O Pentateuco

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O PENTATEUCO

Fortaleza, 2001
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
1. PENTATEUCO
1.1. Significado
1.2. Autoria
1.3. Divisão
2. GÊNESIS
2.1. Origem
2.2. Significado Bíblico
2.3. Propósitos
2.4. Conteúdo
2.5. Resumo
3. UMA ANÁLISE DO GÊNESIS – A CRIAÇÃO
3.1. A Criação Primitiva
3.1.1. Os agentes desse “Princípio”
3.1.2. A Semana da Recriação
3.1.3. A Formação do Homem
4. ÊXODO
4.1. Título do Êxodo
4.2. Autoria do Êxodo
4.3. Esfera de Ação do Êxodo
4.4. Tema do Êxodo
4.5. Propósito do Êxodo
4.6. Divisão do Êxodo
5. UM RESUMO DO ÊXODO – A OPRESSÃO
5.1. A Estada no Egito
5.2. Sob o jugo da Escravidão
5.3. O Nascimento de Moisés
6. O ÊXODO E A MARCHA PARA O SINAI
6.1. A Marcha
6.2. Israel Defronte do Mar Vermelho
6.3. O Maná e o que Ele nos Ensina
6.4. As Jornadas até o Sinai
6.5. A Entrega da Lei ou Concerto
6.5.1. A Permanência no Sinai
7. LEVÍTICO
7.1. Título de Levítico
7.2. Autoria de Levítico
7.3. A Importância do levítico
7.4. Data do Levítico
7.5. Propósito do Levítico
7.6. Objetivo do Levítico
7.7. Tema do Levítico
7.8. A Divisão do Levítico
7.9. O Valor Permanente do Levítico
7.10. Ponto de Vista do Levítico
8. A ESTRUTURA DO LEVÍTICO
8.1. A Mensagem Central
9. ESBOÇO DO LEVÍTICO
9.1. A Base da Comunhão “O Sacrifício”
9.2. O Andar em Comunhão (A separação)
10. UMA ANÁLISE DO LIVRO
10.1. O Caminho Mediante os Sacrifícios
10.2. A Lei do Sacerdócio
10.3. A Limpeza do Povo
10.4. O Altar
10.5. A Higiene do Povo
10.6. Os Sacerdócios
10.7. As Festas
10.8. A Terra
11. NÚMEROS
11.1. Título dos Números
11.2. O Caráter dos Números
11.3. O Ensino dos Números
11.4. A Divisão dos Números
11.5. Esboço de Números
12. DEUTERONÔMIO
12.1. Tema do Deuteronômio
12.2. Autor do Deuteronômio
12.3. Propósitos do Deuteronômio
12.4. Assunto do Deuteronômio
12.5. Esboço do Deuteronômio
13. BIBLIOGRAFIA
1. O PENTATEUCO
Significado – Autoria - Divisão

A palavra PENTATEUCO tem sua origem no idioma Grego sendo formada pelos
vocábulos, “penta” = cinco e “teuchos” = livros, tomos, volumes.

2.1. Significado
Na linguagem bíblica significa os cinco primeiros livros do Velho Testamento. Os
judeus chamavam de Torá (do hebreu Torah) a Lei Mosaica ou o livro que a encerra -
o Pentateuco.
Este nome foi adotado, entre nós, por causa de uma tradução do Antigo
Testamento, feita do hebraico para o grego, por hebreus de Alexandria, chamada
“Septuaginta”. Este fato, teria acontecido por volta do século terceiro antes do
nascimento de Cristo.
Nós usamos, simplesmente, os nomes impostos pelos gregos, que de maneira
graciosa lhes caracterizaram pelo conteúdo: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio.

1.2. Autoria
Desde a mais remota antiguidade foi considerado seu autor o próprio Moisés,
sendo ainda, protagonista dos quatro últimos livros. Várias citações nos livros
posteriores, apontam de maneira irrefutável, para o autor do Pentateuco: “Está escrita na
lei de Moisés” ou “no livro de Moisés” ou ainda “no volume da lei de Moisés”, sem
mencionar o livro de Josué que é sua continuação imediata e seu complemento
(Js.8,31;23,6; 1Rs 2,3; 2Rs 14,6; 2Cr 23,18; 25,4; 35,12; Ed 3,2; 6,18; Dn 9,11).
O Novo Testamento nos apresenta a convicção de que Moisés é o autor da Lei,
difundida e radicada entre os judeus; o próprio Jesus Cristo, bem como os apóstolos
assim admitem e confirmam (Mt 8,4; Mc 12,26; Lc 20 e 37; Jo 5,46 e 47; At 15,21; Rm
10,5).

1.3. Divisão
Como foi referido anteriormente, a divisão do Pentateuco em cinco livros, se deu
por ocasião da tradução chamada “Septuaginta”, remetendo aos nossos dias o que
adiante se segue:
O Gênesis – Encerra a criação do universo (céus, terra, água, ar) e do governo
humano (Adão, Eva e sua descendência, o povo hebreu até sua ida para o Egito) por
Deus, que se revela à sua criação, de forma onisciente, onipresente e onipotente;
O Êxodo – Relato minucioso da libertação do povo hebreu da escravidão no
Egito, da sua condução até o sopé do Monte Sinai onde Moisés recebe de Deus as
Tábuas da Lei (religiosa e civil) por meio de um pacto sagrado (testamento) para se
constituírem em povo eleito de Deus (Javé) e da sua peregrinação pelo deserto em busca
da terra prometida – a Canaã;
O Levítico – Trata da regulamentação do culto religioso dos hebreus no
Tabernáculo à maneira de ritual, sendo a tribo dos levitas separada por Deus para
executar esse trabalho no santuário.

O Números – Trata dos dois recenseamentos do povo hebreu contidos na primeira


parte, estendendo-se, depois em referir fatos e providências legislativas correspondentes
aos quarenta anos de vida nômade no deserto.

O Deuteronômio – É a Segunda lei, emanada pelo fim da grande jornada no


deserto, onde Moisés retoma a legislação precedente para adaptá-la às novas condições
de vida sedentária em que o povo de Deus viria a se encontrar com a conquista iminente
da Palestina.

Neste breve e conciso apanhado verifica-se num só lance não só a unidade e a


variedade do Pentateuco, mas, também a sua fundamental importância para a religião
antiga e para a história do povo hebreu.

2. GÊNESIS

Origem – Significado Bíblico- Propósitos - Conteúdo

2.1. Origem

Gênesis, que em hebraico é “Bereshith”, significa princípio, origem, começo,


início. O nome vem da “Septuaginta” a versão grega do Pentateuco.
2.2. Significado Bíblico

O Gênesis da Bíblia Hebraica é chamado dessa maneira porque é exatamente


disso de que trata o livro, ou seja, do princípio, da origem, do início de todas as coisas.
Nele está contida a síntese da criação: “No princípio criou Deus o céu e a terra”.
O Gênesis é pois o princípio da Bíblia, seu prefácio ou introdução, nele se revela a
origem do universo como obra da criação divina, a criação do homem à imagem e
semelhança de Deus, a origem da família e seu desenvolvimento em sociedade nacional.
Nele também, encontra-se a narrativa da queda do homem pelo pecado da
desobediência, a tentação de satanás, a redenção pela expiação dos pecados e todos os
princípios basilares da revelação divina e da comunicação de Deus com a sua criação,
estabelecendo para si um povo.

2.3. Dos Propósitos

O livro de Gênesis, primeiro da Bíblia Sagrada, tem dentre outros propósitos,


relatar o princípio da criação do universo – astros e estrelas, céus e terra, ar e água, vida
irracional e racional - pelo Senhor Deus, que criando todas coisas do incriado ou seja do
nada, deu origem ao homem e a sua trajetória sobre a terra. Relata, com riqueza de
pormenores, a vida do homem no Éden, da perpetuação da raça humana, da
manifestação e da interferência do demônio na obra divina, induzindo Adão e Eva a
cometer o pecado da desobediência comendo o fruto da árvore da Vida, também e
principalmente, ocupa-se da redenção do seu povo ao toma-lo como raça eleita.
Assim, vamos encontrar seu autor, Moisés, apresentando em sua narrativa, não a
história de toda a espécie humana que habitava na terra, mas a odisséia do povo eleito
de Deus, concentrando toda a ênfase em Abraão, patriarca do povo escolhido e início da
história de Israel.
Por fim, vemos que o Gênesis, trata do mesmo assunto de duas maneiras, uma
geral e outra particular. A primeira diz respeito ao princípio de todas as coisas, a criação
divina encerrada em si mesma, e, a segunda, fala especificamente dos propósitos de
Deus para com os seus eleitos – separa e abençoa um povo para que seja o veículo de
sua aliança e concerto universal com toda a humanidade.

2.4. Do Conteúdo

O Gênesis abrange uma período muito longo, desde Adão até o estabelecimento
de Israel no Egito, como nação, temos aproximadamente três milênios, sem levar em
conta as primeiras origens de todas as coisas, tais como o firmamento e seus astros, sol,
lua etc.
Podemos dividir em duas partes a genealogia de que trata o Gênesis, a primitiva
(Caps. 1-11) e a patriarcal (Caps. 12-50). Os primeiros capítulos, tratam do preparo e da
escolha de uma família, os demais, por sua vez, traçam a história dessa família que se
inicia com a chamada de Abraão e vai até a morte de José no Egito.

2.5. Resumo

O mundo antes de Abraão (Caps.1-11).

1 – Antes do Dilúvio (Caps. 1-5).


A – A criação do mundo (1.1; 2.3);
B – A criação do homem (1.26; 2.25);
C – A queda e o castigo (3.1; 24);
D – O crime de Caim (4.1; 26);
E – O desenvolvimento das artes (4.1;26);
F – Os descendentes de Sete (5.1;32).

2 – O Dilúvio (Caps. 6-9).


A – A corrupção da raça (6.1;8);
B – Noé faz a arca (6.9; 7.9);
C – O dilúvio (7.10;24);
D – As águas baixam (8.1;22)
E – A bênção e o pacto com Noé (9.1;29).

3 – Do Dilúvio a Abraão (Caps.10-11)


A – A posteridade de Noé (10.1;32);
B – A Torre de Babel (11.1;9);
C – A Genealogia de Abraão (11.10;32).

4 – De Abraão a José (Caps.12-50).


A – Abraão (12.1;25.11), 14 Capítulos;
B – Isaque (25.12;27.6), 3 Capítulos;
C – Jacó (28.1;35.29), 8 Capítulos;
D – Esaú (36.1;43), 1 Capítulo;
E – José (37.1;50.26),14 Capítulos.

3. UMA ANÁLISE DO GÊNESIS - A CRIAÇÃO


(Caps.1 e 2)

3.1. – A Criação Primitiva (Gn 1.1)

O capítulo primeiro do Gênesis foi escrito tanto para descrever o processo de


criação, como também para mostrar sua causa e propósito. A idéia principal e mais
importante contida no relato da criação é que há um Deus e por Ele todas as coisas
foram criadas. O nome de Deus domina todo o primeiro capítulo da Bíblia e seu nome é
citado vinte e nove vezes em trinta e um versículos.
A afirmativa de que “No princípio criou Deus os céus e a terra”, não é uma teoria
humana, mas um testemunho oriundo da comunhão dos homens com Deus, de cunho e
inspiração divinas – um axioma, ou seja, ponto de partida (premissa) tão evidente
que a doutrina Bíblica admite como verdade universal absoluta sem exigência de
demonstração.
Neste axioma está contida a primeira grande revelação de Deus aos homens e o
seu postulado nada mais é do que o testemunho de uma revelação divina.
A teoria, através de método e disciplina, ao contrário do axioma, trata da
interpretação dos fatos enquanto realidade observada por alguém, para explicá-los
racionalmente. O testemunho, no sentido Bíblico, traduz sentimentos e emoções de
alguém que é parte integrante de fatos ou acontecimentos inusitados e peculiares para a
realização da manifestação dos desígnios de Deus.
O axioma aqui posto pelo testemunho do autor do Gênesis - “No princípio criou
Deus os céus e a terra” - estabelece a primeira verdade bíblica universal a revelação da
existência de Deus e ao mesmo tempo contesta e nega:
1 – o ateísmo com doutrina da não existência de Deus;
2 – o politeísmo com a doutrina de vários deuses;
3 – o fatalismo com doutrina do acaso;
4 – a evolução com a doutrina de transformação infinita;
5 – o panteísmo com a doutrina da identificação de Deus como universo ou
natureza;
6 – o materialismo que proclama a eternidade da matéria.
Assim, este primeiro testemunho do Senhor não só é uma declaração divina como
também se revela repúdio ao erro humano.

3.1.1. Os agentes desse “princípio”

A palavra “criou” encontra-se apenas três vezes no capítulo primeiro de Gênesis


(1.21.27). Os estudiosos do assunto referem-se a diferença no texto original entre o que
Deus “criou” e o que Deus “fez”. Dessa maneira, os mares foram “feitos” da águas que
já existiam (9.10). O sol e a lua foram “feitos aparecer” através das espessas nuvens no
quarto dia da semana da recriação. Porém, o versículo 1 º (Gn 1) é enfático, abrange todo
o cosmo.
O Versículo 2o diz: “A terra, porém, era sem forma e vazia...”. O verbo “era” é
também traduzido por “veio a ser”, dando assim a idéia de que, originalmente, a terra
não era sem forma e vazia. Em Isaías 45.18 diz o Senhor “que criou os céus, o único
Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas
para ser habitada”. Portanto, se o segundo versículo do primeiro capítulo de Gênesis
declara que no princípio a terra era sem forma e vazia (um verdadeiro caos), deve Ter
acontecido algo com ela, talvez um cataclismo, levando-a a esse estado. Se isto é fato,
deduzimos que houve um grande espaço de tempo entre os fatos registrado no versículo
1o e os registrados no versículo 2 o, períodos esses tão longos que deixam motivos para
especulações geológicas o que leva alguns autores a afirmarem ter havido um extenso
período entre a criação propriamente dita e a formação do homem na terra.
“... e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (v.2 o). A expressão “pairava
sobre as águas” é interpretada por alguns como um pássaro que está chocando ovos em
seu ninho, esperando o tempo de maturação, de gestação, para o nascimento dos
filhotes.
Águas, aqui, não significa, necessariamente, os oceanos e os mares como os
conhecemos hoje em dia, mas a condição da massa gasosa de matéria incandescente
que já existia antes deles. O Espírito Santo, nos louvando na versão Almeida Revista
Corrigida da Bíblia, “se movia sobre as águas” e não “dentro” dessas águas, indicando
que Deus é um Ser próprio, separado do seu trabalho.

3.1.2. A Semana da Recriação

A partir desse momento Moisés passa a descrever as diferentes fases da ação


divina que tem a duração de seis dias, sendo três dias para a formação dos espaços
habitáveis e outros três dias para a obra do povoamento.

1o Dia
“Disse Deus: haja luz, e, houve luz” (3). Deus começa sua obra com a iluminação
do seu campo de ação. A luz é elemento essencial à vida. Não se trabalha no escuro,
sem luz – condição fundamental de toda a obra (cientificamente provado) tudo é
confuso. Antes reinava a escuridão, as trevas, a luz impôs ordem ao caos. O versículo 3 o
revela relação entre o movimento do Espírito (luz) sobre a matéria inerte (caos) e o
efeito nela produzido. É uma figura do que ocorre no milagre da conversão operada no
pecador pelo Espírito Santo.

2o Dia
“E chamou Deus ao firmamento céus” (6.8). Firmamento ou expansão foi como
Deus denominou o segundo elemento criado; foi a separação da matéria gasosa da qual
da qual surgira a luz. O que Deus chama de “expansão” ou “céus”, não significa
somente a atmosfera em volta da terra, mas toda a “grande câmara” universal onde o
sol, a lua e as estrelas se localizam.
O salmo 148.4, nos remete a “ céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus”,
isto é matéria gasosa que está sobre os céus conforme afirma o salmista e aquelas água
“embaixo”, que incluem as nuvens da atmosfera, bem como os mares e os oceanos.
Toada esta inexplicável beleza, proclama a glória de um Criador que sabiamente dispôs
todas estas coisas, tirando-as do nada com um simples FAÇA-SE!

3o Dia
Aparecimento da terra firme (9.13). Surge agora o terceiro dia. Neste dia o
movimento está ligado a gravitação envolvendo tudo e todas as demais forças que
começam a concentrar forças debaixo do firmamento à volta dos inúmeros centros, um
dos quais passa a ser o nosso globo – a Terra.
Outro trabalho vem se desenvolvendo, “pari passo” neste terceiro dia: o
surgimento das plantas (11,12).
Para que a terra pudesse receber seus habitantes Deus cria as plantas, com sua
inúmeras variedades e finalidades.

4o Dia
A organização do Sistema Solar (14.19). Desse período é a organização do nosso
sistema solar. Na primitiva astronomia de Moisés, surgem o sol, a lua e as estrelas
(englobando todos os demais astros do firmamento). A função primordial dos dois
astros principais sol e lua é controlar dias e anos estabelecendo os calendários de
marcação do tempo. O sol, indica os dias e os anos; a lua, as semanas e os meses; e, as
estrelas, indicam as estações.

5o Dia
O surgimento da fauna marinha (20.23). Neste quinto dia surgem os habitantes
das águas, os peixes grandes e pequenos e também todas as variedades de aves.
6o Dia
A criação dos animais terrestres (24.25). Esses animais, à semelhança dos
demais, também fazem parte da criação de Deus. Nascem na terra e na terra vivem.
Dividem-se em três grupos distintos: gado ou animais domésticos; feras ou animais
selvagens; e, répteis, que se arrastam o ventre pelo solo.

3.1.3. A Formação do Homem (26.31)


Neste momento necessário se torna um exame mais acurado da expressões “haja
luz”, “produza a terra”. O verbo “asah” usado nestas frases vem do hebraico que quer
dizer, faça-se, seja feito, traduzindo, sem dúvida, uma ordem, um comando imperativo
para que alguma coisa surja do nada – FAÇA-SE! Na criação do homem surge o mesmo
verbo, mas desta feita, no plural: FAÇAMOS! (v. 26). Donde, pode-se concluir que até
aqui tudo foi criado exclusivamente pela vontade e exclusividade de Deus. Mas no que
diz respeito ao homem, este não foi somente criado, foi também formado ou gerado,
sendo o resultado da cooperação da Trindade, vista na forma plural de “façamos”.
Moisés nos oferece um duplo relato da origem do homem, harmônicos entre si, o
primeiro nos versículos já citados (26.31) e o segundo também em Gênesis 2.7.
Partindo destes textos e de todo o contexto que trata da obra da criação, quanto a
criação do homem, chega-se a seguinte conclusão:
I – A criação do homem foi precedida por um solene concerto divino;
II – A criação do homem é um ato imediato de Deus;
III – O homem foi criado segundo um tipo divino;
IV – Os elementos da natureza humana se distinguem dos demais seres;
V – O homem foi a coroação da criação de Deus.
● Teoria Bíblica e Teoria da Evolução
A teoria bíblica deixa claro em seus ensinamentos que a criação levada a efeito
por Deus foi uma criação especial, ou seja, que Deus criou cada criatura “conforme a
sua espécie” (Gn.1.24). Isto quer dizer que cada criatura, seja o homem ou os animais
irracionais, foi criada como a conhecemos hoje.
No perpassar dos tempos, mais precisamente no século atual, muitas vãs
filosofias, falsos ensinos, pregações falaciosas, teorias materialistas e fantasiosas, têm
procurado lançar dúvidas quanto ao relato bíblico da criação. Entre essas teorias
destaca-se a da evolução das espécies, concebida e largamente difundida pelo naturalista
inglês Charles Darwin, que viveu entre 1809 e 1889. Não obstante Darwin, antes de
morrer, ter se retratado quanto a essa teoria que ele mesmo ensinou ao longo dos seus
anos, ainda hoje ela é muito pregada e discutida nos meios e círculos acadêmicos.
A teoria propagada por Darwin, tem como fundamento a evolução das espécies,
afirmando que o homem e os animais em geral possuem um princípio comum; isto é,
tanto os homens como os animais procedem de mesmo tronco comum e que homens e
animais são hoje a soma das mutações sofridas no decorrer dos milênios. Em suma: o
homem hodierno não era homem no princípio. Desse raciocínio surgiu a corrente de
opinião de que o homem de hoje é o macaco de ontem, que se desenvolveu plenamente
através de muitos estágios.
À luz da revelação divina, o homem foi formado já adulto, à imagem e
semelhança de Deus (Gn.1.26). O que disto passar é mera fantasia da cabeça dos que
não têm Deus em suas mentes e em seus corações.

7o Dia
“E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou” (2.3). O sétimo dia da criação foi
diferente dos demais, pois foi por Deus santificado. O Senhor contemplou toda sua
obra, em profundidade e extensão, e, verificando que ser boa, prazerosamente,
descansou. O verbo descansar aqui, não significa, o descanso do trabalhador comum da
faina diária, mas sim que o Senhor repousou sobre a magnitude da sua obra, não por
cansaço e sim por puro prazer de vê-la concluída. Bendisse o dia que lhe proporcionou
tamanho comprazimento, distinguindo-o dos demais dias consagrando-o ao repouso
corporal e ao culto Divino.

● Jardim do Éden
Segundo os estudiosos e teólogos, que têm na Bíblia Sagrada sua fonte de
pesquisas, o jardim do Éden, ficava no sudoeste da Ásia, ao sul da Mesopotâmia, bem
próximo ao país que hoje é chamado de Armênia, entre os rios Tigre e Eufrates. Toda a
nossa civilização tem sua origem e procede daquela região. Após o aparecimento do
pecado o jardim do Éden foi completamente destruído e sua geografia estética
modificada, pois dos quatro rios que banhavam o Éden, somente dois restaram
conhecidos.

● A Árvore da Vida e a Árvore do Bem e do Mal


...”boa para se comer, agradável aos olhos”, é o que informa o livro de Gênesis
3.6, revelando tratar-se de um espécime vegetal imponente, majestoso e produtivo. No
entanto seu fruto não deveria ser consumido pelo homem por ordem de Deus. A
desobediência a esta expressa ordem divina representaria o afastamento de Deus, a
perda do seu estado de pureza e sujeição a condição de mortal, tanto física como
espiritualmente.

● Eva
Vendo o Senhor que Adão estava triste e só, disse: “Não é bom que o homem
esteja só” (Gn.1.18) e providenciou-lhe uma companheira, tirando-a do seu próprio
corpo. Aqui reproduzimos interessante nota a esse respeito: “A mulher não foi tirada da
cabeça de Adão, para não o dirigir; nem tampouco dos pés de Adão, para este não a
espezinhar; todavia Eva foi tirada da sua costela, do seu lado, para que Adão a tivesse
por companheira, para que ambos se amassem, comungassem e servissem um ao outro,
em perfeita harmonia de vida”.

● Provação e Queda do Homem


Deus criou o homem puro e bom, com todas as qualidades indispensáveis a uma
vida feliz na terra; mas Deus também dotou-o de inteligência e com ela a liberdade de
escolha (o livre arbítrio). O capítulo 3 de Gênesis nos mostra, justamente:
1 – A escolha do homem – desobediência a voz divina. Transgressão que
significou o repúdio à autoridade de Deus, a disputa acerca de sua sabedoria e o
desprezo à sua graça;
2 – A consequência dessa escolha – reprovação, condenação, maldição e expulsão
por parte de Deus. Deus não pode negar-se a si mesmo. Assim o homem caiu;
3 – Redenção – a profecia divina logo após a queda é a prona irrefutável do amor
de Deus para com a humanidade: o homem seria redimido do seu pecado. Gênesis 3.15,
faz a primeira alusão ao Redentor que havia de vir “E porei inimizade entre ti e a
mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar”.

● A Serpente
Para muitos estudiosos das Sagradas Escrituras, a serpente não tinha esse aspecto
repugnante, dos nossos dias; pelo contrário era dotada de extrema beleza e andava ereta.
A sua cintilante beleza muito contribuiu para que Satanás a usasse para tentar Eva.
Através da indução da serpente, Adão e Eva acreditaram que se comessem da árvore
que estava no meio do jardim, seriam iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. Ledo
engano! Satanás servindo-se da beleza de uma serpente, astutamente, consegue executar
o seu plano!

● Folhas de Figueira
Adão e Eva, despertados pelo pecado, temeram a Deus. Dominados pela emoção
da vergonha e do medo, tentaram fugir da presença do Senhor; descobrindo a nudez,
usaram do artifício de cobrirem-se com folhas de figueira, na tentativa vã de
esconderem-se da ira do Senhor. A atitude de Adão e Eva, revela o descobrimento de
uma nova, cruel e irreversível realidade.
● Promessa de Livramento
O versículo 15 do capítulo 3 encerra a maior e mais gloriosa promessa de Deus –
um Redentor. Neste momento a luz da esperança começou a brilhar. Todas demais
promessas foram feitas em consequência desta. Tudo que esta na Bíblia Sagrada, todos
os acontecimentos, giram em torno do cumprimento desta profecia. A Bíblia contem a
história do mundo, ou do homem, mas sim a história da redenção do homem.

● A Semente da Mulher
Semente dá a idéia de uma unidade reprodutora. E assim era. No versículo 15 a
descendência (matriz) da espécie – humana ou animal – é considerada como semente.
Está lavrada a sentença de Deus! Duas sementeiras, inimigas entre si! Sementeira no
sentido botânico e também popular é a árvore devidamente preparada para fornecer
sementes para propagação da sua espécie. A semente do mal
(serpente/satanás) não iria prevalecer contra a semente do bem (a mulher/humanidade),
e dela, mulher (sementeira) viria a vitória contra o pecado. A partir de Gênesis, Deus
começa a preparar a humanidade para receber o Redentor, Jesus Cristo, que viria
esmagar a cabeça da serpente - Satanás.

● A Sentença do Homem
De agora em diante (3.19) o homem dependeria do seu próprio esforço para
sobreviver. Teria que cultivar a terra e extrair dela o pão de cada dia, o seu sustento.
Antes do pecado isso não acontecia! A terra produzia naturalmente os alimentos para os
nossos primeiros pais. O versículo 19 é claro: “No suor do teu rosto comerás o teu pão,
até que tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Assim, apenas o corpo, a matéria vil, volta para a terra, todavia o espírito, volta para
Deus, para o controle de Deus (Ec. 12.7).

● Caim - Abel - Sete


Os primeiros filhos de Adão e Eva foram Caim e Abel. Caim é cultivador do solo
e Abel, pastor de gado. Ambos fazem ofertas a Deus, que conhecendo o coração de
ambos, rejeita a oferta de Caim e aceita a de Abel. Caim, irado, pratica o primeiro
homicídio (fratricídio) da história e contra seu próprio irmão.
Sete nasceu depois da morte de Abel. Seu nome significa “substituto” ou “outra
semente”. Os descendentes de Sete foram homens de fé, em contrário aos descendentes
de Caim, que foram homens do mundo.
O capítulo 5 tem por introdução a linhagem de Sete, com a intenção de nos
conduzir a história de Noé, através da qual surge a história da redenção. Nada fala de
Caim, pois ele “retirou-se da presença do Senhor”(4.16). Caim partiu com sua mulher
para a terra de Node, edificou uma cidade, suas aspirações eram terrenas. Os
descendentes de Caim desenvolveram a primeira organização social:

1 – Jabal – foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado;


2 – Jubal – o pai dos que tocam harpa e órgão;
3 – Tubalcaim – mestre de toda obra de cobre e ferro, artezão;
4 – Lameque – foi o primeiro a tomar duas mulheres em casamento.

Abel não é mencionado porque não deixou descendência. Curiosamente,


nenhuma mulher é citada, ainda que a Bíblia se refira aos filhos e filhas gerados por
Adão. Também não há referências quanto ao numero de filhos nascidos do casal
primeiro.
● Dilúvio
O capítulo 6 descreve a corrupção total do gênero humano. O pecado assumiu
proporções tão desastrosas a ponto de pesar no coração de Deus ter posto o homem na
terra (6.6), e, então, Deus retribuindo, determinou a destruição do homem através de um
dilúvio, de cujas consequências seriam poupados Noé e sua família, por ser homem
íntegro que desfrutava da íntima comunhão com Deus (6.9).

● Os Filhos de Deus
Os “filhos de Deus” seriam, naturalmente, aqueles em que se via refletida a
santidade divina, ao passo que “filhas dos homens” seriam aquelas consideradas
“corruptas”. Naquela época haviam duas raças distintas: os descendentes de Sete e os
descendentes de Caim. Segundo alguns escritores de nossa época, os “filhos de Deus”
seriam os descendentes de Sete e as “filhas dos homens” a descendência de Caim.

● A Arca de Noé
Deus na sua infinita misericórdia, concedeu ao homem, ainda um prazo de 120
anos, durante os quais a justiça Divina foi pregada (2Pe 2.5), mas, sempre rejeitada. A
arca foi construída, o tempo cumpriu-se, as águas chegaram e então os zombeteiros e os
corruptos, do lado de fora da arca, pereceram (Hb.11.7).
Após o dilúvio a arca pousou sobre um dos montes armênios e foi descendo ao
solo a medida que as águas baixavam, parando no sopé do monte – o monte Ararate.
Esse lugar, segundo a tradição que lhe conservou a origem do fato, é conhecido pelo
nome de “Naxuana” – ou lugar da descida da arca. E também, segundo a arqueologia,
foi aí que se reconstituiu a geração humana.

● Noé Agradece ao Senhor


“Sai da arca tu, e tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos contigo”,
falou o Senhor Deus a Noé (Gs 8.15).
Tão logo saíram da arca, Noé e sua família ergueram um altar ao Senhor, em sinal
de agradecimento por tê-los livrado de tão grande cataclismo. Pela primeira vez aparece
mencionado o altar e especificado o gênero de sacrifícios oferecidos. Holocausto era o
sacrifício de adoração, na qual a vítima era destruída inteiramente pelo fogo.

● Semeadura e Colheita
O Senhor abençoa a Noé e a sua descendência, “frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra”.
A ordem cósmica não será mais perturbada por outro dilúvio (9.11). Isso era
motivo de grande consolação para Israel, cuja concepção cosmogônica (cosmogonia -
ciência que trata da origem e evolução do Universo) o levava a se considerar cercado de
água; por cima, o oceano celeste; em torno o oceano terrestre; por baixo o oceano
subterrâneo.
Noé torna-se o novo cabeça da humanidade que recomeça e Deus renova na sua a
pessoa as bênçãos dadas a Adão.
O homem é novamente constituído cabeça da criação, a qual porém, lhe será hostil
de agora em diante: “Criado à imagem e semelhança de Deus, recebeu o homem a
ordem de submeter a si, a terra com tudo que contém, e de governar o mundo na justiça
e na santidade, e, reconhecendo Deus como criador universal, orientar-se a si e ao
universo para ele” (Gn 34).
Querendo Deus infundir nos homens o mais vivo horror pelo derramamento de
sangue humano, proíbe não só comer a carne de animais sufocados, cujo sangue não
saiu, mas diz que punirá até os animais que derramarem sangue humano. Portanto muito
mais severamente punirá o homem. Era crença que o sangue era a sede da vida,
reservada unicamente a Deus, donde a proibição de alimentar-se dele ou derramá-lo.
“E o arco estará nas nuvens...” O arco-íris preexistiu ao dilúvio, mas Deus
escolheu-o como sinal e lembrança visível da promessa de não mais enviar aquele
cataclismo. A aliança que Deus estabelece com Noé abrange ainda toda a humanidade e
toda a criação, diferentemente da que, mais tarde, estabelecerá com Abraão e Moisés.

● A Embriaguês de Noé e a Maldição de Canaã


Esta parte nos ensina que até mesmo o homem ricamente abençoado por Deus
pode ser vencido pelas tentações carnais. Sem e Jafé demonstram moral elevada e
louvável. Quanto ao terceiro filho de Noé, Cão, vemos que a maldição não imputada a
si, mas sim a sua geração – os cananeus. Estes foram os adversários do povo de Deus.
Foram exterminados quando da conquista de Canaã por Josué (Js 24.18).
Negar-se a si mesmo, subjugar a carne, abafar o egoísmo, enfim vencer todo o
pecado, é difícil ao homem! A embriaguês de Noé, o adultério de Davi, a mentira de
Pedro, mostram-nos que nem sempre homens de Deus, como tais, submetem seus
poderes à vontade divina, e que nós ao descuidarmos disso, estaremos impedindo em
nós mesmos o desenvolvimento do aperfeiçoamento cristão.
As maldições e as bênçãos dos profetas eram eficazes. Cumpre, porém, entender
essas palavras no ambiente histórico em que foram escritas, quando os cananeus foram
dominados pelos israelitas (semitas), por Josué, depois de Moisés, portanto muito tempo
depois de Noé. Na aliança firmada entre Deus e noé, estão registrados três fatos
referentes a seus filhos, no sentido profético:

1 – Os descendentes de Sem (os semitas) preservariam o conhecimento do


verdadeiro Deus. Jesus, segundo a carne, vem de Sem.
2 – De Jafé viriam as raças que dominariam a maior parte do mundo e superariam
as raças semíticas. O governo, a ciência, a arte, têm saido geralmente de gente vinda de
Jafé.
3 – Os descendentes de Cão, pela maldição de Noé, o mais moço dos irmãos,
seriam raças servís, “escravos do escravos de seus irmãos”. Inegavelmente, a estirpe de
Canaã, sempre teve o ultimo lugar entre os povos.
● Posteridade dos Filhos de Noé
Este capítulo da Bíblia Sagrada, nos apresenta uma história em forma de tábua
geanealógica, sucinta, dos povos que serão depois deixados à parte, para concentrar a
ação num só semita, Abraão, com o qual começa a verdadeira história bíblica que é a do
povo eleito de Deus. Essas genealogias contêm nomes que são mais geográficos que
pessoais; agrupam mais os povos nas suas relações históricas e geográficas do que
étnicas:
1 – Os jafetitas ao norte, Ásia Menor e ilhas do Mediterrâneo;
2 – Os camitas ao sul, Egito, Arábia, Etiópia;
3 – Os semitas ao leste, Elam, Assíria, Mesopotâmia.

● A Torre de Babel – Confusão das línguas e dispersão dos povos.


“... tendo partido do oriente, encontraram uma planície na terra de Senaar, e
habitaram nela” (Gs 11.2). “Terra de Senaar”, é uma região da antiga Mesopotâmia
Inferior, hoje Iraque, onde os dois rios Tigre e Eufrates, e aproximam até uns quarenta
quilômetros entre si antes de lançar suas águas no golfo Pérsico. Nessa região foi que os
homens tentaram construir uma cidade e uma “torre cujo cimo chegasse até ao céu”. A
construção da torre de Babel, representa o orgulho do homem, sempre impelido a mirar
a própria grandeza, esquecendo os desígnios de Deus. Como castigo, Deus obriga os
homens a se dispersarem estabelecendo entre eles a confusão da linguagem.
A unidade será restaurada, não pela vontade do homem, mas de Deus e não numa
união política e natural, mas sobrenatural, em Cristo Jesus e no milagre das línguas no
Pentecostes.
O verdadeiro significado da confusão das línguas encontra-se no Salmo 54.10
“Precipita-os, Senhor, confunde as suas línguas; porque eu vejo a injustiça e a
contradição na cidade”. Não se pense, equivocadamente, que foram aqui criadas novas e
distintas línguas. Ora, a língua serve para exprimir as idéias. O desacordo das idéias é a
causa mais profunda para os homens já não se entenderem. Não podendo mais entender-
se, os homens dispersam-se. Consequentemente, a construção da cidade e da torre é
interrompida. Babel não deve ser confundida com Babilônia. Aqui o nome significa
confusão, ao passo que Babilônia quer dizer porta do deus. O local onde se edificou a
torre ao invés de receber um nome que perpetuasse e celebrasse a habilidade dos
construtores, recebeu ao contrário, um nome que lhe perpetuará a desonra.

● Deus chama a Abrão


A seu tempo Deus chama a Abrão a fim de fazer dele uma grande nação, para que
o reconhecessem como único e verdadeiro Deus, Pai providente e justo Juiz, e,
aguardassem o Salvador prometido, preparando assim, através dos séculos, o caminho
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Adão havia recebido de Deus a promessa de um Redentor, ignorando-se, porém,
ignorando-se porém de qual estirpe de seus descendentes sairia (Gn.3.15); após o
dilúvio a promessa é repetida para Sem (Gn.9.26), excluídos Cão e Jafé. Depois entre
todos de Sem, é escolhido Abraão, excluídos os demais. Assim, mais preciso se torna de
quem descenderá o Messias vindouro. Abraão é um esplêndido exemplo de fé e
obediência a Deus, e será o exemplo dos chamados por Deus e cognominado pai dos
crentes. É também o núcleo de um novo povo, com missão especial por destino. A
promessa feita a Abraão orienta-se essencialmente para o futuro e supõe um plano de
salvação, naquela ocasião, oculto na mente de Deus, porém, já transparecendo, estender-
se a todos os povos.
● Abraão em Canaã
Obedecendo as ordens de Deus, Abraão toma consigo sua mulher Sarai e Lot
(filho do seu irmão), todos os bens que possuíam, e partem para a terra de Canaã. Sua
obediência incluiu deixar seu lar, sua pátria e confiar-se aos cuidados de Deus, na sua
orientação divina e nas suas promessas. Em terras de Canaã, O Senhor vai ter com
Abraão e diz-lhe: “A tua semente darei esta terra”, naquele lugar edificou um altar ao
Senhor que lhe tinha aparecido, antes de passar dali para o monte, que estava ao oriente
de Betel, onde levantou a sua tenda, tendo a mesma Betel ao ocidente. Outro altar
edificou nesse local para honra do Senhor e invocou o seu nome.

● Abraão desce ao Egito


Tangido pela fome que grassava naquela terra, Abraão, dirigiu-se para o Egito
com o intuito de garantir a sua sobrevivência e a sobrevivência do seu povo. Quando
estava prestes a entrar no país do Faraó (Faraó quer dizer Casa Grande. É o título que no
Egito recebiam todos os soberanos, como entre os romanos chamava-se César todo
imperador), temeroso de maus tratos por parte dos egípcios, Abraão, fez sua mulher
Sarai passar por sua irmã. “E trataram bem Abrão, por causa dela; e ele teve ovelhas e
bois, e servos e servas, e jumentas e camelos”(Gn 12.16). Porém, não eram estes os
planos do Senhor, que investiu contra o Faraó e sua casa, ferindo-os com enormes
pragas por causa de Sarai.
Abraão mentiu a um soberano pagão, comprometendo sua mulher, visando ganho
fácil e garantia da própria vida. Logrou êxito com sua astúcia.
Há quem sustente que Abraão não mentiu e sim calou um lado da verdade. De
fato, Sarai era sua mulher, mas também era sua irmã pelo lado paterno. Naquela época
era muito comum o casamento entre membros da mesma família, sendo muito comum,
um patriarca gerar filhos em muitas mulheres, esposas e escravas, pois havia um zelo
muito acurado, no que diz respeito a constituição de mão de obra e garantia da
posteridade numerosa.

● Abraão volta a Canaã


O Faraó, temendo a ira de Deus, devolveu Sarai a seu marido Abraão e deu ordem
a seus homens para leva-lo para fora do Egito, “com sua mulher e com tudo o que
possuía”.
Assim, Abraão deixou o Egito, com sua mulher Sarai, com Lot, com todos os seus
pertences e muito rico em ouro e prata, dirigindo-se para a parte meridional, até ao lugar
onde primeiro tinha levantado a tenda e onde estava o altar que tinha levantado antes; e
aí invocou o nome do Senhor.
Enquanto a prosperidade representava, para Abraão, bênçãos do Senhor, para Lot
representava apenas conquistas materiais; surgem desentendimentos entre os pastores de
Abraão e os pastores de Lot, a separação é inevitável. Lot, era sobrinho de Abraão, mas
era tratado por irmão. Isto porque entre os hebreus chamavam-se irmão a todos os
parentes, faltando a essa língua a palavra parentes para designar tais pessoas.

● Melquisedeque abençoa Abraão


Você passará a conhecer agora um personagem que lhe trará muita edificação.
Leia vagarosamente, os versículos 18 a 14.Leia também Hebreus 7.3.Trata-se de uma
figura bem diferente das demais estudadas ate aqui. Seu nome Melquisedeque sua
origem (?) – Sem genealogia, sem pai, sem mãe (registrados). Consta, porem, que ele
foi rei – rei de Salém (v.18). O escritor aos Hebreus o apresenta como “semelhante ao
filho de Deus”. Note que ele foi um sarcerdote do Senhor, um homem crente e normal
como qualquer outro. Comparando-se Gêneses com Hebreus vê-se que ele foi um tipo
semelhante ao Senhor Jesus.
A ele coube abençoar Abraão, quando este voltava da matança dos reis
(18.20).Depois da bênção veio a tentação através do rei de Sodoma. Abraão rejeita sua
oferta. Note-se, por este exemplo, que uma benção vem sempre seguida de uma
tentação. Cuidemos para não desprezarmos as bênçãos, diante dos inúmeros “reis de
Sodoma”, que vez por outra surgem à nossa frente.

● Fé admirável de Abraão
Depois da batalha que derrotou os reis, Abraão ficou preocupado e temeroso. Por
isso, Deus lhe deu em uma visão a certeza de que Ele mesmo era o escudo e o galardão
de Abraão. Em resposta a essas palavras de consolo, Abraão, relembrou a Deus que não
tinha filhos, e, portanto, nenhum herdeiro. Assim sendo, ele adotaria um dos seus servos
para se tornar o seu herdeiro. O senhor rejeitou a idéia e prometeu a Abraão que “...mas
aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro”(15.4); e teria uma descendência
inumerável. A grandeza de Abraão está no fato de ter tido fé em Deus. É essa fé em
Deus que lhe foi imputada por justiça (15.6). Era esse o tipo de fé que Abraão tinha,
confiante, obediente e submisso. Deus viu a fé sincera de Abraão expressa naquela
atitude e lha imputou por justiça. O termo “justiça” significa estar num relacionamento
correto com Deus e com sua vontade (6.9;Jó 12.14 ss).
● Abraão – Sara – Agar
Abraão já estava com 90 anos, e, a promessa de Deus “...de te farei uma grande
nação!” (12.2), não se cumpria. Persuadido por Sara, e na ansia de ver cumprida a
promessa que Deus lhe fizera de ver sua própria descendência, Abraão toma Agar serva
egípcia de sua esposa como concubina e com ela gera um filho que foi chamado de
Ismael. O nascimento de Ismael gerou grande desarmonia e muita tribulação no seio da
família de Abraão. Hagar, vendo que tinha concebido desprezou sua senhora. A atitude
de Abraão tentando antecipar a vontade de Deus gerou no Senhor aborrecimento. Por
treze anos Abraão não ouviu a voz de Deus. Abraão reconhecendo ter incorrido em erro
disse a Sarai “ eis que tua serva está na tua mão; usa dela como te aprouver”. Como
Sarai a maltratasse, Hagar fugiu para o deserto. Abraão jamais podia imaginar que
aquela sua atitude traria tanta luta sobre a terra. Os árabes descendem de Ismael e os
judeus de Isaque. A luta entre estes povos irmãos perdura ate os nossos dias.

● Abrão passa a chamar-se Abraão


Tudo o que estudamos ate aqui sobre o homem que Deus chamou, e de quem
sairia uma grande nação, esta relacionado ao personagem Abrão, cujo o nome significa
“ pai da altura”. Do capitulo 17 em diante, temos o mesmo personagem, apenas com o
nome alterado para Abraão, que quer dizer “pai de uma grande nação”. O que motivou
essa mudança foi o arrependimento de Abraão, por Ter um dia procurado antecipar o
plano maravilhoso que Deus traçara para sua vida. Ei-lo agora, ali, curvado, com o rosto
em terra, na mais humilde demonstração de arrependimento, adorando ao Senhor!
Assim continuaria ele, a partir daquele momento, uma nova pessoa, com uma nova
dimensão de vida tanto material quanto espiritual.

● O nome Sara
Sara chamava-se, anteriormente, Sarai, que significa “ minha princesa”. Este era o
seu nome quando da convocação do seu marido. Sara recebeu seu nome na
Mesopotâmia, muito antes de qualquer chamada da parte de Deus e sem qualquer
revelação especial. Seu nome significa “princesa”. Paulo se refere a Sara como a mãe
dos filhos da promessa (Rm 9.9). O escritor inclui Sara na lista dos fieis junto ao povo
hebreu. Nos países orientais a mudança de nome era praticada para revelar de público
algum acontecimento notável na vida do personagem envolvido.

● Concerto da Circuncisão
O capítulo 17 de Gênesis constitui o único relato bíblico sobre a origem da
circuncisão entre os israelitas. Foi depois incorporada ao sistema mosaico, juntamente
com a Páscoa (Ex 12.44). Esse ritual permanece em vigor entre os judeus até os dias de
hoje. “Todo macho entre vós será circuncidado” (v.10); até mesmo o escravo (v.12).
Abraão foi circuncidado aos 99 anos. Estaria tão somente assim confirmando sua fé
(Rm 4.11), o que não aconteceu com Ismael (circuncidado aos 13 anos), e Isaque,
circuncidado aos 8 dias.
O concerto da circuncisão foi instituído como sinal do pacto entre Deus e Abraão,
assim como o sábado foi o sinal do pacto entre Deus e a nação israelita já constituída
(Ex 31. 16,17).
● Aparição de três anjos a Abraão
Existe uma corrente teológica que defende a tese de que os três seres – “três
homens” - que apareceram a Abraão, eram o Senhor e dois anjos; outra corrente de
pensamento, afirma que teriam sido três anjos com aparências humanas. Neste “três
homens” e também pelo fato de Abraão se dirigir somente a um deles, muitos estudiosos
vêm o anúncio do mistério da trindade, revelado muitos séculos depois no Novo
Testamento.
Durante a visita que os três seres celestiais fazem a Abraão, o Senhor anuncia
novamente o nascimento de Isaque. Sara duvida do Senhor e por Ele é repreendida “Há
porventura alguma coisa difícil a Deus?” (18.14).

● Senhor anuncia a destruição de Sodoma – Abraão pede pelos justos


A partir do versículo 23, a Bíblia Sagrada, traz a lume o comovente diálogo, em
forma de oração intercessória, entre Abraão e o Senhor Deus, que é, talvez, o trecho de
maior beleza, humildade, humanidade e demonstração de amor para com o próximo,
existente nas sagradas escrituras. O diálogo entre criatura e Criador, focaliza e revela o
grande valor da oração dos justos, dos bons e dos santos para afastar as desgraças e os
castigos de Deus. Revela, também, o eterno problema do sofrimento dos bons por causa
dos maus, cuja solução só viria com o sacrifício de Jesus Cristo, que sofre pelos maus e
reveste com o galardão da redenção os sofrimentos de seus seguidores.
● Deus castiga Sodoma e Gomorra
O Senhor fez chover enxofre e fogo sobre as duas cidades pecaminosas, varrendo
da face da terra todo mal que lá havia e todo o país em sua volta. E quando Deus
destruía as cidades daquela região, lembrou-se de Abraão e livrou seu sobrinho Lot e
suas filhas da morte na grande catástrofe que se abateu sobre aquelas cidades. A mulher
de Lot, por desobediência a orientação Divina, ao olhar para trás foi transformada em
estátua de sal.

● O Nascimento de Isaque
Como havia prometido o Senhor, no tempo aprazado, Sara deu à luz um filho na
sua velhice. Abraão chamou-o de Isaque e circuncidou-o no oitavo dia, como o Senhor
havia ordenado, tendo então a idade de cem anos.
O nome Isaque significa “riso”. Assim foi chamado porque Sara disse: Deus me
deu um motivo de riso, e todo aquele que ouvir a notícia do nascimento de Isaque, rirá
juntamente comigo”, e, acrescentou, “Quem acreditaria que Abraão havia de ouvir dizer
que Sara amamentaria um filho, que lhe havia de dar à luz, sendo ele já velho?”
Vemos no capítulo 18 que Abraão estava com seu coração pesaroso, pelo fato de
também amar a Ismael e vê-lo partir, mas, ao mesmo tempo, estava alegre com o
nascimento de Isaque e com o cumprimento da promessa do Senhor Deus,”farei de ti
uma grande nação...”.
No capítulo 21, além do versículos de 9 a 12, tem destaque especial o 11, onde se
pode mensurar a angústia de Abraão, “mui penoso aos olhos de Abraão”.
Tivesse ou não Sara razão para pedir que Abraão expulsasse Agar de sua casa, o
certo é que ela cooperou para os desígnios de Deus, que queria continuar somente,
através de Isaque, a genealogia do futuro Messias.

● Isaque e Ismael – Tipologia


Agar tipifica o monte Sinai e tudo quanto a lei podia dar. Dessa maneira, Ismael,
nascido da carne I isto é da vontade de Abraão em antecipar a obra de Deus), “tipifica as
obras da Lei (Gl 3.10)”. Isaque, ao contrário, é o fruto da fé. Nele foi revelado todo o
amor de Deus para com os homens.

● Deus prova a fé de Abraão


“Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas e vai-te à terra de Mória;
oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes que eu te mostrarei (v.2)”
A palavra do Senhor foi um verdadeiro desafio a Abraão. O texto bíblico deixa
claro que Abraão em nenhum momento duvidou da ordem Divina, ou ainda, que teria
rogado a Deus uma ordem menos custosa. Pelo contrário, ele não hesitou, seguiu em
frente, com fé o caminho indicado por Deus.
A ordem que Deus dá a Abraão, fundamenta-se no domínio reservado a Deus
sobre os primogênitos. O episódio, porém, tem o propósito de demonstrar, além da
grande fé de Abraão, como Deus repudia os sacrifícios humanos e sua vontade de
resgatar os primogênitos do homem. A fé de Abraão, opõe-se a infidelidade de Adão
(Gn. 3.7).

● Três exemplos simbólicos de Isaque


1 – A submissão de Isaque é um perfeito tipo de obediência de Cristo, até a morte;
2 – “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto (v.8). Naquele
momento, Abraão proferiu uma palavra profética, e o fez também ao denominar o lugar
de “o Senhor proverá (v.14)”. Era a anunciação do “Cordeiro de Deus que tira os
pecados do mundo (Jo 1.29)”;
3 – O carneiro “preso pelos chifres” (v.13), no mato, foi o substituto do
primogênito Isaque. Para o filho de Abraão Deus providenciou um substituto, porém
para o Seu filho unigênito, não haveria substituto, o sacrifício haveria de ser
consumado. Na cruz estaria assegurada a salvação da humanidade.

● A morte de Sara e Abraão


O Capítulo 23 registra a morte de Sara, o grande amor de Abraão. Sara foi
companheira de todas as horas, esposa e sementeira para a descendência de Abraão, viu
sua chamada e o crescimento da sua fé. Sara faleceu na cidade de Arbéia, que é Hebron,
na terra de Canaã, e Abrão veio para prantear e chorar sua morte.
Os dias devida de Abraão foram de cento e setenta e cinco anos. Morreu numa
ditosa velhice e foi unir-se a seu povo. Isaque e Ismael seus filhos, sepultaram-no na
dupla caverna situada no campo de Efron que Abraão havia adquirido aos filhos de Het,
aí foram sepultados Abraão e Sara sua mulher.

● O casamento de Isaque
Este capítulo registra mais um expressivo acontecimento bíblico: o casamento de
Isaque com Rebeca. Este evento, de significativa importância, transmite até nossos dias
verdades inabaláveis e que jamais podem ser esquecidas. Vai aqui, em resumo, o quadro
simbólico deste acontecimento: Isaque conduz sua noiva até a tenda que foi de sua mãe
(24.62,67), e dá-lhe condição de entrar para um lugar de destaque outrora ocupado por
sua sogra, Sara, com direitos exatamente iguais aos dela.
Tal como Isaque, conduzindo Rebeca a tenda de sua mãe, outorgando-lhe direitos
e privilégios iguais aos dos demais membros da sua família, também a Igreja de Cristo
reinará em glória com Ele (Mt.19.28; 1Co.6.2; Cl 3.4; Ap.20.4,6).
Este quadro ilustra de maneira breve o tipo de união entre Cristo e sua noiva, a
Igreja.
Dessa união Isaque gerou a seguinte descendência: Esaú e Jacó.
Rebeca, da mesma maneira que sua sogra Sara, era estéril, não conseguia
engravidar. Isaque, orou ao Senhor por sua mulher, Êle ouviu e permitiu que Rebeca
concebesse. Acontece que Rebeca concebeu a gêmeos e sentiu em seu ventre que as
crianças lutavam, e, ao consultar ao Senhor em oração, obteve a resposta: “ Duas nações
estão no teu ventre, e dois povos se dividirão do teu ventre, e um povo vencerá o outro,
e o mais velho servirá ao mais novo “.
Ao tempo de dar à luz, a criança que primeiro veio ao mundo, era vermelha e toda
peluda, do sexo masculino. Logo em seguida, nasceu a segunda criança, e segurava o pé
de seu irmão com a mão, e, também era do sexo masculino.
Esaú, que foi o primogênito, significa “vermelho”, que em hebraico é admoni, de
onde resultou o nome Edom, dado depois a Esaú e mais tarde a região habitada pelos
seus descendentes ao sul da Palestina.
Jacó parece ter sido chamado assim, por que nascera segurando o pé do seu irmão,
já no capítulo 27.36, o nome Jacó parece significar a expressão “porque suplantou seu
irmão”, segundo alguns estudiosos, o nome Jacó, parece derivar de Já’aqob-El,
significando, “que Deus proteja”.
● Isaque em Gerar
No capítulo 26, vamos encontrar as várias semelhanças havidas entre Abraão e
seu filho Isaque. Por exemplo:
1 – havia fome sobre a terra (v.1);
2 – Isaque tinha uma formosa mulher;
3 – teve medo de ser morto;
4 – mentiu igualmente a Abraão (apresentou sua mulher como sua irmã, v.7);
5 – é repreendido pelo rei (v.7);
6 – desentendimento por causa de um poço (Gn 21.25; 26.18).
Os filisteus sempre foram inimigos dos judeus, mas mesmo assim Isaque habita
entre eles – “o Senhor o abençoava (v.12)”. Muitas foram as experiências que marcaram
a passagem de Isaque por Gerar.
Os versículos 26 e 31 relatam sobre o pacto entre Abimeleque e Isaque e
especificamente, nos versículos 28 e 29, está a comprovação de que o Senhor realizaria
seus propósitos divinos, contidos na promessa feita a Abrão, através de Isaque.
● Jacó engana a seu pai - Isaque
Na época de Esaú e Jacó, grandes e importantes, eram os direitos do primogênito.
Dentre os mais importantes, destacava-se a dupla parte na herança e a direção da tribo.
Mas, especialmente, entre os hebreus, havia a maior das heranças, a promessa maior de
ser antepassado do Messias.
Jacó, ajudado pela parcialidade de sua mãe Rebeca, conseguiu enganar seu pai
que já se encontrava velho e pouco enxergava. Tomou o lugar de seu irmão, utilizando-
se de um estratagema urdido por sua mãe, obtendo as bênçãos de seu pai, usurpando,
assim, o direito de primogenitura, que por direito pertencia a Esaú.
A história de Jacó, ocupa praticamente quase a metade do Gênesis, no capítulo 25
temos seu nascimento e no capítulo 50 a sua morte e seu sepultamento.
Resumo da trajetória de Jacó:
1 – Fugindo da ira de Esaú, Jacó chegou a Harã e fixou residência com Labão;
2 – Depois de trabalhar sete anos para Labão para desposar Raquel, Labão o
engana e o faz casar com Lia, que era a filha mais velha, e, era costume naquela época,
só realizar o casamento das filhas mais novas depois que a filha mais velha tivesse
casado;
3 – Jacó, submete-se a mais sete anos de trabalho submisso a Labão, e, dessa
maneira conseguiu seu intento que era o de casar-se com Raquel;
4 – Dos seus casamentos nasceram-lhe treze filhos;
5 – Jacó desentende-se com Labão e retorna a Canaã;
6 – No vale de Jaboque, Jacó encontra-se com o Senhor Deus, e após lutar uma
noite inteira para ser abençoado, o Senhor deu-lhe o nome de Israel e este ficou sendo o
nome dos seus descendentes até os dias de hoje.
7 – Ao morrer Jacó abençoou seus filhos e traçou o perfil psicológico de cada um
deles. Moisés, posteriormente, confirma as palavras de Jacó (Dt. 33.1-9).

● A vida de José
José foi o décimo primeiro filho de Jacó e o primeiro filho de Raquel. Jacó teve
predileção incontestável por este filho, dedicando-lhe especial atenção e cuidados,
presenteando-lhe com uma capa de várias cores. O amor sem reservas que Jacó
demonstrava por José, gerou entre os seus irmãos, a inveja e o ódio. Além do mais, os
sonhos de José, contribuíam, sobremaneira, para abalar a situação entre ele e seus
irmãos.
Assim, José é vendido por seus irmãos a mercadores ismaelitas, que vinham de
Galaad com seus camelos carregados de aromas, resinas e mirra, sendo levado para o
Egito.
No Egito é tornado escravo. Habita na casa de Putifar, eunuco do faraó e general
do exército.
José promove bênçãos na casa de Putifar, multiplicando todos os seus bens, tanto
em casa, como no campo, porque o Senhor estava com ele (v.2,3,22,23), chegando a ser
o administrador maior da casa deste egípcio.
Caluniado pela mulher de Putifar, foi preso injustamente, mas o Senhor não o
abandona, e José, passa a ser responsável pela vigilância de todos os prisioneiros a
pedido do governador da prisão.
José passa a interpretar os sonhos dos prisioneiros e logo sua fama chega ao
conhecimento do Faraó, que vivia atormentado por sonhos indecifráveis. Nem mesmo
os sábios mais renomados de sua corte ousavam interpretá-los. Mais uma vez os
desígnios do Senhor Deus comandam a vida de José, que é levado a presença do Faraó,
com a missão de interpretar os sonhos daquele governante.
Faraó, ao ouvir a interpretação dos seus sonhos, o que eles representavam para o
Egito e que providencias deveriam ser tomadas para solucionar o problema, fica
sabendo, através das explicações de José, que as interpretações não lhes pertenciam,
mas sim ao Senhor Deus. Maravilhado, o Faraó exclama: “Acharíamos um varão como
este, em quem haja o espírito de Deus?”
Dessa maneira, José tornou-se muito importante no Egito, chegando mesmo a
ocupar o cargo de Governador.
José, engrandeceu e foi engrandecido no reino do Egito, mas jamais usou o poder
para vingar-se dos seus irmãos. Encontrando-se com eles, perdoou as ofensas, esqueceu
as injúrias e o sofrimento passados e humilhou-se perante seu pai e seus irmãos “Assim
não fostes vós que me mandaste para cá, senão Deus(45.8)”.
Após abençoar seus filhos, morreu Jacó. Foi sepultado na cova de Macpela que
fora comprada aos filhos de Hete. Seu corpo foi embalsamado pelos médicos egípcios.
Do seu funeral participaram tanto israelitas como egípcios. Em Macpela estavam
sepultados, Abraão, Sara, Raquel, Isaque e Léia. Neste capítulo se lê a expressão: “foi
reunido a seu povo”, denotando que no Velho Testamento, havia, claramente,
compreensão da existencia de outra vida além da morte.

● A morte de José
O caráter íntegro de José permanece até ao fim da sua existência na terra. Noventa
e três longos anos no Egito! Ao término de sua carreira, não mais se vê preocupado com
a política, mas sim no seio da sua família. Por direito deveria ser sepultado em lugar
especial, separado, para então receber as honrarias póstumas de um Faraó. Preferiu,
porém, que seus ossos fossem retirados do Egito, quando seus descendentes de lá se
retirassem. Assim, foi José sepultado em Siquém, em lugar comprado por seu pai, Jacó.

4. ÊXODO

4.1. TITULO DO ÊXODO

Êxodo significa “saída”, enquanto o Gênesis registra em seus últimos capítulos o


estabelecimento das tribos de Israel no Egito, a morte de Jacó e a morte de José, o livro
de Êxodo descreve a saída do povo hebreu do Egito, mostrando como Deus tirou os
filhos de Israel da escravidão. Relata a história da redenção pelo sangue (caps. 12 e 13),
e a entrega da Lei à comunidade.
A Bíblia hebraica chama este livro de “shomot”, que significa “nomes”, pois o
livro começa relacionando os nomes dos filhos de Israel. Já os tradutores da Septuaginta
chamaram-no de “Êxodo”, que significa “saída”, devido ao fato de seu tema central
tratar da saída do povo hebreu do Egito.

4.2. AUTORIA DO ÊXODO


Moisés foi o autor do Êxodo, e tudo indica que o escreveu no deserto, durante a
peregrinação, mais ou menos em 1.688 a.C., e, como no Gênesis, a autoria de Moisés é
confirmada pela estreita conexão e unidade com os livros restantes do Pentateuco. O
Êxodo é o elo indispensável que une de forma inseparável o Pentateuco.

1. O Êxodo é a continuação da história do livro do Gênesis;


2. Os assuntos do sistema sacerdotal e da lei de santidade iniciados em
Êxodo, por sua vez, se desenvolvem em Levítico;
3. A história da caminhada de Israel para terra prometida, a qual constitui a
maior pane de Números, encontra seu principio em Êxodo;
4. Êxodo acha-se repetido em Deuteronômio, a repetição da Lei;
5. Por todas estas razões acima apresentadas, o livro do Êxodo é chamado
de: o coração do pentateuco.

4.3. ESFERA DE AÇÃO DO ÊXODO


Os acontecimentos registrados no Êxodo abrangem um período de 216 anos, de
1.706 a 1.490 a.C., isto é, da morte de José à construção do Tabernáculo (Êx 1.6; 40.1-
38), começado com um povo escravo habitando na presença da idolatria egípcia e
terminado com um povo redimido habitando na presença de Deus no Monte Sinai.

4.4. TEMA DO ÊXODO


No Gênesis lemos acerca do principio da Redenção e no Êxodo lemos acerca do
progresso da Redenção. No Gênesis a Redenção é efetuada através de indivíduo e no
Êxodo, é efetuada através de uma nação inteira. Portanto, o assunto é: Deus redime o
seu povo e o transforma em uma nação, e, a idéia central do livro do Êxodo é a
Redenção pelo Sangue.
4.5. PROPÓSITO DO ÊXODO
O livro do Êxodo relata como a família escolhida no Gênesis veio a ser uma nação
e registra os dois acontecimentos transcendentes da história de Israel:
1. Primeiro, o livramento dos israelitas do Egito; e,
2. Segundo a entrega da Lei de Deus aos israelitas no Monte Sinai.
O livramento do Egito possibilitou o nascimento da nação, o pacto, “a Lei” de
Deus, modelava o caráter da nação a fim de que fosse um povo santo.

O livro descreve em parte:


1. O desenvolvimento do antigo conserto com Abraão;
2. As promessas que Abraão recebeu de Deus, incluindo um território;
3. Uma descendência numerosa que chegaria a ser um nação e benção para
todos os povos pôr meio de Abraão e da sua descendência:

A - Primeiro Deus multiplica o seu povo no Egito;


B - Depois livra este povo da escravidão do Egito; e,
C - Por último, constituiu uma nação deste povo.

O Êxodo jorra luz sobre o caráter de Deus:

1. No livramento do seu povo, vê-se que Ele é misericordioso e poderoso;


2. A Lei revela que Ele é santo; e,
3. O Tabernáculo revela que Ele é acessível mediante os sacrifícios.
4.6. DIVISÃO DO ÊXODO
O livro do Êxodo divide-se em três partes:

1. A Opressão 1.1 - 12.36;


2. A Libertação 12.37 - 18.27; e,
3. A Entrega da Lei ou Concerto 19.1 - 40. 38.

5. UM RESUMO DO ÊXODO - A OPRSSÃO


(Caps.1.8-12.36)

5.1. A Estada no Egito. (Caps. l.1-2.24)


Quando Jacó e seus filhos desceram ao Egito, foi-lhes designado uma “reserva
especial' para morarem, e foram enviados para uma província fértil no Delta do Nilo,
chamada Gósen (Gn 47. 6), no período dos Hícsos.
Os Hícsos ou reis pastores, da linhagem semítica, conquistadores vindos da Ásia, eram
parentes próximos dos hebreus, assediaram o Egito pelo norte e se uniram aos governos
do Egito e da Síria em cerca de 1.700 a.C., na 16 a dinastia, porém, foram expulsos do
Egito por volta da 18a dinastia, e a atitude do governo egípcio mudou para com o povo
hebreu.

1. A estada dos hebreus no Egito foi longa, 430 anos (Êx 2.40), depois os
Hícsos perderam o poder e a situação dos israelitas mudou completamente, ele eram
tratados como uma minoria subversiva, uma ameaça à estabilidade política do Egito.
5.2. Sob o Jugo da Escravidão. (Cap. l)
1 - “Depois levantou-se um Rei... que não conhecia José (v.8)”, trata-se de um rei
da 18 dinastia, que a grandeza do povo de Israel o amedrontava, e provavelmente foi
a

esta a razão que o levou a baixar três decretos:

a – Primeiro: “sujeitava os hebreus a trabalhos forçados” (v. 12). É que os israelitas


eram numerosos e os egípcios tinham medo que eles se juntassem a outras nações para
os destruir;
b – Segundo:”todos os meninos seriam mortos ao nascer (v.15, 16)”.As parteiras se
negaram a executar esta ordem ainda que fosse do rei, por que eram tementes a Deus.
c – Terceiro: “Todos os meninos recém-nascidos, filhos de hebreus, seriam
atirados no rio Nilo (v.22)” - foi justamente o local onde Deus veio em socorro dos
hebreus.

2 - A opressão nunca corrigiu as questões raciais.

a - Deus defende os oprimidos (1. 8-22);


b - A morte das crianças, e o temor das parteira (l.15-22);
c - Os israelita são levados a trabalhos forçados (1.9-14).

5.3. O Nascimento de Moisés. (Cap.2)


1. Com o nascimento de Moisés, a história do povo hebreu deixa de ser
geral para ser pessoal; deixa de ser sobre uma família, para ser sobre uma pessoa.
2. O pai de Moisés chamava-se Anrão e sua mãe Joquebede, os pais de Moisés
eram da tribo de Levi (Ex 2.1 Nm 26. 59).
3Moisés foi preservado pela providência divina ao ser salvo das águas. Foi
educado por sua mãe, e ainda menino, sua mãe o entregou à princesa, filha de Faraó,
que o educou em toda a sabedoria dos egípcios (At 7.22).
4. Deus planeja e prepara o libertador do seu povo. (2.1- lo).

a - Ele usa uma boa mãe; Joquebede;


b - Ele usa uma boa irmã; Miriã;
c - Ele usa uma boa princesa; provavelmente Hatsepute;
d - Ele usa uma boa educação; o lar de Joquebede;
e - Ele usa um bom preparo, o Egito. O próprio inimigo o preparou.

5 - O Clamor do Povo
a - Deus atende ao clamor do seu povo e chama o seu servo à guerra (2.23-4.31),
no chamado de Moisés temos:
1. A visão de Deus na sarça ardente;
2. A visão dos escravos; e,
3. A visão de si mesmo.
b - “...a sarça não se consumia...”, era o povo de Deus que “ardia no fogo” da
escravidão com Deus ao seu lado.

6 - A Entrega de Moisés:
a - Moisés entregou tudo o que tinha a Deus;
b - A vara simbolizava a vocação divina, e, sendo usada indicaria que Moisés
receberia poder (4.1-17);
c -Tudo que temos e somos deve está nas mãos de Deus-(4.2-4).
1. A viúva (1o Rs 17,8-16);
2. O rapaz (Jo 6.9); e, '
3. Paulo (At 9.5,6).

7 - A vida de Moisés:
1 - A vida de Moisés é dividida em três partes, de quarenta anos cada parte, sendo
assim distribuída:

a - 40 anos no Egito (At 7.23);


b - 40 anos no deserto aprendendo (At 7. 30); e,
c - 40 anos conduzindo o povo à terra prometida (Dt 34. 7).

2 - Os locais onde Moisés passou seus anos:


a - Os 40 anos no palácio. Nesse período recebeu a mais rica e fina educação que
o Egito podia fornecer; porém, a cultura não pôde tirar do seu coração a fé que recebeu
em sua infância através de sua mãe, nem virar a cabeça para correntes filosóficas, nem
mudar a sua esperança e crença.
b - Os 40 anos no deserto aprendendo. Esse período serviu para seu adestramento,
a fim de enfrentar a oposição e a austeridade, o que dificilmente conseguiria se estivesse
no palácio. Além disso, familiarizou-se com a região por onde, anos depois, teria de
conduzir Israel à terra prometida.
c - Os 40 anos conduzindo o povo à terra prometida - Esse período teve seu
começo, quando Moisés, chamado por Deus, libertou o povo hebreu da escravidão no
Egito, iniciando a caminhada em direção à Canaã. Durante esta jornada os hebreus
tiveram varias experiências com o Senhor.

3 - Estes três períodos da vida de Moisés podem ser assim analisados:


“Nos primeiros 40 anos, na corte de Faraó, Moisés aprendeu a ser alguém, uma
pessoa instruída em toda a ciência do Egito. No 40 anos seguintes, no deserto de Midiã,
ele aprendeu que não era ninguém e nos 40 anos finais, reconheceu que Deus é tudo.

8 - Moisés foge do Egito (v. l1,12). Os motivos da fuga.


a – Primeiro - “Moisés, sendo já grande, recusou-se a ser chamado filho da filha
de Faraó “;
b – Segundo - “Sendo Moisés já grande, saiu a seus irmãos, atentou para as suas
cargas “;
c – Terceiro - Indignado por ver um egípcio maltratar um varão hebreu, (seu
compatriota), correu em defesa deste, matando o egípcio, “Moisés fugiu de diante de
Faraó (v.15)”, fugindo Moisés foi parar na casa de um sacerdote chamado Jetro, na terra
de Midiã, onde encontrou asilo e permaneceu por 40 anos, e, neste tempo, casou-se com
uma filha de Jetro chamada Zípora (v 21) .

9 - O Surgimento de um libertador (Caps. 2.23-2 5; 3.1,2)


A chamada divina - Quarenta anos eram decorridos desde a fuga do Egito, e, junto
ao monte Horebe (Sinai), ele recebeu a chamada divina através de uma voz que falava
dum arbusto que ardia em fogo e não se consumia. Que visão maravilhosa!! Curioso,
Moisés dirigiu-se para o lugar onde a sarça ardia e “Vendo Deus que Moisés se
encaminhava ao lugar da manifestação, dirigiu-lhe a palavra: Moisés! Moisés! Moisés
respondeu, e, depois de ouvir a recomendação de que deveria tirar o calçado dos pês por
ser santo aquele lugar, recebeu a comissão divina “.
a - A comissão divina - Deus se apresenta como o Deus de Abraão de Isaque e de
Jacó (Ex 3.6), isto é, o Deus que aqueles patriarcas adoravam, e, disse Deus: “Tenho
visto a aflição do meu povo... desci para livrá-los (3.7 8)”. Neste momento de
contemplação e reverência, Deus falou a Moisés chamou-o, dizendo: “Vem agora, pois
eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo do Egito “ v. 10.
b - A Incapacidade humana - Moisés sentiu-se incapaz para a missão. “Quem sou
eu?” O Senhor, porém, está pronto a usar aquele que humildemente se coloca em suas
mãos, então diz o Senhor: “Certamente eu serei contigo”.
10 - As Pragas. (Caps. 7.14-12.36)
A opressão de 430 anos termina com 10 pragas tremendas sobre Faraó e seu povo.
(Caps.5.1-12.36). Moisés e Arão, apresentaram-se perante Faraó e pedem a liberdade
para o povo hebreu, diante da recusa, pesadas pragas vieram sobre o Egito, a saber:

a – Primeira - Águas se tornado em sangre (7, 14-25),


b – Segunda - As rãs (8, 1-16),
c – Terceira - Os piolhos (8,16-19),
d – Quarta - As moscas (8. 20-32),
e – Quinta - A peste nos animais (9,1-7),
f – Sexta - As úlceras (9. 8-12),
g – Sétima - A saraiva (9,13-15),
h – Oitava - Os gafanhotos (lo,1-20) e,
i - Nona - As trevas (lo- 21-29).
As primeiras 9 pragas em ordem, e as suas finalidades:

a - As água do Nilo convertidas em sangue, foi um golpe contra Hapi, o deus das
inundações do Nilo. (7.4-25).
b - A terra ficou infestada de rãs, é que os egípcios relacionavam as rãs com o deus
Hapi, (8.1-15);
c - A praga do piolho do pó da terra, “Estende a tua vara e fere o pó da terra, para
que se torne em piolhos por toda a terra do Egito... Então disseram os magos a Faraó:
isto é o dedo de Deus”. (8.16-19);
d - Enormes enxames de moscas encheram o Egito, isto foi um tormento para todo
o povo egipcio. (8. 20-32);
e - A morte do gado. É que os egípcios tinham Amom como o deus sagrado em
todo Egito. Amon se apresentava através de uma imagem de carneiro, que era um
animal sagrado no Egito (9.1-7);
f - As cinzas que os sacerdotes egípcios espalhavam no ar como sinal de benção,
tomou-se em maldição e causaram úlceras dolorosas. (9.8-12);
g - A tempestade de trovões, raios e saraiva que devastou a vegetação, destruindo
as colheitas de cevada e linho, matando os animais. (9.13-35);
h - A praga dos gafanhotos trazida por um vento oriental consumiu a vegetação
que havia sobrado da tempestade de saraiva. (lo-1-20); e,
i - As trevas que caíram sobre o Egito, foi um grande golpe contra os deuses,
especialmente contra Ra, o deus do solar. (10.21-29).

j – Décima - Como estas nove pragas não convenceram Faraó a libertar o povo hebreu,
veio a décima e a mais punitiva - a morte de todos os primogênitos. Para escapar dessa
praga, todo israelita deveria matar um cordeiro e aspergir o seu sangue nos umbrais das
portas de suas casas, e não sair até a meia-noite, e, está preparado para partir logo a
seguir. A noite em que mataram o cordeiro pascal, foi esta, a última noite que passaram
no Egito como escravos. As pragas que se sucederam durante um período relativamente
curto, demonstraram o poder do Deus dos hebreus, não somente para Faraó e os
egípcios, mas também, para os israelitas. O propósito das pragas, o que é claramente
revelado em Êxodo 9.16; “Era o de mostrar o poder de Deus em favor de Israel”.

VI - A Páscoa. (Caps.12.1-28)
A Páscoa foi ordenada e praticada antes da morte dos primogênitos e era a maior
solenidade festiva de Israel. O vocábulo “Páscoa” significa em hebraico passar além ou
passar por cima, pois o Anjo passaria além e não faria mal algum.
1. A Páscoa, além de comemorativa, era também representativa,
significando a redenção e a santificação (12.26,27). A morte de Cristo não somente
salvou o homem da morte, mas também deu origem a uma vida nova.
2. Examinemos os diversos elementos desta festa e seu significado:
O Tempo - O dia determinado era 14 de Abibe ou Nisã que corresponde ao nosso
mês de Abril, e, por sete dias não comeriam pão levedado (pão com fermento).
A Quantidade - Um cordeiro para cada família; no caso de uma família ser
pequena, deveria juntar-se a outra; a carne, não podia ser levada para fora de casa ou
guardada e havendo sobra seria queimada, também não poderia ser cozida e nem
comida crua, mas assada ao fogo.
O Complemento - Pães Asmos (sem fermento). Os israelitas, ao saírem
apressadamente, não teriam tempo de esperar o pão ser levedado (deveriam levar
consigo o fermento e as amassadeiras (Êx12.34), só poderiam cozer o pão em
peregrinação e por outro lado a fermentação produz corrupção (estado de
decomposição) Isto indica que onde Deus está, não pode haver imundície ou corrupção.
O Tempero - O tempero era ervas amargas (v.8), pois além de dar melhor sabor à
carne adocicada do cordeiro, lembrava a opressão do Egito.
O Sexo do Cordeiro - O Cordeiro seria macho, a fêmea não serviria neste caso e
isto prova que no plano da salvação não existe medianeira.
O Memorial - Isso tornou-se em memorial para todas as gerações, e todas vez que
a família ou a nação celebrava esta festa, seria mencionada pelos pais aos filhos a
libertação por Deus da escravidão egípcia.
A Tipologia - A festa da Páscoa é um tipo de Cristo como nosso Redentor (1 oCo
9.23 -27), o cordeiro era um protótipo do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo,
e como figura que era, não podia ser cego, coxo, aleijado, ou ter qualquer defeito, aos
hebreus era impossível ver o Calvário na Páscoa do Egito, mas para nós esta Páscoa fala
dele bem claramente. A Páscoa dos hebreus foi o centro e a circunferência da sua vida
religiosa e social; a nossa Páscoa, que é Cristo, deve ser também o centro de nossa vida.

4 - A páscoa instruída e a decima praga.


A morte do primogênito. (Caps. l 1. 1-12.36)
O Egito havia oprimido o primogênito do Senhor, agora eles próprios sofreriam a perda
de todos os seus primogênitos.

5 - Em resumo as pragas cumpriram os seguintes propósitos:


Demonstra que o Senhor é o Deus Supremo;
Derrotar as divindades egípcias;
Castigar os egípcio por haverem oprimido os israelitas e por lhes haverem amargado
tanto a suas vidas.
Efetuar o livramento de Israel, preparar os israelitas para viver em obediência, temor, e
fé.

6. O ÊXODO E A MARCHA PARA O SINAI


(Caps. 12.37-19,1)

6.1. A Marcha. (Caps.12.41,42)


Na noite em que mataram o cordeiro Israel (povo hebreu descendentes de Abraão)
partiu do Egito a toda pressa, e, ao raia do novo dia, o povo já marchava para a terra de
Canaã, libertos da escravidão do Egito (Êx 12.41,42).
1. Agora temos Israel marchando para a terra prometida
O caminho direto é proibido (13.17), é que Israel, precisava ser ensinado para
receber a Lei de Deus, antes de entrar em Canaã., a Lei iria regulamentar a vida da
nação israelita quando estivessem entrado em Canaã.
A - Um caminho mais longo. (caps.13.17-18.27)
B - Partida:
1. Israel partiu do Egito a toda pressa e não tomaram o cominho habitual
das caravanas que partiam para Canaã, pois nem sempre o caminho mais curto é o mais
acertado.
2. Então seguiram para o sul até o cume do Sinai (Horebe). “E o Senhor ia
diante deles (v.21)”, de dia, numa coluna de nuvem para os proteger do sol, e de noite,
numa coluna de fogo, para alumiar-lhes o caminho.
3. A viagem até o Sinai levou uns três meses (v.9), após esses meses de
jornada, o povo de Israel alcançou o Sul da província do Sinai.

6.2. Israel Defronte do Mar Vermelho. (13.18)

1 - A ordem de Deus: “fale aos filhos de Israel que marchem (14.15)”;


2 - Como eles passaram pelo Mar? Confiando em Deus. O Senhor, quando abriu a
passagem pelo Mar Vermelho, simbolizou a sepultura da escravidão para os israelitas, a
sepultura dos exércitos de Faraó, e também a punição para os que haviam escravizado o
povo de Deus (Êx14.15-31 1o Co10-1,2);

O cântico de vitória. (15.1-21).


3 - Deus supre a necessidade de Israel por 40 anos (15.25; 16.13-16).
4 - O povo de Deus deve sustentar as mãos dos seus servos com oração e súplica,
sempre que for preciso (17.8-16).
5 - Os servos de Deus devem repartir as suas responsabilidades com outros fiéis,
nunca fazer sozinho “o conselho de Jetro”. (18.1-27).

6.3. O Maná e o Que Ele nos Ensina (cap. 16).


Ensina que Deus deseja que seu povo, pelo milagre do Maná, aprenda a confiar
inteiramente Nele como o provedor do seu sustento diário, e, também aprenda que o dia
de amanhã pertence ao Senhor.
1. Ensina que não quer vê o seu povo sendo avarento ou presunçoso, e nem
tão pouco preguiçoso, por causa do maná;
2. Ensina que Deus queria que seu povo O obedecesse, por isso lhes deu
normas para comer o Maná;
3. Ensina que o Maná é um símbolo de Cristo, o verdadeiro pão que desceu
do céu. (Jo 6.32-35).
4. Observemos o maná sob três aspectos:
O maná oferecido - Ensina-nos que o deserto deste mundo não pode alimentar as
nossas almas. Cristo é que tem alimento para alimentá-las e o seu fornecimento é diário
e suficiente.
O maná colhido - Fala-nos do estudo da palavra de Deus. Esta Palavra, guardada
apenas na cabeça e não no coração pode gerar contenda entre cristãos, pois foi assim
com maná que foi colhido e guardado e não foi comido, criou bichos e cheirava mal.
O maná interpretado - O maná estava no deserto mas não era do deserto “era do
céu”, o seu sabor não era terreno, e isto, nos fala de Cristo em sua humilhação aqui na
terra “Cristo o verdadeiro pão do Céu “ (Jo 3. 32).
6.4. As Jornadas até o Sinai
Mara - (15.23-27), o primeiro ponto de parada além do mar Vermelho; foi em
Mara que as águas amargas se tornaram doce, potáveis.
Elin - (15.27), foi onde o povo descansou junto às fontes.
Sin - (16,1-36), onde Deus mandou o maná, foi um verdadeiro milagre, o povo
nunca vira antes coisa igual descer dos céus. A palavra “maná” significa: que é isto? (v.
15).
Refedim - (17.1-7), foi aqui em Refedim o local onde a rocha deu água, a rocha
ferida deu a água desejada; Cristo ferido no Calvário satisfaz nossa sede espiritual,
aquela rocha tipifica Cristo sendo ferido no Calvário.
O incidente contra Amaleque (17.8-16) - foi esta a primeira tentativa do inimigo
contra Israel, fora do Egito e em marcha para Canaã, neste incidente Deus ordenou a
Moisés que os destruísse, logo que entrasse na terra, o que não foi feito (Dt 25.17-19).
A duração da viagem do Egito ao Sinai - três meses depois de saírem do Egito, os
israelitas chegaram ao pé do Monte Sinai ou Horebe (19.1).

6.5. A Entrega da Lei ou Concerto


(Caps. 19.2-40.38)
6.5.1. A Permanência no Sinai. (Caps. 19.2-40.38)
A permanência do povo de Israel no Sinai foi de aproximadamente de 1 ano e
nove meses (Nm 10.11), e este foi um dos episódios mais importante para a nação de
Israel, pois foi aqui no Sinai, onde o povo recebeu a Lei de Deus (Êx 20 Dt 5).
1. A Bíblia não separa a Lei dos mandamentos recebidos de Deus por
Moisés, entretanto, podemos dividir a lei dada a Israel em duas partes:

A Lei Moral - Resumia-se nos Dez Mandamento (Êx 20; Dt 5). Quatro mandamentos
mostram as relações do homem com Deus. Seis mandamentos, as relações do homem
com o seu próximo. A lei civil, disciplina a vida social de Israel (Êx 21.1 - 24.11). As
ordenanças, regulamenta a vida religiosa (Êx 24.12 - 31,18); deram ao povo, na
pessoa do sumo sacerdote, um representante perante Deus, e todos esses elementos
formavam a Lei (Mt 5.17,18), pois aos mandamentos e as ordenanças formavam um só
sistema religioso.
A. A Lei Cerimonial - Falava sobre o culto, sacrifícios e festas; mostrava o
que é puro e o que é impuro, convém lembrar que no contexto do Êxodo, destacou-se o
projeto e a construção do Tabernáculo, e, é bom lembrar que não há duas leis, mas uma
só, dividida em duas partes, conforme os fins a que se destinava, sendo assim Cristo
cumpriu a Lei, não um pedaço ou uma seção da Lei, mas toda a Lei, e dela nada deixou
por cumprir.
B. As Finalidades da Lei - Os preceitos do Decálogo (Os dez Mandamentos)
adaptam-se a toda a humanidade e foram dados para a instrução e governo de todos. Em
todas os estados modernas existe a carta do pacto social da Nação, conhecida, também,
por constituição do pais. Para regulamentar a vida cotidiana dos cidadãos, existem, o
código civil, o código comercial, o código penal, etc., todos firmados na constituição
que é a base. Assim, mudando o que tem que ser mudado, os Dez Mandamentos de
Deus, são a base para as leis que lhe seguiram.
C. A Lei como apoio até a vinda de Cristo, o livro de Gálatas ensina-nos o
paralelo entre a Lei e a Aliança Abraâmica (uma aliança de Graça):
1) A Lei não pode anular essa aliança,
2) A Lei foi dada para convencer o homem de seu pecado,
1) A Lei era uma disciplina preparatória até que viesse a semente
prometida, a mulher e a Abraão.
E - A Divisão da Lei
Os primeiros cinco mandamentos contêm os preceitos referentes à santidade de
Deus e descrevem os deveres do homem para com Deus e do homem para com os
homem.
1. Do sexto ao décimo mandamento; esta parte introduz claramente as
obrigações morais, sociais e econômicas entre os homens. Na primeira tábua está
revelada a santidade de Deus, já na segunda tábua está revelada a santidade da vida.
2. Como nos aproximarmos do Deus santo. (19.2-25)
A - Pela Lei:
1) Devemos lavar as nossas vestes (19. 10);
2) Devemos estar preparados. (19.11);
3) Devemos manter um certo limite. (19.12,13)

B - Pela Graça:
1) O coração deve ser lavado no sangue do cordeiro. (Jo1.29;1o Jo1.7)
2) Não tem limites, é só chegar perto de Deus. (Tg4.8; Hb7.19).

4 - O decálogo - “os dez mandamentos”


A - Os primeiros quatro, são, a nossa relação com Deus;
B - O quinto é o mandamento de transição;
C - Os outros cinco, são a nossa relação com o próximo.
5 - O significado dos dez mandamentos:
A. O primeiro - a unicidade de Deus: “Não terás outro deus diante de mim”, é que
há um só Deus, e só a Ele devemos oferecer culto e adoração, e a adoração a qualquer
outra coisa é violação ao primeiro mandamento.
B. O segundo - a espiritualidade de Deus: “Não farás para ti imagem”, é proibido
não somente a adoração de imagem, ou de um deus falso, mas o prestar culto ao
verdadeiro Deus de forma errada.
C. O terceiro - a santidade de Deus: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em
vão”, este mandamento inclui, qualquer uso do nome do Senhor Deus de maneira
leviana, não sincera ou blasfemando contra Ele.
D. O quarto - a soberania de Deus: “Lembra-te do dia de Sábado, para o
“santificar”, isto significa separar um dia de descanso para prestarmos culto, serviço e
adoração ao nosso Deus.
E. O quinto - respeito aos representante de Deus: “Honra a teu pai e a tua
mãe”, eles são os primeiros representantes de Deus, e o homem que não honra e respeita
os pais, não honra as autoridade e nem a Deus.
F. O sexto - a vida humana é sagrada, “Não matarás”, este mandamento
proíbe o homicídio mas não a pena capital, visto que a própria Lei de Deus, estipulava a
pena de morte.
G. O sétimo - a família é sagrada: “Não adulterarás”, este mandamento
protege o matrimonio, por ser uma instituição sagrada, instituída por Deus.
H. O oitavo - respeita a propriedade alheia: “Não furtarás”, há muitas
maneiras de violar este mandamento.
I.O nono - a justiça: “Não dirás falso testemunho”, o testemunho falso ou sem
fundamento, constitui uma das formas mais segura de arruinar a reputação de uma
pessoa e impedi-la de receber o tratamento justo, pôr parte dos outros, isto é pecado
gravíssimo.
J. O décimo - o controle dos desejos, “Não cobiçarás”, a cobiça leva o
homem a prática de muitos pecados contra Deus e conta o próximo.

6 - Deus prometeu três coisas condicionadas a obediência da Lei. (19.5,6)

A - Israel seria sua propriedade. v. 5


B - Israel seria um reino sacerdotal. v. 6
C - Israel seria um povo santo. v. 6
7 - Em geral são propósitos da Lei:

A. Proporcionar uma norma moral pela qual os redimidos possam demostrar


que são filhos de Deus e vivam em justa relação com o seu criador e com o seu
próximo;
B. Demostrar que Deus é Santo e exige a santidade de todos os seus filhos,
bem como de toda a humanidade;
C. Mostrar à humanidade o seu estado pecaminoso e faze-la entender que
somente mediante a graça de Deus ela pode ser salva. (Gl 3.24,25);

8 - O tabernáculo e os seus móveis. (24.1 - 31,18)

a - Os modelos, as plantas e as dimensões foram dados por Deus;


b - Todo o material era do melhor, do mais rico, do mais fino, e tudo isto era figura do
que está no céu.
9 - As Três Festas de Israel (23,14-19)
1 - A Festa dos Pães Asmos, comemorava a saída do povo de Israel do Egito, dava-se
logo após a Páscoa, de 15-21 do mês de Abibe ou Nisã;
2 - A Festa das Primícias, celebrada na primavera, e todos os primeiros frutos eram
oferecidos a Deus como reconhecimento da benção da colheita;
3 - A Festa dos Tabernáculos, era celebrada no outono e durava uma semana,
nesta semana os Israelitas acampavam em barracas feitas de palha de árvore lembrando
o tempo em que andavam pelo deserto e se regozijavam com a fartura que o Senhor lhes
dava. Era celebrada em Jerusalém.

10 - A Quebra do Concerto e a Restauração. (Caps. 32 - 34)


A Falha Humana - Por quarenta dias estivera Moisés no monte (24.12 - 18) em
plena comunhão com Jeová, Arão e Hur haviam ficado como responsáveis, na direção
de todos os negócios na ausência de Moisés, apesar da autoridade que lhes foi confiada,
não tiveram coragem bastante de impedir o povo de construir o bezerro de ouro, pelo
contrario, Arão contribuiu para a confecção do bezerro, e assim quebraram o concerto
(Cap.32.1).
A. A Justiça Divina - Deus declarou quebrada a condição de harmonia entre
Ele e o povo, é que o decálogo tinha sido quebrado por Moisés. Portanto, violado o
segundo mandamento, agora já não existia mais Lei, nem relação nenhuma entre Deus e
o povo de Israel.
B. O Concerto é Renovado - Moisés subiu outra vez ao monte (34.2-28)
Onde recebeu outras tábuas, pois as primeiras ele havia quebrado quando viu o bezerro
de feito de ouro, agora as duas tábuas são feitas de novo e Deus as entregas a Moisés e
renova o concerto com o povo de Israel.

11 - O Tabernáculo é levantado. (Caps. 35 - 40).

O capítulo 35 fala das ofertas do povo para o serviço do Tabernáculo, previamente


revelado por Deus, e o os quatro capítulos seguintes revelam o processo da construção
com aprovação e aceitação da parte de Deus.

A. As ofertas eram trazidas voluntariamente pelos homens e também pelas


mulheres (Cap.35.5,22), e no segundo ano, ao primeiro dia do mês, exatamente ao
completar um ano da saída do Egito (Cap. 40.17), levantaram o Tabernáculo, e a Glória
do Senhor o encheu.
B. Sem a Glória divina, o ouro, a púrpura e o linho fino, de nada valia, o
Tabernáculo foi construído de acordo com o modelo divino e foi inaugurado por Deus,
agora Israel podia caminhar sob a proteção da nuvem (40. 36--38).
C. A nuvem dirigia o povo de dia e o fogo de noite, e estes dois sinais
manifestavam a direção e a proteção que o Senhor proporcionava ao seu povo.

12 - Moisés no Monte Sinai:


A - Passou quarenta dias e quarenta noites;
B - Neste período o povo caio em idolatria;
C - No retomo de Moisés o povo é castigado;
D - Moisés intercedeu pelo povo:
1. Na sua intercessão Moisés ressaltou ao Senhor, que os israelitas apesar
de seus pecados, continuavam sendo o povo de Deus;
2. Demostrou preocupação pela hora de Deus;
3. Mencionou a Deus as promessas feitas aos patriarcas, crendo em sua
fidelidade em cumpri-las;
E - As três petições de Moisés dão-nos um exemplo de como pedirmos:

1) Pediu por seu povo. O que eles precisavam na verdade era da presença do
próprio Deus no meio deles. (Cap. 32. 30-35);
2) Pediu para que Deus lhes concedesse um conhecimento das intenções e
propósitos divinos a fim de conhecer melhor o Senhor (Cap. 33.12 - 16);
3) Pediu que o Senhor mostrasse a sua gloria. (Cap. 33.17 - 23)

F - Moisés quebra as Tábuas da Lei (33.1-35)


G - A intimidade de Moisés com Deus. (33.11)
Deus deu, entendimento aos seus servos para fazer, a sua obra, a construção do
tabernáculo. (35.3 0-36).
A liberdade do povo de Deus. (36. 3-7)

13 - O Tabernáculo. (39. 32 - 40. 38)

A - Os propósitos do Tabernáculo:
1. Proporcionar um lugar para Deus habitar no meio do seu povo, a
caminho de Canaã (25. 8; 29.42-46 Nm 7.8,9),ser o centro da vida religiosa, moral e
social, e também era o lugar de sacrifício e centro de celebração das festas, situando-se
no meio do acampamento dos israelitas (Nm 2.17).
2. Representar as grande verdades espirituais que Deus desejava gravar na
mente do seu povo, tais como, a sua Majestade, a sua Santidade, e de como nos
aproximarmos de um Deus Santo. (Hb 8.1,2,8,10; 10.1)
3. Moisés fez conforme Deus havia mandado fazer. (40.16)
4. A glória do Senhor encheu a tenda, no dia de sua inauguração.

7. LEVÍTICO

7.1. TITULO DO LEVÍTICO


Levítico é o terceiro livro da Bíblia o seu nome é derivado da tribo de Levi. É um
manual de instruções para o sacerdócio, pois ensina com o homem pecador pode se
aproximar de Deus, sendo Ele Santo, e a palavra chave deste livro é “Santidade” (Lv
19.2).
Os israelitas conheciam-no pelo nome de “Wayykra”, utilizando a frase inicial do
primeiro versículo: “e ele chamou “, pois é assim que começa o livro. Na versão grega
este livro recebeu o nome de Levítico porque ele trata das leis relacionadas com os ritos,
sacrifícios e serviços do sacerdócio levítico.
A palavra Levítico vem do grego “Leuitikos” que significa “aquilo que pertence
aos levitas”, o termo referia-se aos leigos que faziam o trabalho manual do tabernáculo,
a Septuaginta chamou-o de Levítico “leuitikos”, devido a ênfase dada a esse sacerdócio,
o livro era um manual dos levitas para uso sacerdotal, as leis encontradas no Levítico
foram dadas pelo próprio Deus (Lv 1,1,7,8,9 Êx 25.1), tem um caráter elevado, ele é um
manual dos levitas, uma das doze tribos de Israel, que eram separados para o serviço no
Tabernáculo, Deus os tomou para este serviço em lugar dos primogênitos de todo o
Israel.

7.2. AUTOR DO LEVÍTICO


Apesar de o livro não fazer nenhuma alusão ao nome do autor, não temos dúvida
de que foi Moisés o seu verdadeiro autor, deparamos no livro com esta frase: “E falou o
Senhor a Moisés”, por isso, a autoria de Moisés é confirmada no próprio livro pelo fato
do texto declarar varias vezes: “Disse o Senhor a Moisés”, nenhum outro livro da Bíblia
tem a confirmação tão acentuada da autoria mosaica como este, e, é também um dos
livros confirmados por Jesus como sendo de Moisés conforme. (Mt 8:4).

7.3. A IMPORTANCIA DO LEVÍTICO


Para entender o Levítico, devemos atentar para o que já temos estudado:
Em Gênesis, temos um povo escolhido por Deus; em Êxodo, um povo libertado por
Deus; e o Levítico, nos diz como podemos nos aproximar de Deus e o que Ele requer
daqueles que estão na sua presença. Em outras palavras, temos em Gênesis a eleição
divina; em Êxodo, a libertação divina; e em Levítico, o culto divino. Este livro fala
como Israel deveria viver como povo santo, separado para o Senhor.

7.4. DATA DO LEVÍTICO


Moisés escreveu este livro logo depois do Êxodo, durante os anos de peregrinação
no deserto relatando a fuga em Cades-Barnéia, Moisés evidentemente proclamou essa
legislação, logo depois de levantado o tabernáculo em 1 de Abril de 1.444 a.C., e antes
do povo se pôr em marcha em 20 de maio. (Êx. 40.17 Nm lo-11). O livro abrange o
período de menos de 1 ano da jornada de Israel no Sinai.

7.5. PROPÓSITO DO LEVÍTICO


O Levítico foi escrito para mostrar a Israel como viver em santidade e comunhão
com Deus e preparar a nação para a tarefa sublime de levar a redenção de Deus a todas
as nações. Acima de tudo, ensina a Israel, aprender à respeito da santidade de Deus, de
três modos:
1 - No sistema sacrificial, que orientava no sentido de que, sem derramamento de
sangue, não poderia haver remissão dos pecados, para que mesmo a mente mais fechada
conhecesse a seriedade do pecado.
2 - Nos preceitos da Lei,que insistiam no padrão, divinamente revelado, para
orientar o caráter e a conduta.
3 - Nos castigos, atribuídos às transgressões da lei, que proclamavam severamente
a inflexibilidade da santidade Divina.
Nesta revelação do Deus Santo de Israel, acha-se envolvida a insistência
imperiosa na separação da nação israelita dos outros povos. As leis de Levítico têm
como objetivo assegurar esta separação e preparar o povo para o cumprimento de sua
vocação superior

7.6. OBJETIVO DO LEVÍTICO


O Levítico tem o objetivo singular de convocar o povo de Deus para a santidade
pessoal. Os muitos rituais são usados como auxiliares visuais para retratar o Senhor
como o Deus Santo e para enfatizar que a comunhão com o Senhor deve se realiza tendo
por base a expiação dos pecados pela vida obediente.
7.7. TEMA DO LEVÍTICO
O Levítico diz-nos como um povo redimido aproxima-se de Deus, pela adoração,
e, diz também, como mantém a comunhão, estabelecendo o acesso a Deus por meio do
sangue (sacrifício) pela santidade do adorador.
7.8. A DIVISÃO DO LEVÍTICO
Dividimos o livro em duas partes, a primeira refere-se ao privilégio e a segunda à
prática.

1 - O caminho para Deus mediante os sacrifícios. (caps. l- lo)


2 - O andar com Deus é obtido pela santificação. (caps, l1-27)
ASSUNTO DO LEVÍTICO
“Santidade ao Senhor “(Caps, l1.44,45; 19.2)

7.9. O VALOR PERMANENTE DO LEVÍTICO


O Levítico é uma revelação do caráter divino para nós, da mesma forma como foi
para o Israel no passado, Deus não mudou. O livro é uma exposição simbólica dos
princípios básicos que sublinham todos os tratos entre Deus e os homens, tão
verdadeiros agora como antigamente, embora o sacerdócio e os sacrifícios levitícios
tenham deixado de existir, as realidade espirituais que eles descrevem simbolicamente,
permanecem para sempre.

O Levítico fornece um conjunto de leis civis para teocracia, os seus princípios


deveriam guiar a legislação moderna:
1. A religião e o estado;
2. O capital e o trabalho;
3. A posse de terras e os direitos de propriedade;
4. O casamento e o divórcio; e,
Todos esses e outros assuntos, hoje importantes, são tratados no Levítico, que é
um tesouro de ensinamentos simbólicos e tipológicos.
A. As verdades espirituais encontram-se em forma de símbolos;
B. Os grandes fatos da nova aliança são ali ilustrados por meio de tipos
relevantes na antiga aliança;
C. Ele é, um supremo desvendar antecipado de Cristo.
D. Trata de um “tesouro de ilustrações divinamente escolhidas sobre o
caminho da salvação do pecador mediante a obra sacerdotal do filho de Deus, a posição
e dignidade presentes e futuras como um homem remido”.

7.10. O PONTO DE VISTA DO LEVÍTICO

A maneira mais simples de compreender a mensagem do Levítico, talvez seja a


apreciação do seu ponto de vista, indicado nas primeiras palavras do primeiro cap.
“chamou o senhor a Moisés, e, da tenda da congregação, lhe disse”. O povo, não é,
portanto, tratado como sendo constituído de pecadores distanciados de Deus, como os
das outras nações, mas como já participante de um novo relacionamento, o da
comunhão, com base numa aliança selada com sangue. De acordo com isto, os
sacrifícios do Levítico não pretendem estabelecer um meio pelo qual o povo possa se
tomar remido (pois sua redenção já foi operada mediante o cordeiro pascal do Êxodo e
deverá agora ser celebrada para sempre na festa da páscoa).
Os sacrifícios do Levítico são prescritos de forma didática, tendo por objetivo
instruir os israelitas a manter o relacionamento com o Senhor. Já em sua interpretação
tipologica, os sacrifícios do Levítico são um desenrolar esplêndido do sacrifício de
Cristo em sua múltipla eficácia para aqueles que já entraram no novo relacionamento de
justificação pela fé. Este, portanto, é o ponto de vista do Levítico e ele se torna de
especial relevância para os que encontram redenção em Cristo Jesus.
Como alguém já disse, esses sacrifícios do Levítico, talvez sejam “a mais
completa descrição”, que já nos foi revelada, da obra expiatória do Salvador. Assim, ao
examinarmos os sacrifícios mencionados no livro Levítico, ganhamos uma visão mais
ampliada e uma idéia mais clara do que aconteceu no calvário.

8. A ESTRURURA DO LEVÍTICO

1. O livro está dividido em duas partes principais indicadas da seguinte


maneira: a primeira vai do capítulo 1o ao 17o, e, a segunda, compreende os capítulos 18 o
ao 26o.
A. Os primeiros 17 capítulos, tratam de regulamentos teológicos, enquanto
nos 10 restantes encontramos regulamentos atinentes a moral.
B. A primeira parte está ligada a adoração de Deus, e a segunda, dedica-se
a prática.
C. Na primeira parte tudo se relaciona com o tabernáculo, na segunda, tudo
pertence ao caráter e ao comportamento.
D. A parte primeira, mostra o caminho para Deus através da prática do
sacrifício, a parte segunda, mostra o andar com Deus, pela santificação.
E. A primeira parte trata da corrupção cerimonial e física, a segunda parte,
trata da corrupção moral e espiritual.
F. Na primeira parte, é fornecida a purificação, na segunda parte, deve ser
infligido o castigo.
G. A primeira parte, tem a ver com a obtenção da pureza do povo, a segunda
parte, está ligada à vida pura do povo.
8.1. A mensagem central

A. Nas duas partes principais do livro vemos em primeiro lugar (1-17) a


base da comunhão no sacrifício propiciatório.
B. A seguir (18-27), as obrigações de comunhão na santificação prática, em
outras palavras, a parte um nos mostra o fundamento da comunhão dirigida a Deus, a
parte dois nos mostra a condição de comunhão dirigida ao homem.
C. A primeira parte do Levítico diz: “o sangue nos purifica”, a segunda
afirma: “sim, o sangue nos purifica, mas precisamos andar na luz”.
D. Examinar essas duas partes:

1) Veja a primeira parte (1-17)

a) Os sete primeiros capítulos ocupam-se, exclusivamente, das ofertas a


serem apresentadas.
b) Os três capítulos seguintes tratam dos sacerdotes que deveriam apresentar
essas ofertas.
c) Os outros seis capítulos são sobre a purificação física e cerimonial do
povo, tanto individual como nacionalmente.
d) O capítulo final nesta parte enfatiza o lugar em que as ofertas devem ser
colocadas, a saber, o altar que ficava dentro do tabernáculo.
e) Temos assim ofertas, sacerdócio, povo, altar.

2) Veja a segunda parte (18-27)

a) Ao verificar a segunda parte, percebemos o mesmo tipo de progressão


ordenada.
b) Nos capítulos 18 a 20 temos regulamentos para o povo.
c) Nos capítulos 21 e 22 as ordens referem-se aos sacerdotes.
d) Nos capítulos 23 e 24 encontramos regulamentos para as festas, com uma
palavra de estreita ligação no 24 sobre a luz e os pães da proposição no santuário (as
festas eram um memorial periódico de Israel diante de Deus: a luz e os pães eram um
memorial perpétuo).
e) Nos capítulos 25, 26 e 27, vemos regulamentos relativos a ocupação de
Canaã para Israel. Esta é a ordem na parte dois: povo, sacerdotes, festas, Canaã.

9. ESBOÇO DO LEVÍTICO

9.1. A Base da Comunhão “o sacrifício”. (cap, l-17)

1 - As Ofertas (a absolvição). (cap, 1-7)


A - Ofertas de aroma suave. (cap. 1-3)
B - Ofertas de aroma agradável. (cap. 4-6,7)
C - As leis das festas. (caps. 6:8; 7:38)

2 - O Sacerdócio (a mediação). (caps. 8- lo).


A - Consagração. (cap. 8)
B - Ministrarão. (cap. 9)
C - Provocação. (cap, 1)
3 - O Povo (a purificação) (cap. l1-16)

A - Alimentos puros. (cap. l1)


B - Maneiras puras. (cap. 12-15)
C - Nação pura. (cap. 16)

4 - O Altar (a reconciliação). (cap, 17)


A - O lugar é mostrado, vv. 1-9
B - O uso do sangue, vv. lo-11
C - Outros usos proibidos, vv. 12-16

9.2. O Andar em Comunhão (a separação) (cap,18-27)

1 - Regulamentos referentes ao povo. (cap.18-20)

A - Proibições sexuais, 18
B - Advertências gerais, 19
C - Sanções penais, 20

2 - Regulamentos referentes aos sacerdotes, 21-22

A - Práticas proibidas, 21:1-15


B - Pessoas proibidas, 21:16; 22: 16
C - Ofertas proibidas, 22:17-33

3 - Regulamentos referentes às festas etc. 23-24

A - Estações anuais fixas, 23


B - O óleo e os pães da proposição, 24:1-9
C - O castigo da blasfêmia, 24:10-23

4 - Regulamentos referentes a Canaã 25-27

A - Ano sabático e do Jubileu 25


B – Alternativas da aliança 26
C - Consagração e dízimos 27

10. UMA ANÁLISE DO LIVRO

10.1. O Caminho Mediante os Sacrifícios. (Caps. l - 10)


1 - Os sete primeiros capítulos do Levítico se ocupam da ofertas:

A - O cap. l: As ofertas queimadas


B - O cap.2: As ofertas de manjares
C - O cap.3: As ofertas pacíficas
D - O cap.4: As ofertas pelo pecado
E - O cap.5: As ofertas pelas transgressões
2 - Num estudo detalhado dessas ofertas encontramos uma fascinação irresistível,
pois havia cinco tipo de ofertas sendo:
A - Os Holocaustos;
B - Os Manjares;
C - As Ofertas Pacíficas;
D - As Ofertas pelos Pecados; e,
E - As Ofertas pelas Transgressões.

3 - As ofertas eram classificadas em dois tipos:


A. As ofertas de cheiro suave (1. 13-17 - 2.2-9), são assim chamadas porque
havia sangue e tipificavam Cristo na sua própria perfeição e na sua dedicação à vontade
do Pai.
B. As ofertas sem cheiro suave, era uma oferta sem sangue, e tipifica Cristo
lavando a culpa do pecado, porem ambas (oferta de cheiro suave e sem cheiro suave)
têm o caráter de substituição.
C. O restante da seção é ocupada com “leis”, das ofertas (6.8-7.38)
D. Havia, portanto, cinco tipos de ofertas prescritas, elas são divididas em
grupos de três e duas.

A. As três primeiras (a oferta queimada, a oferta de manjares e oferta


pacífica), são ofertas de aroma agradável (1.9,13,17;2.2,9;3.5,16)
B. As duas restantes são ofertas sem aroma agradável.
C. As três primeiras são voluntárias; as outras duas compulsórias.
D. As três primeiras contêm o primeiro pronunciamento do Senhor, que abre
o livro Levítico (1.2)
E. As outras duas são introduzidas pelo segundo pronunciamento, que
começa em 4.2

F - Essas ofertas estão repletas de significados espirituais, mas seu valor máximo
se encontra na sua tipologia, a do supremo sacrifício no calvário.

A. As ofertas de aroma agradável tipificam Cristo em sua perfeição;


B. As ofertas sem aroma agradável tipificam Cristo, suportando sobre si o
demérito (sofrimento), do pecado.
C. As de aroma agradável falam do significado que a oferta de Cristo tem
para Deus, enquanto as sem aroma agradável expressam o que a oferta de Cristo é para
nós.

F - Note os aspectos distintos dessas ofertas.

A. A oferta queimada tipifica Cristo “oferecendo-se a Deus sem mácula”,


ela prefigura Cristo na cruz, não só suportando o pecado como também executando a
vontade de Deus.
B. A oferta de manjares manifesta tipicamente a perfeita natureza humana
de Cristo, e a ênfase aqui está na vida ofertada, ela estabelece a perfeição de caráter que
deu a oferta seu valor indiscritível.
C. A oferta pacífica fala da comunhão restaurada, resultante da perfeita
satisfação apresentada em Cristo, a ira de Deus é aplacada, o homem é reconciliado,
agora existe paz com Deus.
D - Quanto as ofertas sem aroma agradável, a oferta pelo pecado tipifica
Cristo como o portador do pecado “feito pecado por nós” (2~Co.5.21), enquanto a
oferta pela transgressão fala dos pecados (plural) e tipifica Cristo como agente da
expiação, fazendo restituição devido a ofensa causada pelos nosso delitos.

10.2. A Lei do Sacerdócio. (Caps. 8-10)


1. A ocupação dos sacerdotes era servir (Êx.28.1), oferecer sacrifícios e
ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos (Lv.10.11), e os levitas eram para servir os
sacerdotes (Nm.3.5-9; 9.19).
2. O sacerdócio levítico foi devidamente ordenado como mediador entre
Deus e a nação israelita pelo sacrifício de animais e estes sacrifícios apontavam para o
sacrifício de Cristo no calvário.
3. Os sacerdotes não se consagravam a si mesmos, tudo foi feito por outro,
neste caso, por Moisés agindo no lugar de Deus.
4. A parte sobre os sacerdotes é de insuperável interesse, e o ponto alto dela
é que, para que a comunhão entre os remidos e seu Deus Santo seja mantida, não deve
haver apenas um sacrifício (como nos caps.1-7), mas também um sacerdote (como nos
caps.8-10), é que além da absolvição da culpa é preciso haver mediação.
5. Graças a Deus, o Senhor é tanto sacrifício quanto sacerdote para seu
povo, de modo que temos acesso a Deus por “novo e vivo caminho”(Hb.10.20), um
caminho “novo”, porque é o caminho da cruz, que fala do sacrifício final pelo pecado; e
é um caminho “vivo”, por ser o caminho da ressurreição, que fala do sacerdote eterno
nas alturas.
6. Os três capítulos desta parte são os seguintes:

A. No capítulo 8, temos a consagração, a separação dos sacerdotes para o


serviço de Deus.
B. No capítulo 9; temos a ministração, os sacerdotes começam a servir.
C. No capítulo 10; temos a transgressão, Nadabe e Abiú oferecem “fogo
estranho”, ao Senhor.

7. No capítulo 8, temos a consagração dos sacerdotes:

A. Consagração representa separação


B. Os sacerdotes são agora separados para Deus, e consagrados por Ele,
nesta cerimonia de consagração.
C. Na primeira parte do capítulo temos a ordem da consagração (vs.1-l3), a
seguir temos a base da consagração o sangue (vv.14-36).
D. Observe a ordem da consagração:

1) Do sumo sacerdote

a) Sendo lavado v.6


b) Sendo vestido vv.7,8
c) Sendo coroado v.9
d) Sendo consagrado v,12

2) Os outros sacerdotes
a) Sendo lavados v.6
b) Sendo vestidos v.13
c) Sendo consagrados v.30
d) Recebendo responsabilidades v.35

E - Observe agora a base da consagração: “o sacrifício”


1) Uma oferta pelo pecado.
2) Uma oferta queimada.
3) Um “carneiro da consagração” deve ser oferecido.
4) Arão e seus filhos devem colocar as mãos sobre a cabeça do sacrifício,
identificando-se assim com ele.
5) A seguir, o sangue do sacrifício será espargido sobre eles, fazendo com
que se identifique com eles, assim, mediante uma dupla identificação, os sacerdotes se
associavam ao sacrifício expiatório e, com base nisso eram aceitos e consagrados.
6) A ponta da orelha direita, o polegar da mão direita e o polegar do pé
direito devem ser selados com sangue (vv.23,24).
7) Os Significados:

A. A orelha - Uma orelha selada com sangue era necessária para ouvir as
comunicações divinas.
B. A mão - Uma mão selada com sangue era exigida para executar os
serviços do santuário.
C. O pé - Um pé selado com sangue era necessário para andar pelos pátios
da casa do Senhor.

8. O próprio altar precisava ser aspergido com sangue (vv.15,19,24), é que


o sangue é o grande fundamento de tudo.
9. Deve ser notada a diferença entre a unção de Arão (sumo sacerdote), e a
de seus filhos (sacerdotes).

a) Arão é ungido antes da vítima oferecida em sacrifício ser imolada (v.12).


b) Os filhos são ungidos depois do sacrifício (da morte dos animais),
juntamente com a aspersão de sangue sobre eles (v.30)
c) Obediência com exatidão é uma característica da escritura, e faz esta
exigência por vários motivos:

* No ensino dos tipos deste capítulo Arão, o sumo sacerdote, é uma pré-figura
do Senhor Jesus, enquanto seus filhos representam, por antecipação os crentes-
sacerdotes da presente dispensação.
* O Senhor Jesus, que não tinha pecado em si, não precisava da aspersão de
sangue antes de receber a unção do Espírito Santo; e no fato de Arão ser ungido
sozinho, antes do derramamento de sangue, vemos um exemplo discriminatório do
tipo do filho de Deus encarnado, que permaneceu absolutamente sozinho até que se
deu no calvário.
* Sem o derramamento de sangue, Arão e seus filhos não podiam juntar-se na
unção, mas depois do derramamento, Moisés unge “Arão... bem como... os filhos de
Arão”(v.30)
* Uma vez derramado o sangue, Arão e seus filhos tipificando Cristo, e a sua
casa sacerdotal, se unem no ministério sacerdotal único; e, assim unidos, todos
ficam diante de Deus em virtude do mesmo sacrifício.
8. No capítulo 9, vemos o primeiro ministério efetivo do sacerdócio; isto é
feito para tornar-se, deste então, um tipo do verdadeiro ministério sacerdotal.

A. Depois de oferecer sacrifício pelo povo, Arão entra no santo lugar como
representante do povo e depois volta com a mão de bênção levantada como transmissor
da bênção divina ao povo (v.23)
B. Todo o ministério foi “como o Senhor ordenara”(v,10), portanto, sendo
aprovação, confirmada pelo aparecimento da glória (vv.23,24)

9. No capítulo 10, o mesmo fogo que consumiu a oferta queimada sobre o


altar, agora salta adiante e devora dois sacerdotes:

A. Nadabe e Abiú oferecem “fogo estranho” diante do Senhor, “o que lhes


não ordenara”, é o pecado da presunção ao qual segue um terrível juízo.
B. Em contraste com o capítulo 9, com sua aprovação e confirmação do
sacerdócio, vemos agora presunção e rejeição!

D. A oferta do ‘fogo estranho”, feita por Nadabe e Abiú era “adoração da


vontade ou adoração da “carne”, não tinha fundamento na vontade de Deus.
E. Tratava-se de uma instrução vã, uma violação do privilégio sacerdotal,
sendo absolutamente repudiada.
F. Os sacerdotes de Israel devem aprender imediatamente a andar segundo a
regra inflexível de obediência completa à vontade e palavra de Deus.
G. Há muitos Nadabes e Abiuis hodiernamente.
10.3. A Limpeza do Povo. (Caps.11-16)

1 - Os capítulos, que se estendem do 11 o ao 16o, dizem-nos que o povo de Deus


deve ser um povo limpo, interna e externamente.

A. Deve haver limpeza física e também deve haver limpeza cerimonial de


tudo que possa contaminá-lo, moral e espiritualmente, aos olhos de Deus.
B. Deve ser higiênico e sacrificialmente purificado.

2 - O propósito do ensino nesta seção é:

A. Fazer diferença entre o imundo e o limpo (11.47)


B. E separar os filhos de Israel das impurezas (15.31).
3 - Os assuntos tratados são:
A. Acerca da purificação. (consumo de carne cap.11). Os regulamentos
referentes à dieta, impostos aos israelitas, devem ser considerados primeiramente em
seu aspecto sanitário. É que Israel, não é de mais lembrar, era uma nação sob o governo
de Deus, por isso a legislação divina se ocupou com a vida social e não apenas com a
vida religiosa desse povo.
B. Várias contaminações (a higiene na nação caps.12-16). Estes capítulos
acentuam a necessidade de constante purificação, para que o povo de Deus seja um
povo santo, e em condições de comparecer perante Ele. Nestes capítulos - 12 a 16 -
observamos uma variedade de coisas, mas em todas há o mesmo alvo: “a santificação”.
Exemplos: o alimento, o corpo, o lar, os costumes, o culto, as vestes etc., tudo era
santificado (Lv 20.26);

1) O parto cap.12
2) A lepra nas vestes e na casas, caps.13.14
3) A higiene sexual cap.15
4) A purificação nacional pelo sacrifício expiatório cap.16

4 - Podemos classificar o conteúdo desses capítulos, assim:


A. Alimentos limpos cap. 11
B. Corpos limpos caps. 12-13.46
C. Roupas limpas caps. 13.47-59
D. Casas limpas caps. 14.3 3-57
E. Contatos limpos cap.15
F. Nação limpa cap.16

10.4. O Altar (Cap. 17)


1. Nenhum leitor atento pode deixar de impressionar-se com a linguagem
enfática e solene deste capítulo 17, relativo ao lugar do sacrifício.
2. Cinco vezes o lugar divinamente ordenado é estabelecido com severa
clareza nos vers.3-9.
3. O significado disto para nós é claro:
A. Há um lugar para Deus encontrar-se com pecadores arrependidos, a cruz;
o altar na porta da tenda da congregação era um tipo.
B. Ali, o direito de Deus sobre a vida foi devidamente reconhecido, rejeitar
este ponto de encontro é trazer juízo sobre si, é pisotear as justas reivindicações de Deus
e arrogar o direito a vida que todos perderam.
C. É bom notar porém, que nem mesmo o sangue possui valor expiatório, a
não ser sobre o altar, Deus diz: “Eu vo-lo tenho dado (O sangue) sobre o altar, para
fazer expiação pelas vossas almas”, é preciso que seja sangue, e deve ser sobre o altar
do holocausto.
D. O sangue derramado é a base de tudo, e só mediante o sangue derramado
do cordeiro no calvário é que obtivemos a nossa reconciliação e salvação.

10.5. A Higiene do Povo. (Caps.18-20)


1. Estes capítulos 18-20, consiste de regulamentos morais para o povo;
2. Esses três capítulos 18,19 e 20 são marcados por uma introdução formal
(18.1-5) e um fecho formal (20.22-26), e são claramente uma seção distinta:

A. No capítulo 18, temos proibições sexuais.


B. No capítulo 19, temos advertências gerais.
C. No capítulo 20, temos as sanções penais contra os ofensores.

3. As proibições no capítulo 18, não são dadas como um código sexual


completo, mas dirigidas contra as violações mais grosseiras da castidade, que
prevaleciam sobremaneira entre as nações idólatras ao redor de Israel.
A. As proibições deste capítulo mostram o modo como Deus valoriza a
pureza nos relacionamentos sexuais.
B. Nada é mais vital para qualquer povo do que a proteção adequada dos
relacionamentos conjugais é familiares.
4. As longas listas de preceitos morais e sanções penais nos capítulos 19 e
20 também não devem ser consideradas completas, pois cobrem apenas os pontos que
afetam diretamente o bem estar de Israel.

A. A retidão é exigida em todos os relacionamentos da vida.


B. A desobediência deve ser castigada com firmeza e severidade.
C. Não deve ser permitida nenhuma piedade sentimentalista em relação ao
malfeitor, pois isso prejudica a proteção moral da comunidade inteira

10.6. Os Sacerdotes. (Caps.21-22)

1 - Os capítulos 21 e 22 referem-se especialmente aos sacerdotes


A. O povo todo devia ser santificado ao Senhor, e os sacerdotes também
B. Os sacerdotes deveriam, portanto, se caracterizar pela mais absoluta
santidade; e para assegurar isto temos esses regulamentos transmitidos aqui.

2 - Estes capítulos dividem-se em três partes:


A. Em primeiro lugar, temos as práticas proibidas (21.1-15), relativas aos
relacionamentos sociais dos sacerdotes.
B. Em segundo lugar, temos as pessoas proibidas (21.16-22,16), referentes
às coisas que desqualificavam a pessoa para servir ou comer das coisas do tabernáculo.
C. Em terceiro lugar, temos os sacrifícios proibidos (22.17-33), referentes
aos animais imperfeitos que não deviam ser oferecidos no altar do Senhor, acima de
tudo, os homens devem ser separados de tudo que contamina para que o santuário de
Deus não seja profanado.
10.7. As Festas. (Cap. 23)
1. Havia cinco festas sagradas:

A. A Festa da Páscoa vv.5-14


B. A Festa do Pentecostes vv.15 -22
C. A Festa das Trombetas vv. 23-25
D. O Dia da Expiação vv.26-32
E. A Festa dos Tabernáculos vv.33 –44

2. De todas elas, apenas três eram realmente festas:

A. A Festa da Páscoa, chamada de Festa dos Pães Asmos, em Êx.23,15


B. A Festa do Pentecostes, chamada de Festa das Semanas e Festas das
Primícias, em Êx.34-22
C. A Festa dos Tabernáculos, chamada de Festa da Sega, em Êx.23,16

3. Havia sete festas periódicas de observância nacional, obrigatórias para


Israel:.

A. Festa da Páscoa
B. A Festa do Pentecostes
C. O Toque das Trombetas
D. O Dia da Expiação
E. A Festa dos Tabernáculos
F. O Ano Sabático
G. O Ano do Jubileu.

4. As Leis das Festas Anuais (cap.23), nas sete festas anuais, cada uma tem
um sentido figurado ou profético em relação a Jesus e à sua igreja.

A. A Festa da Páscoa (vv. 4,5), esta festa é comemorativa e recordava a


redenção dos israelitas quando saíram do Egito e tipifica Cristo a nossa Páscoa,
sacrificado por nós (1o Co 5.7).
B. A Festa dos Pães Asmos (vv.6,8 Dt 16.8), o pão sem fermento ensina um
andar santo, simboliza a comunhão com Deus, ela era celebrada logo depois da Páscoa
(23.6).
C. A Festa das Primícias (vv.1o- 14), era uma festa onde os primeiros frutos
colhidos era apresentados a Deus, com forma de gratidão pela colheita, e é o símbolo da
ressurreição de Cristo (1o Co 15.20,23).
D. A Festa do Pentecostes (vv.15-20), chamada também de Festa das
Semanas, porque era observada sete semanas (50 dias) depois da Páscoa (Dt 16.9), e
simboliza a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes para inaugurar e formar a
Igreja de Jesus Cristo.
E. A Festa das Trombetas (vs.23-25), tem um valor profético de sentido
duplo: fala da restauração de Israel e do arrebatamento (1o Co15.51,52).
F. A Festa da Expiação (vs.26-32), a mais solene de todas as festas: era o
grande dia de humilhação nacional entre os filhos de Israel, era observada no dia 1 o do
sétimo mês (Lv.23.27), era no dia da Expiação que o sumo sacerdote podia entrar no
Santo dos Santos (Êx.30,10), nesse dia à porta do Tabernáculo, eram apresentados os
dois bodes e lançada sorte, um deles “o bode expiatório”, ele era morto, e com o seu
sangue se aspergia o propiciatório, já o outro, “o bode emissário”, era mandado ao
deserto, levado simbolicamente o pecado do povo (Lv.16.8-10).
G. A Festa dos Tabernáculos (vv.33,34), durante sete dias o povo habitava
em tendas, em memória de sua peregrinação no deserto (23.42,43), para a Igreja é um
memorial semelhante à Ceia do Senhor, já para Israel, é um memorial de redenção do
Egito (v.43), oficialmente, Israel realizava três festas por ano e eram consideradas as
Festas Principais.

1) A Festa da Páscoa. Lv.23.4.5 Dt.16.2;


2) A Festa do Pentecostes. Lv.23.15-22 Dt.16. l0; e,
3) A Festa dos Tabernáculos. Lv.23.33,34 Dt.16.13.

5. O Ano do Jubileu. (cap.25.8-55), era um período importante para Israel,


pois em cada sete vezes sete anos (50 anos ou no qüinquagésimo ano), realizava-se o
Ano do Jubileu, a festa era celebrada o ano inteiro, não se fazia nenhuma semeadura,
nenhuma colheita (v.ll), a produção era espontânea, devia-se deixar para os pobres e
peregrinos, a festa começava no Dia da Expiação (cap. 25.9) com três aspectos
importantes:

A. A Restauração Econômica (vv.25-28). Quem tivesse sido obrigado a


vender sua possessão ou a sua propriedade receberia tudo de volta no Ano do Jubileu,
eram medidas destinadas a evitar que as propriedades passassem a ser de uns poucos e o
mais pobre fosse explorado.
B. A Liberdade Pessoal (vv. 32 - 42). Quem tivesse empobrecido a ponto de
ter-se vendido para servir a uma outra pessoa e não tivesse meios de pagar o seu resgate,
seria libertado ao iniciar-se o Ano do Jubileu.
C. O Completo Descanso (vv.11,21). O descanso abrangeria terra, gado e
pessoa, Deus daria colheita em abundância no oitavo ano, assim o Jubileu não seria
apenas descanso, mas traria anos de bênçãos, o alvo do Ano do Jubileu era evitar a
escravidão e as riquezas ilícitas dos desonestos.

10.8. A Terra. (Caps. 25 - 27)

1. Estes três últimos capítulos (25,26 e 27), do Levítico tratam quase que
exclusivamente da terra e das condições de sua ocupação por Israel.
2. O capítulo 25, determina a observação de dois sábados sagrados
“periódicos de descanso solene para terra”, o sétimo ano (vv.1-7) e o qüinquagésimo
ano (vv. 8-(55).

A. Estes sábados seriam um reconhecimento da propriedade da terra por


parte de Deus e a permanência de Israel, com a fidelidade na aliança (v.23).
B. A cada sete anos os judeus deveriam suspender seus esforços de lucro, e
deveriam até mesmo desistir, de seu direito de produzir e deixar o campo produzir
espontaneamente, de modo que todos, ricos e pobres, gado e animais domésticos,
fossem sustentados por ela (vv.5,6).
C. No jubileu, que seguia ao sétimo ano de repouso, esta restrição abrangia
dois anos completos, se combinarmos isto com o regulamento severo de que não podia
cobrar juros sobre dinheiro ou mercadoria emprestadas a outro judeu (vv.35-38), com
outras regras de que no jubileu todos deviam ser libertados, vemos claramente uma
repressão a cobiça.
D. Esses descansos sabáticos tinham o propósito de fazer aumentar a fé em
Deus, para cultivar dependência e confiança Nele (vs.20-22).

3. É possível, que o objetivo dos regulamentos deste capítulo (25), fosse o


de assegurar ao máximo “a distribuição eqüitativamente da terra “, evitando a posse
excessiva, nas mãos de poucos, enquanto o resto ficava na pobreza.

4. A chave para o sétimo ano sabático é a palavra “descanso” (v.4).

Deveria ser um descanso de três maneiras:

A - Para a terra
B - Do trabalho braçal
C - Da dívida. (Dt.15.1-11)

5. O ponto principal do ano do jubileu é a palavra “liberdade” (v.l0), ele


proporcionava liberdade:

A - Ao escravo;
B - À propriedade; e,
C - Ao solo em si.

6. Tanto o ano sabático como o ano do jubileu deveriam começar no dia da


expiação (v.9), no qual como vimos, Israel deveria manifestar arrependimento especial
pelo pecado da nação.

A. Esses anos sabáticos começavam no momento em que o sumo sacerdote


aparecia diante do povo depois de ter feito expiação pela nação no santo dos santos.
B. Os dois anos citados apontam para o futuro, para a redenção e
consumação finais que ainda estão por vir.
C. O sábado de descanso no sétimo ano, depois de seis anos de trabalho, fala
daquele grande sétimo período de mil anos que ainda virá, introduzido pelo segundo
advento de Cristo.
D. O jubileu que deveria ser o ano depois do sétimo ano sabático, caindo
portanto, sempre no oitavo ano do calendário sabático, fala daquela gloriosa condição
que sucede o reinado milenar de Cristo.
E. Notamos que o ponto alto da palavra jubileu é a palavra “liberdade”, da
mesma forma como o escravo era alforriado no jubileu e devolvida a herança que
perdera, assim será na consumação futura do jubileu.

7 - As alternativas da Aliança. (cap.26)

A. O capítulo 26, coloca diante de Israel as condições características da


posse e prosperidade, as alternativas inexoráveis que dependiam de sua obediência ou
desobediência, quantas bênçãos são prometidas aos obedientes! quantas advertências
anunciadas para evitar a desobediência! Verdadeiramente quanto mais alto o privilégio,
tanto mais profunda a responsabilidade!
B. As advertências na segunda parte do capítulo são um resumo
surpreendente da história posterior de Israel, alcançando até o tempo futuro.
C. Deve ser notado que o castigo final, é a expulsão da terra e dispersão
entre as nações, depois de recaírem os outros juízos, este último ocorreu de modo
patente e a terra em si ficou abandonada, vazia durante gerações, como havia sido
predito.
D. Todavia, junto com esta advertência se achava a promessa divina
garantindo a preservação e restauração de Israel, sendo esta preservação um dos
milagres da história que ainda não perdeu seu brilho.
E. O capítulo 27, trata das consagrações voluntárias e dízimos na terra e
essa é uma conclusão singular em Levítico, já que, depois de todos os capítulos
referentes a regulamentos obrigatórios, o último se dedica a expressões não obrigatórias
de consideração e amor a Deus.

Uma Recapitulação

1. A figura central em Levítico é o sumo sacerdote;


2. O capítulo central é o 16, o do dia da expiação anual;
3. O tema central é “a comunhão mediante a santificação”;
4. A lição central é: “Santos sereis, porque Eu, o Senhor vosso Deus, SOU
Santo” (19,2) A palavra hebraica traduzida por “Santo” ocorre mais de 80vezes no livro.
11. NÚMEROS

11.1 TITULO DO NÚMEROS

Números é o quarto livro e é chamado em hebraico de “Bemidhbar', que significa


no deserto. Ele é chamado de Números porque registra os dois censos de Israel um no
Sinai (Cap,1.2-46) e o outro em Moabe (Cap.26.2-51), a ordem do acampamento das
tribos no deserto, a ordem de marcha de Israel em sua caminhada e também a
enumeração dos acampamentos de Israel em sua caminhada para Canaã. As versão
grega tomou o nome no sentido literal, por haver sido o povo numerado e posto em
ordem. Parte do livro tem caráter histórico, e parte caráter legislativo, ele é o livro da
peregrinação, da guerra e do serviço, e, infelizmente, das faltas. O livro Números tem
uma mensagem tríplice:

1. Primeiro, temos o Serviço: “O povo é salvo para servir”, notemos o


quanto tem de significativo a ordem das mensagens dos livros. Em Gênesis o homem é
arruinado, caído; em Êxodo o homem é redimido; em Levítico o homem é preparado
para adorar; em Números o homem é preparado para servir, e é esta a ordem Divina.
2. Segundo, temos a Ordem: “A ordem é indispensável no serviço e no
viver”, notemos aqui a organização do acampamento, da marcha e dos Serviços no
Tabernáculo.
3. Terceiro, temos as Faltas: “Por não haver ordem no serviço, as faltas
são cometidas”, e por isso a ordem é indispensável no serviço e no viver do povo que
era separado para servir ao Senhor.

11.2. O CARÁTER DE NÚMEROS

Números é um mistura de três espécies:


Primeiro: temos os acontecimentos históricos da peregrinação da nação de Israel
no deserto.
Segundo: temos as leis para Israel, de caráter permanente.
Terceiro: temos as regras transitórias válidas para a nação até que chegassem em
Canaã.
11.3. O ENSINO DE NÚMEROS

Números ensina-nos como o Senhor lida com seu povo:

PRIMEIRO: O Senhor havia feito aliança com o seu povo e sempre se encontrava
em seu meio, guiando, cuidando deles e protegendo-os.
SEGUNDO: Deus utilizou as experiências do deserto para disciplinar seu povo e
desenvolver-lhe o caráter.
TERCEIRO: Deus demonstrou que nada podia frustar seus propósitos nem anular
sua aliança com os patriarcas.
QUARTO: Para o crente, o livro de Números tem grande significado, à
semelhança dos israelitas, o crente saiu do Egito (mundo), a terra de servidão e
opressão, renasceu pelo sacrifício do Cordeiro e se encaminha para o cumprimento das
promessas de Deus, mas tem de passar como peregrino pelo deserto deste mundo antes
de entrar na terra prometida.

11.4. A DIVISÃO DE NÚMEROS

Divide-se o livro em três partes sendo:

1 – A primeira parte é a antiga geração; do Sinai até Cades. (Caps.1-14)


2 – A segunda parte é a era de transição; no deserto (Caps.15-20)
3 – A terceira parte é a geração nova; de Cades até Moabe (Caps.21-36)
11.5. ESBOÇO DE NÚMEROS

I – Preparativo para a viagem até Canaã (Caps.1.1–10.10)


1 – O censo e a organização de Israel (Caps. 1-4)
2 – A santidade do acompanhamento e leis diversas (Caps.5-8)
3 – A páscoa e as trombetas (Caps.9.1–10.10)
II – A viagem do Sinai a Cades-Barnéia (Caps.10.11–12.16)
1 – A partida de Israel; Hobabe (Cap. 10.11–36)
2 – O descontentamento do povo e o desânimo de Moisés. (Cap.11)
3 – As críticas de Miriã e Arão (Cap.12)
III – O fracasso em Cades-Barnéia devido à incredulidade (Cap.13-15)
1 – Os espias exploram a terra (Cap.13)
2 – A reação de Israel e o juízo de Deus (Cap.13-15)
3 – Vários preceitos (Cap.15)

IV - Controvérsia acerca da autoridade. (Caps, l6-19)

1 - A rebelião de Coré. (Cap.16)


2 - A prova das varas. (Caps,17,18)
3 - A purificação do acampamento. (Cap,19)

V - Experiências na viagem para Moabe. (Cap.20-25)

1 - O pecado de Moisés e Arão. (Cap.20)


2 - A serpente de bronze; vitórias militares. (Cap.21)
3 - O profeta Balaão. (Caps.22-25)

VI - Preparativos para entrar em Canaã. (Cap.26-36)

1 - O segundo censo. (Cap.26)


2 - Leis sobre heranças. (Cap.27.1-11)
3 - Nomeação do sucessor de Moisés. (Cap.27.12-23)
4 - Ofertas nas festas. (Cap.28.1-29.40)
5 - A lei dos votos. (Cap.30)
6 - Guerra santa contra Midiã. (Cap.31)
7 - A distribuição da transjordânia. (Cap.32)
8 - Etapa da viagem no deserto. (Cap.33.1-49)
9 - Mandados referentes à ocupação de Canaã. (Caps.33.50 - 36.13)
● AUTORIA DE NÚMEROS

A autoria de Moisés é confirmada no próprio livro por sua estreita conexão com
Levítico e Deuteronômio, pelas inúmeras afirmações de que “O Senhor falou a
Moisés”, e pelo fato de o Senhor ter ordenado ao legislador que o escrevesse (Nm.33.2).

● ASSUNTO DE NÚMEROS

“O Fracasso de Israel” - Números é um dos livros tristes da Bíblia, ele mostra o


fracasso dos hebreus em cumprir os ideais que haviam sido propostos. Chegaram aos
limites da terra prometida mais tinham a personalidade de um escravo covarde, incapaz
de enfrentar a perspectiva da luta, dai inicia a peregrinação de trinta e oito anos. É uma
história de falta de fé, queixas, murmurações e rebelião, como conseqüência, quase toda
a geração que havia saído do Egito pereceu no deserto sem entrar na terra prometida,
somente três homens, Moisés, Josué e Calebe, sobreviveram até ao fim do relato do
livro e somente dois dos três, Josué e Calebe, entraram em Canaã.

● PERÍODO DO TEMPO ABRANGIDO POR NÚMERO

O livro começa com a ordem do Senhor para fazer o recenseamento do povo


(Cap.1.1-3), e termina com uma assembléia às margens do Jordão (Dt.1.1-3), pouco
antes da morte de Moisés, portanto a duração total dos acontecimentos de números é de
38 anos e 9 meses, em quatro períodos:

1 - Recenseamento e preparo para a marcha (Caps.l-10) 20 dias;


2 - Tomada de Cades-Barnéia; os dez espiões (Caps. 11-14) 70 dias;
3 - Peregrinação no deserto em Cades (Caps.15-20) 38 anos, e um mês;
4 - Jornada por Edom até as campinas de Moabe ((Caps.21-36) 5 meses.

● A NATUREZA DE NÚMEROS

1 - Números retoma a narrativa onde Êxodo terminou.

A. O último capítulo de Êxodo (40.17) nos conta que: “No primeiro mês do
segundo ano, no primeiro dia do mês, se levantou o tabernáculo”.
B. Número 1.1 diz: “No segundo ano após a saída dos filhos de Israel do
Egito, no primeiro dia do segundo mês, falou o Senhor a Moisés, no deserto de Sinai,
na tenda da congregação... “
C. Existe então um intervalo de apenas um mês entre a edificação do
tabernáculo, no final de Êxodo, e a ordem para recensear o povo, no inicio de números,
com as instruções de Levítico entre ambos.
D. O livro de números não pretende evidentemente contar uma narrativa
completa ou estritamente contínua.

1. É dito muito pouco sobre os 38 anos da chamada “peregrinação”,


enquanto outros acontecimentos que, comparativamente, devem ter ocupado um espaço
de tempo muito menor são cuidadosamente descritos.
2. De acordo com a consistente prática das escrituras, Números não dá
ênfase à simples extensão de tempo mas a importância dos eventos.
3. Ele cobre o período da história de Israel desde o segundo mês do segundo
ano do Êxodo (1,1), até o décimo mês do quadragésimo ano (Dt.1.3).

2 - O registro prende a nossa atenção ao máximo:

A. Em primeiro lugar é feito o recenseamento, com o objetivo principal de


determinar a força militar de Israel;
B. A seguir, o acampamento é estrategicamente dividido para facilitar a
organização dos serviços levíticos ligados ao tabernáculo. São determinados e feitos os
preparativos para que possa avançar até a fronteira de Canaã;
C. A marcha inicia-se em estágios divinamente estabelecidos, o próprio
Senhor guia a enorme multidão, mediante uma coluna de nuvem e fogo, a distância é
percorrida, eles chegam a Cades-Barnéia, Canaã está à vista, acontece então o problema,
Israel deixa de crer e rebela-se contra o Senhor, o resultado foi juízo cair sobre eles;
D. Os 40 anos de peregrinação começam e os milhares que partiram do
Egito, com o brilho da esperança nos olhos, morrem aos poucos, deixando uma trilha
patética de corpos debaixo da terra dura do deserto;
E. Deus se aproxima da nova geração reunida em Cades-Barnéia, é feito um
o novo censo, a marcha recomeça, para Moabe, nas próximidades de Canaã;
F. Os preparativos finais iniciam-se para que Israel finalmente possa subir e
possuir a terra.

● A IMPORTÂNCIA DE NÚMEROS

1. O livro de números e repetidamente mencionado no Novo Testamento,


em (1 Co 10.1-12 Rm.15.4 e Hb.3.7; 4.6).
o

A - Note as palavras: “estas causas lhes sobrevieram como exemplos”.


B - O termo grego traduzido como “exemplos”, é “tupoi”, que quer dizer, tipos.

2. Os fatos registrados em Números são imortalizados por terem sido


divinamente colocados em forma de tipos para nosso aprendizado.
3. De fato, julgamos que não seja exagero dizer, que o fracasso de Israel em
entrar em Canaã, por causa de sua infidelidade, pode perfeitamente prefigurar, como por
certo ilustra, a igreja organizada de hoje em possuir as coisas celestiais em Cristo.
4. É a presença desses significados tipológicos e lições representativas que
conferem ao livro os seus ricos valores espirituais para nossos dias.
5. Aquele que conhece o livro de Números terá sido advertido, para escapar
de muitas contrariedades durante sua viagem de peregrino a Canaã celestial.
6. Todos que pregam a palavra devem familiarizar-se com este livro, pois
ele fornece muitas ilustrações da verdade do evangelho.
7. Explica também de modo notável as maiores ilustrações da doutrina do
Novo Testamento, que são encontradas na história do Antigo Testamento.

● A ESTRUTURA DE NÚMEROS

1. A estrutura é única e uma vez observada, será difícil esquecê-la:

A. Precisamos lembrar que Números é um livro de movimentos, ao


contrário do livro de Levítico, no qual ficamos estacionados geograficamente.
B. São esses movimentos que marcam as principais divisões do livro.

2. O mais vital, porém, é a compreensão de que em Números tratamos com


duas gerações diferentes de pessoas.
A. Primeira, a que saiu do Egito mas pereceu no deserto; a segunda, a nova
geração que nasceu e cresceu no deserto e depois entrou em Canaã. Isto mostra, prima
facie, a idéia central do livro.
B. No primeiro grupo de capítulos (1-14), tratamos com a antiga geração.
No último grupo (21-36), lidamos com a nova geração.
C. Entre os dois grupos e indiscutivelmente destacando-os, temos o deserto,
a peregrinação (15-20), o período de transição em que a velha geração morreu e a nova
cresceu.
D. Este tríplice agrupamento em Números é tão claro que nenhum leitor
cuidadoso pode deixar de observar.
3. A pergunta que pode ocorrer é esta: “Como sabemos que o capítulo 20,
marca o final da peregrinação e o início do trato com a nova geração?”.
A. A resposta para isto é: O vigésimo capítulo, anuncia a morte de Arão. Em
que ponto da perigrinação Arão morreu? Lemos em 33.38: “Então Arão... subiu ao
Monte Hor, segundo o mandado do Senhor, e morreu ali no quinto mês do ano
quadragésimo da saida dos filhos de Israel do Egito, no primeiro dia do mês”.
B. Se a morte de Arão foi no ano quadragésimo depois do Êxodo, então tal
fato ocorreu trinta e oito anos após a crise de Cades-Barnéia, (cap.14); e, marcou o
início da peregrinação no deserto; e, teve lugar no segundo ano depois do Êxodo, isto
fica claro em Números 10.11, onde lemos que os filhos de Israel iniciaram a breve
caminhada do Sinai até Cades-Barnéia no segundo mês do segundo ano após o Êxodo;
e, nos é dito: “Jornada de onze dias há desde Horebe pelo caminho da montanha de
Seir até Cades-Barnéia(Dt 1.2)”.
C. Fazendo uma concessão para as diferentes paradas e incidentes no
caminho, afirmo com segurança que Cades-Baméia foi alcançada por volta do segundo
ano, desse modo, a morte de Arão marcou o intervalo de 40 anos do Êxodo e 38 anos a
partir do início da peregrinação, sabemos que foram 38 anos pois Moisés declara isso
em (Dt 2.14). Portanto, a morte de Arão marcou o fim da peregrinação, e que o capítulo
20 do livro indica o trato com a segunda geração.

4. Depois de estabelecido este ponto, os aspectos estruturais de Números se


destacam claramente, e temos:

A - A antiga geração. (Caps.1-14)


B - A era da transição. (Caps.15-20)
C - A nova geração. (Caps.21-36)

5. Também o livro de números se divide em três movimentos, a saber:

A - Do Sinai a Cades-Barnéia. (Caps.1-14)


B - A peregrinação no deserto. (Caps.15-20)
C - De Cades-Barnéia à planície de Moabe. (Caps.21-36)

6. Na primeira divisão, que fala da antiga geração, ocorreu o primeiro


censo; a seguir, a marcha até Canaã, aí, então, a crise em Cades-Barnéia.

7. Nos capítulos finais, com referência à nova geração, encontramos em


primeiro lugar a nova crise na planície de Moabe; em seguida a nova numeração.

8. Podemos dizer que em Números temos:

A - Duas gerações: (Caps.1-14 e 21-36)


B - Dois censos: (Caps. l-4 e 26-27)
C - Duas jornadas: (Caps. lo-14 e 21-27)
D - Duas instruções: (Caps.5-9 e 28-36)
PRIMEIRA PARTE

A Velha Geração, Do Sinai à Cades-Barnéia


(Caps.1-14)

A primeira parte de Números (Caps.1-14), fala da caminhada do Sinai à Cades-


Barnéia, a geração que veio do Egito e saiu do Sinai a caminho de Canaã, mas morreu
na “perigrinação”, e se subdivide assim:

1 - O censo (Caps.1-4).
2 - As instruções (caps. 5-10. 10); e,
3 - A jornada (Caps. 10.11-14.45).

I - Preparativos para a viagem a Canaã. (Caps.1-10.10)

1 - O Recenseamento e Organização de Israel. (Caps.1-4)


A - O recenseamento das tribos. (Cap.1)

1) No capítulo l, temos o censo dos homens adultos, era preciso organizar as


tribos e estabelecer a lei e a ordem, tanto no acampamento como durante a caminhada, e
o primeiro passo para isso era levantar um censo, pois, era necessário arrolar os homens
para a guerra, sendo o serviço militar obrigatório em Israel, sem exceções, a partir dos
vinte anos.
2) No capítulo l, vemos a ordem dada a Moisés para o Censo (1.2,3) e tais
palavras deixam claro que o principal propósito deste censo era militar, o censo nos dá o
número de homens capacitados para a guerra da nação recém formada e entre as doze
tribos apresentou a cifra de 603.550 homens de guerra, sem incluir os levitas, os de
menos de 20 anos e os velhos.
3) É com base no censo dos homens adultos que se calculou o total de
componentes da nação israelita, chegando-se a cifra aproximada, de três milhões de
pessoas. Os filhos adultos de Israel foram contados no censo “segundo as suas
famílias, segundo a casa de seus pais” (1.2) e deviam evidentemente “declarar a
descendência deles” (1.8). Só os verdadeiros israelitas tinham permissão de lutar por
Israel.
4) Que lição para nós hoje, quando todo tipo de pessoa tem o direito de
servir na Igreja organizada, sem a descendência espiritual do novo nascimento
divinamente exigida, é que, a primeira pergunta com respeito ao serviço cristão deveria
ser sempre a da descendência espiritual.

B - Disposição das tribos nos acampamentos. (Cap.2)

1. A organização de Israel era militar, e cada tribo tinha sua posição no


acampamento e possuía seu comandante, a nação inteira estava organizada como um
exército sob o comando de Deus que era Chefe Supremo e tinha sua tenda no meio deles
e dirigia a nação por meio da nuvem. (Cap.9.15-23).

3. O Senhor mandou organizar Israel em quatro acampamentos com três


tribos em cada um deles. A disposição das tribos ao acamparem-se era a seguinte:

● ACAMPAMENTO DE ISRAEL
4. No capítulo 2, temos a distribuição das tribos e a mobilização do arraial,
cada uma das doze tribos deveria colocar o seu estandarte, sendo distribuídas em quatro
grupos de três:
a) Um grupo ao norte: Aser, Dã e Naftali;
b) Um grupo ao sul: Gade, Rubem e Simeão;
3) Um grupo ao leste: Issacar, Judá e Zebulom;
4) Um grupo ao leste: Benjamim, Efraim e Manassés.

C - Os levitas (Caps. 3 e 4).

No capítulo 3, o censo dos homens Levitas.

Temos o censo a tribo de Levi, que fora isenta do censo geral pelo fato de Deus tê-la
escolhido para o serviço do tabernáculo (1.49.50).
Este censo levita, ao contrário do outro, deveria incluir todos os levitas do sexo
masculino, da idade de um mês para cima (3.15).
a) Justamente com isso vem a explicação de que dai por diante Deus iria
considerar todos os levitas como de sua exclusiva propriedade, em lugar do primogênito
de todas as outras tribos (3,12,13).
b) O Senhor tomou a tribo de Levi em lugar dos primogênitos de Israel e
esta tribo estava incumbida dos serviços e cuidados do tabernáculo e do ministério nos
aspectos externos, enquanto os sacerdotes oficiavam no culto cerimonial.
c) De acordo com Gênesis 46.11, Levi teve três filhos: Gérson, Coate e
Merari, os descendentes dos três filhos de Levi, constituíam três divisões que
acampavam, cada uma, em um lado do tabernáculo, e cada divisão tinha um cargo
especial em relação com o cuidado do tabernáculo.
Os levitas compunham-se de três famílias:
Os Gersonitas, a oeste.
Os Coatitas, a sul.
Os Meraritas, a norte
d) Ao lado do oriente, onde ficava a entrada, (v.38), diz que era Moisés e
Arão;

D - Distribuição dos deveres dos Levitas (Cap.4)

No capítulo 4, temos um censo dos levitas do sexo masculino de 30 a 50 anos; pois só


eles podiam ser nomeados para o serviço do tabernáculo.
O total é 8.580, marque muito bem a diferença entre o ministério dos levitas e o
dos sacerdotes.
Os sacerdotes se ocupavam dos ministérios cerimonial, sacrificial e espiritual do
tabernáculo.
Os levitas ocupavam-se da parte material do tabernáculo propriamente dito;
levantamento, transporte, preservação e outros e outros serviços necessários à sua
manutenção, tais como conduzir os bois, cuidar dos animais para o sacrifício e
preparação do incenso.

O Cargo dos levitas:


a - Os gersonitas tinham a seu cargo o cuidado das cobertas do tabernáculo (3.25,26),
transportavam couros, peles e tecidos em dois carros puxados por quatro bois(7.6,7);
b - Os coatitas tinham a sue cargo os móveis e utensílios do tabemáculo (3.31) os
quais eram transportados em carros de bois (7.8); e,
c - Os meraritas cuidavam das tábuas da armação (3.36,37), que eram levadas nos
ombros, utilizando-se de varais. Quando estavam para levantar acampamento, os
sacerdotes envolviam as partes do tabernáculo cobrindo-as com tecidos e couros; tudo
isto nos demonstra a profunda reverência com que manejavam as coisas relacionadas
com o culto em Israel. Lembremo-nos que Moisés, Arão e Miriã eram filhos de Anrão,
que era filho de Coati, que era filho de Levi, portanto, os levitas eram a tribo sacerdotal.

As doze tribos, como se há notado, estavam acampadas em grupos de três, ficando um


grupo em cada lado do tabernáculo.
Nestes grupos, as tribos principais eram, a tribo de Judá, a tribo Efraim, a tribo
Rúben e a tribo de Dã.
Os emblemas nos estandartes eram assim:
A tribo de Judá, um Leão;
A tribo de Efraim, um boi;
A tribo de Rúben, um homem; e,
A tribo de Dã, uma Águia.

Estes quatro primeiros capítulos, são ricos em lições espirituais.


l) Vemos neles três grupos:

a) O primeiro: o soldado, o sacerdote e o levita;


b) O segundo: o guerreiro, o adorador e o obreiro;
c) O terceiro: a guerra, a comunhão e o serviço.

Tanto na guerra, como no trabalho, os israelitas deviam centralizar-se na


comunhão com Deus.

As Instruções. (Caps. 5.1–10.10)

1 - Os quatro primeiros capítulos nos deram a formação externa do arraial, os cinco


seguintes tratam da sua condição interna.
2 - A chave está em 5.3 sendo este o principio fundamental da disciplina. Estando
o próprio Senhor no arraial, este deve ser santo, o mesmo princípio aplica-se à Igreja
hoje.
2- Santificação do acampamento e diversas leis. (Caps.5-8)

A - As leis do capítulo 5, por ordem, são:

1) Os leprosos sejam lançados fora do arraial;


2) Que o ganho desonesto seja confessado e restituído;
3) Que a suspeita de imoralidade seja testada diante de Deus;
4) É preciso haver pureza, honestidade e verdade.

B - A expulsão dos impuros (Cap.5.1-4). Esta medida foi necessária tanto para manter a
santidade do acampamento como a higiene do povo. Quanto a contaminar-se por
contato com um morto, Deus queria ensinar a Israel que quando uma pessoa falece e seu
espirito vai para o Senhor, o corpo já não tem valor é algo que deve ser sepultado, a
morte deve ser lembrada como a pena do pecado.
C - A Lei sobre ciúmes. (Cap.5.11-31). Esta lei serve tanto de severa advertência à
mulher propensa a cometer adultério como de proteção à mulher inocente em caso de
suspeitas infundadas por parte de seu marido ciumento.
D - O voto do nazireu (Cap.6.1-21). A palavra “nazireu” significa “separado ou
consagrado”, portanto, é alguém que fazia o voto e havia de viver separado para Deus,
era um voto voluntário, e havia três requisitos indicados:
1- Abster-se de todo o fruto de videira;
2- Não cortar o cabelo como sinal público de que havia votado;
3- Não tocar corpo morto, nem mesmo o cadáver de pessoa da própria família,
porque o nazireu era santo para o Senhor.

E - Regulamentos sobre o voto do nazireu e a benção sacerdotal(Cap.6):


1) O Voto
a - O voto do nazireu não pertencia as exigências obrigatórias da lei.Era um voto
voluntário;
b - O capítulo 5, se referia à separação da contaminação em geral, já o capítulo 6,
está ligado à separação individual para Deus.

2)A bênção sacerdotal (Cap.6.22-27), constitui o mais excelente da poesia


hebraica e semelhante à doxologia apostólica de 2oCo.13.13, esta tem uma tríplice
invocação e as cláusulas são progressivamente mais elevadas:

a) Primeiro convida-se o Senhor para abençoar o seu povo (com boas colheitas, gado,
boas temporadas e filhos);
b) A seguir, suplica-se-lhe que os guarde (de todo mal, dos inimigos, de magras
colheitas, da enfermidade e da esterilidade).
c)Finalmente, pede-se-lhe que “levante o seu rosto” sobre o seu povo (em
reconhecimento e aprovação) e lhes dê paz (segurança, saúde, tranqüilidade, com Deus
e com os homens), as expressões nas cláusulas correspondem às funções da Trindade:
“do Pai, de abençoar-nos e guardar-nos; do Filho, de mostrar-nos a graça; e, do
Espírito Santo de dar-nos paz “.

F - O capítulo 7, registra a oferta voluntária dos príncipes.


A oferta dos príncipes de Israel (cap.7), com sincera devoção ao Senhor, os doze
príncipes das tribos fizeram uma oferta espontânea e muito generosa ao Senhor, dando
desse modo exemplo aos endinheirados de contribuir para o sustento e promoção da
religião.
1. As ofertas dos príncipes agradaram ao Senhor e ele ordenou a Moisés
que as entregasse aos levitas para o serviço do tabernáculo.
2. Três coisas chamam a nossa atenção a esse respeito.

a) A espontaneidade das ofertas, elas não eram exigidas;


b) A uniformidade dos dons, cada príncipe levava a oferta igual à dos outros, sem
diferença, todas ofertas eram iguais.
c) A particularidade do registro, cada dom é registrado separadamente, embora
todos sejam iguais.
2) Pode-se perguntar: por que esta oferta era levada pelos príncipes?
3) Resposta: O tabernáculo e seus pertences foram terminados segundo o
modelo mostrado a Moisés no monte, não faltava nenhuma parte. Quando o tabernáculo
foi apresentado pelo primeira vez, havia sem dúvida uma colher dourada para uso de
Arão para queimar o incenso no altar de ouro, uma só colher desse tipo era o
estritamente necessário, mas ocasionalmente poderiam surgir mais de um pedido para
queimar incenso na mesma hora, assim sendo, não seria apropriado que no palácio do
rei algum adorador tivesse de esperar que a colher dourada estivesse à disposição, esta
então, é a origem da oferta das doze colheres de ouro pelos príncipes.
4) Os levitas foram nomeados para carregar o tabernáculo e seus pertences,
eles podiam faze-lo, mas com dificuldade, e especialmente durante a jornada no deserto,
onde havia uma tenda em movimento, portanto, um presente de carroças e carros
puxados por bois seria bem recebido.
5) Este capítulo ensina sem dúvida uma lição muito necessária às igrejas de
hoje, suas listas de membros incluem homens de posses, todavia seu santuário apresenta
um aspecto de extrema pobreza e seus cultos são pobres.

G - O capítulo 8 descreve a consagração dos levitas.

Em primeiro lugar, instrução é dada a Arão: “quando colocares as lâmpadas, seja de


tal maneira que venham as sete a alumiar defronte do candelabro (v.2)”.
1) A seguir, à guisa de explicação, é acrescentado: “o candelabro era feito
de ouro batido, desde o seu pedestal até as suas flores; segundo o modelo que o Senhor
mostrara a Moisés, assim ele fez o candelabro (v.4)”.

O candelabro é o tipo de Cristo no santuário.


As sete lâmpadas deveriam iluminar o candelabro de ouro batido, de modo que o ouro e
o belo trabalho de artífice pudessem ser vistos.
O óleo nas sete lâmpadas representam o Espírito Santo.
Espiritualmente consagrado, temos aqui o espírito de Deus derramando luz sobre
Cristo, ele é dado para isto, para glorificar a Cristo.
● Depois disto, neste capítulo, vemos a consagração dos levitas.

a) A consagração dos levitas (caps.8.5-26). Embora a tribo de Levi tenha


sido designada para o serviço divino, o fato de ser levita não era a única condição para
entrar no oficio sagrado, os levitas deveriam ser apartados para a obra do tabernáculo
mediante uma cerimonia especial.
b) os levitas entravam na profissão aos vinte e cinco anos de idade,
provavelmente como aprendizes, em prova, sob a vigilância de levitas mais velhos, e
aos trinta anos eram admitidos no pleno exercício de seus deveres (4.3;8.24) e ao atingir
os cinqüenta anos, o levita era eximido dos trabalhos pesados, mas podia continuar
servindo nos serviços mais fáceis do tabernáculo.

● Note as principais lições:

Antes de servir eles deviam ser purificados (v.7), nós também.


Sua purificação era dupla; parte operada sobre eles, e parte operada por eles (v.8), do
mesmo modo, existe o lado divino e o lado humano.
A. A purificação operada neles era a aspersão da “água da purificação”,
(lit. água do pecado, era para remover o pecado); nós precisamos igualmente dessa
purificação que só o sangue de Cristo e a renovação pelo Espírito Santo nos podem dar.
B. A purificação feita era assim: “.. sobre todo o seu corpo farão passar a
navalha, lavarão as suas vestes” (v.7), do mesmo modo, de nossa parte, deve haver
uma separação de todos aqueles hábitos e impurezas da vida que se apegam a nós tão
intima e facilmente, como se fossem nossas roupas, que parecem nos pertencer, tanto
quanto nossos próprios cabelos.
C. A aceitação dos levitas tinha-se como a aceitação da oferta pelo pecado e
da oferta queimada (vs.8,12); assim também, a nossa aceitação por parte de Deus se faz
unicamente mediante o sacrifício expiatório de Cristo.
D. Os levitas devia ser apresentados diante do Senhor, e entregar-se
inteiramente a Ele (vs,13-16); nós, igualmente, temos de apresentar nossos “corpos por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus... “ (Rm.12.1).
E. O capítulo 9, mostra-nos primeiramente a observância da páscoa e depois
nos fala sobre a coluna de nuvem (durante o dia) e fogo (à noite) que pairava sobre o
tabernáculo, quando o povo devia parar e que se movia quando ele devia continuar a
jornada.

1) A festa da páscoa representa comunhão.


2) A coluna de nuvem e fogo fala de orientação.
3) Assim sendo, depois da mobilização do povo para a guerra (vs.1.2), da
designação dos levitas para o serviço (vs.3.4), e das instruções dadas com respeito à
santidade no arraial (vs.5-8), temos a lição final e mais importante sobre a comunhão e
orientação (vs.15-23).
4) A celebração da páscoa relatada no capítulo 9.1-14, foi a primeira feita
desde o êxodo, e, possivelmente, a única celebrada no deserto, pois Israel não observava
a circuncisão, que era requisito para celebrar a páscoa (Êx.12.48).
5) Em Números 9, de maneira especial, encontramos a páscoa da
peregrinação que é tanto retrospectiva como futura. Tratava-se de um memorial do
livramento do passado, assim como a promessa de uma herança futura.
6) Note que Deus fez provisão para que todo seu povo participasse da festa
da páscoa, é que no arraial “Houveram alguns que se acharam imundos por terem
tocado o cadáver de um homem, de maneira que não puderam celebrar a páscoa
naquele dia (v.6)”.
7) Surgiu um problema, alguns homens haviam tocados um cadáver e
estavam, dessa maneira, impurospara o cerimonial, não permitia-se que celebrassem a
páscoa, mas seriam cortados de Israel se não a observassem, estes perguntaram o que
deveriam fazer, Moisés consultou o Senhor e recebeu a resposta: ser-lhes-ia permitido
celebrá-la um mês depois (vs.7-12) e isto ensina-nos que quando há duas leis divinas
conflitantes, o crente deve cumpri-las dentro de suas possibilidade e então escolher a
solução que esteja mais de acordo com o espírito do evangelho, pois as exigências de
Deus não são arbitrárias nem arrazoáveis, além do mais, as leis são e foram feitas, para
o bem do crente.
8) Esta provisão abrangia também os que “se achassem em jornada”
(viajando), Deus não queria que ninguém fosse excluído dessa festa da redenção; não
desejava, igualmente, que ninguém do seu povo comprado com sangue de Cristo ficasse
fora desta comunhão com Ele, alicerçada na redenção e através do “Espírito de adoção,
baseados no qual clamamos: Aba, Pai (Rm.8.15)”.

Finalmente, no capítulo 10.1-10, é ordenado a Moisés: “... duas trombetas de


prata de obra batida as farás; Servir-te-ão para convocar a congregação, e para a
partida dos arraiais (v.2)”.

Essas trombetas, como a coluna de nuvem e fogo, tinham o propósito de guiar, a coluna
guiava os olhos, as trombetas os ouvidos.
As trombetas de prata tenham cinco finalidades:

a) Primeiro, elas deveriam ser usadas para chamado a nação à reunir-se (v.31), ou para
convocar a congregação a reunir-se diante do tabernáculo,
b) Segundo, um sinal para a partida do povo. (vs.5.6)
c) Terceiro, uma clarim em tempos de guerra. (v.9)
d) Quarto, um memorial diante de Deus. (vs.9. 10)
e) Quinto, só os sacerdotes é que deveriam tocar a trombeta, pois a trombeta
de prata era a “trombeta de Deus”.

● A Viagem do Sinai a Cades-Barnéia. (Caps. 10-11-14.45)

1 - Nos dez primeiros capítulos do Números, vimos o arraial de Israel no Sinai,


mostrando todos os preparativos e provisões para o avanço, conquista e posse, da terra
prometida a Abraão, a Isaque e a Jacó.
2 - Tudo está preparado para o avanço; “e no ano segundo, do segundo mês, aos
vinte do mês”, a nuvem se ergueu do tabernáculo (v. 11).

A - As trombetas soaram e todo o acampamento se pôs em movimento.


B - Em primeiro lugar marcham as tribos de:

1) Judá;
2) Issacar; e,
3) Zebulom.

C - Seguidos por dois grupos de levitas:


1) Os Gersonitas, com as cobertas e as cortinas do tabernáculo;
2) Os Meraritas, com as tábuas de ouro, os acessórios de prata e outras partes da
estrutura do tabernáculo.

D - Depois vinham as tribos de:


1) Rúben;
2) Simeão; e,
3) Gade.

E - Seguidos dos coatitas, levando a arca o altar de ouro, o candelabro de ouro e outros
objetos preciosos do interior do tabernáculo.
F - Os próximos tribos eram:
1) Efraim;
2) Manassés; e,
3) Benjamim.
G - E as últimos tribos eram:
1) Dã;
2) Aser; e,
3) Naflali (l0-14-27).

ISRAEL EM MARCHA

A partida de Israel com Hobabe (cap.10.11-36), que quadro impressionante!


Israel, uma nação de mais de dois milhões de pessoas, começou a marcha em perfeita
ordem militar, cada tribo em seu posto, as bandeiras no alto e todos conduzidos pela
nuvem. Moisés convida seu cunhado para ser o guia de Israel. É que Hobabe conhecia
bem o deserto e sabia onde estavam os mananciais, os melhores lugares para acampar,
mas, por que Israel necessitava de um guia se a nuvem já vinha realizando esse
trabalho?
2 - O descontentamento do povo e o desânimo de Moisés (cap.11).

A - As murmurações, por causa da mistura que saiu do Egito (Êx.12.38). Dentro em


breve Israel desviou seu olhar de Deus e começou a queixar-se na deserto, as queixas ou
as murmurações descritas em Números são oitos:

1) A primeira em 11.1-2;
2) A segunda em 11. 3-9;
3) A terceira em 12.1-6;
4) A quarta em 14.1-4;
5) A quinta em 14.41-42;
6) A sexta em 16.1-5;
7) A sétima em 20.3-6; e,
8) A oitava em 21.4-9.

B - A falta de carne e a pesada carga de Moisés. Aqui vemos como o servo de


Deus vencido pelo excessivo trabalho e pela frustração de não poder satisfazer às
necessidades do povo.
C - Deus solucionou o problema de Moisés distribuindo do seu Espírito aos
setenta anciãos a fim de que eles pudessem levar algo da carga que Moisés vinha
levando sozinho, e novamente Deus trouxe, por meio de um vento, codornizes que
caíram exaustas no arraial de Israel.
3 - As criticas de Miriã e de Arão (cap.12). É muito desagradável a um líder
encontrar deslealdade entre seus seguidores, porém, mais desagradável ainda, é quando
os desleais são os seus próprios familiares. Moisés, que era muito humilde, não se
defendeu. Estava tão ocupado servindo a Deus que não prestou atenção aos ataques
desferidos contra ele próprio.
4 - Os capítulos 10-14, tratam da jornada do Sinai a Cades e constituem uma
leitura triste.
A – No capítulo 10.29-32, é estranho ouvir Moisés dizendo a Hobabe o mediante:
“... não nos deixes... tu sabes que devemos acampar-nos no deserto, e nos servirás de
guia”, vemos aqui a tentação de afastar os olhos da coluna de nuvem e fogo que serve
de guia, assim é a fraqueza do coração humano, declaramos nossa confiança em Deus,
mas olhamos para o homem.
B – Vemos no capítulo 11.1-3, que o povo começou a queixar-se depois de apenas
três dias de viagem. A arca encontrou para eles um lugar de descanso, o seu conforto foi
providenciado, Canaã está logo à frente, portanto, deveriam está cantando hinos de
júbilo, todavia, murmuram... o fogo do juízo está preste a consumi-los, mas a oração de
Moisés rogando a misericórdia de Deus, os poupa; o lugar foi então chamado Tabera,
que significa “incêndio”. A murmuração nunca facilita as coisas, mas somente
acrescenta problemas, os que se queixam sem motivo logo passam a ter, gradualmente,
uma causa franca à rebelião e ao fracasso penoso, como vemos nesse capítulo. O
murmúrio, é erva daninha, e deve por todos ser evitado.
C – O capítulo 11.4-35, mostra que o populacho (a ralé, os vulgo, a plebe, o povo
simples) lembra com saudades as iguarias do Egito e o resto do povo se une a ela:
“Quem nos dará carne a comer?” O fogo em Tabera não os disciplinou! Depois
de terem reclamado da maneira como Deus os guiou, queixam-se agora da comida que
Ele lhes deu, todavia, este pão milagroso do céu (um tipo belíssimo de Cristo),
chamados “pão dos anjos” no Sl.78.25, era o alimento perfeito para sua jornada a Canaã
(que deveria ser breve). O próprio Moisés começa a desanimar: “eu sozinho não posso
levar a todo este povo (vs.10-15)”, setenta anciãos são escolhidos para dividir as
obrigações com ele, o Espírito de Deus desce sobre esses homens e eles profetizam,
provavelmente, exortando o povo a ter fé e a obedecer. Note que a profecia, que é um
dom do Espírito, tem um papel especial em épocas de apostasia e fracasso. A carne tão
desejada é provida milagrosamente na forma de codornizes, todavia, no momento em
que o povo começa a devorar gulosamente a carne, o juízo de Deus vem na forma de
uma praga que os dizima, foram julgados por terem comido avidamente para satisfazer
sua cobiça carnal, sem arrependimento e sem reconhecer o doador, o lugar da praga
recebeu o nome de Quibrote-Taavá, que significa “sepultura da concupiscência”.

D – Vemos no capítulo 12, que as queixas alcançam, nesse ponto, os principais


líderes de Israel. O irmão e a irmã de Moisés discutem o seu direito de liderança, Arão
já era o sumo sacerdote, Miriã, era a profetiza de Israel. O orgulho invejoso deseja agora
uma posição ainda mais alta, a menção da mulher gentia de Moisés não passou de
simples pretexto, observe a grandeza de Moisés, não houve auto vindicação e nem
sequer um traço de ressentimento (v.13), sua mansidão o engrandece, sua humildade é a
sua majestade, Deus o justifica (vs. 4-lo), “... como, pois, não temeste falar contra meu
servo, contra Moisés?” O juízo recai sobre os desobedientes. Miriã, a instigadora, fica
leprosa. Note que é um pecado grave falar contra um verdadeiro servo de Deus, observe
o espírito de perdão que tem de Moisés, ele ora por Miriã, e, ela é curada. A nossa real
segurança está em permitir que Deus nos justifique, além disso, Deus guarda o homem a
quem chama para servi-lo.

E - O fracasso em Cades-Barnéia (Caps.13-14), depois de viajar trezentos e vinte


quilômetros de passagens escarpadas, montanhas e elevadas mesetas do deserto de Parã,
os israelitas chegaram a Cades na fronteira de Canaã, foi a hora crítica na história de
Israel no deserto, e fracassaram por sua incredulidade e tiveram de permanecer trinta e
oito anos mais no deserto, esse é um dos relatos mais dramáticos da Bíblia e repleto de
lições espirituais.

l) Os espias exploram a terra (cap.13).

a) A missão dos espias vs.1-25. O envio dos espias teve sua origem no pedido do povo a
Moisés. Eles não estavam seguros de que Canaã fosse um país de abundância como
Deus havia dito. O Senhor concedeu aos israelitas sua petição com o fim de manifestar
o que estava no coração do povo.
b) O relatório dos espias vs.26-33. Dez espias admitiram que a terra emanava leite
e mel e passaram a falar sobre os grande obstáculos, sobre as cidades fortificadas e
sobre os gigantes. Calebe procurou acalmar o povo com palavras de ânimo e fé, não
negou o que os dez espias disseram, mas colocou sua esperança no que Israel podia
fazer com ajuda de Deus. Para Calebe e Josué não se tratava de Israel contra os
gigantes, mas de Deus contra os gigantes, porém os dez espias o contradiziam, e
exageravam seu relatório.

2) A reação de Israel e o juízo de Deus (cap.14).


a) A rebelião de Israel vs.1-10. Os israelitas preferiram aceitar o critério dos dez
espias a depositar sua fé no Deus invisível, pensaram no perigo de guerrear, nas não no
de voltar ao Egito sem Moisés, sem a nuvem, sem o maná e sem a proteção do Senhor!
Como os receberiam os egípcios? Poderiam agüentar novamente o jugo da servirão? Se
há dificuldades no caminho do crente, quanto mais haverá no daquele que volta atrás.
Os fiéis (Moisés, Arão, Josué e Calebe), procuraram dissuadir os rebeldes de seu erro,
mas a multidão deu lugar as suas paixões e falaram em apedrejar-lhes; foi neste
momento que Deus interveio mostrando sua glória no tabernáculo.
b) A intercessão de Moisés, vs.ll-19. Este trecho ilustra como a intercessão de um
homem de Deus pode salva uma nação de ser destruída. Os argumentos de Moisés
baseavam-se na reputação de Deus e em sua insondável misericórdia, o grande
mediador pediu a Deus que manifestasse seu caráter e perdoando o povo de Israel.
c) O perdão e o castigo vs.20-38. Da mesma maneira Deus havia perdoado a
Israel, também a disciplinou, queria ensinar-lhes: “que mau e quão amargo é deixares o
Senhor teu Deus (Jr.2.19)”. Era a incredulidade de Israel que a impedia de conquistar
Canaã e a excluía da terra prometida.
d) A vã tentativa dos israelitas vs.39-45. Arrependeram-se de sua rebeldia e
trataram de conquistar Canaã por suas próprias forças, porém já era tarde, haviam
perdido a oportunidade de apossar-se da terra, e somente lhes restava a lúgubre
perspectiva de peregrinar mais trinta anos no deserto.

3) Nos capítulos 13 e 14, na crise de Cades-Barnéia, já prevista ou anunciada nos


capítulos precedentes, nos prepararam para ver como o erro fatídico acontece, é que o
povo vinha desobedecendo gradualmente.
a) Examinando os caminhos de Israel em Números, verifica-se atitudes do povo
israelita, que vão do descontentamento à cobiça, do desprezo ao Senhor ao murmúrio
contra os servos de Deus, criando a rebelião, estabelecendo a presunção e o desânimo,
até que finalmente, chegam aos extremos da prostituição e da idolatria.
b) Detalhes do erro de Israel em Cades são bem conhecidos, os doze espias
examinaram a terra durante quarenta dias e em seu relatório todos concordaram que
Canaã é de fato uma terra excelente (13.27); mas, dez deles trazem a triste informação
de que a sua conquista é impossível. Os outros dois, Calebe e Josué, fazem calar o povo,
declarando: “eia! subamos e possuamos a terra”, “o Senhor é conosco; não os
temais”. Os dez espias colocaram uma barreira entre eles (o povo) e Deus; dois espias,
porém, colocaram Deus entre eles e a barreira. Os dez espias, viram a conquista da terra
prometida, com os olhos da carne, ao contrário dos outros dois espias, que a viram com
os olhos da fé.
c) Sabemos o resultado, Israel não quis crer, depois se rebelou, até pedindo que
Calebe e Josué fossem apedrejados (14.l0) e sugerindo que outro chefe fosse nomeado
para levá-los de volta ao Egito (14.4). A penosa ironia é que Israel estava a um passo do
prêmio, a nação desobedeceu, o juízo do Senhor caiu sobre ela; Moisés intercede pelo
povo de maneira tocante (14.ll-20), mas o julgamento da peregrinação de 40 anos é
imposto (14.29,30). Que tragédia, embora a incredulidade não possa frustrar os
propósitos de Deus, ela pode atrasar o seu cumprimento.

SEGUNDA PARTE

A Parte Central - A Peregrinação no Deserto


(Caps.15-20).
Os capítulos de 15 a 20, abrangem os 38 anos da chamada peregrinação. Este
período de espera marca a transição da velha geração para a nova, ele se inicia
imediatamente após a crise de Cades-Baméia e termina no ano da morte de Arão (20),
como já mostrado.

I - Preceitos Diversos (cap.15).

1 - Os preceitos referentes aos sacrifícios que haveriam de ser oferecidos quando Israel
entrasse em Canaã (vs.1-21), animariam os hebreus jovens a crer que a nação de Israel
tomaria posse da terra prometida.
2 - Tanto no início, como no fim do livro de Números, vemos Israel
cuidadosamente organizada para a conquista e posse imediata da sonhada Canaã, mas
este período de 38 anos de atraso desnecessário e trágico intervém e faz com que
Números se torne um livro de progresso “benção e promessa” adiados.
3 - Em um período de dois anos o povo de Israel se encontrava em Cades-Barnéia,
às portas de Canaã, e trinta e oito anos mais tarde, ali se achava novamente, no mesmo
lugar. Porque? Bem, havia aquela rebelião (populacho) de pseudo israelitas, que recebeu
permissão para viajar com a congregação, mas que na verdade não eram fiéis nem ao
povo israelita, nem aos seus planos. Esses pseudo israelitas, cobiçavam e levavam os
demais a cobiçarem, a fartura e as iguarias baratas do Egito, tais como, peixes, pepinos,
melões, alhos e cebolas. Esta lição da peregrinação deve ser observada por todo leitor
do livro de Números.

A - Vamos agora reexaminar, brevemente, mas com atenção, os capítulos que tratam do
assunto.
l) A chamada peregrinação deve ser destinguida das jornadas que a precederam e das
que se seguiram a ela.
2) No motim de Cades-Barnéia ouve um colapso da organização.
3) O povo deixou de ser peregrino e tornou-se nômade.

B - Uma interrupção histórica:


1) “38 anos”, é simplesmente um tempo em que não se fez história.
2) O povo escolhido, saído do Egito, praticamente desaparece.
3) Os 38 anos no deserto, interrompem os objetivos da Nação israelita, causando,
assim, uma lacuna na história.
4) Observemos os seguintes fatos sobre a chamada peregrinação.

a) Primeiro - Deus não abandonou totalmente o povo rebelde, Ele continuou a se


comunicar com eles através de Moisés (Cap.15.1,17,35); e deu o maná e supriu a sede
da Nação com água, roupas e calçados (Dt.8.2-6; 29. 5,6);
b) Segundo - O rito da circuncisão foi suspenso (Js.5.4-8), e não se tem notícia de
que a páscoa tenha sido celebrada durante todo esse período. Não é difícil entender isso:
a geração rebelde sabia que não teria permissão para entrar em Canaã, sendo improvável
que desejassem celebrar a lembrança dessa libertação improdutiva.
c) Terceiro - aprendemos em Ez.20.10-26 e em Am.5.25,26, que a lei foi
desobedecida naqueles dias, os sábados foram profanados, as práticas idólatras
persistiram e o povo chegou até a oferecer seus filhos a Moloque.

5) Examinando o capítulo 15, vale ressaltar os pontos principais:


a) O capítulo 15, começa assim: “Disse o Senhor...Quando
entrardes na terra...”, é surpreendente que as primeiras palavras de Deus
registradas após Israel afastar-se da terra prometida, seja uma referência à sua entrada
final nela, é que a demora do homem não significa a derrota de Deus, a fidelidade divina
é maior que a falha humana.
b) O capítulo 15, termina com o “cordão azul”, que os israelitas deveriam usar,
eles deveriam fazer franjas nos cantos de sua roupas e prendê-las com um cordão azul.
Deus determinou então um símbolo de distinção quando muitas outras distinções
haviam sido suspensas, é que o azul é a cor celestial, servia para lembrá-los de seu
chamado que era também celestial e fazer com que se recordassem “de todos os
mandamentos do Senhor”, e os cumprissem (v.39), o cordão, serviria, igualmente, para
lembrá-los de sua separação para Deus “santos sereis a vosso Deus (v.4)”, que deveria
ficar nas bordas das roupas, para que o sinal permanecesse com eles em toda parte,
durante todo tempo, de modo que, ao olharem em si mesmos e em direção à terra, seus
pensamentos pudessem ser dirigidos para o céu. Esse cordão azul, esta marca distinta do
Espírito de Deus, deveria está em todo cristão em nossos dias.

II - Controvérsia acerca da autoridade (Caps.16-19).


1 - A rebelião de Corá (Cap.16).

A - Os capítulos 16 a 18, formam um todo. No capítulo 16, lemos a “rebelião de


Corá”, que na verdade representou um ataque contra o sacerdócio arônico. No capítulo
17, vemos a vara de Arão florescer e a nova confirmação divina sobre o sacerdócio
arônico; depois disso, no capítulo 18, vem a reafirmação divina sobre o sacerdócio
arônico, feita ao próprio Arão. Encontramos assim, nesses três capítulos, a defesa, o
testemunho e a confirmação do sacerdócio arônico.
B - Note no capítulo 16, que o rebelde Corá era filho de Coate, e os Coatitas
tinham os serviços mais seletos entre os levitas, eles carregavam as coisas mais sagradas
do tabernáculo, isto mostra que a apostasia muitas vezes surge dentre os próprios líderes
das igrejas; os seus incensários foram guardados como uma advertência (v.38).

1) O motivo da rebelião, foi o descontentamento de Corá face a autoridade


religiosa de Arão. Já o desafio de Datã e Abirão ao governo de Moisés, constituiu-se em
uma ameaça muito preocupante, pois abrangia dois aspectos: “o religioso e o político”.
Corá era levita, e, ao que tudo indica, cobiçava o sacerdócio (16.10). Datã e Abirão,
porém, por serem descendentes de Rúben, primogênito de Jacó, pensavam que a
autoridade civil pertencia a eles, e as duas facção formaram uma aliança político
/religiosa e conseguiram o apoio de duzentos e cinqüenta príncipes de Israel.
2) Moisés não fez esforço algum para justificar sua posição nem a de Arão, a
prova proposta permitia que fosse Deus quem indicasse quais eram os detentores do
sacerdócio e da autoridade.
3) O juízo divino sobre os rebeldes é duro e demonstra quão grave é levantar-se
contra as autoridades que Deus põe sobre a congregação. Deus interveio para ensinar-
lhes a respeitar seus servos e o triste resultado foi que quatorze mil e setecentas pessoas
morreram vítimas de uma praga.
● Lições práticas - O pecado de Corá encontra-se às vezes na Igreja. É que
há crentes que não querem submeter-se às autoridade constituídas por Deus e
raciocinam assim: “consideram que todos os crentes são santos e formam um
sacerdócio real (1aPd.2.9)”, não é necessário dar atenção aos pastores ou a outros
líderes e alguns chegam ao extremo de ignorar a igreja, considerando-a desnecessária e
antiquada.
4) O relato da rebelião de Corá jorra luz sobre a maneira pela qual os servos de
Deus devem atuar em semelhante situação:

a) O líder recordará que foi eleito por Deus e que o ataque é contra a autoridade
que Deus estabeleceu na Igreja (Ef.4.7-11).
b) Uma atitude de deslealdade ou rebeldia notada na congregação não deve ser
determinante para a decisão do líder.
c) Deve recorrer a Deus e não procurar defender-se, nem usa de astúcia, nem de
violência.
d) O verdadeiro servo de Deus sentirá compaixão pelos que se opõem a ele
(16.42-46).

C - A prova das varas (Cap.17).


1) Note que o capítulo 17, fala da vara de Arão que deu flores e frutos. É um
belíssimo tipo de milagre,como também o é a ressurreição de Cristo. Os fundadores das
religiões não cristãs eram varas mortas, bem como os sistemas por elas criados; Cristo é
a vara que cresceu e frutificou na vida e glória da ressurreição; sua ressurreição é o
testemunho divino de que Ele é o único e verdadeiro Salvador e sacerdote dos homens.
2) Deus já tinha dito que somente a família de Arão e seus descendentes serviriam
como sacerdotes (Cap,16.40), pois Ele deu a Israel prova adicional da superioridade da
tribo de Levi e da família de Arão em assuntos religiosos.
3) Cada um dos chefes da tribo deveria levar uma vara completamente seca, à
presença do Senhor e a vara que florescesse, indicaria a tribo que seria a tribo
sacerdotal.
4) Deus deu vida a vara de Arão, pois a vara de Arão floresceu, e a vara era tida
por símbolo de autoridade e preeminência, “um tipo de cetro”.
5) Da mesma maneira, todos os fundadores de religiões morreram, e Cristo
também entre eles; mas, somente Ele (Cristo) ressuscitou dentre os mortos e foi
exaltado para ser Sumo Sacerdote (Hb.4,14; 5.4- 10).

D - Os deveres e privilégios da tribo de Leví (Cap.18)

1) Os deveres (vs.1-7):
a) O dever dos levitas era guardar a tenda da congregação (vs.3-4), de forma que
nenhuma pessoa se aproximasse sem autorização e provocasse a ira de Deus contra a
nação.
b) Os levitas, por sua vez, são impedidos de realizar trabalhos sacerdotais, como entrar
na tenda da congregação ou oficiar no altar, era tarefa dos sacerdotes impedir que os
levitas cometessem tais delitos, o que também provocaria juízo divino (vs.5,7), e os
transgressores pegos pelos sacerdotes deveriam ser executados (v.7).

2) Os privilégios (vs.8-20):
a) Como reconhecimento pelo seu serviço no altar, os sacerdotes deveriam receber
parte dos sacrifícios, das colheitas e dos animais primogênitos.
b) Dois grupos de fontes de renda sacerdotal são relacionados aqui:
Primeiro - os sacrifícios aos quais eles tinham todo o direito, “salvo uma amostra
que era queimado sobre o altar”, a oferta de manjares, a oferta pelo pecado e a oferta
pela culpa (Lv.2.1-16;4.1-12;6.14-18;7,1-10), estas eram santíssimas (v.9), só podiam
ser comidas pelos sacerdotes.
Segundo - o outro grupo de ofertas é simplesmente descrito como santas (vs.17-
18) e podiam ser comidas por quaisquer membros da família do sacerdote, conquanto
estivessem litúrgicamente puros (vs.11.19).

3) Os dízimos (vs.2-4).
a) Os regulamentos acima a respeito dos direitos dos sacerdotes são pouco mais
do que uma reordenação de regras anteriores encontradas em outras passagens do
Pentateuco.
b) A atribuição do dízimo à tribo de Levi é algo novo, é que o dízimo é um pagamento
pelo serviço na tenda da congregação (vs.21.31), isto é, o seu trabalho de desmontar,
carregar e levantar o tabernáculo.
c) Era um reconhecimento pelos perigos inerentes à sua ocupação; lidando com
coisas santas como aquelas, eles podiam estar sujeitos ao juízo divino, é que eles
protegiam o povo destes riscos (vs.22.23).
d) Finalmente, o dízimo compensava os levitas por sua falta de herança na terra,
enquanto as outras tribos tinham grande extensões de terra que lhes eram atribuídas para
que nelas se estabelecessem, aos levitas foram dadas apenas quarenta e oito cidades
espalhadas pelas tribos (v.24; Cap.35.1-8 Js.21.1-45).

4) O dízimo dos dízimos(vs.25-32):


a) No entanto, os levitas devem tratar os dízimos que recebem da mesma forma
que um fazendeiro trata a sua renda, eles devem dar um décimo, dos seus dízimos para
os sacerdotes, de fato, a melhor parte do dízimo precisa ser passada adiante (v.29).
b) Feito isto, eles podem comer o resto do dízimo quando e onde quiserem, sem
que lhes seja atribuída nenhuma culpa (vs.31.32).

4 - A purificação do acampamento (Cap.19).

A - Considerando que uma multidão de pessoas morreu por causa da rebelião de Corá e
os meios comuns para remover a contaminação, resultante de tocar em cadáveres, não
eram provisão suficiente, o Senhor proveu um sacrifício especial e singular para
purificar o acampamento.
B - Preparou-se a água da purificação misturando nela as cinzas da novilha ruiva;
a cerimonia foi semelhante à da purificação do leproso.

l) A ordenança da novilha vermelha no capítulo 19, provavelmente seguiu-se


como resultado da revolta de Corá.
2) Além da morte natural, o povo também fora dizimado aos milhares pela praga,
portanto havia necessidade de meio de purificação para aqueles que haviam se
contaminado pelo contato com os cadáveres.
3) As cinzas da novilha vermelha foram usadas com este propósito, como foi
descrito, e talvez como medida de emergência, pois nenhuma ordenança desse tipo é
prescrita no Levítico.

5) Hb.9.13,14, sugere que temos aqui um tipo de morte salvadora do Senhor Jesus
Cristo por nós:
a) A novilha vermelha deveria ser sem defeito, como era Cristo.
b) Ela não deveria ter levado jugo (o jugo era colocado no animal a fim de dominar sua
natureza e obrigá-lo a submissão), assim como o Senhor Jesus não tinha necessidade de
nenhum jugo, pois veio cumprir a vontade do Pai.
c) A novilha deveria ser vermelha, é este o único lugar onde a cor de um animal a
ser sacrificado é estipulado, seria uma referência especial a obediência do Senhor Jesus
até a morte na cruz.
d) A novilha deveria ser imolada fora do arraial, como aconteceu com o Senhor
Jesus (Hb.13.12) e o sangue deveria ser aspergido sete vezes na direção do santuário,
representando expiação perfeita; e as cinzas da novilha, com a água purificadora,
deveriam ser aspergidas sobres as pessoas contaminadas, a fim de purificá-las.
e) Ao contrário das outras ofertas, esta jamais deveria ser repetida.
g) Em outros casos, quando alguém pecava, era necessário novamente derramar
sangue, mas, aqui a virtude do que já fora oferecido e aceito permanecia.
i) Da mesma forma, o sacrifício de Cristo proveu a purificação completa e
contínua de toda contaminação em nossos corações enquanto passamos por “este
mundo perverso” que, num sentido espiritual, está marcado pela morte em toda parte.

5 - O Fim da Peregrinação (Cap. 20).


A - O capítulo 20, coincide com o término da peregrinação.
l) O Primeiro verso deste capítulo contém informações acerca da peregrinação,
sendo essencial compreendê-lo bem.
2) Neste capítulo encontramos agrupados a morte de Miriã, o pecado de Moisés e
a morte de Arão.
3) Devido a falha de Moisés em Meribá, ele foi impedido de conduzir a nação até
Canaã (v.12); isto nos ensina, que a lei representada por Moisés jamais poderá conduzir-
nos no descanso tipificado por Canaã.
4) O relato da morte de Arão, marca o fim da peregrinação, sendo assim, Arão,
que era representante do sacerdócio, não podia levar Israel ao descanso prometido; nem
Miriã que representava os profetas; nem Moisés representante da lei, isto ficou
reservado para Josué, que foi um tipo de Nosso Salvador e comandante, O Senhor Jesus
Cristo.
B - O Pecado de Moisés e Arão (Cap.20.1-13).
1) Acredita-se que o acontecimento no qual Moisés e Arão pecaram deu-se no último
ano da peregrinação de Israel, é que não havia água para beber e surgiu aquele espírito
de murmuração que havia sido o pecado da geração anterior e ao ver nos filhos o
mesmo espírito que vira nos pais, Moisés ficou amargurado.
2) Qual foi o pecado que Moisés cometeu? O Salmo 106.32,33, diz que os
israelitas o indignaram e “irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente
com seus lábios”. Deus lhe havia dado instrução de falar à penha da qual sairia a água,
porém Moisés perdeu a paciência e irou-se, e em vez de falar à rocha, falou com ira ao
povo e a seguir feriu a rocha duas vezes, ele não somente desobedeceu a Deus mas se
arrogou o poder de operar milagres, dizendo: “Tiraremos água...”, ele não santificou a
Deus (27.14), e o Senhor denominou esta atitude como incredulidade e rebelião (20.12;
27.14), isto mostra que Moisés já não tinha a mesma paciência com o povo e compaixão
por eles como havia tido, ele fracassou em seu ponto mais forte: a sua mansidão.

C - Edom não permite a passagem de Israel (Cap.20.14-21) por seu território,


provavelmente, porque considerava perigoso para sua segurança e dos seus nacionais, a
entrada de uma multidão tão grande.

TERCEIRA PARTE

A Nova Geração - De Cades-Barnéia às planícies de Moabe (Caps.21-36)

Experiências na Viagem Para Moabe (Caps.20-25).

1 - A triste espera terminou, uma nova manhã se levanta, a antiga geração já não
existe, uma nova geração surgiu, Arão se foi e Eleazar é nomeado sumo sacerdote.
Moisés deverá partir em breve e Josué irá substitui-lo como líder, chegou a hora de uma
nova partida, Israel deve seguir para as planícies de Moabe e preparar-se novamente
para entrar na terra prometida, e nesta divisão final de Números temos:
A - A nova jornada (caps.21-25).
B - O novo censo (Caps.26-27).
C - As nova instruções (Caps.28-36).

2 - A Nova Jornada (Caps.21-25)


A - Vitórias militares de Israel (Cap.21.1-3.35). Ao ser atacado pelo rei de Arede,
que estava situado ao sul do mar Morto, Israel buscou a ajuda do Senhor e prometeu
destruir completamente as cidades do inimigo, Deus concedeu a vitória a Israel e os
israelitas cumpriram a promessa.
B - A viagem para a planície de Moabe levaria de 4 a 5 meses, concluímos isto
pelo fato de o povo ter deixado o Monte Hor um mês depois da morte de Arão
(Cap.20.29), ocorrida no quinto mês do quadragésimo ano e por ter sido no undécimo
mês desse mesmo ano, ao chegarem às planícies de Moabe, que Moisés começou sua
grande incumbência com Israel, cujos detalhes constituem o livro de Deuteronômio
(3.5).
C - A viagem prolongou-se muito porque o povo de Edom não permitiu que Israel
cortasse caminho pelo seu território (Caps.20,14-22;21.4), as principais paradas
iniciadas e incidentes são dadas no capítulo 21, que se inicia com dois fatos
importantes:
1) Primeiro, a nova resposta do Senhor a Israel (v.3), durante a peregrinação,
enquanto Israel estava desviado da vontade de Deus, não houve uma resposta desse tipo
(Dt.1.44).
2) Segundo, eis a nova vitória de Israel (v.3). Hormá foi o lugar da derrota
humilhante no inicio da peregrinação (Nm. 14.45), agora, no seu final, quando Israel
volta à luz do propósito e favor divinos, há vitória no mesmo ponto em que antes
houvera amarga derrota.
D - Nos versículos 4-9, temos o episódio ligado à serpente de bronze.
l) O desânimo de Israel (v.4). O povo foi impedido de atravessar Edom e teve de
rodeá-lo, isto não só prolongou a viagem, como também fez com que os israelitas
ficassem com raiva e a marcha parecesse mais cumprida.
2) Israel cai em pecado da murmuração (v.5), e sofre novamente (v.6), isto logo
após sua recente vitória! Devemos ficar vigilantes nos períodos de vitórias, para não
sofrermos reações depressivas.
3) Note também que a serpente de bronze, embora semelhante na aparência às que
haviam infestado e destruído o arraial, serviu tanto para lembrar o povo de seu erro
como para prover cura.
E - Passamos a seguir, através de estágios, para o cântico (vs.16-18).
1) Demos graças a Deus pelo cântico! O que os lamentos e os suspiros não
puderam fazer no versículo 5, o canto consegue no 17.
B - Até parecia que Israel se esquecera de como cantar, é que não existe registro
de qualquer canto entre este poço do cântico e a que Israel cantara junto ao mar
Vermelho.
5 - No restante deste capítulo, tudo é vitória, se Israel tivesse cantado o hino de fé
em Cades-Barnéia, 38 anos antes, em lugar de dar vazão aos seus sentimentos de
incredulidade, a conquista poderia ter ocorrido.
B - A Serpente de Bronze (Cap.21.4-9). Desanimados pelas dificuldades da
viagem, os israelitas voltaram a murmurar, Deus castigou-os enviando serpentes
ardentes e venenosas que morderam o povo provocando a morte de quem era mordido,
de imediato os israelitas se aperceberam de seu pecado e pediram a Moisés que
intercedesse por eles, o antídoto indicado por Deus foi a Serpente de Bronze.

C - Um Profeta Chamado Balaão (Caps.22-25).

1) Nos capítulos 22 e 24, um dos personagens mais estranhos da Bíblia aparece


em cena: Balaão. Na verdade, esses três capítulos não fazem parte da narrativa, como
se conclui pelo fato de o capítulo 21 ligar-se diretamente ao 25. O ponto alto a notar
aqui é que mesmo os estratagemas mais astuciosos do maligno contra Israel são
superados agora que a nação marcha mais uma vez segundo a vontade do Senhor.

2) Quem é Balaão?
a) Balaão era de Petor, na Mesopotâmia, perto do rio Eufrates (22.5), seus poderes
sobrenaturais eram altamente estimados pelos moabitas e pelos midianitas (22. 6), ele é
um dos mais misteriosos personagem da Bíblia.
b) Era profeta de Deus ou meramente um adivinho em cuja boca Deus colocou as
suas palavras? Tinha certa comunhão com Deus (22.8-12), sabia algo da justiça divina
(Mq.6.5), e algo sobre a vida além-túmulo (23.10), ouvia os ditos de Deus, via “a visão
do Todo-Poderoso (24.4)”, e não falaria o que Deus não lhe dissesse (22.18), por outro
lado, parece que às vezes buscava agouros ou sinais a respeito do futuro (24.1).

3) Balaão vacila (Cap.22).


a) Balaque temia os israelitas e de acordo com os midianitas enviou a Balaão a
mensagem de que viesse a fim de amaldiçoar a Israel, no princípio Balaão se nega a ir
com a delegação de Balaque porque Deus lhe havia proibido amaldiçoar a Israel, pois
era o povo bendito, mas ao ver a segunda delegação composta de personagem
importantes, de novo perguntou a Deus, pois desejava amaldiçoar a Israel para receber o
pagamento de Balaque, desta vez Deus lhe deu permissão para acompanhar os
mensageiros do rei, mas sob a condição de que faria o que o Senhor lhe ordenasse.
b) Surgem algumas perguntas quanto ao incidente em que o anjo do Senhor
estorvava a viagem do profeta. Mudou Deus de idéia ao permitir que Balaão
acompanhasse a segunda delegação moabita quando o havia advertido de que não fosse
com a primeira? Depois, arrependeu-se Deus de haver-lhe dado permissão e por isso
enviou o anjo para detê-lo? A resposta encontra-se em 23,19. Não era vontade diretiva
de Deus que Balaão fosse com eles, mas tão-só a sua vontade permissiva.
c) Deus permitiu que Balaão acompanhasse os moabitas para demonstra a Balaque
o caráter singular de Israel e o poder divino para frustrar toda adivinhação contra o povo
de Deus.

d) Balaão foi repreendido porque interpretou a permissão de ir com os príncipes


como se fosse permissão de amaldiçoar a Israel, ele foi motivado pelo dinheiro de
Balaque.

4) As profecias de Balaão. (Caps. 23,24)


a) Balaão profetizou quatro vezes a as profecias são as seguintes:

● Israel não era apenas uma nação entre outras muitas nações, mas “um
povo que habita à parte”, gozaria da grande bênção de ter uma descendência numerosa
(23.7-l0);
● Deus é imutável e não muda de idéia como o fazem os homens, portanto
abençoaria a Israel dando-lhe força irresistível para derrotar seus inimigos (23.18-24);
● Israel se estenderia amplamente e obteria domínio irresistível sobre as
nações inimigas (24.3-9); e,
● Levantar-se-ia em um futuro longínquo um rei brilhante em Israel que
conquistaria Moabe e Edom, Amaleque seria arruinado eternamente e inclusive a Síria
pereceria (24,15-24).

5) O ensino de Balaão (Cap.25).


a) Ao fracassar em seu intento de prejudicar a Israel mediante a maldição, Balaão
recorreu a outra estratégia.
b) Aconselhou Balaque a induzir os israelitas a participar das festas religiosas dos
midianitas e a cometer fornicação com eles (Ap.2.14).

6) Lições práticas:
a) Balaão representa o crente que cumpre a letra da lei mas viola seu espírito;
b) Balaão é uma amostra do profeta mercenário que deseja mercantilizar o seu
dom - “Amou o prêmio da injustiça (2oPd. 2.15)”;
c) Balaão, em seu trato com os midianitas, exemplifica a má influência dos
mestres insinceros que procuram fazer avançar a causa da Igreja aconselhando-a a fazer
aliança com o mundo e os mundanos (31.16;Ap.2.14);
d) O relato de Balaão ilustra quão vazio é em uma pessoa o conhecimento de Deus
se não estiver acompanhado do sincero desejo de obedecer-lhe; e,
e) Ensina-nos que nada pode prevalecer contra os propósitos de Deus nem contra
seu povo (Sl.76.10).

D - O capítulo 25 é terrível, começa com: “Habitando Israel em Sitim, começou o


povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram povo aos sacrifícios
dos deuses; e o povo comeu, inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-
Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel”

1) No capítulo 31.16, ficamos sabendo, que embora Balaão não tivesse podido
amaldiçoar os filhos de Israel, ele aconselhou as mulheres de Moabe e Midiã a assediá-
los, e os israelitas caíram facilmente na armadilha preparada por elas.
2) O restante deste capítulo é uma leitura triste, vinte quatro mil morrem na praga
que os acometeu como castigo.
3) Como foi trágica essa idolatria e obscenidade por parte de um povo abençoado
com ensinos tão sublimes e com tão elevada vocação! Esses capítulos do livro de
Números nos ensina que não basta termos uma lei ou ideal exterior, por mais puro e
elevado que possa ser.

II - Preparativos Para Entrar em Canaã (Caps.26-32).

1 - O Novo Censo (Caps.26,27).

A - Os capítulos 26,27, nos apresentam o novo recenseamento militar de Israel e


certos assuntos ligados a isto.

l) O novo censo, foi feito em grupos de cem, como o anterior.


2) Um pequeno decréscimo no total e os estranhos aumentos e diminuições em
algumas tribos sugerem a autenticidade desses Números.
3) O total harmoniza-se pateticamente com toda história de Números.

a) No inicio dos 40 anos, a soma é de aproximadamente 600.000; e, de novo, no


final dos 40 anos, ela chega a 600.000 mil homens de guerra.
b) Eles não progridem durante todo o período, o progresso é retardado até mesmo
numericamente.

4) A estranha queda em algumas tribos pode ser justificada pelas pragas que
recaíram como castigo, entendemos que Simeão figurou como destaque no pecado e
praga de Baal-Peor (Cap.25.14).
5) O principio para a divisão das terras é dado nos versos 53-56.
6) Nos versos 57-62, temos o novo total dos levitas.
7) Depois desse novo censo Moisés é avisado de sua morte iminente (27.12-14), e
a maneira como ele recebe a noticia é tocante (vs.16-17)

B - Sabendo que logo Israel entraria em Canaã, Moisés fez alguns preparativos:

1) Primeiro: O segundo censo (Cap.26), a geração que havia sido contada no


primeiro censo já havia morrido, com exceção de Moisés, Josué e Calebe. O segundo
censo indicou que o número total dos israelitas não havia diminuído muito, pois só
havia dois mil homens a menos que o do primeiro censo a 39 ou 40 anos atras.
2) Segundo: As Leis sobre herança (Cap.27.1-11), em caso de não haver herdeiro
varões em uma família as filhas do defunto teriam direito de herdar a herança deixada.
3) Terceiro: A nomeação do sucessor de Moisés (Cap.27.12-23), havia chegado
para Moisés o momento de morrer, era uma época crítica, pois Moisés havia ocupado o
cargo durante um longo período (quase 40 anos), e também tinha uma tarefa muito
importante pela frente, isto é, a conquista de Canaã. Moisés não procurou instalar um de
seus filhos, Gérson ou Eliézer, ele não confiava em seu próprio raciocínio para estudar a
situação e escolher um homem, mas pediu a direção de Deus, pediu que Deus pusesse
“um homem que saia diante deles, e que entre diante deles”, uma expressão hebraica
que se aplicava a um homem capaz de começar e terminar com êxito as tarefas que
empreendesse.
4) Quarto: Leis sobre as ofertas: (Caps.28.29).

a) Eles tratam das ofertas ao Senhor, especificando seus elementos e rotina,


ampliando desse modo as ordens dadas em Lv.23.
b) Em primeiro lugar estão as ofertas diárias. (Cap.28.3-8)
c) Depois as ofertas do sábado. (Cap.28. 9- 10)
d) A seguir as ofertas dos princípios dos meses (Cap.28.11-15)
e) Finalmente, as ofertas que acompanhavam as festas do Senhor(Cap.28.16-
29.40) fazem menção tipológica de Cristo, sendo portanto significativo que Deus fale
delas como “do meu manjar (Cap. 28.2)”.

5) Quinto: Leis sobre os votos (cap.30).

a) De homens (vs.1.2)
b) De mulheres solteiras (vs.3.5)
c) De mulheres noivas (vs.6.8)
d) De viúvas (v.9)
e) De esposas (vs.10-15). O propósito das novas instruções é proteger os votos,
para que não fossem considerados levianamente, sendo quebrados com facilidade.
g) Os votos deveriam ser feitos apenas a Deus (vs.2.3)
h) Não devem ser quebrados (vs.2.9.15)
1) A moças solteiras, era controladas pelos pais (vs.3-5)
j) A noivas, precisava cuidado para não fazer votos precipitados
l) A mulher casada é necessário que o marido concorde. (vs.6-16)
m) Os votos da mulher viúva ou repudiada. (v. 9)
6) Sexto: Guerra contra Midiã (Cap.31). Na guerra contra Midiã, Deus mandou
Israel considerar a Midiã como inimigo e destruí-lo por completo pela sedução de Baal-
Peor (Cap. 31.16).
a) O capítulo 31, contém a ordem para a guerra contra Midiã.
b) Entendemos que a chave está na palavra “vinga”, a ordem de Deus é: “vinga
os filhos de Israel dos midianitas”. (v.2)
c) Esta guerra contra Midiã foi autorizada por Deus e cumpriu um propósito
divino, a guerra contra Midiã não foi apenas uma vingança humana; foi retribuição
divina.
d) A guerra tinha á finalidade de vingar os filhos de Israel, porque os midianitas
haviam injuriado Israel de forma deliberada e sem provocação.
e) A guerra tinha o propósito de vingar o Senhor, porque, ao induzir Israel a
combater idolatria licenciosa, eles haviam, deliberadamente, aconselhados por Balaão,
atacado o Deus Santo de Israel.
0 Deixamos então bem claro que Midiã mereceu o castigo que lhe foi aplicado, e
três coisas notáveis se destacam neste ataque contra Midiã:

* Primeira, a facilidade da vitória. (vs.1-12)


* Segunda, a quantidade dos despojos. (vs.25-47)
* Terceira, nenhuma vida perdeu-se entre os israelitas. (v.49)
7) Sétimo: A divisão da Transjordânia (Cap.32). A terra de Canaã, prometida por
Deus aos patriarcas, tinha por limite oriental o rio Jordão, mas a derrota dos amorreus
havia feito os israelitas donos de uma boa porção da Transjordânia, terra rica em
pastagens. As tribos de Rúben, Gade e Manassés pediram-na para si, alegando seu
grande número de gado, Moisés permitiu que as tribos de Rúben, Gade e Manassés
tomassem posse da Transjordânia, na condição de que participassem da conquista de
Canaã.

a) A base do apelo era a evidente conveniência da região de pasto abundante para


o seu “gado em muitíssima quantidade (v. l)”.
b) O pedido deles parecia razoável, embora não deixasse de ser uma transigência,
o lugar de Israel era dentro de Canaã e não do lado de fora.
c) Ao escolherem pelo que viam “e viram” (v.l), como fizera Ló muito antes
(Gn.13. 10,11), em lugar de faze-lo pela fé e segundo a vontade de Deus, e por se
encontrarem com sua porção fora do lugar da bênção prometida, embora bem próxima a
ela, eles se tornam tipos dos cristãos mundanos de hoje.

E - Vemos o resultado de sua escolha em 1°Cr.5.18-26 e 2°Rs.15.29, eles


rapidamente aceitaram os deuses dos povos vizinhos e foram os primeiros a serem
capturados.

2 - Os capítulos 28 e 29, estão ligados um ao outro.

A - Eles tratam das ofertas ao Senhor, especificando seus elementos e rotinas


ampliando desse modo as ordens dadas em Lv.23.

1) Em primeiro lugar estão as ofertas diárias (Cap.28.3-8)


2) Depois as ofertas do sábado (Cap.28.9, 10)
3) A seguir as ofertas dos princípios dos meses (Cap.28.11-15)
4) Por último, ofertas que acompanhavam as festas (Cap28,16-29.40)
5)Todas as ofertas fazem menção tipológica de Cristo, sendo portanto
significativo que Deus fale delas aqui como “do meu manjar (Cap.28.2)”.
III - Capítulo Finais (Caps.33-36)

1 - Prevendo a imediata entrada dos israelitas na terra prometida, Moisés deu-lhes


várias ordens:

A – Primeira: Exortou-os a expulsar os cananeus, pois se não o fizessem, lhes


seriam por “espinhos” nos olhos e “aguilhões” nas ilhargas;
B - Segundo: Nomeou líderes que estariam incumbidos da partilha da terra de
Canaã, a divisão seria por sorteio em proporção ao tamanho das tribos.
C - Terceiro: Os levitas não receberiam nada, visto que teriam de servir a todo o
Israel, mas receberiam quarenta e oito cidades distribuídas por Canaã.
D - Quarto: As três cidades designadas para serem cidades de refúgio.

2 - No capítulo 33, encontramos o resumo das jornadas de Israel, saindo do Egito


em direção ao Jordão.
3 - No capítulo 34, encontramos as fronteiras de Canaã.
4 - No capítulo 35, encontramos as cidades de refúgio.

A - As cidades de refúgio devem ser estudadas:

1) Seu número vs. 6-8


2) Seu propósito vs.9-12
3) Sua distribuição vs. 13-14
4) Seus regulamentos vs, 15-34
5) Suas lições tipológicas

5 - O capítulo 36, trata adequadamente da garantia de herança na terra prometida,


podendo muito bem falar-nos da segurança eterna, da herança do crente em Cristo
Jesus.

12. DEUTERONÔMIO

Deuteronômio é o quinto livro de Moisés, é o último do Pentateuco, e significa


“segunda Lei ou repetição da Lei”, o livro não contém uma nova Lei, mas as leis dadas
a Moisés no Monte Sinai 39 anos antes, portanto era necessário ter uma repetição, mas
por que repetição? É que uma nova geração tinha crescido, e precisava estar inteirada de
tudo que diz respeito a Lei. O livro em hebraico chama-se “Elleh haldeharim”, que
traduzido é “estas são as palavras”. (Dt.1.1), com exceção de Josué e Calebe, todos
que haviam saído do Egito, e tinham recebido a Lei no Sinai não mais existiam, daí a
necessidade de dar à nova geração uma repetição da Lei, o livro é mais que uma
repetição da Lei, o livro recorda o passado olhando para o futuro.

12.1. TEMA DO DEUTERONÔMIO

O tema de Deuteronômio pode ser ligado em relação ao passado, ao presente e ao


futuro de Israel, e, indiretamente, a nós da seguinte maneira:
1 - Primeiro, temos o retrospecto do amor no passado. (Caps. 1-4);
2 - A seguir, temos o requerimento do amor no presente. (Caps. 5-26);
3 - Depois, temos a revelação do amor para o futuro. (Caps. 27-3 o);
4 - Finalmente, temos a despedida de Moisés. (Caps. 31-34).
12.2. AUTOR DO DEUTERONÔMIO

Moisés escreveu o livro (Cap. 31.9,26), excerto os últimos dois capítulo (33 e 34),
pois foram escrito após a sua morte, e sem dúvida por seu sucessor, e Moisés além de
escrever o Pentateuco, ele entregou aos levitas para ser colocado ao lado da Arca da
Aliança, ele os escreveu o Deuteronômio em forma de discursos, portanto, o
Deuteronômio é diferente dos outros livros do Pentateuco, por seu estilo oratório e seu
fervor exortativo.

12.3. PROPÓSITO DO DEUTERONÔMIO

Deuteronômio tem alguns propósito, dentes estes, destacaremos quatro:

1 - Preparar o povo para a conquista de Canaã;


2 - Apresentar os preceitos da Lei em termos práticos e espiritual para serem
aplicados à nova vida em Canaã;
3 - Dar a Israel instrução a advertência quando aos detalhes da conquista, dar os
requisitos dos futuros reis, dar instruções de como distinguir entre profetas verdadeiros
e falsos profetas, dar as bênçãos que a obediência traz e os malefícios resultantes da
desobediência.

12.4. ASSUNTO DO DEUTERONÔMIO

“Exortação à Lealdade ao Senhor e Advertência Contra a Apostasia”

12.5. ESBOÇO DO DEUTERONÔMIO

1 - Recorda: “Revisão da História das Peregrinações “ (Caps. l.1-4.43)

A - Revisão dos fracassos de Israel. (Cap. I)


B - Vitória e partilha do território ao Oriente do Jordão. (Caps. 2,3)
C - Exortação a obediência. (Cap. 4.1-43)

2 - Obediência: “A exposição da Lei” (Caps.4.44-26.19)

A - Os Dez Mandamentos e sua aplicação. (Caps. 4.44-11.32)


B - Leis concernentes ao culto e a vida santa. (Caps.12.1-16.17)
C - Leis de justiça e de humanidade. (Caps,16.18-26,19)

3 - Cuidado: “Profecias sobre o futuro de Israel” (Caps.27-34)

A - Bênçãos e maldição. (Caps. 27-30)


B - Os dias finais da vida de Moisés. (Cap.31-34)

● UM RESUMO DO DEUTERONÔMIO

RECORDAR
“Revisão da História das Peregrinações “
(Caps. l.1-4.43)

1- Recapitulação dos Fracassos de Israel. (Cap. l)

1 - O Tempo e o Lugar (vs. 1-5). Os quarentas anos da peregrinação de Israel


estavam para completar-se, a geração incrédula já havia morrido, Israel encontrava-se
na planície de Moabe, perto do Rio Jordão, Moisés dirige-se à nova geração que está
prestes a tomar posse da terra prometida a seus pais, o seu discurso tem o propósito de
preparar o povo para a conquista de Canaã, de renovar a aliança feita no Monte Sinai.
2 - A Eleição dos Juizes em Cades-Barnéia (vs.6-45). Em seu primeiro discurso
Moisés recapitula a história de Israel começando pelo relato da partida da nação do
Monte Sinai (Horebe), ele narra como foram eleitos os juizes, e este relato tinha o
propósito de lembrar aos Israelitas que Deus havia multiplicado grandemente a
descendência de Abraão, lembra-lhes que a primeira geração havia perdido a
oportunidade de entrar em Canaã por causa de sua incredulidade e rebelião contra o
Senhor.

2 - Vitória e Repartição do Território ao Leste do Jordão (Caps.2.3). Moisés


lembra a Israel que o Senhor os havia abençoados em tudo (2.7) e os havia guiado
naquele “grande e tremendo deserto”, e lhes tinha dado vitórias sobre seus inimigos em
Seom e sobre Ogue, por outro lado, não permitiu que lutassem com os edomitas,
moabitas e amonitas, por serem eles seus parentes, os edomitas eram descendentes de
Esaú, os moabitas e amonitas de Ló, e o Senhor como soberano sobre as nações havia
especificado o seu território.
3 - Exortação a Obediência (Cap.4.1.43). Considerando o que havia sucedido à
geração anterior, Moisés apela fervorosamente para Israel a fim de que não cometa o
mesmo erro, pede que guardem a Lei e a ponha em ação, pois se obedecessem à Lei
viveriam e tomariam posse de Canaã e outro motivo para obedecer, era que Israel tinha
um alto privilégio de ser o povo de Deus.
● OBEDIÊNCIA

“A Exposição da Lei”
(Caps.4.44-26.19)

1- Os Dez Mandamentos e Sua Aplicação (Caps.4.44-11.32)

1 - O Decálogo (Caps.4.44-6.3).

A - Os dez mandamentos eram a base da aliança que o Senhor fez com Israel,
também de “testemunho” (4.45), pois constituem a revelação do caráter, da vontade e
do propósito divino que o homem deve seguir para viver em harmonia com o seu
criador e com o próximo.
B - O decálogo começa com as palavras “Eu o Senhor teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão”, Ele está exigindo obediência pois:

1) Ele é Deus, O Soberano;


2) Ele estabeleceu um relacionamento pessoal com Israel - “teu Deus”,
3) Ele é o Senhor que redimiu Israel da servidão, portanto agora espera que eles,
obedeçam a sua palavra.
2 - O grande Mandamento (Cap.6.4,5). Os israelitas chamam este versículo de
“Samá”, por ser esta a primeira palavra que se traduz “ouve”, ele é o credo dos israelita,
pois duas vezes ao dia eles tinham que repetir o “Samá” (ouvi).
3 - A Religião no Lar (Cap.6.6--9). “Esta palavras, que hoje te ordeno, estarão
no teu coração; e as ensinará a teus filhos”, os pais não devem depender da instrução
pública para o ensino religioso, mas eles mesmos devem instruir a seus filhos, em casa,
que é onde formamos o caráter.
4 - Advertência Contra a Idolatria e Exortações (Caps. 6. 10-11.32).

A - Moisés previu o perigo de que os israelitas, uma vez estabelecidos na terra de


Canaã esquecessem de Deus e servissem a deuses estranhos.

B - Moisés advertiu a nação de Israel quanto à covardia, à auto suficiência e


proibiu-lhes buscar acordo com as nações de Canaã, que seriam derrotadas, e exigiu do
seu povo quatro coisas:

1) Primeiro, “que temam a Deus”;


2) Segundo, “que andes em todos os seus caminhos”;
3) Terceiro, “que O amem”; e,
4) Quarto, “que O sirvam” (l0-12).

C - A Lei Santa de Deus e sua justiça inflexível enchem-nos de temor, ao passo


que a sua misericórdia e graça nos inspiram a servi-lo.

U - Leis Referentes ao Culto e à Vida Santa (Caps. 12.1-16.17)

1 - Precaução Contra a Idolatria (Caps. 12 e 13). Ao entrar em Canaã, os israelitas


estariam rodeados de idolatria; por esse motivo Moisés os preparou para resistir a esta
tentação e lhes ordenou três coisas:

A - Primeira, deveriam destruir completamente todos os locais de culto pagão para


que a terra fosse santificada;
B - Segundo, deveriam prestar culto ao Senhor em um único lugar; e,
C - Terceiro, deveriam disciplinar os que caíssem na idolatria.

2 - Deveres Finais e Religioso (Caps.14.1-16.17)

A - Como povo consagrado ao Senhor os israelitas deviam manifestar a santidade


em todos os aspectos de suas vidas.
B - Esta santidade devia expressar-se de varias formas:

1) Não deviam praticar os costumes pagãos (14.1);


2) Deviam comer somente o que era limpo (14.3-21);
3) Deviam oferecer a Deus os dízimos e as ofertas (14.22-29);
4) Deviam cancelar as dívidas no ano da remissão (15.1-6, 12-18); e,
5) Deviam fazer anualmente as três peregrinações ao centro religioso para celebrar
as três festas sagradas (16.1-7)

3 - Leis de Justiça e de Humildade (Caps. 16.18-17.13)


A - Israel era governado por uma Teocracia (teo - Deus, e cracia - governo), isto é
governo de Deus, as funções civis e religiosas se uniam para que todos ficassem sob a
direção de Deus.
B - Administração da Justiça (Caps. 16.18-17.13). Os juizes seriam escolhidos
pelo povo israelitas, este s juizes como representante de Deus, protetores dos direitos do
povo, deviam julgar com imparcialidade.
C - Instruções acerca do Rei (Cap.17.14-20). No devido tempo, Deus daria um rei
a Israel, por isso Moisés antecipava as condições sob as quais haveria de estabelecer o
seu reinado:

1) O rei deveria ser eleito por Deus;


2) O rei deveria ser um israelita, e não estrangeiros;
3) O rei não deveria depender do poder militar, nem de alianças com outras
nações, deveria sim, depender do poder divino, depender de Deus;
4) O rei não deveria tomar para si muitas mulheres, ele deveria ser um homem
espiritual, e não sensual;
5) O rei não devia amontoar riquezas para si, isto é, não devia usar seus bens com
finalidades egoístas, mas para servir ao povo de Deus; e,
6) O rei devia escrever para si, uma copia da Lei de Deus.

4 - As Porções dos Levitas (Cap.18.1.8)

A - Considerando que o Senhor protegeu a vida dos primogênitos na noite da


páscoa, estes Lhes pertenciam (Êx.13-12.11.16).
B - Deus tomou os levitas em lugar dos primogênitos (Nm.3.ll.12), para servir no
tabernáculo, ensinar a Lei e ajudar os sacerdotes, portanto, não receberam território
como as demais tribos “O Senhor é a sua herança”.
C - Eles estariam dispersos por todas as partes de Israel, a fim de que seus
serviços estivessem ao alcance de todos o povo, por isso deveriam ser sustentados pelas
ofertas e dízimos dos israelitas.

5 - Os Profetas e os Falsos Profetas (Cap.18. 9.22)

A - Encontramos aqui a promessa de Deus de que levantaria uma ordem de


profetas, com isto Ele proíbe os israelitas de recorrer a adivinhos e feiticeiros, além
disto Moisés ordenou aos israelitas que erradicassem por completo a prática de
adivinhação, de espiritismo e de magia.
B - O homem que se lança ao oficio profético sem ser chamado por Deus, é um
falso profeta (18.20)
C - Os autênticos profetas não profetizariam de seu próprio coração, mas falariam
as palavras que Deus lhes dissessem (18.22)
D - As palavras proféticas cumprir-se-ão infalivelmente (18.22), e finalmente, o
verdadeiro profeta honraria a palavra escrita de Deus (Is.8.19.20).

6 - As Cidades de Refúgio (Cap.19.1.14).

A - Quando alguém ferisse ou matasse uma pessoa por acidente, poderia ser morto
pelo parente mais próximo da vítima, este parente era chamado de “vingador do
sangue”.
B - Para a pessoa culpada da morte de alguém, sendo esta morte acidental, Moisés
indicou três cidades ao Oriente do Jordão, que serviria de asilo, aos fugitivos, e depois
Josué separou outra três ao Ocidente do Jordão.
C - Quando o fugitivo chegava a cidade de refúgio, os anciãos das cidades
julgavam o caso para ver se tinha ou não culpa do crime, se havido matado com má
intenção ou casualmente, para ficar seguro dentro da cidade.
D - Dentro dos limites da cidade o fugitivo tinha garantia de vida, porém ao sair
dos limites da cidade o vingador de sangue poderia matá-lo, sem sofrer pena alguma,
por partes dos israelitas, e familiares da vítima.
E - O fugitivo tinha de ficar na cidade até a morte do sumo sacerdote, só com a
morte deste, é que o fugitivo tinha a liberdade de voltar ao seu lar.

7 - Leis Diversas (Caps.19.15-26.19). Uma vez que as leis encontradas nestes


capítulos são muitas e a maioria delas corresponde a uma época já passada,
consideraremos algumas delas.

A - A Lei se mostra atenciosa quanto ao serviço militar (20. 5-8), aquele que
acabava de construir uma casa nova, ou de semear uma vinha, ou de contrair
matrimonio, estava isento do serviço militar, e também não se aceitavam os medrosos,
pois não seriam bons guerreiros e seu medo seria contagioso.
B - Os israelitas deviam destruir completamente os cananeus e suas cidades (20.16
-18). O propósito era que a religião do Senhor não fosse contaminada com os costumes
pagãos.
C - Os israelitas deviam manter diferenças de vestimentas entre os sexos (22.5).
Dada a similaridade dos atavios masculino e feminino, era necessário poder distinguir
entre ambos.
D - A escravidão, o concubinato, a poligamia e o divórcio eram tolerados, mas
restritos (21.10-17; 23.15,16; 24.1-4 Êx.21.2-11), Moisés não instituiu o divórcio mas
tolerava, era costume arraigado já em Israel (Mt.19.8).

● CUIDADO

“Profecia Sobre o Futuro de Israel” (Caps.27.34).

1- Bênçãos e Maldições (Caps. 27-30). Moisés explica pormenorizadamente as


bênçãos e as maldições que acompanham o pacto do Sinai e convida a nova geração a
renová-lo; todavia, a ratificação final do pacto com o Senhor seria feita em Canaã
depois de atravessar o rio Jordão.

I - A promulgação da Lei em Ebal. (Cap.27).

A - Ao entrar na terra prometida, Israel tinha de passar pelo vale entre os montes
Ebal e Gerizim, este vale forma um anfiteatro natural, ideal para proclamar a lei ante
uma multidão, aqui deviam apresentar sacrifícios de holocausto e ofertas de paz, o
holocausto significava consagração, e a oferta de paz, significa comunhão com Deus,
desta maneira, ao entrar na terra, os israelitas se consagrariam ao Senhor e gozariam da
comunhão com ele.
B - Seis das tribos iam tomar posição sobre o monte Ebal e as outras seis sobre
Gerizim, quando os levitas lessem as maldições, os israelitas situados no monte Ebal
responderiam com “Amém”, quando lessem as benção, as tribos que estavam sobre
Gerizim responderiam da mesma forma (Js.8.33.34), dessa forma, antes de conquistar
Canaã, os israelitas teriam gravadas em seus corações as condições que determinariam a
benção ou a maldição.

C - Sanções da Lei, Benção e Maldições (Cap.28).

1 - Moisés enumera extensamente e com vários detalhes as benção e as maldições,


de modo que a entrada dos israelitas na terra prometida e a escolha de seu destino estava
diante deles, a obediência traria bênção e a desobediência, acarretaria maldição.

A - A obediência traria as seguintes bênçãos a Israel (Cap.28.1.14):

1) Prosperidade extraordinária e geral (vs.2.6);


2) Livramento dos inimigos (v.7);
3) Abundância de produção (vs.8.11.12);
4) Bênção espirituais (vs.9.10);
5) Proeminência entre as nação (vs. 1.10.13).

B - A desobediência traria as seguintes maldições (Cap.28.15.68):

1) Maldições espirituais (vs.16-20);


2) Peste (vs.21.22);
3) Estiagem (vs.23.24);
4) Derrota nas guerras (vs.25.33);
5) Praga (vs.27.28.35);
6) Calamidade (v.29);
7) Cativeiro (vs.36.46);
8) Invasões dos inimigos;
9) Devastação da terra (vs.47.52);
10) Canibalismo em tempo do cerco (vs.5357);
11) Pragas. (vs.58.62);
12) Dispersão entre as nações. (vs. 63-68).

2 - Último discurso de Moisés, convite para renovar o pacto (Caps. 29,30).

A - Moisés apela pessoalmente para essa geração a fim de que reassumam o pacto
e jurem ser leais, ele prediz a apostasia de Israel e seu castigo; experimentarão a benção
e a maldição; e, finalmente, a graça de Deus abriria a porta para o arrependimento e para
o perdão.
B - Moisés apresenta a Israel duas alternativas: servir ao Senhor ou servir aos seus
inimigos, e se deixar o Senhor, Israel será presa dos invasores.

3 - Últimos dias de Moisés (Caps. 31.34).

A - Últimas disposições (Cap.31.1.29). Ao completar cento e vinte anos, o grande


dirigente sabia que lhe restava pouco tempo antes de morrer, por isso animou os
israelitas a esforçarem-se para tomar posse de Canaã, colocou Josué como seu sucessor,
entregou o livro da lei aos levitas para ser guardado junto da Arca da Aliança no Lugar
Santíssimo.
B - O cântico de Moisés (Caps.31.30.33.47). Após cruzar o mar vermelho Moisés
havia entoado um hino ao Senhor (Ex.15.1 Ap.15.3) e agora quando está prestes a
concluir sua carreira, compõe outro cântico de júbilo ao Senhor, este cântico recebe o
nome de “chave de toda a profecia”, é que ele conta o nascimento e a infância de
Israel, sua integridade e apostasia, seu castigo e restauração, por outro lado, o tema é o
nome de Deus, sua terna solicitude por seu povo, sua justiça e misericórdia, encontram-
se algumas figuras de muito interesse neste cântico. Deus é designado como “Rocha”
de Israel (32.4.18.30.31), metáfora expressiva do poder e estabilidade divina, mostrando
que Deus era o refugio e o defensor de seu povo, em tempos de ataque, as pessoas em
perigo costumavam, às vezes, subir nas penhas de onde podiam defender-se mais
facilmente; por isso se considerava a rocha lugar propício de refugio e assim era Deus
“A Rocha”, de Israel..
C - Moisés ilustra o cuidado carinhoso e extraordinário de Deus para com seu
povo no deserto empregando figuras poéticas Israel é: “a porção do Senhor” e “sua
herança”(32.9), isto indica que Deus preservou para si a Israel como herança Especial.

D - Moisés abençoa as tribos (Cap.33).

1) Pouco antes de subir ao monte Nebo para contemplar a terra prometida e


morrer, Moisés abençoou as tribos de Israel.
2) A última bênção de Moisés e a última bênção de Jacó é um contraste entre si, é
que Jacó sintetizou a história da conduta de seus filhos que às vezes foi triste e
humilhante, já Moisés, pelo contrário, passa por alto os pecados deles e apresenta a
graça que Deus revelou a seu favor.
3) Como se explica a diferença entre as bênçãos, uma vez que ambas se referem
às tribos de Israel? Jacó contempla seus filhos do ponto de vista pessoal; Moisés os vê
segundo a relação que existiam com Senhor em virtude do concerto, as bênção são as
seguintes:

a) Para Rúben, que havia perdido a primogenitura Moisés pediu a multiplicação


de seus filhos.
b) Judá teria grande poder; seria como o que toma a dianteira nas ações militares
contra os inimigos de Israel.
c) Levi recebeu o sacerdócio e o ministério de consultar ao Senhor em paga por
seu zelo pela causa do Senhor na ocasião em que Moisés decretou a morte dos
impenitentes adoradores do bezerro de ouro.
d) Moisés contemplou a tranqüilidade futura de Benjamim ao habitar nos montes.
e) Acerca das tribos de José, Efraim e Manassés, foi profetizada a fertilidade de
sua terra e também sua grande força, semelhante a de um búfalo.
f) Zebulom e Issacar prosperariam no comercio na costas do mar.

g) Dã seria valente e forte como um leão jovem, que chega à plenitude de sua
força.
h) Naftali receberia uma terra fértil na região do mar da Galiléia.
i) Aser, possuiria grande abundância de oliveiras e segurança.

E - A morte de Moisés (Cap. 34).


1) Como parte da recompensa por sua fidelidade, Deus permitiu a Moisés
contemplar a terra prometida do topo do monte Nebo, mas por sua desobediência no
incidente das águas de Marimbá não se lhe permite entrar em Canaã. Isto demonstra que
embora Moisés seja o libertador, não é o libertador por excelência, pois não pôde
alcançar para seu povo a vitória final.
2) Deus levou o espírito de Moisés consigo e sepultou o corpo em um lugar
desconhecido dos israelitas, se o lugar de seu sepultamento fosse conhecido, o povo o
teria convertido em um santuário idólatra. Em virtude da morte de Moisés, muitos
crêem, que foi Josué quem escreveu este último capítulo como tributo final a Moisés.
13. BIBLIOGRAFIA

LIVROS

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Nova, 1963, 740 p.
Comentário Bíblico - Moody Charles F. Pfeiffer, 4a Ed., São Paulo, Impressa
Batista Regular, 1993, 268 p., vol. 1
Comentário Bíblico Devocional -F. B. Meyer, Minas Gerais, Editora Betânia,
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Comentário Broadman - Allen, Cliflon Juerp, 1986, 554 p. vol. 1
Manual Bíblico - H. H. Halley
Um comentário Abreviado da Bíblia - São Paulo, 1970, 768 p.
DICIONÁRIOS
Novo Dicionário da Bíblia - J. D. Douglas, Organizador, 9a Ed., São Paulo
Editora Vida Nova 1962, 1680 p., vols. l e 2
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento - R. Laird Harris,
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Dicionário Bíblico Universal - A. B. Buckland, 3o Ed., São Paulo, Editora Vida,
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Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando S. Boyer, 8o Ed., IBAD., São Paulo,
1985, 806 p.

VERSÕES BÍBLICAS
Almeida Revista e Corrigida
Almeida Revista e Atualizada
Almeida Versão Revisada
Versão Contemporânea
A Bíblia de Jerusalém
A Bíblia na Linguagem de Hoje

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