Esboco Do Pentateuco

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INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO

Por Constantino Ferreira

SUMÁRIO

TEMAS PÁG.
Introdução ao Pentateuco 1
Introdução a Génesis 3
Adão e Noé 5
Abrão 6
Isaque e Jacó 7
Jacó e José 8
Introdução a Êxodo 10
Moisés 12
Libertação 13
Acampamento 14
Introdução a Levítico 16
Leis da Expiação 17
Leis da Santidade 19
Introdução a Números 20
Organização 21
Anarquia 22
Reorganização 23
Introdução a Deuteronómio 25
Discursos 26
Gráficos do Pentateuco em livro separado
INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO
Por Constantino Ferreira

TÍTULO
Pentateuco vem de (Penta + teuchos), estojo para cinco rolos de papiro. O Pentateuco recebe
também o nome de “Lei, a Lei de Moisés, o livro da lei de Deus; em hebraico é Tora, que
significa ensinamento.

AUTORIA DO PENTATEUCO

A tradição, tanto judaica como da Igreja, aceita que esses livros foram escritos por Moisés.
Todavia, Baruch Spinoza, filósofo holandês de ascendência judaico-portuguesa, em 1671,
começou a questionar a autoria mosaica com base textual e linguística. Então, outras teorias
apareceram sobre o assunto do Pentateuco. O aparecimento no texto de diferentes nomes de
Deus, estilos literários diferentes, e enumeração de fases diferentes do desenvolvimento do
culto judaico, têm levado alguns críticos a supor que a existência de vários documentos origi-
nais serviram para a sua compilação.

HIPÓTESE DOCUMENTAL DO PENTATEUCO

A crítica literária avançou com a hipótese de o Pentateuco ser produto da reunião de quatro
documentos de vários autores. Assim:
J – (Javé) teria sido escrito c. de 950 a.C. por um escritor desconhecido do reino sul.
E – (Eloim) teria sido escrito c. de 850 a.C. por escritor desconhecido do reino do norte.
JE – um redactor desconhecido c. de 650 a.C. terá combinado JE num único documento.
D – (Deut.) teria sido composto sob a direcção do sumo sacerdote Hilquias com o patrocínio
do rei Josias c. 650 a.C.
P – (Código sacerdotal) teria sido composto em várias etapas a partir do exílio, desde Ezequi-
el, c. 525 a.C.

Estas teorias questionam a inspiração divina por duas maneiras:


a) Em vez de serem tomadas como palavras do profeta de Deus são consideradas produto da
imaginação humana.
b) A pretensa inexactidão histórica induz a ver os documentos como mitos inventados por
devotos religiosos.

AUTORIA CONFIRMADA

1. Moisés é considerado o mais erudito da antiguidade e aquele que confessou escrever sob a
direcção de Deus (Êx. 17.14; 34.27; Dt. 31.9, 24; Act. 7.22).
2. Há uma continuidade de conteúdo, estilo e género de palavras nos cinco livros.
3. Cristo e os escritores do N.T. afirmam ser Moisés o autor da Lei (Jo. 1.17; 5.47; 7.19; Rm.
10.5, 19).
4. As evidências arqueológicas confirmam que houve intensa actividade literária pelo menos
a partir da época de Abraão.
5. Moisés terá usado alguns desses documentos antigos de acordo com a inspiração divina,
assim como Lucas se informou dos factos que relatou (Lc. 1.1-3).

1
IMPORTÂNCIA DO PENTATEUCO

A importância do Pentateuco é avaliada meditando nos seus cinco temas respectivos:


1. Cósmico. Explica o cosmos e a sua primeira causa. A primeira frase é esclarecedora quan-
do diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
2. Étnico. Descreve o começo e a expansão das três principais divisões das raças: oriental,
negroide e ocidental.
3. Histórico. É único a traçar a origem do homem numa linha contínua a partir de Adão e da
implantação do reino teocrático.
4. Religioso. revela a pessoa e o carácter de Deus, a criação e queda do homem, e as alianças
e promessas divinas da redenção.
5. Profético. É a origem dos temas proféticos em toda a Bíblia. Toda a sua história gira em
torno do Messias e do reino messiânico.

MÊS HEBRAICO

Os meses em Israel eram lunares; começavam sempre com a lua nova e eram anunciados pelo
som de trombetas. No princípio somente quatro tinham nomes: os dois primeiros, Abibe e
Zive, na primavera; o sétimo e o oitavo, Etanim e Bul, no outono. Durante, ou após o exílio,
Abibe passou a chamar-se Nisã, e os outros, de ordem numérica, receberam nomes. Visto que
o mês lunar é de cerca de 29 dias foi intercalado o 13º trienalmente, chamado Ve-adar, ou
Adar II.

ANO HEBRAICO

O ano hebraico era lunissolar e fixava as festas anuais na lua nova. O ano sagrado começava
na lua nova do equinócio da primavera, 1º dia de Abibe. Os judeus modernos usam um calen-
dário civil que começa na lua nova do equinócio do outono, 1º dia de Tishri. Como o ano lu-
nar tinha 12 meses de 29 ou 30 dias alternadamente era compensado com o mês intercalar
“Ve-adar” cada três anos, após o último mês lunar Adar. Assim, era conseguido o ano lunisso-
lar. Este sistema dificulta seriamente a tradução exacta das datas hebraicas, sendo referida
somente a aproximação.

TEMAS DO PENTATEUCO

1. A PESSOA DE DEUS

Génesis – Deus é soberano sobre a criação, o homem e as nações.


Êxodo − Deus tem poder para julgar o pecado e redimir o pecador.
Levítico – Deus é santo e provê as condições para uma vida santa.
Números – Deus é bom e justo para disciplinar o seu povo.
Deuteronómio – Deus é fiel para cumprir as suas promessas.

2. O PROGRAMA DE DEUS

Génesis – Preparação e regulamento do Reino de Deus.


Êxodo – Inauguração e legislação do Reino de Deus.
Levítico – Organização espiritual do Reino de Deus.
Números – Organização política do Reino de Deus.
Deuteronómio – Reorganização do Reino para Canaã.

2
GÉNESIS

INTRODUÇÃO

Génesis é o livro dos princípios. Faz uma narrativa da criação, da relação de Deus com o ho-
mem e da sua promessa a Abraão e aos seus descendentes. O seu título hebraico provém da
primeira palavra do livro: “bereshith” no princípio. Mas o título “Génesis” vem do grego
“guenea” gerações. Este livro é o alicerce essencial do Pentateuco e de toda a revelação sub-
sequente. Foi escrito com o propósito de revelar a profecia da redenção através da semente da
mulher, a qual foi comprovada pelo Novo Testamento. A história contida no livro abrange um
período maior do que o restante da Bíblia. Começa com a criação do universo e termina com a
morte de José. O período de tempo da narrativa de Génesis está compreendido por cerca de
2370 anos.

AUTOR

Não há absoluta certeza de quem foi o seu autor, porém, é considerado muito provável ter
sido Moisés. A Tradição judaica tem confessado a autoria de Moisés (1 Rs 2.3; Ml 4.4). O
Novo Testamento apresenta evidências de Moisés ser o autor do Pentateuco (Lc. 16.31; 24.44;
Jo. 5.46,47). A Tradição da Igreja tem tomado o Génesis como o primeiro livro de Moisés.
Sendo assim, terá sido compilado durante o período no deserto (1445-1405 a. C.). Além de
ser inspirado por Deus, é muito provável que se tenha valido de informações orais e escritas
avulsas. Além disso, Moisés foi bem preparado culturalmente, no Egipto, para escrever o in-
comparável livro que é a Tora.

GEOGRAFIA

Mesopotâmia, terras entre os rios Tigre e o Eufrates, na Babilónia, passando por Arã, na Síria,
descendo a Canaã, rumo ao Egipto. Fig. 1 - O crescente fértil.

PANORAMA

Nas páginas de Génesis está bem vincada a graça de Deus para a humanidade. Na criação
Deus exibe a sua graça na maravilhosa provisão para as suas criaturas. Na criação do homem
à semelhança de Deus observa-se a graça divina. A graça de Deus vê-se até mesmo no dilú-
vio, protegendo a família de Noé para continuarem a raça humana. Abraão foi escolhido, não
por seus méritos, mas pela imensa graça de Deus. Em todas as acções vemos a imerecida gra-
ça de Deus.

Génesis é o livro das primeiras coisas: o primeiro homem e a primeira mulher, o primeiro
casamento, a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, a primeira promessa
de redenção, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais,
etc.

No Génesis observamos duas secções principais: Na primeira parte está revelada a história
primitiva da humanidade, desde Adão até Tera (caps. 1-11). Na segunda trata da escolha do
povo hebreu para a continuação do propósito divino da redenção, desde Abraão até José
(caps. 12-50). Cada parte apresenta-nos quatro narrativas de modo muito simples que formam
o esboço do livro.

3
ALIANÇAS EM GÉNESIS

O livro de Génesis contém três alianças:


1. Aliança Adâmica – Deus promete redimir a humanidade através da semente da mulher
(Gn. 3.15).
2. Aliança Noeica – Deus promete não voltar a destruir a terra por dilúvio (Gn. 9.1-17).
3. Aliança Abraãmica – Deus promete abençoar as nações através dele (Gn. 12.1-7).

TIPOS EM GÉNESIS

1. Adão tipifica Cristo como cabeça de raça (Rm. 5.12; 1 Co. 15.21,22).
2. Abel tipifica Cristo com o cordeiro do sacrifício (Gn. 4.4; Hb. 11.4).
3. Melquisedeque tipifica Cristo como sumo sacerdote-rei (Gn. 14.18-20; Hb. 7.1).
4. Isaque tipifica Cristo como a semente esperada e submissão ao sacrifício (Gn. 22).
5. José tipifica Cristo de muitas maneiras: amado pelo pai, traído pelos irmãos, resistente ao
mal, sofrendo pelos outros, tomando uma esposa gentia, e tornando-se soberano do mundo
(Act. 7.9-13).
6. Judá era o tipo profético da soberania de Cristo como o Leão de Judá (Gn. 49.9,10; Ap.
5.5).

4
PLANO DIVINO

I. GÉNESIS
A. ADÃO
1. Criação – Deus criou um lugar aprazível e colocou ali o primeiro casal criado à
Sua semelhança (espiritual, moral, racional) para comungar e dominar, 1.26-28
2. Ordem – Deus deu mandamentos simples que deviam obedecer a fim de mante-
rem comunhão perpétua: lavrar, guardar, comer do fruto, não comer dum, 2.15-17
3. Queda – Tentados pela ambição desceram os degraus da queda – ver, cobiçar, to-
mar, comer, dar e morrer, 3.6
4. Promessa – Deus prometeu a Semente da mulher para conquistar a vitória para a
humanidade, 3.15
5. Maldição – Esta entrou no mundo por cauda do pecado, 3.14-19
6. Sacrifício – Como resultado aconteceu o primeiro sacrifício para vestir o casal
pecador, 3.21
7. Homicídio – Satanás começou a perseguir a Semente prometida, (Abel, transitó-
rio) e criou uma sociedade ímpia, 4.8-24
8. Semente – Deus deu-lhes outro filho que chamaram Sete, (designado) e criou uma
sociedade piedosa, 4.25,26
9. Semente – Noé é a nova semente que dará continuidade ao plano divino, 5.28-32

B. NOÉ
1. Selecção – Em virtude da corrupção geral, Deus escolheu Noé como semente para
continuar a raça humana com novos propósitos, 6.8-22
2. Dilúvio – O dilúvio foi o castigo pelo pecado e a oportunidade dada a Noé para
construir uma nova sociedade, mais justa, 6.13
3. Arca – Esta é uma figura da obra efectuada por Cristo (caphar, expiação) para que
haja uma nova criação, 2 Co 5.17
4. Altar – Noé edificou um altar para adorar ao Senhor, sinal da nova sociedade em
comunhão com Deus, 8.20
5. Pacto – Deus estabeleceu um pacto (brith, cortar em duas partes) de vida com Noé
e sua semente, 9.1-17
6. Semente – Noé teve três filhos (Sem, Ham e Jafeth) donde provêm semitas, caimi-
tas e jafetitas, cujos povos se repartiram, respectivamente, por Ásia, África e Eu-
ropa, vindo a mesclar-se durante os séculos, 10.1-32
7. Babel – A mesma ambição humana levou Deus a espalhá-los segundo as famílias
de modo a encherem a terra conforme tinha ordenado, 11.1-9
8. Semente – Sem gerou filhos e filhas, e Tera, o qual gerou Abrão, a quem Deus se
revelou como Único, 11.10,31

5
C. ABRÃO
1. Chamada – Deus convidou Abrão a deixar os seus parentes e a seguir o rumo que
lhe indicaria, 12.1
2. Promessa – Um povo. Seria uma grande nação, seria abençoado, para abençoar
todas as famílias da terra, 12.2,3
3. Obediência – Abrão não questionou Deus; prontificou-se a fazer conforme a Sua
palavra, 12.4
4. Altar – Junto ao carvalho de Moré levantou um altar e adorou, 12.6,7. Continuou
a viagem e levantou outro altar entre Betel e Ai, 12.8
5. Mentira – Desceu ao Egipto e para salvar a vida falou meia verdade acerca de
Sara, 12.13.
6. Regresso – Abrão regressa a Canaã e volta ao altar próximo de Betel para adorar,
13.1-4.
7. Confiança – Abrão preferiu ser prejudicado pela escolha do sobrinho, mas lucrou
por ter confiado em Deus, 13.14-18
8. Melquisedeque – O nome significa rei de justiça. É provável que este Melquise-
deque seja um idoso descendente de Sem e um verdadeiro monoteísta, servidor de
El Elion, o Deus Altíssimo, 13.18-23
9. Promessa –
a) Uma semente. Haveria de ser Isaque, o progenitor de Jacó, que deu as doze tri-
bos de Israel.
b) Uma terra. Teria de ser Canaã, tirada aos injustos, imorais e sanguinários ca-
naneus, 15.16
10. Pacto – Deus firmou um pacto unilateral, obrigando a Si mesmo. Este sinal do
pacto com Abrão obedecia ao aspecto cultural da época: algo era dividido (brith =
dividir) em duas partes ficando cada um dos intervenientes com uma, 15.9-18.
11. Dúvida – Quando a dúvida tomou lugar na mente de Sara e de Abrão tomaram
uma decisão diferente do plano de Deus: a semente viria pela escrava Agar, 16.1-
16. (ver v. 12).
12. Revelação – El Shaddai (o Todo-poderoso) apareceu a Abrão (pai sublime) e
muda-lhe o nome para Abraham (pai duma multidão de nações) 17.1-5.
13. Pacto – Deus firma novo pacto com Abraão cujo sinal é a circuncisão de todo o
macho, 17.7-14. Nós recebemos a circuncisão no coração, Rm 2.29.
14. Sarai – yrs = dominante. hrs = Sara, princesa, 17.15
15. Hospitalidade – Abraão revelou-se bom hospitaleiro na forma como recebeu os
visitantes. A promessa da semente foi confirmada. Porque Sara riu o filho foi cha-
mado Isaque, 18.6-12.
16. Intercessão – Apesar de ter sido prejudicado pelo sobrinho, Abraão revela interes-
se na sua salvação e da família, 18.23-33.
17. Juramento – Berseba é o “poço do juramento” nome do lugar onde Abraão e
Abimeleque fizeram o pacto de paz, 21.31,31.

6
D. ISAQUE
1. Semente – A semente prometida conforme o plano divino apareceu no devido
tempo com o nascimento de Isaque, (figura típica de Cristo) 21.1-8. Isaque nasceu
por intervenção milagrosa de Deus; e Jesus nasceu da mesma forma duma virgem.
2 Sacrifício – Deus convida Abraão para sacrificar Isaque, seu único filho legal,
como prova efectiva do seu amor, e ele obedeceu sem questionar, 22.1-18. Deus
prova o Seu amor por nós sacrificando o Seu Único Filho.
3 Rebeca – Abraão manda o seu servo principal (Eliezer, 15.2) procurar entre seus
parentes uma esposa para Isaque, 24.1-14.
4 Sinal – O servo sente dificuldade na escolha duma mulher para Isaque e pede aju-
da a Deus com um sinal: ela deveria prestar serviço voluntário a dez camelos, vv.
13,14. Devia reunir três qualidades essenciais: beleza, gentileza, e aprovação de
Deus.
5 Encontro 1º – Rebeca satisfez os requisitos apresentados pelo mordomo, vv. 16-
20. A Igreja deve satisfazer os requisitos apresentados pelo Espírito Santo.
6 Consentimento – Rebeca consentiu ir com um homem para outro homem sem ja-
mais os ter visto, vv. 57, 58. Nós aceitamos pela fé ser guiados pelo Espírito Santo
para nos unirmos com Jesus.
7 Encontro 2º – A noiva e o noivo encontram-se e celebram o casamento, vv. 63-
67. Rebeca é uma figura típica da Igreja, que aceitou unir-se a Jesus e está espe-
rando o encontro com o noivo.
8 Semente – Dois gémeos. Jacó manifestou mais interesse que Esaú em assumir o
direito e a responsabilidade da primogenitura, 25.31-33. Esaú = vsi – provem da
raiz asah, hsi, fazer, em Gn 1.26 Edom. Akov, bqi = calcanhar – bqiy =
Yacov = suplantador; por agarrar o calcanhar.
9 Promessa – Deus renova a promessa de dar aquela terra à sua semente e de ser
uma bênção para todas as nações, 26.3-5.
10 Mentira – Isaque caiu no mesmo erro do pai dizendo de sua mulher “é minha
irmã”, 26.7. Realmente era verdade porque foi escolhida dentre os seus parentes.
11 Altar – Uma promessa, um altar, uma tenda, um poço e fé, 26.24,25. O essencial
para viver.

E. JACÓ
1. Primogenitura – Isaque prepara o ambiente a fim de transferir o patriarcado para
Esaú, 27.1-4.
2. Engano – A mãe, conhecedora dos filhos, cria uma estratégia para transferir a
bênção da primogenitura para Jacó, 27.6-24. Note-se que o desinteresse de Esaú
está revelado em 25.32.
3. Bênção – Deus te dê orvalho dos céus, gordura dos animais e colheita abundante.
Sê patriarca de teus irmãos. Eles devem obedecer-te. Por isso serão abençoados.
Caso contrário serão amaldiçoados, 27.28,29. Palavras construtivas ou destrutivas.

7
4. Estratégia – Esaú avalia o que perdeu e trama matar Jacó a fim de receber o patri-
arcado. Novamente a mãe protege Jacó aconselhando-o fugir para Harã, vv. 41-46.
5. Visão – Jacó viu os anjos de Deus subindo e descendo por uma escada que tocava
nos céus. Deus confirmou a Sua promessa, 28.12-15.
6. Betel – O facto de Deus lhe aparecer tornou aquele sítio um lugar especial para Ja-
có. Por isso levantou um pilar e consagrou-o ao Senhor derramando azeite sobre
ele. Chamou-lhe a casa de Deus e a porta dos céus, 16-22.
7. Encontro – Jacó encontra-se com Raquel (lxr, pastora) junto ao poço em Arã.
Agradou-se dela, mas teve de servir catorze anos para consegui-la, 29.6,18,25,27.
8. Semente – Leia concebeu quatro filhos, Rúben, Simeão, Levi, Judá. Este é a se-
mente ascendente de Davi e Jesus, vv. 32-35.
9. Raquel – Raquel era estéril e teve primeiro dois filhos da serva Bila, Dã, Naftali,
30.6-8. Mas concebeu e nasceu um rapaz a quem chamou José (acréscimo), v.24.
Então, as duas mulheres procuravam qual delas daria mais filhos a Jacó. A Raquel
ainda nasceu Ben-oni (filho da minha tristeza) e seu pai nomeou-o Benjamim (fi-
lho da mão direita).
10. Bênção – Labão confessa ter sido abençoado por amor de Jacó e propõe que fique
com ele, 30.27. A presença do crente deve ser de bênção.
11. Encontro – Jacó procura aplacar (caphar, rpk) seu irmão Esaú com um presente,
32.20.
a) Passando pelo vau de Jaboque lutou com um varão e predominou. Como resul-
tado o seu nome foi mudado para Israel, larsy porque tyrsy com Deus e
com os homens e venceste, 32.28.
b) E chamou aquele lugar Peniel (laynp) porque viu a Deus face a face. Através
da oração persistente venceremos.
12. Altar – Jacó volta a Betel, o lugar da visão da escada, e constrói um altar, 35.1-7.

F. JOSÉ
1. Predilecto – Ele era a semente da mulher amada, o mais amado e prendado. Tinha
direito à primogenitura para herdar a chefia. Por isso era aborrecido pelos irmãos,
37.3,4.
2. Sonhos – José sonhava que chegaria a ser patriarca na família e os ,irmãos procu-
rando livrar-se dele, venderam-no e foi parar ao Egipto, 37.
3. Egipto – José foi vendido a Potifar de quem foi mordomo. Ali foi uma bênção e
resistiu à tentação da patroa que, humilhada, o denunciou ao marido, que o meteu
na prisão, 39. A estratégia de Deus foi levar José para o Egipto a fim de transferir
para lá toda a família e aprenderem a arte de governar.
4. Interpretação – Tanto o copeiro como o padeiro deviam ser de confiança do rei.
O copeiro provava os alimentos na presença do rei. Algo se passou para ambos te-
rem de ir parar à prisão onde José já estava, 40.1,9,16. Mas Faraó devia libertar al-
guém no seu aniversário e coube ao copeiro. (cp. Jesus e Barrabás).

8
5. Faraó – Também sonhou e os seus sábios não interpretaram. Deus estava no pro-
cesso para elevar José a fim de aprender a arte de governar, 41:
a) Interpretação vinda de Deus, v. 25
b) Conselho vindo de Deus, v. 33
c) Exaltação vinda de Deus, v. 38-43
d) Novo nome: Zafenate-Peneia (revelador do oculto – salvador do mundo) v. 45.
e) Recebeu por mulher Asenate, filha do sacerdote de Om, (egípcio, luz; gr. Heli-
opolis) centro de adoração ao Sol, v. 45.

6. Fome – Deus continua no processo a fim de levar a família hebraica para o Egipto
e José prova seus irmãos, que se prostram constantemente. Notar as vezes tanto do
prostrar dos irmãos quanto do chorar de José, 42-45:
a) Comprar trigo no Egipto, o celeiro do mundo, 42.2
b) Identificaram-se como doze irmãos, v. 13
c) José identificou-se como temente a Deus, v. 18
d) Os homens também choram, v. 24
e) Compraram sem dinheiro, v. 25. (cp. Is. 55.1)
f) Um presente precioso para José, v. 43.11
g) Uma refeição em conjunto, v. 16
h) José identifica-se com Benjamim, v. 34
i) O copo de prata de José no saco de Benjamim, v.2
j) Confessam que Raquel é a mulher de seu pai, v. 27
k) José apresenta-se aos irmãos, 45.3
l) José reconhece-se a cumprir o plano de Deus, v. 5
m) José manifesta o seu poder e chama a família, v. 8
n) Faraó promete-lhes o melhor da terra, o delta (D) fértil do Nilo, v. 18
7. Emigração – Deus anima Jacó e confirma-lhe a promessa de fazê-lo uma grande
nação. Emigrou com setenta pessoas, 46.3,27. Saíram 600.000 varões com Moi-
sés.
8. Transmissão – Jacó transmite a bênção com todas as promessas de Deus a José,
48.3,17-20. Mais tarde Efraim comandou as dez tribos separadas ao norte.
9. Judá – A bênção da primogenitura é para Judá. Será louvado e servido pelos ir-
mãos. Será o seu defensor. É chamado leãozinho para indicar a sua realeza. Go-
vernará até vir Siló (hlyw, de tranquilidade, prosperidade) referindo-se à semente
da mulher – o Messias prometido, 49.10.
10. José – Sepulta seu pai na terra de Canaã, 50.13.
a) Os irmãos pedem-lhe perdão, v. 17
b) Oferecem-se como servos, v. 18
c) Consolou-os, v. 21
d) Prediz o regresso a Canaã, v. 24

9
ÊXODO

INTRODUÇÃO

Êxodo é o livro da redenção. O nome hebraico é o princípio do versículo um. O seu nome
grego, da Septuaginta, significa “Saída”. Descreve a opressão do povo israelita e como Deus
agiu para libertá-lo da escravidão e a forma como o conduziu à terra prometida. É a revelação
da lei de Deus e o pacto efectuado no Sinai.

AUTOR

Embora no livro não seja reivindicada a sua autoria, está a ordem de Deus para que ele escre-
vesse aquelas palavras, Êx. 17.14; 24.4; 34.27; Dt. 31.9,24. Josué atribui a Moisés a autoria
do Pentateuco, ou, a Tora, Js. 8.31; Jesus também o atribui a Moisés, Mc. 12.26; Jo. 1.17. E
Paulo, da mesma forma, Act. 13.39.
A vida de Moisés conta com três períodos de quarenta anos:
1. O primeiro período foi passado no lar dos pais, onde recebeu formação espiritual, e no
palácio de Faraó, onde recebeu treina mento intelectual e político.
2. O segundo período foi passado no exílio em Midiã, onde serviu como pastor e casou com
a filha do sacerdote Jetro.
3. O terceiro período foi passado no Egipto e no deserto como libertador e líder de Israel. Ele
ocupou as funções de profeta, sacerdote e rei.

GEOGRAFIA

A narrativa do Êxodo ocupa a terra de Gosen, no Egipto, Mar Vermelho, e a Península do


Sinai. O nome bíblico para o Egipto é Miszaim que significa “dois Egiptos” por constar de
duas partes: o Baixo Egipto, na região do delta, ao norte; e o alto Egipto, na faixa de terra ao
longo do Nilo numa extensão de 965 km, e c. de 20 km de largura. Devido ao facto de haver
poucas chuvas o Egipto dependia quase exclusivamente do Nilo, alimentado por rios e lagos
do interior. Em Setembro, o Nilo transbordava fertilizando os vales e tornando, deste modo, o
Egipto “o celeiro do Médio Oriente”.

RELIGIÃO

1. A religião dos Egípcios constava duma infinidade de divindades cada qual com funções
específicas. Tinham deuses nacionais, locais, e ainda muitos seres e objectos da natureza a
que os crédulos atribuíam poderes especiais. Seus deuses principais eram:
a) Ra e Hórus, deuses do sol, vencidos pelas trevas.
b) Osíris, deus do Nilo, senhor da fertilidade, ou da vida, vencido pelas águas em sangue
e pela morte dos primogénitos.
c) Ptá, deus de Menfis e dos artistas, vencido pela vara que virou cobra.
d) Adoravam o boi, a vaca, o crocodilo e o gato por acreditarem que os espíritos escolhi-
am seres e objectos para se manifestarem. Todos foram vencidos nas dez pragas.
2. Os Egípcios acreditavam na vida após a morte; por isso faziam todos os preparativos para
o sepultamento. Os ricos construíam grandes túmulos onde guardavam junto dos corpos
aquilo que queriam na vida futura.
Após a morte de José os israelitas aceitaram a idolatria egípcia quebrando assim o pacto
de Deus com os patriarcas, atraindo sobre si o castigo divino.

10
PANORAMA

O livro relata três grandes acontecimentos na história de Israel: O livramento, a Lei, e o Ta-
bernáculo. O livramento dos israelitas oprimidos pelo poder egípcio e é o tipo da redenção
geral efectuada por Cristo (1 Co. 10.11). A opressão egípcia é tipo do mundo, Faraó tipifica
Satanás − o opressor, enquanto Moisés é um dos tipos de Cristo – o libertador, 2.1-4.31. O
conflito com o opressor (5.1-11.10) resultou no êxodo – saída do povo para fora do Egipto,
redimidos pelo sangue do cordeiro pascal1(2.1-28).
Deus manifesta o seu poder fazendo-os passar pelo mar (13.1-14.31). Esta experiência foi
celebrada com um cântico triunfal, 15.1-21. Em seguida veio o teste em pleno deserto (15.22-
18.27). No monte de Sinai a lei foi entregue e aceite (19.1-31.18). Ali foi feita a 4ª aliança,
chamada mosaica (Êx. 19.5,6; 20-23). Mas porque não dependeram totalmente da graça caí-
ram na desobediência e na condenação (32.1-34.35). Vemos o triunfo da graça de Deus na
entrega do tabernáculo, do sacerdócio e do sacrifício (36.1-40.38) sombras do que havia de
vir, (Hb. 10.1).

11
II. ÊXODO
A. MOISÉS
2. Faraó – Teme o crescimento dos filhos de Israel e manda matar todos os rapa-
zes, Êx 1.1-22. Semelhança entre Herodes e Jesus.
3. Livramento – Nascimento e livramento das mãos de Faraó numa arca, boian-
do nas águas à semelhança da arca de Noé, e é levado ao palácio, Êx. 2.1-10.
4. Identificação – Moisés intervém em duas brigas e tem de fugir para Midiã,
terra do filho de Quetura, a segunda mulher de Abraão, (Gn 25.2) onde passa
quarenta anos com as ovelhas, 2.11-22.
5. Casamento – Moisés desposou Zipora, filha de Jetro, (Reuel) descendente de
Abraão por Quetura, 2.16-22.
6. Chamada – Deus apareceu-lhe na forma de sarça e chamou-o para cumprir
uma missão muito importante, 3.1-10.
7. Humildade – “Quem sou eu para tirar o povo do Egipto?” E Deus promete as-
sisti-lo, 3.11,12. Moisés reconhece nele três características:
a) insignificância, 3.10
b) receio, 4.1
c) inabilidade, 4.10
8. Qual Deus – Deus identificou-se como o “Eu Sou” eternamente, 3.13-15.
9. Sinais – Deus concedeu-lhe três sinais para que os hebreus acreditassem nele,
4.1-9 (vara, mão, água).
10. Arão – Deus indica Arão como porta-voz de Moisés, enquanto ele ouve a voz
de Deus, 4. 11-17.
11. Encontro – Moisés e Arão encontram-se e concertam a missão a efectuar no
Egipto, 4.27-31.
B. CONFLITO
1. Conflito – Faraó não reconhece o Deus de Israel e agrava a situação do povo,
5.1-19. Moisés e Arão são criticados pela situação agravada, 5.20-6.1.
2. Pragas – Todas as pragas são a resposta do Deus Todo-poderoso à interroga-
ção de Faraó: quem é Javé? Podem dividir-se em quatro grupos:
1) Água em sangue, 7.20
Repugnância 2) Rãs na terra, 8.6
3) Piolhos como o pó da terra, 8.17
4) Moscas em todas as casas, 8.24
Dor intensa 5) Peste em todo o gado, 9.3 deuses foram vencidos
6) Sarna e úlceras nos homens e no gado, 9.10
7) Grande saraiva, 9.24,25 Israel nada sofreu
Consternação 8) Gafanhotos em toda a terra, 10.13
9) Trevas em toda a terra, 10.22.
Luto 10) Praga da morte dos primogénitos.

12
3. Páscoa – A morte dos primogénitos em todo o Egipto, Êx 11.1-7. Esta seria a
justa retribuição pela matança dos meninos israelitas. O povo hebreu seria pro-
tegido através da obediência à ordem do Senhor. Eis os requisitos:
a) Preparação do cordeiro: Dia 10 de Abib, ou Nisã, 12.3.
b) Sacrifício do cordeiro: Dia 14 de Abib, ou Nisã, à tarde, 12.6.
c) Sangue do cordeiro: espargido nas ombreiras das portas, 12.7.
d) Refeição pascal: carne assada, pão sem fermento, ervas amargas, 12.8.
e) Prontos para a saída: tudo devia estar em condições de partida, 12.11.
f) O significado das palavras ‘pâsach al’ é passar por cima, 12.13.
g) Celebração anual: aniversário e festa nacional, 12.14.
h) Comer pão ázimo durante sete dias: símbolo da vida nova fora da escravi-
dão, 12.18.
i) Instruindo os filhos: durante a refeição havia pergunta e resposta; 12.26,27.
j) Participantes da Páscoa: hebreus e estrangeiros comprados e circuncidados,
12.43,44.

C. LIBERTAÇÃO
2. Partida – À meia noite, enquanto os egípcios choravam os seus mortos, Israel
podia partir rumo à liberdade.
a) Levaram jóias, ouro e prata como remuneração dos seus longos anos de tra-
balho, 11.2.
b) Seiscentos mil varões, meninos, mulheres e uma mistura de povo, 12.37,38.
c) Os primogénitos são santificados ao Senhor, 13.1,13, por contraste com os
primogénitos do Egipto mortos.
d) O próprio Deus guia o seu povo: de dia numa coluna de nuvem, de noite
numa coluna de fogo, 13.21. E ainda o Anjo de Deus, 14.19: orientação,
protecção e segurança.
e) Primeira murmuração ao verem-se perseguidos no deserto, 14.11. Conselho
de Paulo: não murmureis, 1 Co 10.10,11.
f) O Anjo e a nuvem passam para trás deles e protegem-nos, 14.19,20.

3. Travessia – Deus ordenou para Moisés usar a sua vara para abrir passagem no
mar, 14.26,27. – Suf – Moisés foi tirado donde havia papiro – cf Êx 2.3,5.
a) A passagem pelo mar é semelhante ao baptismo na água para os cristãos, 1
Co 10.1,2, que simboliza a separação do mundo e o sepultamento dos pe-
cados, Rm 6.4. Eles deixaram o Egipto e caminhavam para uma nova terra.
b) Nessa passagem Deus salvou Israel e condenou o Egipto.
c) Após o livramento miraculoso são rendidos cânticos de louvor ao Senhor
do Triunfo, 15.1-21.

4. Rumo ao Sinai –
a) Segunda murmuração em Mara por motivo da água ser amarga, e o lenho
que tornou a água doce, 15.23-27. Deus promete ser Javé Rafa, v. 26.
b) Terceira murmuração pela falta de pão, 16.1-3.
c) Moisés promete pão de manhã e carne à tarde, 15.4-8. E a glória do Senhor.
d) Que é isto? ‘Man hu?’ 16.15. E chamaram-lhe ‘Man’, 16.31.
1) Inspira confiança em Deus
2) Ensina a não ser preguiçoso nem avarento
3) Ensina obediência às ordens do Senhor

13
e) Acamparam em Refidim, 17.1. Quarta murmuração por falta de água, 17.-
7. – A rocha ferida é Cristo, 1 Co 10.6. – Na festa dos Tabernáculos disse:
‘Quem tem sede venha a mim e beba, Jo 7.37).
f) Amaleque, neto de Esaú, (cf. Gn 36.12) atacou-os, 17.8. (cf. Ex_17:1,
Ex_17:8, Ex_19:2, Nm_33:14-15)
g) Moisés é ajudado por Arão e Hur até vencer Amaleque, 17.12. Então levan-
tou um altar e chamou-o ‘YHWH Nissi’, v. 15, – YHWH é a minha vitória.
h) Sábio conselho de Jetro a Moisés, Êx 18: qualidades: habilidade, piedade,
verdade, sem avareza. (cabeças dos milhares, cf. Nm 1.16, 10.4, Js 22.14).
Conselho de Paulo a Tito, Tt 1.5.

D. ACAMPAMENTO
1. Pentecostes – Demoraram cinquenta dias a chegar ao Sinai, Êx 19.1 (o mesmo
que Horebe) e permaneceram ali quase um ano, Nm 10.11. Curiosidade: o
lugar em que a Lei foi dada é nomeado Sinai trinta e cinco vezes e Horebe
quinze vezes, o que perfaz cinquenta. (50 dias até ao Sinai, 50 vezes mencio-
nado, Pentecostes).
a) Confirmação sob condição: 19.5,6: cumprir para ser propriedade particu-
lar, reino sacerdotal, povo santo. Comparar 1 Pd 2.9.
b) Deus desceu sobre o Sinai em fogo e fumaça, 19.18; cf Ac 2.4, vento e
fogo.
c) Os dez mandamentos do Senhor, Êx 20. ver quadro. Dez palavras – dva-
rim, cf. Êx 34.1,28.
d) O código de Hamurabi continha 247 regras que enfatizavam a protecção da
propriedade e aplicava a pena de Talião – olho por olho. (Ver).
e) O código de Moisés enfatiza a dignidade do indivíduo. Embora sejam dez
mandamentos, o Talmude contém no seu regulamento 613 mandamentos
religiosos e civis. Todavia, a justificação é pela fé (Rm 3.28-31).
f) Deus institui o altar do sacrifício, 20.24-26. (sacrifício e adoração).
2. Leis diversas – civis e cerimoniais, Êx 21-23:
a) Liberdade para os escravos, 21.1-11
b) Homicídio e injúria pessoal, 21.12-32
c) Responsabilidade civil e criminal, 21.33-22.15
d) Regulamento para imoralidade e idolatria, 22.16-24
e) Usura, honra e primícias, 22.25-31
f) Ano sabático e as três festas, 23 – Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos.
g) Deus promete um Anjo para guiá-los, 20-23
h) Devem obedecer-lhe sob pena de castigo, 21
i) Devem servir somente a Deus, 24,25
j) Haverá grande e variada bênção, 25-30
k) Delimita os termos da terra prometida, 30
l) Impede que faça pactos com os naturais daquela terra, 32,33

14
3. A Lei geral – Moisés sobe ao Monte com setenta e três para receber a Lei,
24.1-18
a) Escreveu todas as palavras do Senhor, 4
b) construiu um altar e doze monumentos, 4
c) M. é convidado a subir junto de Deus para receber as Tábuas da Lei, 12
d) O aspecto da glória de Deus era como fogo consumidor, 17
4. O Santuário – Deus pede ofertas para o Santuário, Êx 25-30. Lv. pp. 140-150.
Ouro, prata, cobre, panos, peles, madeira, azeite e pedras preciosas.
a) Nomes e função do Tabernáculo: Ver Quadro s/ Contrução doTabernáculo.
b) No exterior estavam duas peças (27,30): o Altar dos holocaustos e a Pia de
cobre – a Cruz e a Palavra (cf. Tg 1.22-24). (Ver Tipologia em Êxodo)
c) No interior foram colocadas cinco: Mesa, Candelabro, Altar, Arca e Propi-
ciatório – comunhão, luz, adoração, justiça, compaixão.
d) Sacerdote e suas vestes (28) – Intercessão pelos pecadores.
e) Urim e Tumim (29) – Lucidez e Verdade
f) Sacrifícios, 29 – Transferir o pecado e Imolar a vítima.
g) Óleo da unção e Incenso santo (30) – Consagração e Adoração. Cheiro
agradável – Somos o bom cheiro de Cristo (cf. 2. Co 2.14,15).
5. Os Artífices – (31) Chefe: Beezalel, neto de Hur, de tribo de Judá. Ajudante:
Aoliabe, da tribo de Dã. (cf. 36.1).
a) Deus enche do Espírito de sabedoria (31.1).
b) Deus chama para o serviço (35.30).
c) Todos os sábios trabalham de coração (36.1-4).
d) Todos dão ofertas para o Santuário até bastar (36.5,6).
6. Idolatria – Visto que Moisés demorava concordaram fazer um bezerro para
lhes servir de deus na viagem (32).
a) Depressa desobedeceram ao compromisso com Deus, 7,8.
b) Moisés intercede pelo povo, v.11.
c) Moisés destruiu as tábuas e o bezerro, 19,20.
d) Moisés mandou matar os idólatras, (c. 3.000 h. v. 28).
7. Novas Tábuas – (34.1-4) Eis cinco características da Sua graça:
a) Misericordioso, Piedoso, Paciente, Beneficente, Verdade (v. 6).
8. Conclusão – O Tabernáculo é levantado e cheio da glória do Senhor
(40.17,34-38).
a) A nuvem cobria a tenda durante o dia.
b) A glória encheu a tenda durante o acampamento.
c) O fogo cobria a tenda durante a noite.

15
LEVÍTICO

INTRODUÇÃO

Este é o terceiro livro de Moisés. O seu nome hebraico é a primeira palavra do versículo um,
“chamou”. A Septuaginta chama-o “Levítico” porque relata as funções dos sacerdotes e levitas,
escolhidos para servir no santuário, Dt. 10.8. Embora seja um manual de orientação para o servi-
ço sacerdotal, a sua mensagem é dirigida a todo o povo, Lv. 1.2. A sua mensagem continua cheia
de significado para toda a gente, pois revela como Deus restaura a comunhão com os pecadores
através da actividade redentora. Tanto a actividade redentora de Deus como a resposta receptora
do homem estão sumariadas no versículo chave do capítulo 20.26 que diz: “E ser-me-eis santos
porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos para serdes meus”.

GEOGRAFIA: O livro terá sido elaborado após o levantamento do tabernáculo no Sinai.

AUTOR

O livro de Levítico afirma em mais de 50 lugares que Deus dirigiu a sua palavra a Moisés. Paulo
menciona uma citação de Lv. 18.5 em Rm. 10.5: “O homem que fizer estas coisas viverá por
elas”. Deus havia prometido que sobre o propiciatório lhe daria instruções para o povo (Êx.
25.22). Jesus confirmou que é um dos livros de Moisés (Mt. 8.4).

PANORAMA

Havia necessidade de prover um meio de restauração e acesso a Deus. Isso ficou claramente reve-
lado no livro de Levítico. Ele é chamado o livro do sangue, pois nele é requerido o sangue no
altar pela expiação das almas (Lv. 17.11; cp. Hb.9.22,23). Deus iniciou esta prática com relação a
Adão e Eva (Gn. 3.21). A mensagem central de Levítico é: Sede santos porque Eu sou santo”
(11.44).

A primeira parte do livro (caps 1-16) apresenta as acções religiosas através das quais Deus re-
dime os pecadores. Os sacrifícios no altar (caps 1-7) eram antecipações da morte de Cristo (2 Co.
5.21). Os sacerdotes levitas (caps 8-10) prefiguravam o serviço sacerdotal de Cristo (Hb. 2.17).
As leis sobre higiene (caps 11-15) relembravam a separação que deve caracterizar os remidos
(Lc. 13.5). O grande dia da expiação (cap. 16) proclamava o perdão àqueles que se humilhassem
àquele que proveria o acesso a Deus (Hb. 9.24).

A segunda parte do livro (caps 17-27) apresenta padrões práticos que é preciso observar para
viver em santidade. A santidade é vista nas cerimónias (cap. 17), na conduta diária (18-22), e na
adoração (caps 23-25). Jesus sintetizou toda esta lei em dois mandamentos (Mt. 22.37-40). Há
uma exortação final (cap. 26) e um apêndice de leis que regulam várias questões (cap. 27).

16
III. LEVÍTICO
O próprio nome do livro indica que se ocupa do serviço dos sacerdotes e levitas. Difere dos
outros devido a ser mais um livro de Leis do que de História.
Levítico divide-se em duas grandes secções: Leis da Expiação e Leis da Santidade.

A. LEIS DA EXPIAÇÃO – 1-17


1. O pecado é grave e exige reparação, Hc 1.13
a) O salário do pecado é a morte, Ez 18.4,20; Rm 5.12
b) Deus exige reparação sacrificial, Lv 4.2,3,22,27
c) Cristo satisfez a exigência ao morrer pelos pecadores; Rm 6.23; 2 Co 5.19.

2. Ofertas (cinco tipos) 1-7


a) Queimadas (1) Ver Quadro dos sacrifícios
b) Manjares (2)
c) Pacíficas (3)
d) Pecado (4)
e) Culpa (5)

3. Forma da oferta (animais limpos; cinco espécies)


a) Vaca, ovelha, cabra, pomba e rola
b) O ofertante levava o animal à porta do pátio
c) O ofertante impunha a sua mão transferindo o pecado para o animal
d) O ofertante degolava o animal
e) O sacerdote derramava o sangue sobre o altar

4. Sacerdócio – 8-10
a) Pertencia ao cabeça da família (Noé)
b) Pertencia ao primogénito, Êx 13 (Arão) Agora pertence a Jesus.
c) Pertencia aos descendentes de Arão – Pertence aos crentes em Jesus.
i. O sacerdócio representava o povo perante Deus intercedendo por ele
ii. O sacerdócio representava Deus perante o povo fazendo-o conhecer a sua
vontade
(a) Nadabe e Abiu desagradaram a Deus com fogo estranho, cp. 10
(b) Foram substituídos por Eleazar e Itamar, v. 6
(c) Deviam evitar bebidas embriagantes, v. 9
(d) Deviam reconhecer a diferença entre puro e impuro e ensiná-la, v. 10

5. Sanitárias – 11-16
a) Alimentação – Deus quer que seu povo tenha saúde e regula a alimentação:
i. Comer animais de unha fendida que remoam, v.3
ii. Comer peixes com barbatanas e escamas, v. 9
iii. Comer aves limpas. – Declara as impuras nos vv. 13-20
iv. Comer insectos limpos, vv. 21,22
v. Cada refeição israelita pregava a expiação no Calvário; cf. 1 Tm 4.1-5.

17
vi. Jesus negou que a impureza entra pela boca; o que sai dela é que conta-
mina, Mt 15.11,18

b) Pós-parto – cp 12
i. Por menino a mulher resguardava-se durante 40 dias, v. 2
ii. Por menina a mulher resguardava-se durante 80 dias, v. 5
iii. No fim desse tempo de quarentena devia levar uma oferta ao templo, v.6
iv. Sendo pobre podia levar duas rolas ou dois pombinhos, v. 8 – Ex: Maria

c) Lepra – 13-15
i. Identificando o leproso – Havia quatro tipos de lepra, 13.2,4,26,31.
ii. Lepra é tipo de pecado – é repugnante, de progresso lento, contagiosa, ge-
ralmente sem esperança, e envolve banimento da sociedade.
iii. Purificação do leproso, 14.4-8 – o pecador deve ser limpo pelo sangue de
Cristo cujo pecado é afastado como o Oriente está do Ocidente, Sl 103.12
iv. Aceitação assegurada de forma tríplice:
(a) Pelo sangue espargido pelo sacerdote, vv. 7,14 – sangue de Cristo
(b) Pelas palavras do sacerdote declarando-o limpo, v 7; Ler Hb 9.13,14
(c) Pela ave viva libertada, v. 7.

d) Impureza do homem e da mulher; o capítulo 15 trata de leis sanitárias referentes


à emissão dos órgãos sexuais.

e) Expiação pelo pecado; 16 – dois bodes e um carneiro, v. 5.


i. Sortes pelos dois bodes, v. 8
ii. Um sacrifício pelo próprio sacerdote, v. 11
iii. Bode degolado para expiação, v. 15
iv. Bode emissário para levar o pecado, v. 21,22
v. Significado: O sacrifício de Cristo é muito melhor, Hb 9.7, 11,12.
vi. Nossas transgressões levadas para longe; Sl 103.12; Hb 8.12; 10.17.

6. Altar – 17
a) Todos os sacrifícios deviam efectuar-se no Templo, 17.3,4
b) O sangue foi reservado para expiação, não devia ser comido, 17.10-13
i. é a vida (nefesh) da carne, v. 14; Gn 9.4; cf Gn 2.7; – explicação:
(a) Deus soprou o ‘vento’ da vida e tornou-se ‘alma’ vivente.
(b) o sangue começou a fornecer oxigénio, depois o alimento para viver.
(c) no final, a carne volta ao pó e o espírito vai para Deus, Ec 12.7 –
(esclareça-se que este é o princípio divino da vida).

Eis a opinião do médico e rabino portuense do século XVII, Dr Samuel Silva:


“A alma do homem pois dizemos que é e se chama o espírito da vida com que vive, o qual está no
sangue; e com este espírito vive o homem, faz suas obras, e se move enquanto lhe dura...”
(In, Tratado de Imortalidade da Alma, Samuel Silva, pg 37, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1982)

18
B. LEIS DA SANTIDADE – 18-27
1. Santidade – 18-20
a) Deus espera vidas puras, tanto dos sacerdotes como do povo:
b) Devem manter-se separados dos costumes pagãos, 18.3; 2 Co 6.14-17
c) Devem praticar as normas ditadas por Deus, Lv 26.3,14,15
d) Resumo da Lei a dois mandamentos: amar a Deus e ao próximo; Êx 20
e) Significado:
i. Os cristãos são chamados para serem santos, 1 Co 1,2; 1 Pd 1.16
ii. Santificação é apresentar os membros ao serviço da justiça, Rm 6.19
iii. Sem santificação ninguém verá o Senhor, Hb 12.14
iv. O amor (agápe) é o cumprimento de toda a lei, Rm 13.10

2. Ministério – 21-22
a) O sacerdote devia tomar extremo cuidado para se não contaminar:
i. tocando em mortos, 21.1
ii. casar com prostituta ou repudiada, v. 7
iii. oficiando no templo tendo algum defeito, vv.17-27.
b) O estrangeiro não devia participar das coisas consagradas a Deus, 22.10
c) Todos os sacrifícios deviam estar isentos de defeito, vv. 21-24

3. Festas – 23 – Ver Quadro das Festas de Israel


a) Davam oportunidade para reflectir sobre a bondade de Deus
b) Recordavam que os celebrantes eram o povo separado de Deus
c) Eram celebradas em ciclos de sete:
i. sete dias durava a festa de Páscoa
ii. sete dias durava a festa dos Tabernáculos
iii. sete semanas entre a páscoa e o Pentecostes
iv. sétimo dia – descanso para as pessoas
v. sétimo mês, especialmente sagrado, com três dias de festa.
vi. sétimo ano – descanso para as terras
vii. sétimo ano sabático (7x7=49) 25.1-9.
viii. o 50º era ano de Jubileu: (8-22) e deviam:
a. libertar os escravos hebreus
b. devolver as propriedades ao legítimo dono
c. perdoar dívidas aos outros
Este processo impedia acumulação de riqueza e a pobreza extrema;
Comparar 2 Co 8.14 – suprir as necessidades para que haja igualdade.

4. Respeito na comunidade – 24
a) Cuidar da luz do candelabro, vv. 1-4; Cf. Rm 12.5, cuidar do corpo para
b) Cuidar dos pães da presença, vv. 5-9; ser a luz do mundo.
c) Castigar o blasfemo, vv. 10-16 Cf. 1 Co 5.1-5, castigar o faltoso
d) Castigar o homicida, vv. 17-22; para haver respeito
5. Normas – 25-27
a) sobre Ano sabático, Jubileu, Ameaças, Promessas e Votos. Ver texto bíblico.

19
NÚMEROS

INTRODUÇÃO

O nome do livro vem do facto de nele serem relatados dois recenseamentos do povo. Porém, em
hebraico é, como os anteriores, tirado da palavra do verso um “no deserto” visto que foca as vi-
cissitudes do povo até chegar à terra prometida. Historicamente, o livro de Números começa onde
termina o livro do Êxodo. Portanto, cobre um período de aproximadamente 40 anos. Durante este
tempo o tabernáculo foi o centro tanto da vida civil como da religiosa.

GEOGRAFIA
Os 40 anos foram vividos vagueando a sul da terra de Canaã, no deserto de Negueve.

AUTOR

Tanto judeus como cristãos atribuem a Moisés a autoria deste livro, embora apareçam algumas
adições de copistas como explicações ao texto. Ainda que alguns estudiosos tenham adiantado a
hipótese de ser uma colecção de vários documentos históricos, as descobertas arqueológicas têm
demonstrado a antiguidade das leis, instituições e condições de vida ali descritas. Moisés terá
escrito um diário e mais tarde compôs o livro, c. de 1405 a.C., pouco antes da sua morte.

Jesus e os apóstolos relacionaram os acontecimentos de Números com Moisés (Jo. 3.14; 1 Co.
10; Hb. 3; 4; 10.28. Jesus referiu-o como autor do Pentateuco (Jo. 5.46).

PANORAMA

A curta viagem do Sinai a Cades durou 39 anos por causa da incredulidade do povo. Israel
foi um povo infiel, rebelde e ingrato. A frase chave de Números é: “Todos os capazes de sair à
guerra”. É o livro das peregrinações, das murmurações e da disciplina; ilustra os princípios da fé
(Hb. 11.6) e o da substituição por segunda geração que cumprisse o propósito divino. A murmu-
ração generalizou-se entre eles pouco depois de terem partido do Sinai (cap. 11). Foi mencionada
no N.T. como advertência aos cristãos (1 Co. 10.5-11; Hb.3.16-4.6). Os dois grandes pecados da
primeira geração foram a idolatria e a rebelião, que causaram a ira de Deus e o seu castigo. A
ordem das tribos no acampamento está no capítulo 2 (Fig. 7).
O maná, a rocha que deu água, e a serpente, serviram de ilustração para explicar Cristo e o
valor da sua morte (Jo. 3.14,15; 16.31-33; 1 Co.10.4). Os 5 siclos da redenção (3.40-51), a vara
florescida de Arão (17), e a cinza da novilha vermelha (19) falam-nos da redenção por Cristo, da
mediação de Cristo, e da morte de Cristo, respectivamente. O voto de nazireu (6.1-21) constava
de: não tomar o fruto da videira, não usar a navalha na cabeça, e não se aproximar dum cadáver.
Era acessível a qualquer pessoa e enfatizava o privilégio de privações para servir a Deus.
Balaão era um profeta independente da Mesopotâmia contratado por Balaque para amal-
diçoar Israel. Porém, Deus usou esse homem para informar os moabitas que o seu plano era
abençoar Israel. Este facto prova que Deus usa quem quer para abençoar o seu povo.
Aos levitas foram atribuídas 48 cidades, sendo seis delas para refúgio dos homicidas até
ao julgamento ou morte do sumo sacerdote (35.6,7).

20
IV. NÚMEROS

O livro de números relata a história da peregrinação, a infidelidade de Israel e respectivos


fracassos. O próprio nome ‘bemidbar’ significa ‘no deserto’. Enquanto em Êxodo e Levítico
vemos ensino, em Números observamos Israel aprendendo no deserto. O livro contém três
grandes secções: Organização, Anarquia e Reorganização.

A. ORGANIZAÇÃO – 1-10
Visto que Deus é de ordem tinha de organizar o seu povo para a peregrinação no deserto.
Igualmente, como filhos de Deus, temos de aprender a ser organizados em nosso serviço.

1. Deus ordena o recenseamento dos varões, 1-4


a) Arrolá-los a partir de vinte anos, cp. 1
b) As doze tribos somaram 603.550 homens de guerra (ver número por tribos)
c) Serviço militar obrigatório (excepto para os levitas)
d) Disposição no acampamento, cp. 2 (ver quadro do acampamento)
e) As bandeiras: Judá – leão; Rúben – cabeça humana; Efraim – boi; Dã – Águia.
(Cp. Imagens de Mateus, Lucas, Marcos, João)

2. Deus ordena o serviço dos levitas, 4.1-31


a) Coatitas cuidavam do santuário, 4.4-15
a. Eleazar cuidava de luminária, incenso, manjares, unção, móveis, 16.
b) Gersonitas cuidavam d cobertura do Tabernáculo, 4.22, 28
c) Meraritas cuidavam da estrutura do Tabernáculo, 29-33
(Este procedimento ensina que o serviço ordenado resulta muito mais)

3. Deus quer o Acampamento santificado, 5-8


a) O impuro devia ser excluído, v. 1; – (cp. 1 Co 5.1-5; 6.9-11; Ap 22.14,15).
b) O nazireu devia evitar: i. Bebida forte. ii. Navalha na cabeça; iii. Tocar em mor-
tos.
c) A lei da purificação era a conhecida trilogia, 6.13-21: holocausto, expiação, oferta
pacífica.
f) A bênção dos sacerdotes em Nm 6.24-26 consta de três versos, é tríplice.
a) Comparar Isaías 6.3 e 2 Co 13.13.
g) A oferta dos príncipes durante doze dias: seis carros, doze bois e diversos; cp. 7.
h) Leis sobre o candelabro e os levitas, cp. 8.2, 17, 24.

4. Deus regula a realização da Páscoa, cp. 9


a) Para os sãos devia ser no tempo determinado, v. 2
b) Para os imundos e ausentes devia ser no segundo mês, vv. 9-14
c) Os não celebrantes deviam ser excluídos, v. 14
d) O tempo do acampamento determinado por Deus devia ser obedecido, 9.22.
5. Deus regula o uso das trombetas de prata pelos sacerdotes para:
a) Convocar a congregação a reunir em frente ao Tabernáculo, v. 3
b) Convocar os príncipes a reunir perante Moisés, v. 4
c) Indicar às tribos acampadas a oriente o momento da partida, v. 5
d) Israel a preparar-se para a guerra, v. 9

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e) Convocar Anunciar as solenidades do Senhor, v. 10

6. Deus quer Israel em Marcha ordenada,10.11-36


a) Judá, Issacar, Zebulom
i. Gerson e Merari transportam o tabernáculo
b) Rúben, Simeão, Gade
i. Coatitas transportam os vasos do santuário
c) Efraim, Manassés, Benjamim
d) Dã, Aser, Naftali
i. Hobabe é convidado para liderar no deserto, 10.29 (é o batedor)
ii. A Arca da Aliança vai na frente da congregação, 10.33
(Esta ordem ensina que a coordenação resulta muito mais)

B. ANARQUIA – 11-20
1. Primeira etapa: Do Sinai a Taberá, 10.11-11.3;
a) Devido ao seu desejo, Taberá veio a chamar-se Quibrote-Hataavá, que significa
‘sepulturas de desejo’, v. 24.
b) O Vulgo é tanto a ralé israelita como outros escravos fugitivos, v. 4
a) Sentem desejo de regressar ao passado, v.5 – Deus nos livre de tal ideia.
b) Moisés acha que aquele cargo é demasiado pesado para ele, 11-15
c) Deus aconselha Moisés a reparti-lo com setenta anciãos, 16,17
i. Comparar Ac 6.3; 2 Tm 2.2.
d) Deus repartiu do Espírito de Moisés por eles e profetizaram, v. 25
i. Comparar 2 Co 1.22.
e) Josué revelou ciúmes que dois, estranhos aos 70, profetizassem, e Moisés repre-
ende-o, 26-29.
i. Comparar 1 Co 12.4-13.

2. Segunda etapa: de Quibrote-Hataavá até Hazerote, 11.35.


a) Miriã e Arão rebelam-se contra Moisés e ela fica leprosa, 12.1
b) Deus confirma que fala de modo diferente com Moisés, 12.8
c) Miriã foi colocada sete dias fora do arraial até à sua purificação, 14,15

3. Terceira etapa: Partiram de Hazerote para o deserto de Parã, 12.16.


Cades (hb. Qadesh) significa santo. Barneª significa filho imaturo.
Israel chegou ao lugar da santidade, mas enfrentou o juízo (mishpát) de Deus.
Esta palavra significa dar o veredicto para bem ou para mal. (Cp. Nm 35.12,29).

a) Moisés envia doze homens a espiar a terra prometida, 13.1-33; (18-20)


i. O relato foi: terra boa, farta, mas com gigantes invencíveis, vv. 27,28.
ii. Calebe é homem de fé e propõe avançar para a conquista, v. 30.

b) Instigado pelos descrentes, o povo revolta-se e quer voltar ao Egipto, 14.1-5.


i. Josué e Calebe asseveram que Deus está com eles para ajudá-los, vv. 8,9.
ii. Aquela geração de murmuradores não entraria na terra prometida, 20-30.
iii. Salvo Josué e Calebe, que apresentaram uma visão positiva, v. 30.

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c) Os 40 dias de espionagem transformaram-se em quarenta anos de punição, v. 34.
ii. Quanto aos espias medrosos, morreram de praga perante o Senhor, v. 37.
iii. Devido às suas rebeliões, sofreram a primeira derrota pelos amalequitas e
cananeus, 41-45.

d) A rebelião comandada por Corá, Datã e Abirão resultou em muitos mortos: cp.16
i. Corá causou que todos os seus seguidores fossem engolidos pela terra, 31-33.
Mas os seus filhos não morreram, conforme declara Nm 26.11.
ii. Os duzentos e cinquenta dos incensários foram consumidos pelo fogo, v. 35.
iii. Os murmuradores dentre o povo morreram 14.700, v. 49.

e) Deus confirma Arão no sacerdócio e regula deveres e direitos, cp. 17, 18 (v. 8)
i. Os sacerdotes deviam levar a iniquidade perante o Senhor e cumprir o seu
ministério sacerdotal, vv. 1 e 7.
ii. Os levitas deviam cuidar do santuário, 2-6
iii. Tinham direito às ofertas alçadas, às primícias e aos dízimos, 8, 12, 24
iv. Não receberam terras para cultivar. Viveriam do que fosse levado ao Templo,
20, 21. Mas,
v. Todos, sacerdotes e levitas, deviam entregar o dízimo dos dízimos, v. 26.

f) Diversas leis sobre a purificação por causa dos mortos, cp. 19 – Acerca da novi-
lha ruiva da purificação leia-se Hb 9.13,14.
g) Morte de Miriã, (20.1) água sai da rocha, (8) (cp. 1 Co 10.4) passagem rejeitada
por Edom, (17).

4. Quarta etapa: De Cades até ao Monte Hor, na fronteira de Edom, Nm 20.22-36


a) Arão morre no Monte Hor, v. 28.

C. REORGANIZAÇÃO – 21-36

1. Quinta etapa: Do monte Hor até às campinas de Moabe, 21.4-22.1


a) Nova murmuração ocasiona serpentes mortíferas, (1 Co 10.9)
b) Deus manda fazer uma serpente de metal como solução, (cp. João 3.14,15)
c) Várias etapas e primeiras conquistas de Israel no lado oriental, 21-35.

2. O moabita Balaque, temendo, convidou Balaão para amaldiçoar Israel, 22- 24.
a) Sua resposta foi: como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? 23.8.
b) Eis que recebi mandato de abençoar; pois contra Jacó não vale encantamento;
tudo o que o Senhor falar, isso farei, 23.20, 23, 26.
c) Foram três experiências com sacrifícios, mas sem maldições; houve antes três
profecias de bênção, 23.1, 14, 29.
d) Finalmente, Balaão profetiza pela quarta vez sobre a estrela procedente de Jacó e
a vitória de Israel, vv. 15-19.

4. Os homens de Israel pecaram com mulheres moabitas e midianitas, cp. 25.

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a) Eles cederam ao convite para adorarem os seus deuses e prostituíram-se com
elas, vv. 1,2. – O NT atribui este facto ao ensino dissimulado de Balaão, 2 Pd
2.12-16; Jd 11; Ap 2.14.
b) A ira de Deus manifestou-se numa praga na qual morreram vinte e quatro mil, 9.
c) Fineias respondeu ao desafio do idólatra atravessando a ambos com a sua espada
vv. 6-8 e desviou a ira do Senhor, v. 11. Comparar Rm 6.23: salário e graça.
d) Cuidado com as armadilhas aos servos de Deus, 1 Pd. 5.8,9.
e) Agora, os israelitas deviam castigar os midianitas por aquele facto, vv. 16-18.
f) Quem fizer mal ao povo de Deus sofrerá as consequências.

5. O segundo censo revela que, trinta e oito anos após o primeiro, era de 601.730 sol-
dados, tendo diminuído 1.820; cp. 1.46 e 26.51.
a) Estes têm direito à primeira parte da herança, proporcional ao número de mem-
bros da família, 26.52-55.
b) Algumas descendentes de Manassés clamam pelos seus direitos, 27.1-4.
c) Deus aprovou a ideia e elas receberam com seus irmãos, e fez-se lei para o futu-
ro, 6-11.

6. Perante a sua morte, Moisés nomeia o seu sucessor, 27.12-23.


a) Recorda as leis das solenidades perpétuas, cps. 28-29.
b) Institui leis sociais diversas, cps 30-32.
c) Escreveu as etapas da jornada desde o Egipto até Moabe – Jordão, cp. 33.1-49.
d) Manda expulsar todos os habitantes cananeus e tomar a terra prometida, 50-56.
e) Marca os termos da terra prometida e a sua divisão, 34.1-29.
f) Moisés elege as cidades dos levitas e seus subúrbios – quarenta e oito, v. 7.
g) E seis cidades de refúgio, entre aquelas, para o homicida se acolher, 35.1-7. Três
de cada lado do Jordão, v.14. Cp. Dt 19.1-3; Js 20.1-9, com Cl 3.3: a nossa vida
está escondida com Cristo em Deus.

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DEUTERONÓMIO

INTRODUÇÃO

Este nome significa “segunda lei”. No hebraico é “Estas são as palavras” do verso um. O livro
sumaria o conteúdo dos quatro livros anteriores, particularmente Êxodo e Números. Porém, ul-
trapassa esses registos pelo facto de os interpretar e adaptar. Em todas as suas páginas os aconte-
cimentos estão cheios de significado. Em quase todos os casos relaciona os acontecimentos histó-
ricos às lições espirituais úteis para o povo. Toma a legislação dada pelo Senhor 40 anos antes e
adapta-a às condições de vida fixa que brevemente iriam ter na terra prometida. O livro deveria
ser lido ao povo em cada sete anos (31.10-13). A sua mensagem central é espiritual: fé mais obe-
diência para receber a terra prometida.

GEOGRAFIA

O livro foi escrito quando estavam na terra de Moabe, a leste do Jordão e do Mar Morto. Moisés
reuniu o Povo e deu as ultimas instruções para possuírem a terra (Dt. 1.5).

AUTOR: Por todo o livro Moisés é declarado o autor dos discursos que compõem a maior parte
da obra (4.44,45; 29.1; 31.9; 24-26). Provavelmente, o relato da sua morte, no final do livro, terá
sido escrito por Josué. Escrito c. 1405 a.C.

PANORAMA

Moisés recapitulou e renovou o concerto de Deus com Israel. Pronunciou três importantes discur-
sos inspirados. No primeiro discurso lembrou-lhes a história e o fracasso desde o Sinai e exortou
a nova geração a temer ao Senhor e a obedecer-lhe (1.6-4.33). No segundo discurso recapitulou e
focou muitas leis do concerto a respeito do culto e da vida social (4.44-26-19). O cap. 6 contém o
“shema” de Israel: Deus é único e deves amá-lo de todo o coração, de toda a alma e todo o en-
tendimento. No terceiro discurso declarou ao povo bênçãos e maldições relativas à sua obediência
ou desobediência (27.1-30.20), (f + o = b; i + d = m). Aqui foi feita a 5ª aliança, chamada pales-
tínica (Dt. 28-30). Os capítulos finais incluem a nomeação de Josué como sucessor de Moisés na
árdua tarefa de introduzir o povo na terra prometida (31.1-34.12).

Quando Jesus foi tentado pelo diabo respondeu citando trechos de Dt. (Mt. 4.4,7,10; Dt. 8.3;
6.13,16). Quando lhe perguntaram qual era o grande mandamento a resposta veio de Dt. (Mt.
22.37; Dt. 6.5). Uma profecia messiânica é citada duas vezes em Actos (Dt. 18.15-19; Act.
3.22,23; 7.37).

QUATRO LEIS ESPIRITUAIS DE ISRAEL (Dt. 6.5,12,13)

1. Yahweh é o único Senhor


2. Amarás ao Senhor teu Deus
3. Temerás ao Senhor teu Deus
4. Servirás ao Senhor teu Deus

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V. DEUTERONÓMIO
O nome deste livro, na Septuaginta é Deuteronómio, que significa segunda lei. Em hebraico,
é “devarim” proveniente do início da primeira frase: “Estas são as palavras.” O livro consiste
numa série de discursos referentes às condições de vida que os israelitas teriam na nova terra.

A. Primeiro discurso, 1-4


1. Recapitulação da história da peregrinação no deserto
a) Onze jornadas desde Horebe até Cades Barneia, v. 2
b) Instruções acerca da passagem cuidadosa pelos termos de Edom, Moabe e Edom,
cp. 2 (v. 5).
c) Vitória sobre Ogue, rei de Basã, 3.3
2. Convocação do povo a ser fiel cumpridor da palavra de Deus
a) Devem obedecer à lei para entrarem na terra prometida, 4.1,2
b) As primeiras três cidades de refúgio, 4.31.

B. Segundo discurso, 5-26


1. Os dez mandamentos são repetidos para serem lembrados, cp. 5
2. Primeira declaração de fé, cp. 6
a) A forma da Shema, vv. 4,5 – Deus é o UM, o único a ser adorado.
b) O procedimento com a Shema, 6-9

3. Toda a idolatria devia ser destruída juntamente com seus idólatras, cp. 7 (v.2)
4. Recordação de benefícios, infidelidade e murmurações, cps 8,9
5. Bênção ou maldição dependem das nossas escolhas, cps 10,11
6. Recordando leis religiosas, civis e sociais, 12-26

C. Terceiro discurso, 27-28


1. Promulgação da lei escrita em dois padrões de pedra, cp. 27.4-8
2. Edificação de um altar no Monte Ebal para holocaustos e ofertas, v. 6,7
3. Declarando maldições; acompanhadas da concordância do povo ‘amém’ v. 15
4. Declarando bênçãos, sem necessidade do ‘amém’, cp. 28.3

D. Quarto discurso, 29-30


1. Ratificação do Pacto feito com Abrão, Isaque e Jacó, cp. 29 (v. 13)
2. Promessa de misericórdia sob condição de arrependimento, 30.1-10.
3. Se, por causa do pecado, saírem da terra, também, pelo arrependimento, regressarão.
4. Deus propõe, mas o homem dispõe, 30.11-20 (15).

E. Determinações várias, 31-34


1. Nomeação e últimas instruções a Josué, 31.7
2. A Lei, escrita por Moisés, devia ser lida cada sete anos na festa dos Tabernáculos, 9,10
3. Último cântico de Moisés, 32 (v. 4):
a) Deus é: Rocha (tsur), Justiça (tsadqa), Verdade (emuna). Cf. Isaías 26.4.
b) Jesus é: Rocha, Rm 9.33; 1 Pd 2.8; Justiça, 1 Co 1.30; Verdade, Jo 14.6.
c) Deus fará justiça ao seu povo, v. 36
4. Última bênção e morte de Moisés, 33, 34.
FIM

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