Trabalho Epistemologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

Tainã Deliberai Santana

Leitura do texto Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada

Cuiabá
2012
Tainã Deliberai Santana

Leitura do texto Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada

Trabalho final de Disciplina Epistemologia;


requisito de provação em Disciplina; Universidade
Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências
Humanas e Sociais, Departamento de Filosofia.
Docente: Breno Ricardo Guimarães
Santos

Cuiabá
2012
Tainã Deliberai Santana

Leitura do Texto Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada

Trabalho Final de Disciplina Epistemologia,


apresentado como requisito para aprovação em
disciplina. Universidade Federal de Mato Grosso.

Data de aprovação: 17/05/2021

Banca Examinadora

Prof. Dr. Breno Ricardo Guimarães Santo


Universidade Federal de Mato Grosso
RESUMO

É histórico o esforço que filósofos vem empregando na solução das questões


acerca do conhecimento humano. No início da ciência, mais precisamente
trabalhada por Hilary Kornblith a época e as considerações de René Descartes, as
dificuldades eram outras das que são encontradas pelo filósofo contemporâneo no
fim do século XX. O diálogo sobre qual a forma que deve ser tratada as questões a
fim de solucioná-las se dá entre a epistemologia tradicionalista e a epistemologia
naturalizada, da qual Hilary Kornbliht é partidário. O que se observa é a constatação
de que há uma alternativa epistêmica que pretende modificar a estrutura de relação
com o conhecimento. Essa proposta naturalizada recebe suas críticas, mas sustenta
que independente do labor, a proposição precisa ser verificada sob responsabilidade
de renunciar a informações que podem se revelar úteis às questões sobre o que é,
como é possível, e o que precisa para alcançar o conhecimento.

Palavras-chave: Epistemologia. Epistemologia tradicionalista. Epistemologia


naturalizada. Conhecimento. Hilary Kornblith. René Descartes. Ciência.
Sumário

1 Introdução........................................................................................ 5

2 Leitura do Texto Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada.. 6

3 Conclusão....................................................................................... 12
5

Introdução

Hilary Kornblith1 é estadunidense formado em Filosofia pela Universidade de


Cornell situada em Nova Iorque onde recebeu o título de PhD. Sua área de atuação
é sobre a epistemologia naturalizada, da qual trata no texto Em Defesa de uma
Epistemologia Naturalizada, presente no livro Compêndio de Epistemologia
organizado por John Greco e Ernest Sosa 2. Em seu texto, o autor trabalha o estado
científico e epistemológico a partir de uma comparação histórica que, segundo ele,
permite identificar a evidente oportunidade que a epistemologia pode encontrar
procurando na ciência resoluções para os seus problemas mais antigos. À essa
nova abordagem dá-se o nome de epistemologia naturalizada, surge no início do
século XX, mas só ganha força no fim deste século.

O trabalho de Kornblith propõe-se em considerar tanto as vantagens quanto


as desvantagens de uma epistemologia naturalizada, os seus críticos são os
filósofos adeptos da filosofia tradicional. O autor inicia sua referência teórica em
René Descartes (1596) e explica como a disposição das informações influenciam a
medida de abordagem epistêmica a fim de que sejam mais bem aproveitadas.
Apresenta os argumentos dos filósofos tradicionais e sustenta seu otimismo apesar
de não encontrar respostas em defesa de sua vertente empírica frente à algumas
das questões críticas apresentadas. Apenas se dirige como algo novo a ser
explorado, e por essa razão de inexplorado é que se deve abordar.

O que torna a epistemologia naturalizada controversa é sua principal


característica. Diferentemente da epistemologia tradicional, a naturalizada pretende
ser fundamentalmente empírica. Considera a questão conceitual acerca do
conhecimento uma fonte de incorreções em que historicamente foi elaborada sem
conclusões significativas3. Kornblith, busca em fontes empíricas aquilo que possa

1
As informações biográficas coletadas sobre Hilary Kornblith foram encontradas no sítio: Home (google.com)
em 16/05/2021.
2
GRECO, John; SOSA, Ernest (org.). Compêndio de Epistemologia. Edições Loyola. São Paulo. 2012.
3
KORNBLITH. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio de Epistemologia (GRECO; SOSA).
Edições Loyola. São Paulo. 2012.
6

por fim indicar o que pode ser considerado conhecimento. Seu método é investigar
os conhecimentos considerados consolidados. Essa alternativa de pesquisa incorre
em outra crítica a respeito da localização epistemológica na faculdade da razão
humana, se é filosófica ou científica. O autor consente que as duas vertentes têm
suas importâncias e somente com o avanço histórico será possível identificar qual
delas alcançará bons fundamentos, portanto, Kornblith, conclui seu texto com uma
mensagem confiante sobre a epistemologia naturalizada.

Leitura do Texto Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada.

Embora o conhecimento tenha um alto valor humano, dizer que se conhece


algo é de dificuldade da mesma proporção do seu valor. Isso porque é preciso aferir
com a mesma faculdade o que se pode e o que não se pode conhecer. À esta
faculdade, a razão, é atribuído o desígnio de avaliar se tal crença é fundacional.
Pretende-se pelo uso da razão definir o que se pode conhecer e o que não se pode
conhecer. É o caso de René Descartes, citado por Hilary Kornblith no texto Em
Defesa de uma Epistemologia Naturalizada 4, que se priva de suas noções sobre o
mundo e assente somente as quais permaneçam na condição de indubitável.
Kornblith, reconhece a dificuldade do esforço empreendido por Descartes. Há nessa
tentativa a atividade racional de se eximir do contexto em que envolve, o estado
psicológico e do ambiente para tornar a apreender o mundo na condição inicial 5.

Esse exercício permitiu resultados à epistemologia e ao início científico, pois,


no mínimo, incorreu em suprimir preconceitos e na utilidade de permitir novas
perspectivas por meio da dúvida hiperbólica cartesiana. Apesar dessa contribuição,

4
KORNBLITH, H. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio de Epistemologia (GRECO;
SOSA). Edições Loyola. São Paulo. 2012.
5
Ibid., p. [A página do texto em PDF não está disponível. “S/L”?]
7

tal exercício não define se o mundo está além da sensibilidade apreendida pela
razão humana, nem qual o limite decorrente do perspectivismo ao qual gera a
dúvida hiperbólica, pois resulta numa crença. Ao mesmo tempo, o fundacionalismo
oferece uma resposta racional à apresentação do mundo, de que tais condições lhes
são próprias da forma como são. Este foi o êxito do cogito, ainda que a razão possa
não observar o mundo em sua totalidade, “penso”, e deste pensar, Descartes, deduz
interior e exterior, razão e mundo (Kornblith, 2012). Esta é uma resposta suficiente
para que o ser humano empreenda cientificamente, mesmo que o mundo exterior
não se lhe desvele totalmente, mas satisfaz pela razão e à razão, a sua existência.

Por conseguinte, o pensamento é uma condição de existência na filosofia


cartesiana. Quando Descartes diz: “penso, logo existo” 6 (cogito ergo sun), eleva o
pensamento à existência, e com ele, as crenças fundacionais, ou seja, o
conhecimento. Assim toma o conhecimento ao grau mais elevado da condição
humana. Com isso, o conhecimento compreende o entendimento do mundo exterior
permitido a partir do estado racional. Faz da atividade da razão o desvelar do
mundo, em uma relação com o conhecimento de tal forma que aquele apresente
este. Descartes ensejou o surgimento da ciência justificada pela razão. Tal qual, o
mundo exterior, nos parâmetros da razão, tendo identificado ou não os seus limites,
está dentro dos limites da razão.

Um problema que Kornblith apresenta para a questão epistemológica é a


crença. O autor, antecipa a epistemologia à ciência numa formulação teórica que
subsidia o processo empírico como meio de estabelecer padrões de crença que
satisfaçam o desenvolvimento científico. Para isso, apresenta: “o único processo
racional [é] rejeitar todas as crenças sobre as quais podemos estar errados e
reconstruir nosso corpo de crenças desde o princípio.” 7. Para tanto, o fundamento do
conhecimento deve ser indubitável, assim, suas inferências devem corresponder a
conclusões verdadeiramente garantidas, pretende que uma vez que uma crença é
identificada como errada possa estabelecer outra em que não há incorreções. Esta
tarefa epistemológica é desafiadora, Kornblith, concorda que essa proposta incorre

6
DESCARTES, R. Discurso do Método. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo. 2009. Pág. 59.
7
KORNBLITH, H. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio de Epistemologia (GRECO;
SOSA). Edições Loyola. São Paulo. 2012.
8

no ceticismo pelos próprios méritos do método, do princípio da inferência e a


fundamentação.

Frente à impossibilidade do fundacionalismo cartesiano que não subsistiu à


dúvida, Kornblith, expressa a necessidade de se apresentar uma teoria
epistemológica que esteja além de um processo de revisão sobre abordagens
conceituais que acabem por tornar inócuo o discurso sobre o conhecimento. A
contribuição de Descartes trouxe embasamento suficiente a seu tempo. Diante da
necessidade de novo método é que a epistemologia naturalizada surge como uma
reformulação da epistemologia a fim de dar conta das questões que não foram
possíveis de serem superadas com o método cartesiano. Com esse objetivo a
epistemologia naturalizada toma uma nova abordagem ao conceito de conhecimento
e da própria relação de conhecer. Kornblith, apresenta, em seu entendimento, qual é
o objetivo dessa epistemologia.

O que faz a epistemologia naturalizada é em vez de buscar o conhecimento


pela supressão hiperbólica, a priori, a fonte da qual provirá sua matéria é do meio
científico, a empiria. Segundo Kornblith, essa abordagem se respalda na crença de
que a humanidade obteve algum conhecimento ao decorrer histórico científico, não
aceitar essa condição inviabiliza a continuidade da busca de uma fundamentação
epistêmica. O autor diz que dentre os conhecimentos científicos que são
considerados como “disposição estável” têm em comum uma “propriedade
relacional”8. O caso é identificar dentre eles quais as características de cada tipo e o
que neles tem de comum. A pretensão é evitar que aquilo que se considera como
conhecimento seja fundamentado na crença, esta questão é entregue à ciência,
para encontrar o “reflexo exato do ambiente do agente”.

A epistemologia naturalizada lança mão da definição conceitual. Se preocupa


com o fenômeno do conhecimento. Como dito, no meio científico, mas considerando
as relações sociais de conhecimento, psicológicas, biológica etc., invertendo o
campo de atuação. Ao revés de formar as condições teóricas conceituais para dar
início a pesquisa científica, agora colhe daquilo que a ciência desenvolveu o que lhe
pode ser útil para uma concepção habitual de conhecimento. Essa alternativa em

8
KORNBLITH, H. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio de Epistemologia (GRECO;
SOSA). Edições Loyola. São Paulo. 2012.
9

indicar o fenômeno ao invés de produzir o conceito salta a dificuldade improdutiva


epistemologicamente, pois, acredita Kornblith, é evidente que a humanidade produz
crenças verdadeiras seja qual for o conceito de conhecimento 9. Portanto, a
viabilidade em alternar a abordagem da atividade da faculdade epistêmica, para ele,
é promissora.

Esse entendimento otimista sobre a epistemologia naturalista ocorre pela


condição epistêmica não precisar ser aprimorada, cabe somente a identificação
daquilo que foi desenvolvido. Diz:

se nossa condição epistêmica fosse suficientemente ruim, se


houvesse razão para pensarmos que nossos poderes epistêmicos
simplesmente não são capazes de produzir confiavelmente crenças
verdadeiras, então uma pequena mudança em nossas práticas epistêmicas
poderia ser necessária, já que qualquer mudança que fôssemos capazes de
fazer não seria útil para atingirmos o conhecimento (KORNBLITH, 2012, p.
[]).

Expressa seu otimismo com a exposição do avanço científico sustentando


dessa forma sua crença de que muito se conhece sobre o mundo, mas demonstra
cautela ao salientar que erros graves podem ocorrer e aponta a aquisição de
crenças não refletidas, chamando a atenção para concepções habituais. Outro
benefício dessa alternativa de abordagem, observada pelo autor, está relacionado
ao desenvolvimento do conhecimento, no qual seria possível fazer ajustes e
correções com fins de alcançar estados de conhecimento do qual se tenha maiores
dificuldades, ou mesmo do qual não se esteja capacitado (KORNBLITH, 2012).

Diferente de como Descartes se encontrava em relação à ciência, a


epistemologia naturalizada apresentada por Kornblith está diante de uma ciência
que se desenvolveu por mais de três séculos e que, segundo ele, pode trazer
benefícios para a compreensão epistemológica. Ao se dar conta dessa mudança,
percebe que não é mais preciso buscar fundamentos fora da ciência, mas é nela que
a epistemologia pode encontrar seus fundamentos mais seguros. É preciso perceber
como se encontra a relação epistêmica com o desenvolvimento científico e situar-se
sobre como essa relação mudou a abordagem sobre a crença e o que pode ser

9
Ibid., p. []
10

considerado conhecimento. A alternativa encontrada pela epistemologia naturalizada


permite sobressair da dificuldade do encontro conceitual epistemológico para a
ciência e passa a buscar suas concepções epistêmicas a partir dela própria.

Essa mudança de paradigma epistêmico que altera o campo de investigação


conceitual que pretendem responder às questões a respeito do que é o
conhecimento, como ele é possível e o que é preciso para obtê-lo, por vias a priori
para fontes empíricas disponíveis na ciência, encontra dificuldades para sustentar a
validade dessa abordagem. As questões a serem superadas são relacionadas à
situação da epistemologia naturalizada em se estabelecer como uma filosofia ou
parte da ciência. Se manter a abordagem científica, isto é, empírica, alguns filósofos
tradicionalistas salientam que existem questões às quais necessitam de resoluções
antes de que se possa iniciar algum tipo de debate. Enquanto, Kornblith, aponta
para a disponibilidade de novas informações científicas que podem ser de utilidade
para o desenvolvimento epistemológico de uma nova forma.

Contudo, os que se opõem ao naturalismo, os filósofos tradicionais, como


expõe Kornblith, dizem que a questão “o que é conhecimento?” se trata não de uma
objetividade do mundo, mas da perspectiva conceitual do conhecimento humano.
Em relação à possibilidade do conhecimento, a crítica indica uma má interpretação
do problema pelos naturalistas, e sugerem que a solução seria a partir de uma
reconstrução lógica do conhecimento. Enquanto responder à questão sobre como é
possível o conhecimento, os que são contra a epistemologia naturalizada
argumentam que se trata de os objetivos cognitivos serem alcançados para que se
possa ter conhecimento10.

A resposta que Kornblith oferece aos argumentos tradicionalistas é de que a


epistemologia naturalizada não detém um amparo teórico para afirmar a viabilidade
dessa atividade. Se trata de uma observação epistemológica em busca de soluções
para responder às questões a respeito do conhecimento da qual identifica a ciência
em um outro estado, diferente daquele vivenciado por Descartes, mas agora com
informações empíricas interessantes, no ponto de vista naturalista, que pode
contribuir com a resolução dos problemas epistemológicos por meio empírico, e

10
KORNBLITH, H. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio de Epistemologia (GRECO;
SOSA). Edições Loyola. São Paulo. 2012.
11

mesmo que não se encontre tais soluções, o argumento do autor está direcionado à
uma abordagem da qual o labor por si é válido. Se o problema ao qual se encontra
sem resolução por séculos, uma alternativa pode ser frutífera.

De qualquer modo, a ocorrência da confrontação dessas questões, indica que


a epistemologia tem em suas atividades a origem tanto a priori quanto empírica. Se
está correto que existem algumas questões que não podem ser estabelecidas a
priori, de mesma forma, no ponto de vista de Kornblith, não está errado que a
ciência possa contribuir para com o desenvolvimento epistêmico. Essas questões
podem ser complementares, a intenção do autor é de que ambas sejam abordadas,
pois a informação está disponível, cabe à epistemologia verificar a sua utilidade.
Com isso, o debate sobre a localização da epistemologia no campo da faculdade
humana se torna trivial, argumenta Kornblith. Os adeptos ao naturalismo não
distinguem os limites entre a ciência e a filosofia. Abster das informações empíricas
“nada se ganha e tudo se perde”11.

O resultado desse debate invariavelmente virá com o processo histórico


científico. Somente então poderá ser aferida a contribuição oferecida por cada uma
delas. Ambas as vertentes epistemológicas têm seus méritos em apresentar as suas
questões, a cada uma a sua importância, garante o autor. Com ares de desafio,
Kornblith, manifesta seu otimismo para com a sua promissora epistemologia
naturalizada, em detrimento da epistemologia tradicionalista, e augura sua solidez.

Conclusão

11
KORNBLITH, H. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio de Epistemologia (GRECO;
SOSA). Edições Loyola. São Paulo. 2012.
12

Há séculos os termos a respeito do conhecimento vem sendo pauta na


filosofia por diversas abordagens e diferentes autores. A epistemologia se
desenvolveu ao longo da história e permitiu, segundo Kornblith, algum avanço em
seu conteúdo. É evidente que as condições científicas à época de René Descartes
são diferentes das que Kornblith encontra. Essa disposição motiva o autor em
defender a vertente da epistemologia naturalizada. Segundo ele, a ciência que o
encontra oferece informações importantes que possam servir de concepções
fundacionais à epistemologia. Essa abordagem altera não só a atividade epistêmica,
mas suas preocupações. A epistemologia naturalizada não pretende dar conta do
conceito de conhecimento, mas identificar aquilo que pode ser considerado
conhecimento e o que não pode ser considerado a partir do fenômeno. A ciência
pode conter, além disso, fundamento para instruções epistemológicas ainda não
alcançadas.

Os desafios a serem superados são mencionados por seus opositores que


são de uma epistemologia tradicional. Kornblith, reconhece as críticas elencadas por
esses filósofos. Suas manifestações dizem respeito a como a epistemologia
naturalizada pretende encontrar subsídios para as questões sobre como o
conhecimento é possível, o que é, e o que se deve fazer para alcançá-lo. As
considerações tradicionalistas dizem que o problema do que é o conhecimento não
se trata do fenômeno mundano, mas acerca da aptidão humana em conhecer; que a
possibilidade do conhecimento está diante de uma reconstrução lógica; e que
alcançar o conhecimento depende de um objetivo a ser superado. Essa
apresentação tradicionalista afirma que é equivocada a abordagem fenomênica do
conhecimento sobre a ciência feita pela epistemologia naturalizada.

O argumento que Kornblith expõe em defesa da epistemologia naturalizada é


o de que a ciência mudou ao longo da história e que é evidente a quantidade de
novas informações disponíveis. Que os conhecimentos consolidados têm uma
característica em comum identificável e que pode ser utilizada como meio de formar
uma concepção daquilo que é ou não conhecimento. No entanto, salienta que erros
graves podem ocorrer e que hábitos devem ser cuidados, mas expressa seu
13

otimismo com a nova abordagem empírica. Diz que não dar atenção à essa fonte
que está repleta de informações é perdê-la sem conhecer o que são, um
contrassenso para o autor.

REFERÊNCIA

KORNBLITH, Hilary. Em Defesa de uma Epistemologia Naturalizada. In: Compêndio


de Epistemologia (GRECO; SOSA). Edições Loyola. São Paulo. 2012.

DESCARTES, Réne. Discurso do Método. Editora WMF Martins Fontes. 4ª edição.


São Paulo. 2009.

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