O Pentateuco
O Pentateuco
O Pentateuco
Fortaleza, 2001
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
1. PENTATEUCO
1.1. Significado
1.2. Autoria
1.3. Divisão
2. GÊNESIS
2.1. Origem
2.2. Significado Bíblico
2.3. Propósitos
2.4. Conteúdo
2.5. Resumo
3. UMA ANÁLISE DO GÊNESIS – A CRIAÇÃO
3.1. A Criação Primitiva
3.1.1. Os agentes desse “Princípio”
3.1.2. A Semana da Recriação
3.1.3. A Formação do Homem
4. ÊXODO
4.1. Título do Êxodo
4.2. Autoria do Êxodo
4.3. Esfera de Ação do Êxodo
4.4. Tema do Êxodo
4.5. Propósito do Êxodo
4.6. Divisão do Êxodo
5. UM RESUMO DO ÊXODO – A OPRESSÃO
5.1. A Estada no Egito
5.2. Sob o jugo da Escravidão
5.3. O Nascimento de Moisés
6. O ÊXODO E A MARCHA PARA O SINAI
6.1. A Marcha
6.2. Israel Defronte do Mar Vermelho
6.3. O Maná e o que Ele nos Ensina
6.4. As Jornadas até o Sinai
6.5. A Entrega da Lei ou Concerto
6.5.1. A Permanência no Sinai
7. LEVÍTICO
7.1. Título de Levítico
7.2. Autoria de Levítico
7.3. A Importância do levítico
7.4. Data do Levítico
7.5. Propósito do Levítico
7.6. Objetivo do Levítico
7.7. Tema do Levítico
7.8. A Divisão do Levítico
7.9. O Valor Permanente do Levítico
7.10. Ponto de Vista do Levítico
8. A ESTRUTURA DO LEVÍTICO
8.1. A Mensagem Central
9. ESBOÇO DO LEVÍTICO
9.1. A Base da Comunhão “O Sacrifício”
9.2. O Andar em Comunhão (A separação)
10. UMA ANÁLISE DO LIVRO
10.1. O Caminho Mediante os Sacrifícios
10.2. A Lei do Sacerdócio
10.3. A Limpeza do Povo
10.4. O Altar
10.5. A Higiene do Povo
10.6. Os Sacerdócios
10.7. As Festas
10.8. A Terra
11. NÚMEROS
11.1. Título dos Números
11.2. O Caráter dos Números
11.3. O Ensino dos Números
11.4. A Divisão dos Números
11.5. Esboço de Números
12. DEUTERONÔMIO
12.1. Tema do Deuteronômio
12.2. Autor do Deuteronômio
12.3. Propósitos do Deuteronômio
12.4. Assunto do Deuteronômio
12.5. Esboço do Deuteronômio
13. BIBLIOGRAFIA
1. O PENTATEUCO
Significado – Autoria - Divisão
A palavra PENTATEUCO tem sua origem no idioma Grego sendo formada pelos
vocábulos, “penta” = cinco e “teuchos” = livros, tomos, volumes.
2.1. Significado
Na linguagem bíblica significa os cinco primeiros livros do Velho Testamento. Os
judeus chamavam de Torá (do hebreu Torah) a Lei Mosaica ou o livro que a encerra -
o Pentateuco.
Este nome foi adotado, entre nós, por causa de uma tradução do Antigo
Testamento, feita do hebraico para o grego, por hebreus de Alexandria, chamada
“Septuaginta”. Este fato, teria acontecido por volta do século terceiro antes do
nascimento de Cristo.
Nós usamos, simplesmente, os nomes impostos pelos gregos, que de maneira
graciosa lhes caracterizaram pelo conteúdo: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio.
1.2. Autoria
Desde a mais remota antiguidade foi considerado seu autor o próprio Moisés,
sendo ainda, protagonista dos quatro últimos livros. Várias citações nos livros
posteriores, apontam de maneira irrefutável, para o autor do Pentateuco: “Está escrita na
lei de Moisés” ou “no livro de Moisés” ou ainda “no volume da lei de Moisés”, sem
mencionar o livro de Josué que é sua continuação imediata e seu complemento
(Js.8,31;23,6; 1Rs 2,3; 2Rs 14,6; 2Cr 23,18; 25,4; 35,12; Ed 3,2; 6,18; Dn 9,11).
O Novo Testamento nos apresenta a convicção de que Moisés é o autor da Lei,
difundida e radicada entre os judeus; o próprio Jesus Cristo, bem como os apóstolos
assim admitem e confirmam (Mt 8,4; Mc 12,26; Lc 20 e 37; Jo 5,46 e 47; At 15,21; Rm
10,5).
1.3. Divisão
Como foi referido anteriormente, a divisão do Pentateuco em cinco livros, se deu
por ocasião da tradução chamada “Septuaginta”, remetendo aos nossos dias o que
adiante se segue:
O Gênesis – Encerra a criação do universo (céus, terra, água, ar) e do governo
humano (Adão, Eva e sua descendência, o povo hebreu até sua ida para o Egito) por
Deus, que se revela à sua criação, de forma onisciente, onipresente e onipotente;
O Êxodo – Relato minucioso da libertação do povo hebreu da escravidão no
Egito, da sua condução até o sopé do Monte Sinai onde Moisés recebe de Deus as
Tábuas da Lei (religiosa e civil) por meio de um pacto sagrado (testamento) para se
constituírem em povo eleito de Deus (Javé) e da sua peregrinação pelo deserto em busca
da terra prometida – a Canaã;
O Levítico – Trata da regulamentação do culto religioso dos hebreus no
Tabernáculo à maneira de ritual, sendo a tribo dos levitas separada por Deus para
executar esse trabalho no santuário.
2. GÊNESIS
2.1. Origem
2.4. Do Conteúdo
O Gênesis abrange uma período muito longo, desde Adão até o estabelecimento
de Israel no Egito, como nação, temos aproximadamente três milênios, sem levar em
conta as primeiras origens de todas as coisas, tais como o firmamento e seus astros, sol,
lua etc.
Podemos dividir em duas partes a genealogia de que trata o Gênesis, a primitiva
(Caps. 1-11) e a patriarcal (Caps. 12-50). Os primeiros capítulos, tratam do preparo e da
escolha de uma família, os demais, por sua vez, traçam a história dessa família que se
inicia com a chamada de Abraão e vai até a morte de José no Egito.
2.5. Resumo
1o Dia
“Disse Deus: haja luz, e, houve luz” (3). Deus começa sua obra com a iluminação
do seu campo de ação. A luz é elemento essencial à vida. Não se trabalha no escuro,
sem luz – condição fundamental de toda a obra (cientificamente provado) tudo é
confuso. Antes reinava a escuridão, as trevas, a luz impôs ordem ao caos. O versículo 3 o
revela relação entre o movimento do Espírito (luz) sobre a matéria inerte (caos) e o
efeito nela produzido. É uma figura do que ocorre no milagre da conversão operada no
pecador pelo Espírito Santo.
2o Dia
“E chamou Deus ao firmamento céus” (6.8). Firmamento ou expansão foi como
Deus denominou o segundo elemento criado; foi a separação da matéria gasosa da qual
da qual surgira a luz. O que Deus chama de “expansão” ou “céus”, não significa
somente a atmosfera em volta da terra, mas toda a “grande câmara” universal onde o
sol, a lua e as estrelas se localizam.
O salmo 148.4, nos remete a “ céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus”,
isto é matéria gasosa que está sobre os céus conforme afirma o salmista e aquelas água
“embaixo”, que incluem as nuvens da atmosfera, bem como os mares e os oceanos.
Toada esta inexplicável beleza, proclama a glória de um Criador que sabiamente dispôs
todas estas coisas, tirando-as do nada com um simples FAÇA-SE!
3o Dia
Aparecimento da terra firme (9.13). Surge agora o terceiro dia. Neste dia o
movimento está ligado a gravitação envolvendo tudo e todas as demais forças que
começam a concentrar forças debaixo do firmamento à volta dos inúmeros centros, um
dos quais passa a ser o nosso globo – a Terra.
Outro trabalho vem se desenvolvendo, “pari passo” neste terceiro dia: o
surgimento das plantas (11,12).
Para que a terra pudesse receber seus habitantes Deus cria as plantas, com sua
inúmeras variedades e finalidades.
4o Dia
A organização do Sistema Solar (14.19). Desse período é a organização do nosso
sistema solar. Na primitiva astronomia de Moisés, surgem o sol, a lua e as estrelas
(englobando todos os demais astros do firmamento). A função primordial dos dois
astros principais sol e lua é controlar dias e anos estabelecendo os calendários de
marcação do tempo. O sol, indica os dias e os anos; a lua, as semanas e os meses; e, as
estrelas, indicam as estações.
5o Dia
O surgimento da fauna marinha (20.23). Neste quinto dia surgem os habitantes
das águas, os peixes grandes e pequenos e também todas as variedades de aves.
6o Dia
A criação dos animais terrestres (24.25). Esses animais, à semelhança dos
demais, também fazem parte da criação de Deus. Nascem na terra e na terra vivem.
Dividem-se em três grupos distintos: gado ou animais domésticos; feras ou animais
selvagens; e, répteis, que se arrastam o ventre pelo solo.
7o Dia
“E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou” (2.3). O sétimo dia da criação foi
diferente dos demais, pois foi por Deus santificado. O Senhor contemplou toda sua
obra, em profundidade e extensão, e, verificando que ser boa, prazerosamente,
descansou. O verbo descansar aqui, não significa, o descanso do trabalhador comum da
faina diária, mas sim que o Senhor repousou sobre a magnitude da sua obra, não por
cansaço e sim por puro prazer de vê-la concluída. Bendisse o dia que lhe proporcionou
tamanho comprazimento, distinguindo-o dos demais dias consagrando-o ao repouso
corporal e ao culto Divino.
● Jardim do Éden
Segundo os estudiosos e teólogos, que têm na Bíblia Sagrada sua fonte de
pesquisas, o jardim do Éden, ficava no sudoeste da Ásia, ao sul da Mesopotâmia, bem
próximo ao país que hoje é chamado de Armênia, entre os rios Tigre e Eufrates. Toda a
nossa civilização tem sua origem e procede daquela região. Após o aparecimento do
pecado o jardim do Éden foi completamente destruído e sua geografia estética
modificada, pois dos quatro rios que banhavam o Éden, somente dois restaram
conhecidos.
● Eva
Vendo o Senhor que Adão estava triste e só, disse: “Não é bom que o homem
esteja só” (Gn.1.18) e providenciou-lhe uma companheira, tirando-a do seu próprio
corpo. Aqui reproduzimos interessante nota a esse respeito: “A mulher não foi tirada da
cabeça de Adão, para não o dirigir; nem tampouco dos pés de Adão, para este não a
espezinhar; todavia Eva foi tirada da sua costela, do seu lado, para que Adão a tivesse
por companheira, para que ambos se amassem, comungassem e servissem um ao outro,
em perfeita harmonia de vida”.
● A Serpente
Para muitos estudiosos das Sagradas Escrituras, a serpente não tinha esse aspecto
repugnante, dos nossos dias; pelo contrário era dotada de extrema beleza e andava ereta.
A sua cintilante beleza muito contribuiu para que Satanás a usasse para tentar Eva.
Através da indução da serpente, Adão e Eva acreditaram que se comessem da árvore
que estava no meio do jardim, seriam iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. Ledo
engano! Satanás servindo-se da beleza de uma serpente, astutamente, consegue executar
o seu plano!
● Folhas de Figueira
Adão e Eva, despertados pelo pecado, temeram a Deus. Dominados pela emoção
da vergonha e do medo, tentaram fugir da presença do Senhor; descobrindo a nudez,
usaram do artifício de cobrirem-se com folhas de figueira, na tentativa vã de
esconderem-se da ira do Senhor. A atitude de Adão e Eva, revela o descobrimento de
uma nova, cruel e irreversível realidade.
● Promessa de Livramento
O versículo 15 do capítulo 3 encerra a maior e mais gloriosa promessa de Deus –
um Redentor. Neste momento a luz da esperança começou a brilhar. Todas demais
promessas foram feitas em consequência desta. Tudo que esta na Bíblia Sagrada, todos
os acontecimentos, giram em torno do cumprimento desta profecia. A Bíblia contem a
história do mundo, ou do homem, mas sim a história da redenção do homem.
● A Semente da Mulher
Semente dá a idéia de uma unidade reprodutora. E assim era. No versículo 15 a
descendência (matriz) da espécie – humana ou animal – é considerada como semente.
Está lavrada a sentença de Deus! Duas sementeiras, inimigas entre si! Sementeira no
sentido botânico e também popular é a árvore devidamente preparada para fornecer
sementes para propagação da sua espécie. A semente do mal
(serpente/satanás) não iria prevalecer contra a semente do bem (a mulher/humanidade),
e dela, mulher (sementeira) viria a vitória contra o pecado. A partir de Gênesis, Deus
começa a preparar a humanidade para receber o Redentor, Jesus Cristo, que viria
esmagar a cabeça da serpente - Satanás.
● A Sentença do Homem
De agora em diante (3.19) o homem dependeria do seu próprio esforço para
sobreviver. Teria que cultivar a terra e extrair dela o pão de cada dia, o seu sustento.
Antes do pecado isso não acontecia! A terra produzia naturalmente os alimentos para os
nossos primeiros pais. O versículo 19 é claro: “No suor do teu rosto comerás o teu pão,
até que tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Assim, apenas o corpo, a matéria vil, volta para a terra, todavia o espírito, volta para
Deus, para o controle de Deus (Ec. 12.7).
● Os Filhos de Deus
Os “filhos de Deus” seriam, naturalmente, aqueles em que se via refletida a
santidade divina, ao passo que “filhas dos homens” seriam aquelas consideradas
“corruptas”. Naquela época haviam duas raças distintas: os descendentes de Sete e os
descendentes de Caim. Segundo alguns escritores de nossa época, os “filhos de Deus”
seriam os descendentes de Sete e as “filhas dos homens” a descendência de Caim.
● A Arca de Noé
Deus na sua infinita misericórdia, concedeu ao homem, ainda um prazo de 120
anos, durante os quais a justiça Divina foi pregada (2Pe 2.5), mas, sempre rejeitada. A
arca foi construída, o tempo cumpriu-se, as águas chegaram e então os zombeteiros e os
corruptos, do lado de fora da arca, pereceram (Hb.11.7).
Após o dilúvio a arca pousou sobre um dos montes armênios e foi descendo ao
solo a medida que as águas baixavam, parando no sopé do monte – o monte Ararate.
Esse lugar, segundo a tradição que lhe conservou a origem do fato, é conhecido pelo
nome de “Naxuana” – ou lugar da descida da arca. E também, segundo a arqueologia,
foi aí que se reconstituiu a geração humana.
● Semeadura e Colheita
O Senhor abençoa a Noé e a sua descendência, “frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra”.
A ordem cósmica não será mais perturbada por outro dilúvio (9.11). Isso era
motivo de grande consolação para Israel, cuja concepção cosmogônica (cosmogonia -
ciência que trata da origem e evolução do Universo) o levava a se considerar cercado de
água; por cima, o oceano celeste; em torno o oceano terrestre; por baixo o oceano
subterrâneo.
Noé torna-se o novo cabeça da humanidade que recomeça e Deus renova na sua a
pessoa as bênçãos dadas a Adão.
O homem é novamente constituído cabeça da criação, a qual porém, lhe será hostil
de agora em diante: “Criado à imagem e semelhança de Deus, recebeu o homem a
ordem de submeter a si, a terra com tudo que contém, e de governar o mundo na justiça
e na santidade, e, reconhecendo Deus como criador universal, orientar-se a si e ao
universo para ele” (Gn 34).
Querendo Deus infundir nos homens o mais vivo horror pelo derramamento de
sangue humano, proíbe não só comer a carne de animais sufocados, cujo sangue não
saiu, mas diz que punirá até os animais que derramarem sangue humano. Portanto muito
mais severamente punirá o homem. Era crença que o sangue era a sede da vida,
reservada unicamente a Deus, donde a proibição de alimentar-se dele ou derramá-lo.
“E o arco estará nas nuvens...” O arco-íris preexistiu ao dilúvio, mas Deus
escolheu-o como sinal e lembrança visível da promessa de não mais enviar aquele
cataclismo. A aliança que Deus estabelece com Noé abrange ainda toda a humanidade e
toda a criação, diferentemente da que, mais tarde, estabelecerá com Abraão e Moisés.
● Fé admirável de Abraão
Depois da batalha que derrotou os reis, Abraão ficou preocupado e temeroso. Por
isso, Deus lhe deu em uma visão a certeza de que Ele mesmo era o escudo e o galardão
de Abraão. Em resposta a essas palavras de consolo, Abraão, relembrou a Deus que não
tinha filhos, e, portanto, nenhum herdeiro. Assim sendo, ele adotaria um dos seus servos
para se tornar o seu herdeiro. O senhor rejeitou a idéia e prometeu a Abraão que “...mas
aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro”(15.4); e teria uma descendência
inumerável. A grandeza de Abraão está no fato de ter tido fé em Deus. É essa fé em
Deus que lhe foi imputada por justiça (15.6). Era esse o tipo de fé que Abraão tinha,
confiante, obediente e submisso. Deus viu a fé sincera de Abraão expressa naquela
atitude e lha imputou por justiça. O termo “justiça” significa estar num relacionamento
correto com Deus e com sua vontade (6.9;Jó 12.14 ss).
● Abraão – Sara – Agar
Abraão já estava com 90 anos, e, a promessa de Deus “...de te farei uma grande
nação!” (12.2), não se cumpria. Persuadido por Sara, e na ansia de ver cumprida a
promessa que Deus lhe fizera de ver sua própria descendência, Abraão toma Agar serva
egípcia de sua esposa como concubina e com ela gera um filho que foi chamado de
Ismael. O nascimento de Ismael gerou grande desarmonia e muita tribulação no seio da
família de Abraão. Hagar, vendo que tinha concebido desprezou sua senhora. A atitude
de Abraão tentando antecipar a vontade de Deus gerou no Senhor aborrecimento. Por
treze anos Abraão não ouviu a voz de Deus. Abraão reconhecendo ter incorrido em erro
disse a Sarai “ eis que tua serva está na tua mão; usa dela como te aprouver”. Como
Sarai a maltratasse, Hagar fugiu para o deserto. Abraão jamais podia imaginar que
aquela sua atitude traria tanta luta sobre a terra. Os árabes descendem de Ismael e os
judeus de Isaque. A luta entre estes povos irmãos perdura ate os nossos dias.
● O nome Sara
Sara chamava-se, anteriormente, Sarai, que significa “ minha princesa”. Este era o
seu nome quando da convocação do seu marido. Sara recebeu seu nome na
Mesopotâmia, muito antes de qualquer chamada da parte de Deus e sem qualquer
revelação especial. Seu nome significa “princesa”. Paulo se refere a Sara como a mãe
dos filhos da promessa (Rm 9.9). O escritor inclui Sara na lista dos fieis junto ao povo
hebreu. Nos países orientais a mudança de nome era praticada para revelar de público
algum acontecimento notável na vida do personagem envolvido.
● Concerto da Circuncisão
O capítulo 17 de Gênesis constitui o único relato bíblico sobre a origem da
circuncisão entre os israelitas. Foi depois incorporada ao sistema mosaico, juntamente
com a Páscoa (Ex 12.44). Esse ritual permanece em vigor entre os judeus até os dias de
hoje. “Todo macho entre vós será circuncidado” (v.10); até mesmo o escravo (v.12).
Abraão foi circuncidado aos 99 anos. Estaria tão somente assim confirmando sua fé
(Rm 4.11), o que não aconteceu com Ismael (circuncidado aos 13 anos), e Isaque,
circuncidado aos 8 dias.
O concerto da circuncisão foi instituído como sinal do pacto entre Deus e Abraão,
assim como o sábado foi o sinal do pacto entre Deus e a nação israelita já constituída
(Ex 31. 16,17).
● Aparição de três anjos a Abraão
Existe uma corrente teológica que defende a tese de que os três seres – “três
homens” - que apareceram a Abraão, eram o Senhor e dois anjos; outra corrente de
pensamento, afirma que teriam sido três anjos com aparências humanas. Neste “três
homens” e também pelo fato de Abraão se dirigir somente a um deles, muitos estudiosos
vêm o anúncio do mistério da trindade, revelado muitos séculos depois no Novo
Testamento.
Durante a visita que os três seres celestiais fazem a Abraão, o Senhor anuncia
novamente o nascimento de Isaque. Sara duvida do Senhor e por Ele é repreendida “Há
porventura alguma coisa difícil a Deus?” (18.14).
● O Nascimento de Isaque
Como havia prometido o Senhor, no tempo aprazado, Sara deu à luz um filho na
sua velhice. Abraão chamou-o de Isaque e circuncidou-o no oitavo dia, como o Senhor
havia ordenado, tendo então a idade de cem anos.
O nome Isaque significa “riso”. Assim foi chamado porque Sara disse: Deus me
deu um motivo de riso, e todo aquele que ouvir a notícia do nascimento de Isaque, rirá
juntamente comigo”, e, acrescentou, “Quem acreditaria que Abraão havia de ouvir dizer
que Sara amamentaria um filho, que lhe havia de dar à luz, sendo ele já velho?”
Vemos no capítulo 18 que Abraão estava com seu coração pesaroso, pelo fato de
também amar a Ismael e vê-lo partir, mas, ao mesmo tempo, estava alegre com o
nascimento de Isaque e com o cumprimento da promessa do Senhor Deus,”farei de ti
uma grande nação...”.
No capítulo 21, além do versículos de 9 a 12, tem destaque especial o 11, onde se
pode mensurar a angústia de Abraão, “mui penoso aos olhos de Abraão”.
Tivesse ou não Sara razão para pedir que Abraão expulsasse Agar de sua casa, o
certo é que ela cooperou para os desígnios de Deus, que queria continuar somente,
através de Isaque, a genealogia do futuro Messias.
● O casamento de Isaque
Este capítulo registra mais um expressivo acontecimento bíblico: o casamento de
Isaque com Rebeca. Este evento, de significativa importância, transmite até nossos dias
verdades inabaláveis e que jamais podem ser esquecidas. Vai aqui, em resumo, o quadro
simbólico deste acontecimento: Isaque conduz sua noiva até a tenda que foi de sua mãe
(24.62,67), e dá-lhe condição de entrar para um lugar de destaque outrora ocupado por
sua sogra, Sara, com direitos exatamente iguais aos dela.
Tal como Isaque, conduzindo Rebeca a tenda de sua mãe, outorgando-lhe direitos
e privilégios iguais aos dos demais membros da sua família, também a Igreja de Cristo
reinará em glória com Ele (Mt.19.28; 1Co.6.2; Cl 3.4; Ap.20.4,6).
Este quadro ilustra de maneira breve o tipo de união entre Cristo e sua noiva, a
Igreja.
Dessa união Isaque gerou a seguinte descendência: Esaú e Jacó.
Rebeca, da mesma maneira que sua sogra Sara, era estéril, não conseguia
engravidar. Isaque, orou ao Senhor por sua mulher, Êle ouviu e permitiu que Rebeca
concebesse. Acontece que Rebeca concebeu a gêmeos e sentiu em seu ventre que as
crianças lutavam, e, ao consultar ao Senhor em oração, obteve a resposta: “ Duas nações
estão no teu ventre, e dois povos se dividirão do teu ventre, e um povo vencerá o outro,
e o mais velho servirá ao mais novo “.
Ao tempo de dar à luz, a criança que primeiro veio ao mundo, era vermelha e toda
peluda, do sexo masculino. Logo em seguida, nasceu a segunda criança, e segurava o pé
de seu irmão com a mão, e, também era do sexo masculino.
Esaú, que foi o primogênito, significa “vermelho”, que em hebraico é admoni, de
onde resultou o nome Edom, dado depois a Esaú e mais tarde a região habitada pelos
seus descendentes ao sul da Palestina.
Jacó parece ter sido chamado assim, por que nascera segurando o pé do seu irmão,
já no capítulo 27.36, o nome Jacó parece significar a expressão “porque suplantou seu
irmão”, segundo alguns estudiosos, o nome Jacó, parece derivar de Já’aqob-El,
significando, “que Deus proteja”.
● Isaque em Gerar
No capítulo 26, vamos encontrar as várias semelhanças havidas entre Abraão e
seu filho Isaque. Por exemplo:
1 – havia fome sobre a terra (v.1);
2 – Isaque tinha uma formosa mulher;
3 – teve medo de ser morto;
4 – mentiu igualmente a Abraão (apresentou sua mulher como sua irmã, v.7);
5 – é repreendido pelo rei (v.7);
6 – desentendimento por causa de um poço (Gn 21.25; 26.18).
Os filisteus sempre foram inimigos dos judeus, mas mesmo assim Isaque habita
entre eles – “o Senhor o abençoava (v.12)”. Muitas foram as experiências que marcaram
a passagem de Isaque por Gerar.
Os versículos 26 e 31 relatam sobre o pacto entre Abimeleque e Isaque e
especificamente, nos versículos 28 e 29, está a comprovação de que o Senhor realizaria
seus propósitos divinos, contidos na promessa feita a Abrão, através de Isaque.
● Jacó engana a seu pai - Isaque
Na época de Esaú e Jacó, grandes e importantes, eram os direitos do primogênito.
Dentre os mais importantes, destacava-se a dupla parte na herança e a direção da tribo.
Mas, especialmente, entre os hebreus, havia a maior das heranças, a promessa maior de
ser antepassado do Messias.
Jacó, ajudado pela parcialidade de sua mãe Rebeca, conseguiu enganar seu pai
que já se encontrava velho e pouco enxergava. Tomou o lugar de seu irmão, utilizando-
se de um estratagema urdido por sua mãe, obtendo as bênçãos de seu pai, usurpando,
assim, o direito de primogenitura, que por direito pertencia a Esaú.
A história de Jacó, ocupa praticamente quase a metade do Gênesis, no capítulo 25
temos seu nascimento e no capítulo 50 a sua morte e seu sepultamento.
Resumo da trajetória de Jacó:
1 – Fugindo da ira de Esaú, Jacó chegou a Harã e fixou residência com Labão;
2 – Depois de trabalhar sete anos para Labão para desposar Raquel, Labão o
engana e o faz casar com Lia, que era a filha mais velha, e, era costume naquela época,
só realizar o casamento das filhas mais novas depois que a filha mais velha tivesse
casado;
3 – Jacó, submete-se a mais sete anos de trabalho submisso a Labão, e, dessa
maneira conseguiu seu intento que era o de casar-se com Raquel;
4 – Dos seus casamentos nasceram-lhe treze filhos;
5 – Jacó desentende-se com Labão e retorna a Canaã;
6 – No vale de Jaboque, Jacó encontra-se com o Senhor Deus, e após lutar uma
noite inteira para ser abençoado, o Senhor deu-lhe o nome de Israel e este ficou sendo o
nome dos seus descendentes até os dias de hoje.
7 – Ao morrer Jacó abençoou seus filhos e traçou o perfil psicológico de cada um
deles. Moisés, posteriormente, confirma as palavras de Jacó (Dt. 33.1-9).
● A vida de José
José foi o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro filho de Raquel. Jacó teve
predileção incontestável por este filho, dedicando-lhe especial atenção e cuidados,
presenteando-lhe com uma capa de várias cores. O amor sem reservas que Jacó
demonstrava por José, gerou entre os seus irmãos, a inveja e o ódio. Além do mais, os
sonhos de José, contribuíam, sobremaneira, para abalar a situação entre ele e seus
irmãos.
Assim, José é vendido por seus irmãos a mercadores ismaelitas, que vinham de
Galaad com seus camelos carregados de aromas, resinas e mirra, sendo levado para o
Egito.
No Egito é tornado escravo. Habita na casa de Putifar, eunuco do faraó e general
do exército.
José promove bênçãos na casa de Putifar, multiplicando todos os seus bens, tanto
em casa, como no campo, porque o Senhor estava com ele (v.2,3,22,23), chegando a ser
o administrador maior da casa deste egípcio.
Caluniado pela mulher de Putifar, foi preso injustamente, mas o Senhor não o
abandona, e José, passa a ser responsável pela vigilância de todos os prisioneiros a
pedido do governador da prisão.
José passa a interpretar os sonhos dos prisioneiros e logo sua fama chega ao
conhecimento do Faraó, que vivia atormentado por sonhos indecifráveis. Nem mesmo
os sábios mais renomados de sua corte ousavam interpretá-los. Mais uma vez os
desígnios do Senhor Deus comandam a vida de José, que é levado a presença do Faraó,
com a missão de interpretar os sonhos daquele governante.
Faraó, ao ouvir a interpretação dos seus sonhos, o que eles representavam para o
Egito e que providencias deveriam ser tomadas para solucionar o problema, fica
sabendo, através das explicações de José, que as interpretações não lhes pertenciam,
mas sim ao Senhor Deus. Maravilhado, o Faraó exclama: “Acharíamos um varão como
este, em quem haja o espírito de Deus?”
Dessa maneira, José tornou-se muito importante no Egito, chegando mesmo a
ocupar o cargo de Governador.
José, engrandeceu e foi engrandecido no reino do Egito, mas jamais usou o poder
para vingar-se dos seus irmãos. Encontrando-se com eles, perdoou as ofensas, esqueceu
as injúrias e o sofrimento passados e humilhou-se perante seu pai e seus irmãos “Assim
não fostes vós que me mandaste para cá, senão Deus(45.8)”.
Após abençoar seus filhos, morreu Jacó. Foi sepultado na cova de Macpela que
fora comprada aos filhos de Hete. Seu corpo foi embalsamado pelos médicos egípcios.
Do seu funeral participaram tanto israelitas como egípcios. Em Macpela estavam
sepultados, Abraão, Sara, Raquel, Isaque e Léia. Neste capítulo se lê a expressão: “foi
reunido a seu povo”, denotando que no Velho Testamento, havia, claramente,
compreensão da existencia de outra vida além da morte.
● A morte de José
O caráter íntegro de José permanece até ao fim da sua existência na terra. Noventa
e três longos anos no Egito! Ao término de sua carreira, não mais se vê preocupado com
a política, mas sim no seio da sua família. Por direito deveria ser sepultado em lugar
especial, separado, para então receber as honrarias póstumas de um Faraó. Preferiu,
porém, que seus ossos fossem retirados do Egito, quando seus descendentes de lá se
retirassem. Assim, foi José sepultado em Siquém, em lugar comprado por seu pai, Jacó.
4. ÊXODO
1. A estada dos hebreus no Egito foi longa, 430 anos (Êx 2.40), depois os
Hícsos perderam o poder e a situação dos israelitas mudou completamente, ele eram
tratados como uma minoria subversiva, uma ameaça à estabilidade política do Egito.
5.2. Sob o Jugo da Escravidão. (Cap. l)
1 - “Depois levantou-se um Rei... que não conhecia José (v.8)”, trata-se de um rei
da 18 dinastia, que a grandeza do povo de Israel o amedrontava, e provavelmente foi
a
5 - O Clamor do Povo
a - Deus atende ao clamor do seu povo e chama o seu servo à guerra (2.23-4.31),
no chamado de Moisés temos:
1. A visão de Deus na sarça ardente;
2. A visão dos escravos; e,
3. A visão de si mesmo.
b - “...a sarça não se consumia...”, era o povo de Deus que “ardia no fogo” da
escravidão com Deus ao seu lado.
6 - A Entrega de Moisés:
a - Moisés entregou tudo o que tinha a Deus;
b - A vara simbolizava a vocação divina, e, sendo usada indicaria que Moisés
receberia poder (4.1-17);
c -Tudo que temos e somos deve está nas mãos de Deus-(4.2-4).
1. A viúva (1o Rs 17,8-16);
2. O rapaz (Jo 6.9); e, '
3. Paulo (At 9.5,6).
7 - A vida de Moisés:
1 - A vida de Moisés é dividida em três partes, de quarenta anos cada parte, sendo
assim distribuída:
a - As água do Nilo convertidas em sangue, foi um golpe contra Hapi, o deus das
inundações do Nilo. (7.4-25).
b - A terra ficou infestada de rãs, é que os egípcios relacionavam as rãs com o deus
Hapi, (8.1-15);
c - A praga do piolho do pó da terra, “Estende a tua vara e fere o pó da terra, para
que se torne em piolhos por toda a terra do Egito... Então disseram os magos a Faraó:
isto é o dedo de Deus”. (8.16-19);
d - Enormes enxames de moscas encheram o Egito, isto foi um tormento para todo
o povo egipcio. (8. 20-32);
e - A morte do gado. É que os egípcios tinham Amom como o deus sagrado em
todo Egito. Amon se apresentava através de uma imagem de carneiro, que era um
animal sagrado no Egito (9.1-7);
f - As cinzas que os sacerdotes egípcios espalhavam no ar como sinal de benção,
tomou-se em maldição e causaram úlceras dolorosas. (9.8-12);
g - A tempestade de trovões, raios e saraiva que devastou a vegetação, destruindo
as colheitas de cevada e linho, matando os animais. (9.13-35);
h - A praga dos gafanhotos trazida por um vento oriental consumiu a vegetação
que havia sobrado da tempestade de saraiva. (lo-1-20); e,
i - As trevas que caíram sobre o Egito, foi um grande golpe contra os deuses,
especialmente contra Ra, o deus do solar. (10.21-29).
j – Décima - Como estas nove pragas não convenceram Faraó a libertar o povo hebreu,
veio a décima e a mais punitiva - a morte de todos os primogênitos. Para escapar dessa
praga, todo israelita deveria matar um cordeiro e aspergir o seu sangue nos umbrais das
portas de suas casas, e não sair até a meia-noite, e, está preparado para partir logo a
seguir. A noite em que mataram o cordeiro pascal, foi esta, a última noite que passaram
no Egito como escravos. As pragas que se sucederam durante um período relativamente
curto, demonstraram o poder do Deus dos hebreus, não somente para Faraó e os
egípcios, mas também, para os israelitas. O propósito das pragas, o que é claramente
revelado em Êxodo 9.16; “Era o de mostrar o poder de Deus em favor de Israel”.
VI - A Páscoa. (Caps.12.1-28)
A Páscoa foi ordenada e praticada antes da morte dos primogênitos e era a maior
solenidade festiva de Israel. O vocábulo “Páscoa” significa em hebraico passar além ou
passar por cima, pois o Anjo passaria além e não faria mal algum.
1. A Páscoa, além de comemorativa, era também representativa,
significando a redenção e a santificação (12.26,27). A morte de Cristo não somente
salvou o homem da morte, mas também deu origem a uma vida nova.
2. Examinemos os diversos elementos desta festa e seu significado:
O Tempo - O dia determinado era 14 de Abibe ou Nisã que corresponde ao nosso
mês de Abril, e, por sete dias não comeriam pão levedado (pão com fermento).
A Quantidade - Um cordeiro para cada família; no caso de uma família ser
pequena, deveria juntar-se a outra; a carne, não podia ser levada para fora de casa ou
guardada e havendo sobra seria queimada, também não poderia ser cozida e nem
comida crua, mas assada ao fogo.
O Complemento - Pães Asmos (sem fermento). Os israelitas, ao saírem
apressadamente, não teriam tempo de esperar o pão ser levedado (deveriam levar
consigo o fermento e as amassadeiras (Êx12.34), só poderiam cozer o pão em
peregrinação e por outro lado a fermentação produz corrupção (estado de
decomposição) Isto indica que onde Deus está, não pode haver imundície ou corrupção.
O Tempero - O tempero era ervas amargas (v.8), pois além de dar melhor sabor à
carne adocicada do cordeiro, lembrava a opressão do Egito.
O Sexo do Cordeiro - O Cordeiro seria macho, a fêmea não serviria neste caso e
isto prova que no plano da salvação não existe medianeira.
O Memorial - Isso tornou-se em memorial para todas as gerações, e todas vez que
a família ou a nação celebrava esta festa, seria mencionada pelos pais aos filhos a
libertação por Deus da escravidão egípcia.
A Tipologia - A festa da Páscoa é um tipo de Cristo como nosso Redentor (1 oCo
9.23 -27), o cordeiro era um protótipo do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo,
e como figura que era, não podia ser cego, coxo, aleijado, ou ter qualquer defeito, aos
hebreus era impossível ver o Calvário na Páscoa do Egito, mas para nós esta Páscoa fala
dele bem claramente. A Páscoa dos hebreus foi o centro e a circunferência da sua vida
religiosa e social; a nossa Páscoa, que é Cristo, deve ser também o centro de nossa vida.
A Lei Moral - Resumia-se nos Dez Mandamento (Êx 20; Dt 5). Quatro mandamentos
mostram as relações do homem com Deus. Seis mandamentos, as relações do homem
com o seu próximo. A lei civil, disciplina a vida social de Israel (Êx 21.1 - 24.11). As
ordenanças, regulamenta a vida religiosa (Êx 24.12 - 31,18); deram ao povo, na
pessoa do sumo sacerdote, um representante perante Deus, e todos esses elementos
formavam a Lei (Mt 5.17,18), pois aos mandamentos e as ordenanças formavam um só
sistema religioso.
A. A Lei Cerimonial - Falava sobre o culto, sacrifícios e festas; mostrava o
que é puro e o que é impuro, convém lembrar que no contexto do Êxodo, destacou-se o
projeto e a construção do Tabernáculo, e, é bom lembrar que não há duas leis, mas uma
só, dividida em duas partes, conforme os fins a que se destinava, sendo assim Cristo
cumpriu a Lei, não um pedaço ou uma seção da Lei, mas toda a Lei, e dela nada deixou
por cumprir.
B. As Finalidades da Lei - Os preceitos do Decálogo (Os dez Mandamentos)
adaptam-se a toda a humanidade e foram dados para a instrução e governo de todos. Em
todas os estados modernas existe a carta do pacto social da Nação, conhecida, também,
por constituição do pais. Para regulamentar a vida cotidiana dos cidadãos, existem, o
código civil, o código comercial, o código penal, etc., todos firmados na constituição
que é a base. Assim, mudando o que tem que ser mudado, os Dez Mandamentos de
Deus, são a base para as leis que lhe seguiram.
C. A Lei como apoio até a vinda de Cristo, o livro de Gálatas ensina-nos o
paralelo entre a Lei e a Aliança Abraâmica (uma aliança de Graça):
1) A Lei não pode anular essa aliança,
2) A Lei foi dada para convencer o homem de seu pecado,
1) A Lei era uma disciplina preparatória até que viesse a semente
prometida, a mulher e a Abraão.
E - A Divisão da Lei
Os primeiros cinco mandamentos contêm os preceitos referentes à santidade de
Deus e descrevem os deveres do homem para com Deus e do homem para com os
homem.
1. Do sexto ao décimo mandamento; esta parte introduz claramente as
obrigações morais, sociais e econômicas entre os homens. Na primeira tábua está
revelada a santidade de Deus, já na segunda tábua está revelada a santidade da vida.
2. Como nos aproximarmos do Deus santo. (19.2-25)
A - Pela Lei:
1) Devemos lavar as nossas vestes (19. 10);
2) Devemos estar preparados. (19.11);
3) Devemos manter um certo limite. (19.12,13)
B - Pela Graça:
1) O coração deve ser lavado no sangue do cordeiro. (Jo1.29;1o Jo1.7)
2) Não tem limites, é só chegar perto de Deus. (Tg4.8; Hb7.19).
1) Pediu por seu povo. O que eles precisavam na verdade era da presença do
próprio Deus no meio deles. (Cap. 32. 30-35);
2) Pediu para que Deus lhes concedesse um conhecimento das intenções e
propósitos divinos a fim de conhecer melhor o Senhor (Cap. 33.12 - 16);
3) Pediu que o Senhor mostrasse a sua gloria. (Cap. 33.17 - 23)
A - Os propósitos do Tabernáculo:
1. Proporcionar um lugar para Deus habitar no meio do seu povo, a
caminho de Canaã (25. 8; 29.42-46 Nm 7.8,9),ser o centro da vida religiosa, moral e
social, e também era o lugar de sacrifício e centro de celebração das festas, situando-se
no meio do acampamento dos israelitas (Nm 2.17).
2. Representar as grande verdades espirituais que Deus desejava gravar na
mente do seu povo, tais como, a sua Majestade, a sua Santidade, e de como nos
aproximarmos de um Deus Santo. (Hb 8.1,2,8,10; 10.1)
3. Moisés fez conforme Deus havia mandado fazer. (40.16)
4. A glória do Senhor encheu a tenda, no dia de sua inauguração.
7. LEVÍTICO
8. A ESTRURURA DO LEVÍTICO
9. ESBOÇO DO LEVÍTICO
A - Proibições sexuais, 18
B - Advertências gerais, 19
C - Sanções penais, 20
F - Essas ofertas estão repletas de significados espirituais, mas seu valor máximo
se encontra na sua tipologia, a do supremo sacrifício no calvário.
1) Do sumo sacerdote
2) Os outros sacerdotes
a) Sendo lavados v.6
b) Sendo vestidos v.13
c) Sendo consagrados v.30
d) Recebendo responsabilidades v.35
A. A orelha - Uma orelha selada com sangue era necessária para ouvir as
comunicações divinas.
B. A mão - Uma mão selada com sangue era exigida para executar os
serviços do santuário.
C. O pé - Um pé selado com sangue era necessário para andar pelos pátios
da casa do Senhor.
* No ensino dos tipos deste capítulo Arão, o sumo sacerdote, é uma pré-figura
do Senhor Jesus, enquanto seus filhos representam, por antecipação os crentes-
sacerdotes da presente dispensação.
* O Senhor Jesus, que não tinha pecado em si, não precisava da aspersão de
sangue antes de receber a unção do Espírito Santo; e no fato de Arão ser ungido
sozinho, antes do derramamento de sangue, vemos um exemplo discriminatório do
tipo do filho de Deus encarnado, que permaneceu absolutamente sozinho até que se
deu no calvário.
* Sem o derramamento de sangue, Arão e seus filhos não podiam juntar-se na
unção, mas depois do derramamento, Moisés unge “Arão... bem como... os filhos de
Arão”(v.30)
* Uma vez derramado o sangue, Arão e seus filhos tipificando Cristo, e a sua
casa sacerdotal, se unem no ministério sacerdotal único; e, assim unidos, todos
ficam diante de Deus em virtude do mesmo sacrifício.
8. No capítulo 9, vemos o primeiro ministério efetivo do sacerdócio; isto é
feito para tornar-se, deste então, um tipo do verdadeiro ministério sacerdotal.
A. Depois de oferecer sacrifício pelo povo, Arão entra no santo lugar como
representante do povo e depois volta com a mão de bênção levantada como transmissor
da bênção divina ao povo (v.23)
B. Todo o ministério foi “como o Senhor ordenara”(v,10), portanto, sendo
aprovação, confirmada pelo aparecimento da glória (vv.23,24)
1) O parto cap.12
2) A lepra nas vestes e na casas, caps.13.14
3) A higiene sexual cap.15
4) A purificação nacional pelo sacrifício expiatório cap.16
A. Festa da Páscoa
B. A Festa do Pentecostes
C. O Toque das Trombetas
D. O Dia da Expiação
E. A Festa dos Tabernáculos
F. O Ano Sabático
G. O Ano do Jubileu.
4. As Leis das Festas Anuais (cap.23), nas sete festas anuais, cada uma tem
um sentido figurado ou profético em relação a Jesus e à sua igreja.
1. Estes três últimos capítulos (25,26 e 27), do Levítico tratam quase que
exclusivamente da terra e das condições de sua ocupação por Israel.
2. O capítulo 25, determina a observação de dois sábados sagrados
“periódicos de descanso solene para terra”, o sétimo ano (vv.1-7) e o qüinquagésimo
ano (vv. 8-(55).
A - Para a terra
B - Do trabalho braçal
C - Da dívida. (Dt.15.1-11)
A - Ao escravo;
B - À propriedade; e,
C - Ao solo em si.
Uma Recapitulação
PRIMEIRO: O Senhor havia feito aliança com o seu povo e sempre se encontrava
em seu meio, guiando, cuidando deles e protegendo-os.
SEGUNDO: Deus utilizou as experiências do deserto para disciplinar seu povo e
desenvolver-lhe o caráter.
TERCEIRO: Deus demonstrou que nada podia frustar seus propósitos nem anular
sua aliança com os patriarcas.
QUARTO: Para o crente, o livro de Números tem grande significado, à
semelhança dos israelitas, o crente saiu do Egito (mundo), a terra de servidão e
opressão, renasceu pelo sacrifício do Cordeiro e se encaminha para o cumprimento das
promessas de Deus, mas tem de passar como peregrino pelo deserto deste mundo antes
de entrar na terra prometida.
A autoria de Moisés é confirmada no próprio livro por sua estreita conexão com
Levítico e Deuteronômio, pelas inúmeras afirmações de que “O Senhor falou a
Moisés”, e pelo fato de o Senhor ter ordenado ao legislador que o escrevesse (Nm.33.2).
● ASSUNTO DE NÚMEROS
● A NATUREZA DE NÚMEROS
A. O último capítulo de Êxodo (40.17) nos conta que: “No primeiro mês do
segundo ano, no primeiro dia do mês, se levantou o tabernáculo”.
B. Número 1.1 diz: “No segundo ano após a saída dos filhos de Israel do
Egito, no primeiro dia do segundo mês, falou o Senhor a Moisés, no deserto de Sinai,
na tenda da congregação... “
C. Existe então um intervalo de apenas um mês entre a edificação do
tabernáculo, no final de Êxodo, e a ordem para recensear o povo, no inicio de números,
com as instruções de Levítico entre ambos.
D. O livro de números não pretende evidentemente contar uma narrativa
completa ou estritamente contínua.
● A IMPORTÂNCIA DE NÚMEROS
● A ESTRUTURA DE NÚMEROS
1 - O censo (Caps.1-4).
2 - As instruções (caps. 5-10. 10); e,
3 - A jornada (Caps. 10.11-14.45).
● ACAMPAMENTO DE ISRAEL
4. No capítulo 2, temos a distribuição das tribos e a mobilização do arraial,
cada uma das doze tribos deveria colocar o seu estandarte, sendo distribuídas em quatro
grupos de três:
a) Um grupo ao norte: Aser, Dã e Naftali;
b) Um grupo ao sul: Gade, Rubem e Simeão;
3) Um grupo ao leste: Issacar, Judá e Zebulom;
4) Um grupo ao leste: Benjamim, Efraim e Manassés.
Temos o censo a tribo de Levi, que fora isenta do censo geral pelo fato de Deus tê-la
escolhido para o serviço do tabernáculo (1.49.50).
Este censo levita, ao contrário do outro, deveria incluir todos os levitas do sexo
masculino, da idade de um mês para cima (3.15).
a) Justamente com isso vem a explicação de que dai por diante Deus iria
considerar todos os levitas como de sua exclusiva propriedade, em lugar do primogênito
de todas as outras tribos (3,12,13).
b) O Senhor tomou a tribo de Levi em lugar dos primogênitos de Israel e
esta tribo estava incumbida dos serviços e cuidados do tabernáculo e do ministério nos
aspectos externos, enquanto os sacerdotes oficiavam no culto cerimonial.
c) De acordo com Gênesis 46.11, Levi teve três filhos: Gérson, Coate e
Merari, os descendentes dos três filhos de Levi, constituíam três divisões que
acampavam, cada uma, em um lado do tabernáculo, e cada divisão tinha um cargo
especial em relação com o cuidado do tabernáculo.
Os levitas compunham-se de três famílias:
Os Gersonitas, a oeste.
Os Coatitas, a sul.
Os Meraritas, a norte
d) Ao lado do oriente, onde ficava a entrada, (v.38), diz que era Moisés e
Arão;
B - A expulsão dos impuros (Cap.5.1-4). Esta medida foi necessária tanto para manter a
santidade do acampamento como a higiene do povo. Quanto a contaminar-se por
contato com um morto, Deus queria ensinar a Israel que quando uma pessoa falece e seu
espirito vai para o Senhor, o corpo já não tem valor é algo que deve ser sepultado, a
morte deve ser lembrada como a pena do pecado.
C - A Lei sobre ciúmes. (Cap.5.11-31). Esta lei serve tanto de severa advertência à
mulher propensa a cometer adultério como de proteção à mulher inocente em caso de
suspeitas infundadas por parte de seu marido ciumento.
D - O voto do nazireu (Cap.6.1-21). A palavra “nazireu” significa “separado ou
consagrado”, portanto, é alguém que fazia o voto e havia de viver separado para Deus,
era um voto voluntário, e havia três requisitos indicados:
1- Abster-se de todo o fruto de videira;
2- Não cortar o cabelo como sinal público de que havia votado;
3- Não tocar corpo morto, nem mesmo o cadáver de pessoa da própria família,
porque o nazireu era santo para o Senhor.
a) Primeiro convida-se o Senhor para abençoar o seu povo (com boas colheitas, gado,
boas temporadas e filhos);
b) A seguir, suplica-se-lhe que os guarde (de todo mal, dos inimigos, de magras
colheitas, da enfermidade e da esterilidade).
c)Finalmente, pede-se-lhe que “levante o seu rosto” sobre o seu povo (em
reconhecimento e aprovação) e lhes dê paz (segurança, saúde, tranqüilidade, com Deus
e com os homens), as expressões nas cláusulas correspondem às funções da Trindade:
“do Pai, de abençoar-nos e guardar-nos; do Filho, de mostrar-nos a graça; e, do
Espírito Santo de dar-nos paz “.
Essas trombetas, como a coluna de nuvem e fogo, tinham o propósito de guiar, a coluna
guiava os olhos, as trombetas os ouvidos.
As trombetas de prata tenham cinco finalidades:
a) Primeiro, elas deveriam ser usadas para chamado a nação à reunir-se (v.31), ou para
convocar a congregação a reunir-se diante do tabernáculo,
b) Segundo, um sinal para a partida do povo. (vs.5.6)
c) Terceiro, uma clarim em tempos de guerra. (v.9)
d) Quarto, um memorial diante de Deus. (vs.9. 10)
e) Quinto, só os sacerdotes é que deveriam tocar a trombeta, pois a trombeta
de prata era a “trombeta de Deus”.
1) Judá;
2) Issacar; e,
3) Zebulom.
E - Seguidos dos coatitas, levando a arca o altar de ouro, o candelabro de ouro e outros
objetos preciosos do interior do tabernáculo.
F - Os próximos tribos eram:
1) Efraim;
2) Manassés; e,
3) Benjamim.
G - E as últimos tribos eram:
1) Dã;
2) Aser; e,
3) Naflali (l0-14-27).
ISRAEL EM MARCHA
1) A primeira em 11.1-2;
2) A segunda em 11. 3-9;
3) A terceira em 12.1-6;
4) A quarta em 14.1-4;
5) A quinta em 14.41-42;
6) A sexta em 16.1-5;
7) A sétima em 20.3-6; e,
8) A oitava em 21.4-9.
a) A missão dos espias vs.1-25. O envio dos espias teve sua origem no pedido do povo a
Moisés. Eles não estavam seguros de que Canaã fosse um país de abundância como
Deus havia dito. O Senhor concedeu aos israelitas sua petição com o fim de manifestar
o que estava no coração do povo.
b) O relatório dos espias vs.26-33. Dez espias admitiram que a terra emanava leite
e mel e passaram a falar sobre os grande obstáculos, sobre as cidades fortificadas e
sobre os gigantes. Calebe procurou acalmar o povo com palavras de ânimo e fé, não
negou o que os dez espias disseram, mas colocou sua esperança no que Israel podia
fazer com ajuda de Deus. Para Calebe e Josué não se tratava de Israel contra os
gigantes, mas de Deus contra os gigantes, porém os dez espias o contradiziam, e
exageravam seu relatório.
SEGUNDA PARTE
1 - Os preceitos referentes aos sacrifícios que haveriam de ser oferecidos quando Israel
entrasse em Canaã (vs.1-21), animariam os hebreus jovens a crer que a nação de Israel
tomaria posse da terra prometida.
2 - Tanto no início, como no fim do livro de Números, vemos Israel
cuidadosamente organizada para a conquista e posse imediata da sonhada Canaã, mas
este período de 38 anos de atraso desnecessário e trágico intervém e faz com que
Números se torne um livro de progresso “benção e promessa” adiados.
3 - Em um período de dois anos o povo de Israel se encontrava em Cades-Barnéia,
às portas de Canaã, e trinta e oito anos mais tarde, ali se achava novamente, no mesmo
lugar. Porque? Bem, havia aquela rebelião (populacho) de pseudo israelitas, que recebeu
permissão para viajar com a congregação, mas que na verdade não eram fiéis nem ao
povo israelita, nem aos seus planos. Esses pseudo israelitas, cobiçavam e levavam os
demais a cobiçarem, a fartura e as iguarias baratas do Egito, tais como, peixes, pepinos,
melões, alhos e cebolas. Esta lição da peregrinação deve ser observada por todo leitor
do livro de Números.
A - Vamos agora reexaminar, brevemente, mas com atenção, os capítulos que tratam do
assunto.
l) A chamada peregrinação deve ser destinguida das jornadas que a precederam e das
que se seguiram a ela.
2) No motim de Cades-Barnéia ouve um colapso da organização.
3) O povo deixou de ser peregrino e tornou-se nômade.
a) O líder recordará que foi eleito por Deus e que o ataque é contra a autoridade
que Deus estabeleceu na Igreja (Ef.4.7-11).
b) Uma atitude de deslealdade ou rebeldia notada na congregação não deve ser
determinante para a decisão do líder.
c) Deve recorrer a Deus e não procurar defender-se, nem usa de astúcia, nem de
violência.
d) O verdadeiro servo de Deus sentirá compaixão pelos que se opõem a ele
(16.42-46).
1) Os deveres (vs.1-7):
a) O dever dos levitas era guardar a tenda da congregação (vs.3-4), de forma que
nenhuma pessoa se aproximasse sem autorização e provocasse a ira de Deus contra a
nação.
b) Os levitas, por sua vez, são impedidos de realizar trabalhos sacerdotais, como entrar
na tenda da congregação ou oficiar no altar, era tarefa dos sacerdotes impedir que os
levitas cometessem tais delitos, o que também provocaria juízo divino (vs.5,7), e os
transgressores pegos pelos sacerdotes deveriam ser executados (v.7).
2) Os privilégios (vs.8-20):
a) Como reconhecimento pelo seu serviço no altar, os sacerdotes deveriam receber
parte dos sacrifícios, das colheitas e dos animais primogênitos.
b) Dois grupos de fontes de renda sacerdotal são relacionados aqui:
Primeiro - os sacrifícios aos quais eles tinham todo o direito, “salvo uma amostra
que era queimado sobre o altar”, a oferta de manjares, a oferta pelo pecado e a oferta
pela culpa (Lv.2.1-16;4.1-12;6.14-18;7,1-10), estas eram santíssimas (v.9), só podiam
ser comidas pelos sacerdotes.
Segundo - o outro grupo de ofertas é simplesmente descrito como santas (vs.17-
18) e podiam ser comidas por quaisquer membros da família do sacerdote, conquanto
estivessem litúrgicamente puros (vs.11.19).
3) Os dízimos (vs.2-4).
a) Os regulamentos acima a respeito dos direitos dos sacerdotes são pouco mais
do que uma reordenação de regras anteriores encontradas em outras passagens do
Pentateuco.
b) A atribuição do dízimo à tribo de Levi é algo novo, é que o dízimo é um pagamento
pelo serviço na tenda da congregação (vs.21.31), isto é, o seu trabalho de desmontar,
carregar e levantar o tabernáculo.
c) Era um reconhecimento pelos perigos inerentes à sua ocupação; lidando com
coisas santas como aquelas, eles podiam estar sujeitos ao juízo divino, é que eles
protegiam o povo destes riscos (vs.22.23).
d) Finalmente, o dízimo compensava os levitas por sua falta de herança na terra,
enquanto as outras tribos tinham grande extensões de terra que lhes eram atribuídas para
que nelas se estabelecessem, aos levitas foram dadas apenas quarenta e oito cidades
espalhadas pelas tribos (v.24; Cap.35.1-8 Js.21.1-45).
A - Considerando que uma multidão de pessoas morreu por causa da rebelião de Corá e
os meios comuns para remover a contaminação, resultante de tocar em cadáveres, não
eram provisão suficiente, o Senhor proveu um sacrifício especial e singular para
purificar o acampamento.
B - Preparou-se a água da purificação misturando nela as cinzas da novilha ruiva;
a cerimonia foi semelhante à da purificação do leproso.
5) Hb.9.13,14, sugere que temos aqui um tipo de morte salvadora do Senhor Jesus
Cristo por nós:
a) A novilha vermelha deveria ser sem defeito, como era Cristo.
b) Ela não deveria ter levado jugo (o jugo era colocado no animal a fim de dominar sua
natureza e obrigá-lo a submissão), assim como o Senhor Jesus não tinha necessidade de
nenhum jugo, pois veio cumprir a vontade do Pai.
c) A novilha deveria ser vermelha, é este o único lugar onde a cor de um animal a
ser sacrificado é estipulado, seria uma referência especial a obediência do Senhor Jesus
até a morte na cruz.
d) A novilha deveria ser imolada fora do arraial, como aconteceu com o Senhor
Jesus (Hb.13.12) e o sangue deveria ser aspergido sete vezes na direção do santuário,
representando expiação perfeita; e as cinzas da novilha, com a água purificadora,
deveriam ser aspergidas sobres as pessoas contaminadas, a fim de purificá-las.
e) Ao contrário das outras ofertas, esta jamais deveria ser repetida.
g) Em outros casos, quando alguém pecava, era necessário novamente derramar
sangue, mas, aqui a virtude do que já fora oferecido e aceito permanecia.
i) Da mesma forma, o sacrifício de Cristo proveu a purificação completa e
contínua de toda contaminação em nossos corações enquanto passamos por “este
mundo perverso” que, num sentido espiritual, está marcado pela morte em toda parte.
TERCEIRA PARTE
1 - A triste espera terminou, uma nova manhã se levanta, a antiga geração já não
existe, uma nova geração surgiu, Arão se foi e Eleazar é nomeado sumo sacerdote.
Moisés deverá partir em breve e Josué irá substitui-lo como líder, chegou a hora de uma
nova partida, Israel deve seguir para as planícies de Moabe e preparar-se novamente
para entrar na terra prometida, e nesta divisão final de Números temos:
A - A nova jornada (caps.21-25).
B - O novo censo (Caps.26-27).
C - As nova instruções (Caps.28-36).
2) Quem é Balaão?
a) Balaão era de Petor, na Mesopotâmia, perto do rio Eufrates (22.5), seus poderes
sobrenaturais eram altamente estimados pelos moabitas e pelos midianitas (22. 6), ele é
um dos mais misteriosos personagem da Bíblia.
b) Era profeta de Deus ou meramente um adivinho em cuja boca Deus colocou as
suas palavras? Tinha certa comunhão com Deus (22.8-12), sabia algo da justiça divina
(Mq.6.5), e algo sobre a vida além-túmulo (23.10), ouvia os ditos de Deus, via “a visão
do Todo-Poderoso (24.4)”, e não falaria o que Deus não lhe dissesse (22.18), por outro
lado, parece que às vezes buscava agouros ou sinais a respeito do futuro (24.1).
● Israel não era apenas uma nação entre outras muitas nações, mas “um
povo que habita à parte”, gozaria da grande bênção de ter uma descendência numerosa
(23.7-l0);
● Deus é imutável e não muda de idéia como o fazem os homens, portanto
abençoaria a Israel dando-lhe força irresistível para derrotar seus inimigos (23.18-24);
● Israel se estenderia amplamente e obteria domínio irresistível sobre as
nações inimigas (24.3-9); e,
● Levantar-se-ia em um futuro longínquo um rei brilhante em Israel que
conquistaria Moabe e Edom, Amaleque seria arruinado eternamente e inclusive a Síria
pereceria (24,15-24).
6) Lições práticas:
a) Balaão representa o crente que cumpre a letra da lei mas viola seu espírito;
b) Balaão é uma amostra do profeta mercenário que deseja mercantilizar o seu
dom - “Amou o prêmio da injustiça (2oPd. 2.15)”;
c) Balaão, em seu trato com os midianitas, exemplifica a má influência dos
mestres insinceros que procuram fazer avançar a causa da Igreja aconselhando-a a fazer
aliança com o mundo e os mundanos (31.16;Ap.2.14);
d) O relato de Balaão ilustra quão vazio é em uma pessoa o conhecimento de Deus
se não estiver acompanhado do sincero desejo de obedecer-lhe; e,
e) Ensina-nos que nada pode prevalecer contra os propósitos de Deus nem contra
seu povo (Sl.76.10).
1) No capítulo 31.16, ficamos sabendo, que embora Balaão não tivesse podido
amaldiçoar os filhos de Israel, ele aconselhou as mulheres de Moabe e Midiã a assediá-
los, e os israelitas caíram facilmente na armadilha preparada por elas.
2) O restante deste capítulo é uma leitura triste, vinte quatro mil morrem na praga
que os acometeu como castigo.
3) Como foi trágica essa idolatria e obscenidade por parte de um povo abençoado
com ensinos tão sublimes e com tão elevada vocação! Esses capítulos do livro de
Números nos ensina que não basta termos uma lei ou ideal exterior, por mais puro e
elevado que possa ser.
4) A estranha queda em algumas tribos pode ser justificada pelas pragas que
recaíram como castigo, entendemos que Simeão figurou como destaque no pecado e
praga de Baal-Peor (Cap.25.14).
5) O principio para a divisão das terras é dado nos versos 53-56.
6) Nos versos 57-62, temos o novo total dos levitas.
7) Depois desse novo censo Moisés é avisado de sua morte iminente (27.12-14), e
a maneira como ele recebe a noticia é tocante (vs.16-17)
B - Sabendo que logo Israel entraria em Canaã, Moisés fez alguns preparativos:
a) De homens (vs.1.2)
b) De mulheres solteiras (vs.3.5)
c) De mulheres noivas (vs.6.8)
d) De viúvas (v.9)
e) De esposas (vs.10-15). O propósito das novas instruções é proteger os votos,
para que não fossem considerados levianamente, sendo quebrados com facilidade.
g) Os votos deveriam ser feitos apenas a Deus (vs.2.3)
h) Não devem ser quebrados (vs.2.9.15)
1) A moças solteiras, era controladas pelos pais (vs.3-5)
j) A noivas, precisava cuidado para não fazer votos precipitados
l) A mulher casada é necessário que o marido concorde. (vs.6-16)
m) Os votos da mulher viúva ou repudiada. (v. 9)
6) Sexto: Guerra contra Midiã (Cap.31). Na guerra contra Midiã, Deus mandou
Israel considerar a Midiã como inimigo e destruí-lo por completo pela sedução de Baal-
Peor (Cap. 31.16).
a) O capítulo 31, contém a ordem para a guerra contra Midiã.
b) Entendemos que a chave está na palavra “vinga”, a ordem de Deus é: “vinga
os filhos de Israel dos midianitas”. (v.2)
c) Esta guerra contra Midiã foi autorizada por Deus e cumpriu um propósito
divino, a guerra contra Midiã não foi apenas uma vingança humana; foi retribuição
divina.
d) A guerra tinha á finalidade de vingar os filhos de Israel, porque os midianitas
haviam injuriado Israel de forma deliberada e sem provocação.
e) A guerra tinha o propósito de vingar o Senhor, porque, ao induzir Israel a
combater idolatria licenciosa, eles haviam, deliberadamente, aconselhados por Balaão,
atacado o Deus Santo de Israel.
0 Deixamos então bem claro que Midiã mereceu o castigo que lhe foi aplicado, e
três coisas notáveis se destacam neste ataque contra Midiã:
12. DEUTERONÔMIO
Moisés escreveu o livro (Cap. 31.9,26), excerto os últimos dois capítulo (33 e 34),
pois foram escrito após a sua morte, e sem dúvida por seu sucessor, e Moisés além de
escrever o Pentateuco, ele entregou aos levitas para ser colocado ao lado da Arca da
Aliança, ele os escreveu o Deuteronômio em forma de discursos, portanto, o
Deuteronômio é diferente dos outros livros do Pentateuco, por seu estilo oratório e seu
fervor exortativo.
● UM RESUMO DO DEUTERONÔMIO
RECORDAR
“Revisão da História das Peregrinações “
(Caps. l.1-4.43)
“A Exposição da Lei”
(Caps.4.44-26.19)
1 - O Decálogo (Caps.4.44-6.3).
A - Os dez mandamentos eram a base da aliança que o Senhor fez com Israel,
também de “testemunho” (4.45), pois constituem a revelação do caráter, da vontade e
do propósito divino que o homem deve seguir para viver em harmonia com o seu
criador e com o próximo.
B - O decálogo começa com as palavras “Eu o Senhor teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão”, Ele está exigindo obediência pois:
A - Quando alguém ferisse ou matasse uma pessoa por acidente, poderia ser morto
pelo parente mais próximo da vítima, este parente era chamado de “vingador do
sangue”.
B - Para a pessoa culpada da morte de alguém, sendo esta morte acidental, Moisés
indicou três cidades ao Oriente do Jordão, que serviria de asilo, aos fugitivos, e depois
Josué separou outra três ao Ocidente do Jordão.
C - Quando o fugitivo chegava a cidade de refúgio, os anciãos das cidades
julgavam o caso para ver se tinha ou não culpa do crime, se havido matado com má
intenção ou casualmente, para ficar seguro dentro da cidade.
D - Dentro dos limites da cidade o fugitivo tinha garantia de vida, porém ao sair
dos limites da cidade o vingador de sangue poderia matá-lo, sem sofrer pena alguma,
por partes dos israelitas, e familiares da vítima.
E - O fugitivo tinha de ficar na cidade até a morte do sumo sacerdote, só com a
morte deste, é que o fugitivo tinha a liberdade de voltar ao seu lar.
A - A Lei se mostra atenciosa quanto ao serviço militar (20. 5-8), aquele que
acabava de construir uma casa nova, ou de semear uma vinha, ou de contrair
matrimonio, estava isento do serviço militar, e também não se aceitavam os medrosos,
pois não seriam bons guerreiros e seu medo seria contagioso.
B - Os israelitas deviam destruir completamente os cananeus e suas cidades (20.16
-18). O propósito era que a religião do Senhor não fosse contaminada com os costumes
pagãos.
C - Os israelitas deviam manter diferenças de vestimentas entre os sexos (22.5).
Dada a similaridade dos atavios masculino e feminino, era necessário poder distinguir
entre ambos.
D - A escravidão, o concubinato, a poligamia e o divórcio eram tolerados, mas
restritos (21.10-17; 23.15,16; 24.1-4 Êx.21.2-11), Moisés não instituiu o divórcio mas
tolerava, era costume arraigado já em Israel (Mt.19.8).
● CUIDADO
A - Ao entrar na terra prometida, Israel tinha de passar pelo vale entre os montes
Ebal e Gerizim, este vale forma um anfiteatro natural, ideal para proclamar a lei ante
uma multidão, aqui deviam apresentar sacrifícios de holocausto e ofertas de paz, o
holocausto significava consagração, e a oferta de paz, significa comunhão com Deus,
desta maneira, ao entrar na terra, os israelitas se consagrariam ao Senhor e gozariam da
comunhão com ele.
B - Seis das tribos iam tomar posição sobre o monte Ebal e as outras seis sobre
Gerizim, quando os levitas lessem as maldições, os israelitas situados no monte Ebal
responderiam com “Amém”, quando lessem as benção, as tribos que estavam sobre
Gerizim responderiam da mesma forma (Js.8.33.34), dessa forma, antes de conquistar
Canaã, os israelitas teriam gravadas em seus corações as condições que determinariam a
benção ou a maldição.
A - Moisés apela pessoalmente para essa geração a fim de que reassumam o pacto
e jurem ser leais, ele prediz a apostasia de Israel e seu castigo; experimentarão a benção
e a maldição; e, finalmente, a graça de Deus abriria a porta para o arrependimento e para
o perdão.
B - Moisés apresenta a Israel duas alternativas: servir ao Senhor ou servir aos seus
inimigos, e se deixar o Senhor, Israel será presa dos invasores.
g) Dã seria valente e forte como um leão jovem, que chega à plenitude de sua
força.
h) Naftali receberia uma terra fértil na região do mar da Galiléia.
i) Aser, possuiria grande abundância de oliveiras e segurança.
LIVROS
COMENTÁRIOS
Novo Comentário da Bíblia - F. Davidson Organizador, São Paulo, Editora Vida
Nova, 1963, 740 p.
Comentário Bíblico - Moody Charles F. Pfeiffer, 4a Ed., São Paulo, Impressa
Batista Regular, 1993, 268 p., vol. 1
Comentário Bíblico Devocional -F. B. Meyer, Minas Gerais, Editora Betânia,
1993, 460 p.
Comentário Broadman - Allen, Cliflon Juerp, 1986, 554 p. vol. 1
Manual Bíblico - H. H. Halley
Um comentário Abreviado da Bíblia - São Paulo, 1970, 768 p.
DICIONÁRIOS
Novo Dicionário da Bíblia - J. D. Douglas, Organizador, 9a Ed., São Paulo
Editora Vida Nova 1962, 1680 p., vols. l e 2
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento - R. Laird Harris,
Organizador, São Paulo, Editora Vida Nova, 1998, 1790 p.
Dicionário Bíblico Universal - A. B. Buckland, 3o Ed., São Paulo, Editora Vida,
1981, 453 p.
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando S. Boyer, 8o Ed., IBAD., São Paulo,
1985, 806 p.
VERSÕES BÍBLICAS
Almeida Revista e Corrigida
Almeida Revista e Atualizada
Almeida Versão Revisada
Versão Contemporânea
A Bíblia de Jerusalém
A Bíblia na Linguagem de Hoje