autoridade (CARDOSO, 2003, pp. 75-79). A liberdade da utilizao da citao no discurso acadmico no ilimitada, mas regida por suas normas e construda a partir de certos procedimentos institucionais, conforme nos assegura Cardoso (2003, p. 83): O recurso da citao tambm no totalmente livre, pois est sempre sujeito s determinaes que a formao discursiva impe. Aquele que cita sempre o faz de um lugar determinado, que regula a citao. Outro recurso discursivo largamente utilizado no discurso acadmico a parfrase. Maingueneau (1997, p. 95) atribui-lhe um lugar privilegiado como operao metadiscursiva,

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TD = Tradies Discursivas. Conforme j especificado anteriormente no tpico 1.

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j que o autor expressa, ou melhor, tenta explicar, com suas prprias palavras a idia de outrem. Cardoso (2003, p. 79) parafraseia a idia do autor e sugere que: A parfrase metadiscursiva acaba colocando o locutor que dela se utiliza num plano acima do locutor comum, em termos de locutor autorizado. Enquanto o segundo se contenta em usar as palavras com todas as armadilhas e imperfeies que elas apresentam como palavras disponveis, o primeiro tem delas um domnio maior, no sentido em que capaz de dominar essas armadilhas e imperfeies. O segundo fator caracterizante do discurso acadmico a interdiscursividade ou heterogeneidade constitutiva, conforme Authier-Revuz (1982) , que, para Koch (2002, p. 60), pode ter sua definio aproximada da intertextualidade, visto que argumenta:
nesse sentido que Maingueneau (1976:39) afirma ser o intertexto um componente decisivo das condies de produo: um discurso no vem ao mundo numa inocente solitude, mas constri-se atravs de um j-dito em relao ao qual toma posio. Tambm Pcheux (1969) escreve: Deste modo, dado discurso envia a outro, frente ao qual uma resposta direta ou indireta, ou do qual ele orquestra os termos principais, ou cujos argumentos destri. Assim que o processo discursivo no tem, de direito, um incio: o discurso se estabelece sempre sobre um discurso prvio....

Mussalim (2001, p. 129) define interdiscurso como um espao de trocas entre vrios discursos e afirma que:
Os diversos discursos que atravessam uma FD no passam de componentes, ou seja, em termos de gnese, tais discursos no se constituem independentemente uns dos outros para serem, em seguida, postos em relao, mas se formam de maneira regulada no interior de um interdiscurso. Ser a relao interdiscursiva, pois, que estruturar a identidade das FDs em questo.

Ao afirmar o primado do interdiscurso sobre o discurso, Maingueneau (1997, p. 111) postula que o sentido do texto no fechado em si mesmo, mas dependente das relaes estabelecidas entre os vrios discursos no universo, campo e espao discursivos. Entende-se por universo discursivo o conjunto finito e irrepresentvel de FDs de todos os tipos que coexistem, ou melhor, interagem em uma conjuntura. J campo discursivo definvel como um conjunto de FDs que se encontram em relao de concorrncia, em sentido amplo, e se delimitam, pois, por uma posio enunciativa em uma dada regio. O espao discursivo, enfim, delimita um subconjunto do campo discursivo, ligando pelo menos duas FDs que, supe-se, mantm relaes privilegiadas, cruciais para a compreenso dos discursos considerados (MAINGUENEAU, 1997, pp. 116-117). na troca entre campos discursivos que se concretiza a rede de remisses de um campo para outro (citaes explcitas, esquemas tcitos ou captaes...), logo, no confronto com um discurso de certo campo, o autor francs confirma que um sujeito encontra elementos elaborados em outro lugar, os quais, intervindo sub-repticiamente, criam um efeito de evidncia. Tal processo a base do discurso acadmico, que integra em sua formulao esta rede de remisses, a qual se expressa pelas vrias formas da heterogeneidade mostrada ou noexpressa pela heterogeneidade constitutiva. Sobre esta no-expresso, Maingueneau (1997, p. 120) argumenta que mesmo na ausncia de qualquer marca de heterogeneidade mostrada, toda unidade de sentido, qualquer que seja seu tipo, pode estar inscrita em uma relao essencial com uma outra, aquela do ou dos discursos em relao aos quais o discurso de que ela deriva define sua identidade.

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Esta definio identitria do texto construda pela unidade de sentido expressa pelo pesquisador, remetendo sua posio funcional no interior da comunidade discursiva, que, retomando Foucault (1992, p. 46) postula o conceito da funo-autor:
A marca ou a falta do autor esto ligadas ao gnero do discurso, j que um nome prprio caracteriza um certo modo de ser do discurso, indica que ele no cotidiano, indiferente, flutuante e passageiro, imediatamente consumvel, mas que se trata de um discurso que deve ser recebido de uma certa maneira e que deve, em uma cultura, receber um certo estatuto.

Segundo Gallo (2001), a autoria pode ser observada em dois nveis pela anlise do discurso: no primeiro nvel ocorre o caso da funo-autor e no segundo nvel o caso do efeito-autor, que se encontra no nvel discursivo por excelncia e diz respeito ao confronto de formaes discursivas com uma nova dominante, verificvel em alguns acontecimentos discursivos, mas no em todos. E ela [a autoria] que confere autoridade por meio de uma assinatura legitimadora, o que de fundamental importncia no discurso acadmico. o efeito-autoria um dos elementos que permitem o reconhecimento/desconhecimento dos sentidos, por meio da instalao, no discurso, da evidncia de um sujeito submetido s mltiplas determinaes que organizam o espao social da produo dos sentidos (GREGOLIN e BARONAS, 2003, p. 48). Em vista do que foi exposto at aqui, afirmo que a interdiscursividade que fundamenta o discurso acadmico sistematiza um jogo de inter-relaes envolvendo o discurso pedaggico e o discurso polmico. O primeiro se reveste das premissas do ensino para se firmar como aquele que informa, explica, influencia ou mesmo persuade, estando aqui embasado pelas leis do discurso enunciadas por Ducrot (1972): a lei da informatividade, a lei do interesse e a lei da utilidade. Enquanto o segundo, mantm a presena do seu objeto, sendo que os participantes no se expem, mas ao contrrio procuram dominar o seu referente, dando-lhe uma direo, indicando perspectivas particularizantes pelas quais se o olha e se o diz, o que resulta na polissemia5 controlada (ORLANDI, 1987, p. 15). No interior do discurso acadmico observa-se uma bipartio discursiva que classifica o discurso cientfico ou especializado (DC) e o discurso de divulgao cientfica tambm chamado de vulgarizao ou popularizao da cincia (DDC)6, justificada pelo fato de que o objetivo da cincia no apenas de armazenamento de teses indiscutveis, pelo contrrio, a discusso pblica um dos mecanismos de afirmao da veracidade das teses (idias). Nesse embate, a argumentatividade est na base de tal discurso e ela que gere todo o dizer do pesquisador que assume ou o ethos7 de cientista ou o ethos de professor, consoante ratifica Guimares (2001, p. 67): Constata-se o seu carter altamente argumentativo no traado do objetivo precpuo que ele tem em mira, ou seja, convencer o interlocutor da validade, ou melhor, da verdade daquilo que diz, e proceder retrica e lingisticamente conforme esse objetivo. Por isso, dependendo da audincia, o discurso se far especializado ou no.
Podemos tomar a polissemia enquanto processo enquanto processo que representa a tenso constante estabelecida pela relao homem/mundo, pela intromisso da prtica e do referente, enquanto tal, na linguagem (ORLANDI, 1987). 6 Conforme visto no tpico 1. 7 A construo da imagem do orador [autor], a estruturao do texto e a produo de uma disposio afetiva favorvel no auditrio so todos elementos indispensveis persuaso. Seu estudo leva considerao de fatores lingsticos e no lingsticos que intervm no ato de persuadir, entendido como uma relao estabelecida entre o orador [autor] e seu auditrio que envolve tanto a razo quanto as emoes (ORLANDI, 2006).
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Portanto, quando o texto se destina a especialistas, pontualmente o discurso construdo com termos tcnicos e a linguagem de difcil acesso e compreenso, como que restringindo seu campo de atuao apenas a um pequeno grupo que compartilha esses termos e esse tipo de discurso. No falar de Authier-Revuz (1998, p. 108) a lngua dos cientistas torna-se, fora dos muros da comunidade, uma lngua estrangeira: uma ruptura se produz na intercompreenso. Em vista disso, h a predominncia do discurso polmico sobre o pedaggico. Por outro lado, para Colussi (2002) quando o objetivo do texto acadmico permitir ao grande pblico adentrar no discurso da cincia cujo acesso lhe negado pela no transparncia do discurso, o texto ser mais fluido e a linguagem tendendo mais para o coloquial. A pesquisadora ainda confirma que:
O texto possui um carter metalingstico, isto , a capacidade de se autoexplicar. Para tanto, so utilizados recursos como explicaes, exemplificaes, metforas, nomeaes, alm da prpria escolha lexical com o propsito de aproximar o leitor da temtica abordada. A insero desses recursos de linguagem que, emergindo com maior ou menor freqncia e intensidade, de acordo com a publicao considerada, tem por finalidade prender a ateno do leitor, trazendo-o para o interior da informao ou transmitir contedos cientficos novos de uma forma palatvel (Massarani & Moreira, 2001:36).

importante ressaltar que esses recursos so usados em diferentes graus e visam passar uma informao de forma mais didtica ou aproximar o leitor da temtica em foco. Assim, o predomnio do discurso pedaggico sobre o polmico. 3. Consideraes finais O tempo de confinamento do saber ao longo dos dez sculos da Idade das Trevas legou humanidade uma busca incessante pelo conhecimento e pela verdade cientfica, mesmo que esse dito esteja numa linguagem especializada, atualmente ele pode ser re-dito numa linguagem popular, o que promove uma aproximao maior da cincia com o pblico em geral. Num entrecruzamento de discursos constitui-se o discurso acadmico perpassado pela subjetividade prpria daquele que enuncia, no caso, o locutor-autor-pesquisador, estabelecendo uma relao dialgica nos padres de Taschetto (2006) que supe:
A relao dialgica se estabelece na medida em que o sujeito nomeia-se eu alternando o outro, deixando marcas presentes no uso de recursos lingsticos, que podemos considerar como manobras discursivas, com a inteno de deslocar-se do centro do discurso, ocasionando um deslizamento no ato de nomeao. Os efeitos desse recurso incidem sobre a orientao da enunciao, o que leva a crer que as manobras discursivas so intencionais; ou seja, o sujeito alia-se ao outro, o que sugere uma relao de submisso velada. A aparente submisso, ou seja, a ausncia ou o afastamento do sujeito revela ainda mais a sua presena.

Um impasse dicotmico pode ser levantado em relao submisso s normas do discurso acadmico: se so seguidas ipse literis corre-se o risco de se cair na simples transmisso de modelos de texto que leva reproduo de modelos naturalizados, sem a criticidade necessria formao de sujeitos com uma relativa autonomia e arbtrio (MOTTA-ROTH, 2006, p. 4); se no so seguidas, Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2005, p. 13) avisam que voc est correndo at o risco de ver seu texto rejeitado por no atender s normas que vigoram nessa comunidade cientfica. 834

De fato, o discurso cientfico se constitui de um grande nmero de asseres que no tm seu carter de verdade falseado porque o enunciador-pesquisador est autorizado pela comunidade cientfica e, desse modo, preciso acreditar nele. Esse voto de confiana aumenta medida que diminui o conhecimento do leitor na rea especfica da pesquisa (CORACINI, 1991, p. 123) e pelo vocabulrio tcnico empreendido. Assim, na medida em que o discurso cientfico ora especializado ora de divulgao, ele distancia ou aproxima o grande pblico. Bakhtin (1997) afirma que:
As modalidades da enunciao esto constitutivamente articuladas aos gneros discursivos pois cada esfera da atividade social possui formas textuais cristalizadas. Os efeitos de sentido que circulam nos discursos produzidos em uma sociedade, constroem, com as formas discursivas tpicas de cada um desses diversos gneros, as representaes do imaginrio de uma certa poca.

Com base no excerto citado sugere-se que a intertextualidade, a interdiscursividade, a autoria e a argumentatividade fazem parte da estruturao do discurso acadmico como elementos que se inter-relacionam para projetar implcita ou explicitamente a subjetividade do autor nos gneros discursivos pertencentes a esta comunidade cientfica. Muitas lacunas ficam em aberto em relao ao assunto em questo, mesmo porque o trabalho empreendido no d conta de sua amplitude. Entretanto, a discusso levantada apenas a ponta do iceberg para o surgimento de outros questionamentos. Referncias AUTHIER-REVUZ, J. Entre a transparncia e a opacidade: um estudo enunciativo do sentido. Traduo: Leci Borges Barbisan e Valdir do Nascimento Flores. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. _____. Dialogismo e Divulgao Cientfica. Revista Rua, n. 5, p. 9-15, 1999 [Publicao original: DISCOSS, n. 1, p. 117-122, 1985]. ______. Palavras incertas: as no-coincidncias do dizer. Traduo: M. Onice Payer (Coord.) et al. Campinas: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1998. ______. Heterogeneidade(s) enunciativa(s). Traduo de Celene M. Cruz e Joo Vanderley Geraldi. In: Cadernos de Estudos Lingsticos, Campinas, n. 19, jul./dez. 1990, pp. 25-42. ARAJO, A. D. Prticas discursivas em concluses de teses de doutorado. Revista Linguagem em (Dis)curso, volume 6, nmero 3, set./dez. 2006. ______. Gneros textuais acadmicos: reflexes sobre metodologias de investigao. Revista de Letras, n. 26, v. 1/2, jan/dez. 2004. BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 11. ed. So Paulo: Hucitec, 2004. ______. Esttica da criao verbal. 2. ed. So Paulo: Martins Fontes, 1997. BENTES, A. C. Lingstica textual. In.: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introduo lingstica: domnios e fronteiras. 2. ed. So Paulo: Cortez, 2001. (v. 1). BEZERRA, B. G. Gneros introdutrios em livros acadmicos. Originalmente apresentada como tese de doutorado, Universidade Federal de Pernambuco, 2006. CARDOSO, S. H. B. Discurso e ensino. 2. ed. Belo Horizonte: Autntica, 2003. COLUSSI, L. A Reescritura da informao cientfica em textos de popularizao da cincia. Originalmente apresentada como tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2002.

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