Neuropatologia
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Parte I
Meninges
O encéfalo e a medula espinhal são
envolvidas por membranas denominadas
meninges. Essas membranas são
classificadas como: leptomeninges (pia-
máter), aracnoide e paquimeninge (dura-
máter).
➢ Dura-máter – é a meninge mais extensa e a mais resistente, consiste numa
camada de tecido conjuntivo denso.
➢ Aracnoide – é uma camada interna a pia-máter, possui espessura variável,
e a face pial produz trabéculas que anastomosam para formar o espaço
subaracnóideo
✓ No espaço subaracnóideo é encontrado líquido cefalorraquidiano
➢ Pia-máter – é a camada mais fina que reveste externamente a massa
encefálica
Meningites
Neurônios
➢ Transmitem informações ao longo de redes neurais intricadas e maleáveis
➢ Os sinais possuem origem no corpo da célula e são transmitidos por meio dos
axônios até os dendritos de neurônios vizinhos
➢ O número de neurônios presentes no SNC diminui com a idade e apenas uma
pequena quantidade de neurônios é criada durante a vida adulta
➢ São extremamente sensíveis a lesão, com uma habilidade limitada de
regenerar axônios após dano e possui habilidade limitada de recuperação
após desmielinização
➢ A lesão neuronal pode se manifestar como:
1. Cromatólise – processo reversível que envolve tumefação neuronal,
expansão citoplasmática e posicionamento excêntrico do núcleo
2. Atrofia - redução do volume ou do peso do cérebro – neurônios
hipercromáticos e redução do tamanho do neurônio
3. Neurofagia – fagocitose de fragmentos neuronais por macrófagos
cerebrais ou micróglia
4. Inclusões intraneuronais – inclusões citoplasmáticas e nucleares que
ocorrem em determinadas infecções ou doenças neurodegenerativas
Astrócitos
• São células da glia que desempenham funções de suporte e sinalização, e
também de resposta a lesão no sistema nervoso central
• Tipo II estão presente na substância branca e tipo I na substância cinzenta
• Possuem forma de estrela, com núcleo redondo e cromatina homogênea
• Quando ocorre lesões, os astrócitos se proliferam localmente, levando à
formação de uma cicatriz – processo denominado de gliose
• São responsáveis pela formação dos corpos amiláceos, que são conjuntos de
carboidratos e proteínas acumulados durante o envelhecimento normal
• Os astrócitos podem sofre transformações neoplásicas
Oligodendrócitos
• São células gliais responsáveis pela formação da bainha de mielina que
circunda axônios
• Essas células podem sofrer transformação neoplásica ou desmielinização
Células ependimárias
• Essas células regulam a transferência de líquido entre o líquido
cefalorraquidiano e o sistema nervoso central
• São células que revestem o sistema ventricular, incluindo câmara
ventriculares, aqueduto de Sylvious, canal central da medula espinhal e
filamento terminal, e também produzem o líquido cefalorraquidiano (20%)
• Essas células podem sofrer transformações malignas
Micróglia
• São células fagocíticas do sistema nervoso central
• Após lesão, a proliferação de micróglia resulta na formação de nódulos
micróglias (micróglia + astrócitos) ou microgliose difusa
• O acúmulo de fragmentos celulares e lipídicos pela micróglia leva a formação
de células granulosas compostas (células gitter) – macrófagos espumosos
que caracterizam a remoção de detritos do sistema nervoso central
Hidrocefalia
• A hidrocefalia se refere ao acúmulo exagerado de líquido cefalorraquidiano
dentro do sistema ventricular do cérebro
• Se a hidrocefalia se desenvolve antes do
fechamento das suturas cranianas, há o aumento
da cabeça, manifestado pela elevação da
circunferência
• Se a hidrocefalia ocorre após a fusão das suturas,
está associada à dilatação dos ventrículos e ao aumento da pressão
intracraniana, sem alteração da circunferência da cabeça
• Dois mecanismos básicos podem causar aumento no volume do líquido
cefalorraquidiano:
1. Mecanismos compensatórios – ocorre quando o parênquima cerebral é
destruído ou não chega a se desenvolver adequadamente
2. Mecanismos obstrutivos – ocorre em decorrência do fluxo irregular do
líquido cefalorraquidiano (hidrocéfalo interno) no encéfalo ou pela
diminuição na reabsorção do líquido pelo sistema venoso (hidrocéfalo
comunicante). O aqueduto mesencefálico é o local mais comum de
malformação que ocasiona a hidrocefalia obstrutiva, e quando isso ocorre
é chamado de estenose do aqueduto (está relacionada com a fusão dos
dois colículos rostrais, sendo a causa mais frequente de obstrução). A
estenose do aqueduto pode ocorrer por inflamações pré e pós-natais que
lesionam a superfície ependimárias do aqueduto ou pode ser consequência
de malformação no tronco encefálico ou processos neoplásicos.
✓ Hidrocefalia não-comunicante: obstrução ao fluxo do líquido
cefalorraquidiano, que pode ocorrer devido a malformações
congênitas, neoplasias, inflamação ou hemorragia
✓ Hidrocefalia comunicante: o líquido cefalorraquidiano não consegue
ser reabsorvido pelas vilosidades aracnoides, estando associadas a
hemorragia subaracnóidea, meningite e disseminação de tumor
Condições disráficas
• São caracterizadas por malformações que ocorrem por fechamento
defeituoso do tubo neural durante o desenvolvimento e podem ocorrer em
qualquer ponto ao longo do tubo
• Exemplo: espinha bífida
que se dá por defeito
dorsal da coluna
vertebral, em geral
caudal com ou sem
herniação das meninges
• Exemplo: crânio bífido, em que o defeito da
linha média do crânio possibilita a projeção
de meninges e/ou cérebro (Encefalocele,
meningocele ou meningoencefalocele)
Anencefalia
• É caracterizada pela má formação da extremidade cranial do tubo neural
decorrente da ausência do cérebro ou do cranial
• O desenvolvimento do prosencéfalo é prejudicado, restando em seu lugar é
uma área cerebrovascular, um resto achatado de tecido cerebral sem
organização, plexo coroide e células meningoteliais
• É um condição bastante rara nos animais domésticos
Megalencefalia e microencefalia
• Megalencefalia – caracterizada por um cérebro anormalmente grande
• Microencefalia – caracterizada por um cérebro anormalmente pequeno
• Essas malformações são observadas especialmente nos hemisférios cerebrais
• A microencefalia é uma das numerosas manifestações induzidas por vírus,
ela já foi observada em fetos de ruminantes infectados com os vírus
Akabane responsável pela diarreia viral bovina (BVD) e da doença da
fronteira e o vírus Cache Valley
Hidranencefalia
• É a ausência completa ou quase total dos hemisférios cerebrais, a cavidade
craniana é repleta de líquido cefalorraquidiano, que é envolto pela
leptomeninge, formando uma estrutura cística
• As deformidades dos ossos da caixa craniana são mínimas ou ausentes
• O líquido cefalorraquidiano comprime o encéfalo, o que resulta em atrofia –
pode haver hipoplasia cerebelar
• A causa mais comum é infecção viral durante a gestação – vírus da BVD,
língua azul e panleucopenia felina