Apostila - Cipa 25 05 22
Apostila - Cipa 25 05 22
Apostila - Cipa 25 05 22
COMISSÃO INTERNA
DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARANÁ (FIEP)
Carlos Walter Martins Pedro
Presidente da Federação das Indústrias do Paraná
Este material foi elaborado por uma equipe cujos nomes encontram-se
relacionados na folha de créditos.
Direitos reservados:
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento
Regional do Paraná
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Telefone: (41) 3271-7000
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO _____________________________________________________________________________________________ 6
O SÍMBOLO DA CIPA__________________________________________________________ 7
QUALIDADE DE VIDA_________________________________________________________ 8
SAÚDE_____________________________________________________________________ 8
SEGURANÇA DO TRABALHO___________________________________________________ 8
3 ACIDENTE DE TRABALHO_______________________________________________________________________________ 9
CONCEITO PREVENCIONISTA___________________________________________________ 9
CONCEITO LEGAL____________________________________________________________ 9
INCIDENTE________________________________________________________________ 11
ACIDENTE DE TRAJETO_______________________________________________________ 12
ACIDENTE TÍPICO___________________________________________________________ 12
PERDAS SALARIAIS__________________________________________________________ 19
DANOS PSICOLÓGICOS______________________________________________________ 19
TIPOS DE EPI_______________________________________________________________ 22
AGENTES QUÍMICOS_________________________________________________________ 26
AGENTES BIOLÓGICOS_______________________________________________________ 27
AGENTES ERGONÔMICOS____________________________________________________ 28
COMO ELABORAR?__________________________________________________________ 29
ANÁLISE DE ACIDENTES______________________________________________________ 39
CRÉDITOS __________________________________________________________________________________________________ 75
APRESENTAÇÃO
CIPA 5
1. INTRODUÇÃO
A prevenção de acidentes do trabalho não acompanhou o desenvolvimento industrial
brasileiro. Nas últimas décadas, a falta de consciência preventiva dos trabalhadores,
empresários e governo resultou em altas taxas de acidentes e, consequentemente, grandes
prejuízos para as empresas, para a comunidade e, principalmente, para os trabalhadores.
A disseminação de informações sobre a prevenção de acidentes e doenças do trabalho
dentro das empresas, através da educação, permite que haja cada vez mais trabalhadores
e empresários conscientes da importância da Segurança e Saúde no trabalho. Além disso,
a crescente exigência pela busca da qualidade e produtividade tem gerado uma enorme
pressão sobre a indústria e, aquelas que pretendem permanecer ativas em seu segmento,
perseguem constantemente a segurança dos trabalhadores, aliada a uma efetiva redução
dos custos de produção e permanente satisfação dos consumidores. Alcançar essas metas
significa, necessariamente, passar por melhoria nas condições dos ambientes de trabalho.
As organizações têm sido desafiadas a se adaptarem a um mundo novo e a figura
central desse cenário são as pessoas. Nesse contexto, a mudança de postura é um elemento
básico para que nos reajustemos à nova realidade, embora “mudar” nem sempre seja uma
experiência agradável. É um processo dinâmico que requer paciência, capacidade analítica
e persistência.
6 CIPA
2. CONCEITOS GERAIS
O SÍMBOLO DA CIPA
Porque implica em sairmos de nossa área de conforto e entrarmos em contato com as
nossas dificuldades pessoais. Porque não enfrentamos os nossos medos, medos infundados
ou reais, medos emprestados ou desconhecidos.
CIPA 7
QUALIDADE DE VIDA
É um completo estado de bem estar físico, mental, social e financeiro.
SAÚDE
É um estado de completo bem estar físico e mental, e não meramente a ausência de
doença.
SEGURANÇA DO TRABALHO
É uma série de medidas técnicas, médicas, administrativas e psicológicas, destinadas
a prevenir os acidentes e doenças profissionais e do trabalho, educando as pessoas sobre
meios de evitá-los, como também procedimentos capazes de eliminar as condições abaixo
do padrão aceitável de segurança do ambiente de trabalho.
8 CIPA
3. ACIDENTE DE TRABALHO
Para combater as causas dos acidentes, é preciso, antes de tudo, saber o que é um
acidente.
CONCEITO PREVENCIONISTA
Qualquer ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere
no processo normal de uma atividade podendo ocasionar:
a. Perda de tempo;
b. Danos materiais;
c. Lesões nos trabalhadores.
CONCEITO LEGAL
A Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, da Previdência Social, em seu artigo 19, 20 e 21
define:
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos
no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais
de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir
as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da
operação a executar e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e
entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto
nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as
seguintes entidades mórbidas:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função
CIPA 9
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto
determinado pela natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação
prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o
trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve
considerá-la acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a
sua recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro
de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro
de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício
de sua atividade; IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e
horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito;
10 CIPA
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada
por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de
outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado
é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a
lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior.
INCIDENTE
É um termo usado para designar um “quase acidente”. Uma situação em que houve um
risco e uma exposição simultânea a ele, mas não houve perda (material, lesão, tempo, entre
outros). O incidente é um grande aviso a quem o presenciou, pois poderia ter acontecido
o pior. Todo acidente vem de um incidente, mas nem todo incidente, resulta em acidente.
CIPA 11
4. ACIDENTE DE TRABALHO
É toda ocorrência indesejada que interfere no andamento normal de qualquer atividade.
ACIDENTE DE TRAJETO
Para que se caracterize o acidente de trajeto, em regra, conforme entendimento
jurisprudencial acerca do tema, o trabalhador deve estar no seu trajeto normal, ou seja, no
caminho habitualmente percorrido para ir ao trabalho. Caso o empregado saia do trabalho
e se encaminhe diretamente a um local diferente da sua residência, por exemplo, para a
casa de parentes ou para um restaurante, eventual acidente que ele sofra nesse percurso
ou desse local até sua casa, não será classificado como acidente de trajeto. Além disso, deve
ser observado o tempo normalmente gasto no percurso, isto é, o tempo utilizado deve ser
compatível com a distância percorrida.
ACIDENTE TÍPICO
É o acidente que acontece no local e horário de trabalho. Um acidente pode ser
determinado por vários fatores que agem ao mesmo tempo, envolvendo tanto condições
como atos abaixo dos padrões aceitáveis de segurança.
Imagine uma pilha de sacas mal feita e que desaba. Mesmo não havendo perda de
material, isso constitui um acidente, pois haverá, no mínimo, perda de tempo para recolocá-
la no local. Se houver essa perda, será um acidente com prejuízo material. É preciso ter em
mente que sendo evitados acidentes dessa espécie, serão evitados aqueles que podem
causar lesões ao trabalhador.
Conhecendo as definições, constatamos que a prevenção deve ter como objetivo
impedir que aconteçam fatos que parecem sem importância ou que não preocupam muito,
porque não atingem pessoas. Esses acontecimentos valem como alerta e quem é um bom
prevencionista verá neles o perigo que podem trazer para a segurança material da empresa
e para as pessoas que nela trabalham.
Em uma empresa, os acidentes ocorrem tendo como causas mais comuns as práticas e
condições abaixo dos padrões aceitáveis de segurança. Não existe mais, em nossa sociedade,
a variável de predestinação a determinado acidente.
12 CIPA
REFLEXÃO
ACIDENTES ACONTECEM?
Em sua maioria, os acidentes ocorrem porque suas causas não foram eliminadas a
tempo:
a. por observação deficiente ou não observação do ambiente;
b. por terem sido ignoradas determinadas regras e normas que os evitariam com
certeza.
Portanto, pode-se dizer que as causas dos acidentes do trabalho estão ligadas
diretamente a dois fatores:
CIPA 13
• carregar veículos e elevadores com peso superior à sua capacidade;
• trabalhar com cabelos compridos soltos ou usar enfeites (gravatas, anéis, pulseiras)
que possam ser apanhados por partes móveis das máquinas;
• usar sapatos ou calçados que não sejam apropriados às regras estabelecidas pelo
local de trabalho;
• usar ar comprimido para limpeza da roupa;
• falhar ao bloquear/resguardar;
• rotina e monotonia;
• não prestar atenção por onde está circulando ou nas pessoas que estão próximas
de você;
14 CIPA
• preocupação com problemas pessoais e familiares;
• improvisar ferramentas;
• falta de motivação;
• iluminação inadequada;
• temperatura inadequada;
CIPA 15
• material e/ou produtos armazenados de forma insegura;
• piso escorregadio;
• iluminação inadequada;
• ventilação inadequada.
ANTE
RT
O
IMP
16 CIPA
PARA TESTAR SEUS CONHECIMENTOS
• Identifique na figura abaixo os fatores causadores de acidentes:
CIPA 17
5. QUATRO FATORES QUE PODEM
PROVOCAR ACIDENTES
PRESSA
A pressa anula a prevenção:
IMPROVISAÇÃO
Improvisar é criar riscos:
• Adaptando, modificando;
PRESUNÇÃO
Presumir é supor sem verificar:
EXCESSO DE CONFIANÇA
É difícil aceitar, porém frequentemente usamos este princípio:
ANTE
RT
O
IMP
18 CIPA
6. CONSEQUÊNCIAS DE ACIDENTES DO TRABALHO
As consequências dos acidentes do trabalho dependem de sua gravidade:
PERDAS SALARIAIS
Em caso de Acidente de Trabalho com afastamento, o salário do empregado é pago
integralmente pela empresa nos quinze dias iniciais. A partir do 16° dia, o pagamento passa
a ser encargo da Previdência Social.
O prazo para começar a receber o benefício é de aproximadamente 60 dias, depois de
iniciada a responsabilidade da Previdência.
Se for computado o tempo que o trabalhador perde em filas, exames periciais,
preparação de documentos, etc., o prazo aumenta significativamente.
DANOS PSICOLÓGICOS
Quem está acostumado a trabalhar sabe que ficar preso a uma cama por incapacidade,
ainda que temporária, é estressante. O que dizer, então, quando o acidente provoca mutilação
CIPA 19
ou invalidez permanente? Além do sofrimento físico com o ferimento e o tratamento, às
vezes prolongado e oneroso, o abatimento psicológico é inevitável. Se ocorrerem danos
físicos permanentes, certamente será difícil para o funcionário retornar ao trabalho sem
sentir-se inferiorizado, principalmente quando se torna alvo de curiosidades.
A família do acidentado sofre com as consequências do acidente, podendo passar até
mesmo por uma desestruturação, principalmente se ocorrer a morte do acidentado, que
normalmente é arrimo da família. Isso sem contar a queda da renda familiar, num momento
em que mais se necessita de dinheiro.
20 CIPA
7. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI) – NR-06
O emprego do Equipamento de Proteção Individual é uma determinação legal contida
na Norma Regulamentadora nº 06 da Portaria MTE 3214/78, que visa disciplinar as condições
em que o mesmo deve ser empregado na proteção do trabalhador.
O empregador assume a obrigatoriedade de fornecer gratuitamente, sem nenhum
ônus para o trabalhador, o EPI adequado para a tarefa a ser executada, como meio de
neutralizar agentes físicos, químicos, biológicos ou acidentes nocivos à saúde do indivíduo.
Por outro lado, o empregado é obrigado a usar o EPI fornecido pela empresa de modo
adequado e exclusivamente para o fim a que se destina. A recusa ao uso do equipamento
é considerada infração que pode ser punida na forma da legislação, incluindo dispensa por
justa causa ao empregado displicente.
Nenhum EPI poderá ser comercializado e/ou adquirido sem que possua o Certificado
de Aprovação (C.A.), o qual atesta que o equipamento foi aprovado pela autoridade
competente, apto para o fim a que se destina (o C.A. é expedido pela Secretaria do Ministério
do Trabalho e Emprego – MTE).
Cabe ao empregador, quanto ao EPI:
a. adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b. exigir seu uso;
c. fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
d. orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e. substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f. responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g. comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h. registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico.
Cabe ao empregado, quanto ao EPI:
a. usar, utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
b. responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c. comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
d. cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
CIPA 21
TIPOS DE EPI
PROTEÇÃO DA CABEÇA
PROTEÇÃO AUDITIVA
2. Tipo CONCHA, que cobre todo o aparelho auditivo e protege, também, o sistema
auxiliar de audição (parte óssea).
• O Protetor Auricular não anula o som, mas reduz o ruído (que é o som indesejável)
em níveis compatíveis com a saúde auditiva. Isso significa que, mesmo usando o
protetor auricular, ouve-se o som mais o ruído, sem que afete o usuário.
PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
22 CIPA
PROTEÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES
PROTEÇÃO DO TRONCO
CIPA 23
8. RISCOS AMBIENTAIS
Dividem-se em:
• FÍSICOS • ERGONÔMICOSS
• QUÍMICOS • ACIDENTES
• BIOLÓGICOS
AGENTES FÍSICOS
Formas de energia que afetam a saúde do trabalhador.
RUÍDO
VIBRAÇÃO
RADIAÇÕES IONIZANTES
24 CIPA
RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
A radiação, ao atingir um átomo, não tem energia suficiente para ionizá-lo, apenas o
excita, fazendo com que a energia interna aumente.
• Problemas gerados: queimaduras na pele, lesão nos olhos, lesões na pele e outros
órgãos.
• Exemplos: fornalhas, fundição, forno de micro-ondas, etc.
FRIO
CALOR
PRESSÕES ANORMAIS
UMIDADE
CIPA 25
AGENTES QUÍMICOS
Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, pele ou por ingestão que afetam a saúde do trabalhador.
• Sólida
• Líquida
• Gasosa
VIA RESPIRATÓRIA
A substância penetra durante a respiração, sendo essa a via de penetração mais
importante dos agentes químicos.
VIA DIGESTIVA
Certos casos tais como roer as unhas ou limpá-las com os dentes, são as principais
causas de ingestão de substância tóxicas. As substâncias estão na atmosfera na forma de
gases, vapores, poeiras e fumos. Nesse caso, a ingestão de substâncias tóxicas pode ser
considerada um caso acidental, sendo poucos os casos de doenças profissionais.
VIA CUTÂNEA
A substância penetra na pele, principalmente pelos poros, sendo que grande maioria
dos solventes industriais penetram no organismo devido à sua lipossolubilidade.
POEIRA
São partículas sólidas em suspensão no ar.
FUMOS
São pequenas partículas sólidas suspensas no ar, geradas pelo processo de condensação
de vapores metálicos ou polímeros, produzidas pela sublimação de um metal ou plástico e
a reação dos vapores com o oxigênio do ar.
26 CIPA
NEBLINAS
NÉVOAS
São partículas líquidas formadas por ruptura mecânica das gotículas em suspensão no ar.
GASES
VAPORES
AGENTES BIOLÓGICOS
São micro-organismos presentes no ambiente de trabalho como:
CIPA 27
AGENTES ERGONÔMICOS
Situação de inadaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
do trabalhador.
São agentes que se caracterizam pelas atitudes e hábitos profissionais. Esse
comportamento junto ao posto de trabalho pode criar deformações físicas, atitudes viciosas
e modificações da estrutura óssea.
• Monotonia e repetitividade;
ACIDENTES
São riscos de natureza mecânica, onde o trabalhador poderá sofrer um acidente por
objetos, máquinas, equipamentos, ferramentas, etc... São situações de riscos que podem
contribuir diretamente ou indiretamente para a ocorrência de acidentes.
• Arranjo físico inadequado;
• Máquinas e equipamentos sem proteção;
• Ferramentas inadequadas ou defeituosas;
• Iluminação inadequada;
• Eletricidade (trabalho com energia);
• Possibilidade de incêndio ou explosão;
• Armazenamento inadequado;
• Animais peçonhentos;
• Situação de risco de acidentes.
28 CIPA
9. MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS
“Conforme a nr5 a CIPA deve registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em
conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra
técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com as-
sessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT,
onde houver;”
O QUE É?
• Mapa de Riscos é uma representação gráfica dos pontos de riscos encontrados em
cada setor. É uma maneira fácil e rápida de representar os riscos de acidentes do
trabalho.
COMO ELABORAR?
Para elaboração do Mapa de Riscos, convencionou-se atribuir uma cor para cada tipo
de risco e representá-lo em círculos.
CIPA 29
PEQUENO MÉDIO GRANDE
3. Causa e consequência.
RISCO PEQUENO
RISCO MÉDIO
RISCO GRANDE
ETAPAS DE ELABORAÇÃO
• número de trabalhadores;
• sexo;
• idade;
30 CIPA
• treinamento profissional e de segurança e saúde;
• jornada;
• as atividades exercidas;
• o ambiente.
• a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferenciados de círculos.
CIPA 31
Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos completo ou setorial, deverá ser
afixado em cada local analisado, de forma clara, visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
O Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos
serviços, devendo ser revisto:
a. sempre que um fato novo e superveniente modificar a situação de riscos estabelecida;
b. no mínimo de ano em ano (a cada nova gestão da CIPA).
32 CIPA
MODELO DE MAPA DE RISCOS COMPLETO
CIPA 33
MODELO DE MAPA DE RISCOS COMPLETO
34 CIPA
PARA TESTAR SEUS CONHECIMENTOS
• Identifique as situações de risco existentes no ambiente de trabalho abaixo:
CIPA 35
10. INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
A Inspeção de Segurança é a maneira mais eficaz para a prevenção de acidentes
e doenças profissionais, permitindo assim, um maior e melhor rendimento do serviço,
preservando a saúde do trabalhador.
INSPEÇÕES GERAIS
São aquelas que atingem toda a empresa, de modo a observar todos os aspectos de
higiene, segurança e medicina do trabalho.
INSPEÇÕES PARCIAIS
INSPEÇÕES DE ROTINA
INSPEÇÕES EVENTUAIS
36 CIPA
INSPEÇÕES OFICIAIS
INSPEÇÕES ESPECIAIS
RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
Para alcançar resultados satisfatórios, o SESMT (quando houver) ou a CIPA devem ter
formulários próprios para a confecção do relatório de inspeção de segurança.
Os relatórios de inspeção devem ser elaborados de tal modo que possam servir de guia
sobre os pontos que devem ser cobertos durante a inspeção, com o objetivo de facilitar o
controle das recomendações propostas e indicar, dentro do programa, as situações prioritárias.
CIPA 37
11. INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
É a maneira pela qual o Programa de Segurança do Trabalho procura informações,
estuda e pesquisa as causas dos acidentes ocorridos e propõe medidas corretivas para a
eliminação dessas causas.
Por se constituir em uma das mais importantes atividades do SESMT e da CIPA, as
investigações de segurança devem ser processadas de maneira objetiva, baseando-se
somente nos fatos, livre de quaisquer implicações disciplinares.
Todos os acidentes são de real importância, independentemente de sua gravidade,
pois é através da análise de cada ocorrência que se chegará a conclusões que impedirão
acidentes com maior prejuízo.
• Restringir-se aos fatos, usando o bom senso para pesar o seu valor e justificar as
conclusões;
• Investigar cada detalhe, por menos significativo que possa parecer inicialmente;
• Procurar os atos e as condições inseguras que, na maioria dos casos, estão presentes
ao mesmo tempo;
• Elaborar relatórios escritos, pois são ferramentas eficientes no estudo e análise das
áreas de maior risco, possibilitando, assim, efetuar recomendações de natureza
corretiva e preventiva;
38 CIPA
ANÁLISE DE ACIDENTES
Todo acidente, desde o mais corriqueiro até o pouco frequente, deve ser objeto de uma
análise de suas causas, circunstâncias e consequências.
Para que a análise do acidente atinja seus objetivos de prevenir e corrigir atos e
condições inseguras, sua descrição deve ser pormenorizada, citando:
• FONTE DA LESÃO, isto é, o objeto que causou o acidente (por exemplo: a parte
móvel da máquina que bateu no trabalhador, o estilete que lhe perfurou o dedo, o
respingo de solda, etc.);
CIPA 39
12. REUNIÕES E CAMPANHAS DE SEGURANÇA
5.6 FUNCIONAMENTO:
– 5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.
– 5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte - EPP,
graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais.
– 5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização,
preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma
remota.
– 5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus membros
observando os turnos e as jornadas de trabalho.
– 5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes.
– 5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da CIPA,
podendo ser por meio eletrônico.
– 5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser
disponibilizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio eletrônico.
– 5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando: a) ocorrer acidente do
trabalho grave ou fatal; ou b) houver solicitação de uma das representações.
– 5.6.5 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA designarão o
secretário responsável por redigir a ata.
REUNIÕES CIPA
40 CIPA
Para tanto, daremos a seguir algumas regras básicas para o bom andamento das
reuniões da CIPA:
a. ir à reunião com perguntas em mente;
b. trazer notas sobre assuntos discutidos e não entendidos, dúvidas que se pretendem
esclarecer e sugestões que se pretendem dar;
c. ouvir com atenção enquanto outros falam, tentar compreender os pontos de vista
de outros, ser tolerante com as opiniões com as quais não concorda;
d. ouvir antes de perguntar;
e. falar francamente. Suas ideias valorizarão a reunião. O que foi dito em reuniões não
deve ser ventilado;
f. não deixar que a reunião se afaste de você. Se não compreender os pontos que são
discutidos, fale. Faça com que o orador ou líder lhe dê exemplos ou explicações até
que os pontos fiquem claros;
g. não ficar com medo de discordar amigavelmente. Se discordar, não hesite em
esclarecer os seus motivos. Argumente amigavelmente, mas insista em que outros
provem seus pontos de vista;
h. evitar monopolizar a discussão;
i. falar e dar aos outros a oportunidade de falar.
Como forma de criar uma atitude que permita conhecer e corrigir condições e práticas
que possam provocar acidentes, as CAMPANHAS DE SEGURANÇA têm por objetivo:
CIPA 41
13. REUNIÕES E CAMPANHAS DE SEGURANÇA
5.4.1 A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de representantes
da organização e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no
Quadro I desta NR, ressalvadas as disposições para setores econômicos específicos.
5.4.2 A CIPA das organizações que operem em regime sazonal devem ser dimensio-
nadas tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano
civil anterior e obedecido o Quadro I desta NR.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/
secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021.pdf
A B I A?
ÊS
VOC
42 CIPA
O trecho “...ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos
específicos” – presente no item 5.4 da NR-05 – diz respeito a casos nos quais existem alterações
nas quantidades de membros eleitos. São exemplos as empresas relacionadas ao ramo:
CIPA 43
PERÍODO DE MANDATO DA CIPA
5.4.6 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição
Empregados eleitos para a gestão 2021 da CIPA, por exemplo, podem buscar a reeleição
em 2022, mas ficam formalmente impedidos de se candidatarem em 2023. Não há, no entanto,
nenhum impedimento para que se candidatem novamente às eleições da gestão 2024.
Outra diferença é que membros designados pelo empregador, na mesma proporção
dos eleitos pelos empregados, podem ser reiteradamente indicados para a CIPA a cada nova
gestão, sem restrição e de forma ininterrupta. Como, no entanto, o objetivo da legislação é a
prevenção no ambiente de trabalho, é recomendável que novas gestões da comissão sejam
ocupadas por pessoas diferentes. Dessa forma, mais pessoas serão treinadas para promover
uma melhor gestão de segurança.
44 CIPA
Funcionários eleitos que desejem sair da empresa (tanto efetivos quanto suplentes)
deverão, primeiramente, solicitar por escrito sua renúncia ao mandato da CIPA ou ao direito
da garantia de emprego, quando o mandato já houver encerrado. Nesse caso, a empresa
deverá manter registro da substituição do membro da CIPA pelo suplente, além de efetivar
o acordo com o sindicato da categoria.
A estabilidade provisória no emprego vigora somente no período da candidatura até
o resultado da eleição, ou seja, candidatos que perderam a eleição não contam mais com
essa estabilidade. Aos membros eleitos, a estabilidade é de dois anos – o primeiro referente
ao mandato e o segundo, após o mandato. Dessa forma, se o membro eleito da CIPA toma
posse em 14 de maio de 2022, sua estabilidade vigorará até 14 de maio de 2023.
ADO!
LIG
E
FIQU
A IS
AM
B
SAI
CIPA 45
O item acima garante a representação dos membros indicados pelo empregador.
Eles deverão encaminhar adequadamente as questões negociadas na CIPA, ainda que sob
consulta, e caberá à empresa executar ou não seus pedidos.
OS MEMBROS DA CIPA
5.4.7 Os membros da CIPA eleitos e designados serão empossados no primeiro dia
útil após o término do mandato anterior.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/
secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021.pdf
A norma desse item é clara ao definir que a CIPA deve ser mantida de forma contínua,
ou seja, terminada uma gestão, a próxima tem início logo em seguida. Sua importância está
em não deixar brechas que façam com que a empresa fique desprovida de membros da
comissão.
OS SECRETÁRIOS DA CIPA
5.6.5 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA designarão
o secretário responsável por redigir a ata.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/
secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021.pdf
46 CIPA
DOCUMENTAÇÃO
5.9.2 Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no estabelecimento
à disposição da inspeção do trabalho pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos.
5.4.9 Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente
ao processo eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos
trabalhadores da categoria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias.
Essa documentação somente deverá ser enviada ao sindicato da categoria ao qual
pertence a empresa se ele fizer a solicitação, do contrário não é necessário. Nesses casos,
sugere-se que se façam cópias da documentação e uma carta de protocolo confirmando a
entrega.
Isso é necessário para que todos os participantes da comissão tenham acesso às
informações referentes a: (i) editais realizados no prazo correto; (ii) procedimentos realizados
conforme a legislação; e, ainda, (iii) cargos ocupados por cada membro na comissão, como
efetivo, suplente, secretário etc.
CIPA 47
NOÇÕES SOBRE A INCLUSÃO DE PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA E REABILITADOS
NOS PROCESSOS DE TRABALHO
O QUE É PCD?
PCD é a sigla para Pessoas com Deficiência e é utilizada no meio corporativo para
identificar colaboradores e candidatos que apresentem algum tipo de deficiência física,
intelectual, visual ou auditiva, seja ela de nascimento ou adquirida durante a vida.
A sigla passou a ser utilizada em 2006, após a publicação da Convenção sobre os
Direitos da Pessoa com Deficiência pela Organização das Nações Unidas (ONU). Antes da
publicação, o termo mais utilizado era “portador de deficiência”, uma expressão inadequada.
48 CIPA
QUAL O CENÁRIO DE INCLUSÃO DE PCD
NO MERCADO DE TRABALHO?
Para entender o cenário de inclusão de PCD no mercado de trabalho é necessário,
antes de tudo, conferir alguns números importantes. Segundo dados levantados pelo IBGE
no Censo 2019, mais de 17,3 milhões de brasileiros contam com algum tipo de deficiência.
Em contrapartida, cerca de 372 mil PCDs estão empregados, ou seja, menos de 1% do
total de empregos formais do Brasil são ocupados por profissionais com deficiência.
A Lei de Cotas, como vimos, foi uma importante iniciativa para incluir esses profissionais
no mercado de trabalho, estabelecendo obrigatoriedade de contratações em empresas com
mais de 100 empregados.
Contudo, apesar da implementação da lei, a maioria das empresas não está realmente
comprometida com a inclusão. De acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged), o número de PCDs e reabilitados desligados no país atualmente
é maior do que o número de contratações.
Ainda, os dados mostram que o saldo para contratações de PDCs é negativo na maioria
das atividades econômicas, para todos os tipos de deficiência e nos diferentes graus de
instrução.
Com a pandemia do coronavírus a situação se agravou ainda mais. Isso porque, esses
profissionais fazem parte do grupo de risco e se tornam alvo de demissões por não poderem
trabalhar presencialmente ou por gerarem encargos trabalhistas caso sejam contaminados.
CIPA 49
COMO RECRUTAR E CONTRATAR PCD?
Recrutar pessoas com deficiência não é muito diferente daquilo que o RH já está
acostumado a fazer. No entanto, é importante ter atenção a algumas particularidades no
processo.
Segue abaixo algumas dicas:
Foque na qualificação
50 CIPA
Adapte suas entrevistas
Na hora de fechar o contrato, é importante ficar atento ao que dizem as leis trabalhistas.
Uma das regras é que não pode haver distinção nos contratos de trabalho de PCD, ou seja,
uma pessoa não pode ganhar menos do que outra em um mesmo cargo e função, só por ter
uma deficiência.
Além disso, existem exceções definidas para esse público. Na contratação de menor
aprendiz, por exemplo, existe um limite de idade estabelecido em 24 anos, contudo, esse
limite não se aplica a pessoas com deficiência. Outra regra que não se aplica a esse público
é o prazo máximo de 2 anos para contratos de estágio.
Dessa forma, ao contratar um PCD, é importante que o departamento pessoal confira
todas as particularidades antes de elaborar o documento.
Como vimos, além de oferecer vagas exclusivas para PCDs, o RH deve trabalhar para
mudar a mentalidade da empresa e promover a inclusão. Assim, o processo de socialização
organizacional “onboarding” é essencial para integrar o novo colaborador na equipe e
garantir que ele seja bem recebido.
Nesse momento, o RH deve dar todo o acompanhamento, oferecendo os recursos
necessários para garantir acessibilidade e verificando se não existem discriminações por
parte de outros colaboradores e líderes.
CIPA 51
Gestão humanizada
Promover a inclusão também ajuda a empresa a melhorar seus processos, uma vez que
traz diferentes perspectivas e experiências de vida que podem contribuir para a criatividade
e a inovação no ambiente de trabalho.
Melhorias na acessibilidade
Por fim, incluir colaboradores PCDs é uma forma de lutar contra o preconceito e acolher
pessoas diferentes, ajudando esses profissionais a ingressarem no mercado de trabalho e
tornando a sociedade mais justa e igualitária.
Conforme vimos, existem, pelo menos, 17 milhões de pessoas com alguma deficiência
no país. Certamente, parte delas não deseja ou não pode trabalhar, mas é muito improvável
que essa seja a situação da maioria.
Ainda, é importante entender que nem todo PCD recebe benefício do governo e,
além de ser bastante burocrático, o valor pago é apenas um incentivo mensal pago pelo
governo. Dessa forma, muitas pessoas com deficiência estão motivadas a encontrar uma
oportunidade de trabalho.
52 CIPA
PCDs não têm qualificação para o mercado
No passado, era comum que PCDs não tivessem acesso à educação e qualificação
contínua por conta das diversas barreiras causadas pela exclusão. Nesse sentido, a Lei
de Cotas foi um fator decisivo para o aumento da presença dessas pessoas em cursos de
qualificação profissional.
De acordo com dados de uma pesquisa realizada pela i.Social, hoje, cerca de 36% de
candidatos PCD que se inscrevem para processos seletivos têm qualificação de nível superior.
A contratação de pessoas com deficiência não custa mais à empresa do que as demais.
Contudo, pode ser necessário realizar adequações de acessibilidade, o que requer algum
investimento.
No entanto, é necessário entender que se a empresa assume o compromisso com a
inclusão, esse tipo de investimento pode ser visto como parte da estratégia, trazendo um
importante retorno à companhia.
Pessoas com deficiência estão sujeitas à demissão tal qual as demais. Baixa produtividade
e desempenho, por exemplo, podem gerar uma dispensa sem justa causa. Da mesma forma,
comportamentos que levam à demissão por justa causa também podem ser aplicados a
esses colaboradores.
Concluindo, a inclusão de PCD no mercado de trabalho é essencial para garantir mais
diversidade na sua empresa e atender a legislação vigente.
CIPA 53
NOÇÕES DE REABILITAÇÃO NO
PROCESSO DE TRABALHO
A reabilitação profissional trata-se de serviço oferecido pelo INSS aos segurados e, em
alguns casos, aos dependentes, com o objetivo de viabilizar meios para (re)educação e (re)
adaptação profissional e social, observando o mercado de trabalho e o contexto no qual
aquela pessoa vive.
Ela proporciona aos beneficiários, isto é, os segurados do INSS inclusive aposentados
e dependentes, que estejam incapacitados total ou parcialmente para o trabalho e aos
portadores de deficiência, meios para retornarem ao mercado de trabalho. Para que esse
retorno se efetive é considerado, também, o contexto em que vivem, como sua idade, seu
grau de escolaridade, seu trabalho anterior, bem como o local de sua residência.
Este serviço é desempenhado por uma equipe especializada composta por médicos,
assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, sociólogos e outros especialistas.
Terá prioridade de no encaminhamento ao Programa de Reabilitação Profissional o
segurado que estiver recebendo auxílio-doença ou o incapacitado para o trabalho que não
tiver direito ao auxílio-doença porque não tem o tempo de carência necessário, o que estiver
recebendo aposentadoria por invalidez, o que estiver recebendo aposentadoria especial,
por tempo de contribuição ou por idade, que esteja trabalhando e tiver sua capacidade
reduzida por acidente ou doença de qualquer natureza, o dependente do segurado também
será encaminhado ao Programa de Reabilitação e, por fim, as pessoas com deficiência.
54 CIPA
Concluindo-se o processo de reabilitação, o INSS emitirá um certificado individual,
indicando quais atividades poderão ser exercidas pelo beneficiário.
Cumpre salientar que o beneficiário não ficará restrito à essas atividades, podendo
exercer qualquer outra que se capacitar.
Outrossim, é bom lembrar que o INSS não é obrigado a manter o antigo emprego ou
achar um novo emprego ao beneficiário.
Neste sentido, é um dever do INSS estimular junto à comunidade, através de convênios
e campanhas, a contratação de pessoas reabilitadas em empresa, tanto é que o art. 141 do
RPS (Dec. 3.048/99) determina certa porcentagem de empregados no caso de empresa com
número superior a 200 funcionários.
CIPA 55
Art. 77. O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária concedido
judicial ou administrativamente está obrigado, independentemente de sua idade
e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo
da Perícia Médica Federal, processo de reabilitação profissional a cargo do INSS
e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de
sangue, que são facultativos.”
O Decreto 3048/99, em seu art. 136, reforça que o objetivo da habilitação e da
reabilitação profissional visa o reingresso no mercado de trabalho.
Art. 136. A assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, instituída
sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visa
proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o
trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas
portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no
mercado de trabalho e no contexto em que vivem.
1º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a prestação de que
trata este artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as
possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão,
aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços
especializados.
Outra informação importante é que as empresas, dependendo do número de
empregados, deverão ter uma parte de trabalhadores advindos da reabilitação proporcional,
assim o Decreto 3048 mostra:
Art. 141. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de
dois por cento a cinco por cento de seus cargos com beneficiários reabilitados ou
pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até duzentos empregados, dois por cento;
II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento;
III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou
IV - mais de mil empregados, cinco por cento.
56 CIPA
• 3º À Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
compete estabelecer a sistemática de fiscalização e gerar dados e estatísticas sobre
o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por
beneficiários reabilitados pela previdência social, além de fornecê-los, quando
solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou aos
cidadãos interessados. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
• 4º Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa
com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943. (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020).
CIPA 57
REFERÊNCIAS E CONSULTAS
• Ministério do Trabalho e Emprego;
• Ministério da Saúde;
• Normas Regulamentadoras.
58 CIPA
APÊNDICES
APÊNDICE I
MODELO DE RELATÓRIO DE ACIDENTE – INCIDENTE / SUGESTÃO DE MELHORIA
Acidente com lesão Com afastamento Sem afastamento Incêndio
Doença ocupacional Acidente de trajeto Vazamento Danos Materiais
Incidente Sugestão de melhoria Outros
CIPA 59
CAUSA(S) IMEDIATA(S)
ATOS OU PRÁTICAS ABAIXO DO PADRÃO CONDIÇÕES ABAIXO DO PADRÃO
ACEITÁVEL DE SEGURANÇA ACEITÁVEL DE SEGURANÇA
Não prestar atenção Sem bloqueios de energia
Operar em velocidade inadequada Ordem / limpeza deficientes
Usar equipamento defeituoso Agentes físicos: ex. ruídos
Não usar EPI Agentes químicos: ex. vapores
Assumir posição insegura Layout inadequado
Brincadeira Estocagem inadequada
Manutenção equipamentos funcionando Falta de / falha nos dispositivos
Levantamento de peso de forma incorreta Posto de trabalho inadequado
Usar ferramentas / equipamentos inadequado Improvisação de equipamentos
Agir sem permissão Sistema de advertência inadequada
Violação as normas de segurança Outros
Outros
CAUSAS BÁSICAS
FATORES PESSOAIS FATORES DE TRABALHO
Desconhecimento das normas Padrões inadequados
Drogas / bebidas Manutenção inadequada
Problemas mentais / físicos Sem análise de risco do trabalho
Falta / falha no planejamento Falta de procedimento
Treinamento inadequado Risco imposto
Falta de treinamento Falta de equipamentos / máquinas / ferramentas
Distração Desgaste normal
Hábito de trabalho inadequado Padrão de compra inadequado
Economizar tempo ou esforço Normas de segurança não enfatizadas
Evitar desperdício ou perda Ação de terceiros
Fatores externos Envolvimento insuficiente supervisão
Outros Outros
Outras informações adicionais / explicações – Especifique:
60 CIPA
SEÇÃO III – PROPOSIÇÕES PARA EVITAR / PREVENIR RECORRÊNCIAS
N.º Proposição / Ação Responsável Prazo
CIPA 61
APÊNDICE II
FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
Nome do Acidentado: Seção:
Data: Hora: Parte do corpo atingida:
62 CIPA
APÊNDICE III
Após a classificação dos representantes dos empregados por ordem de votação, dos
titulares e suplentes, esses representantes elegeram o _________________________________
(Nome) para Vice-Presidente.
Demais votados em ordem decrescente de votos:
E, para constar, mandou o Sr. Presidente da mesa que fosse lavrada a presente ATA, por
mim assinada _______________________ Secretário, pelos Membros da mesa e pelos eleitos.
CIPA 63
APÊNDICE IV
MODELO DE ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE DA COMISSÃO INTERNA
DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA DA EMPRESA__________________.
Aos _________ dias do mês _________, do ano de dois mil e _________, no ________________
(Local) nesta cidade, presente(s) o(s) Senhor(es) Diretor(es) da Empresa, bem como os
demais presentes, conforme Livro de Presença, reuniram-se para Instalação e posse da
CIPA desta Empresa, conforme o estabeleci- do pela Portaria n.º _________ o Senhor
_____________________ representante da Empresa e Presidente da sessão, tendo convidado
a mim, _______________________ para Secretário da mesma, declarou abertos os trabalhos,
lembrando a todos os objetivos da Reunião: instalação e Posse dos componentes da CIPA.
Continuando, declarou instalada a Comissão e empossados os Representantes do Empregador:
Titulares Suplentes
Titulares Suplentes
Titulares Suplentes
64 CIPA
ANEXOS
NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Publicação D.O.U.
Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Alterações/Atualizações D.O.U.
Portaria SSMT n.º 33, de 27de outubro de 1983 31/10/83
Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro de 1994 Rep. 15/12/95
Portaria SSST n.º 08, de 23 de fevereiro de 1999 Retf. 10/05/99
Portaria SSST n.º 15, de 26 de fevereiro de 1999 01/03/99
Portaria SSST n.º 24, de 27 de maio de 1999 28/05/99
Portaria SSST n.º 25, de 27 de maio de 1999 28/05/99
Portaria SSST n.º 16, de 10 de maio de 2001 11/05/01
Portaria SIT n.º 14, de 21 de junho de 2007 26/06/07
Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011 14/07/11
Portaria SEPRT n.º 915, de 30 de julho de 2019 31/07/19
Portaria MTP n.º 422, de 07 de outubro de 2021 08/10/21
CIPA 65
5.1 Objetivo
5.1.1 Esta norma regulamentadora - NR estabelece os parâmetros e os requisitos
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA tendo por objetivo a
prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e promoção
da saúde do trabalhador.
5.2 Campo de aplicação
5.2.1 As organizações e os órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como os órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público,
que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
devem constituir e manter CIPA.
5.2.2 Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nesta NR a outras relações
jurídicas de trabalho.
5.3 Atribuições
5.3.1 A CIPA tem por atribuição:
a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem
como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o
subitem 1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta
apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço
Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver;
c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações
que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em
segurança e saúde no trabalho;
e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à
segurança e saúde no trabalho;
f ) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
nos termos da NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos
problemas identificados;
g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança
e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT
emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais;
h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições
ou situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à
segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades
até a adoção das medidas corretivas e de controle; e
66 CIPA
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação
definida pela CIPA.
5.3.2 Cabe à organização:
a) proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho
de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas
constantes no plano de trabalho; b) permitir a colaboração dos trabalhadores nas
ações da CIPA; e
c) fornecer à CIPA, quando requisitadas, as informações relacionadas às suas
atribuições.
5.3.3 Cabe aos trabalhadores indicar à CIPA, ao SESMT e à organização situações
de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho.
5.3.4 Cabe ao Presidente da CIPA:
a) convocar os membros para as reuniões; e
b) coordenar as reuniões, encaminhando à organização e ao SESMT, quando
houver, as decisões da comissão.
5.3.5 Cabe ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos seus impedimentos
eventuais ou nos seus afastamentos temporários.
5.3.6 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes
atribuições de:
a) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos
propostos sejam alcançados; e
b) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.4 Constituição e estruturação
5.4.5 A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de representantes
da organização e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto
no Quadro I desta NR, ressalvadas as disposições para setores econômicos
específicos.
5.4.6 A CIPA das organizações que operem em regime sazonal devem ser
dimensionadas tomando-se por base a média aritmética do número de
trabalhadores do ano civil anterior e obedecido o Quadro I desta NR.
5.4.7 Os representantes da organização na CIPA, titulares e suplentes, serão por
ela designados.
5.4.8 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
CIPA 67
5.4.9 A organização designará dentre seus representantes o Presidente da CIPA, e
os representantes eleitos dos empregados escolherão dentre os titulares o vice-
presidente.
5.4.10 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição.
5.4.11 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro
dia útil após o término do mandato anterior.
5.4.12 A organização deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos
membros titulares e suplentes da CIPA.
5.4.13 Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente
ao processo eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos
trabalhadores da categoria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias.
5.4.14 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como
não poderá ser desativada pela organização, antes do término do mandato de
seus membros, ainda que haja redução do número de empregados, exceto no
caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
5.4.15 É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:
a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o
exercício de suas atribuições; e
b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o
disposto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT.
5.4.12 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito
para cargo de direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano
após o final de seu mandato.
5.4.12.1 O término do contrato de trabalho por prazo determinado não
caracteriza dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo
de direção da CIPA.
5.4.13 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for
atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n° 4 (NR-04), a
organização nomeará um representante da organização dentre seus empregados
para auxiliar na execução das ações de prevenção em segurança e saúde no
trabalho, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados,
por meio de negociação coletiva.
5.4.13.1 No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar as
atribuições da CIPA.
5.4.13.2 O microempreendedor individual - MEI está dispensado de nomear o
representante da NR-05.
68 CIPA
5.4.14 A nomeação de empregado como representante da NR-05 e sua forma de
atuação devem ser formalizadas anualmente pela organização.
5.4.15 A nomeação de empregado como representante da NR-05 não impede o
seu ingresso na CIPA, quando da sua constituição, seja como representante do
empregador ou como dos empregados.
5.5 Processo eleitoral
5.5.1 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes
dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término
do mandato em curso.
5.5.1.1 A organização deve comunicar, com antecedência, podendo ser por meio
eletrônico, com confirmação de entrega, o início do processo eleitoral ao sindicato
da categoria preponderante.
5.5.2 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros
a comissão eleitoral, que será a responsável pela organização e acompanhamento
do processo eleitoral.
5.5.2.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a comissão eleitoral será
constituída pela organização.
5.5.3 O processo eleitoral deve observar as seguintes condições:
a) publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e abertura de
prazos para inscrição de candidatos, em locais de fácil acesso e visualização,
podendo ser em meio físico ou eletrônico;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será
de 15 (quinze) dias corridos;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante em meio físico ou eletrônico; d) garantia de emprego até a eleição
para todos os empregados inscritos;
e) publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos, em locais de fácil
acesso e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico;
f ) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do
mandato da CIPA, quando houver;
g) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados do
estabelecimento; h) voto secreto;
i) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante da organização e dos empregados, em número a ser definido pela
comissão eleitoral, facultado o acompanhamento dos candidatos; e
CIPA 69
j) organização da eleição por meio de processo que garanta tanto a segurança do
sistema como a confidencialidade e a precisão do registro dos votos.
5.5.4 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar
o período de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já
registrados no dia anterior, a qual será considerada válida com a participação de,
no mínimo, um terço dos empregados.
5.5.4.1 Constatada a participação inferior a um terço dos empregados no segundo
dia de votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá
prorrogar o período de votação para o dia subsequente, computando-se os
votos já registrados nos dias anteriores, a qual será considerada válida com a
participação de qualquer número de empregados.
5.5.4.2 A prorrogação referida nos subitens 5.5.4 e 5.5.4.1 deve ser comunicada ao
sindicato da categoria profissional preponderante.
5.5.5 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na
unidade descentralizada de inspeção do trabalho, até 30 (trinta) dias após a data
da divulgação do resultado da eleição da CIPA.
5.5.5.1 Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do
trabalho, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua
correção ou proceder a anulação quando for o caso.
5.5.5.2 Em caso de anulação somente da votação, a organização convocará nova
votação no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de ciência, garantidas as
inscrições anteriores.
5.5.5.3 Nos demais casos, a decisão da autoridade máxima regional em matéria de
inspeção do trabalho determinará os atos atingidos, as providências, e os prazos a
serem adotados, atendidos os prazos previstos nesta NR.
5.5.5.4 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA,
ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.
5.5.6 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os candidatos mais
votados.
5.5.7 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.
5.5.8 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e
apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em
caso de vacância de suplentes.
5.6 Funcionamento
70 CIPA
5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.
5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte -
EPP, graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais.
5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização,
preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma
remota.
5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus membros
observando os turnos e as jornadas de trabalho.
5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes.
5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da
CIPA, podendo ser por meio eletrônico.
5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser
disponibilizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio
eletrônico.
5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando:
a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou
b) houver solicitação de uma das representações.
5.6.5 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA
designarão o secretário responsável por redigir a ata.
5.6.6 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,
quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.6.7 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida
por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de
eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião.
5.6.7.1 Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros 6 (seis) meses do
mandato, a organização deve realizar eleição extraordinária para suprir a vacância,
que somente será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço
dos trabalhadores.
5.6.7.1.1 Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade dos prazos
previstos no processo eleitoral desta NR.
5.6.7.1.2 As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral devem ser
atendidas.
5.6.7.2 No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização indicará o
substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
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5.6.7.3 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares
da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares,
em dois dias úteis.
5.6.7.4 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve ser
compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão.
5.6.7.5 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser
realizado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse.
5.6.8 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.6.8.1 Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação e
o pedido de reconsideração da decisão.
5.7 Treinamento
5.7.1 A organização deve promover treinamento para o representante nomeado
da NR-5 e para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.
5.7.1.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse.
5.7.2 O treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens:
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;
b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes das
condições de trabalho e da exposição aos riscos existentes no estabelecimento e
suas medidas de prevenção; c) metodologia de investigação e análise de acidentes
e doenças relacionadas ao trabalho;
d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos riscos;
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e
saúde no trabalho;
f ) noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos
processos de trabalho; e
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições
da Comissão.
5.7.3 O treinamento realizado há menos de 2 (dois) anos contados da conclusão
do curso pode ser aproveitado na mesma organização, observado o estabelecido
na NR-1.
5.7.4 O treinamento deve ter carga horária mínima de:
a) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 1;
b) 12 (doze) horas para estabelecimentos de grau de risco 2;
c) 16 (dezesseis) horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e
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d) 20 (vinte) horas para estabelecimentos de grau de risco 4.
5.7.4.1 A carga horária do treinamento deve ser distribuída em no máximo 8 (oito)
horas diárias.
5.7.4.2 Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga horária
mínima do treinamento:
a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e
b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4.
5.7.4.3 A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1
e do representante nomeado da NR-05 podem ser realizadas integralmente na
modalidade de ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR-01.
5.7.4.4 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino à
distância deve contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos termos do
subitem 5.7.2.
5.7.4.5 O integrante do SESMT fica dispensado do treinamento da CIPA.
5.8 CIPA das organizações contratadas para prestação de serviços
5.8.1 A organização de prestação de serviços deve constituir CIPA centralizada
quando o número total de seus empregados na Unidade da Federação se
enquadrar no Quadro I desta NR.
5.8.1.1 Quando a organização contratada para prestação de serviços a terceiros
exercer suas atividades em estabelecimento de contratante enquadrado em grau
de riscos 3 ou 4 e o número total de seus empregados no estabelecimento da
contratante se enquadrar no Quadro I desta NR, deve constituir CIPA própria neste
estabelecimento, considerando o grau de risco da contratante.
5.8.1.1.1 A organização contratada está dispensada da constituição da CIPA
própria no caso de prestação de serviços a terceiros com até 180 (centro e oitenta)
dias de duração.
5.8.1.2 O número total de empregados da organização contratada para prestação
de serviços, para efeito de dimensionamento da CIPA centralizada, deve
desconsiderar os empregados alcançados por CIPA própria.
5.8.2 A organização contratada para prestação de serviços, quando desobrigada
de constituir CIPA própria, deve nomear um representante da NR-5 para
cumprir os objetivos desta NR se possuir 5 (cinco) ou mais empregados no
estabelecimento da contratante.
5.8.2.1 A nomeação de representante da NR-05 em estabelecimento onde há
empregado membro de CIPA centralizada é dispensada.
5.8.2.2 O estabelecido no subitem 5.8.2 não exclui o disposto no subitem 5.4.13 quanto
ao estabelecimento sede da organização contratada para a prestação de serviços.
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5.8.2.3 A nomeação do representante da organização contratada para a prestação
de serviços deve ser feita entre os empregados que exercem suas atividades no
estabelecimento.
5.8.3 A organização contratada para a prestação de serviços deve garantir que a
CIPA centralizada mantenha interação entre os estabelecimentos nos quais possua
empregados.
5.8.3.1 A organização deve garantir a participação dos representantes nomeados
da NR-05 nas reuniões da CIPA centralizada.
5.8.3.2 A organização deve dar condições aos integrantes da CIPA centralizada de
atuarem nos estabelecimentos que não possuem representante nomeado da NR-
05, atendido o disposto no subitem 5.6.2.
5.8.4 O representante nomeado da NR-05 das organizações contratadas para a
prestação de serviço deve participar de treinamento de acordo com o grau de
risco da contratante.
5.8.5 A CIPA da prestadora de serviços a terceiros constituída nos termos do
subitem 5.8.1.1 será considerada encerrada, para todos os efeitos, quando
encerradas as suas atividades no estabelecimento.
5.8.6 A organização contratante deve exigir da organização prestadora de
serviços a nomeação do representante da NR-05 prevista no subitem 5.8.2.
5.8.7 A contratante deve convidar a contratada para participar da reunião da CIPA
da contratante, com a finalidade de integrar as ações de prevenção, sempre que as
organizações atuarem em um mesmo estabelecimento.
5.8.7.1 A contratada deve indicar um representante da CIPA ou o representante
nomeado da NR05 para participar da reunião da CIPA da contratante.
5.9 Disposições finais
5.9.1 A contratante adotará medidas para que as contratadas, suas CIPA, os
representantes nomeados da NR-05 e os demais trabalhadores lotados naquele
estabelecimento recebam informações sobre os riscos presentes nos ambientes
de trabalho, bem como sobre as medidas de prevenção, em conformidade com o
Programa de Gerenciamento de Riscos, previsto na NR-01.
5.9.2 Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no estabelecimento
à disposição da inspeção do trabalho pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos.
5.9.3 Em havendo alteração do grau de risco do estabelecimento, o
redimensionamento da CIPA deve ser efetivado na próxima eleição.
DISPOSIÇÕES FINAIS
5.52 (Revogado pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011)
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CRÉDITOS
Fabiane Franciscone
Diretora Regional
Sidinei Rossi
Gerente Executivo de Educação
Anielli Santiago
Revisão Ortográfica e Gramatical
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